PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Conversão
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A pregação de Jonas foi bem acolhida.



   21 de fevereiro de 2024.   

Quarta-feira da 1ª Semana da Quaresma


 Evangelho   

Lc 11,29-32

Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas.
30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.

   Meditação   


No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão (Lc 11, 32)

Parece que Jesus andava meio decepcionado... A pregação do Reino bem merecia uma acolhida mais entusiasta. Sua palavra, seus milagres... tanto esforço, tanto compromisso da parte dele e, ao que parece, pouco resultado. Certamente, por isso, ele estava dizendo: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”.

Jonas foi um sinal para o povo de Nínive. Ele, a mando de Deus, pregou por três dias na grande cidade, anunciando o castigo de Deus sobre todo aquele povo. Castigo por conta de sua impenitência, de sua vida de maldade e violência. E o povo de Nínive, diante daquela pregação do profeta, tomou consciência de sua condição e implorou a misericórdia de Deus. Acolheu a pregação de Jonas como um convite urgente à penitência e à conversão. Do pequeno ao grande, do pobre ao rei, todos se sentaram em cinzas e pediram perdão de seus pecados. Jonas foi um sinal para o povo de Nínive. Uma convocação à conversão. Mas, também um sinal da misericórdia de Deus, pois Deus, tendo desistido do seu intento de destruir tudo, mostrou a sua misericórdia, dando o seu perdão.

Esse sinal de Jonas para o povo do seu tempo estava sendo reeditado na presença de Jesus, na sua pregação. Como Jonas foi um sinal para o povo de Nínive, assim Jesus seria para o povo do seu tempo. Jonas pregou por três dias, cobrindo toda aquela cidade pagã. Jesus pregou por três anos, percorrendo todo o país. Ele também trazia um convite urgente à conversão. Ele começou sua missão, convidando todos a acolherem o Reino que estava se aproximando: convertam-se e creiam no evangelho. O convite à conversão, na verdade, é um convite à acolhida da misericórdia de Deus.

Jesus estava lembrando que o povo de Nínive recebeu melhor o profeta Jonas do que o seu povo a ele. Converteu-se à pregação de Jonas. E ali, Jesus não estava encontrando a mesma acolhida, nem a mesma disposição para a conversão. O povo de Nínive iria ser juiz daquele povo do tempo de Jesus. E iria condená-lo. E quem estava ali anunciando a mensagem de Deus para eles não era simplesmente alguém como Jonas. Como ele mesmo disse, ali estava alguém maior que Jonas, o próprio filho de Deus. 




Guardando a mensagem

O povo pagão de Nínive converteu-se à pregação de Jonas. O povo de Deus do tempo de Jesus respondeu com indiferença à sua pregação. E um bom grupo reagiu com violência à boa notícia anunciada por ele. A pregação do Evangelho, que anuncia o Reino de Deus, continua hoje e chega até você e à sua família. Como é que vocês estão reagindo a esse anúncio que pede conversão e acolhida do amor de Deus? Como o povo de Nínive? Como o povo do tempo de Jesus?

No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão (Lc 11, 32)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
essa página do Evangelho vem reforçar nossa caminhada cristã, que é um permanente convite à conversão, à acolhida da vida nova que tu nos alcançaste em tua cruz. Concede-nos, Senhor, que vençamos a indiferença, que é atitude típica do nosso tempo: o não ligar, o deixar pra lá, o não dar importância. Que a tua Palavra encontre abrigo em nossos corações e em nossas vidas, nos animando num processo de verdadeira conversão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A conversão é a nossa resposta à Palavra de Deus. A conversão é obra nossa e do Espírito Santo de Deus em nós. Assim, hoje, peça ao Santo Espírito, mais de uma vez, a graça da conversão.

Comparando os quarenta dias da Quaresma com os quarenta degraus de uma escadaria, hoje estamos no oitavo degrau. O passo de hoje é este: vencer a indiferença;  não ficar indiferente à Palavra do Senhor que nos está sendo anunciada. 

Comunicando

Convido você a participar do Sorteio de Ingressos para o meu Show de domingo próximo, no Teatro Boa Vista, no Recife. Você pode acompanhar o show no Teatro ou de casa, por uma transmissão exclusiva. Será um Show-Orante, cantando o meu novo álbum musical. Antes, teremos a Santa Missa, às 15 horas. O show começa às 16 horas. Para participar do sorteio, inscreva-se pelo formulário ou pelo nosso Whatsapp 81 3224-9284. Nossa equipe entrará em contato com os sorteados.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Na história de Jonas, um forte apelo de conversãos

 


   24 de julho de 2023   

Segunda-feira da 16º Semana do Tempo Comum


   Evangelho   


Mt 12,38-42

Naquele tempo, 38alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti”. 39Jesus respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas.
40Com efeito, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra. 41No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas.
42No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará contra essa geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão”.


   Meditação.   


Nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas (Mt 12, 39).

Estamos começando a semana com um apelo muito forte da parte do Senhor: a nossa conversão. Fale a verdade: Deus já lhe deu muitas oportunidades para você tornar-se um fervoroso seguidor de Jesus, uma fervorosa discípula do Senhor, não é verdade? Quantas chances, Deus já lhe deu para você mudar de vida, converter-se? Agora, é bem capaz que você esteja esperando algo de grande impacto para que finalmente se entregue a esse grande amor! E é precisamente de amor que estamos falando. A conversão é um ato de amor: mudar o rumo de sua vida, colocando-a na direção do imenso amor de Deus. E ele nos ama por primeiro.

