PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: unidade
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Comprometidos com a unidade.


   10 de outubro de 2025.   

Sexta-feira da 27ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho   


Lc 11,15-26

Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”.
16Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “11 de 18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus.
21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou.
23Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa. 24Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. 25Quando ele chega encontra a casa varrida e arrumada. 26Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes”.

   Meditação.   


Todo reino dividido contra si mesmo será destruído (Lc 11, 17).

Jesus está realizando a sua missão. Qual é a missão de Jesus? Anunciar o Reino de Deus entre nós, aproximar as pessoas de Deus, refazer a aliança de Deus como o seu povo, salvar a humanidade que se separou do Criador pelo pecado. Esses são modos como tentamos explicar a missão de Jesus. Nós o vemos no seu trabalho redentor: anunciando o amor de Deus, convidando as pessoas à conversão, perdoando os pecadores, libertando pessoas da dominação do mal.

Que os demônios se opusessem a Jesus, isso a gente entende. Que os grupos privilegiados de Jerusalém o odiassem, até dá para entender. Mas, que pessoas religiosas, praticantes da Lei, se indispusessem contra Jesus, a ponto de o difamarem, tentando desmoralizá-lo ou até tramando a sua prisão, isto nos deixa perplexos. Pois, foi o que aconteceu. No evangelho de hoje, vê-se como eles começaram a espalhar que Jesus expulsava demônios com a autoridade do próprio satanás. Olha que jogo baixo: espalhar que Jesus agia em nome do diabo. Haja paciência! Era gente de má vontade procurando desqualificar a vitória de Jesus sobre o mal. Agora, o pior é que se tratava de gente muito religiosa.

Jesus chamou para a lógica. Se for assim, se o mal estiver combatendo contra si mesmo, diabo contra diabo, então estão realmente perdidos, pois ‘todo reino dividido contra si mesmo será destruído’, acaba se esfacelando, se autodestruindo. Não tem a menor lógica. Mas, essa palavra de Jesus também poderia ser entendida a respeito dos seus opositores. Esse grupo de gente maldosa estava cavando o buraco para o seu próprio povo. Se eles ficassem contra Jesus, fazendo propaganda contra ele, dividindo o povo, causando desunião... qual seria o fim do seu povo? “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído”. De fato, 40 anos depois da morte de Jesus, houve uma guerra dos romanos contra os judeus e não ficou pedra sobre pedra. O povo hebreu perdeu tudo. Um reino dividido não prospera.

O que Jesus diz no evangelho de hoje nos espanta. Ele tão tolerante, um dia não quis que os discípulos proibissem alguém que pregava e curava em seu nome sem pertencer ao grupo deles. Deixa, ele disse, “quem não está contra nós, está a nosso favor”. Mas, no evangelho de hoje, ele diz, a respeito dos que o estavam difamando: “Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa”. Disse tudo.




Guardando a mensagem

Jesus, no exercício do seu ministério, encontrou muita oposição. Oposição das elites e de muitas lideranças populares, como foi o caso dos fariseus. Foi acusado de muita coisa. Uma dessas acusações dizia que ele agia em aliança com Satanás. Coisa triste, gente dividindo o povo. A difamação, as falsas acusações geram desconfiança e divisão na comunidade cristã. Hoje, com as redes sociais, é muito fácil falar mal de uma pessoa, difamá-la, destruir a sua imagem. E tem muita gente ruim interessada em desmoralizar a Igreja e sua opção pelos pobres. Não repasse acusações maldosas contra a Igreja, o Papa, os ministros sagrados.  Trabalhe pela comunhão, pela unidade.

Todo reino dividido contra si mesmo será destruído (Lc 11, 17).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu nos chamas a reconhecer o Reino de Deus que chegou com tua presença, com tua palavra, com tua ação. Disseste: “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vocês o Reino de Deus”. Cremos em ti, Senhor, e não queremos apenas usufruir de tua graça e de teus dons. Queremos também estar ao teu lado, tomar tua defesa, quando maldosos continuarem te difamando ou te injuriando em tua Igreja, em teus ministros, em nossas pastorais. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A unidade da Igreja não é só uma construção humana. É, sobretudo, dom do Espírito Santo que nos une a Cristo, cabeça do corpo, e a todos os membros. Hoje, reze pela unidade de todos os que estão unidos a Cristo pela fé e pelo batismo.

Comunicando

Neste final de semana, nossa peregrinação chega a Roma, para participar do Jubileu da Espiritualidade Mariana. Depois de passar pela porta santa, participaremos do terço mariano do sábado, com o Papa Leão XIV, rezando pela paz. No domingo, estaremos na Missa na Praça de São Pedro, por ele presidida. E, claro, vamos continuar rezando por suas intenções. Vou deixar o formulário no Whatsapp e nas redes sociais para você, se desejar, incluir algum pedido especial.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A unidade é uma expressão do amor.




05 de maio de 2025

  Quinta-feira da 7ª Semana da Páscoa.   

Dia de São Bonifácio

   Evangelho.   


Jo 17,20-26

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste.
26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”

   Meditação.  


Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Ao aproximar-se a festa de Pentecostes, quando celebramos a vinda do Santo Espírito, a Igreja nos lê a oração sacerdotal de Jesus, em João capítulo 17. Na última ceia, com os discípulos, Jesus ora por nós. Ontem, ficamos encantados como ele pediu ao Pai que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do mal. Hoje, ele fez um pedido ainda mais especial: ‘que todos sejamos um’, isto é, que vivamos em perfeita unidade.

O que será essa ‘unidade’ que Jesus está pedindo ao Pai para nós? O que podemos pensar de ‘unidade’, nós um povo marcado por tanta divisão, nós mesmos tão egoístas e interesseiros, com tanta gente desencantada pelo desamor e até pela traição?! A gente fala de unidade, mas nem sabe mesmo o que realmente seja, nem acredita que realmente ela possa existir entre nós.

Jesus pediu ao Pai que nós sejamos um, como ele e o Pai são um, isto é, como eles estão identificados no amor. Olha como ele disse: “para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”.

Então, entre Jesus e o Pai existe essa unidade perfeita. A unidade é uma expressão do amor. Jesus, entre nós, manifestou o amor do Pai. Ele nos deu a conhecer quem é o Pai. O Pai amou o mundo e enviou Jesus. O que é de um é do outro. “O que é meu é teu e o que é teu é meu”. No dizer de Jesus, o Pai lhe deu suas palavras e a sua glória. Jesus ama o Pai e realiza, com todo amor, a sua vontade. Nada do que Jesus diz ou faz, o faz por sua conta, mas porque o Pai mandou fazer ou dizer. É tanta identificação, que, mesmo sendo duas pessoas, os dois são um, estão em perfeita unidade.

