PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA
Neste mês de outubro, rezamos para que a Igreja assuma sempre mais um estilo sinodal, sob o signo da co-responsabilidade, promovendo a participação, a comunhão e a missão partilhada entre sacerdotes, religiosos e leigos.
Ele está pra chegar.
O ganancioso nunca fica satisfeito.
Naquele tempo, 13alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. 14Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” 15E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”.
16E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17Ele pensava consigo mesmo: ‘Que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
Garanto que você, em sua vida, já conheceu uma pessoa gananciosa. O ganancioso é uma pessoa antenada com qualquer situação em que possa faturar, lucrar mais, aumentar suas posses. Uma coisa é a luta de cada dia pela sobrevivência, com dignidade. Outra coisa é o olho grande, a fixação em ter coisas, a acumulação a qualquer custo.
A ganância se manifesta em muitas ocasiões. No evangelho de hoje, aparece na briga pela herança. Quanto aparece uma herança, se acaba qualquer vínculo de amizade, de respeito, de fraternidade. O ganancioso, parente ou não, quer açambarcar o mais que puder ou tudo, se possível. O dinheiro fala mais alto, o interesse pelos bens materiais pode dominar a pessoa. O ganancioso é um monstro, capaz de mentir, de prejudicar os outros, de manipular todo tipo de argumento para passar por cima do direito dos outros, em benefício próprio.
No caso de uma disputa por herança, é claro que é importante se procurar a partilha justa dos bens. Se de verdade, alguém se sentir prejudicado, tem direito de se defender e requerer os seus direitos, com os instrumentos do diálogo e, se necessário, da justiça. Mas, mesmo numa disputa por herança, a gente tem que se comportar como cristão. Cristão age, antes de tudo, movido pelo amor a Deus e aos irmãos; não age movido pelo dinheiro, seduzido pelos bens desta terra. Cristão não é um ganancioso, não faz do dinheiro um deus na sua vida.
Mas não é só nas disputas por herança que a ganância se manifesta. O ganancioso nunca fica satisfeito com o que tem. Está sempre correndo para ter mais. O pecado da avareza se manifesta em manter o pensamento fixo em ter coisas, subir na vida de qualquer forma, passar os outros para trás e não repartir nada com ninguém. Nessa situação, o avarento não é transparente e não se sensibiliza pela situação e pelo sofrimento dos outros.
Jesus ensinou: “Mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. Para ilustrar, Jesus contou a história de um homem rico. Depois que ele superlotou seus novos e maiores celeiros de trigo, foi dormir planejando usufruir toda a sua riqueza e morreu naquela mesma noite. Juntar tesouros para si mesmo é loucura, arrematou Jesus.
A palavra de Jesus hoje é para a gente ter cuidado com qualquer tipo de ganância. A felicidade não está em se ter muitos bens. Precisamos lutar com responsabilidade pelo pão de cada dia, procurando poupar também para o futuro, mas sem por nossa esperança no dinheiro, sem fazer das coisas um novo deus. Como reza o salmo 131: “Põe tua esperança no Senhor”, no Senhor, não no dinheiro. Ao morrer, não se leva nada, a não ser as boas obras que fizemos, a caridade que praticamos, o amor que devotamos a Deus e aos irmãos.
Tomem cuidado contra todo o tipo de ganância (Lc 12, 15)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
tua palavra nos tem ensinado que não devemos por a nossa confiança nos bens desta terra, pois nossa vida aqui é uma passagem. Tu nos ensinas a buscar os bens que não passam, a viver com os olhos fixos nos bens eternos que já possuímos na esperança. No trato com os bens desta terra, nos ensinas a ser honestos, trabalhadores e solidários, fugindo de tudo que possa parecer avareza, ganância e egoísmo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Vale hoje um exame de consciência. Há algum sinal de ganância em suas preocupações, em suas atitudes?
Comunicando
O caminho do serviço.
Evangelho.
Meditação.
