PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: autoridade
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NÃO DEIXE A GRAÇA PASSAR


14 de dezembro de 2020

EVANGELHO


Mt 21,23-27

Naquele tempo, 23Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?”
24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?”
Eles refletiam entre si: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.

MEDITAÇÃO


Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27). 


Por que Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma reposta? Eles perguntaram com que autoridade ele estava fazendo aquilo no Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham convertido a casa de oração num antro de ladrões. Ele tinha expulsado os vendedores e compradores, afinal, tinha tomado uma atitude pública contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos; o grupo que depois julgaria Jesus no Sinédrio, condenando-o como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente... era uma acusação, um enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu comando: Com que autoridade fazes isto?

Jesus não respondeu. Mas, se propôs a responder, desde que eles lhe respondessem também a uma pergunta. A pergunta foi sobre o batismo de João. João andou atraindo o povo para o deserto, para batizar-se no Rio Jordão, pregando a mudança de vida, em preparação da vinda do Messias. Para João, o Templo não era mais o lugar da purificação. A volta ao tempo do deserto era um recomeço, quando não havia Templo, mas só uma Tenda móvel. Eles, a elite que controlava o Templo, não acharam ruim  Herodes prender e decapitar João Batista. Livraram-se de um pregador incômodo, uma denúncia permanente da situação de pecado dos que deviam guardar a aliança com fidelidade. Jesus perguntou: O batismo de João era de Deus ou dos homens? Como eles não se converteram com a pregação de João Batista, a resposta já estava dada. Mas, não podia ser dita. “Então, eu também não digo com que autoridade faço essas coisas”, concluiu Jesus. Claro, a resposta estava dada: com a mesma autoridade com que João Batista pregava a conversão e batizava. Mas, não adiantava dizer com a boca. As suas atitudes já estavam mostrando. 

O mundo hoje cobra explicações dos cristãos ... por que vocês querem pensar e agir diferente dos outros? Por que vocês não aceitam que se combata a violência armando a população, porque não apoiam a pena de morte? Por que vocês não deixam a mulher decidir sobre sua gravidez e ter a liberdade de abortar? Por que vocês insistem tanto no casamento religioso? Por que vocês são tão obedientes ao Papa? Por que vocês adoram a Eucaristia? Quem pergunta nem sempre está interessado na resposta. É só uma forma de intimidação, de oposição. Às vezes, é melhor fazer como Jesus: não responder, ou melhor, responder com as atitudes e com o modo de viver.

Guardando a mensagem

Jesus tinha feito um gesto profético de grande repercussão no meio do povo. Ele tinha expulsado os vendilhões do Templo. Foi um gesto de purificação da Casa de Deus, mostrando a necessidade de reconduzi-lo à sua vocação de lugar do encontro de Deus com o seu povo e denunciando o aparelhamento do Templo a serviço dos interesses econômicos e políticos da elite de Jerusalém. As lideranças do Templo vieram pra cima dele, num confronto que o levaria, um pouco mais na frente, à prisão. Queriam saber com que autoridade estava fazendo coisas como aquela. Jesus também quis saber com que autoridade João Batista tinha pregado e batizado no deserto. Eles não reconheceram que o profeta agira com a autoridade de Deus, nem aceitaram que Jesus viesse da parte do Pai. Mantiveram-se de coração fechado à autoridade de Deus, sem conversão, sem acolhida do enviado de Deus. 

Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27). 


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
As lideranças do Templo, fechadas em seus interesses, perderam a chance de te reconhecer como o enviado de Deus, que os convocava à conversão. Já tinham rejeitado o profeta João Batista e o seu forte apelo de conversão. E tu, Senhor, os estavas convocando não apenas a uma mudança pessoal, mas a uma conversão institucional, no modo como eles comandavam a Casa de Deus a serviço dos seus interesses. Nesta pandemia, há muitos apelos de conversão para todos nós. Neste tempo de Advento, estás nos dirigindo muitos apelos para nossa conversão. Não queremos, Senhor, fechar o nosso coração e ignorar esse tempo de graça e reconciliação que estamos vivendo. Renova, Senhor, o teu povo, com o teu Santo Espírito, para que cheguemos santamente à festa do teu natal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Amanhã, começa a Novena de Natal. Ela nos ajuda numa preparação mais próxima para as celebrações natalinas. Ela vai de 15 a 23 de dezembro. Nas livrarias católicas, na internet, na sua paróquia há subsídios para ajudar a celebrar esta novena em família. Faça o propósito de realizá-la, com frutos de conversão e santidade de vida. 

