PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: batismo
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Que boa notícia!!!

  


30 de março de 2024

   Sábado Santo | Vigília Pascal.  


  Evangelho.   


Mc 16,1-7

1 Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. 2 E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo.
3 E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?”
4 Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra já tinha sido retirada. 5 Entraram, então, no túmulo e viram um jovem, sentado ao lado direito, vestido de branco.
6 Mas o jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui. 7 Vede o lugar onde o puseram. Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, na Galileia. Lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito”.



  Meditação.   


Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus (Mc 16, 1)

É verdade que, neste sábado santo, estamos num dia de silêncio e recolhimento, em vigília, como que ao lado do sepulcro do Senhor. Mas, não se trata de clima de velório, nada disso. Estamos, propriamente, em concentração. Preparamo-nos para celebrar, com toda exultação, o mistério da vitória de Jesus sobre a morte. Não porque ele esteja morto e vá ressuscitar hoje à noite, nada disso. Mas, para fazer memória de sua vitória sobre a morte. Ele vive triunfante, ele é o ressuscitado. A morte e a ressurreição do Senhor são o grande mistério no qual vivemos mergulhados. É o que estamos celebrando no Tríduo Pascal: a sua entrega em nosso favor, a sua morte de cruz nos lavando do pecado, a sua ressurreição dos mortos nos comunicando a vida de Deus.

A celebração de hoje é a vigília pascal, à noite. Depois de um dia de recolhimento, vamos celebrar a ressurreição do Senhor. Nós nos damos conta que, com sua ressurreição, começa um novo tempo e que sua vitória é também nossa. Nós mergulhamos neste mistério de morte e ressurreição, particularmente, pelo batismo. Como disse Paulo, no batismo, fomos sepultados com ele, renascemos com ele. Começamos, assim, a viver a vida nova da graça que ele conquistou para nós. Foi o que ele disse a Pedro: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. Somos lavados pelo batismo. Temos parte com ele.

Em vigília, serão lidos diversos textos da Escritura que narram as maravilhosas obras de Deus na criação, na libertação do povo da escravidão do Egito, no retorno do exílio da Babilônia, no batismo dos cristãos. No evangelho, lido hoje em São Marcos, Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé vão ao sepulcro, ao amanhecer do primeiro dia da semana. Elas são avisadas pelo anjo sobre a ressurreição de Jesus. Elas são encarregadas de anunciar aos discípulos essa boa notícia e de lhes dar o recado que o Ressuscitado vai esperá-los na Galileia.

A liturgia de hoje se desenvolve em quatro momentos: a celebração da luz (Cristo vence as trevas e ilumina o mundo); a celebração da Palavra (A ressurreição de Cristo é o coroamento das maravilhosas obras de Deus ao longo da história); a celebração da água (Pelo batismo, participamos da morte e da ressurreição do Senhor); e a celebração do pão eucarístico (Na ceia eucarística, anunciamos a morte do Senhor e proclamamos a sua ressurreição). E a grande notícia da noite santa deste sábado, a Páscoa do Senhor, a sua Ressurreição da morte, se prolonga por todo o domingo de páscoa e por todos os domingos do ano. Não perca, por nada, a celebração de hoje. 




Guardando a mensagem

Podemos pensar que a celebração do sábado santo tem três marcas: a Ressurreição, o Batismo e a Missão. Ressurreição é a boa notícia da madrugada do primeiro dia da semana. Está recomeçando a primeira semana da criação, é o início de uma nova humanidade. O Batismo é a nossa adesão a Cristo e o modo pelo qual participamos de sua morte e de sua ressurreição. Lavados, purificados por sua morte, somos novas criaturas, nascidas do alto, pelo derramamento do seu Espírito. A continuação da missão de Jesus é consequência de sua vitória sobre o pecado, o mal e a morte. Somos seus missionários. A missão continua.

Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus (Mc 16, 1)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tua ressurreição nos resgatou da escuridão para a luz, da morte para a vida. Na tua vitória, renascemos. Concede-nos que a força de tua ressurreição seja a energia que estamos precisamos para enfrentar, com destemor, todo o mal ao nosso redor. Cresça em nós a fé, a esperança e a caridade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você entendeu. O sábado santo não é um dia de tristeza. É um dia de expectativa. Na vigília, encontramos as razões para a grande alegria da páscoa que toma os nossos corações. Viva em oração este sábado. 

Comunicando

Um modo de sublinhar o valor deste tempo de graça é desejar Feliz Páscoa às pessoas de sua convivência, parentes e amigos. Então, a partir de hoje, não economize votos de Feliz Páscoa com Cristo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

As águas que descem da cruz.


   12 de março de 2024.   

Terça-feira da 4ª Semana da Quaresma


   Evangelho.   


Jo 5,1-16

1Houve uma festa dos judeus, e Jesus foi a Jerusalém. 2Existe em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. 3Muitos doentes ficavam ali deitados — cegos, coxos e paralíticos. 4De fato, um anjo descia, de vez em quando, e movimentava a água da piscina, e o primeiro doente que aí entrasse, depois do borbulhar da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. 5Aí se encontrava um homem, que estava doente havia trinta e oito anos.
6Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” 7O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente”. 8Jesus disse: “Levanta-te, pega tua cama e anda”. 9No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua cama e começou a andar.
Ora, esse dia era um sábado. 10Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “É sábado! Não te é permitido carregar tua cama”. 11Ele respondeu-lhes: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua cama e anda’”. 12Então lhe perguntaram: “Quem é que te disse: ‘Pega tua cama e anda’?” 13O homem que tinha sido curado não sabia quem fora, pois Jesus se tinha afastado da multidão que se encontrava naquele lugar.
14Mais tarde, Jesus encontrou o homem no Templo e lhe disse: “Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior”. 15Então o homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. 16Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado.

   Meditação.   


Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” (Jo 5, 6)

“Aonde chega o rio, chega a vida”. Essa frase está escrita no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 47, versículo 11. O profeta foi levado por um anjo ao Templo e viu que jorrava água do Templo, do seu lado direito. E ele foi acompanhando aquela água que ia se espalhando na direção leste. O anjo foi medindo, e a cada 500 metros, mandava o profeta atravessar a água. Na primeira parada, chegava aos tornozelos. Na outra, chegava aos joelhos. Mais na frente, aquela água toda já chegava à cintura. Finalmente, só a nado se podia atravessar. E o profeta foi voltando pelas margens e vendo a paisagem transformada pelas águas: árvores frutíferas, plantações, animais, peixes em quantidade. Isso faz lembrar rios como o São Francisco, o velho Chico, do qual dependem milhares de agricultores e ribeirinhos. “Aonde chega o rio, chega a vida”.

