PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

A minha alma engrandece o Senhor

 


31 de maio de 2023

   Festa da Visitação de Nossa Senhora.  


     Evangelho.    

Lc 1,39-56

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem.
51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses

     Meditação.    


Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? (Lc 1, 43)

Foi assim que Izabel mostrou a sua alegria ao receber Maria em sua casa. Aliás, tudo o que Izabel disse naquele encontro foi muito precioso, porque, diz o evangelho, ela ficou cheia do Espírito Santo. E uma das coisas que ela disse foi: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”, louvação à Virgem que nós continuamos a fazer na Ave Maria.
Izabel tinha sido agraciada com a maternidade e já estava no sexto mês de gravidez. Ela estava vivendo dias de graça, de bênçãos. Depois de uma vida de humilhações pela esterilidade, já em idade avançada, estava gerando um filho anunciado pelo Anjo a Zacarias, seu esposo. Sua vida é, agora, uma emoção só. E com a chegada de Maria, ela se sente tomada de alegria, cheia do Espírito Santo, como diz o Evangelho.

Ao chegar, Maria lhe fez a saudação de praxe, o Shalom, a paz de Deus. E essa saudação provocou uma enorme alegria em Izabel e em sua criança que estremeceu em seu ventre. A visita de Maria não foi uma simples visita. Na Bíblia, o povo fala da intervenção salvadora de Deus como de uma visita. Quando Jesus esteve em Naim, e ressuscitou o filho da viúva, espalhou-se o comentário: “Deus visitou o seu povo”. Nesta visita de Maria, revela-se a visita de Deus. Ela leva a bênção de Deus, aliás, ela leva Deus mesmo, pois estava grávida de Jesus.

Maria foi à casa de Izabel, viajando de muito longe, para servir à sua prima idosa, naquela hora delicada de sua vida. Foi para oferecer sua companhia e seus préstimos, amparando a vida que estava chegando e a saúde de sua parente. Foi também levar o testemunho silencioso da obra de Deus em sua vida. E demorou-se por lá por três meses, os últimos meses de gravidez de Izabel até o parto. Talvez não haja nenhuma ligação, mas note que a visita de Jesus, isto é o seu ministério público, demorou três anos.

Como foi preciosa a visita da mãe do Senhor à família de Izabel. Ela não levou nenhum presente especial, a não ser o filho de Deus em suas primeiras semanas de gestação. Izabel reconheceu na visita de Maria uma graça especial de Deus, ficou radiante, sua criança pulou de alegria. Quem deu a Izabel o conhecimento de que Maria era a mãe do seu Senhor? O Espírito Santo. Precisamos hoje do Espírito Santo para reconhecer a graça da visita do Senhor.



Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? (Lc 1, 43)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a visita de tua mãe Maria à sua prima necessitada, em sua condição de idosa e gestante, era já uma imagem de tua visita à nossa humanidade. Inclusive, ela se demorou lá por três meses, como te demoraste por três anos em teu ministério público. Na oração diária, sempre repetimos as palavras do canto de Zacarias: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo”. Tua primeira vinda foi celebrada, então, como uma visita, “a visita do sol nascente que vem iluminar os que estão nas trevas”. Queremos, hoje, Senhor, reconhecer, como Izabel, a graça de Deus que nos visita. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

O que você poderia fazer neste último dia de maio em homenagem a Nossa Senhora, a mãe de Jesus e nossa? Uma rosa para ela? A récita do terço? Uma mensagem a alguém necessitado de atenção? Como disse o poeta: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

Comunicando

Hoje, estamos em peregrinação ao Santuário de N. Senhora Auxiliadora, em Jaboatão, a 22 km do Recife. E você pode nos acompanhar pela Rádio Amanhecer ou pelo Canal Padre João Carlos do Youtube. Vamos transmitir a Missa, às 10 horas e a Adoração, às 15 horas. Já estou lhe enviando os links. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O amor exige renúncia

 


   30 de maio de 2023.  

Terça-feira da 8ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.    


Mc 10,28-31

Naquele tempo, 28começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. 29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna. 31Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros”.

     Meditação.    


Nós deixamos tudo e te seguimos (Mc 10, 28)

O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo.

Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Deixaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.

É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama, seus pais, seus lugares preferidos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma boa cerveja, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela senhora já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.

O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.

Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa: ‘Nessa vida, cem vez mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100. Eu mesmo deixei de constituir família, pensei que ia ficar sozinho. Nada, ele me tantas mães, tantos pais, tantos filhos, que já estou perdendo a conta.

E você, tem sido generoso/a com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.




Guardando a mensagem

Jesus chamou um jovem para segui-lo, deixando tudo. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: cem vezes mais aqui na terra, com perseguições e a vida eterna, no mundo futuro. Pelo tamanho da renúncia, se sabe o tamanho do nosso amor a Jesus.

Nós deixamos tudo e te seguimos (Mc 10, 28)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te tinha um grande amor. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir - , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou a muitas coisas. Seja o teu nome bendito, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

O evangelho de hoje é muito motivador para todos nós, nesse ano vocacional. Você conhece alguém que deixou muita coisa para seguir Jesus. Reze por ele ou por ela. Você conhece alguém que não conseguiu renunciar a muita coisa para seguir Jesus. Reze por ele ou ela também.

Comunicando

Caso você não tenha visto o programa de ontem no Youtube, dê uma olhadinha. Canal Padre João Carlos. Amanhã, vamos realizar a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, em Jaboatão, área metropolitana do Recife. Você vai poder nos acompanhar pelo rádio ou pelo Youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Maria torna-se mãe da comunidade redimida pelo sangue redentor

 





29 de maio de 2023

  Memória da Bem-aventurada Maria, Mãe da Igreja. 

Segunda-feira depois de Pentecostes



     Evangelho.    


