PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: João Batista
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O QUE VOCÊS FORAM VER?




16 de dezembro de 2021

EVANGELHO


Lc 7,24-30

24Depois que os mensageiros de João partiram, Jesus começou a falar sobre João às multidões: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25Que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que se vestem com roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. 26Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e alguém que é mais do que um profeta. 27É de João que está escrito: ‘Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o meu caminho diante de ti’. 28Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 29Todo o povo ouviu e até mesmo os cobradores de impostos reconheceram a justiça de Deus, e receberam o batismo de João. 30Mas os fariseus e os mestres da Lei, rejeitando o batismo de João, tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus”.

MEDITAÇÃO


O que vocês foram ver no deserto? (Lc 7, 24)

Jesus fez essa pergunta ao povo, aliás, insistiu três vezes nessa pergunta. O que vocês foram ver? Aquelas pessoas tinham ido ver João Batista, o jovem asceta que pregava a conversão e batizava no Rio Jordão. Foram atraídos por sua figura austera e sua pregação vigorosa. Mas, com certeza essa atração pelo Batista era compartilhada também com outros "famosos". Ontem, como hoje, as pessoas correm para ver e aplaudir (aplaudir não, ovacionar) qualquer celebridade, seja figurão da TV ou do cinema, jogador de futebol ou cantor de sucesso. Aliás, nem importa o porte moral da celebridade, pode ser um famoso da contravenção, do jogo do bicho, do big brother, importante é que seja rico, poderoso, famoso e, sobretudo, esteja na mídia.

O que vocês foram ver no deserto? João Batista não era um fenômeno de mídia, não pregava para agradar, não estava em aliança com o poder, nem se vestia com um palaciano. Vestia-se de pele de camelo, como um pobre na luta pela vida no deserto, comendo gafanhoto e mel silvestre. Por que foram atrás dele? Jesus queria saber. Será que essa gente acolheu mesmo a mensagem de João Batista, de renovar a própria vida em vista da chegada iminente do Messias? Ou tomaram João por mais um pregador famoso, um milagreiro de plantão, um novo fenômeno da atração das massas?

Jesus tratou de purificar a imagem que tinham do Batista. "Ele não é um caniço agitado pelo vento". Caniço é uma planta de haste longa, delgada e que se dobra conforme o vento. O Batista não é o tipo da pessoa agitada pelo vento, isto é, que muda de posição conforme o ambiente e as pressões, cujas posições variam conforme os interesses, a moda, a opinião pública. Tudo que um cristão não pode ser: alguém claudicante, titubeante, mais preocupado em agradar do que estar com a verdade. "Ele não é um caniço agitado pelo vento": é um homem da verdade, uma pessoa autêntica, um profeta.

E Jesus foi mais longe, falando do pregador do deserto. "Ele não representa o poder estabelecido. Vejam como ele se veste. Luxo e requinte são coisas dos que vivem nos palácios". A mensagem do Batista tem a força do profeta, voz que clama no deserto. Não é o porta-voz oficial da situação. É a voz da tradição da fé do povo que peregrinou no deserto e fez uma aliança com Deus. Não é uma propaganda do poder, é uma palavra independente, enraizada na história do povo eleito, mobilizadora das consciências e dos corações. Definitivamente, João não é uma celebridade qualquer. É um profeta de Deus.


Guardando a palavra

A figura de João Batista nos é apresentada nesse tempo de preparação para o Natal, que chamamos de advento. É a figura do profeta que nós somos chamados a ser, preparando-nos e preparando os outros para a acolhida do Messias. Jesus está nos indicando, ao apontar a figura de João Batista, que devemos nos parecer com ele: profetas, gente que tem opinião, que não se dobra pela força das pressões e dos interesses; profetas como João, clamando no deserto,  convocando  à renovação da aliança com Deus. Por um lado, ser e agir como profetas, como João. Por outro lado, acolher a mensagem de conversão e vida nova que o Batista nos trouxe e que hoje a Igreja nos repete. 

O que vocês foram ver no deserto? (Lc 7, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
já estamos na terceira semana do Advento. A Igreja reserva esse tempo de quatro semanas para nos convocar à conversão, como fez o Batista. João Batista apontou caminhos concretos de partilha, solidariedade, honestidade e justiça. Com novas atitudes, vamos vencendo a indiferença, a exploração, a opressão, o desamor. A conversão, a mudança de vida, com a tua graça, Senhor, é o terreno que estamos planeando para a tua chegada. No Natal, celebramos a tua vinda em nossa condição humana. Com tuas palavras e o teu Espírito, podemos agora viver na novidade de vida dos que foram perdoados, redimidos. Dá-nos, Senhor, a graça de reconhecermos a palavra que nos chama à conversão e de realizá-la em nossa vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a Palavra

Não esqueça a Novena de Natal. São nove encontros para preparar o natal, com a oração e a reflexão. 

Na Novena que estamos fazendo pelo Youtube, sempre às três da tarde, hoje, no segundo encontro, vamos contemplar a figura de José, um jovem religioso e trabalhador. Deus tem um plano para ele, como tem um plano para nós. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

RECONHECER QUEM ESTÁ PERTO


 

15 de dezembro de 2021


EVANGELHO


Lc 7,19-23

Naquele tempo, João convocou dois de seus discípulos, 19e mandou-os perguntar ao Senhor: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” 20Eles foram ter com Jesus, e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar: ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?’” 21Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. 22Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa nova é anunciada aos pobres. 23E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!”

MEDITAÇÃO


És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Lc 7, 20)


Ficamos sempre esperando um outro... um outro partido amoroso, um outro emprego, um outro ano. O que temos não nos parece bom o suficiente. Nós nos negamos a reconhecer que o que temos seja o melhor, que nessa condição atual esteja a nossa felicidade, que este, aqui conosco, seja quem Deus enviou. É assim que desprezamos quem já está conosco, quem está perto de nós. E ficamos aguardando um que ainda venha. E que venha de longe, de fora e de cima, possivelmente, para lhe darmos crédito.

Foi o que aconteceu no tempo de Jesus. Não o reconheceram como Messias. Ele não preencheu as expectativas daquela gente. O próprio João Batista ficou em dúvida. Mandou alguns discípulos indagar se era ele mesmo ou se deviam esperar outro.