Essa unidade entre o Pai e Jesus é o modelo de unidade que ele está nos apresentando. É assim que devemos viver na comunidade, em unidade, como Jesus e o Pai. O mandamento que ele nos deu foi o amor fraterno - ‘amem-se uns aos outros’ - com um finalzinho muito, muito sério: ‘como eu amei vocês’. E como foi que Jesus nos amou? Dando-se por nós, entregando-se em nosso favor, tomando o nosso lugar na morte. Esse é o amor com que ele nos amou: ‘morrendo por nós’. Então, esse é o amor que devemos aos irmãos: acolher, ser solidário, compreender, perdoar, sacrificar-se pelos outros,... A unidade é uma expressão do nosso amor.

O que Jesus pediu ao Pai, então? Que ele nos ajude a amar; a permanecer nele, nos identificando com ele; a amar os irmãos, como ele nos amou. Jesus nos deu a glória do Pai, que é o seu amor, cuja máxima expressão é o dom do seu Espírito. É o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus, que nos forma como discípulos, com os mesmos sentimentos de Jesus. É o Espírito da verdade que nos conduz para a unidade perfeita entre nós e com o Pai e o Filho.





Guardando a mensagem

Jesus pediu para os que crerem nele o dom da unidade, sermos um, vivermos em perfeita unidade entre nós e com Deus. Não somente imitemos o Pai e o Filho, mas estejamos neles, na sua própria unidade. Isso é possível, particularmente, pelo grande dom do Espírito Santo, que nos faz filhos, unidos a Cristo. A unidade é possível, porque ela já existe entre Jesus e o Pai, no Espírito Santo. E nós fomos alcançados pelo amor de Deus manifestado em Jesus, por suas palavras e suas obras e, sobretudo, pelo dom de sua vida em nosso favor.

Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós estamos na Semana de Oração pela Unidade Cristã. Tu disseste, Senhor, que a unidade é a condição para que o mundo creia. Perdoa, Senhor, nossas faltas contra a unidade do teu rebanho, pelo pouco amor que demonstramos por tua Igreja e pela distância que alimentamos dos que creem em ti, mas pertencem a outras tradições cristãs. Pelo dom do teu Espírito, estamos unidos a ti, que nos amas de verdade. Por este mesmo dom, estamos unidos a todos os que creem em ti. Que o nosso amor, vivido nas comunidades cristãs e espalhado na sociedade, seja motivo de alegria e de glória para o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Se hoje, se apresentar uma ocasião, fale com respeito e amor de sua comunidade cristã. Com igual afeto, faça referências a outras denominações cristãs. A unidade começa no coração.

Comunicando

Nesta quinta-feira, dia eucarístico, celebramos a Santa Missa às 11 horas, rezando pelos sócios e ouvintes. Você já pode anotar sua intenção no Chat do Youtube. Acompanhe a Santa Missa presencialmente (no Recife), pelo Rádio ou pelo meu Canal no Youtube.

Em outubro, conduzo uma peregrinação aos Santuários Marianos em Portugal, Espanha, França e Itália, concluindo com o Jubileu Mariano, com o Papa Leão XIV, em Roma. Completamos já o grupo que parte do Recife. A novidade é que abrimos um novo grupo para essa peregrinação saindo, agora, de Guarulhos, São Paulo. Informações pelo whatsapp 81 9964-4899.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb  

A cadeira do Mestre.


   22 de Fevereiro de 2025  

Festa da Cátedra de São Pedro

   Evangelho.  


Mt 16,13-19

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

MEDITAÇÃO


Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16, 18)

Hoje, festejamos a Cátedra de São Pedro.

Bem no início do cristianismo, foram se formando comunidades por todo o império romano. Havia uma florescente comunidade em Roma também. Naquele tempo, as comunidades se reuniam nas casas. Na carta de Paulo aos romanos se fala de um casal que reunia a comunidade em sua casa: Áquila e Prisca (Rm 16). O apóstolo Pedro, estando em Roma, participava das reuniões da comunidade, pregava, celebrava na casa deste casal, a casa da comunidade. Havia, ali, uma cadeira reservada ao apóstolo Pedro. Mesmo que ele não estivesse presente, todos, ao ver aquela cadeira, se recordavam dele. Sentado nela, ele ensinava aos irmãos a fé em Cristo. Esta cadeira, hoje muito enfeitada, está em um dos altares da Basílica de São Pedro, no Vaticano. É a Cátedra de São Pedro. Cátedra é a cadeira de quem ensina, a cadeira do mestre. Olhando para a cadeira de Pedro, lembramos o seu ministério de ensinar e testemunhar a fé em Cristo Jesus.

É oportuno recordar, hoje, o que o Concílio Vaticano II escreveu na Constituição Lumen Gentium: “Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja tendo enviado os Apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai; e quis que os sucessores deles, os Bispos, fossem pastores na Sua Igreja até o fim dos tempos. Mas, para que o mesmo episcopado fosse uno e indiviso, colocou o bem-aventurado Pedro à frente dos outros Apóstolos e nele instituiu o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão” (37). A festa da Cátedra de Pedro celebra esse ministério de unidade de fé e comunhão do apóstolo Pedro.

No evangelho de hoje, Jesus fez uma pergunta muita séria aos discípulos: ‘E vocês, o que dizem que eu sou?’ Simão Pedro respondeu em nome do grupo: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus o elogiou: ‘foi o Pai que te disse isso. Feliz és tu!’ Quem é o Filho, só o Pai sabe e aquele a quem o Pai o revela.

O que Pedro disse resume a fé de todos os que encontraram Jesus e acolheram sua Palavra. Jesus é o enviado de Deus, o prometido a Israel, o Messias. Mais: esse enviado, o Messias, é o Filho do Deus vivo. É uma confissão de fé na divindade de Jesus, ele é Deus com o seu Pai. Jesus ficou muito satisfeito com essa resposta. É nessa fé que ele edifica a comunidade que dá continuidade ao seu ministério nesse mundo. “Sobre esta Pedra, construirei a minha Igreja. E o poder do inferno nunca poderá vencê-la”. A fé confessada por Pedro é a pedra sobre a qual Jesus edifica a Igreja. A pedra é também a pessoa de Pedro, o discípulo que confessou a fé em Jesus-Messias-filho de Deus.