Você lembra: outro dia, Jesus estava se queixando das cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum. Viram tantos milagres, mas não se converteram. Hoje, fariseus e mestres da lei, opositores de Jesus, estão lhe pedindo um milagre: ‘Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti’. Jesus deve ter ficado aborrecido. Pessoas mesquinhas como aquelas pedindo para presenciar um milagre, mas olhe só! Jesus não fazia milagres pra se mostrar. Àquela altura, Jesus já tinha tomado uma decisão: não iria mais fazer milagre nenhum. Ele chamou aquele povo de geração má e adúltera. ‘Essa geração está pedindo sinais, milagres. Não vai ter mais. Só um sinal, eles vão ter agora: o sinal de Jonas’.

Você se lembra do profeta Jonas?! Deus o mandou pregar em Nínive, capital da Assíria. Jonas calculou bem: Nínive, uma capital pagã... uma missão muito difícil, perigosa, tempo perdido. E logo o que tinha que anunciar: que Deus iria destruir tudo por ali. Nem pensar. Jonas pegou um navio numa rota contrária. Sujeito teimoso esse Jonas. No meio da viagem, o mar ficou tão enfurecido que os marinheiros desconfiaram que alguém ali estivesse em falta muito grave contra o seu Deus. Jonas confessou que estava fugindo de Deus e da missão difícil que ele lhe confiara. Para salvar a tripulação e o navio, não houve outro jeito. Foi atirado no mar. O que aconteceu foi incrível e você recorda. Um peixe o engoliu e três dias e três noites depois ele foi vomitado na praia. Deus o mandou de volta para a tarefa que lhe tinha confiado.

Jesus disse que não teriam mais nenhum sinal, mais nenhum milagre. Só um: o de Jonas. E ele mesmo explicou: ‘assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estaria três dias e três noites no seio da terra’ (Mt 12, 40). Ele está falando, então, de sua morte e de sua ressurreição. Este seria o grande sinal, o milagre pelo qual lhes seria mostrado sua condição de Messias, enviado de Deus. Esse milagre é um dos mistérios centrais de nossa fé. Mistério recordado em cada celebração. Dele fazemos memória na Santa Missa. Como Jonas engolido pelo peixe e devolvido vivo, ao terceiro dia. Morte e ressurreição. Esse é o grande sinal.


Guardando a mensagem

Fariseus e mestres da Lei queriam ver um sinal para acreditar em Jesus. Ele já tinha feito tantos, mas nunca para se mostrar, para se exibir. Na corte de Herodes, também lhe pediram um milagre para divertir a corte. Jesus ficou quieto. Chega de milagres, foi a decisão de Jesus. Ele já estava chateado com a pouca conversão nas cidades onde tinha feito tantos milagres... Afinal, haveria um só sinal, o de Jonas. A morte e a ressurreição de Jesus é o milagre prefigurado no sinal de Jonas. Depois de três dias no seio da terra, Jesus foi devolvido vivo, ressuscitado.

Nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas (Mt 12, 39).

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
disseste que, no dia do juízo, os moradores de Nínive iriam condenar a geração do teu tempo, porque se converteram à pregação de Jonas, diferentemente de grande parte dos que te escutaram. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. Que à tua Palavra, respondamos prontamente, acolhendo o teu amor, na graça da fé e no seguimento do teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A conversão é a nossa resposta à Palavra de Deus. A conversão é obra nossa e do Espírito Santo de Deus em nós. Assim, no dia de hoje, peça ao Santo Espírito, mais de uma vez, a graça da conversão.

Comunicando

No Recife, temos hoje a Santa Missa na comemoração mensal de N. Sra. Auxiliadora, às 14 horas, em nossa Capela, na sede da AMA. Reze conosco, nos acompanhando pela Rádio Amanhecer.

Pe. Joao Carlos Ribeiro, sdb

O 18º passo de nossa caminhada quaresmal é fazer um bom exame de consciência, preparando a confissão.




11 de março de 2023

Sábado da 2ª Semana da Quaresma

18º dia de nossa caminhada quaresmal

EVANGELHO


Lc 15,1-3.11-32

Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.
3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada.
14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queira matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.
17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.
25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’.
28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’.
31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”’.

MEDITAÇÃO 


Tragam um novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete (Lc 15, 23)

A história que Jesus contou, você conhece bem. O filho mais novo saiu de casa. Gastou a sua herança toda e caiu em grande miséria. Mas, um dia, voltou arrependido. O pai o recebeu de braços abertos e fez uma festa para celebrar a sua volta. O filho mais velho estava fora, e ao voltar viu o barulho da festa e não quis entrar na casa. É a parábola do filho pródigo.

É claro que toda esta parábola tem no centro o tema da misericórdia. Deus é misericordioso, por excelência. E nós, apesar de pecadores, estamos sendo chamados a acolher o seu abraço de pai compassivo que nos restaura como filhos e a ser misericordiosos com os nossos irmãos, imitando o nosso bom pai.

Revendo esse texto hoje, me dou conta que no centro da história há uma festa, um banquete. Olha só as palavras que aparecem: festa, festejar, alegria, dança, música. Onde é a festa? Na casa do pai. Qual é ponto central da festa? O banquete. Olha o versículo 23: “Tragam um novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete”. E qual é o motivo da festa? A volta do filho, a acolhida do pecador arrependido. Há um intenso clima de alegria e de celebração pela volta do pecador. E foi por causa dessa comemoração, negando-se a aderir aos sentimentos do pai, que o outro filho não quis entrar na casa.

