PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Mc 10
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Que frutos, Jesus espera colher em sua vida?

 


      02 de junho de 2023.  

Sexta-feira da 8ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.     


Mc 11,11-26

Tendo sido aclamado pela multidão, 11Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze.
12No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”. E os discípulos escutaram o que ele disse.
15Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões”. 18Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar urna maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. 19Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
20Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou”. 22Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ‘Levanta-te e atira-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, 26para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”.


     Meditação.     


De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)

Você já viu uma figueira? Muita gente nunca viu uma figueira, uma planta que dá figo. É um arbusto muito comum na terra de Jesus. E aparece muito na Bíblia. Adão e Eva cobriram sua nudez, costurando folhas de figueira. Zaqueu subiu numa figueira brava pra ver Jesus passar. Muitas vezes, a figueira representa o povo de Deus. No frio, a figueira perde todas as suas folhas, mas lá pelo mês de março, ela renasce e se prepara para dar figos, uma fruta gostosa, muito apreciada pelo povo da Bíblia.

No evangelho de hoje, Marcos capítulo 11, há um episódio em que Jesus estava indo ao Templo e encontrou, no caminho, um lindo pé de figueira, bonito mesmo, cheio de folhagens verdes. Ele estava com fome. Avistou de longe aquele arbusto bonitão e lhe veio aquela vontade de comer figo, chega lhe deu água na boca. Chegou perto, procurou, procurou, e nada. A figueira só tinha beleza, frutos não tinha. Jesus ficou bravo. Os discípulos escutaram ele dizer: “Também ninguém mais vai comer do teu fruto”.

Para entender bem essa passagem, é bom ver o contexto. Um dia antes, Jesus tinha entrado no Templo de Jerusalém e observado o que estava acontecendo por lá. Parece que ele não gostou do que viu. Ele foi dormir em Betânia, um lugar fora da cidade. E no dia seguinte, voltando para o Templo, ele encontrou essa figueira da história. Quando ele chegou no Templo (ai, ai, ai), o negócio foi sério. Expulsou os vendedores e os compradores do negócio de animais e do câmbio de moedas. A confusão foi grande. Denunciou ao povo, em alta voz, que tinham transformado a casa de oração em toca de ladrões. Os sumos-sacerdotes juraram acabar com ele.

Na manhã seguinte, eles passaram pela mesma estrada e ficaram espantados com o que viram. A figueira tinha secado. Pedro foi o primeiro a informar, surpreso: “Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou”.

Tenho certeza que, conhecendo esses pormenores do contexto, você já entendeu quem é essa figueira e porque ela secou. Dentro do contexto do evangelho de hoje, a figueira é o Templo. O Templo é essa monumental instituição, bela aos olhos dos peregrinos, que atrai tanta gente nas peregrinações, com tantos sacrifícios de animais oferecidos em culto a Deus... uma figueira coberta de belas folhas. Mas 'cadê' os frutos? Nada. Jesus repreendeu a figueira. E ela secou. Jesus repreendeu o Templo. E qual foi a sua sorte? Bom, 40 anos depois, foi destruído pelos romanos. Figueira sem fruto, reprovada na avaliação divina.

Mas, qual é a atualidade dessa cena evangélica, se o Templo de Jerusalém não existe mais? Bom, você pensou em alguma coisa, eu também, mas deixa pra lá. O Templo pode ser sua comunidade, pode ser a nossa obra, pode ser a sua pessoa também. Pode cobrir-se de folhas, enfeitar-se muito, mostrar-se como árvore frondosa, mas os frutos é que contam. Se não os tiver, nada feito.