Nós da Associação Missionária Amanhecer (AMA), também preparamos uma Novena de Natal. Vamos nos encontrar diariamente, de 15 a 23 de dezembro, às 14 horas, com transmissão pelo Youtube, pelo Facebook e pelo Aplicativo Tempo de Paz. Para quem recebe a Meditação no celular, estou enviando o link para inscrição na Novena. Quem se inscreve, recebe o roteiro da novena pelo email.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

MÚSICA


JÁ NÃO SOU EU (Rm 7-8 Gl 2)

(Pe. João Carlos)

Não consigo entender
Não consigo fazer
O bem que eu quero
Não consigo entender
Só consigo fazer
O mal que não quero.

Quem me livrará
Deste peso de morte em mim
Quem me libertará
Do pecado que mora em mim 

Foi por isso que o Pai enviou
Veio a nós Jesus Salvador
Que nos deu vida nova no seu Espírito.

Minha vida agora
Eu a vivo na fé
Fé naquele que me amou
E se entregou por mim 

Fui crucificado com ele
Ressuscitado com ele
Fui perdoado por ele
Minha vida recomeçou 

Já não sou eu
Já não sou eu
Já não sou eu que vivo
É Cristo que vive em mim. 

Minha vida agora.... 

JESUS VEIO NOS LIBERTAR

Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” (Mc 1, 25) 


14 de janeiro de 2020.

Sabe o que foi? Jesus estava na sinagoga de Cafarnaum. Era um dia de sábado. O povo estava reunido para a oração e a escuta da palavra de Deus. E Jesus estava ensinando. As pessoas, ali, estavam admiradas com o seu ensinamento. Foi aí que um homem ali presente, possuído por um espírito impuro, começou a gritar e esbravejar contra Jesus. Jesus mandou o espírito calar a boca e sair daquele homem. Dito e feito. O homem foi sacudido com violência pelo espírito mau, que deu um urro assustador e saiu. As pessoas ficaram assustadas, não era pra menos. E admiradas com aquele ensinamento novo de Jesus, com a sua autoridade. 

O ensinamento de Jesus é libertador das pessoas de todas as opressões. Seu ensinamento desmascara o mal que está escondido também dentro da comunidade, dominando a vida de algumas pessoas. Como na sinagoga de Cafarnaum, também em nossas comunidades, há sempre alguém que estranha e reage a este ensinamento, dizendo quase a mesma coisa do diabo da sinagoga: “Vieste para nos destruir?!”. 

O que será que Jesus dizia e fazia que pudesse incomodar alguém? As pessoas viam uma grande diferença entre o ensinamento de Jesus e o ensinamento dos fariseus. A primeira coisa que marcava uma grande diferença era a atenção que Jesus dava aos sofredores e marginalizados. Estes estavam à margem de tudo, na vida social e na religião. E Jesus os incluía como pessoas importantes no seu anúncio do Reino de Deus. E uma segunda coisa que mexeu demais com as lideranças do seu povo foi a imagem que ele passava de Deus. Ele revelava Deus como pai amoroso, pronto para acolher o filho pecador de volta à sua casa. E essa não era exatamente a imagem de Deus que eles tinham. Eles o percebiam como juiz e retribuidor das boas ações e da prática da Lei. 