E você sabe por que esse “banquete” me chamou a atenção? Por causa da Santa Missa. A Eucaristia é um banquete, uma ceia festiva. “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”. Essa festa na casa do pai do filho pródigo está em continuidade com os banquetes que Jesus participava na casa dos amigos e convertidos: Levi, Zaqueu, Lázaro e suas irmãs... A ceia é uma festa para a acolhida do filho perdido, a festa de sua conversão. “Haverá mais alegria no céu por um só pecador que se converte do que por 99 justos que não precisam de conversão”, disse Jesus. A Santa Eucaristia é uma festa para celebrar a volta do filho pródigo, a sua comunhão restaurada com o Pai. Veja que a Missa começa sempre com o ato penitencial, em que o pecador confessa a Deus e aos seus irmãos que pecou “por sua culpa”, por sua “tão grande culpa”. A Santa Missa é, então, o banquete em que se celebra a misericórdia do Pai que acolhe o pecador; que me acolhe, filho voltando pra casa.

É, alguém pode até estranhar, e com razão. E dizer, sim, mas “a missa é o sacrifício de Jesus”. Com certeza, mas é também a ceia, o banquete da comunhão dos filhos com o Pai, por meio de seu filho Jesus, que se oferece por nós, renovando o sacrifício de sua cruz. É a reedição da última ceia de Jesus com seus amigos, na véspera de sua paixão. Mas, veja o que é surpreendente: esse aspecto do sacrifício está presente também nessa parábola do filho pródigo. Sim, o banquete é do novilho cevado. E o filho mais velho ainda fala do cabrito, que o pai nunca deu para ele festejar com os seus amigos. “Novilho” lembra o sacrifício dos animais no Templo. Então, estamos bem no clima da liturgia, no tema do sacrifício de Jesus. Na cruz, ele se ofereceu qual cordeiro imolado na páscoa. Não há mais necessidade de sacrifícios de animais, pois o cordeiro de Deus já foi imolado, em perdão dos nossos pecados. E a volta do filho pródigo, a sua acolhida pelo Pai misericordioso, foi possível pelo sacrifício redentor de Cristo Jesus. É o seu sacrifício que renovamos na Santa Missa.



Guardando a mensagem

Neste 17º dia da Quaresma, véspera do dia do Senhor, a parábola do filho pródigo nos traz uma bela catequese sobre a Missa. A Santa Eucaristia recebe uma boa explicação nessa parábola do filho perdido e encontrado. Três significados maravilhosos da Santa Missa estão aí comentados: o sacrifício de Jesus que nos restaurou como filhos, o banquete da comunhão dos filhos na mesa do seu Pai e a ação de graças pela restauração do filho perdido. Afinal, a Missa se explica pela misericórdia de Deus. É a celebração da conversão do pecador, da vida nova de filho na comunhão dos irmãos, do amor imenso do Pai manifesto no sacrifício redentor do filho. A Missa é a festa da misericórdia.

Tragam um novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete (Lc 15, 23)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
segundo a história que nos contaste, os dois filhos estavam perdidos. Os dois precisavam reingressar na comunhão da casa do pai. O mais novo tinha saído de casa e voltou. O mais velho tinha saído para trabalhar e, na volta, não quis entrar na casa. A conversão era necessária para os dois. Um pecou contra o pai porque o traiu, esbanjando os seus bens. Outro pecou contra o pai porque não o imitou em sua misericórdia, acolhendo o seu irmão. Então, todos precisamos de conversão. Ajuda-nos, Senhor, a voltar pra casa. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Esta parábola do filho pródigo já está nos preparando para a Missa do 3º domingo da Quaresma. A sugestão é você se planejar para não faltar à Santa Missa dominical.

O 18º passo em nossa caminhada quaresmal é fazer um bom exame de consciência, com o propósito de se confessar antes da Páscoa. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Já houve um Elias em sua vida cristã.

 



10 de dezembro de 2022

Sábado da 2ª Semana do Advento

EVANGELHO


Mt 17,10-13

Ao descerem do monte, 10os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. 12Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles”. 13Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.

MEDITAÇÃO


Elias já veio, mas eles não o reconheceram (Mt 17, 12).

Por muito tempo, o povo de Israel cultivou o sentimento da vinda do Messias. Havia uma expectativa muito forte, no tempo de Jesus, de que o Messias chegaria a qualquer momento. É verdade que nem todos coincidiam, em suas esperanças, sobre quem seria e o que ele faria. O Messias era uma promessa de Deus e a sua vinda seria a solução para a sofrida vida daquela gente. Assim, muitos esperavam que fosse um grande líder político e militar. Com certeza, enfrentaria os romanos e acabaria com aquela dominação opressora. Outros apostavam que seria um homem de Deus ‘ultra-santo’, sem nenhuma aproximação com os pecadores e as maldades desse mundo.

Jesus era o Messias que o Pai enviara. Messias é uma palavra que quer dizer “ungido”. Ungir é uma cerimônia em que a pessoa é consagrada com óleo para uma missão. O Messias é aquele que Deus ungiu para a grande missão de restaurar Israel.

Em certo sentido, o estilo de Messias que Jesus exerceu não preencheu as expectativas do povo do seu tempo. Ele não era um sacerdote do templo, como podiam esperar os saduceus. Era um leigo, carpinteiro de profissão, vindo do interior. Não era um líder político-militar, como os zelotes esperavam. Era um profeta que pregava a mansidão, o perdão e a solidariedade com os pequenos. Não era um ilustrado professor da Lei, levando o povo a praticá-la com rigor, como esperavam os fariseus. Ensinava o povo com parábolas e pregava a lei do amor. Dessa forma, os grandes grupos religiosos de Israel não reconheceram Jesus como Messias.