João anunciou um Messias diferente. Na linha do profeta Malaquias, João falou de um Messias que vinha com o fogo do julgamento. Iria recolher o trigo no celeiro, mas iria tocar fogo na palha. Seu machado já estava posto à raiz das árvores. Quem não desse fruto, seria cortado. Um Messias implacável como o fogo do fundidor, separando o ouro das impurezas com o calor do seu julgamento. E Jesus não estava batendo com esse modelo de Messias. Pelo contrário, ele mostrou-se manso e humilde de coração, próximo do povo, convivendo com os pecadores. Não um juiz implacável, mas um pastor que vai atrás da ovelha perdida. Não um lenhador de machado na mão, mas um agricultor semeando a sua semente. Não um fundidor assoprando o seu forno com o fole para derreter o minério, mas um pai abrindo as portas de casa para receber o filho que volta. Um Messias surpreendentemente diferente.

João Batista ficou confuso. Ele já apresentara Jesus ao povo, como Messias. Mas, a coisa não estava batendo. Mandou saber. Em resposta, Jesus mandou os emissários observarem e relatarem o que estavam vendo e ouvindo. A ação de Jesus, como Messias, no meio do povo, estava na linha do profeta Isaías. Em Isaías capítulo 35, o profeta falou da vinda do Messias. “Ele vem para salvar vocês”, disse ele ao povo humilhado no tempo do Exílio: “Então, os olhos dos cegos se abrirão, os ouvidos dos surdos se descerrarão, o coxo saltará como um cervo e a língua dos mudos se desatará. Os que o Senhor salvou, voltarão para casa”. Para essa tradição profética, o tempo do Messias é o tempo do retorno à casa, o tempo da libertação dos humilhados.

Guardando a mensagem

Os emissários de João Batista podiam concluir: Jesus é o Messias que Deus mandou. Porque, como narrou o profeta Isaías, os pobres estão sendo evangelizados: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam. São as obras de Cristo, isto é, do Messias. Obras de restauração, de libertação do seu povo. Os cegos, os paralíticos, os leprosos, os surdos, os mortos representam o povo machucado pelo sofrimento, mas também depauperado pelo pecado. Os pobres são evangelizados. As curas são apenas exemplificação da restauração que o Messias veio realizar. “Eis que faço novas todas as coisas”, diz o livro santo.

João Batista pode ficar sossegado em sua prisão, Jesus é o Messias prometido por Deus. A novidade é que ele está restaurando a aliança de uma forma que ninguém tinha imaginado: próximo do povo, cuidando das feridas de quem foi assaltado e espancado, contando histórias de reconciliação e vida nova, festejando a conversão dos pecadores, pastoreando o seu rebanho e arriscando sua vida em defesa de suas ovelhas.

És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Lc 7, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Este tempo de advento, preparando-nos para o teu natal e para tua segunda vinda, é uma grande convocação para a conversão. É como se vivêssemos no tempo de João Batista, um tempo de preparação para a tua chegada. Dá-nos, Senhor, acolher os apelos deste tempo abençoado e voltarmo-nos para ti de todo coração. Concede que brote de nossos corações abrasados por tua palavra gestos de acolhida de tua pessoa e do teu evangelho, bem como ações de partilha e solidariedade com os irmãos mais pobres e sofredores. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Comece valorizando as pessoas que estão ao seu redor, a começar pelos de sua casa. O natal que estamos preparando é a grande lição de um Deus que veio cuidar da gente e se mostrou pequeno e próximo. Valorizando quem convive conosco, já estamos treinando para acolher Jesus, o Emanuel. 

A novena de natal está começando hoje. São nove dias, como os nove meses da gestação de uma criança. Estamos rezando a novena toda tarde, às 15:00, pelo Youtube. Não sendo possível acompanhar a novena neste horário, veja em outro momento. Vai ficar tudo gravado.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

QUEM FOI ELIAS, NA SUA VIDA?



11 de dezembro de 2021

EVANGELHO


Mt 17,10-13

Ao descerem do monte, 10os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. 12Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles”. 13Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.

MEDITAÇÃO


Elias já veio, mas eles não o reconheceram (Mt 17, 12).

Por muito tempo, o povo de Israel cultivou o sentimento da vinda do Messias. Havia uma expectativa muito forte, no tempo de Jesus, de que o Messias chegaria a qualquer momento. É verdade que nem todos coincidiam, em suas esperanças, sobre quem seria e o que ele faria. O Messias era uma promessa de Deus e a sua vinda seria a solução para a sofrida vida daquela gente. Assim, muitos esperavam que fosse um grande líder político e militar. Com certeza, enfrentaria os romanos e acabaria com aquela dominação opressora. Outros apostavam que seria um homem de Deus ‘ultra-santo’, sem nenhuma aproximação com os pecadores e as maldades desse mundo.

Jesus era o Messias que o Pai enviara. Messias é uma palavra que quer dizer “ungido”. Ungir é uma cerimônia em que a pessoa é consagrada com óleo para uma missão. O Messias é aquele que Deus ungiu para a grande missão de restaurar Israel.

Em certo sentido, o estilo de Messias que Jesus exerceu não preencheu as expectativas do povo do seu tempo. Ele não era um sacerdote do templo, como podiam esperar os saduceus. Era um leigo, carpinteiro de profissão, vindo do interior. Não era um líder político-militar, como os zelotes esperavam. Era um profeta que pregava a mansidão, o perdão e a solidariedade com os pequenos. Não era um ilustrado professor da Lei, levando o povo a praticá-la com rigor, como esperavam os fariseus. Ensinava o povo com parábolas e pregava a lei do amor. Dessa forma, os grandes grupos religiosos de Israel não reconheceram Jesus como Messias.

Os Mestres ensinavam que antes que o Messias viesse, viria Elias. Elias foi um dos maiores profetas do povo de Deus e era sempre lembrado como alguém que restabeleceu a religião de Israel, ameaçada pelos cultos dos estrangeiros. Elias tinha vivido, vários séculos antes. Eles, lendo o livro do profeta Malaquias, entendiam que Elias voltaria antes que o Messias chegasse. Está assim no livro do profeta Malaquias: “Eis que eu envio o profeta Elias, antes que chegue o grandioso e terrível dia do Senhor” (Ml 3, 23). 