Esse ensinamento de Jesus - feito de gestos de atenção e proximidade, de parábolas e diálogos sobre o Reino de Deus – despertou muita indignação e ódio nos fariseus, nos sacerdotes do Templo, nos partidários de Herodes. Essa gente estava possuída por preconceitos contra o povo, por interesses de classe, seduzida pelas benesses do poder, tomada de ciúme... e muita coisa ruim. Era como se estivessem possuídos por um espírito mau. Claro, o mal lança seus tentáculos nas estruturas sociais e nas pessoas. O que o diabo disse na sinagoga é o que diriam esses senhores: “Vieste para nos destruir?”. 

E ali, na sinagoga e nas ruas, muita gente tomou consciência de que o ensinamento de Jesus era realmente novo, sobretudo quando viu que ele enfrentava essas manifestações do mal, as calava e conseguia libertar pessoas dessa dominação. 

Guardando a mensagem 

O evangelho é uma força de mudança, anuncia o Reino de Deus já aqui na terra. Jesus, com suas atitudes e palavras, instaura o reinado de Deus. Podemos entender esse reinado, como Deus acolhendo, na comunhão de sua casa, todos os seus filhos, a começar pelos que saíram de casa e retornam pela conversão. Jesus partia do que o povo de Deus já conhecia e manifestava mais claramente o amor de Deus que restaura, perdoa, liberta as pessoas. Esse evangelho, essa boa notícia, encontrou oposições também dentro da própria sinagoga, a comunidade de fé que ele frequentava. Essa oposição à novidade do evangelho que Jesus anuncia, ontem como hoje, só pode mesmo ter raízes no maligno. Mas, Jesus é vencedor sobre todo o mal. Com ele, nós também somos vencedores. No Pai Nosso, rezamos: “Livrai-nos do mal”. 

Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” (Mc 1, 25) 

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 

A novidade do evangelho corre sempre o perigo de ser esquecida ou abafada pelas forças que não têm interesse na emancipação das pessoas e no senhorio de Deus. Essas forças atuam dentro e fora da comunidade. Não é à toa que a Igreja tenha tantos mártires. Eles experimentaram a oposição à fé cristã por parte de pessoas maldosas e violentas. Uniram-se, assim, ao teu sacrifício na cruz. Em sua fidelidade, são vitoriosas, contigo. Senhor, te pedimos, livra-nos do mal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Ao rezar o Pai Nosso hoje, acentue bem essa prece: “Livrai-nos do mal”. Aproveite e diga em prece hoje, muitas vezes, essa palavra.

14 de janeiro de 2020 

João Carlos Ribeiro, sdb

A RESPOSTA DO SILÊNCIO

Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27). 


16 de dezembro de 2019. 

Por que Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma reposta? Eles perguntaram com que autoridade Jesus estava fazendo aquilo no Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham convertido a casa de oração num antro de ladrões, expulsando os vendedores e compradores, afinal, tomando uma atitude pública contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos; o grupo que depois julgaria Jesus no Sinédrio, condenando-o como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente... era uma acusação, um enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu comando: Com que autoridade fazes isto?

Jesus não respondeu. Mas, se propôs a responder, desde que eles lhe respondessem também a uma pergunta. A pergunta foi sobre o batismo de João. João andou levando o povo para o deserto, para batizar-se no Rio Jordão, pregando a mudança de vida, em preparação da vinda do Messias. Para João, o Templo não era mais o lugar da purificação. A volta ao tempo do deserto era um recomeço, quando não havia Templo, mas só uma Tenda móvel. Eles, a elite que controlava o Templo, acharam foi bom Herodes prender e decapitar João Batista. Livraram-se de um pregador incômodo, uma denúncia permanente da situação de pecado dos que deviam guardar a aliança com fidelidade. Jesus perguntou: O batismo de João era de Deus ou dos homens? Como eles não se converteram com a pregação de João Batista, a resposta já estava dada. Mas, não podia ser dita. “Então, eu também não digo com que autoridade faço essas coisas”, concluiu Jesus. Claro, a resposta estava dada: com a mesma autoridade com que João Batista pregava a conversão e batizava. Mas, não adiantava dizer com a boca. As suas atitudes já estavam mostrando. 