Guardando a mensagem

Nos alicerces de nossa vida cristã, está essa confissão de fé: cremos em Jesus, o filho do Deus vivo, enviado pelo Pai para nossa salvação. Jesus edificou a sua Igreja sobre a rocha firme dessa fé confessada por Pedro (Catecismo da Igreja Católica 424). Hoje é um dia especial para renovarmos a confissão de fé em Jesus. Cremos em Cristo Jesus, e o seguimos como discípulos e discípulas. Somos chamados a colocar Cristo no centro de nossa vida. Ele é o nosso pastor, nosso guia. Cremos na Igreja que ele edificou sobre a fé de Pedro. Sejamos, cada vez mais, filhos amorosos e obedientes da Igreja.

Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
somos a tua Igreja fundada sobre a fé proclamada por Pedro. Dá a todos nós batizados nesta fé a graça da unidade. Abençoa os pastores que dirigem a tua Igreja, em continuidade histórica e doutrinária com os teus primeiros apóstolos, dando-lhes discernimento e sabedoria. Livra-nos de embarcar na atual onda de críticas e suspeitas contra nossos bispos e contra o Santo Padre. São forças reacionárias semeando desunião e divisão na tua Igreja. Abençoa o Papa Francisco e assiste-o com o teu Santo Espírito, nesta sagrada missão de conduzir todo o rebanho, na unidade da fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Faça, hoje, uma prece especial pelo Santo Padre que preside, na caridade, a Igreja de Cristo. Ele está sempre nos pedindo que rezemos por ele.

Comunicando

Depois do Retiro de Carnaval, vamos recomeçar a nossa Segunda Bíblica, o estudo semanal do livro santo. Neste ano, vamos estudar o Livro dos Atos dos Apóstolos. Seria muito bom você participar do nosso estudo, pelo Youtube.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Nossa vocação é a comunhão.



26 de maio de 2024

  Domingo da Santíssima Trindade.  


  Evangelho. 


Mt 28,16-20

Naquele tempo, 16os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado.
17Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram.
18Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. 19Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.
Vão e façam discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19)

  Meditação.  


Vão e façam discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19)

A nossa realidade é assim. Desunião dentro de casa. Gente brigada na comunidade. Polarização. Gente que não escuta, nem dialoga, fechado em seu próprio mundo. Mas, não estamos satisfeitos com isso. Sonhamos com algo bem diferente. Famílias, onde se vive amor e respeito. Comunidades inclusivas e solidárias. Um país no caminho da justiça e da fraternidade. Esse é o sonho que temos no coração.

Podemos pensar: temos um bom exemplo a seguir, a Santíssima Trindade. Eles são três pessoas, mas são um só Deus. Cada um tem a sua individualidade: um é o Pai; outro é o Filho; e o outro é o Espírito Santo. São três, cada um tem sua atuação, mas vivem na perfeita unidade. São um. Podemos nos inspirar nesse modelo para construir famílias e comunidades unidas e felizes.

Podemos pensar um pouco mais. Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Então, já está no nosso DNA a inclinação para a compreensão, a cooperação, a unidade. Por isso, ficamos tão desapontados com esse desencontro, essa concorrência, essa busca egoísta de felicidade que experimentamos todo dia, em nós, em nossas famílias, em nossas comunidades.

Pensando ainda melhor, podemos perceber uma realidade surpreendente. O Deus uno e trino, que habita no mais alto do céu, o Deus que adoramos não é apenas um belo modelo a ser imitado. Nós já vivemos mergulhados nele, na grande experiência do seu amor. O salmo oitavo exalta o ser humano e pergunta ao Altíssimo: “Senhor, que é o homem, para dele vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”. É que nos vemos rodeados de tanta atenção, de tanto carinho, participantes do seu poder e de sua glória. O Deus lá do alto fez morada cá entre nós. Nós nos sentimos, como Pedro, Tiago e João na transfiguração de Jesus, no Monte: envolvidos pela nuvem de sua presença e de sua glória.

Nas Escrituras Sagradas, brilha esse mistério da presença e do amor do Deus uno e trino em nossa vida e em nossa história. Deus se revelou e fez aliança com o povo de Israel. No Monte Sinai, Moisés dirigiu-se a Deus, o Pai, com esta linda prece: "Senhor, se é verdade que gozo do teu favor, peço-te, caminha conosco; embora este seja um povo de cabeça dura, perdoa nossas culpas e nossos pecados e acolhe-nos como propriedade tua" (Ex 34, 9). A presença do Santo Espírito, com o Pai e com o Filho, está bem clara na saudação do apóstolo Paulo, em seus escritos : "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês" (2 Cor 13, 13). O Filho veio para restaurar a nossa comunhão com Deus. "Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele" (Jo 3, 17). Deus nos deu o que ele tinha de mais precioso, mais dele, deu de si mesmo. Ele nos deu o seu Filho para sermos libertados da condenação merecida pelo nosso pecado, para sermos salvos.

Já estamos mergulhados na Trindade. Como disse Paulo, em sua pregação em Atenas: “nele vivemos, nos movemos e somos” (At 17). Fomos inseridos na comunhão com o Pai, pela reconciliação que Cristo, o Filho, nos alcançou em sua cruz. O Santo Espírito foi derramado sobre nós como água viva, nos comunicando a graça da filiação divina. E não nos esqueçamos que fomos criados por Deus, na maravilhosa atuação do Pai, criados à sua imagem e semelhança. Já estamos mergulhados no mistério do Deus uno e trino que contemplamos, tentando imitá-lo em nossa vida de família e de comunidade.

Guardando a mensagem

Construir comunidades de amor, onde as individualidades sejam respeitadas, onde se dialogue nas diferenças e se reencontre no perdão, não é algo utópico. Dá pra gente fazer. Mesmo com nossa fraqueza, dá pra gente construir famílias mais felizes e comunidades mais acolhedoras. A comunhão é coisa da nossa própria natureza espiritual, nós que agora somos irmãos no Senhor, membros do seu único corpo, filhos e filhas do mesmo e eterno Pai, habitados todos pelo único Espírito. Então, cuidemos de ser mais amorosos dentro de casa, com nossos pais, com nossos irmãos e parentes; mais gentis e generosos com quem encontrarmos; mais gratos e apaixonados pela mãe Igreja, que nos gerou como filhos para Deus e, permanentemente, nos alimenta com o pão da Palavra e da Eucaristia.