E Jesus explica aos seus discípulos que, de fato, Elias já veio. Foi João Batista, pelo que ele deu a entender. Não que ele tenha voltado em João Batista, isso não. É que João Batista fez o papel de Elias, aproximando o povo do seu Deus, preparando a chegada de Jesus. Disse Jesus: “Elias já veio, mas eles não o reconheceram”. E falou do modo como maltrataram João. O profeta, coitado, foi degolado na prisão de Herodes. E Jesus avisou que eles, tratariam mal, a ele também, o Filho do Homem.

Guardando a mensagem 

Este evangelho é um bom aviso para nós. Ficamos sempre esperando alguma coisa muito grande acontecer, para finalmente vivermos como convertidos. Não reconhecemos o Elias, que é quem prepara o caminho para o nosso encontro com Jesus. E nem reconhecemos o próprio Senhor que está no meio de nós. Ele se apresenta manso e humilde, renunciando as armas do poder. Elias já veio. O Messias também. O que é que estamos esperando para acolher o Reino de Deus que ele está anunciando?

Elias já veio, mas eles não o reconheceram (Mt 17, 12).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
O papel de Elias de preparar os caminhos para a tua chegada foi realizado por João Batista. João foi o Elias que preparou os teus caminhos. Muitos fazem hoje esse papel, preparando o povo para o encontro contigo. Nós te bendizemos pelos Elias de hoje. Que eles não desanimem, pela pouca reação dos seus irmãos. Estamos seguros que também nós podemos e devemos fazer esse papel de Elias, ajudar as pessoas a abrirem o seu coração para te acolher como Messias e Salvador. Dá-nos, Senhor, paciência, sabedoria e perseverança para sermos Elias hoje, evangelizadores dos nossos irmãos e irmãs. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Será que você pode identificar quem foi Elias na sua vida, quem preparou você para o encontro com Cristo? Anote, no seu caderno espiritual, ao menos três nomes de pessoas que foram Elias na sua vida. E reze por eles. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O CRISTÃO É UM FORTE


09 de dezembro de 2021

EVANGELHO


Mt 11,11-15

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 11“Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13Com efeito, todos os profetas e a Lei profetizaram até João. 14E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15Quem tem ouvidos, ouça”.

MEDITAÇÃO


Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12)

Que palavra estranha! O Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam. Com certeza, Jesus não está dizendo que devemos conquistar o Reino dos Céus com violência. Isto estaria em contradição com o seu ensinamento, em outras páginas do Evangelho.

Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência. É verdade. João Batista foi preso e, sem nem sequer um julgamento, foi barbaramente assassinado a mando do rei Herodes para satisfazer o capricho da amante. Foi degolado na cadeia. Cortaram a sua cabeça e a levaram numa bandeja. O Reino sofrendo violência. Essa parte dá entender, não dá?

Agora, a violência de Herodes, de sua corte, de sua amante, de sua enteada dançarina, de seus soldados… essa grande violência encontrou um homem forte, convicto, coerente, consequente. Ele foi perseguido porque estava incomodando com suas ações, sua pregação, seu ministério. Opôs-se aos desmandos do rei, às atrocidades que a sua corte patrocinava e à sua escandalosa situação de vida marital com a cunhada. De fato, narra o evangelho de São Lucas, que o profeta João tinha censurado Herodes por estar com a mulher do seu irmão e por todas as maldades que este andava cometendo (Lc 3, 19). Na perseguição, João Batista mostrou-se forte, resistente, combativo. Um profeta à altura desse nome. Denunciou, reclamou, pediu conversão. E não voltou atrás, não desconversou, mesmo diante da morte.

É verdade que o poder de Herodes e das elites que o sustentavam estava praticando violência contra o Reino dos Céus. Mas, o Reino dos Céus não foi conquistado pela violência de Herodes. Entende? Ele cortou a cabeça do profeta, mas não o calou. O Batista não perdeu, o Batista ganhou. O profeta João Batista é quem conquistou o Reino dos Céus com sua firmeza, com sua resistência. À violência e à perseguição, João respondeu com destemor e fidelidade. Cheio da força de Deus, ele foi forte. Assim, ele conquistou o Reino dos Céus.


Guardando a mensagem

O poder pode se opor ao Reino de Deus, com violência. Mas, só os fortes o conquistam. Como João Batista, têm se comportado os mártires em todos os séculos de cristianismo. A jovem Luzia, na hora da provação foi forte e resistente. Perdeu os olhos e a vida, mas não renegou a luz de sua vida, Jesus. Mateus Moreira, mártir do Rio Grande do Norte, teve o coração arrancado pelo soldado, mas morreu gritando de todo coração “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”. Como eles, comportam-se os cristãos nas horas difíceis de sofrimento e perseguição; e vencem com a força de Deus, sendo fortes e resistentes. Renunciam a si mesmos, como recomendou Jesus, mas não abrem mão da verdade, da justiça, do amor fiel do seu Deus. Neste sentido, são “violentos”, ou melhor, fortes, muito mais fortes do que os seus agressores ou as adversidades e contrariedades da vida.

Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Pelas tuas palavras, compreendemos que alcançaremos o Reino de Deus, que na verdade é graça e dom, com nossa parcela de esforço, compromisso e empenho pessoal. É o mínimo que podemos fazer para merecê-lo. Como disseste: ‘é preciso renunciar a si mesmo e carregar cada dia a sua cruz em tua companhia’. Dá-nos a graça, Senhor, de sermos fortes nas dificuldades, resistentes nas provações. Dá-nos o teu Santo Espírito para nos mantermos firmes e fiéis nas horas amargas, quando a pressão ou a perseguição batem à nossa porta. Abençoa com a tua paz os nossos dias e os nossos atos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Um dia, a mãe de Dom Bosco que o ajudava na educação de centenas de meninos pobres e barulhentos arrumou sua malinha e avisou a Dom Bosco. “Meu filho, vou-me embora, não aguento mais”. Dom Bosco olhou para o crucifixo na parede e indicou-o à sua mãe. Os dois ficaram parados olhando o crucificado. Ela foi guardar a mala e continuou a luta.

Pare um pouco diante do crucificado aí na sua casa, no seu trabalho ou na sua capela. Repare como Jesus foi forte, bravo, heroico, apesar de toda violência que cometeram contra ele. Venceu pela fidelidade, pelo sacrifício de sua vida em nosso favor. Pense nisso.