Jo 19,25-34

Naquele tempo, 25perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.
26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”.
29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.
32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus.
33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.



     Meditação    


Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo (Jo 19, 27)

Nesta segunda-feira, estamos celebrando a memória de Maria, Mãe da Igreja. Essa comemoração é nova na Igreja e se deve à iniciativa do Papa Francisco. Celebrada após Pentecostes, recordamos como Maria deixou-se habitar pelo Espírito Santo. Como João a acolheu aos pés da cruz, também nós a acolhamos como mãe da comunidade dos seguidores de Jesus.

Vamos prestar bem atenção ao texto de hoje, em João capítulo 19. “Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo”.

Vamos observar com cuidado a cena. Quem estava de pé, perto da cruz de Jesus? Você disse ‘Maria?’ Acertou. Mas, não disse tudo... Do texto se deduz que estavam de pé quatro pessoas: Maria, sua mãe; a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas; Maria Madalena; e João, o discípulo amado. O número quatro é um número simbólico, indicando totalidade, tudo, todos. É a Igreja toda que está aos pés da cruz do Senhor. Ali é o nosso lugar.

O número quatro também está presente na partilha que os soldados fizeram das roupas de Jesus. Dividiram suas vestes em quatro partes, uma para cada soldado. É a sua herança que se espalha pelos quatro cantos do mundo.

Então, aos pés da cruz de Jesus, de pé, estão Maria, sua mãe; a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas; Maria Madalena e João. Nestes quatro, podemos sentir uma representação da comunidade que nasceu da morte redentora de Jesus. Sua mãe, os parentes que aderiram ao evangelho representados por sua tia ou parente de sua mãe, os discípulos libertados do mal representados em Madalena e os discípulos do seu grupo menor de apóstolos representados por João. Ali, aos pés da cruz está a Igreja. Igreja unida a Jesus, no seu sacrifício. Igreja que nasce do seu sacrifício redentor. Igreja de pé, em atitude oferente e vitoriosa sobre a morte. Igreja que acolhe a graça que desce da cruz como um rio de água viva, o Espírito Santo, que escorre do seu coração aberto pela lança. Igreja de ressuscitados e vitoriosos com Cristo sobre o mal, o pecado e a morte.

Aos pés da cruz, Maria torna-se mãe da comunidade gerada no sacrifício da cruz. Na anunciação, tinha se tornado mãe de Jesus. No calvário, tornou-se mãe da Igreja. “Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua mãe”. Curiosamente, Jesus não a chama de mãe, mas de ‘mulher’. Ela é a nova Eva, mãe da nova humanidade redimida na cruz.


Guardando a mensagem

A memória de Maria, Mãe da Igreja é a celebração da maternidade de Maria, mãe da nova comunidade nascida do sacrifício redentor de Jesus e da efusão do seu Espírito, derramado como água viva do seu coração. Ela está aos pés da cruz, unida ao sacrifício redentor do Filho, oferecendo-se com ele, em completa obediência ao Pai, fazendo-se assim mãe da comunidade redimida pelo sangue redentor. Suas dores são as dores do parto da nova humanidade que nasce aos pés da cruz. Os quatro, ali no Calvário, nos representam. Somos a Igreja do Senhor, com Maria. Ela é nossa mãe.

Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo (Jo 19, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje, contemplamos tua Mãe aos pés da cruz. Tu a entregaste como mãe a João, o discípulo amado. Ele nos representa, nós somos os teus discípulos amados. Obrigado pela boa mãe que nos deste. Igualmente entregaste à tua mãe o teu discípulo João como seu filho. Queremos ser bons filhos de tua santa mãe. Ela nos guie, nos conforte, nos sustente no caminho da fidelidade ao teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Esta segunda-feira é um dia especial para recomendarmos a Nossa Senhora, a Igreja de Jesus: cada batizado aí de sua casa, as lideranças leigas de sua comunidade, nossos padres, bispos e o Papa Francisco.

Comunicando

Hoje, no programa das 20 horas, no meu Canal do Youtube, uma conversa com o cantor Almir Rouche e as notícias dos encontros com os ouvintes em São Paulo. Então, a gente se vê às 20 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Vinde, Espírito Santo!


28 de maio de 2023

    Domingo de Pentecostes.   


     Leituras Bíblicas.    


At 2,1-11

1Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. 2De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. 3Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. 4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava. 5Moravam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo. 6Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. 7Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? 8Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? 9Nós, que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, 10da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; 11judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus em nossa própria língua!”


Jo 20,19-23

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.


          Meditação.          


Jesus soprou sobre eles e disse: ‘Recebam o Espírito Santo’ (Jo 20, 22)

Sem o Espírito Santo, JESUS seria uma história do passado. Uma linda e emocionante história de um Deus que se fez homem e morreu no madeiro, por amor. Restaria apenas um passado inspirador para uma legião inconsolável de fãs.

Mas, o Espírito Santo foi enviado, veio sobre nós, como fogo da presença divina, comunicando a vida de Deus. É ele quem atualiza a presença de Jesus. Por sua atuação, Jesus manifesta-se vivo e operante na sua Igreja, sua presença é real na comunidade que se reúne em seu nome, na palavra ali proclamada e de, maneira especial e sacramental, no pão e no vinho consagrados. No seu Espírito, Jesus vive ressuscitado no meio de sua Igreja, e age por meio dela no mundo.

Sem o Espírito Santo, a IGREJA seria um grupo de gente acuada, fechada dentro de quatro paredes dos seus cenáculos, isolada, com medo do mundo e com o futuro ameaçado.

Mas, o Espírito Santo foi enviado, veio sobre nós, como vento de liberdade, nos fazendo mais confiantes e obedientes a Deus do que aos homens. Com a vinda do Espírito Santo, os discípulos trancados, com medo, abriram as portas e saíram à rua. O testemunho de Pedro, em nome da comunidade, atraiu gente de todas as nações e o número de batizados chegou a três mil pessoas. É o Espírito Santo, que assistindo a Igreja hoje, a faz abrir as portas e sair para encontrar todos e a todos levar a esperança e o amor de Deus.