Os Mestres ensinavam que antes que o Messias viesse, viria Elias. Elias foi um dos maiores profetas do povo de Deus e era sempre lembrado como alguém que restabeleceu a religião de Israel, ameaçada pelos cultos dos estrangeiros. Elias tinha vivido, vários séculos antes. Eles, lendo o livro do profeta Malaquias, entendiam que Elias voltaria antes que o Messias chegasse. Está assim no livro do profeta Malaquias: “Eis que eu envio o profeta Elias, antes que chegue o grandioso e terrível dia do Senhor” (Ml 3, 23). 

E Jesus explica aos seus discípulos que, de fato, Elias já veio. Foi João Batista, pelo que ele deu a entender. Não que ele tenha voltado em João Batista, isso não. É que João Batista fez o papel de Elias, aproximando o povo do seu Deus, preparando a chegada de Jesus. Disse Jesus: “Elias já veio, mas eles não o reconheceram”. E falou do modo como maltrataram João. O profeta, coitado, foi degolado na prisão de Herodes. E Jesus avisou que eles, tratariam mal, a ele também, o Filho do Homem.


Guardando a mensagem 

Este evangelho é um bom aviso para nós. Ficamos sempre esperando alguma coisa muito grande acontecer, para finalmente vivermos como convertidos. Não reconhecemos o Elias, que é quem prepara o caminho para o nosso encontro com Jesus. E nem reconhecemos o próprio Senhor que está no meio de nós. Ele se apresenta manso e humilde, renunciando as armas do poder. Elias já veio. O Messias também. O que é que estamos esperando para acolher o Reino de Deus que ele está anunciando?

Elias já veio, mas eles não o reconheceram (Mt 17, 12).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o papel de Elias de preparar os caminhos para a tua chegada foi realizado por João Batista. João foi o Elias que preparou os teus caminhos. Muitos fazem hoje esse papel, preparando o povo para o encontro contigo. Nós te bendizemos pelos Elias de hoje. Que eles não desanimem, pela pouca reação dos seus irmãos. Estamos seguros que também nós podemos e devemos fazer esse papel de Elias, ajudar as pessoas a abrirem o seu coração para te acolher como Messias e Salvador. Dá-nos, Senhor, paciência, sabedoria e perseverança para sermos Elias hoje, evangelizadores dos nossos irmãos e irmãs. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Será que você pode identificar quem foi Elias na sua vida, quem preparou você para o encontro com Cristo? Anote, no seu caderno espiritual, ao menos três nomes de pessoas que foram Elias na sua vida. E reze por eles. 

Comunicando

Ontem, fiz show na cidade de Monteirópolis, estado de Alagoas. No domingo, faço show em Ibimirim, cidade do sertão pernambucano. Em Salvador, vou estar no dia 15. Em Fortaleza, no dia 18. 

Um final de semana abençoado. 
Até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Mesmo com oposição e sob ameaça, Jesus ficou firme e fiel à sua missão



27 de outubro de 2022

30ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 13,31-35

31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.
34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

MEDITAÇÃO


Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! (Lc 13, 34)

Como foi o relacionamento de Jesus com as autoridades do seu tempo? Boa pergunta. Jesus não acabou bem, humanamente falando. Para sua condenação, concorreram os fariseus que o perseguiram, o tempo todo; o tetrarca da Galileia, Herodes; o poder romano representado pelo Procurador Pilatos; e, especialmente, o grande Conselho de Jerusalém, o Sinédrio, sob a liderança do Sumo-Sacerdote. Embora estivessem sempre em desacordo entre si, todos eles uniram-se para eliminar Jesus.

E por que Jesus foi tão mal visto pelas autoridades, que acabaram por decretar sua morte na cruz, como malfeitor? Pe. Zezinho, como poeta e teólogo, resumiu assim: “Um certo dia, ao tribunal / Alguém levou o jovem Galileu / Ninguém sabia qual foi o mal / E o crime que ele fez, quais foram seus pecados / Seu jeito honesto de denunciar / Mexeu na posição de alguns privilegiados. / E mataram a Jesus de Nazaré / E no meio de ladrões puseram sua cruz / Mas o mundo ainda tem medo de Jesus / Que tinha tanto amor!”.
“Seu jeito honesto de denunciar mexeu na posição de alguns privilegiados”. De fato, Jesus não representava nenhum desses segmentos de poder. Não era fariseu, nem saduceu. Claro, não era um romano; nem sacerdote do Templo. Era um leigo, um profeta do interior, com ampla circulação nos povoados, vilas e pequenas cidades da Galileia. Um profeta independente. Não vivia pregando contra o império romano, nem atacando Herodes, nem desmerecendo a autoridade dos sacerdotes do Templo. Mas sua pregação sobre o Reino de Deus e sua influência sobre o povo foram tidas como perigosas para o poder estabelecido.
O evangelho de hoje fala particularmente de um opositor: Herodes. Este era o Tetrarca da Galiléia, o rei daquela região onde Jesus vivia. Sua capital era uma cidade reconstruída por ele, perto do Mar da Galileia, Tiberíades. Esse Herodes tinha calado o profeta João, que pregava a conversão e batizava o povo no Rio Jordão. E andava incomodado com a fama de Jesus.
No evangelho de hoje, alguns fariseus foram levar um aviso a Jesus, não sei se para preveni-lo ou para se verem livres dele. Disseram: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. Um aviso sério. Uma ameaça de morte. “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. Olha a reação de Jesus: “Vão dizer a essa raposa (que raposa? Herodes)... Vão dizer a essa raposa que eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã. E no terceiro dia, terminarei o meu trabalho”. O que ele está dizendo? Que iria continuar sua missão até o fim. O terceiro dia talvez seja a sua morte em Jerusalém ou quem sabe a sua ressurreição. É quando termina o seu trabalho, quando se completa a sua missão.