O mundo hoje cobra explicações dos cristãos ... por que vocês querem pensar e agir diferente dos outros? Por que vocês não aceitam que se combata a violência armando a população, porque não apoiam a pena de morte? Por que vocês não deixam a mulher decidir sobre sua gravidez e ter a liberdade de abortar? Por que vocês insistem tanto no casamento religioso? Por que vocês são tão obedientes ao Papa? Por que vocês adoram a Eucaristia? Quem pergunta nem sempre está interessado na resposta. É só uma forma de intimidação, de oposição. Às vezes, é melhor fazer como Jesus: não responder, ou melhor, responder com as atitudes e com o modo de viver.


Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27). 






3º dia da Novena de Nata

O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA 

Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo (Mt 1, 16) 

Apresentação do tema 

Hoje, lemos, no início do evangelho de São Mateus, uma genealogia, a relação dos antepassados da família de Jesus, pelo lado paterno. É uma lista muita extensa, ligando Jesus a pessoas como o rei Davi e o Patriarca Abraão. É uma forma de dizer que Jesus, o Messias, o Cristo, o filho de Deus, por sua encarnação, integra agora a família humana; que Jesus inseriu-se na história do povo eleito, povo que teve a liderança de patriarcas, profetas e reis. Ele chega nesse encadeamento da história em que uma geração passa à outra as suas conquistas e o seu aprendizado, especialmente a sua história com Deus. 

Jesus não é somente filho de Deus, é agora também filho da humanidade, integrante de nossa história. Ele é também fruto da história do seu povo eleito, o bendito fruto do ventre de Maria. E essa lição é importante para nós também. Jesus mergulha na história do seu povo, para ser um deles e é assim que ele vai lidera-lo, conduzi-lo, ser o seu pastor. 

Oração do dia 

Senhor Jesus, 

Contigo e com esse texto de tua genealogia, aprendemos a dar valar à história dos nossos antepassados, os famosos e os anônimos. O sangue deles corre em nossas veias. A nossa vida resume toda a história dos nossos pais, dos nossos avós e bisavós. Até nos parecemos fisicamente com eles. Para melhorar a história, precisamos mesmo começar por assumi-la, conhecê-la, aceita-la. Obrigado, Senhor, por esta bela lição. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Bênção 

O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém 

Para viver Palavra neste 3º dia da novena de natal: 

Em sua experiência, nossa geração está conseguindo transmitir a fé cristã às novas gerações? 

Amanhã, a gente se encontra para o 4º dia da novena de natal. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb - 16 de dezembro de 2019.




UM ENSINAMENTO QUE LIBERTA

Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem (Lc 4, 36) 

03 de setembro de 2019 - Dia de São Gregório Magno. 



Jesus estava na sinagoga de Cafarnaum. Era um dia de sábado. O povo estava reunido para a oração e a escuta da palavra de Deus. E Jesus estava ensinando. As pessoas, ali, estavam admiradas com o seu ensinamento. Foi aí que um homem ali presente, possuído por um espírito impuro, começou a gritar e esbravejar contra Jesus. Jesus mandou o espírito calar a boca e sair daquele homem. Dito e feito. As pessoas ficaram assustadas, não era pra menos. E admiradas com aquele ensinamento novo de Jesus, com a sua autoridade. 


O ensinamento de Jesus é libertador das pessoas de todas as opressões. Seu ensinamento desmascara o mal que está escondido também dentro da comunidade, dominando a vida de algumas pessoas. Como na sinagoga de Cafarnaum, também em nossas comunidades, aparece alguém que estranha e reage a esse ensinamento, com os mesmos argumentos do demônio de Cafarnaum. 

O que será que Jesus dizia e fazia que pudesse incomodar alguém? As pessoas viam uma grande diferença entre o ensinamento de Jesus e o ensinamento dos fariseus. A primeira coisa que marcava uma grande diferença era a atenção que Jesus dava aos sofredores e marginalizados. Estes estavam à margem de tudo, na vida social e na religião. E Jesus os incluía como pessoas importantes no seu anúncio do Reino de Deus. E uma segunda coisa que mexeu demais com as lideranças do seu povo foi a imagem que ele passava de Deus. Ele revelava Deus como pai amoroso, pronto para acolher o filho pecador de volta à sua casa. E essa não era exatamente a imagem de Deus que eles tinham. Eles o percebiam como juiz e retribuidor das boas ações e da prática da Lei. 