Vão e façam discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a experiência que temos, no dia-a-dia, termina nos fazendo descrentes do grande sonho da fraternidade que está no nosso coração. Nosso estilo de vida nos leva a tratar os outros com segundos interesses ou nos afastar deles tomando-os como inimigos, adversários, concorrentes. Assim vamos perdendo a confiança e o respeito pelos outros e destruindo as boas chances de aproximação, cooperação, amizade. Repetimos esse mesmo esquema dentro de casa, na Igreja também. Daqui a pouco não nos sentiremos mais filhos amados, mas críticos amargos de tudo e de todos. Ah, Senhor, esse domingo da Santíssima Trindade nos ajuda a dar um freio nisso. Não somente Deus é maravilhosamente uno e trino, uma comunidade de amor, que podemos imitar. Mas, por graça, estamos inseridos nessa comunidade de amor. Somos filhos. Somos irmãos. Somos amados. Estamos em comunhão. Que o teu Santo Espírito nos ajude a viver esse amor em casa, na rua, na igreja, no trabalho, na sociedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quando, hoje, for fazer o sinal da cruz, faça-o devagar e pensando como o mistério do Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo nos abraça.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Que todos sejam UM.




16 de maio de 2024

   Quinta-feira da 7ª Semana da Páscoa.   

     Evangelho.    


Jo 17,20-26

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste.
26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”

     Meditação.    


Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Ao aproximar-se a festa de Pentecostes, quando celebramos a vinda do Santo Espírito, a Igreja nos lê a oração sacerdotal de Jesus, em João capítulo 17. Na última ceia, com os discípulos, Jesus ora por nós. Ontem, ficamos encantados como ele pediu ao Pai que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do mal. Hoje, ele fez um pedido ainda mais especial: ‘que todos sejamos um’, isto é, que vivamos em perfeita unidade.

O que será essa ‘unidade’ que Jesus está pedindo ao Pai para nós? O que podemos pensar de ‘unidade’, nós um povo marcado por tanta divisão, nós mesmos tão egoístas e interesseiros, com tanta gente desencantada pelo desamor e até pela traição. A gente fala de unidade, mas nem sabe mesmo o que realmente seja, nem acredita que realmente ela possa existir entre nós.

Jesus pediu ao Pai que nós sejamos um, como ele e o Pai são um, isto é, como eles estão identificados no amor. Olha como ele disse: “para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”.

Então, entre Jesus e o Pai existe essa unidade perfeita. A unidade é uma expressão do amor. Jesus, entre nós, manifestou o amor do Pai. Ele nos deu a conhecer quem é o Pai. O Pai amou o mundo e enviou Jesus. O que é de um é do outro. “O que é meu é teu e o que é teu é meu”. No dizer de Jesus, o Pai lhe deu suas palavras e a sua glória. Jesus ama o Pai e realiza, com todo amor, a sua vontade. Nada do que Jesus diz ou faz, o faz por sua conta, mas porque o Pai mandou fazer ou dizer. É tanta identificação, que, mesmo sendo duas pessoas, os dois são um, estão em perfeita unidade.

Essa unidade entre o Pai e Jesus é o modelo de unidade que ele está nos apresentando. É assim que devemos viver na comunidade, em unidade, como Jesus e o Pai. O mandamento que ele nos deu foi o amor fraterno - ‘amem-se uns aos outros’ - com um finalzinho muito, muito sério: ‘como eu amei vocês’. E como foi que Jesus nos amou? Dando-se por nós, entregando-se em nosso favor, tomando o nosso lugar na morte. Esse é o amor com que ele nos amou: ‘morrendo por nós’. Então, esse é o amor que devemos aos irmãos: acolher, ser solidário, compreender, perdoar, sacrificar-se pelos outros,... A unidade é uma expressão do nosso amor.

O que Jesus pediu ao Pai, então? Que ele nos ajude a amar; a permanecer nele, nos identificando com ele; a amar os irmãos, como ele nos amou. Jesus nos deu a glória do Pai, que é o seu amor, cuja máxima expressão é o dom do seu Espírito. É o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus, que nos forma como discípulos, com os mesmos sentimentos de Jesus. É o Espírito da verdade que nos conduz para a unidade perfeita entre nós e com o Pai e o Filho.




Guardando a mensagem

Jesus pediu para os que crerem nele o dom da unidade, sermos um, vivermos em perfeita unidade entre nós e com Deus. Não somente imitemos o Pai e o Filho, mas estejamos neles, na sua própria unidade. Isso é possível, particularmente, pelo grande dom do Espírito Santo, que nos faz filhos, unidos a Cristo. A unidade é possível, porque ela já existe entre Jesus e o Pai, no Espírito Santo. E nós fomos alcançados pelo amor de Deus manifestado em Jesus, por suas palavras e suas obras e, sobretudo, pelo dom de sua vida em nosso favor.

Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós estamos na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Tu disseste, Senhor, que a unidade é a condição para que o mundo creia. Perdoa, Senhor, nossas faltas contra a unidade do teu rebanho, pelo pouco amor que demonstramos por tua Igreja e pela distância que alimentamos dos que creem em ti, mas pertencem a outras tradições cristãs. Pelo dom do teu Espírito, estamos unidos a ti, que nos amas de verdade. Por este mesmo dom, estamos unidos a todos os que creem em ti. Que o nosso amor, vivido nas comunidades cristãs e espalhado na sociedade, seja motivo de alegria e de glória para o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Novena de Nossa Senhora Auxiliadora

Estamos no segundo dia da novena de Nossa Senhora Auxiliadora. O tema de hoje é "Com Maria, sejamos discípulos da Palavra". 

O Papa Bento XVI escreveu: “Maria vive da Palavra de Deus, é inundada pela Palavra do Senhor. E este estar imersa na Palavra de Deus, este ser totalmente familiar com a Palavra do Senhor, dá-lhe também a luz interior da sabedoria. Vemos isso no seu hino "Magnificat" (A minha alma engrandece o Senhor).

Saudemos a Virgem Auxiliadora neste segundo dia da novena:
 
Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja, Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos, Tu, terrível como exército ordenado em batalha, Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo: nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Assim seja.
Nossa Senhora Auxiliadora, rogai por nós. 

Escreva sua cartinha a N. Senhora e mande-a pelo WhatsApp 81 3224-9284.  Nós a levaremos ao Santuário Basílica de N. Senhora Auxiliadora de Jaboatão, na peregrinação do próximo dia 24. 

24 de maio – na casa da mãe!

Comunicando

Nesta quinta-feira, dia eucarístico, celebramos a Santa Missa às 11 horas, rezando pelos sócios e ouvintes. Inclua a sua intenção pelo formulário ou pelo WhatsApp 81 3224-9284. Acompanhe a Santa Missa pela Rádio Amanhecer ou pelo meu Canal no Youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

A cadeira do mestre.