Sem o Espírito Santo, VOCÊ E EU seríamos apenas grandes admiradores de Jesus de Nazaré, e, quem sabe, sinceros respeitadores do Deus Criador.

Mas, o Espírito Santo foi enviado, veio sobre nós, como água regeneradora, nos trazendo o perdão dos nossos pecados e nos fazendo filhos de Deus. Com o Espírito Santo, a redenção que Jesus alcançou na sua morte e ressurreição nos foi aplicada. Somos, agora, novas criaturas, renascidas como filhos de Deus. Pelo Espírito, falamos com o Pai como filhos que somos e estamos em comunhão com Jesus, como o ramo está unido à videira.




Guardando a mensagem

Sem o Espírito Santo, nossa ORAÇÃO seria um monólogo infrutífero e duvidoso, não uma conversa amorosa com o Pai, por meio do Filho.

Sem o Espírito Santo, a IGREJA seria uma instituição esclerosada pelo tempo, não uma comunidade surpreendente nova, pujante e livre.

Sem o Espírito Santo, a LEI DE DEUS continuaria a ser um fardo com suas obrigações e proibições, não uma lei escrita nos corações, pela qual fazer a vontade de Deus é o que mais alegria nos traz.

Sem o Espírito Santo, seríamos um povo sem ESPERANÇA, acomodando-nos à realidade, não uma vibrante onda de renovação da face da terra.

Sem o Espírito Santo, seríamos uma associação de devotos, não a IGREJA, Corpo de Cristo que somos, em preparativos de noiva para as núpcias eternas do Cordeiro.

Jesus soprou sobre eles e disse: ‘Recebam o Espírito Santo’ (Jo 20, 22)

Rezando a palavra

Rezemos a sequência de Pentecostes, rezada na Missa deste domingo.

Espírito de Deus, envia dos céus um raio de luz!
Vem, Pai dos pobres, dá aos corações teus sete dons.
Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vem!
No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
Enche, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!
Sem a luz que acode, nada o homem pode,
nenhum bem há nele.
Ao sujo lava, ao seco rega, cura o doente.
Dobra o que é duro, guia no escuro, o frio aquece.
Dá à tua Igreja, que espera e deseja, teus sete dons
Dá em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna.
Amém.


Vivendo a palavra

Dedique, hoje, um momento de oração ao Espírito Santo. Ele é quem nos move à oração, quem nos dá discernimento e sabedoria, quem nos une a Cristo e ao Pai. É ele quem une a todos nós, discípulos e discípulas do Senhor, no seu corpo místico, a Igreja. 

Comunicando

Participo, hoje, da Celebração de Pentecostes da Arquidiocese de Olinda e Recife, conduzindo um momento de louvor no Ginásio de Esportes Geraldão, no início da tarde. 

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB 

A boa notícia é o Reino de Deus acontecendo entre nós.

 



27 de maio de 2023

   Sábado da 7ª Semana da Páscoa    

     Evangelho.    


Jo 21,20-25

Naquele tempo, 20Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” 21Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?”
22Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” 23Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”
24Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.

    Meditação.    


Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos (Jo 21, 25)

Assim termina o evangelho de São João. O que foi escrito nos evangelhos é o suficiente para conhecermos Jesus, sua obra, suas palavras para nos tornarmos seus discípulos.

Na linguagem do evangelista João, Jesus veio nos comunicar a vida eterna, a vida de Deus, que enche de significado nossa existência e nos abre os horizontes da vida definitiva no seio do Pai.

Quantas coisas maravilhosas fez Jesus! Pelo evangelho, temos notícia de algumas. Já são suficientes para o reconhecermos como o enviado do Pai e nos colocarmos no seu seguimento.

Nos outros três evangelhos, chamados sinóticos, a mensagem é a mesma, com outra linguagem. Mateus, Marcos e Lucas falam do Reino de Deus. Jesus vem anunciar o Reino de Deus. O Reino de Deus é inaugurado com a sua presença entre nós.

A boa notícia, o evangelho, é o Reino de Deus acontecendo entre nós, pela presença de Jesus. Foi esse o anúncio de Jesus desde o início de sua atividade missionária: “O tempo se cumpriu, o Reino chegou, convertam-se, creiam no Evangelho, isto é, nesta boa notícia”.

A presença de Jesus salvando, libertando, restaurando é o Reino acontecendo. As ações e as palavras de Jesus instauram o reinado de Deus entre nós. Esse anúncio, essa boa nova (é o que quer dizer a palavra ‘evangelho’) é uma comunicação que muda nossa vida, que dá novo sentido à realidade.

O Reino continua sendo anunciado e atuado pela pregação e pelo testemunho dos discípulos de Jesus. Por suas palavras e suas ações, Jesus continua construindo o Reinado do Pai no mundo.


Guardando a mensagem

O Evangelho é a revelação de algo maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, está batendo à nossa porta, está próximo de nós, está entre nós. Deus está cumprindo sua promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. É por essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, como saúde, como paz, como perdão.

Mesmo com tanta crise, com tanta coisa ruim acontecendo, com tanto desmantelo no mundo, experimentamos cada dia que o Reino está entre nós. Deus, por meio do seu filho Jesus, está semeando um mundo novo de comunhão, de paz, de reconciliação. Ele está conosco até a consumação dos séculos, como prometeu. Não nos abandona. O seu Santo Espírito atualiza a sua presença e a sua ação redentora.

Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos (Jo 21, 25)

Rezando a palavra

Senhor,
Disseste que quando viesse o Espírito Santo, ele nos conduziria à plena verdade, nos ajudaria a entender tudo o que disseste. Já temos a presença do teu Espírito em nossa vida, mas precisamos de uma atuação ainda maior da parte dele. Só assim poderemos acolher, entender e viver o teu evangelho; e transformar nossa vivência de tua palavra em testemunho vivo do teu amor e da tua misericórdia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Amanhã é o domingo de Pentecostes. Nele, celebramos a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos. Olha a dica de hoje: Planeje bem a sua participação na Missa dominical, momento mais alto do seu dia. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

É o amor que passa a limpo a nossa vida de erros e pecados.



26 de maio de 2023

   Sexta-feira da 7ª Semana da Páscoa.  

Memória de São Filipe Néri

      Evangelho.     

Jo 21,15-19

Jesus manifestou-se aos seus discípulos 15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”.
16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. 19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.

      Meditação     

Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21, 17).

Mesmo Pedro tendo sido purificado pela palavra de Jesus, caiu na tentação. Negou o Mestre, por três vezes. Acovardou-se diante do risco de ser sua testemunha. Negou conhecê-lo, ser seu discípulo, ter parte com ele. E o galo cantou duas vezes, denunciando a fraqueza do apóstolo, reprovando a covardia do profeta. E a palavra de Jesus ecoou forte no coração de Pedro: “Antes que o galo cante duas vezes, tu me negarás três vezes”. É, Pedro estava devendo uma conta a Jesus. Mas, coitado, quando Jesus preso passando o olhou, Pedro, envergonhado e decepcionado consigo mesmo, chorou amargamente. Um pecador arrependido de sua falta, precisando redimir-se.

Mas, Pedro, não fique triste! Você negou Jesus três vezes. É hora de professar que o ama, por três vezes. Pedro, é o amor que nos redime dos nossos pecados: o amor de Jesus que o levou a morrer por nós e o nosso amor por ele, que nos faz acolher a sua obra redentora, de coração aberto. Pedro, é o amor que passa a limpo a nossa vida de erros e pecados. E, mais, Pedro: Jesus é fiel no seu amor. Ele chamou você para ser pescador de gente, pois vai confirmá-lo à frente do seu rebanho. E você, Pedro, fique certo, só poderá realizar essa missão de pastor se você amar muito a Jesus, se o amar mais do que os outros.

Ressuscitado, o Mestre voltou a olhar Pedro de frente. E Pedro já não desviou o olhar. Seu coração arrependido tinha acompanhado o Mestre na descida à mansão dos mortos. Mas, subira com ele. Ressuscitara com ele. Como se fazia quando se descia às águas, na piscina batismal do início do cristianismo. Nascemos de novo. Já não tem mais vez o Adão que nos habitava. O Ressuscitado traz pela mão o Pedro renascido na sua morte redentora. Três vezes traiu. Três vezes vai declarar seu amor incondicional ao Mestre. Como um neófito, um catequizando, vai subindo degrau por degrau da piscina batismal. “Simão, tu me amas?”. “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” “Então, cuida dos meus carneiros”. Sim, é isso, nossa fraqueza não conta mais. Conta a força da ressurreição do Senhor que nos ergue. Conta o amor com que respondemos ao seu chamado. Mais um degrau. “Simão, tu me amas?”. “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. “Então, toma conta das minhas ovelhas”.

Tantos quantos foram os degraus que descemos, tantos subimos, ressuscitando com ele. E assumindo a sua mesma missão. Identificando-nos com ele. “Já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim”. “Simão, tu me amas?”. E Pedro um pouco entristecido: “Sim, Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”. “Então, toma conta do meu rebanho”. Apóstolo é que o foi escolhido. E enviado. Não porque é o melhor, o mais santo, o mais douto, mas porque amado pelo Mestre, porque escolhido por ele. Escolhido e enviado, porque ama o Senhor, porque confia apenas na fidelidade do seu Senhor, não na sua força, no seu poder, na sua sabedoria.



Guardando a mensagem

É para você a mensagem do evangelho de hoje, mesmo que você não se chame Pedro. O pecado leva você a se esconder de Deus, a se sentir indigno de estar em sua presença, como Pedro. O amor de Jesus por você, provado na sua morte na cruz, comunica-lhe vida nova, por sua ressurreição. É o amor que passa sua vida a limpo, cancelando as manchas do pecado, e fazendo de você uma testemunha do amor de Deus, um missionário de sua misericórdia, um cuidador, uma cuidadora do seu rebanho.

Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21, 17).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
na palavra de hoje, entendemos que é o amor por ti que nos sustenta na missão. Pai e mãe, como bons pastores de sua família, receberam de ti essa missão e, apesar de sua fraqueza, são confirmados na sua missão na medida em que te amam verdadeiramente. Ao assumirmos o cuidado com os outros, nas muitas funções que a vida nos reserva, todos nos espelhamos em ti. Tu és o bom pastor que, por amor, dá a vida por suas ovelhas. Concede-nos, como Pedro, amar-te verdadeiramente e, nesse amor, cuidar daqueles que nos confias. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em suas orações, hoje, inclua uma prece em favor dos padres que você conhece, dos líderes de sua comunidade, do bispo de sua Diocese. Peça em favor deles, para que sejam bons pastores do rebanho de Deus.

Comunicando

Eu já disse a vocês que nossa Peregrinação ao Santuário de N. Sra. Auxiliadora, em Jaboatão, aqui na área metropolitana do Recife, foi adiada para o dia 31 de maio, quarta-feira que vem, no encerramento do mês mariano. Nesta oportunidade, nós queremos levar um presente pra N. Senhora. O presente vai ser um novo som para o seu Santuário. Se você também quiser participar dessa campanha, eu vou lhe enviar um link pra você ver como é a campanha e como você pode participar.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

A unidade começa no coração.


25 de maio de 2023

   Quinta-feira da 5ª Semana da Páscoa.   