Na Santa Missa das 11 horas de hoje, rezo por você e por suas intenções. Desejando, anote sua intenção no formulário que estou lhe enviando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

REFORMANDO A ESTRADA


05 de dezembro de 2021

2º Domingo do Advento


EVANGELHO

Lc 3,1-6

1No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes administrava a Galileia, seu irmão Filipe, as regiões da Itureia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; 2quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto.

3E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, 4como está escrito no Livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. 5Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados. 6E todas as pessoas verão a salvação de Deus’".

MEDITAÇÃO

Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas veredas (Lc 3, 3)

Quando estavam duplicando a BR 101 que corta o estado de Pernambuco, anos atrás, eu transitava por ela com uma preocupação. Será que vão retificar essa rodovia, evitando, por exemplo, que não passe mais por dentro das cidades? Será que vão atenuar tanta curva e tanto sobe e desce? Bom, até que fizeram muita coisa. E a estrada ficou bem melhor. E melhorando a estrada, melhoram o transporte, os restaurantes à margem da rodovia, o fluxo turístico e comercial. Estrada é progresso, é desenvolvimento. Uma boa rodovia melhora tudo por onde passa. 

O evangelho desse segundo domingo do advento fala de estrada. Uma estrada que precisa ser acertada, reformada. João Batista, cumprindo a missão recebida de Deus, percorre toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. O que ele está fazendo realiza a profecia de Isaías: ‘a voz que grita no deserto mandando o povo preparar o caminho do Senhor, endireitar as suas veredas’. 

No antigo testamento, o profeta Baruc já tinha passado essa ordem de Deus: preparar a estrada para a volta dos exilados que regressariam a Jerusalém. Ele falava de abaixar os montes, encher os vales, aplainar a terra. É uma forma de dizer que precisavam consertar um bocado de coisa na vida do país para receber o povo que estava voltando do exílio. 

No tempo de João Batista, quem está para chegar é o Messias. João é o ‘engenheiro civil’ que está projetando e executando a retificação da estrada da vida do seu povo para receber o Messias que está chegando. Estava escrito assim no profeta Isaías: ‘Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados’.

Em que consistia reformar a estrada para receber Jesus? João dizia logo: ‘vocês deixem de roubar, ajam com honestidade; larguem o egoísmo e cuidem de ser solidários com os mais pobres’. E assim ia a ladainha de João indicando ao povo que acertasse a própria vida, como quem ajeita uma estrada cheia de curvas e de subidas e descidas desnecessárias. Mas, não é só a vida privada que precisa de conserto, de conversão. Também a vida pública precisa de conversão. Por isso, João queria que o rei Herodes consertasse sua vida matrimonial escandalosa. Consertar a estrada para o Messias passar na sua chegada. 

Guardando a mensagem

‘Conversão’ é a palavra-chave deste segundo domingo do advento. Conversão é mudança de vida. No evangelho de hoje, o profeta João que pregava um batismo de conversão para o perdão dos pecados está comparado com o ‘engenheiro civil’ que está comandando a reforma de uma estrada. Tem muita coisa para ser consertada na vida de cada um e na vida do país. A obra da estrada é a obra da conversão. Mas, não fiquemos olhando apenas para o tempo de João, porque a obra da estrada é hoje, aqui e agora. Em mim, em você, na sua família, em nossa cidade. A hora é de recuperar, retificar, consertar a estrada. A hora é de conversão. O Senhor está chegando.

Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas veredas (Lc 3, 3)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 

Neste tempo de advento, aquecemos o nosso coração com a certeza de tua vinda: já vieste uma primeira vez, vens sempre ao nosso encontro e virás definitivamente no último dia. Teu profeta João Batista está nos mandando preparar o caminho, endireitar as curvas, restaurar a estrada de nossa vida para a tua chegada. Entendemos, então, que é tempo de conversão, de mudança de vida. Assiste-nos, Senhor, neste caminho de conversão, com o teu Santo Espírito. Que a nossa vida seja uma boa estrada, pela qual tu possas vir ao encontro de muita gente, com teu evangelho de paz e de perdão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Sabe de uma coisa que você já devia ir pensando nesta preparação para o natal? A confissão. Arrumar um jeito de se confessar, daqui para o natal. Afinal, é hora de endireitar as veredas tortas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


O MEDO NÃO PODE NOS PARALISAR



31 de julho de 2021
Dia de Santo Inácio de Loyola

EVANGELHO


Mt 14,1-12

1Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. 2Ele disse a seus servidores: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele”.
3De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa”. 5Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8Instigada pela mãe, ela disse: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista”. 9O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou para a sua mãe. 12Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.

MEDITAÇÃO


Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)

Herodes, que mandara matar o profeta João Batista, ficou sabendo da fama de Jesus e ficou cheio de temores. Pensou logo “é João Batista que voltou, ressuscitou”. O evangelista Mateus aproveita para contar como foi a morte de João Batista e quem era esse mesquinho e violento governante.

Herodes era rei na Galileia, a região onde Jesus morava. Tinha construído uma cidade para sua capital, à beira do Mar da Galileia. Era um monarca vassalo de Tibério César, imperador romano. Para agradá-lo, Herodes pôs o nome de sua capital de Tiberíades. Mantinha-se às custas de impostos arrancados da população da Galileia.

Era o tempo do profeta João Batista. E o Batista andou criticando o rei por suas maldades e por sua vida familiar escandalosa: estava vivendo com a mulher do seu irmão Felipe.

Olhando direitinho o texto, dá pra gente identificar os sete pecados do rei Herodes.

1. Ao ouvir falar de Jesus, imaginou que era João Batista que tivesse voltado. Ficou logo com medo.

2. João Batista bem que tinha razão. O rei devia dar exemplo, não viver maritalmente com a cunhada.

3. Ele mandou prender João Batista por causa das críticas que o profeta lhe fazia, publicamente. E queria mata-lo. Só não o fez logo, com medo da reação do povo. Mandou prender, amarrar, colocar na prisão o profeta inocente e desarmado.

4. Na festa do seu aniversário, no seu palácio, os convidados eram gente graúda que o sustentava no trono, gente que se beneficiava do seu governo.

5. Gostou da dança da mocinha, sua enteada, prometeu-lhe dar qualquer coisa que pedisse. Agiu com grande irresponsabilidade.

6. A mãe mandou a filha pedir a cabeça de João Batista em um prato. Ele ficou triste, mas não teve coragem de negar-se a atender o capricho da amante e voltar atrás diante dos convidados.