Guardando a mensagem

A pregação de Jesus anunciava ao povo o Reino de Deus, a proximidade amorosa de Deus que restaura o fraco, levanta o humilhado, liberta o oprimido. Foi o que ele leu no Profeta Isaías e explicou na Sinagoga de Nazaré. Com curas, exorcismos, milagres ele levava o povo a experimentar o amor de Deus que tem compaixão do doente e dos sofredores, e oferecia o perdão aos pecadores que aceitassem começar uma vida nova de comunhão com Deus e com os irmãos. Essa prática de Jesus foi sentida como uma ameaça ao poder do Templo, à influência dos fariseus sobre o povo e ao poder dos romanos e seus aliados. Em resposta, Jesus não recuou, manteve seu trabalho missionário com destemor e fidelidade.

Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! (Lc 13, 34)
Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a resposta certa à tua palavra, à tua pregação é a conversão, a mudança de direção da própria vida. São tantos os que recebem a tua palavra e são restaurados e renascem para a vida nova da graça! Mas, infelizmente, muitos também rejeitam a pregação do Reino. E até reagem com violência contra tua pessoa e contra teus missionários. No evangelho de hoje, está a lamentação que dirigiste à cidade de Jerusalém: “Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste”. Hoje, contemplamos, Senhor, tua firmeza e tua fidelidade na missão, até o fim. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão. E faz-nos firmes e fortes no teu caminho, não deixando-nos vencer pelo cansaço, nem pelo espírito de acomodação, nem nos determos pela oposição de outros. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu caderno espiritual, continue a conversa com Jesus. Pergunte a ele, por exemplo, como ele se sentia com tanta oposição ao seu ministério.
Comunicando
Às 11 horas de hoje, estou rezando por você na Santa Missa, com transmissão pelo Rádio e pelo Youtube. Aproveite para colocar seu pedido de oração para a Missa: use o formulário que estou lhe enviando.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A GRAÇA DA CONVERSÃO




09 de março de 2022

8º dia da Quaresma

EVANGELHO


Lc 11,29-32

Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas.
30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior que Salomão.
32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.

MEDITAÇÃO


No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão (Lc 11, 32)

Parece que Jesus andava meio decepcionado... A pregação do Reino bem merecia uma acolhida mais entusiasta. Sua palavra, seus milagres... tanto esforço, tanto compromisso da parte dele e, ao que parece, pouco resultado. Certamente, por isso, ele estava dizendo: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”.

Jonas foi um sinal para o povo de Nínive. Ele, a mando de Deus, pregou por três dias na grande cidade, anunciando o castigo de Deus sobre todo aquele povo. Castigo por conta de sua impenitência, de sua vida de maldade e violência. E o povo de Nínive, diante daquela pregação do profeta, tomou consciência de sua condição e implorou a misericórdia de Deus. Acolheu a pregação de Jonas como um convite urgente à penitência e à conversão. Do pequeno ao grande, do pobre ao rei, todos se sentaram em cinzas e pediram perdão de seus pecados. Jonas foi um sinal para o povo de Nínive. Uma convocação à conversão. Mas, também um sinal da misericórdia de Deus, pois Deus, tendo desistido do seu intento de destruir tudo, mostrou a sua misericórdia, dando o seu perdão.

Esse sinal de Jonas para o povo do seu tempo estava sendo reeditado na presença de Jesus, na sua pregação. Como Jonas foi um sinal para o povo de Nínive, assim Jesus seria para o povo do seu tempo. Jonas pregou por três dias, cobrindo toda aquela cidade pagã. Jesus pregou por três anos, percorrendo todo o país. Ele também trazia um convite urgente à conversão. Ele começou sua missão, convidando todos a acolherem o Reino que estava se aproximando: convertam-se e creiam no evangelho. O convite à conversão, na verdade, é um convite à acolhida da misericórdia de Deus.

Jesus estava lembrando que o povo de Nínive recebeu melhor o profeta Jonas do que o seu povo a ele. Converteu-se à pregação de Jonas. E ali, Jesus não estava encontrando a mesma acolhida, nem a mesma disposição para a conversão. O povo de Nínive iria ser juiz daquele povo do tempo de Jesus. E iria condená-lo. E quem estava ali anunciando a mensagem de Deus para eles não era simplesmente alguém como Jonas. Como ele mesmo disse, ali estava alguém maior que Jonas, o próprio filho de Deus.


Guardando a mensagem

O povo pagão de Nínive converteu-se à pregação de Jonas. O povo de Deus do tempo de Jesus respondeu com indiferença à sua pregação. E um bom grupo reagiu com violência à boa notícia anunciada por ele. A pregação do Evangelho, que anuncia o Reino de Deus, continua hoje e chega até você e à sua família. Como é que vocês estão reagindo a esse anúncio que pede conversão e acolhida do amor de Deus? Como o povo de Nínive? Como o povo do tempo de Jesus?