     Evangelho.    


Jo 17,20-26

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste.
26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”

     Meditação.    


Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Ao aproximar-se a festa de Pentecostes, quando celebramos a vinda do Santo Espírito, a Igreja nos lê a oração sacerdotal de Jesus, em João capítulo 17. Na última ceia, com os discípulos, Jesus ora por nós. Ontem, ficamos encantados como ele pediu ao Pai que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do mal. Hoje, ele fez um pedido ainda mais especial: ‘que todos sejamos um’, isto é, que vivamos em perfeita unidade.

O que será essa ‘unidade’ que Jesus está pedindo ao Pai para nós? O que podemos pensar de ‘unidade’, nós um povo marcado por tanta divisão, nós mesmos tão egoístas e interesseiros, com tanta gente desencantada pelo desamor e até pela traição. A gente fala de unidade, mas nem sabe mesmo o que realmente seja, nem acredita que realmente ela possa existir entre nós.

Jesus pediu ao Pai que nós sejamos um, como ele e o Pai são um, isto é, como eles estão identificados no amor. Olha como ele disse: “para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”.

Então, entre Jesus e o Pai existe essa unidade perfeita. A unidade é uma expressão do amor. Jesus, entre nós, manifestou o amor do Pai. Ele nos deu a conhecer quem é o Pai. O Pai amou o mundo e enviou Jesus. O que é de um é do outro. “O que é meu é teu e o que é teu é meu”. No dizer de Jesus, o Pai lhe deu suas palavras e a sua glória. Jesus ama o Pai e realiza, com todo amor, a sua vontade. Nada do que Jesus diz ou faz, o faz por sua conta, mas porque o Pai mandou fazer ou dizer. É tanta identificação, que, mesmo sendo duas pessoas, os dois são um, estão em perfeita unidade.

Essa unidade entre o Pai e Jesus é o modelo de unidade que ele está nos apresentando. É assim que devemos viver na comunidade, em unidade, como Jesus e o Pai. O mandamento que ele nos deu foi o amor fraterno - ‘amem-se uns aos outros’ - com um finalzinho muito, muito sério: ‘como eu amei vocês’. E como foi que Jesus nos amou? Dando-se por nós, entregando-se em nosso favor, tomando o nosso lugar na morte. Esse é o amor com que ele nos amou: ‘morrendo por nós’. Então, esse é o amor que devemos aos irmãos: acolher, ser solidário, compreender, perdoar, sacrificar-se pelos outros,... A unidade é uma expressão do nosso amor.

O que Jesus pediu ao Pai, então? Que ele nos ajude a amar; a permanecer nele, nos identificando com ele; a amar os irmãos, como ele nos amou. Jesus nos deu a glória do Pai, que é o seu amor, cuja máxima expressão é o dom do seu Espírito. É o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus, que nos forma como discípulos, com os mesmos sentimentos de Jesus. É o Espírito da verdade que nos conduz para a unidade perfeita entre nós e com o Pai e o Filho.



Guardando a mensagem

Jesus pediu para os que crerem nele o dom da unidade, sermos um, vivermos em perfeita unidade entre nós e com Deus. Não somente imitemos o Pai e o Filho, mas estejamos neles, na sua própria unidade. Isso é possível, particularmente, pelo grande dom do Espírito Santo, que nos faz filhos, unidos a Cristo. A unidade é possível, porque ela já existe entre Jesus e o Pai, no Espírito Santo. E nós fomos alcançados pelo amor de Deus manifestado em Jesus, por suas palavras e suas obras e, sobretudo, pelo dom de sua vida em nosso favor.

Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós estamos na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Tu disseste, Senhor, que a unidade é a condição para que o mundo creia. Perdoa, Senhor, nossas faltas contra a unidade do teu rebanho, pelo pouco amor que demonstramos por tua Igreja e pela distância que alimentamos dos que creem em ti, mas pertencem a outras tradições cristãs. Pelo dom do teu Espírito, estamos unidos a ti, que nos amas de verdade. Por este mesmo dom, estamos unidos a todos os que creem em ti. Que o nosso amor, vivido nas comunidades cristãs e espalhado na sociedade, seja motivo de alegria e de glória para o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Se hoje, se apresentar uma ocasião, fale com respeito e amor de sua comunidade cristã. Com igual afeto, faça referências a outras denominações cristãs. A unidade começa no coração.

Comunicando

A área metropolitana do Recife amanheceu, ontem, sob fortes chuvas, com alagamentos, aulas suspensas e vias interditadas. Por essa razão, a peregrinação ao Santuário de N. Sra. Auxiliadora, em Jaboatão, teve que ser adiada. Mas, já foi marcada uma nova data. A peregrinação vai acontecer no dia 31 de maio, no encerramento do mês mariano.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Senhor, livrai-nos do mal.


 
24 de maio de 2023

Quarta-feira da 7ª Semana da Páscoa

   Dia de Nossa Senhora Auxiliadora.  


     Evangelho.    


Jo 17,11b-19

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou, dizendo: 11b“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura.
13Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. 15Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo.
17Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. 19Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”



     Meditação    

Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno (Jo 17, 15)

Na oração que Jesus fez ao Pai, rogando por nós, ele disse que não pedia que o Pai nos tirasse do mundo, mas que nos guardasse do maligno. De fato, no Pai Nosso, ele nos ensinou a pedir ao Pai que nos livre do mal. Não que nos tirasse do mundo, mas que nos guardasse do mal que está no mundo, foi o pedido dele.

Neste sentido, há uma outra expressão nessa oração de Jesus muito especial: “Eles não são do mundo, como eu também não sou do mundo”. Nós não somos do mundo, estamos no mundo. Jesus também não é do mundo. Mas, veio ao mundo com a missão de salvá-lo.