Esse ensinamento de Jesus - feito de gestos de atenção e proximidade, de parábolas e diálogos sobre o Reino de Deus – despertou muita indignação e ódio nos fariseus, nos sacerdotes do Templo, nos partidários de Herodes. Essa gente estava possuída por preconceitos contra o povo, por interesses de classe, seduzida pelas benesses do poder, tomada de ciúme... e muita coisa ruim. Era como se estivessem possuídos por um espírito mau. Claro, o mal lança seus tentáculos nas estruturas sociais e nas pessoas. O que o diabo disse na sinagoga é o que diriam esses senhores: “Vieste para nos destruir?”. 

E ali, na sinagoga e nas ruas, muita gente tomou consciência de que o ensinamento de Jesus era realmente novo, sobretudo quando viu que ele enfrentava essas manifestações do mal, as calava e conseguia libertar pessoas dessa dominação. 

Guardando a mensagem 

O evangelho é uma força de mudança, anuncia o Reino de Deus já aqui na terra. Jesus, com suas atitudes e palavras, instaura o reinado de Deus. Podemos entender esse reinado, como Deus acolhendo, na comunhão de sua casa, todos os seus filhos, a começar pelos que saíram de casa e retornam pela conversão. Jesus partia do que o povo de Deus já conhecia e manifestava mais claramente o amor de Deus que restaura, perdoa, liberta as pessoas. Esse evangelho, essa boa notícia, encontrou oposições também dentro da própria sinagoga, a comunidade de fé que ele frequentava. Essa oposição à novidade do evangelho que Jesus anuncia, ontem como hoje, só pode mesmo ter raízes no maligno. Mas, Jesus é vencedor sobre todo o mal. Com ele, nós também somos vencedores. No Pai Nosso, rezamos: “Livrai-nos do mal”. 

Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem (Lc 4, 36) 

Rezando a palavra 

Senhor Jesus, 

A novidade do evangelho corre sempre o perigo de ser esquecida ou abafada pelas forças que não têm interesse na emancipação das pessoas e no senhorio de Deus. Essas forças atuam dentro e fora da comunidade. Não é à toa que a Igreja tenha tantos mártires. Eles experimentaram a oposição à fé cristã por parte de pessoas maldosas e violentas. Uniram-se, assim, ao teu sacrifício na cruz. Em sua fidelidade, são vitoriosas, contigo. Senhor, te pedimos, livra-nos do mal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra 

Ontem, eu lhe fiz um desafio. Você não me disse ainda se topou. Ler, neste mês de setembro, o evangelho de São Lucas. Todo dia, ler um pedacinho. São só 24 capítulos. Se não começou ainda, comece hoje. 