No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão (Lc 11, 32)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
essa página do Evangelho vem reforçar nossa caminhada cristã, que é um permanente convite à conversão, à acolhida da vida nova que tu nos alcançaste em tua cruz. Concede-nos, Senhor, que vençamos a indiferença, que é atitude típica do nosso tempo: o não ligar, o deixar pra lá, o não dar importância. Que a tua Palavra encontre abrigo em nossos corações e em nossas vidas, nos animando num processo de verdadeira conversão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A conversão é a nossa resposta à Palavra de Deus. A conversão é obra nossa e do Espírito Santo de Deus em nós. Assim, hoje, peça ao Santo Espírito, mais de uma vez, a graça da conversão.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O QUE VOCÊS FORAM VER?




16 de dezembro de 2021

EVANGELHO


Lc 7,24-30

24Depois que os mensageiros de João partiram, Jesus começou a falar sobre João às multidões: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25Que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que se vestem com roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. 26Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e alguém que é mais do que um profeta. 27É de João que está escrito: ‘Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o meu caminho diante de ti’. 28Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 29Todo o povo ouviu e até mesmo os cobradores de impostos reconheceram a justiça de Deus, e receberam o batismo de João. 30Mas os fariseus e os mestres da Lei, rejeitando o batismo de João, tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus”.

MEDITAÇÃO


O que vocês foram ver no deserto? (Lc 7, 24)

Jesus fez essa pergunta ao povo, aliás, insistiu três vezes nessa pergunta. O que vocês foram ver? Aquelas pessoas tinham ido ver João Batista, o jovem asceta que pregava a conversão e batizava no Rio Jordão. Foram atraídos por sua figura austera e sua pregação vigorosa. Mas, com certeza essa atração pelo Batista era compartilhada também com outros "famosos". Ontem, como hoje, as pessoas correm para ver e aplaudir (aplaudir não, ovacionar) qualquer celebridade, seja figurão da TV ou do cinema, jogador de futebol ou cantor de sucesso. Aliás, nem importa o porte moral da celebridade, pode ser um famoso da contravenção, do jogo do bicho, do big brother, importante é que seja rico, poderoso, famoso e, sobretudo, esteja na mídia.

O que vocês foram ver no deserto? João Batista não era um fenômeno de mídia, não pregava para agradar, não estava em aliança com o poder, nem se vestia com um palaciano. Vestia-se de pele de camelo, como um pobre na luta pela vida no deserto, comendo gafanhoto e mel silvestre. Por que foram atrás dele? Jesus queria saber. Será que essa gente acolheu mesmo a mensagem de João Batista, de renovar a própria vida em vista da chegada iminente do Messias? Ou tomaram João por mais um pregador famoso, um milagreiro de plantão, um novo fenômeno da atração das massas?

Jesus tratou de purificar a imagem que tinham do Batista. "Ele não é um caniço agitado pelo vento". Caniço é uma planta de haste longa, delgada e que se dobra conforme o vento. O Batista não é o tipo da pessoa agitada pelo vento, isto é, que muda de posição conforme o ambiente e as pressões, cujas posições variam conforme os interesses, a moda, a opinião pública. Tudo que um cristão não pode ser: alguém claudicante, titubeante, mais preocupado em agradar do que estar com a verdade. "Ele não é um caniço agitado pelo vento": é um homem da verdade, uma pessoa autêntica, um profeta.

E Jesus foi mais longe, falando do pregador do deserto. "Ele não representa o poder estabelecido. Vejam como ele se veste. Luxo e requinte são coisas dos que vivem nos palácios". A mensagem do Batista tem a força do profeta, voz que clama no deserto. Não é o porta-voz oficial da situação. É a voz da tradição da fé do povo que peregrinou no deserto e fez uma aliança com Deus. Não é uma propaganda do poder, é uma palavra independente, enraizada na história do povo eleito, mobilizadora das consciências e dos corações. Definitivamente, João não é uma celebridade qualquer. É um profeta de Deus.


Guardando a palavra

A figura de João Batista nos é apresentada nesse tempo de preparação para o Natal, que chamamos de advento. É a figura do profeta que nós somos chamados a ser, preparando-nos e preparando os outros para a acolhida do Messias. Jesus está nos indicando, ao apontar a figura de João Batista, que devemos nos parecer com ele: profetas, gente que tem opinião, que não se dobra pela força das pressões e dos interesses; profetas como João, clamando no deserto,  convocando  à renovação da aliança com Deus. Por um lado, ser e agir como profetas, como João. Por outro lado, acolher a mensagem de conversão e vida nova que o Batista nos trouxe e que hoje a Igreja nos repete. 

O que vocês foram ver no deserto? (Lc 7, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
já estamos na terceira semana do Advento. A Igreja reserva esse tempo de quatro semanas para nos convocar à conversão, como fez o Batista. João Batista apontou caminhos concretos de partilha, solidariedade, honestidade e justiça. Com novas atitudes, vamos vencendo a indiferença, a exploração, a opressão, o desamor. A conversão, a mudança de vida, com a tua graça, Senhor, é o terreno que estamos planeando para a tua chegada. No Natal, celebramos a tua vinda em nossa condição humana. Com tuas palavras e o teu Espírito, podemos agora viver na novidade de vida dos que foram perdoados, redimidos. Dá-nos, Senhor, a graça de reconhecermos a palavra que nos chama à conversão e de realizá-la em nossa vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a Palavra

Não esqueça a Novena de Natal. São nove encontros para preparar o natal, com a oração e a reflexão. 