Só pra saber se você está me acompanhando: onde nasce esse rio que leva tanta vida mundo afora? Não, não estou falando do Rio São Francisco que nasce em Minas, na serra da Canastra. Estou falando do rio do profeta Ezequiel. Onde ele nasce? No Templo. Ele jorra do lado direito do Templo. Você lembra que outro dia, Jesus disse que podiam destruir o Templo que ele reconstruiria em três dias? E por quê? Claro, porque o verdadeiro Templo é ele mesmo, o seu corpo. O Templo de Jerusalém, que não existe mais, foi um sinal do verdadeiro Templo, Jesus. Lembre também daquele episódio na cruz. O soldado, vendo-o morto, em vez de lhe quebrar as pernas, perfurou o lado dele com a lança. E você pode me dizer o que aconteceu? Isso... Do seu lado aberto, escorreu sangue e água. Agora, junte as peças: Jesus é o verdadeiro Templo. Do seu lado aberto, jorrou sangue e água. Realizou-se nele o que o profeta tinha visto e anunciado: Do Templo, jorrava uma água que ia se espalhando, virando um rio, levando vida aonde chegasse. Do alto da cruz, do coração do Templo que é Jesus, jorra essa água que nos comunica a vida.

Com essa bagagem, vamos ao evangelho de hoje. Jesus foi a uma festa religiosa em Jerusalém. Lá havia uma piscina, a piscina de Betesda. Muita gente doente ficava ali na esperança de se curar, naquelas águas. Jesus encontrou ali um homem doente há trinta e oito anos. Ele estava prostrado, sem ninguém para ajudá-lo a se curar na água da piscina. Jesus perguntou se ele queria ficar bom. Imagine a resposta. Então Jesus disse: “Levante-se, pegue o seu leito e ande”. E ele ficou bonzinho da Silva. Pegou o seu leito e foi embora.

O homem doente, prostrado, à beira da piscina de Betesda é a imagem do pecador, da pecadora. Há muito tempo espera ser libertado. Quanto tempo já fazia que estava doente? 38 anos, quase quarenta. O povo de Deus, depois de uma peregrinação de quarenta anos, entrou na terra prometida. O homem pecador, esse homem que peregrina em sofrimento há 38 anos é como a terra seca do sertão esperando a água do Rio São Francisco. Agora, chegou a sua libertação. A essa terra seca, chegaram as águas abençoadas de Cristo, renovando a sua vida, fazendo dele uma nova criatura. Essa é a água que desce do alto da cruz, do coração rasgado pela lança. É o amor de Deus que se derrama. É o batismo lavando do pecado e comunicando a vida de Deus. Aonde chega esse rio, chega a vida.




Guardando a mensagem

A história do homem doente, à beira da piscina de Betesda, é uma catequese sobre o batismo. Estamos preparando a páscoa e a páscoa é a celebração da nossa salvação em Cristo. Por isso, na noite da páscoa, renovamos as promessas do batismo e batizamos novos cristãos. As águas que nos lavam do pecado e nos comunicam a vida de Deus vêm do Templo, do coração de Cristo rasgado pela lança, como num grande rio que vem descendo. A verdadeira piscina, que nos cura do pecado, é a do batismo. Somos restaurados nas águas que descem da cruz.

Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” (Jo 5, 6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
que belo ensinamento sobre o batismo. Renascemos, como terra seca que recebe a água abundante da chuva ou da irrigação. É a tua graça, a tua Palavra, a tua vida comunicada na Eucaristia: são essas as águas que irrigam a nossa vida. Nós te bendizemos, Senhor. Estávamos prostrados à beira da piscina de Betesda, doentes há 38 anos e fomos restaurados nas tuas águas, no santo Batismo. Em ti, renascemos, fizemos páscoa. Obrigado, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em nossa caminhada quaresmal, acolhamos esta catequese do evangelho sobre o batismo. Nas águas da morte e da ressurreição de Cristo, renascemos para uma vida nova.

No Batismo, nossos pecados são perdoados. Mas, acabamos pecando de novo. Por isso, precisamos do Sacramento da Reconciliação ou da Confissão. 

O 28º passo de nossa caminhada quaresmal é preparar-se para a Confissão. Convém confessar-se, antes da Páscoa.

Comunicando

Vivemos ontem dois momentos marcantes: o encontro dos ouvintes, no Recife, acompanhando por muita gente pelo rádio e pelo Youtube; e o primeiro encontro da Segunda Bíblica, com mais de mil participantes inscritos. O encontro deixou uma tarefa a ser feita pelos participantes inscritos, durante essa semana. A tarefa já está postada no grupo de WhatsApp onde todos recebem os conteúdos de estudo. Quem não se inscreveu ainda, ainda pode fazê-lo pelo WhatsApp da AMA: 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Nossa resposta: a fé e a conversão.



   18 de fevereiro de 2024.   

1º. Domingo da Quaresma

   Evangelho.   


Mc 1,12-15

Naquele tempo, 12o Espírito levou Jesus para o deserto. 13E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam. 14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”

   Meditação.   


Convertam-se e creiam no Evangelho! (Mc 1, 15)

Chegamos ao primeiro domingo da Quaresma. A Quaresma se inspira nos quarenta anos de peregrinação do povo hebreu pelo deserto em direção à terra prometida. Esta longa peregrinação foi como um grande retiro que ajudou o povo a encontrar a sua identidade de povo de Deus. Jesus também ficou quarenta dias no deserto, como que refazendo a peregrinação do seu povo. Passados esses dias, ele começou a anunciar que o Reino de Deus já estava chegando, como os que antigamente tinham anunciado ao povo a alegria de já se estar avistando a terra prometida.

O Reino de Deus é o novo tempo que está chegando. É a nossa terra prometida. No anúncio de Jesus, ele já nos diz como acolher o Reino que está às portas: “Convertam-se e creiam no evangelho!”. A fé e a conversão são a resposta à pregação do evangelho, ao anúncio do Reino de Deus que vem a nós. E o Reino vem a nós em Jesus e por meio dele. 

No final do evangelho de São Marcos, Jesus entrega a missão aos seus discípulos: anunciar o evangelho a toda criatura. O evangelho é a boa notícia de que o Reino de Deus chegou em Cristo, e por meio dele, como salvação para todos. Quem receber essa notícia maravilhosa (que é o conteúdo da evangelização), precisa dar uma resposta. E a melhor resposta é a fé. A fé, a adesão a Cristo. “Quem crer e for batizado, será salvo”. O batismo é o mergulho de quem crê no mistério da morte e ressurreição do Senhor, na sua páscoa.

Para meditar esse grande mistério de nossa aliança com Cristo, pelo batismo, nas águas de sua morte e ressurreição, nos é contada hoje a história de Noé. Do grande dilúvio, nasceu uma humanidade purificada, salva na arca, uma humanidade em aliança com Deus (Gn 9). Na primeira carta de Pedro, nos é dito que esta arca representa o nosso batismo (1 Pd 3). Na purificação das águas da morte redentora do Senhor, nasce um povo em aliança com Deus, nós. Está escrito: “À arca, corresponde o batismo, que hoje é a vossa salvação”. O tema do batismo também está presente no evangelho de hoje (Mc 1). Depois do batismo no Rio Jordão, Jesus foi levado pelo Espírito para o deserto. E lá, ele estava entre os animais selvagens, como Noé em sua barca. 

Neste domingo, podemos identificar mais um passo na subida dos 40 degraus, que podem representar a Quaresma: “Crer no evangelho” - Crer na boa notícia de que o Reino de Deus chegou em Cristo como salvação para nós. É como o aviso de que já se estava avistando a terra prometida, a terra da liberdade e da fartura. Crer é acolher com alegria essa boa notícia. E a boa notícia, no final das contas, é o próprio Jesus, sua presença e sua ação nos purificando com sua morte e nos pondo em aliança com Deus; e nos levando, pelo seu Santo Espírito, a traduzir o Reino neste mundo em fraternidade, solidariedade, justiça, paz, reconciliação. 