   22 de Fevereiro de 2024.  

Festa da Cátedra de São Pedro

   Evangelho.  


Mt 16,13-19

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

MEDITAÇÃO


Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16, 18)

Hoje, festejamos a Cátedra de São Pedro.

Bem no início do cristianismo, foram se formando comunidades por todo o império romano. Havia uma florescente comunidade em Roma também. Naquele tempo, as comunidades se reuniam nas casas. Na carta de Paulo aos romanos se fala de um casal que reunia a comunidade em sua casa: Áquila e Prisca (Rm 16). O apóstolo Pedro, estando em Roma, participava das reuniões da comunidade, pregava, celebrava na casa deste casal, a casa da comunidade. Havia, ali, uma cadeira reservada ao apóstolo Pedro. Mesmo que ele não estivesse presente, todos, ao ver aquela cadeira, se recordavam dele. Sentado nela, ele ensinava aos irmãos a fé em Cristo. Esta cadeira, hoje muito enfeitada, está em um dos altares da Basílica de São Pedro, no Vaticano. É a Cátedra de São Pedro. Cátedra é a cadeira de quem ensina, a cadeira do mestre. Olhando para a cadeira de Pedro, lembramos o seu ministério de ensinar e testemunhar a fé em Cristo Jesus.

É oportuno recordar, hoje, o que o Concílio Vaticano II escreveu na Constituição Lumen Gentium: “Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja tendo enviado os Apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai; e quis que os sucessores deles, os Bispos, fossem pastores na Sua Igreja até o fim dos tempos. Mas, para que o mesmo episcopado fosse uno e indiviso, colocou o bem-aventurado Pedro à frente dos outros Apóstolos e nele instituiu o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão” (37). A festa da Cátedra de Pedro celebra esse ministério de unidade de fé e comunhão do apóstolo Pedro.

No evangelho de hoje, Jesus fez uma pergunta muita séria aos discípulos: ‘E vocês, o que dizem que eu sou?’ Simão Pedro respondeu em nome do grupo: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus o elogiou: ‘foi o Pai que te disse isso. Feliz és tu!’ Quem é o Filho, só o Pai sabe e aquele a quem o Pai o revela.

O que Pedro disse resume a fé de todos os que encontraram Jesus e acolheram sua Palavra. Jesus é o enviado de Deus, o prometido a Israel, o Messias. Mais: esse enviado, o Messias, é o Filho do Deus vivo. É uma confissão de fé na divindade de Jesus, ele é Deus com o seu Pai. Jesus ficou muito satisfeito com essa resposta. É nessa fé que ele edifica a comunidade que dá continuidade ao seu ministério nesse mundo. “Sobre esta Pedra, construirei a minha Igreja. E o poder do inferno nunca poderá vencê-la”. A fé confessada por Pedro é a pedra sobre a qual Jesus edifica a Igreja. A pedra é também a pessoa de Pedro, o discípulo que confessou a fé em Jesus-Messias-filho de Deus.




Guardando a mensagem

Nos alicerces de nossa vida cristã, está essa confissão de fé: cremos em Jesus, o filho do Deus vivo, enviado pelo Pai para nossa salvação. Jesus edificou a sua Igreja sobre a rocha firme dessa fé confessada por Pedro (Catecismo da Igreja Católica 424). Hoje é um dia especial para renovarmos a confissão de fé em Jesus. Cremos em Cristo Jesus, e o seguimos como discípulos e discípulas. Somos chamados a colocar Cristo no centro de nossa vida. Ele é o nosso pastor, nosso guia. Cremos na Igreja que ele edificou sobre a fé de Pedro. Sejamos, cada vez mais, filhos amorosos e obedientes da Igreja.

Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
somos a tua Igreja fundada sobre a fé proclamada por Pedro. Dá a todos nós batizados nesta fé a graça da unidade. Abençoa os pastores que dirigem a tua Igreja, em continuidade histórica e doutrinária com os teus primeiros apóstolos, dando-lhes discernimento e sabedoria. Livra-nos de embarcar na atual onda de críticas e suspeitas contra nossos bispos e contra o Santo Padre. São forças reacionárias semeando desunião e divisão na tua Igreja. Abençoa o Papa Francisco e assiste-o com o teu Santo Espírito, nesta sagrada missão de conduzir todo o rebanho, na unidade da fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Faça, hoje, uma prece especial pelo Santo Padre que preside, na caridade, a Igreja de Cristo. Ele está sempre nos pedindo que rezemos por ele.

Comunicando

Como toda quinta-feira, temos hoje a Santa Missa, às 11 horas. Deixe sua intenção no formulário.

Lembre de providenciar sua participação no Show que farei no Teatro Boa Vista, no Recife, no próximo domingo, às quatro da tarde. Você pode estar conosco presencialmente ou acompanhar por um acesso exclusivo a partir de sua casa. Faça contato pelo nosso WhatsApp: 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A unidade, o sonho que temos no coração

 



   04 de junho de 2023.  

Domingo da Solenidade da Santíssima Trindade


     Evangelho.    


Jo 3,16-18

16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.


     Meditação    


Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo 3, 16)

A nossa realidade é assim. Desunião dentro de casa. Gente brigada na comunidade. Um país polarizado. Gente que não escuta, nem dialoga, só correndo atrás do seu interesse. Mas, não estamos satisfeitos com isso. Sonhamos com algo bem diferente. Famílias, onde se vive amor e respeito. Comunidades inclusivas e solidárias. Um país no caminho da justiça e da fraternidade. Esse é o sonho que temos no coração.

Podemos pensar: temos um bom exemplo a seguir, a Santíssima Trindade. Eles são três pessoas, mas são um só Deus. Cada um tem a sua individualidade: um é o Pai; outro é o Filho; e o outro é o Espírito Santo. São três, cada um tem sua atuação, mas vivem na perfeita unidade. São um. Podemos nos inspirar nesse modelo para construir famílias e comunidades unidas e felizes.

Podemos pensar um pouco mais. Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Então, já está no nosso DNA a inclinação para a compreensão, a cooperação, a unidade. Por isso, ficamos tão desapontados com esse desencontro, essa concorrência, essa busca egoísta de felicidade que experimentamos todo dia, em nós, em nossas famílias, em nossas comunidades.