Guardando a mensagem

A figueira coberta de folhas, no contexto do evangelho de hoje, é, em primeiro lugar, o Templo de Jerusalém. Jesus e os peregrinos o viam majestoso, com um afluxo invejável de peregrinos, movimentando muito dinheiro no negócio dos animais para o sacrifício, mas os frutos que dele se poderiam esperar não existiam. A figueira pode ser também a própria Igreja, a sua família, a minha vida. Importante são os frutos. Que frutos, Jesus espera encontrar em nossas vidas e em nossas instituições? Vamos a uma pequena lista: Conversão, comunhão com Deus, observância dos mandamentos, vivência da fraternidade, compromisso com a justiça e com a verdade, honestidade, fidelidade, solidariedade, participação na missão, atenção aos pobres e sofredores. Mas, a lista pode ser bem maior.

De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Deus fez uma aliança com o povo antigo. Mas, o povo se mostrou infiel em muitas ocasiões, rompendo a aliança. Como prometido, foste enviado e fizeste conosco a nova e eterna aliança, renovando os pactos já firmados no antigo testamento. Infelizmente, também podemos ser infiéis e romper a aliança firmada no teu sangue. Afastando-nos de ti e do teu evangelho, não damos frutos, como o ramo separado da videira. Dá-nos, Senhor, que com a assistência do teu Santo Espírito, frutifiquemos em obras de conversão, de amor solidário e na edificação de pessoas renovadas neste mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual (já está na hora de você ter o seu), faça uma lista dos frutos que Deus espera de você.

Comunicação

Ontem, fiz show na cidade de Lajedo, na abertura da trezena de Santo Antonio. Hoje, tem apresentação de especial com Padre João Carlos na Rede Vida, às 22 horas. Amanhã, faço show em Tiúma, na área metropolitana do Recife. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A FIGUEIRA SEM FIGOS


  28 de maio de 2021

EVANGELHO


Mc 11,11-26

Tendo sido aclamado pela multidão, 11Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze.
12No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”. E os discípulos escutaram o que ele disse.
15Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões”. 18Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar urna maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. 19Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
20Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou”. 22Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ‘Levanta-te e atira-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, 26para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”.

MEDITAÇÃO


De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)

Você já viu uma figueira? Muita gente nunca viu uma figueira, uma planta que dá figo. É um arbusto muito comum na terra de Jesus. E aparece muito na Bíblia. Adão e Eva cobriram sua nudez, costurando folhas de figueira. Zaqueu subiu numa figueira brava pra ver Jesus passar. Muitas vezes, a figueira representa o povo de Deus. No frio, a figueira perde todas as suas folhas, mas lá pelo mês de março, ela renasce e se prepara para dar figos, uma fruta gostosa, muito apreciada pelo povo da Bíblia.

No evangelho de hoje, Marcos capítulo 11, há um episódio em que Jesus estava indo ao Templo e encontrou, no caminho, um lindo pé de figueira, bonito mesmo, cheio de folhagens verdes. Ele estava com fome. Avistou de longe aquele arbusto bonitão e lhe veio aquela vontade de comer figo, chega lhe deu água na boca. Chegou perto, procurou, procurou, e nada. A figueira só tinha beleza, frutos não tinha. Jesus ficou bravo. Os discípulos escutaram ele dizer: “Também ninguém mais vai comer do teu fruto”.

Para entender bem essa passagem, é bom ver o contexto. Um dia antes, Jesus tinha entrado no Templo de Jerusalém e observado o que estava acontecendo por lá. Parece que ele não gostou do que viu. Ele foi dormir em Betânia, um lugar fora da cidade. E no dia seguinte, voltando para o Templo, ele encontrou essa figueira da história. Quando ele chegou no Templo (ai, ai, ai), o negócio foi sério. Expulsou os vendedores e os compradores do negócio de animais e do câmbio de moedas. A confusão foi grande. Denunciou ao povo, em alta voz, que tinham transformado a casa de oração em toca de ladrões. Os sumos-sacerdotes juraram acabar com ele.

Na manhã seguinte, eles passaram pela mesma estrada e ficaram espantados com o que viram. A figueira tinha secado. Pedro foi o primeiro a informar, surpreso: “Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou”.