Guardando a mensagem

São quarenta dias, o tempo da quaresma. Podemos pensar em quarenta degraus, a serem subidos passo por passo. E já vamos no quinto-dia desta subida. No primeiro degrau, estava escrito: partir com humildade (foi a quarta-feira de cinzas). No segundo, seguir com Cristo. No terceiro, jejuar para crescer. Ontem, quarto passo, na história de Levi: vencer a acomodação. O passo de hoje pode ser este: crer no evangelho. O evangelho é a boa notícia de que o Reino de Deus chegou com Jesus. A fé e a conversão constituem a nossa resposta à pregação do evangelho. No batismo, celebramos a fé que acolhe esta boa notícia. Nele, somos purificados nas águas da morte e da ressurreição do Senhor. É a nossa páscoa com ele. A fé neste evangelho ilumina a nossa vida, nos ajudando a enfrentar e vencer os problemas e as tentações. A fé nos faz anunciadores e construtores de um mundo onde já brilhem os sinais do Reino de Deus: a liberdade, a unidade, o amor. 

Convertam-se e creiam no Evangelho! (Mc 1, 15)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
quando começamos a quaresma, ouvimos estas tuas palavras, ao recebermos as cinzas: “Convertam-se e creiam no evangelho”. E estamos entendendo que a boa notícia, o evangelho, é que “o tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo”. Crer neste evangelho é a resposta que esperas de nós, a acolhida de tua pessoa divina e humana entre nós. A tua obra redentora nos põe em aliança com Deus e nos reconcilia com todos os seus filhos e suas criaturas. Pela fé e pela conversão, acolhemos o Reino de Deus que nos chega como salvação. Pelo batismo, somos purificados nas águas de tua morte e renovados em tua ressurreição. Viver nessa verdade é viver em páscoa. Neste primeiro domingo da Quaresma, queremos renovar nosso ‘sim’ ao teu chamado, nossa adesão ao teu evangelho, nosso amor à tua Igreja. Nela, nós recebemos o santo batismo, pelo qual estamos em comunhão contigo e, por meio de ti e do Santo Espírito, unidos uns aos outros formando um só corpo. Dá-nos, Senhor, a graça de viver nesta fé e de anunciá-la com palavras e ações que, neste mundo, expressem fraternidade, construam a justiça e edifiquem a paz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Ouça com atenção as leituras da liturgia de hoje. Lembre, com gratidão, do seu batismo. Reze por todos os que, em sua família, foram batizados. Peça a graça de serem fiéis e viverem unidos a Cristo e à sua Igreja. 

Comunicando

De hoje a oito dias, domingo próximo, às quatro da tarde, começa o nosso Show-Orante, lançando o meu novo álbum musical. Será no Teatro Boa Vista, no Recife. Você também pode acompanhar de casa, através de uma transmissão exclusiva. Adquira já o seu ingresso. Siga o link que lhe enviei ontem ou solicite o seu ingresso pelo Whatsapp 81 3224-9284. 


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Desamarrando as sandálias.




   06 de janeiro de 2024.   

Sábado do Tempo do Natal antes da Epifania


   Evangelho.   


Mc 1,7-11

Naquele tempo, 7João pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.



   Meditação.   


Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar as suas sandálias (Mc 1,8)

No calendário popular, hoje, 06 de janeiro, é Dia de Reis, a comemoração da visita dos Magos a Belém. No calendário litúrgico da Igreja no Brasil, esta festa, chamada de Epifania, ficou para domingo que vem. Epifania é a manifestação de Jesus como salvador de toda a humanidade. É o que contemplamos na visita dos Magos do Oriente ao Menino Jesus. 

O evangelho de São Marcos, lido hoje, apresenta Jesus que vai se batizar com o profeta João, no Rio Jordão. Quando Jesus saiu das águas, o céu se abriu e desceu sobre ele o Espírito Santo. E ouviu-se uma voz do céu confirmando que ele era o Filho Amado.

João Batista tinha dito que, depois dele, viria alguém mais forte do que ele. Só de prever o encontro com Jesus, João declarou não ser digno nem de se abaixar para desamarrar as suas sandálias. Lavar os pés do seu senhor era o serviço do servo, do criado. João estava dizendo que não se sentia digno desse serviço, tão elevado era o Messias que ele estava anunciando.

João mostrou-se muito humilde. Mas, Jesus foi mais longe ainda. Você se lembra da cena do lava-pés? Jesus levantou-se, tirou o manto, cingiu-se com uma toalha, abaixou-se e foi lavar os pés dos seus discípulos. Uma cena muito forte. Jesus, o Senhor, faz o papel de servo, de criado, lavando os pés dos seus subordinados. Mesmo Pedro estranhou aquilo e não queria que Jesus lavasse os seus pés.

O gesto de Jesus de lavar os pés dos seus discípulos sublinha o modo como ele exerceu a sua missão: abaixando-se ao assumir nossa condição humana, servindo, lavando-nos os pés, purificando-nos do pecado, tomando o nosso lugar na cruz.

Jesus abaixou-se para nos encontrar em nossa pequenez, em nossa humanidade. Ele fez-se servo. Ele nos lavou com o derramamento do seu Santo Espírito. Respondamos a esse amor com um amor sincero, mesmo sabendo que não somos dignos nem de sermos seus servos, de nos abaixarmos para desamarrar as sandálias dos seus pés.




Guardando a mensagem

Meditamos, hoje, sobre o amor de Jesus que se manifestou em vir a nós, com tanta humildade, colocando-se na fila dos pecadores, para receber o batismo de João. Assim, já vamos nos preparando para celebrar a Epifania do Senhor, a sua manifestação como salvador de toda a humanidade. É a mensagem da história da visita dos Magos que vamos celebrar domingo que vem. 
Ele fez-se servo obediente, como disse o profeta Isaías. São Paulo também falou dessa condição de Jesus, na carta aos Filipenses: ele foi servo obediente até à morte de cruz.
 O nosso amor a Cristo nos leva à sua imitação. Assim, amemos de verdade os nossos irmãos, como o Senhor nos ama. Nós somos também servidores dos nossos irmãos. 

Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar as suas sandálias (Mc 1,8)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
mostraste grande humildade indo se batizar com João Batista. João, sabendo de tua grandeza, achou que não era digno nem de se abaixar para desamarrar as tuas sandálias. E nós ficamos lembrando que toda a tua missão foi essa de servo, de servidor, lavando os nossos pés, com grande amor e humildade. Tu nos purificaste com o sacrifício de tua cruz. Nós nos damos conta que esse é o caminho que precisamos trilhar, à tua imitação. Dá-nos, Senhor, a graça de sermos também servidores dos irmãos, testemunhando nossa comunhão contigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Em preparação da celebração deste domingo, a Festa da Epifania do Senhor, adiante a leitura do evangelho: Mateus 2,1-12.