Pensando ainda melhor, podemos perceber uma realidade surpreendente. O Deus uno e trino, que habita no mais alto do céu, o Deus que adoramos não é apenas um belo modelo a ser imitado. Nós já vivemos mergulhados nele, na grande experiência do seu amor. O salmo oitavo exalta o ser humano e pergunta ao Altíssimo: “Senhor, que é o homem, para dele vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”. É que nos vemos rodeados de tanta atenção, de tanto carinho, participantes do seu poder e de sua glória. O Deus lá do alto fez morada cá entre nós. Nós nos sentimos, como Pedro, Tiago e João na transfiguração de Jesus, no Monte: envolvidos pela nuvem de sua presença e de sua glória.

Nas Escrituras Sagradas, brilha esse mistério da presença e do amor do Deus uno e trino em nossa vida e em nossa história. Deus se revelou e fez aliança com o povo de Israel. No Monte Sinai, Moisés dirigiu-se a Deus, o Pai, com esta linda prece: "Senhor, se é verdade que gozo do teu favor, peço-te, caminha conosco; embora este seja um povo de cabeça dura, perdoa nossas culpas e nossos pecados e acolhe-nos como propriedade tua" (Ex 34, 9). A presença do Santo Espírito, com o Pai e com o Filho, está bem clara na saudação do apóstolo Paulo, em seus escritos : "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês" (2 Cor 13, 13). O Filho veio para restaurar a nossa comunhão com Deus. "Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele" (Jo 3, 17). Deus nos deu o que ele tinha de mais precioso, deu de si mesmo. Ele nos deu o seu Filho para sermos libertados da condenação merecida pelo nosso pecado, para sermos salvos.

Já estamos mergulhados na Trindade. Como disse Paulo, em sua pregação em Atenas: “nele vivemos, nos movemos e somos” (At 17). Fomos inseridos na comunhão com o Pai, pela reconciliação que Cristo, o Filho, nos alcançou em sua cruz. O Santo Espírito foi derramado sobre nós como água viva, nos comunicando a graça da filiação divina. E não nos esqueçamos que fomos criados por Deus, na maravilhosa atuação do Pai, criados à sua imagem e semelhança. Já estamos mergulhados no mistério do Deus uno e trino que contemplamos, tentando imitá-lo em nossa vida de família e de comunidade.


Guardando a mensagem

Construir comunidades de amor, onde as individualidades sejam respeitadas, onde se dialogue nas diferenças e se reencontre no perdão, não é algo utópico. Dá pra gente fazer. Mesmo com nossa fraqueza, dá pra gente construir famílias mais felizes e comunidades mais acolhedoras. A comunhão é coisa da nossa própria natureza espiritual, nós que agora somos irmãos no Senhor, membros do seu único corpo, filhos e filhas do mesmo e eterno Pai, habitados todos pelo único Espírito. Então, cuidemos de ser mais amorosos dentro de casa, com nossos pais, com nossos irmãos e parentes; mais gentis e generosos com quem encontrarmos; mais gratos e apaixonados pela mãe Igreja, que nos gerou como filhos para Deus e, permanentemente, nos alimenta com o pão da Palavra e da Eucaristia.

Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo 3, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a experiência que temos, no dia-a-dia, termina nos fazendo descrentes do grande sonho da fraternidade que está no nosso coração. Nosso estilo de vida nos leva a tratar os outros com segundos interesses ou nos afastar deles tomando-os como inimigos, adversários, concorrentes. Assim vamos perdendo a confiança e o respeito pelos outros e destruindo as boas chances de aproximação, cooperação, amizade. Repetimos esse mesmo esquema dentro de casa, na Igreja também. Daqui a pouco não nos sentiremos mais filhos amados, mas críticos amargos de tudo e de todos. Ah, Senhor, esse domingo da Santíssima Trindade nos ajuda a dar um freio nisso. Não somente Deus é maravilhosamente uno e trino, uma comunidade de amor, que podemos imitar. Mas, por graça, estamos inseridos nessa comunidade de amor. Somos filhos. Somos irmãos. Somos amados. Estamos em comunhão. Que o teu Santo Espírito nos ajude a viver esse amor em casa, na rua, na igreja, no trabalho, na sociedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quando, hoje, for fazer o sinal da cruz, faça-o devagar e pensando como o mistério do Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo nos abraça.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A unidade começa no coração.


25 de maio de 2023

   Quinta-feira da 5ª Semana da Páscoa.   


     Evangelho.    


Jo 17,20-26

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste.
26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”

     Meditação.    


Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Ao aproximar-se a festa de Pentecostes, quando celebramos a vinda do Santo Espírito, a Igreja nos lê a oração sacerdotal de Jesus, em João capítulo 17. Na última ceia, com os discípulos, Jesus ora por nós. Ontem, ficamos encantados como ele pediu ao Pai que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do mal. Hoje, ele fez um pedido ainda mais especial: ‘que todos sejamos um’, isto é, que vivamos em perfeita unidade.

O que será essa ‘unidade’ que Jesus está pedindo ao Pai para nós? O que podemos pensar de ‘unidade’, nós um povo marcado por tanta divisão, nós mesmos tão egoístas e interesseiros, com tanta gente desencantada pelo desamor e até pela traição. A gente fala de unidade, mas nem sabe mesmo o que realmente seja, nem acredita que realmente ela possa existir entre nós.

Jesus pediu ao Pai que nós sejamos um, como ele e o Pai são um, isto é, como eles estão identificados no amor. Olha como ele disse: “para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”.

Então, entre Jesus e o Pai existe essa unidade perfeita. A unidade é uma expressão do amor. Jesus, entre nós, manifestou o amor do Pai. Ele nos deu a conhecer quem é o Pai. O Pai amou o mundo e enviou Jesus. O que é de um é do outro. “O que é meu é teu e o que é teu é meu”. No dizer de Jesus, o Pai lhe deu suas palavras e a sua glória. Jesus ama o Pai e realiza, com todo amor, a sua vontade. Nada do que Jesus diz ou faz, o faz por sua conta, mas porque o Pai mandou fazer ou dizer. É tanta identificação, que, mesmo sendo duas pessoas, os dois são um, estão em perfeita unidade.

Essa unidade entre o Pai e Jesus é o modelo de unidade que ele está nos apresentando. É assim que devemos viver na comunidade, em unidade, como Jesus e o Pai. O mandamento que ele nos deu foi o amor fraterno - ‘amem-se uns aos outros’ - com um finalzinho muito, muito sério: ‘como eu amei vocês’. E como foi que Jesus nos amou? Dando-se por nós, entregando-se em nosso favor, tomando o nosso lugar na morte. Esse é o amor com que ele nos amou: ‘morrendo por nós’. Então, esse é o amor que devemos aos irmãos: acolher, ser solidário, compreender, perdoar, sacrificar-se pelos outros,... A unidade é uma expressão do nosso amor.