7. Mandou degolar João Batista na prisão, sem nenhum processo ou julgamento.

Com a morte de João Batista, não morreu a esperança que ele suscitou com sua pregação e com o batismo de penitência no Rio Jordão. Jesus, visivelmente, tomou o seu lugar no imaginário do povo. Ele que andava pela Judeia, voltou para sua região, a Galileia, se estabeleceu em Cafarnaum e começou o seu trabalho missionário. Por isso, Herodes e seus apoiadores estavam de antenas ligadas.

Guardando a mensagem

Por que será que o evangelho conta essa história da morte de João Batista com tantos detalhes, realçando os graves defeitos do governante Herodes? Com certeza, para enaltecer a figura do profeta João e o vigor de sua pregação que convocava todos a se converterem, do pequeno ao grande; também para preparar o leitor para a perseguição que as autoridades de Jerusalém moveriam contra Jesus; e certamente para nos alertar sobre os maus governantes.

Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Lemos no evangelho, que quando soubeste desta morte cruel do teu primo João Batista, voltaste da Judeia para a Galileia, para a tua região, onde tinham ocorrido esses episódios tão tristes. Não te deixaste intimidar. Pelo contrário, foi a oportunidade para começares a tua missão publicamente, pregando o Reino de Deus. É como quem diz, caiu um profeta, levanta-se outro. Senhor, teu exemplo é um grande ensinamento para nós. Ajuda-nos a não nos deixarmos paralisar pelo medo ou pela omissão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

E sendo hoje, o Dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, os jesuítas, vou deixar uma linda oração de sua autoria, no final do texto da Meditação. Quem recebe a Meditação, diretamente, basta seguir o link. Quem me escuta no rádio, acesse www.padrejoaocarlos.com. Trata-se de uma breve e profunda oração de entrega a Deus.

Tomai, Senhor, e recebei toda minha liberdade.
A minha memória também.
O meu entendimento e toda a minha vontade.
Tudo que eu tenho e possuo, vós me destes com amor.
Todos os dons que me destes, com gratidão vos devolvo.
Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.
Dai-me somente o vosso amor, vossa graça, isso me basta.
Nada mais quero pedir. Amém!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A ALEGRIA DO AMIGO DO NOIVO


 09 de janeiro de 2021

EVANGELHO 


Jo 3,22-30


Naquele tempo, 22Jesus foi com seus discípulos para a região da Judeia. Permaneceu aí com eles e batizava. 23Também João estava batizando, em Enon, perto de Salim, onde havia muita água. Aí chegavam as pessoas e eram batizadas.

24João ainda não tinha sido posto no cárcere. 25Alguns discípulos de João estavam discutindo com um judeu a respeito da purificação. 26Foram a João e disseram: “Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão e do qual tu deste testemunho, agora está batizando e todos vão a ele”.

27João respondeu: “Ninguém pode receber alguma coisa, se não lhe for dada do céu. 28Vós mesmos sois testemunhas daquilo que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas fui enviado na frente dele’. 29É o noivo que recebe a noiva, mas o amigo, que está presente e o escuta, enche-se de alegria ao ouvir a voz do noivo. Esta é a minha alegria, e ela é completa. 30É necessário que ele cresça e eu diminua”.


MEDITAÇÃO


Esta é a minha alegria, e ela é completa (Jo 3, 29)


Outro dia, eu presenciei o reencontro de uma professora minha amiga com sua antiga aluna. A professora, agora recém-aposentada e a aluna psicóloga, agora, em plena atuação profissional. Professora e ex-aluna ficaram felizes e eufóricas ao se reconhecerem e se reencontrarem. A Professora, muito feliz por encontrar sua antiga aluna tão bem colocada profissionalmente. 

Eu fiquei olhando a reação da professora. Talvez alguém em seu lugar tivesse se lamentado, imaginando que sua aluna podia estar numa posição melhor do que a sua. Mas, ela nem de longe demonstrou esse sentimento mesquinho de quem se sente deixado pra trás. Ela gostava de ensinar e tinha sido uma boa educadora. Foi sua missão. E a missão deu certo, pois uma aluna como aquela tinha encontrado seu lugar na sociedade. Nada de inveja, nada de complexo de inferioridade. A professora ficou feliz, muito feliz. Feliz por sua missão ter se realizado tão bem como demonstrava o êxito de sua aluna. 

Essa cena ilustra o evangelho de hoje. Os discípulos de João Batista vieram lhe contar que um dos que estivera com ele agora estava também batizando em outro local. Eles estavam irritados com isso: ‘João Batista deu todo cartaz a ele, deu testemunho sobre ele, até o tinha batizado. Agora, ele está reunindo muita gente e batizando’. Você nem precisa ler o evangelho de hoje para saber quem era esse pregador que estava despontando. Jesus, claro. 

João Batista pode ser comparado com a professora recém-aposentada. Ele recebeu com alegria a notícia de que Jesus, que ele batizara e apontara como Cordeiro de Deus, agora, estava reunindo muita gente e batizando. João Batista não ficou enciumado. Ficou feliz. Ele comentou que já lhes tinha dito que não era o Cristo, mas tinha sido enviado adiante dele. E se comparou com o amigo do noivo que fica responsável pela festa do casamento. Ele toma todas as providências para que tudo saia bem e que o noivo, seu amigo, fique satisfeito. Quando o noivo chega, ele sabe que sua missão está terminada. E fica particularmente feliz porque sua missão chegou ao ponto mais alto. Se a missão que recebera era preparar a chegada do Messias, missão cumprida. Ele chegou. Alegria completa. 

João Batista não se sentiu ameaçado ou traído por causa da atuação profética de Jesus, que estava aparentemente fazendo como ele, pregando e batizando. Sentiu-se feliz, reconhecendo que a tarefa que tinha recebido de Deus era preparar os caminhos para ele. E reconheceu, diante do povo e dos discípulos, ser apenas um servidor, indigno mesmo de desatar as correias de suas sandálias. Jesus, conhecido e reverenciado por tanta gente, também não se esqueceu de seu predecessor, nem desconsiderou a influência que teve o Batista na sua formação. 