Comunicando

Amanhã, faço show na cidade de Barra do Choça, na Arquidiocese de Vitória da Conquista, Bahia. É o Novenário do Senhor do Bonfim, padroeiro do município. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Pelo sinal da Santa Cruz

 




17 de abril de 2023

Segunda-feira da Segunda Semana da Páscoa


                              Evangelho                                


Jo 3,1-8

1Havia um chefe judaico, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos, 2que foi ter com Jesus, de noite, e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele”.
3Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”. 4Nicodemos disse: “Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?”
5Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. 6Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito. 7Não te admires por eu haver dito: Vós deveis nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.


                             Meditação                                 


Você deve nascer de novo (Jo 3, 7)

Você se lembra de Nicodemos! Foi aquele fariseu, mestre da lei, membro do Sinédrio de Jerusalém, que foi falar com Jesus, de maneira sigilosa, à noite. Ele tinha uma simpatia por Jesus. Mas, como membro do Sinédrio, o grande conselho da capital, tinha medo da reação dos seus colegas e com certeza medo de perder sua posição. Quando Jesus foi preso, ele protestou contra a decisão já tomada, sem ao menos o acusado ter sido ouvido. Quando Jesus morreu na cruz, ele ajudou José de Arimateia a cuidar do seu enterro. Nicodemos é o tipo da pessoa importante, que por causa das conveniências do poder, tem dificuldade em assumir publicamente sua adesão a Jesus e ao seu Evangelho.

As lideranças também precisam ser evangelizadas, claro. É o que Jesus fez com Nicodemos. Jesus lhe disse que ele precisava nascer de novo. Ele era um mestre da lei, com assento no grande conselho de Jerusalém. Isso não lhe fazia cidadão do Reino. Só renunciando a si mesmo, se pode seguir Jesus. Só se fazendo pequeno é que se entra no Reino de Deus. Ele precisava nascer de novo. Passar por uma conversão. Renovar-se pelo batismo. Nascer de Deus.

Jesus disse a Nicodemos que ele tinha que nascer de novo. Essa expressão pode ser traduzida também por nascer do alto. Nicodemos quis tomar a palavra de Jesus ao pé da letra, dizendo que não cabia mais no ventre de sua mãe. Não se trata disso. Alguém pode pensar em reencarnação, também não se trata disso. Trata-se de ser renovado pela graça da redenção alcançada na cruz e celebrada no batismo. O batismo é o novo nascimento. Nele, nascemos de Deus, sendo lavados dos nossos pecados pela ação santificadora do Espírito Santo. Jesus explicou a Nicodemos: “Quem nasce da carne é carne. Quem nasce do Espírito é espírito”. Nascer na carne é a nossa vida biológica, nossa condição natural. Nascer do Espírito é ser renovado pela graça de Deus. O novo nascimento é o batismo. Foi o que Jesus explicou a Nicodemos: “Quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus”.

Como Nicodemos era profundo conhecedor das Escrituras, Jesus lembrou-lhe o episódio da serpente de bronze, no deserto. Ele, como mestre da Lei, poderia perceber facilmente que Jesus foi enviado pelo Pai para salvar o seu povo. No tempo passado, o povo estava atravessando o deserto, depois da saída da escravidão do Egito. O povo começou a se cansar e se revoltar contra Deus, reclamando do calor do deserto, da comida repetida que era o maná, do cansaço da caminhada. Deu uma peste de serpentes venenosas. Começou a morrer muita gente por causa de sua má vontade, do clima de murmuração e de revolta contra Deus. A haste com uma serpente de bronze foi um sinal. Deus mandou Moisés fazer essa representação. Quem fosse picado pelas serpentes, olhando para aquele sinal seria salvo da morte.

Esse símbolo, no Antigo Testamento, preparou o sinal de Jesus na cruz. A verdadeira salvação, a verdadeira cura, a libertação do pecado é Jesus em sua cruz. Fomos salvos por sua vida oferecida naquela haste da cruz. Como o povo antigo no deserto olhando para a haste com a serpente de bronze se curava, assim também nós pecadores temos um sinal de salvação, a cruz de Cristo, isto é a morte redentora de Jesus. Crendo em Jesus que morreu e ressuscitou por nós, encontramos a vida eterna.




Guardando a mensagem

Nicodemos é o representante das pessoas importantes, chamadas também à conversão. Ele, que tinha tanto conhecimento das Escrituras, poderia facilmente entender o que Jesus estava explicando. Deus o mandou para salvar o mundo. O povo está, como aquela gente do tempo do deserto, morrendo por causa dos seus pecados. E como no deserto, agora Deus também está nos dando um sinal de salvação. Crendo em Jesus crucificado e ressuscitado, o pecador encontra a salvação.

Você deve nascer de novo (Jo 3, 7)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
vemos em Nicodemos, que para acolher o Reino de Deus, é preciso se desapegar de sua grandeza, de seu poder, de seus grandes conhecimentos. O filho de Deus nasce do alto, do Espírito Santo. A cruz, que é a grande humilhação que te impusemos, Jesus, longe de ser um sinal do teu fracasso, é o sinal de tua vitória e da salvação para todos os que aceitam o teu caminho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

A cruz nos lembra o sacrifício redentor de Cristo, pelo qual fomos salvos. Você sabe fazer o sinal da cruz? Se não sabe, peça a ajuda de alguém com mais experiência. Faça, hoje, mais de uma vez, o sinal da cruz.

Pelo sinal + da santa cruz + livrai-nos Deus + nosso Senhor + dos nossos + inimigos + Em nome do Pai + e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Comunicando

Como todas as noites de segunda-feira, hoje é dia do Programa Encontros no meu Canal do Youtube. Hoje, vamos mostrar como foi a missão na Semana Santa no Piauí. Espero você, no Youtube, às 20 horas.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Sábado Santo, um dia de recolhimento e concentração.

 


08 de abril de 2023

Sábado Santo

Vigília Pascal


EVANGELHO


Mt 28,1-10

1Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo, que tremeram, e ficaram como mortos.
5Então o anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos”.
8As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos.
9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!”
As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. 10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”.


MEDITAÇÃO

Então Jesus disse às mulheres: “Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão” (Mt 28, 10).

É verdade que, neste sábado santo, estamos num dia de silêncio e recolhimento, em vigília, como que ao lado do sepulcro do Senhor. Mas, não se trata de clima de velório, nada disso. Estamos, propriamente, em concentração. Preparamo-nos para celebrar, com toda exultação, o mistério da vitória de Jesus sobre a morte. Não porque ele esteja morto e vá ressuscitar hoje à noite, nada disso. Mas, para fazer memória de sua vitória sobre a morte. Ele vive triunfante, ele é o ressuscitado. A morte e a ressurreição do Senhor são o grande mistério no qual vivemos mergulhados. É o que estamos celebrando no Tríduo Pascal: a sua entrega em nosso favor, a sua morte de cruz nos lavando do pecado, a sua ressurreição dos mortos nos comunicando a vida de Deus.

A celebração de hoje é a vigília pascal, à noite. Depois de um dia de recolhimento, vamos celebrar a ressurreição do Senhor. Nós nos damos conta que, com sua ressurreição, começa um novo tempo e que sua vitória é também nossa. Nós mergulhamos neste mistério de morte e ressurreição, particularmente, pelo batismo. Como disse Paulo, no batismo, fomos sepultados com ele, renascemos com ele. Começamos, assim, a viver a vida nova da graça que ele conquistou para nós. Foi o que ele disse a Pedro: “Seu eu não te lavar, não terás parte comigo”. Somos lavados pelo batismo. Temos parte com ele.