Tenho certeza que, conhecendo esses pormenores do contexto, você já entendeu quem é essa figueira e porque ela secou. Dentro do contexto do evangelho de hoje, a figueira é o Templo. O Templo é essa monumental instituição, bela aos olhos dos peregrinos, que atrai tanta gente nas peregrinações, com tantos sacrifícios de animais oferecidos em culto a Deus... uma figueira coberta de belas folhas. Mas cadê os frutos? Nada. Jesus repreendeu a figueira. E ela secou. Jesus repreendeu o Templo. E qual foi a sua sorte? Bom, 40 anos depois, foi destruído pelos romanos. Figueira sem fruto, reprovada na avaliação divina.

Mas, qual é a atualidade dessa cena evangélica, se o Templo de Jerusalém não existe mais? Bom, você pensou em alguma coisa, eu também, mas deixa pra lá. O Templo pode ser sua comunidade, pode ser a nossa obra, pode ser a sua pessoa também. Pode cobrir-se de folhas, enfeitar-se muito, mostrar-se como árvore frondosa, mas os frutos é que contam. Se não os tiver, nada feito.

Guardando a mensagem

A figueira coberta de folhas, no contexto do evangelho de hoje, é, em primeiro lugar, o Templo de Jerusalém. Jesus e os peregrinos o viam majestoso, com um afluxo invejável de peregrinos, movimentando muito dinheiro no negócio dos animais para o sacrifício, mas os frutos que dele se podiam esperar não existiam. A figueira pode ser também a própria Igreja, a sua família, a minha vida. Importante são os frutos. Que frutos Jesus espera encontrar em nossas vidas e em nossas instituições? Vamos a uma pequena lista: Conversão, comunhão com Deus, observância dos mandamentos, vivência da fraternidade, compromisso com a justiça e com a verdade, honestidade, fidelidade, solidariedade, participação na missão, atenção aos pobres e sofredores. Mas, a lista pode ser bem maior.

De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Deus fez uma aliança com o povo antigo. Mas, ele se mostrou infiel em muitas ocasiões, rompendo a aliança. Como prometido, foste enviado e fizeste conosco a nova e eterna aliança, renovando os pactos já firmados no antigo testamento. Infelizmente, também podemos ser infiéis e romper a aliança firmada no teu sangue. Afastando-nos de ti e do teu evangelho, não damos frutos, como o ramo separado da videira. Dá-nos, Senhor, que com a assistência do teu Santo Espírito, frutifiquemos em obras de conversão, de amor solidário e na edificação de pessoas renovadas neste mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual (já está na hora de você ter o seu), desenhe uma figueira, um arbusto não muito grande ou cole uma figura, para lhe representar. Depois, faça uma lista dos frutos que Deus espera de você.

No Mutirão de Oração que toda a Igreja está fazendo pelo fim da pandemia, o Santuário que está liderando a oração do rosário é o de Nossa Senhora Negra de Altotting, na Alemanha. A intenção de hoje é pelo Papa, os bispos, presbíteros e diáconos.

Dia 05 de junho, estaremos juntos no Show online, festejando os 25 anos da AMA. Para comprar o seu ingresso, siga o link que lhe enviei segunda-feira.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A TENTAÇÃO DO PODER




26 de maio de 2021

EVANGELHO


Mc 10,32-45

Naquele tempo, 32os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com. medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: 33“Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. 34Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará”. 35Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre. queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36Ele perguntou: “Que quereis que eu vos faça?” 37Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” 38Jesus então lhes disse: ‘Vos não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” 39Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. 41Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; 44e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. 45Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos.”

MEDITAÇÃO


Entre vocês não deve ser assim (Mc 10, 42)

Olha o papelão que fizeram Tiago e João, apóstolos de Jesus. Caladinhos, falaram com Jesus para quando ele tomasse posse no seu reino, um deles se sentar à sua direita e o outro à sua esquerda. Serem comandantes, ao lado de Jesus. Eh, já estão contaminados pelo vírus do poder. Quando os colegas souberem disso, sei não, vai dar confusão.