Pe. João Carlos Ribeiro - 03 de setembro de 2019

A PALAVRA DE JESUS NOS LIBERTA


Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem (Lc 4, 36)
04 de setembro de 2018.
Sabe o que foi? Jesus estava na sinagoga de Cafarnaum. Era um dia de sábado. O povo estava reunido para a oração e a escuta da palavra de Deus. E Jesus estava ensinando. As pessoas, ali, estavam admiradas com o seu ensinamento. Foi aí que um homem ali presente, possuído por um espírito impuro, começou a gritar e esbravejar contra Jesus. Jesus mandou o espírito calar a boca e sair daquele homem. Dito e feito. O homem foi lançado no chão pelo espírito mau e saiu. As pessoas ficaram assustadas, não era pra menos. E admiradas com aquele ensinamento novo de Jesus, com a sua autoridade.  
Desde o começo da reunião, as pessoas ali, na Sinagoga, estavam admiradas com o ensinamento de Jesus. E por quê? Porque ele falava com autoridade, diz o evangelista. As pessoas percebiam uma grande diferença entre o seu ensinamento e o ensinamento dos mestres da Lei. Certamente, a primeira coisa que marcava uma grande diferença era a atenção que Jesus dava aos sofredores e marginalizados. Estes estavam à margem de tudo, na vida social e na religião. E Jesus os incluía como pessoas importantes no anúncio do Reino de Deus. E a segunda coisa, que inclusive incomodava muito as lideranças religiosas, era a imagem que Jesus passava de Deus. Ele revelava um Deus como um pai amoroso, pronto para acolher o filho pecador de volta à sua casa. Esse não era exatamente o Deus que eles estavam acostumados a perceber como juiz e retribuidor da prática da Lei.
No conjunto, esse ensinamento de Jesus - feito de gestos de atenção e proximidade, de parábolas e diálogos sobre Deus e o seu reino – despertou muita indignação e ódio nos fariseus, nos sacerdotes do Templo, nos partidários de Herodes. Essa gente estava possuída por preconceitos contra o povo, seduzida pelas benesses do poder, tomada de ciúme... e muita coisa ruim mais. Era como se estivessem possuídos por um espírito mau. Claro, o mal lança seus tentáculos nas estruturas sociais e nas pessoas. O que o diabo disse na sinagoga é o que esses senhores gritavam por dentro: “Vieste para nos destruir?”.
Guardando a Mensagem
O povo de Cafarnaum sentia isso: Jesus falava com autoridade. E isto ficou muito mais claro, quando eles viram que Jesus não só anunciava o Reino, mas sua palavra denunciava o mal. E libertava as pessoas dele. Com esse episódio da expulsão do espírito mau, tiveram sua impressão confirmada: Jesus liberta as pessoas do poder do mal. Mesmo na comunidade, o mal pode estar está ali escondido, oprimindo a pessoa, sufocando, asfixiando... A palavra de Deus o desmascara. Jesus o liberta com sua palavra: "sai, retira-te deste homem". O que o evangelho continua anunciando é que de todas as opressões, a palavra de Jesus é uma força para nos libertar. Não é simplesmente uma palavra a mais. Ela é a palavra criadora de Deus que nos recria, nos restaura, nos liberta. É a palavra libertadora de Deus em nossa vida. O evangelho é uma força de mudança, anuncia o Reino de Deus aqui na terra. Jesus, com suas atitudes e palavras, estava instaurando o reinado de Deus. Esse evangelho, essa boa notícia, encontrou oposição também dentro da própria sinagoga, a comunidade de fé que ele frequentava. Essa oposição à novidade do evangelho que Jesus anuncia, ontem e hoje, só pode mesmo ter raízes no maligno. Mas, Jesus é vencedor sobre todo o mal. Com ele, nós também somos vencedores.
Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem (Lc 4, 36)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
O teu ensinamento liberta as pessoas. Na Sinagoga de Cafarnaum, o povo estava admirado com a tua palavra. Ali, eles viram que, enquanto estavas ensinando, o demônio se manifestou num pobre homem, e tu o repreendeste e o expulsaste. Hoje, como naquele tempo, tu continuas a falar com autoridade e poder, comunicando-nos o amor de Deus e nos libertando da dominação do mal. Obrigado, Senhor, pelo teu ensinamento cheio de sabedoria e autoridade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Ontem, aqui, eu lhe fiz um desafio. Durante esse mês de setembro, ler todo dia um pedacinho da palavra de Deus. E acertamos: ler o evangelho de São Marcos, que afinal tem somente 16 capítulos. Você topou o desafio? Já começou a ler? Se não começou, comece hoje. De acordo?!

Pe. João Carlos Ribeiro - 04.09.2018

E AGORA, JOSÉ?


Pois eu também não lhes digo com que autoridade faço essas coisas (Mc 11,33).

02  de junho de 2018.