No evangelho de João, aparece muito clara a oposição entre Jesus e o mundo. O mundo seria a ruindade que está no nosso meio, essa parte perversa em nós e na sociedade que se opõe a Deus, o domínio do pecado. Poderíamos entender essa palavra ‘mundo’ como a humanidade decaída. E Jesus identifica que o mal desse mundo tem sua inspiração e seu comando no demônio, sendo este, no seu dizer, o pai da mentira. Este está em oposição ao Espírito da Verdade, o Santo Espírito de Deus.

O mundo é, então, esse conjunto de forças que está longe de Deus e que se opôs a Jesus, levando-o à morte. E que se opõe também aos discípulos, penalizando-os com a mesma perseguição. A rejeição e a perseguição foram muito fortes nas primeiras gerações de cristãos. O mundo que rejeitou Jesus rejeitou também a pregação e o modo de vida dos seus seguidores.

Às vezes, somos tentados a pensar numa separação completa entre o que é do mundo e o que é de Deus. E pensamos, erradamente, que de Deus são as coisas religiosas e do mundo são as coisas seculares. Engano. Tudo é de Deus, ele está em tudo e em todos. Deus se manifesta e comanda também o que nos parece secular, fora da órbita do sagrado. O que Deus criou é dele. O sonho é que tudo seja reino de Deus.

Às vezes, somos tentados também a pensar que, de um lado está o bem e do outro está o mal. Também este é um engano. As coisas podem estar misturadas, como Jesus mostrou na parábola do joio e do trigo. Não dá para arrancar logo o joio, senão prejudica o trigo que está crescendo ao seu lado. E só dá pra saber mesmo certinho quem é quem quando chega a hora de dar frutos. Quer coisa mais santa do que o grupo dos apóstolos, que Jesus pessoalmente escolheu, depois de uma noite de oração?! Pois, o traidor foi um dos doze apóstolos. As coisas, realmente, estão misturadas.

Mesmo habitado pelo mal, o mundo foi amado por Deus. E Jesus veio para convidá-lo à conversão. “Deus tanto amou o mundo que enviou o seu filho unigênito”. E o próprio Jesus explicou, para escândalo dos fariseus: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”.


Guardando a mensagem

Na ceia, Jesus pediu ao Pai por nós: que ele nos livrasse do maligno. Nós não somos mais do mundo, somos de Deus. Mas, estamos no mundo. Jesus também não era do mundo, mas veio ao mundo para salvá-lo. Mesmo não sendo do mundo, estamos nele e temos uma missão dentro dele. Reconhecemos que esse mundo que Deus criou está cheio de coisas boas e promissoras. Mas, experimentamos também que há muita perversidade e maldade no meio do mundo. E temos certeza, como Jesus tinha, que sem desmerecer a responsabilidade humana, por trás de tanto mal há a atuação do inimigo da humanidade e de Deus. E temos consciência que o mal não está só fora do ambiente religioso. Também entre nós, há sementes de egoísmo, de violência e desamor.

Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno (Jo 17, 15)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
que a mentalidade do Reino de Deus – a fraternidade, a justiça, o amor, a paz – marque nossa vida de cristãos e nossos compromissos nesse mundo. E que a mentalidade do mundo – o individualismo, a luxúria, a exploração, o consumismo – não enfraqueça o espírito cristão que professamos. Livra-nos, Senhor, de todo o mal. Amém.

Bênção com a invocação de Nossa Senhora Auxiliadora

— A nossa proteção está no nome do Senhor.
— Que fez o céu e a terra.

— Ave Maria…

— À vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

— Maria, Auxiliadora dos Cristãos.
— Rogai por nós.

— Ouvi, Senhor, a minha oração.
— E chegue a vós o meu clamor.

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

OREMOS.

Senhor eterno e onipotente, que, pela intervenção do Espírito Santo, vos dignastes preparar o corpo e a alma da gloriosa Virgem e Mãe Maria para digna morada do vosso Filho, fazei que sejamos livres da morte eterna e dos males que nos rodeiam, pela intercessão daquela cuja comemoração nos alegra. Por Cristo, nosso Senhor.
— Amém.

— E a bênção de Deus Todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo, desça sobre ti (vós) e permaneça para sempre.
— Amém.

Comunicando

Sendo hoje o Dia de Nossa Senhora Auxiliadora, vamos viver toda essa jornada numa peregrinação ao Santuário Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Jaboatão, a 22 km do Recife. Vamos levar sua cartinha e suas intenções. Você pode nos acompanhar na Missa, às 10 horas, e na Adoração Eucarística, às 15 horas, pela Rádio Amanhecer ou pelo meu Canal no Youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Jesus em oração por nós



23 de maio de 2023

   Terça-feira da Sétima Semana da Páscoa.  


      Evangelho.     


Jo 17,1-11a

Naquele tempo, 1Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti, 2e, porque lhe deste poder sobre todo homem, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe confiaste.
3Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo. 4Eu te glorifiquei na terra e levei a termo a obra que me deste para fazer. 5E agora, Pai, glorifica-me junto de ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse.
6Manifestei o teu nome aos homens que tu me deste do meio do mundo. Eram teus, e tu os confiaste a mim, e eles guardaram a tua palavra. 7Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti, 8pois dei-lhes as palavras que tu me deste, e eles as acolheram, e reconheceram verdadeiramente que eu saí de ti e acreditaram que tu me enviaste.
9Eu te rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu. E eu sou glorificado neles. 11aJá não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti”.



     Meditação.     


Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus (Jo 17, 9)

Você já viu um pai rezando por seus filhos? Uma mãe rezando por seus filhos? O que eles pedem a Deus? Eles começam agradecendo pelos filhos que têm, não é verdade? Reconhecem que eles lhes foram confiados por Deus para que cuidassem deles. E rogam todo bem em seu favor: a saúde, a solução dos seus problemas, a fortaleza para vencerem as adversidades. Os mais idosos também dizem a Deus que já cumpriram sua tarefa, a missão que receberam. E, assim, pedem a Deus que, no dia em que partirem, seus filhos se conservem firmes na fé que receberam. Assim é a oração dos pais cristãos.