Você pode até pensar: esse negócio de poder não tem nada a ver comigo. É um assunto para quem ocupa altos cargos na Igreja ou para os políticos de Brasília. É aí que você se engana. Todo mundo tem uma relação com o poder. Mesmo que não esteja em uma função de comando, está numa relação com quem comanda. E aí se mostra qual é a sua concepção de poder: o poder-prestígio ou o poder-serviço. O poder no mundo chega a ser um ídolo. Uns se fazem de deuses e outros de seus adoradores. Para cada mandão, há um séquito de pessoas subservientes, bajuladoras, infantilizadas e avessas ao diálogo e ao espírito comunitário.

Apesar do exemplo de Jesus, os seus colaboradores mais próximos, os apóstolos, estão também tentados pela sede de poder. E já começam a disputar cargos, posição, prestígio. Aqueles dois claramente pretendem uma posição privilegiada (um à direita e outro à esquerda) ao lado de Jesus e, claro, acima dos outros. E essa pretensão logo espalha um mal-estar na comunidade dos apóstolos. O poder como prestígio, irmão gêmeo do enriquecimento duvidoso, semeia logo a discórdia, a desunião, a inveja e a competição doentia. É que ele agride gravemente o espírito comunitário. Essa tentação do poder-prestígio é um perigo para um cristão, pois o faz renunciar ao que aprendeu no Evangelho: o amor solidário, o respeito pela dignidade do outro, o espírito de serviço.

Os discípulos têm diante de si o exemplo de Jesus e o modelo da própria sociedade. O mau exemplo vem dos fariseus, da turma do Templo, do próprio ambiente religioso. E nisso, é claro, imitam-se as disputas de poder da classe dominante, da corte de Herodes, do Sinédrio. Jesus, no jejum do deserto, tinha enfrentado essa tentação. O diabo tinha oferecido o poder sobre todos os reinos do mundo, se o adorasse. Jesus reagiu. Submeter-se só à vontade de Deus. Nada de aliança com o mal. O poder-prestígio é sustentado por alianças perigosas e concessões à falcatrua, à propina, à troca de favores.

O exemplo de Jesus é bem outro. Ele dá exemplo com sua vida, suas escolhas e deixou esse precioso ensinamento: eu não vim para ser servido, mas para servir. O exercício do poder em Jesus não afastava as pessoas e nem o isolava dos outros. Como Mestre no seu grupo de discípulos, puxava o diálogo, responsabilizava cada um e, para admiração de todos, lavou os seus pés como um empregado fazia. Servir - essa palavra deve marcar a vida de um cristão em cargos de liderança ou em postos de comando. Servir. Não ser servido. Colocar-se a serviço dos outros, do bem, da justiça, diferentemente do poder-prestígio que se serve dos outros, que busca o seu benefício pessoal, que quer ser o maior.

Guardando a mensagem

A tentação do poder-prestígio estava presente também no grupo dos discípulos de Jesus. Jesus exerceu o poder-serviço. E o ensinou claramente. Não veio para ser servido, mas para servir. E disse mais: Vejam como o poder é exercido na sociedade, percebam a opressão dos grandes. Entre vocês, não deve ser assim. Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos.

Entre vocês não deve ser assim (Mc 10, 42)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Somos a tua Igreja e nossa presença na sociedade precisa ser pautada pelo espírito de serviço. Animados por teu evangelho, queremos fomentar a fraternidade em nosso ambiente de trabalho, de convivência, em nossas famílias, pois, servir é a marca do cristão. Ajuda-nos, Senhor, a não ceder, na Igreja, à tentação do poder-prestígio do mundo. Antes, levemos para a sociedade nossa experiência de poder-serviço vivido na família e na comunidade cristã. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Vale, hoje, um exame de consciência sobre que tipo de liderança você exerce ou apoia: mais parecida com Jesus ou mais parecida com o espírito do mundo?

Dois convites para você. Amanhã, a Santa Missa das 11 horas (com transmissão pelo youtube e pelo facebook). E no dia 05 de junho, o Show online  dos 25 anos da AMA. Adquira o ingresso o quanto antes. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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