Guardando a mensagem 

Os discípulos de João ficaram incomodados com o fato de Jesus estar reunindo o povo, pregando e batizando. Acharam que João ficaria aborrecido com essa atuação de Jesus, uma vez que o tinha batizado e recomendado ao povo. O Batista não se deixou guiar por esse sentimento mesquinho de ciúme ou de exclusividade. Soube reconhecer a grandeza de sua missão, que era preparar o povo para receber o Messias. Uma vez que o noivo chegou, o amigo do noivo que ficou responsável pela festa do casamento sabe, com humildade e alegria, que a sua missão está cumprida. 

Esta é a minha alegria, e ela é completa (Jo 3, 29)

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 

Foi bonito ver a professora ficar radiante com o reencontro com sua antiga aluna, agora uma psicóloga. Ela ficou feliz com o êxito de sua missão estampada na realização profissional de sua aluna. Foi o que aconteceu com o profeta João Batista ao ter conhecimento do sucesso que estavas alcançando com tuas pregações e curas. Ele soube, naquele momento, que sua missão estava plenamente realizada. Como ele disse: “minha alegria está completa”. Senhor, livra-nos desses sentimentos mesquinhos de inveja, ciúme, despeito pelos quais nos sentimos ameados pelo crescimento dos outros e entristecidos pelo seu sucesso. Dá-nos a alegria de ver nossa missão cumprida no êxito de nossos filhos, alunos, dependentes. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Amanhã, celebraremos a festa do Batismo do Senhor. Festeje também o seu batismo. Amanhã, não falte à celebração de sua comunidade. Não sendo possível, por essa situação do vírus, acompanhe pelas redes sociais a celebração de sua comunidade. Mantenha-se unido(a) ao seu rebanho e ao seu pastor.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

RECONHEÇA O VALOR DE QUEM ESTÁ PERTO DE VOCÊ



16 de dezembro de 2020


EVANGELHO


Lc 7,19-23

Naquele tempo, João convocou dois de seus discípulos, 19e mandou-os perguntar ao Senhor: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” 20Eles foram ter com Jesus, e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar: ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?’” 21Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. 22Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa nova é anunciada aos pobres. 23E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!”

MEDITAÇÃO


És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Lc 7, 20)


Ficamos sempre esperando um outro... um outro partido amoroso, um outro emprego, um outro ano. O que temos não nos parece bom o suficiente. Nós nos negamos a reconhecer que o que temos seja o melhor, que nessa condição atual esteja a nossa felicidade, que este, aqui conosco, seja quem Deus enviou. É assim que desprezamos quem já está conosco, quem está perto de nós. E ficamos aguardando um que ainda venha. E que venha de longe, de fora e de cima, possivelmente, para lhe darmos crédito.

Foi o que aconteceu no tempo de Jesus. Não o reconheceram como Messias. Ele não preencheu as expectativas daquela gente. O próprio João Batista ficou em dúvida. Mandou alguns discípulos indagar se era ele mesmo ou se deviam esperar outro.

João anunciou um Messias diferente. Na linha do profeta Malaquias, João falou de um Messias que vinha com o fogo do julgamento. Iria recolher o trigo no celeiro, mas iria tocar fogo na palha. Seu machado já estava posto à raiz das árvores. Quem não desse fruto, seria cortado. Um Messias implacável como o fogo do fundidor, separando o ouro das impurezas com o calor do seu julgamento. E Jesus não estava batendo com esse modelo de Messias. Pelo contrário, ele mostrou-se manso e humilde de coração, próximo do povo, convivendo com os pecadores. Não um juiz implacável, mas um pastor que vai atrás da ovelha perdida. Não um lenhador de machado na mão, mas um agricultor semeando a sua semente. Não um fundidor assoprando o seu forno com o fole para derreter o minério, mas um pai abrindo as portas de casa para receber o filho que volta. Um Messias surpreendentemente diferente.

João Batista ficou confuso. Ele já apresentara Jesus ao povo, como Messias. Mas, a coisa não estava batendo. Mandou saber. Em resposta, Jesus mandou os emissários observarem e relatarem o que estavam vendo e ouvindo. A ação de Jesus, como Messias, no meio do povo, estava na linha do profeta Isaías. Em Isaías capítulo 35, o profeta falou da vinda do Messias. “Ele vem para salvar vocês”, disse ele ao povo humilhado no tempo do Exílio: “Então, os olhos dos cegos se abrirão, os ouvidos dos surdos se descerrarão, o coxo saltará como um cervo e a língua dos mudos se desatará. Os que o Senhor salvou, voltarão para casa”. Para essa tradição profética, o tempo do Messias é o tempo do retorno à casa, o tempo da libertação dos humilhados.

Guardando a mensagem

Os emissários de João Batista podiam concluir: Jesus é o Messias que Deus mandou. Porque, como narrou o profeta Isaías, os pobres estão sendo evangelizados: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam. São as obras de Cristo, isto é, do Messias. Obras de restauração, de libertação do seu povo. Os cegos, os paralíticos, os leprosos, os surdos, os mortos representam o povo machucado pelo sofrimento, mas também depauperado pelo pecado. Os pobres são evangelizados. As curas são apenas exemplificação da restauração que o Messias veio realizar. “Eis que faço novas todas as coisas”, diz o livro santo.

João Batista pode ficar sossegado em sua prisão, Jesus é o Messias prometido por Deus. A novidade é que ele está restaurando a aliança de uma forma que ninguém tinha imaginado: próximo do povo, cuidando das feridas de quem foi assaltado e espancado, contando histórias de reconciliação e vida nova, festejando a conversão dos pecadores, pastoreando o seu rebanho e arriscando sua vida em defesa de suas ovelhas.

És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Lc 7, 20)


Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Este tempo de advento, preparando-nos para o teu natal e para tua segunda vinda, é uma grande convocação para a conversão. É como se vivêssemos no tempo de João Batista, um tempo de preparação para a tua chegada. Dá-nos, Senhor, acolher os apelos deste tempo abençoado e voltarmo-nos para ti de todo coração. Concede que brote de nossos corações abrasados por tua palavra gestos de acolhida de tua pessoa e do teu evangelho, bem como ações de partilha e solidariedade com os irmãos mais pobres e sofredores. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Comece valorizando as pessoas que estão ao seu redor, a começar pelos de sua casa. O natal que estamos preparando é a grande lição de um Deus que veio cuidar da gente e se mostrou pequeno e próximo. Valorizando quem convive conosco, já estamos treinando para acolher Jesus, o Emanuel. 