No evangelho de hoje, podemos ver Jesus rezando pelos seus discípulos, rezando por nós. Durante a ceia, num certo momento, Jesus se dirige ao Pai, com toda intimidade, e reza por nós, seus discípulos. “Eu te rogo por eles, porque são teus”. Estamos começando a leitura do capítulo 17 de São João, que é chamado de a 'oração sacerdotal de Jesus'. E como foi a oração de Jesus naquele momento?

Primeiro, ele reconheceu que foi o Pai que lhe confiou aquele grupo, de quem ele se tornou tão próximo e tão amigo. Ele disse: “Eles eram teus e tu os confiaste a mim”. Os discípulos ali estavam no lugar de todos os seguidores de Jesus, eles nos representavam. Depois, Jesus disse ao Pai que tinha feito tudo quanto ele tinha mandado. “Eu te glorifiquei na terra e levei a termo a obra que me deste para fazer”. Disse que tinha manifestado o nome do Pai aos discípulos, isto é, lhes revelara o Pai. E como ele tinha feito bem a obra de Deus, ele disse que também os discípulos fizeram bem a sua parte: guardaram a sua palavra, as palavras do Pai que ele lhes comunicou, acreditaram que ele era o enviado do Pai. 

Nessa oração, Jesus pediu para nós uma coisa muito especial. Queria nos dar a vida eterna. Foi isso que ele pediu ao Pai. ‘Quero comunicar a vida eterna a eles, com o poder que me deste’. E a vida eterna, disse o próprio Jesus, é que te conheçam, Pai, a ti e a mim, que tu enviaste. E ele insistiu: “Não rogo pelo mundo, rogo por eles. Eu já não estou no mundo. Eles permanecem no mundo”. Aí pediu que nos livrasse do maligno, do mal que está no mundo; que o Pai nos consagrasse na verdade; e nos conservasse unidos a ele. 

Quanta coisa bonita Jesus pediu pra gente ao Pai, naquela bela oração de despedida!




Guardando a mensagem


Jesus rezou por nós, que coisa maravilhosa! Aprendemos muitas coisas com sua prece. O Pai nos confiou a Jesus, para que ele cuidasse de nós, nos conduzisse de volta para sua casa. Em obediência ao Pai, Jesus nos revelou o amor deste Deus maravilhoso. E valorizou a nossa resposta: a nossa fé, o nosso amor por ele, o zelo que temos por sua palavra. O presente mais precioso que podemos receber, conforme Jesus rogou ao Pai, é a vida eterna. A vida eterna é a nossa vida humana cheia da glória de Deus, plenificada pelo seu amor, vida que a morte não mata mais; vida que desemboca na eternidade, como felicidade e realização em Deus. E essa foi a obra de Jesus, por excelência. Pela doação de sua vida, ele nos comunica a vida eterna. Continuamos no mundo, mas não somos do mundo. Somos de Cristo, somos de Deus. Mas, continuamos no mundo, onde temos a grande responsabilidade de transformá-lo, promovendo a verdade, construindo a unidade e vencendo o mal.

Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus (Jo 17, 9)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu realizaste bem a obra que o Pai te deu para fazer. Tu nos revelaste o imenso amor do Pai por nós, pelo mundo, por todos. Nesta tua oração sacerdotal, nos sentimos todos incluídos e abraçados por tua preocupação, por teu carinho, por tua prece. É a oração de quem ama, de quem dá a vida pelos seus. Sabias bem, Senhor, que iríamos encontrar muitas dificuldades nesse mundo e que, por isso, precisaríamos da força de Deus. Continua, Senhor, orando por nós: para que não nos deixemos seduzir pelo mal da injustiça, da mentira, da violência. Ora por nós para que não cedamos à tentação da divisão, da indiferença e da incredulidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Rezando a Novena de N. Sr.a Auxiliadora

Hoje é o 9º e último dia da Novena, com o tema "Com Maria, cantemos o louvor de Deus!"

Senhora, sob o sopro do Espírito, tu disseste que as gerações te chamariam bem-aventurada. Nós retomamos o canto das gerações passadas para que não se interrompa esse reconhecimento amoroso: o Senhor fez grandes coisas em teu favor. E exaltamos em ti o que de mais luminoso a humanidade ofereceu a Deus, a criatura humana na sua perfeição, de novo criada em justiça e santidade.

Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja, Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos, Tu, terrível como exército ordenado em batalha, Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo: nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Assim seja.

Comunicando

Hoje é o último dia para você escrever sua cartinha a Nossa Senhora, com o seu pedido. Depois de escrevê-la, fotografe com o seu celular e nos mande pelo whatsapp 81 3224-9284. Nós vamos imprimir o arquivo e levar amanhã, dia 24, ao Santuário de N. Sra. Auxiliadora, em Jaboatão, na peregrinação da AMA.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Enfrentar as tribulações com coragem e confiança em Deus



22 de maio de 2023

   Segunda-feira da 7ª Semana da Páscoa.  


     Evangelho.     

Jo 16,29-33

Naquele tempo, 29os discípulos disseram a Jesus: “Eis, agora falas claramente e não usas mais figuras. 30Agora sabemos que conheces tudo e que não precisas que alguém te interrogue. Por isto cremos que vieste da parte de Deus”. 31Jesus respondeu: “Credes agora? 32Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não estou só; o Pai está comigo. 33Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas tende coragem! Eu venci o mundo!”

      Meditação.      