Rezemos a oração deste Mês Missionário:
Pai de todos os seres humanos,
faze com que nós cristãos,
ungidos com a força do Espírito Santo,
cooperemos com a tua missão
até os confins do mundo,
testemunhando Jesus
e anunciando o Evangelho do Reino
com urgência, respeito e gentileza.
Abre nossos ouvidos
para acolher o teu mandato: “Ide”!
Abre nossa boca para convidar a todos
para o banquete do teu Filho!
Abre nossos olhos para reconhecer
todas as situações de indiferença,
injustiça e rejeição presentes no mundo!
Ajuda-nos a ser Igreja sinodal em missão,
peregrinos da esperança, construindo pontes
de fraternidade e solidariedade entre os povos.
Maria, Estrela da Evangelização, rogai por nós.
Amém!
Vivendo a palavra
Hoje é o nosso dia, o dia do Senhor e do povo redimido. Celebramos isto na Santa Missa. A Missa dominical é o compromisso mais importante do nosso domingo.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Um pecado sem perdão.
Evangelho.
Meditação.
Amanhã, com o 29º Domingo do Tempo Comum, vamos celebrar o Dia Mundial das Missões. O tema deste ano é "Ide e convidai a todos para o banquete (cf. Mt 22, 9)". Organize bem o seu dia para privilegiar a sua participação na Santa Missa. Domingo é dia de encontro com Cristo e com a Comunidade, em torno do altar.
Comunicando
No blog da Meditação (padrejoaocarlos.com), onde ficam os textos do Evangelho e da Meditação de cada dia, vou deixar a Oração do Mês Missionário. Encontre um tempinho hoje para rezá-la.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Senhor Deus,
Pai de todos os seres humanos,
faze com que nós cristãos,
ungidos com a força do Espírito Santo,
cooperemos com a tua missão
até os confins do mundo,
testemunhando Jesus
e anunciando o Evangelho do Reino
com urgência, respeito e gentileza.
Abre nossos ouvidos
para acolher o teu mandato: “Ide”!
Abre nossa boca para convidar a todos
para o banquete do teu Filho!
Abre nossos olhos para reconhecer
todas as situações de indiferença,
injustiça e rejeição presentes no mundo!
Ajuda-nos a ser Igreja sinodal em missão,
peregrinos da esperança, construindo pontes
de fraternidade e solidariedade entre os povos.
Maria, Estrela da Evangelização, rogai por nós.
Amém!
Jesus conta com você!
Evangelho.
Jesus está na sua grande e última viagem para Jerusalém. Vai em peregrinação para a Páscoa, com os seus discípulos. Está em missão. Nesse momento, cuida particularmente da formação deles. Do seu grande grupo de discípulos, escolhe setenta e dois e os envia dois a dois à sua frente. Eles partem em missão, visitando o povo, anunciando o Reino e preparando a passagem do Mestre.
Esse número 72 na escolha dos discípulos missionários pode ser entendido de mais de uma forma. Num primeiro envio, ele mandou 12, numa clara alusão ao povo de Deus, o povo das 12 tribos. O envio dos 72 está em continuação com a missão dos 12, pois trata-se de um múltiplo de 12 (6x12). Outro simbolismo está nas nações do mundo descritas no livro do Gênesis (Gn 10; Ex 1,5; Dt 32,8). Sendo 72 o número das nações, essa escolha pode significar o alcance da missão que é chegar a todos os povos. Também este significado sublinha o caráter missionário desse envio dos setenta e dois.
Fortaleza está preparando um grande show. Padre João Carlos e Banda em espaço do Shopping Rio Mar Kennedy. Será no dia 09 de novembro. Ingressos no Sympla.com.br ou na recepção da FM Dom Bosco. Informações pelo fone (85) 3454-1888.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Conheça mais para servir melhor.
Evangelho.
Meditação.
A tentação do farisaísmo.
Evangelho.
Lc 11,42-46
Meditação.
Tudo limpinho por dentro e por fora.
Naquele tempo, 37enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. 38O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. 39O Senhor disse ao fariseu: “Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. 40Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? 41Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós”.
Meditação.