O que Jesus pediu ao Pai, então? Que ele nos ajude a amar; a permanecer nele, nos identificando com ele; a amar os irmãos, como ele nos amou. Jesus nos deu a glória do Pai, que é o seu amor, cuja máxima expressão é o dom do seu Espírito. É o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus, que nos forma como discípulos, com os mesmos sentimentos de Jesus. É o Espírito da verdade que nos conduz para a unidade perfeita entre nós e com o Pai e o Filho.



Guardando a mensagem

Jesus pediu para os que crerem nele o dom da unidade, sermos um, vivermos em perfeita unidade entre nós e com Deus. Não somente imitemos o Pai e o Filho, mas estejamos neles, na sua própria unidade. Isso é possível, particularmente, pelo grande dom do Espírito Santo, que nos faz filhos, unidos a Cristo. A unidade é possível, porque ela já existe entre Jesus e o Pai, no Espírito Santo. E nós fomos alcançados pelo amor de Deus manifestado em Jesus, por suas palavras e suas obras e, sobretudo, pelo dom de sua vida em nosso favor.

Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós estamos na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Tu disseste, Senhor, que a unidade é a condição para que o mundo creia. Perdoa, Senhor, nossas faltas contra a unidade do teu rebanho, pelo pouco amor que demonstramos por tua Igreja e pela distância que alimentamos dos que creem em ti, mas pertencem a outras tradições cristãs. Pelo dom do teu Espírito, estamos unidos a ti, que nos amas de verdade. Por este mesmo dom, estamos unidos a todos os que creem em ti. Que o nosso amor, vivido nas comunidades cristãs e espalhado na sociedade, seja motivo de alegria e de glória para o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Se hoje, se apresentar uma ocasião, fale com respeito e amor de sua comunidade cristã. Com igual afeto, faça referências a outras denominações cristãs. A unidade começa no coração.

Comunicando

A área metropolitana do Recife amanheceu, ontem, sob fortes chuvas, com alagamentos, aulas suspensas e vias interditadas. Por essa razão, a peregrinação ao Santuário de N. Sra. Auxiliadora, em Jaboatão, teve que ser adiada. Mas, já foi marcada uma nova data. A peregrinação vai acontecer no dia 31 de maio, no encerramento do mês mariano.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

A UNIDADE COMEÇA NO CORAÇÃO


02 de junho de 2022

Sétima Semana da Páscoa


EVANGELHO


Jo 17,20-26

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste.
26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”

MEDITAÇÃO


Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Ao aproximar-se a festa de Pentecostes, quando celebramos a vinda do Santo Espírito, a Igreja nos lê a oração sacerdotal de Jesus, em João capítulo 17. Na última ceia, com os discípulos, Jesus ora por nós. Ontem, ficamos encantados como ele pediu ao Pai que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do mal. Hoje, ele fez um pedido ainda mais especial: ‘que todos sejamos um’, isto é, que vivamos em perfeita unidade.

O que será essa ‘unidade’ que Jesus está pedindo ao Pai para nós? O que podemos pensar de ‘unidade’, nós um povo marcado por tanta divisão, nós mesmos tão egoístas e interesseiros, com tanta gente desencantada pelo desamor e até pela traição. A gente fala de unidade, mas nem sabe mesmo o que realmente seja, nem acredita que realmente ela possa existir entre nós.

Jesus pediu ao Pai que nós sejamos um, como ele e o Pai são um, isto é, como eles estão identificados no amor. Olha como ele disse: “para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”.

Então, entre Jesus e o Pai existe essa unidade perfeita. A unidade é uma expressão do amor. Jesus, entre nós, manifestou o amor do Pai. Ele nos deu a conhecer quem é o Pai. O Pai amou o mundo e enviou Jesus. O que é de um é do outro. “O que é meu é teu e o que é teu é meu”. No dizer de Jesus, o Pai lhe deu suas palavras e a sua glória. Jesus ama o Pai e realiza com todo amor a sua vontade. Nada do que Jesus diz ou faz, o faz por sua conta, mas porque o Pai mandou fazer ou dizer. É tanta identificação, que, mesmo sendo duas pessoas, os dois são um, estão em perfeita unidade.

Essa unidade entre o Pai e Jesus é o modelo de unidade que ele está nos apresentando. É assim que devemos viver na comunidade, em unidade, como Jesus e o Pai. O mandamento que ele nos deu foi o amor fraterno - ‘amem-se uns aos outros’ - com um finalzinho muito, muito sério: ‘como eu amei vocês’. E como foi que Jesus nos amou? Dando-se por nós, entregando-se em nosso favor, tomando o nosso lugar na morte. Esse é o amor com que ele nos amou: ‘morrendo por nós’. Então, esse é o amor que devemos aos irmãos: acolher, ser solidário, compreender, perdoar, sacrificar-se pelos outros,... A unidade é uma expressão do nosso amor.

O que Jesus pediu ao Pai, então? Que ele nos ajude a amar; a permanecer nele, nos identificando com ele; a amar os irmãos, como ele nos amou. Jesus nos deu a glória do Pai, que é o seu amor, cuja máxima expressão é o dom do seu Espírito. É o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus, que nos forma como discípulos, com os mesmos sentimentos de Jesus. É o Espírito da verdade que nos conduz para a unidade perfeita entre nós e com o Pai e o Filho.


Guardando a mensagem

Jesus pediu para os que crerem nele o dom da unidade, sermos um, vivermos em perfeita unidade entre nós e com Deus. Não somente imitemos o Pai e o Filho, mas estejamos neles, na sua própria unidade. Isso é possível, particularmente, pelo grande dom do Espírito Santo, que nos faz filhos, unidos a Cristo. A unidade é possível, porque ela já existe entre Jesus e o Pai, no Espírito Santo. E nós fomos alcançados pelo amor de Deus manifestado em Jesus, por suas palavras e suas obras e, sobretudo, pelo dom de sua vida em nosso favor.

Eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um (Jo 17,22)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós estamos na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Tu disseste, Senhor, que a unidade é a condição para que o mundo creia. Perdoa, Senhor, nossas faltas contra a unidade do teu rebanho, pelo pouco amor que demonstramos por tua Igreja e pela distância que alimentamos dos que creem em ti, mas pertencem a outras tradições cristãs. Pelo dom do teu Espírito, estamos unidos a ti, que nos amas de verdade. Por este mesmo dom, estamos unidos a todos os que creem em ti. Que o nosso amor, vivido nas comunidades cristãs e espalhado na sociedade, seja motivo de alegria e de glória para o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Se hoje, se apresentar uma ocasião, fale com respeito e amor de sua comunidade cristã. Com igual afeto, faça referências a outras denominações cristãs. A unidade começa no coração.