No mundo, vocês terão tribulações. Mas, tenham coragem! Eu venci o mundo (Jo 16, 33)

Estamos no final do diálogo de Jesus com os discípulos, ainda à mesa da ceia pascal, a última ceia. Embora os discípulos demonstrem adesão a Jesus e aos seus ensinamentos, a verdade é que na hora da paixão se dispersarão e Jesus vai estar sozinho. Foi o que Jesus comentou: “Eis que vem a hora – e já chegou – em que vocês se dispersarão, cada um para o seu lado, e me deixarão só”.

É nesse momento que Jesus reafirma sua total confiança no Pai que o enviou, que o sustenta, que estará sempre ao seu lado. “Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado”, tinha dito em outra ocasião. E ele está certo do apoio do Pai, porque está sempre em comunicação com ele pela oração e porque está sempre fazendo a sua vontade. Ali, à mesa, ele disse uma coisa impressionante: “Mas eu não estou só; o Pai está comigo”.

Ainda assim, você pode pensar: mesmo com toda confiança em Deus, na cruz, Jesus se sentiu só e abandonado. Na cruz, pelas três da tarde, gritou em alta voz: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”. É uma palavra que impressiona, uma oração no meio da agonia naquela cruz. Mas também ali, ele está em oração. É uma oração que brota de suas dores físicas e de seu sentimento humano de quem se sente traído e injustiçado. Ele se sente só e abandonado. A oração de Jesus não é uma oração de revolta, mas uma oração de confiança. Reclama ao Pai, porque o sabe presente. Na verdade, essas suas palavras brotam do Salmo 21 (22). Apesar desse refrão tão forte – Meu Deus, porque me abandonaste – este salmo celebra a defesa que Deus faz do seu servo sofredor e a confiança nele. A ressurreição foi a resposta do Pai à prece do seu filho. A ressurreição é a sua vitória sobre o pecado, o mal e a morte. Jesus enfrentou tudo e venceu.

Esta confiança no Pai, Jesus quer passar para o seu rebanho. “No mundo, vocês terão tribulações. Mas, tenham coragem! Eu venci o mundo”. O discípulo, a discípula, mesmo enfrentando os dramas da vida, as crises que não faltam, olha para Jesus e se sente acompanhado, acompanhada. Ele não nos deixa sós. Ele está conosco. Sua ascensão, isto é sua condição de estar agora em Deus, lhe permite estar conosco de uma forma real e diferente de antes. O Espírito Santo é quem atualiza a sua palavra e a sua missão. Assim, ele, que passou por tanto sofrimento e venceu, nos oferece a sua experiência, a sua graça, a sua confiança em Deus. E mais: nos oferece a vitória que ele alcançou em nosso favor, o perdão, a reconciliação com Deus. Na ascensão, nós o contemplamos vitorioso. Nessa condição, ele continua nos animando a resistir nas adversidades, a lutar com esperança e a confiar em Deus.


Guardando a mensagem

Nós - seguidores de Jesus, seus irmãos e irmãs - também passamos por muitas dificuldades, problemas, fracassos, perseguições,... Nós nos encontramos, por vezes, na mesma condição dele, que foi incompreendido e perseguido. Se nossas provações forem vividas em comunhão com Deus e se estivermos de fato fazendo a sua vontade, então essa confiança de Jesus no Pai pode ser também nossa. E de onde vem essa confiança de Jesus? Jesus faz referência a Deus, o seu Pai. Ele confere o seu caminho, permanentemente, pela oração. Conhece o Pai, sabe que ele é fiel, que o ama, que sempre estará ao seu lado. Você também pode ter os mesmos sentimentos de Jesus, como São Paulo nos recomendou. Fortaleça, no seu coração, a convicção que Deus, na sua imensa misericórdia, por causa do seu filho Jesus, ama você, é eternamente fiel e não lhe abandonará nunca.

No mundo, vocês terão tribulações. Mas, tenham coragem! Eu venci o mundo (Jo 16, 33)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a tua palavra vai nos edificando como pessoas renascidas na fé e fortes nas dificuldades. Naquela tempestade no mar, tu acalmaste os discípulos, dizendo: “Sou eu. Não tenham medo”. No meio daquele vendaval, naquela noite escura, os discípulos fizeram uma experiência maravilhosa: a tua presença redentora. Tu, Senhor Jesus, és o Deus que domina o mar, que acalma a tempestade. Pensando bem, nunca nos deixaste sozinhos no meio das tormentas. Nós é que somos distraídos. É quando experimentamos, com emoção, a força de tua proteção e a grandeza do teu amor. Muito obrigado, Senhor. Em nossas travessias difíceis, enche-nos de confiança. Em nossas noites escuras, reveste-nos da fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Novena de N. Sra. Auxiliadora

Hoje é o 8º dia da Novena de Nossa Senhora Auxiliadora, com o tema "Com Maria, sejamos promotores da vida".

A santa Mãe de Deus nos ensina que o primeiro passo para dar vida àquilo que nos rodeia é amá-lo dentro de nós, escreveu o Papa Francisco. Diz o Evangelho que ela: “conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração” (cf. Lc 2, 19). Como é importante educar o coração para o cuidado, para cuidar das pessoas e das coisas. Com Maria, sejamos promotores da vida. 

Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja, Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos, Tu, terrível como exército ordenado em batalha, Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo: nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Assim seja.

Hoje é dia de você escrever sua cartinha a N. Senhora Auxiliadora. Depois de escrevê-la, fotografe com o seu celular e nos mande, pelo whatsapp 81 3224-9284. Nós vamos imprimir o arquivo e levar na quarta-feira, dia 24, ao Santuário, de N. Sra. Auxiliadora, em Jaboatão, na peregrinação da AMA.

Comunicando

Hoje, você vai poder conferir o show que gravamos recentemente. Um show orante. Você vai gostar. É só acessar o Canal Padre João Carlos no Youtube. Arrume um tempinho para assistir o show integralmente. Vai valer a pena.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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