Um fariseu convidou Jesus para jantar em sua casa. E Jesus aceitou. Sentou-se à mesa na casa dele e começou a fazer a refeição. O fariseu ficou 'passado': o quê?! Ele come sem lavar as mãos antes da refeição! Ficou escandalizado.
Por que o fariseu ficou assim tão escandalizado? Porque Jesus estava descumprindo uma de suas normas religiosas. Eles viviam doentiamente focados na ideia de pureza. Para estar em comunhão com Deus, achavam que tinham que evitar tudo o que pudesse torná-los impuros no contato com pessoas de má reputação, sobretudo estrangeiros, ou com coisas que consideravam impuras, como o sangue. E tinham muitas regras em relação à alimentação. Na comida, vários alimentos eram terminantemente proibidos, como, por exemplo, a carne de porco e outros tipos de animais de casco fendido. E, para se manterem rigorosamente limpos, puros, havia maneiras corretas de se lavar os pratos e os copos e ações externas de purificação como era o caso de lavar as mãos ou banhar-se antes da refeição. Lavar as mãos não era apenas um hábito higiênico, era um item das leis de pureza. Sem isso, a pessoa ficava contaminada, suja, impura religiosamente. Eles viviam uma excessiva preocupação com o exterior.
Imagine se Jesus estava ligando pra isso! Nem ele, nem os discípulos dele. O problema não é o que está fora, pensava Jesus. Problema é o que está dentro. Ali mesmo, no jantar, ele disse ao fariseu: ‘vocês fariseus limpam o copo e o prato por fora. O interior de vocês é que está sujo, podre, cheio de roubos e maldades’.
O fariseu ficou escandalizado porque Jesus foi comer sem lavar as mãos. Isso só mostrava claramente a sua excessiva preocupação com o exterior, a ideia fixa da pureza legal. A religião que eles praticavam era especialmente de cumprimento de mandamentos e normas. Escandalizado porque Jesus não lavou as mãos, mas olhe só!... Eles eram cumpridores de centenas de normas e leis, mas descuidavam-se do principal da Aliança: a justiça, a misericórdia, a piedade. Cuidavam da limpeza exterior, mas o interior é que estava sujo.
A gente honra a Deus com os lábios, com a boca, quando reza, quando louva, quando canta um hino. Nós também o honramos quando dizemos que o amamos, que o reconhecemos como nosso Criador e Pai. Honrar a Deus com os lábios, com a boca, é uma coisa santa. Mas, lamentou Jesus em certa ocasião, ‘este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim’. O problema, então, está no coração: se ele está longe ou perto de Deus. O coração bem que pode estar cheio de coisas ruins, de maldades, de violência, de mágoas, de ódio. O fariseu estava preocupado com a pureza exterior. Jesus estava preocupado com a pureza interior, com o que tem dentro do coração.
Vocês fariseus limpam o copo e o prato por fora, mas o seu interior está cheio de roubo e maldades (Lc 11, 39)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
ainda vivemos preocupados com o exterior, com a aparência, com o cumprimento da norma pela norma. Naquela história que tu contaste, o irmão mais velho do filho pródigo cumpria todas as suas obrigações para com o seu pai, formalmente. Mas, não teve um coração misericordioso com o seu irmão que voltou arrependido, não teve caridade para com ele. De que adianta ter sido tão trabalhador, mas não ter tido misericórdia do seu irmão? Os fariseus do teu tempo faziam tudo certinho nas suas práticas religiosas, mas excluíam os pequenos, descriminavam os pobres, oprimiam os humildes. Obrigado, Senhor, por este ensinamento: menos preocupação com o exterior, a aparência e mais atenção com o que vai no coração de cada um, onde nascem as opções e as ações do ser humano. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Bom, lavar as mãos não deixa de ser importante para a nossa saúde. Mas, é bom lembrar, hoje, ao lavar as mãos antes da refeição, que é mais importante e necessário purificar o seu interior. E isso se faz com um bom exame de consciência, um ato de contrição, e se necessário, uma boa confissão.
Comunicando
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Levaram Jonas a sério.
Meditação
Um novo rumo para sua vida.
Evangelho.
Meditação.
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