Em vigília, serão lidos diversos textos da Escritura que narram as maravilhosas obras de Deus na criação, na libertação do povo da escravidão do Egito, no retorno do exílio da Babilônia, no batismo dos cristãos. No evangelho, lido hoje em São Mateus, Maria Madalena e outra Maria vão ao sepulcro, ao amanhecer do primeiro dia da semana. Elas são avisadas pelo anjo sobre a ressurreição de Jesus. O próprio Senhor ressuscitado as encontra no caminho. Elas são encarregadas de anunciar aos discípulos essa boa notícia e lhes dar o recado que o Ressuscitado vai esperá-los na Galileia.

A liturgia de hoje se desenvolve em quatro momentos: a celebração da luz (Cristo vence as trevas e ilumina o mundo); a celebração da Palavra (A ressurreição de Cristo é o coroamento das maravilhosas obras de Deus ao longo da história); a celebração da água (Pelo batismo, participamos da morte e da ressurreição do Senhor); e a celebração do pão eucarístico (Na ceia eucarística, anunciamos a morte do Senhor e proclamamos a sua ressurreição). E a grande notícia da noite santa deste sábado, a Páscoa do Senhor, a sua Ressurreição da morte, se prolonga por todo o domingo de páscoa e por todos os domingos do ano. Não perca por nada a celebração de hoje. 




Guardando a mensagem

Podemos pensar que a celebração do sábado santo tem três marcas: a Ressurreição, o Batismo e a Missão. Ressurreição é a boa notícia da madrugada do primeiro dia da semana. Está recomeçando a primeira semana da criação, é o início de uma nova humanidade. O Batismo é a nossa adesão a Cristo e o modo pelo qual participamos de sua morte e de sua ressurreição. Lavados, purificados por sua morte, somos novas criaturas, nascidas do alto, pelo derramamento do seu Espírito. A continuação da missão de Jesus é consequência de sua vitória sobre o pecado, o mal e a morte. Somos seus missionários. A missão continua.

Então Jesus disse às mulheres: “Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão” (Mt 28, 10).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tua ressurreição nos resgatou da escuridão para a luz, da morte para a vida. Na tua vitória, renascemos. Concede-nos que a força de tua ressurreição seja a energia que estamos precisamos para enfrentar, com destemor todo o mal ao nosso redor. Cresça em nós a fé, a esperança e a caridade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Um modo de sublinhar o valor deste tempo de graça é desejar Feliz Páscoa às pessoas de sua convivência, parentes e amigos. Então, a partir de hoje, não economize votos de Feliz Páscoa com Cristo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O 28º passo de nossa caminhada quaresmal é preparar-se para a Confissão.

 




21 de março de 2023

Terça-feira da 4ª Semana da Quaresma

28º passo do nosso caminho quaresmal


EVANGELHO


Jo 5,1-16

1Houve uma festa dos judeus, e Jesus foi a Jerusalém. 2Existe em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, uma piscina com cinco pórticos, chamada Betesda em hebraico. 3Muitos doentes ficavam ali deitados — cegos, coxos e paralíticos. 4De fato, um anjo descia, de vez em quando, e movimentava a água da piscina, e o primeiro doente que aí entrasse, depois do borbulhar da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. 5Aí se encontrava um homem, que estava doente havia trinta e oito anos.
6Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” 7O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina, quando a água é agitada. Quando estou chegando, outro entra na minha frente”. 8Jesus disse: “Levanta-te, pega tua cama e anda”. 9No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua cama e começou a andar.
Ora, esse dia era um sábado. 10Por isso, os judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “É sábado! Não te é permitido carregar tua cama”. 11Ele respondeu-lhes: “Aquele que me curou disse: ‘Pega tua cama e anda’”. 12Então lhe perguntaram: “Quem é que te disse: ‘Pega tua cama e anda’?” 13O homem que tinha sido curado não sabia quem fora, pois Jesus se tinha afastado da multidão que se encontrava naquele lugar.
14Mais tarde, Jesus encontrou o homem no Templo e lhe disse: “Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior”. 15Então o homem saiu e contou aos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. 16Por isso, os judeus começaram a perseguir Jesus, porque fazia tais coisas em dia de sábado.

MEDITAÇÃO


Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” (Jo 5, 6)

“Aonde chega o rio, chega a vida”. Essa frase está escrita no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 47, versículo 11. O profeta foi levado por um anjo ao Templo e viu que jorrava água do Templo, do seu lado direito. E ele foi acompanhando aquela água que ia se espalhando na direção leste. O anjo foi medindo, e a cada 500 metros, mandava o profeta atravessar a água. Na primeira parada, chegava aos tornozelos. Na outra, chegava aos joelhos. Mais na frente, aquela água toda já chegava à cintura. Finalmente, só a nado se podia atravessar. E o profeta foi voltando pelas margens e vendo a paisagem transformada pelas águas: árvores frutíferas, plantações, animais, peixes em quantidade. Isso faz lembrar rios como o São Francisco, o velho Chico, do qual dependem milhares de agricultores e ribeirinhos. “Aonde chega o rio, chega a vida”.

Só pra saber se você está me acompanhando: onde nasce esse rio que leva tanta vida mundo afora? Não, não estou falando do Rio São Francisco que nasce em Minas, na serra da Canastra. Estou falando do rio do profeta Ezequiel. Onde ele nasce? No Templo. Ele jorra do lado direito do Templo. Você lembra que outro dia, Jesus disse que podiam destruir o Templo que ele reconstruiria em três dias? E por quê? Claro, porque o verdadeiro Templo é ele mesmo, o seu corpo. O Templo de Jerusalém, que não existe mais, foi um sinal do verdadeiro Templo, Jesus. Lembre também daquele episódio na cruz. O soldado, vendo-o morto, em vez de lhe quebrar as pernas, perfurou o lado dele com a lança. E você pode me dizer o que aconteceu? Isso... Do seu lado aberto, escorreu sangue e água. Agora, junte as peças: Jesus é o verdadeiro Templo. Do seu lado aberto, jorrou sangue e água. Realizou-se nele o que o profeta tinha visto e anunciado: Do Templo, jorrava uma água que ia se espalhando, virando um rio, levando vida aonde chegasse. Do alto da cruz, do coração do Templo que é Jesus, jorra essa água que nos comunica a vida.

Com essa bagagem, vamos ao evangelho de hoje. Jesus foi a uma festa religiosa em Jerusalém. Lá havia uma piscina, a piscina de Betesda. Muita gente doente ficava ali na esperança de se curar, naquelas águas. Jesus encontrou ali um homem doente há trinta e oito anos. Ele estava prostrado, sem ninguém para ajudá-lo a se curar na água da piscina. Jesus perguntou se ele queria ficar bom. Imagine a resposta. Então Jesus disse: “Levante-se, pegue o seu leito e ande”. E ele ficou bonzinho da Silva. Pegou o seu leito e foi embora.