Por que Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma reposta? Eles queriam saber com que autoridade ele estava fazendo aquilo no Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham convertido a casa de oração num antro de ladrões. Tinha expulsado os vendedores, compradores e cambistas do Templo, afinal, tinha tomado uma atitude pública contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos  - um grupo poderoso, os membros do Sinédrio. Seria este o grupo a julgar Jesus, depois, condenando-o como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente. Era uma acusação, um enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu comando: Com que autoridade tu fazes isto?

Jesus não respondeu diretamente. Mas, se propôs a responder, desde que eles respondessem também a uma pergunta. A pergunta foi sobre o batismo de João. João andou levando o povo para o deserto, para batizar-se no Rio Jordão, pregando a mudança de vida, em preparação da vinda do Messias. Para João, o Templo não era mais o lugar da purificação. A volta ao tempo do deserto era um recomeço, quando não havia Templo, mas só uma Tenda móvel. Eles, a elite que controlava o Templo, achou foi bom Herodes prender e decapitar João Batista. Livraram-se de um pregador incômodo, de uma denúncia permanente da situação de pecado deles que deviam guardar a aliança com fidelidade. Jesus perguntou: O batismo de João era de Deus ou dos homens? Como eles não se converteram com a pregação de João Batista, a resposta já estava dada. Mas, não podia ser verbalizada, claro. “Então, eu também não digo com que autoridade eu faço essas coisas”, concluiu Jesus. Claro, a resposta estava dada: com a mesma autoridade com que João Batista pregava a conversão e batizava. Mas, não adiantava dizer com a boca. As suas atitudes falavam por si.

O mundo hoje cobra dos cristãos  explicações... por que vocês querem pensar e agir diferentemente dos outros? Por que vocês não aceitam a violência, a vingança, a pena de morte? Por que vocês não deixam a mulher decidir sobre sua gravidez e ter a liberdade de abortar? Por que vocês insistem tanto no casamento religioso? Por que vocês são tão obedientes ao Papa? Por que vocês adoram a Eucaristia? Quem pergunta nem sempre está interessado na resposta. É só uma forma de intimidação, de oposição. Às vezes, é melhor fazer como Jesus: não responder, ou melhor, responder com as atitudes e com o modo de viver.

Vamos guardar a mensagem

Os líderes do povo de Deus não reconheceram em Jesus o Messias que Deus prometera e enviara. Também não quiseram reconhecer João Batista e sua pregação, como coisa de Deus. Preferiram tratá-los como inimigos e tramar a sua morte. Na purificação do Templo, Jesus mostrou abertamente quanto estavam errados, apossando-se da Casa de Deus em benefício dos seus interesses políticos e econômicos. Fizeram uma pergunta, na verdade uma acusação. “Com que autoridade tu fazes isso?”. Com a mesma autoridade com que João Batista convocou o povo para se purificar no deserto e no Jordão. Com a autoridade de Deus. Mas, isso eles não podiam entender. Jesus não fugiu da resposta. Jesus respondeu com uma pergunta.

Pois eu também não lhes digo com que autoridade faço essas coisas (Mc 11,33).

Vamos rezar a palavra

Senhor Jesus,

Eu sei que tem hora de responder e hora de ficar calado. Tem hora de responder, como São Pedro falou na sua carta, explicando as razões de nossa esperança a quem nos perguntar. Tudo bem! E hora de ficar calado, quando a pergunta é uma forma velada de intimidação, de oposição, de perseguição. Aí, é responder com as atitudes de vida. Foi assim que fizeste, Jesus. Senhor, confirma em nós a presença do teu Santo Espírito. Que ele ponha em nossos lábios as palavras certas que podem trazer de volta quem está no mal caminho. Que ele ponha fortaleza em nosso coração, para não nos deixarmos abalar pelas críticas e incompreensões que sempre recebem os que andam contigo. Que ele nos assista quando os inimigos do povo e da fé nos questionam e nos acusam. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

 Vamos viver a palavra

A hora de dar uma resposta é a hora do testemunho. Testemunho maior ainda é o da própria vida. Pode ser que apareça, hoje, uma ocasião para você se explicar diante de alguém.  Inspire-se nas palavras e nas atitudes de Jesus.