Comunicando

Hoje é dia da Missa das 11 horas. Você pode acompanhar pela Rádio Amanhecer, pelo Facebook, Youtube ou Instagram. É só procurar Padre João Carlos.E junto com o texto da Meditação, eu vou deixar o formulário pra você colocar sua intenção para a Missa. É só clicar no link.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

DEUS, UNIDADE E COMUNHÃO




30 de maio de 2021,
Domingo da Santíssima Trindade

EVANGELHO


Mt 28,16-20

Naquele tempo, 16os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado.
17Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram.
18Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. 19Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.
Vão e façam discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19)

MEDITAÇÃO

Vão e façam discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19)

A nossa realidade é assim. Desunião dentro de casa. Gente brigada na comunidade. Um país polarizado. Gente que não escuta, nem dialoga, só correndo atrás do seu interesse. Mas, não estamos satisfeitos com isso. Sonhamos com algo bem diferente. Famílias, onde se vive amor e respeito. Comunidades inclusivas e solidárias. Um país no caminho da justiça e da fraternidade. Esse é o sonho que temos no coração.

Podemos pensar: temos um bom exemplo a seguir, a Santíssima Trindade. Eles são três pessoas, mas são um só Deus. Cada um tem a sua individualidade: um é o Pai; outro é o Filho; e o outro é o Espírito Santo. São três, cada um tem sua atuação, mas vivem na perfeita unidade. São um. Podemos nos inspirar nesse modelo para construir famílias e comunidades unidas e felizes.

Podemos pensar um pouco mais. Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Então, já está no nosso DNA a inclinação para a compreensão, a cooperação, a unidade. Por isso, ficamos tão desapontados com esse desencontro, essa concorrência, essa busca egoísta de felicidade que experimentamos todo dia, em nós, em nossas famílias, em nossas comunidades.

Pensando ainda melhor, podemos perceber uma realidade surpreendente. O Deus uno e trino, que habita no mais alto do céu, o Deus que adoramos não é apenas um belo modelo a ser imitado. Nós já vivemos mergulhados nele, na grande experiência do seu amor. O salmo oitavo exalta o ser humano e pergunta ao Altíssimo: “Senhor, que é o homem, para dele vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”. É que nos vemos rodeados de tanta atenção, de tanto carinho, participantes do seu poder e de sua glória. O Deus lá do alto fez morada cá entre nós. Nós nos sentimos, como Pedro, Tiago e João na transfiguração de Jesus, no Monte: envolvidos pela nuvem de sua presença e de sua glória.

Nas Escrituras Sagradas, brilha esse mistério da presença e do amor do Deus uno e trino em nossa vida e em nossa história. Deus se revelou e fez aliança com o povo de Israel. No Monte Sinai, Moisés dirigiu-se a Deus, o Pai, com esta linda prece: "Senhor, se é verdade que gozo do teu favor, peço-te, caminha conosco; embora este seja um povo de cabeça dura, perdoa nossas culpas e nossos pecados e acolhe-nos como propriedade tua" (Ex 34, 9). A presença do Santo Espírito, com o Pai e com o Filho, está bem clara na saudação do apóstolo Paulo, em seus escritos : "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês" (2 Cor 13, 13). O Filho veio para restaurar a nossa comunhão com Deus. "Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele" (Jo 3, 17). Deus nos deu o que ele tinha de mais precioso, mais dele, deu de si mesmo. Ele nos deu o seu Filho para sermos libertados da condenação merecida pelo nosso pecado, para sermos salvos.

Já estamos mergulhados na Trindade. Como disse Paulo, em sua pregação em Atenas: “nele vivemos, nos movemos e somos” (At 17). Fomos inseridos na comunhão com o Pai, pela reconciliação que Cristo, o Filho, nos alcançou em sua cruz. O Santo Espírito foi derramado sobre nós como água viva, nos comunicando a graça da filiação divina. E não nos esqueçamos que fomos criados por Deus, na maravilhosa atuação do Pai, criados à sua imagem e semelhança. Já estamos mergulhados no mistério do Deus uno e trino que contemplamos, tentando imitá-lo em nossa vida de família e de comunidade.

Guardando a mensagem

Construir comunidades de amor, onde as individualidades sejam respeitadas, onde se dialogue nas diferenças e se reencontre no perdão, não é algo utópico. Dá pra gente fazer. Mesmo com nossa fraqueza, dá pra gente construir famílias mais felizes e comunidades mais acolhedoras. A comunhão é coisa da nossa própria natureza espiritual, nós que agora somos irmãos no Senhor, membros do seu único corpo, filhos e filhas do mesmo e eterno Pai, habitados todos pelo único Espírito. Então, cuidemos de ser mais amorosos dentro de casa, com nossos pais, com nossos irmãos e parentes; mais gentis e generosos com quem encontrarmos; mais gratos e apaixonados pela mãe Igreja, que nos gerou como filhos para Deus e, permanentemente, nos alimenta com o pão da Palavra e da Eucaristia.

Vão e façam discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
A experiência que temos, no dia-a-dia, termina nos fazendo descrentes do grande sonho da fraternidade que está no nosso coração. Nosso estilo de vida nos leva a tratar os outros com segundos interesses ou nos afastar deles tomando-os como inimigos, adversários, concorrentes. Assim vamos perdendo a confiança e o respeito pelos outros e destruindo as boas chances de aproximação, cooperação, amizade. Repetimos esse mesmo esquema dentro de casa, na Igreja também. Daqui a pouco não nos sentiremos mais filhos amados, mas críticos amargos de tudo e de todos. Ah, Senhor, esse domingo da Santíssima Trindade nos ajuda a dar um freio nisso. Não somente Deus é maravilhosamente uno e trino, uma comunidade de amor, que podemos imitar. Mas, por graça, estamos inseridos nessa comunidade de amor. Somos filhos. Somos irmãos. Somos amados. Estamos em comunhão. Que o teu Santo Espírito nos ajude a viver esse amor em casa, na rua, na igreja, no trabalho, na sociedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quando, hoje, for fazer o sinal da cruz, faça-o devagar e pensando como o mistério do Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito Santo nos abraça.

Liderando a oração do Terço Mariano, hoje, o Santuário de Nossa Senhora do Santo Rosário de Pompeia, na Itália. A intenção é pela Igreja. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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Os adversários de Jesus.

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