O homem doente, prostrado, à beira da piscina de Betesda é a imagem do pecador, da pecadora. Há muito tempo espera ser libertado. Quanto tempo já fazia que estava doente? 38 anos, quase quarenta. O povo de Deus, depois de uma peregrinação de quarenta anos, entrou na terra prometida. O homem pecador, esse homem que peregrina em sofrimento há 38 anos é como a terra seca do sertão esperando a água do Rio São Francisco. Agora, chegou a sua libertação. A essa terra seca, chegaram as águas abençoadas de Cristo, renovando a sua vida, fazendo dele uma nova criatura. Essa é a água que desce do alto da cruz, do coração rasgado pela lança. É o amor de Deus que se derrama. É o batismo lavando do pecado e comunicando a vida de Deus. Aonde chega esse rio, chega a vida.


Guardando a mensagem

A história do homem doente, à beira da piscina de Betesda, é uma catequese sobre o batismo. Estamos preparando a páscoa e a páscoa é a celebração da nossa salvação em Cristo. Por isso, na noite da páscoa, renovamos as promessas do batismo e batizamos novos cristãos. As águas que nos lavam do pecado e nos comunicam a vida de Deus vêm do Templo, do coração de Cristo rasgado pela lança, como num grande rio que vem descendo. A verdadeira piscina, que nos cura do pecado, é a do batismo. Somos restaurados nas águas que descem da cruz.

Jesus viu o homem deitado e sabendo que estava doente há tanto tempo, disse-lhe: “Queres ficar curado?” (Jo 5, 6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
que belo ensinamento sobre o batismo. Renascemos, como terra seca que recebe a água abundante da chuva ou da irrigação. É a tua graça, a tua Palavra, a tua vida comunicada na Eucaristia: são essas as águas que irrigam a nossa vida. Nós te bendizemos, Senhor. Estávamos prostrados à beira da piscina de Betesda, doentes há 38 anos e fomos restaurados nas tuas águas, no santo batismo. Em ti, renascemos, fizemos páscoa. Obrigado, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em nossa caminhada quaresmal, acolhamos esta catequese do evangelho sobre o batismo. Nas águas da morte e da ressurreição de Cristo, renascemos para uma vida nova.

No Batismo, nossos pecados são perdoados. Mas, acabamos pecando de novo. Por isso, precisamos do Sacramento da Reconciliação ou da Confissão. 

O 28º passo de nossa caminhada quaresmal é preparar-se para a Confissão. Convém confessar-se, antes da Páscoa.

Comunicando

Domingo próximo, dia 26, é dia de Passeio de Sócios e Ouvintes. Vários ônibus já estão fretados, saindo do Recife para a cidade de Bezerros. Na programação:  Missa dominical, Apresentação cultural, Show com Padre João Carlos e Banda e Adoração Eucarística. Informações: 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O 26º passo de nossa caminhada quaresmal é recordar, com gratidão, o seu batismo.




19 de março de 2023

4º Domingo da Quaresma

26º passo de nosso caminho quaresmal



EVANGELHO


Jo 9,1-41

Naquele tempo: 1ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. 2Os discípulos perguntaram a Jesus: 'Mestre, quem pecou para que nascesse cego: ele ou os seus pais?' 3Jesus respondeu: 'Nem ele nem seus pais pecaram, mas isso serve para que as obras de Deus se manifestem nele. 4É necessário que nós realizemos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Vem a noite, em que ninguém pode trabalhar. 5Enquanto estou no mudo, eu sou a luz do mundo.' 6Dito isto, Jesus cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. 7E disse-lhe: 'Vai lavar-te na piscina de Siloé' (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando.
8Os vizinhos e os que costumavam ver o cego — pois ele era mendigo — diziam: 'Não é aquele que ficava pedindo esmola?' 9Uns diziam: 'Sim, é ele!' Outros afirmavam: 'Não é ele, mas alguém parecido com ele.' Ele, porém, dizia: 'Sou eu mesmo!'
10Então lhe perguntaram: 'Como é que se abriram os teus olhos?' 11Ele respondeu: 'Aquele homem chamado Jesus fez lama, colocou-a nos meus olhos e disse-me: 'Vai a Siloé e lava-te'. Então fui, lavei-me e comecei a ver.' 12Perguntaram-lhe: 'Onde está ele?' Respondeu: 'Não sei.'
13Levaram então aos fariseus o homem que tinha sido cego. 14Ora, era sábado, o dia em que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. 15Novamente, então, lhe perguntaram os fariseus como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: 'Colocou lama sobre meus olhos, fui lavar-me e agora vejo!'
16Disseram, então, alguns dos fariseus: 'Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado.' Mas outros diziam: 'Como pode um pecador fazer tais sinais?'
17E havia divergência entre eles. Perguntaram outra vez ao cego: 'E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos?' Respondeu: 'É um profeta.'
18Então, os judeus não acreditaram que ele tinha sido cego e que tinha recuperado a vista.
Chamaram os pais dele 19e perguntaram-lhes: 'Este é o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que ele agora está enxergando?' 20Os seus pais disseram: 'Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego. 21Como agora está enxergando, isso não sabemos. E quem lhe abriu os olhos também não sabemos. Interrogai-o, ele é maior de idade, ele pode falar por si mesmo.' 22Os seus pais disseram isso, porque tinham medo das autoridades judaicas. De fato, os judeus já tinham combinado expulsar da comunidade quem declarasse que Jesus era o Messias.
23Foi por isso que seus pais disseram: 'É maior de idade. Interrogai-o a ele.' 24Então, os judeus chamaram de novo o homem que tinha sido cego. Disseram-lhe: 'Dá glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um pecador.' 25Então ele respondeu: 'Se ele é pecador, não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo.' 26Perguntaram-lhe então: 'Que é que ele te fez? Como te abriu os olhos?' 27Respondeu ele: 'Eu já vos disse, e não escutastes. Por que quereis ouvir de novo? Por acaso quereis tornar-vos discípulos dele?' 28Então insultaram-no, dizendo: 'Tu, sim, és discípulo dele! Nós somos discípulos de Moisés. 29Nós sabemos que Deus falou a Moisés, mas esse, não sabemos de onde é.' 30Respondeu-lhes o homem: 'Espantoso! Vós não sabeis de onde ele é? No entanto, ele abriu-me os olhos! 31Sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aquele que é piedoso e que faz a sua vontade. 32Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33Se este homem não viesse de Deus, não poderia fazer nada'.
34Os fariseus disseram-lhe: 'Tu nasceste todo em pecado e estás nos ensinando?' E expulsaram-no da comunidade.
35Jesus soube que o tinham expulsado. Encontrando-o, perguntou-lhe: 'Acreditas no Filho do Homem?' 36Respondeu ele: 'Quem é, Senhor, para que eu creia nele?' 37Jesus disse: 'Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo.' Exclamou ele: 38'Eu creio, Senhor'! E prostrou-se diante de Jesus.
39Então, Jesus disse: 'Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem, vejam, e os que veem se tornem cegos.' 40Alguns fariseus, que estavam com ele, ouviram isto e lhe disseram: 'Porventura, também nós somos cegos?' 41Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como dizeis: 'Nós vemos', o vosso pecado permanece.'



MEDITAÇÃO


Jesus lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé”. O cego foi, lavou-se e voltou enxergando (Jo 9, 7)

E chegamos ao quarto domingo da Quaresma. Cada domingo é um patamar a que vamos chegando em nossa subida diária em direção à páscoa. É um caminho de revelação de quem é Jesus e de sua obra redentora que continua em nossas vidas e na história. É uma caminhada em que vamos renovando nossa condição de discípulos e nossa adesão à pessoa do Salvador. Estamos em comunhão com ele, caminhamos com ele desde o nosso batismo.