Pe. João Carlos Ribeiro – 02 de junho de 2018.

OS 10 ENSINAMENTOS

As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade (Lc 4, 32)
O que será que Jesus ensinava que causava tanta admiração? E o que distinguia a sua pregação do ensinamento dos mestres da Lei? É verdade, ele falava com autoridade. Sua palavra era a palavra do próprio Deus. Não precisava citar os outros. Nem precisava fazer arrodeios, com complicações interpretativas. Era simples, claro e direto.
E o que ele andava ensinando? Bom, está tudo no evangelho. Mas, poderíamos fazer uma síntese. Vamos tentar. Quais seriam os ensinamentos mais importantes da pregação de Jesus? Vamos reuni-los em 10. Dez ensinamentos do Senhor.
1º.   Deus é o pai de vocês. O Deus da Aliança é o criador e pai que ama vocês, como filhos. Amem esse pai maravilhoso, de todo coração.
2º.   Deus me enviou para ajudar vocês. Eu vim da parte do Pai. Ele me enviou para ajudar vocês a reencontrarem o caminho de sua casa. Venham comigo.
3º.   Deus cuida de vocês. Ele cuida de toda a criação. E, de maneira especial, cuida de cada um de vocês, seus filhos. Tenham confiança nele. Ele é providente, ele é um bom pai.
4º.   Vocês são irmãos. São filhos do mesmo Pai. Como vocês amam o Pai, como se amam a si mesmos, amem também seus irmãos. Quanto mais necessitado, mais merece o apoio e o carinho de vocês.
5º.   O Reino de Deus já está no meio de vocês. É como o trabalho do agricultor, é como o serviço do pescador, é como fermento na massa. É uma força de bem, de verdade e de perdão que está tomando corpo no mundo.
6º.   Deus vai ao encontro do pecador com o seu perdão e a sua graça. Deus perdoa a quem quer recomeçar. Levanta pela mão quem caiu. E pede que você também perdoe o seu irmão.
7º.   O importante é fazer a vontade do Pai. Essa é a verdadeira religião, o melhor sacrifício, o maior louvor. Andar segundo o desejo de Deus.
8º.   Eu dou a minha vida por vocês. Vão fazer todo tipo de oposição à boa nova que estou trazendo. Vou morrer e ressuscitar por vocês.
9º.   Eu e o Pai vamos enviar o Espírito Santo. Ele vai ajudar vocês a compreenderem o meu ensinamento e vai dar forças a vocês para permanecerem fieis.
10º. Quero que vocês continuem a minha missão. A minha palavra precisa chegar a todos. Evangelizem, batizem, ensinem o povo a praticar os meus ensinamentos. Eu vou, mas volto logo.
Numa síntese, seriam esses os 10 ensinamentos centrais da pregação de Jesus.
Vamos guardar a mensagem de hoje
Por que a pregação de Jesus  tão ungida, tão simples, tão ao alcance das pessoas incomodava? Por que será que os fariseus e as lideranças não suportavam Jesus? Porque esse ensinamento era libertador das pessoas. Deus como pai, não como soberano. A religião como amor pelo Pai e pelos irmãos, não como cumprimento de preceitos. Os pobres, humildes e sofredores como cidadãos mais importantes no Reino, não excluídos e condenados.  As pessoas ficavam livres do peso opressor da interpretação que os dirigentes davam à Lei de Moisés. Livres para amar e servir.
As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade (Lc 4, 32)

Também não digo

“Pois eu também não lhes digo com que autoridade faço essas coisas”. (Mc 11,33)

Por que Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma reposta? Eles perguntaram com que autoridade Jesus estava fazendo aquilo no Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham convertido a casa de oração num antro de ladrões, expulsando os vendedores e compradores, afinal, tomando uma atitude pública contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos; o grupo que depois julgaria Jesus no Sinédrio, condenando-o como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente... era uma acusação, um enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu comando: Com que autoridade fazes isto?

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