A novena de natal começou ontem. São nove dias, como os nove meses da gestação de uma criança. Estamos rezando a novena toda tarde, às 14:00, pelo Youtube e pelo Facebook. Não podendo nos acompanhar nesse horário, encontre um tempinho para ver o vídeo que fica gravado depois da novena. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

MÚSICA 


MEU BOM DEUS

(Pe. João Carlos)


Senhor, meu Deus, aqui estou
Aqui estou cansado e só
Estou buscando o teu amor,
Teu ombro amigo
Preciso tanto de tua paz, 
Do teu abrigo.


Senhor, meu Deus, aqui estou
Longe de ti, tentei viver
Só encontrei desilusão 
No meu caminho
Que vou fazer sem teu perdão
Sem teu carinho?


Meu Bom Deus, 
O teu amor me trouxe aqui.
Meu Bom Deus,
Não sou ninguém 
Longe de ti. (Bis)


Senhor, meu Deus, aqui estou,
O teu amor me transformou.
Pedi somente a tua graça,
Arrependido,
Mas me quiseste em tua casa
Como filho.


Senhor, meu Deus, aqui estou
Ainda há quem não te encontrou
Não retornou de tanto beco 
Sem saída
Só o teu amor renova tudo
Em nossa vida.

NÃO DEIXE A GRAÇA PASSAR


14 de dezembro de 2020

EVANGELHO


Mt 21,23-27

Naquele tempo, 23Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?”
24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?”
Eles refletiam entre si: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.

MEDITAÇÃO


Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27). 


Por que Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma reposta? Eles perguntaram com que autoridade ele estava fazendo aquilo no Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham convertido a casa de oração num antro de ladrões. Ele tinha expulsado os vendedores e compradores, afinal, tinha tomado uma atitude pública contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos; o grupo que depois julgaria Jesus no Sinédrio, condenando-o como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente... era uma acusação, um enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu comando: Com que autoridade fazes isto?

Jesus não respondeu. Mas, se propôs a responder, desde que eles lhe respondessem também a uma pergunta. A pergunta foi sobre o batismo de João. João andou atraindo o povo para o deserto, para batizar-se no Rio Jordão, pregando a mudança de vida, em preparação da vinda do Messias. Para João, o Templo não era mais o lugar da purificação. A volta ao tempo do deserto era um recomeço, quando não havia Templo, mas só uma Tenda móvel. Eles, a elite que controlava o Templo, não acharam ruim  Herodes prender e decapitar João Batista. Livraram-se de um pregador incômodo, uma denúncia permanente da situação de pecado dos que deviam guardar a aliança com fidelidade. Jesus perguntou: O batismo de João era de Deus ou dos homens? Como eles não se converteram com a pregação de João Batista, a resposta já estava dada. Mas, não podia ser dita. “Então, eu também não digo com que autoridade faço essas coisas”, concluiu Jesus. Claro, a resposta estava dada: com a mesma autoridade com que João Batista pregava a conversão e batizava. Mas, não adiantava dizer com a boca. As suas atitudes já estavam mostrando. 

O mundo hoje cobra explicações dos cristãos ... por que vocês querem pensar e agir diferente dos outros? Por que vocês não aceitam que se combata a violência armando a população, porque não apoiam a pena de morte? Por que vocês não deixam a mulher decidir sobre sua gravidez e ter a liberdade de abortar? Por que vocês insistem tanto no casamento religioso? Por que vocês são tão obedientes ao Papa? Por que vocês adoram a Eucaristia? Quem pergunta nem sempre está interessado na resposta. É só uma forma de intimidação, de oposição. Às vezes, é melhor fazer como Jesus: não responder, ou melhor, responder com as atitudes e com o modo de viver.

Guardando a mensagem

Jesus tinha feito um gesto profético de grande repercussão no meio do povo. Ele tinha expulsado os vendilhões do Templo. Foi um gesto de purificação da Casa de Deus, mostrando a necessidade de reconduzi-lo à sua vocação de lugar do encontro de Deus com o seu povo e denunciando o aparelhamento do Templo a serviço dos interesses econômicos e políticos da elite de Jerusalém. As lideranças do Templo vieram pra cima dele, num confronto que o levaria, um pouco mais na frente, à prisão. Queriam saber com que autoridade estava fazendo coisas como aquela. Jesus também quis saber com que autoridade João Batista tinha pregado e batizado no deserto. Eles não reconheceram que o profeta agira com a autoridade de Deus, nem aceitaram que Jesus viesse da parte do Pai. Mantiveram-se de coração fechado à autoridade de Deus, sem conversão, sem acolhida do enviado de Deus. 

Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27). 


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
As lideranças do Templo, fechadas em seus interesses, perderam a chance de te reconhecer como o enviado de Deus, que os convocava à conversão. Já tinham rejeitado o profeta João Batista e o seu forte apelo de conversão. E tu, Senhor, os estavas convocando não apenas a uma mudança pessoal, mas a uma conversão institucional, no modo como eles comandavam a Casa de Deus a serviço dos seus interesses. Nesta pandemia, há muitos apelos de conversão para todos nós. Neste tempo de Advento, estás nos dirigindo muitos apelos para nossa conversão. Não queremos, Senhor, fechar o nosso coração e ignorar esse tempo de graça e reconciliação que estamos vivendo. Renova, Senhor, o teu povo, com o teu Santo Espírito, para que cheguemos santamente à festa do teu natal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Amanhã, começa a Novena de Natal. Ela nos ajuda numa preparação mais próxima para as celebrações natalinas. Ela vai de 15 a 23 de dezembro. Nas livrarias católicas, na internet, na sua paróquia há subsídios para ajudar a celebrar esta novena em família. Faça o propósito de realizá-la, com frutos de conversão e santidade de vida. 

Nós da Associação Missionária Amanhecer (AMA), também preparamos uma Novena de Natal. Vamos nos encontrar diariamente, de 15 a 23 de dezembro, às 14 horas, com transmissão pelo Youtube, pelo Facebook e pelo Aplicativo Tempo de Paz. Para quem recebe a Meditação no celular, estou enviando o link para inscrição na Novena. Quem se inscreve, recebe o roteiro da novena pelo email.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

MÚSICA


JÁ NÃO SOU EU (Rm 7-8 Gl 2)

(Pe. João Carlos)

Não consigo entender
Não consigo fazer
O bem que eu quero
Não consigo entender
Só consigo fazer
O mal que não quero.