Na Novena que estamos fazendo pelo Youtube, sempre às três da tarde, hoje, no segundo encontro, vamos contemplar a figura de José, um jovem religioso e trabalhador. Deus tem um plano para ele, como tem um plano para nós. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ACOLHER OS APELOS DE CONVERSÃO DESSE TEMPO




13 de dezembro de 2021

Dia da jovem mártir Santa Luzia 


EVANGELHO


Mt 21,23-27

Naquele tempo, 23Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?”
24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?”
Eles refletiam entre si: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.


MEDITAÇÃO


Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27).

Por que Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma reposta? Eles perguntaram com que autoridade ele estava fazendo aquilo no Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham convertido a casa de oração num antro de ladrões. Ele tinha expulsado os vendedores e compradores, afinal, tinha tomado uma atitude pública contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos; o grupo que depois julgaria Jesus no Sinédrio, condenando-o como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente... era uma acusação, um enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu comando: Com que autoridade fazes isto?

Jesus não respondeu. Mas, se propôs a responder, desde que eles lhe respondessem também a uma pergunta. A pergunta foi sobre o batismo de João. João andou atraindo o povo para o deserto, para batizar-se no Rio Jordão, pregando a mudança de vida, em preparação da vinda do Messias. Para João, o Templo não era mais o lugar da purificação. A volta ao tempo do deserto era um recomeço, quando não havia Templo, mas só uma Tenda móvel. Eles, a elite que controlava o Templo, não acharam ruim Herodes prender e decapitar João Batista. Livraram-se de um pregador incômodo, uma denúncia permanente da situação de pecado dos que deviam guardar a aliança com fidelidade. Jesus perguntou: O batismo de João era de Deus ou dos homens? Como eles não se converteram com a pregação de João Batista, a resposta já estava dada. Mas, não podia ser dita. “Então, eu também não digo com que autoridade faço essas coisas”, concluiu Jesus. Claro, a resposta estava dada: com a mesma autoridade com que João Batista pregava a conversão e batizava. Mas, não adiantava dizer com a boca. As suas atitudes já estavam mostrando.

O mundo hoje cobra explicações dos cristãos ... por que vocês querem pensar e agir diferente dos outros? Por que vocês não aceitam que se combata a violência armando a população, porque não apoiam a pena de morte? Por que vocês não deixam a mulher decidir sobre sua gravidez e ter a liberdade de abortar? Por que vocês insistem tanto no casamento religioso? Por que vocês são tão obedientes ao Papa? Por que vocês adoram a Eucaristia? Quem pergunta nem sempre está interessado na resposta. É só uma forma de intimidação, de oposição. Às vezes, é melhor fazer como Jesus: responder com as atitudes e com o modo de viver.


Guardando a mensagem

Jesus tinha feito um gesto profético de grande repercussão no meio do povo. Ele tinha expulsado os vendilhões do Templo. Foi um gesto de purificação da Casa de Deus, mostrando a necessidade de reconduzi-lo à sua vocação de lugar do encontro de Deus com o seu povo e denunciando o aparelhamento do Templo a serviço dos interesses econômicos e políticos da elite de Jerusalém. As lideranças do Templo vieram pra cima dele, num confronto que o levaria, um pouco mais na frente, à prisão. Queriam saber com que autoridade estava fazendo coisas como aquela. Jesus também quis saber com que autoridade João Batista tinha pregado e batizado no deserto. Eles não reconheceram que o profeta agira com a autoridade de Deus, nem aceitaram que Jesus viesse da parte do Pai. Mantiveram-se de coração fechado à autoridade de Deus, sem conversão, sem acolhida do enviado de Deus.

Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
As lideranças do Templo, fechadas em seus interesses, perderam a chance de te reconhecer como o enviado de Deus, que os convocava à conversão. Já tinham rejeitado o profeta João Batista e o seu forte apelo de conversão. E tu, Senhor, os estavas convocando não apenas a uma mudança pessoal, mas a uma conversão institucional, no modo como eles comandavam a Casa de Deus a serviço dos seus interesses. Nesta pandemia, há muitos apelos de conversão para todos nós. Neste tempo de Advento, estás nos dirigindo muitos apelos para nossa conversão. Não queremos, Senhor, fechar o nosso coração e ignorar esse tempo de graça e reconciliação que estamos vivendo. Renova, Senhor, o teu povo, com o teu Santo Espírito, para que cheguemos santamente à festa do teu natal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quarta-feira próxima, começa a Novena de Natal. Ela nos ajuda numa preparação mais próxima para as celebrações natalinas. Ela vai de 15 a 23 de dezembro. Nas livrarias católicas, na internet, na sua paróquia há subsídios para ajudar a celebrar esta novena em família. Faça o propósito de realizá-la, com frutos de conversão e santidade de vida.

Nós da Associação Missionária Amanhecer (AMA), também preparamos uma Novena de Natal. Vamos nos encontrar diariamente, de 15 a 23 de dezembro, às três da tarde, com transmissão pelo Youtube. 
  
Ontem, você não conseguiu abrir o link para ler o texto da Meditação. Que tal tentar hoje?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

CONVERSÃO, PARTILHA, SOLIDARIEDADE

 

12 de dezembro de 2021

3º Domingo do Advento

 

EVANGELHO


Lc 3, 10-18


Naquele tempo:

10As multidões perguntavam a João: 'Que devemos fazer?'

11João respondia: 'Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, 

faça o mesmo!'

12Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: 'Mestre, 

que devemos fazer?'

13João respondeu: 'Não cobreis mais do que foi estabelecido.'

14Havia também soldados que perguntavam: 'E nós, que devemos fazer?'

João respondia: 'Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai 

satisfeitos com o vosso salário!'

15O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias.

16Por isso, João declarou a todos: 'Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte 

do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no 

Espírito Santo e no fogo.

17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele 

a queimará no fogo que não se apaga.'

18E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa-Nova.


MEDITAÇÃO


Quem tiver duas túnicas compartilhe com aquele que não tem. 

Quem tiver o que comer, faça o mesmo (Lc 3,11)


Jesus vem. É o mote desse tempo do Advento. Jesus está chegando. Precisamos nos preparar.

Precisamos preparar a sua chegada. E qual será o modo melhor de nos prepararmos para sua vinda? 

Esse terceiro domingo do Advento responde. Ele nos apresenta a figura João Batista que nos traz 

uma mensagem de conversão. A sua pregação é essa: "Convertam-se porque o reino dos céus 

está próximo". Ele está preparando o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. O modo

 melhor de nos prepararmos para o encontro com o Senhor é a conversão.


João está pregando no deserto e batizando no rio Jordão. "Deserto", lembra o longo tempo em que 

o povo peregrinou até entrar na Terra Prometida: Tempo de purificação. Tempo de celebração da 

Aliança. No deserto, o povo recebeu a Lei para ser o povo de Deus. Lá, fez aliança com o Senhor. 

No deserto, tornou-se povo de Deus, povo da Aliança. A entrada na Terra Prometida deu-se pelo 

Rio Jordão. João está nesse cenário: Deserto e Jordão. A imagem já fala por si mesma: Voltemos

 à aliança com Deus.


Às vésperas da chegada do Messias, o profeta está atraindo o povo para o deserto. E prega a 

chegada iminente do Messias. E a necessidade de cada um abandonar sua vida errada e 

restabelecer sua aliança com o Senhor. Os que confessam seus pecados são batizados por ele, 

no Rio Jordão. É o batismo purificador, preparando o povo para o encontro com o Senhor que

está chegando. Um povo que está sendo restaurado na sua condição de povo de Deus, pela 

Palavra que está sendo anunciada e pelo banho purificador da água. É isso que está acontecendo 

ali, no deserto da Judeia.


A partilha e a solidariedade são sinais de conversão. Afastando-se do egoísmo e da indiferença, 

a pessoa mostra que se importa com a dor e o sofrimento dos seus irmãos. A quem perguntava, 

João indicavam o caminho: a partilha, a justiça, a solidariedade. Repartir comida e roupa, mesmo 

sendo pobres e tendo pouco, cada um na sua profissão agindo com honestidade e espírito de serviço. 

Assim ele dava conselho aos cobradores de impostos, aos soldados, etc. Afinal, renovar-se no 

seu comportamento, nos seus compromissos, na sua vida.


João é uma figura impressionante, pela sua austeridade de vida, pelo anúncio da vinda do 

Messias e pela sua pregação clara sobre conversão, a mudança de vida. E mais: para não 

deixar qualquer dúvida sobre sua função auxiliar, apresenta a figura do Messias como muito

superior a si próprio. “Eu nem sou digno de desamarrar suas sandálias”. É o servo que lava os 

pés do seu senhor. João nem se acha digno de ser servo do Messias. E o batismo do Messias é 

igualmente superior. “Eu batizo vocês com água. Ele vai batizar com o Espírito Santo e com fogo”. 

O fogo é um símbolo de purificação. No livro do profeta Malaquias está dito que o Messias vem com

fogo do fundidor ou refinador do ouro: vai purificar o seu povo. O forno do fundidor separa o ouro das 

impurezas.

 


 

Guardando a mensagem


O senhor veio. Vamos celebrar a sua primeira vinda no Natal. O Senhor vem. Vem sempre ao 

nosso encontro nos acontecimentos de nossa vida e de tantas maneiras surpreendentes. O senhor 

virá definitivamente no último dia. Como podemos nos preparar para o nosso encontro com Ele? 

Pela conversão. Pela mudança de vida. Por uma vida de aliança com o Senhor. Produzindo frutos 

de caridade, de justiça, de fraternidade. 


Quem tiver duas túnicas compartilhe com aquele que não tem. 

Quem tiver o comer, faça o mesmo (Lc 3,11)


Cinco segundos para você falar com Deus…


Rezando a Palavra 


Senhor Jesus,

Este tempo de Advento, preparando-nos para o teu Natal e para tua segunda vinda, é uma grande
convocação para conversão. É como se vivêssemos no tempo de João Batista, um tempo de
preparação para tua chegada. Dá-nos, Senhor, acolher os apelos deste tempo abençoado e
voltarmos para Ti de todo coração. Concede que brote de nossos corações abrasados por tua
palavra gestos de partilha e solidariedade com os irmãos mais pobres e sofredores. Seja bendito
o teu santo nome, hoje e sempre. Amém!.


Vivendo a Palavra


Faça o propósito, de neste ano, participar da Novena de Natal. É uma forma concreta de cultivar um
espaço de oração e escuta da palavra de Deus, nesta proximidade do Natal.


Quarta-feira próxima, dia 15, começa a Novena de Natal, que nós vamos realizar pelas redes sociais.
Os encontros vão do dia 15 ao dia 23 desse mês, sempre às 15h, e você pode nos acompanhar
pelo Facebook ou pelo YouTube.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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