O evangelho de hoje conta a história do cego de nascença que foi curado de sua cegueira. E esse texto é tão interessante que eu vou pedir a você, para o seu bem espiritual, que leia o evangelho de hoje completinho em sua Bíblia. João capítulo 9, de 1 a 41. 

Vamos recordar nosso caminho nessa quaresma. No primeiro domingo, o tema foi o pecado, na cena das tentações. Jesus  é o novo Adão que vence o pecado. No segundo domingo, o tema foi a Lei, na transfiguração. Jesus é o novo Moisés que nos traz a Palavra de Deus. No terceiro domingo, o tema foi a água, na história da Samaritana. É ele que nos comunica a água viva, o dom de sua vida e o Espírito Santo. Neste quarto domingo da quaresma, o tema é a luz e a água, na história do cego de nascença. 
Explicou Paulo na carta aos Efésios: "Outrora, vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz".

A história de hoje é como um teatro em cinco atos e se desenvolve como se fosse um processo, com acusações, interrogatório e sentença final. Não deixe de ler. Em resumo: Jesus mandou o cego de nascença lavar-se na piscina de Siloé. E ele ficou bom. Os vizinhos e conhecidos estranharam não vê-lo mais pedindo esmolas. Os fariseus quiseram saber o que aconteceu. E ficaram com raiva e não acreditaram na conversa dele. Os pais dele foram interrogados. O ex-cego também foi interrogado e expulso da comunidade. Jesus se encontrou de novo com ele e ele proclamou sua fé: “Eu creio Senhor”. Vem a sentença de Jesus: “Quem era cego agora pode ver. Os que vêem agora estão cegos.”

Agora, me diga, onde é que fomos lavados? Pense aí... quando é fomos restaurados? Você pensou no batismo? Então, acertou. Fomos lavados do pecado no batismo. Fomos curados de nossa escuridão no batismo. Esse domingo nos ajuda a perceber a grandeza do nosso batismo. Isso faz parte de nossa preparação para a páscoa. É possível que na noite da páscoa haja batizado de adultos em sua comunidade. E, com certeza, haverá o momento em que todos farão a renovação das promessas do batismo. No batismo, somos lavados de nosso pecado, iluminados em nossa escuridão.


Guardando a mensagem

O batismo é a nova criação. Nele se celebra o que o Senhor faz por nós: ele nos restaura, consertando a obra que foi desfigurada pelo pecado. Veja o que Jesus fez: fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. Fez como o criador do início da Bíblia que, como um oleiro, fez o homem do barro. No batismo, renascemos em Cristo, somos iluminados por ele. Até recebemos uma vela acesa para ilustrar a obra que Jesus faz em nós. Veja o que aconteceu: o cego de nascença passou a enxergar, depois que se lavou na piscina. O que representa essa piscina? ... Isso. Não precisou que eu dissesse. O batismo, a pia batismal. A conclusão é uma atitude: Viver a vida nova que o Senhor nos comunica pelo batismo. Como disse São Paulo: “Vivam como filhos da luz. Desmascarem as obras das trevas. Se estiverem dormindo, despertem”.

Jesus lhe disse: “Vai lavar-te na piscina de Siloé”. O cego foi, lavou-se e voltou enxergando (Jo 9, 7)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a riqueza de tua palavra enche o nosso coração de alegria. Diante da maravilha que é tua obra em nosso favor, nós não podemos e não queremos viver como cegos, de jeito nenhum. Já fomos cegos, agora vivemos na tua luz. Já nos lavamos na piscina de Siloé. Fomos restaurados ali como novas criaturas. Não temos mais parte com a escuridão: a desonestidade, a infidelidade, a descrença. Agora é hora de, no confronto com os fariseus de hoje, testemunhar que te reconhecemos como nosso Salvador. Como o cego curado, mesmo expulso da sinagoga, queremos dizer-te hoje: “Eu creio, Senhor”. E viver nessa fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

O 26º passo de nossa caminhada quaresmal é recordar, com gratidão, o seu batismo. Nele, fomos lavados dos nossos pecados, iluminados em nossa escuridão. Anote no seu caderno espiritual o nome dos seus padrinhos de batismo. Será que você ainda tem alguma foto do seu batizado? 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Aprendendo com Jesus e com João: somos servidores dos irnãos




06 de janeiro de 2023

Tempo do Natal antes da Epifania


EVANGELHO

Mc 1,7-11

Naquele tempo, 7João pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.



MEDITAÇÃO


Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar as suas sandálias (Mc 1,8)

No calendário popular, hoje, 06 de janeiro, é Dia de Reis, a comemoração da visita dos Magos a Belém. No calendário litúrgico da Igreja no Brasil, esta festa, chamada de Epifania, ficou para domingo que vem. Epifania é a manifestação de Jesus como salvador de toda a humanidade. É o que contemplamos na visita dos Magos do Oriente ao Menino Jesus. 

O evangelho de São Marcos, lido hoje, apresenta Jesus que vai se batizar com o profeta João, no Rio Jordão. Quando Jesus saiu das águas, o céu se abriu e desceu sobre ele o Espírito Santo. E ouviu-se uma voz do céu confirmando que ele era o Filho Amado.

João Batista tinha dito que, depois dele, viria alguém mais forte do que ele. Só de prever o encontro com Jesus, João declarou não ser digno nem de se abaixar para desamarrar as suas sandálias. Lavar os pés do seu senhor era o serviço do servo, do criado. João estava dizendo que não se sentia digno desse serviço, tão elevado era o Messias que ele estava anunciando.

João mostrou-se muito humilde. Mas, Jesus foi mais longe ainda. Você se lembra da cena do lava-pés? Jesus levantou-se, tirou o manto, cingiu-se com uma toalha, abaixou-se e foi lavar os pés dos seus discípulos. Uma cena muito forte. Jesus, o Senhor, faz o papel de servo, de criado, lavando os pés dos seus subordinados. Mesmo Pedro estranhou aquilo e não queria que Jesus lavasse os seus pés.

O gesto de Jesus de lavar os pés dos seus discípulos sublinha o modo como ele exerceu a sua missão: abaixando-se ao assumir nossa condição humana, servindo, lavando-nos os pés, purificando-nos do pecado, tomando o nosso lugar na cruz.

Jesus abaixou-se para nos encontrar em nossa pequenez, em nossa humanidade. Ele fez-se servo. Ele nos lavou com o derramamento do seu Santo Espírito. Respondamos a esse amor com um amor sincero, mesmo sabendo que não somos dignos nem de sermos seus servos, de nos abaixarmos para desamarrar as sandálias dos seus pés.


Guardando a mensagem

Meditamos, hoje, sobre o amor de Jesus que se manifestou em vir a nós, com tanta humildade, colocando-se na fila dos pecadores, para receber o batismo de João. Assim, já vamos nos preparando para celebrar a Epifania do Senhor, a sua manifestação como salvador de toda a humanidade. É a mensagem da história da visita dos Magos que vamos celebrar domingo que vem. 
Ele fez-se servo obediente, como disse o profeta Isaías. São Paulo também falou dessa condição de Jesus, na carta aos Filipenses: ele foi servo obediente até à morte de cruz.
 O nosso amor a Cristo nos leva à sua imitação. Assim, amemos de verdade os nossos irmãos, como o Senhor nos ama. Nós somos também servidores dos nossos irmãos. 

Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar as suas sandálias (Mc 1,8)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
mostraste grande humildade indo se batizar com João Batista. João, sabendo de tua grandeza, achou que não era digno nem de se abaixar para desamarrar as tuas sandálias. E nós ficamos lembrando que toda a tua missão foi essa de servo, de servidor, lavando os nossos pés, com grande amor e humildade. Tu nos purificaste com o sacrifício de tua cruz. Nós nos damos conta que esse é o caminho que precisamos trilhar, à tua imitação. Dá-nos, Senhor, a graça de sermos também servidores dos irmãos, testemunhando nossa comunhão contigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Em preparação da celebração deste domingo, a Festa da Epifania do Senhor, adiante a leitura do evangelho: Mateus 2,1-12.

Comunicando

Domingo próximo, Festa da Epifania, celebro a Santa Missa das 17 horas, na Igreja de Pontas de Pedras, município de Goiana, PE. Na segunda-feira, Festa do Batismo do Senhor, faço Show na festa de Santo Amaro, em Jaboatão dos Guararapes. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O fogo que nos purifica






14 de agosto de 2022

20º Domingo do Tempo Comum

Comemoração do Dia dos Pais

Abertura da Semana Nacional da Família




EVANGELHO



Lc 12,49-53

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 49Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! 51Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. 52Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas 53e duas contra três; ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”.



MEDITAÇÃO


Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! (Lc 12, 49)

Esse evangelho de hoje deixa todo mundo confuso. Como assim: Jesus veio para lançar fogo sobre a terra? Que fogo é esse? E ainda diz que está esperando receber um batismo. Que batismo será esse? E o que tem uma coisa com a outra, o fogo com o batismo? Calma. Vamos pedir ajuda ao profeta Malaquias.

No capítulo 3, Malaquias descreve a chegada do Messias, depois da vinda do Mensageiro. Olha como está escrito: “Eis que ele chega. Quem poderá aguentar o dia de sua chegada? Quem ficará de pé quando ele aparecer? Ele é igual ao FOGO de uma fundição. Sentado, o fundidor derrete a prata para beneficiá-la, assim também ele vai apurar os filhos de Levi, refiná-los como se fossem ouro ou prata. Só depois poderão se apresentar ao Senhor como uma oferenda como convém” (Ml 3, 1-3).

Malaquias passa a ideia de que o povo de Deus está precisando ser purificado, pois está como ouro misturado com outros minerais pobres ou sujeiras. Ora, Jesus veio para isso, para nos purificar do pecado. E o que faz o fundidor para purificar o ouro? Põe todo o material para derreter no fogo, dentro de um recipiente resistente. Agora, tem que ter muito fogo para chegar a uma temperatura super alta que derreta tudo e assim separe o ouro das impurezas. Perceba que o profeta Malaquias está falando da missão do Messias esperado. Ele iria fazer como um fundidor, purificaria o seu povo com o fogo.

Agora, escute a palavra de Jesus de novo, no evangelho de hoje: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!”. Ele veio para nos purificar. E está usando a imagem do fundidor, como no profeta Malaquias.

Jesus disse também que iria receber um batismo. E estava ansioso até que tudo se cumprisse. Que batismo é esse? O batismo é para purificar do pecado. Mas, ele não tem pecado. É, mas nós temos. E ele tirou o nosso pecado, por meio desse batismo. Que batismo é esse? Sua paixão, a sua morte. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, pelo sacrifício de sua vida.

João Batista batizou o povo no Rio Jordão, num batismo de conversão. Muita gente até pensava que ele fosse o Messias. “Não, ele disse, não sou eu. Eu batizo vocês com água, mas o Messias vai batizar vocês com o Espírito Santo e o com o fogo”. A água de João era só água mesmo. Mas, a água de Jesus seria sacramento do Espírito Santo, ação do Espírito purificando e renovando.

Então, o batismo tem a ver com a purificação dos pecados. Jesus nos purificou nas águas de sua morte redentora. Na sua morte e na sua ressurreição, nos comunicou a vida, derramando sobre nós o seu Espírito. O Espírito Santo é quem aplica em nós a graça redentora de sua morte e ressurreição. Ele é a água viva que escorreu do peito do Senhor, ferido pelo soldado, na cruz. Essa água nos purifica e nos comunica a vida nova. No sinal da água do batismo, está a ação do Espírito que nos purifica e renova.

Mas, João Batista disse que o batismo do Messias seria com a água e com o fogo. Já vimos como, no Profeta Malaquias, estava predito que o Messias purificaria o seu povo, como o ourives fazia com o ouro e a prata, isto é, com o fogo. 
O fogo é a obra redentora de Jesus que o Espírito Santo atualiza para nós, nos purificando. A água e o fogo são duas representações da ação purificadora do Espírito Santo.

Naquela invocação, pedindo ao Pai o dom do Espírito Santo, eu escrevi assim: “Purifica-me, Senhor, nas tuas águas. Purifica-me, Senhor, com o fogo santo”. Se você ainda tiver com alguma dúvida sobre o fogo, basta você lembrar de Pentecostes. O Espírito veio sobre a comunidade em formas de línguas de fogo. O Espírito Santo atualiza a obra redentora de Jesus em nós. A obra de Jesus que o Espírito Santo atualiza em nós é o fogo que nos purifica do pecado.

Guardando a mensagem

Jesus disse que veio para lançar fogo sobre a terra. E que devia receber um batismo, pelo qual estava ansioso. O Profeta Malaquias nos ajuda a entender isso. Fogo e Batismo, nesse texto, estão em paralelo, os dois estão descrevendo a mesma obra de Jesus para nos purificar do pecado, para nos colocar em condições de ser uma oferenda digna. Como foi que ele nos purificou, nos libertou do pecado? Por sua paixão, morte e ressurreição. Esse foi o batismo a que ele se submeteu, embora não tivesse pecado. Esse foi o grande fogo que nos possibilitou emergir como ouro puro, livre das impurezas e minerais de segunda, isto é, purificados do pecado. Essa sua obra redentora é atualizada em nosso favor, pelo Santo Espírito de Deus. Assim, entendemos, Jesus nos batiza no Espírito Santo e no fogo. É essa obra redentora que ele quer espalhar em favor de todos na face da terra. Esse seu serviço purificador revela e vence o mal, o pecado. Por isso, aparentemente, cria divisão, ao separar o ouro da impureza.

Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! (Lc 12, 49)

Rezando a palavra


Senhor Jesus,
nós te agradecemos por tua obra redentora. Fomos lavados nas águas da tua morte, no teu batismo. Fomos purificados no fogo de tua paixão e cruz. Emergimos como ouro puro na tua ressurreição, como povo santo, justificado dos nossos pecados, em comunhão com Deus. Obrigado, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Em sinal de atenção à Palavra do Senhor, pegue hoje sua Bíblia e leia o livro do profeta Malaquias 3, 1-4. Só uma dica: Malaquias é o último livro do Antigo Testamento.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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