Quem me livrará
Deste peso de morte em mim
Quem me libertará
Do pecado que mora em mim 

Foi por isso que o Pai enviou
Veio a nós Jesus Salvador
Que nos deu vida nova no seu Espírito.

Minha vida agora
Eu a vivo na fé
Fé naquele que me amou
E se entregou por mim 

Fui crucificado com ele
Ressuscitado com ele
Fui perdoado por ele
Minha vida recomeçou 

Já não sou eu
Já não sou eu
Já não sou eu que vivo
É Cristo que vive em mim. 

Minha vida agora.... 

O CRISTÃO É UM FORTE


10 de dezembro de 2020

EVANGELHO


Mt 11,11-15

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 11“Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13Com efeito, todos os profetas e a Lei profetizaram até João. 14E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15Quem tem ouvidos, ouça”.

MEDITAÇÃO 


Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12)


Que palavra estranha! O Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam. Com certeza, Jesus não está dizendo que devemos conquistar o Reino dos Céus com violência. Isto estaria em contradição com o seu ensinamento, em outras páginas do Evangelho.

Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência. É verdade. João Batista foi preso e, sem nem sequer um julgamento, foi barbaramente assassinado a mando do rei Herodes para satisfazer o capricho da amante. Foi degolado na cadeia. Cortaram a sua cabeça e a levaram numa bandeja. O Reino sofrendo violência. Essa parte dá entender, não dá?

Agora, a violência de Herodes, de sua corte, de sua amante, de sua enteada dançarina, de seus soldados… essa grande violência encontrou um homem forte, convicto, coerente, consequente. Ele foi perseguido porque estava incomodando com suas ações, sua pregação, seu ministério. Opôs-se aos desmandos do rei, às atrocidades que a sua corte patrocinava e à sua escandalosa situação de vida marital com a cunhada. De fato, narra o evangelho de São Lucas, que o profeta João tinha censurado Herodes por estar com a mulher do seu irmão e por todas as maldades que este andava cometendo (Lc 3, 19). Na perseguição, João Batista mostrou-se forte, resistente, combativo. Um profeta à altura desse nome. Denunciou, reclamou, pediu conversão. E não voltou atrás, não desconversou, mesmo diante da morte.

É verdade que o poder de Herodes e das elites que o sustentavam estava praticando violência contra o Reino dos Céus. Mas, o Reino dos Céus não foi conquistado pela violência de Herodes. Entende? Ele cortou a cabeça do profeta, mas não o calou. O Batista não perdeu, o Batista ganhou. O profeta João Batista é quem conquistou o Reino dos Céus com sua firmeza, com sua resistência. À violência e à perseguição, João respondeu com destemor e fidelidade. Cheio da força de Deus, ele foi forte. Assim, ele conquistou o Reino dos Céus.

Guardando a mensagem

O poder pode se opor ao Reino de Deus, com violência. Mas, só os fortes o conquistam. Como João Batista, têm se comportado os mártires em todos os séculos de cristianismo. A jovem Luzia, na hora da provação foi forte e resistente. Perdeu os olhos e a vida, mas não renegou a luz de sua vida, Jesus. Mateus Moreira, mártir do Rio Grande do Norte, teve o coração arrancado pelo soldado, mas morreu gritando de todo coração “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”. Como eles, comportam-se os cristãos nas horas difíceis de sofrimento e perseguição; e vencem com a força de Deus, sendo fortes e resistentes. Renunciam a si mesmos, como recomendou Jesus, mas não abrem mão da verdade, da justiça, do amor fiel do seu Deus. Neste sentido, são “violentos”, ou melhor, fortes, muito mais fortes do que os seus agressores ou as adversidades e contrariedades da vida.

Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Pelas tuas palavras, compreendemos que alcançaremos o Reino de Deus, que na verdade é graça e dom, com nossa parcela de esforço, compromisso e empenho pessoal. É o mínimo que podemos fazer para merecê-lo. Como disseste: ‘é preciso renunciar a si mesmo e carregar cada dia a sua cruz em tua companhia’. Dá-nos a graça, Senhor, de sermos fortes nas dificuldades, resistentes nas provações. Dá-nos o teu Santo Espírito para nos mantermos firmes e fiéis nas horas amargas, quando a pressão ou a perseguição batem à nossa porta. Abençoa com a tua paz os nossos dias e os nossos atos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Um dia, a mãe de Dom Bosco que o ajudava na educação de centenas de meninos pobres e barulhentos arrumou sua malinha e avisou a Dom Bosco. “Meu filho, vou-me embora, não aguento mais”. Dom Bosco olhou para o crucifixo na parede e indicou-o à sua mãe. Os dois ficaram parados olhando o crucificado. Ela foi guardar a mala e continuou a luta.

Pare um pouco diante do crucificado aí na sua casa, no seu trabalho ou na sua capela. Repare como Jesus foi forte, bravo, heroico, apesar de toda violência que cometeram contra ele. Venceu pela fidelidade, pelo sacrifício de sua vida em nosso favor. Pense nisso.

Você que recebe a Meditação no seu celular, observe que, junto com o Evangelho e o texto da Meditação, enviei hoje também o áudio e a letra da música que toca agora, PROFETAS. É só seguir o link que lhe enviei. 

Na Santa Missa das 11 horas de hoje, rezo por você e por suas intenções. Você pode nos acompanhar no meu canal do Youtube ou no Facebook.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



PROFETAS

(Pe. João Carlos)


O mundo necessita de profetas

De gente que rejeita a falsidade

De gente que acredita na verdade

De gente que tem sua opinião.


O mundo presta culto à aparência

É gente que se vende por dinheiro

É gente procurando seu proveito

É assim que se corrompe uma nação


Eu sou amigo da verdade

Meu sim, é sim. Meu não, é não.

E eu não posso mais ficar calado

Eu sou profeta. Eu sou cristão.


O mundo necessita de profetas

De gente que acredita na igualdade

De gente que constrói fraternidade

De gente que tem Deus no coração


O mundo valoriza a riqueza

O luxo, a luxúria e a esperteza

Não liga pro futuro do planeta

É gente que destrói a criação


Eu sou amigo da verdade

Meu sim, é sim. Meu não, é não.

E eu não posso mais ficar calado

Eu sou profeta. Eu sou cristão.



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