PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Mt 14
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Senhor, salva-me, estou afundando!




   13 de agosto de 2023    

19º Domingo do Tempo Comum

Dia dos Pais


   Evangelho    


Mt 14,22-33

Depois da multiplicação dos pães, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho.
24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.
25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar.
26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo.
27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”
28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”.
29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus.
30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”
31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”
32Assim que subiram no barco, o vento se acalmou.
33Os que estavam no barco prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”



   Meditação    


Mas, quando Pedro sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” (Mt 14, 30)

Você já ouviu alguém dizendo assim: “estamos navegando num mar de problemas e dificuldades”. Já ouviu? O que significa isso, “estamos navegando num mar de problemas e dificuldades”? Nesse modo de falar, navegar aqui é viver e o mar está identificado com problemas que se está enfrentando, certo? E se alguém disser: “mas, apesar do mar revolto, nós vamos conseguir atravessá-lo”, você entende? Claro, significa vamos vencer, mesmo passando por todas essas provações.

Bom, se estamos nos entendendo até aqui, vai dar pra gente entender bem o evangelho de hoje. Havia terminado aquela grande refeição com pão e peixe no deserto e Jesus mandara os discípulos atravessar o mar para irem a outra cidade. E ele ficou despedindo o povo. Depois, foi ao monte para rezar. De madrugada, foi ao encontro dos discípulos. Os discípulos estavam com muita dificuldade na travessia, porque os ventos estavam contrários. De madrugada, viram um vulto vindo para o lado deles, andando sobre as águas. Tiveram muito medo, acharam que era um fantasma. Jesus gritou de lá dizendo “Sou eu”, para eles não terem medo. E Pedro pediu para ir ao seu encontro andando sobre as águas. Até conseguiu. Mas, o vento o deixou com medo e ele começou a afundar. Pediu ajuda e Jesus o segurou pela mão. Entraram na barca e os ventos se acalmaram.

Agora, vamos recordar aquele momento da história do povo de Deus, na travessia do mar vermelho. Os soldados do faraó estavam chegando. Diante deles, só o mar. E eles, liderados por Moisés, com a assistência de Deus, entraram no mar e o atravessaram a pé enxuto. Eles venceram as águas. Fizeram a travessia daquele braço de mar, assistidos por Deus que separou as águas, as mesmas águas que acabaram por dificultar a perseguição dos soldados e até afogar cavalos e cavaleiros. Repita comigo: O povo de Deus atravessou o mar a pé enxuto, com a graça de Deus, venceu as águas.

Vamos voltar para o mar da Galileia, o grande lago em que os discípulos estão navegando à noite. Jesus os mandara atravessar o mar, na barca. Os ventos estão fortes e contrários. A vela rudimentar e os remos não estão dando conta. Três horas da manhã e ainda não chegaram nem na metade. Que missão difícil Jesus deu aos discípulos: atravessar o mar numa hora daquela! Que missão difícil Jesus nos deu para atravessar o mar numa hora como essa... Essa qual? Esta hora difícil que a humanidade está vivendo, que a Igreja está atravessando. Um tempo de guerras, de crise climática, de forte migração de populações fugindo da violência e da miséria. Um tempo de crise em nosso modelo de família, de mudança de costumes, de ampla circulação de drogas... Os ventos estão contrários.

Numa hora como essa, tudo passa pela cabeça: ‘Vamos afundar’. ‘É melhor a gente desistir, vamos voltar’. ‘Não tem jeito, não temos força’. ‘Estamos perdidos. Os discípulos pensaram isso mesmo. Com a morte de Jesus, a dificuldade deles estava muito grande, com toda a oposição que sofriam e pela sensação de abandono: ‘Jesus morreu como malfeitor, não está mais com a gente’. Mas, quando tudo parecia perdido, aconteceu o inesperado para eles: Jesus ressuscitou. E lhes apareceu várias vezes. E eles até pensaram que era um fantasma. É isso que a cena de Jesus andando sobre as águas está nos dizendo: Jesus ressuscitado vem ao encontro dos seus discípulos, de sua Igreja. Não é um fantasma. É ele mesmo, vivo, glorioso. Ele manda nos ventos, ele acalma o mar. É ele que nos garante atravessar o mar, vencer as águas. Repita comigo: Os discípulos conseguem atravessar o mar, porque Jesus ressuscitado está com eles. É isso. A Igreja consegue realizar a sua missão, nessa travessia tão dolorosa, porque Jesus que já venceu as forças que se opõem ao Reino, está conosco.




Guardando a mensagem

O povo hebreu, assistido por Deus, atravessou o mar vermelho a pé enxuto. Venceu as águas que pareciam impedir que chegassem ao seu destino, à liberdade. Os discípulos na barca, imagem da Igreja, continuam a experimentar a ação de Deus no meio das dificuldades da travessia em todos os tempos. Jesus ressuscitado é quem garante a vitória sobre os ventos contrários que ameaçam naufragar a barca. É Jesus mesmo que ergue, pela mão, discípulos como Pedro que, com sua pouca fé, estão afundando. Jesus está vivo e vitorioso. E está conosco. A barca de Pedro vai chegar ao seu destino, apesar da oposição dos maus, dos inimigos que semeiam joio na calada da noite e apesar também da nossa fé tão pequena.

Mas, quando Pedro sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” (Mt 14, 30)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
neste início da Semana Nacional da Família, nós, nos parecemos com Pedro. São tantas as situações difíceis que enfrentamos na família e no mundo, nesse momento, em nossa travessia, que muita gente se desespera. E, mesmo tua presença, Senhor, nós a vemos muito longínqua, como a de um fantasma, um que já morreu. Senhor, no evangelho de hoje, percebemos tua presença vitoriosa entre nós. Tu és a garantia de que chegaremos ao nosso destino, que realizaremos bem a nossa missão. Senhor, toma-nos pela mão, quando estivermos afundando, em nossa falta de fé. Salva-nos, Senhor! Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Hoje, nos cabe um olhar de esperança sobre este mar de dificuldades que nos cerca. Em vez de se lamentar, acender a luz da fé para clarear a escuridão dessa noite. Particularmente, hoje reze pelos pais de sua família, pedindo a Jesus que segure pela mão os que pareçam estar naufragando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Jesus nos sustenta pela mão.

 



   08 de agosto de 2023.   

Memória de São Domingos de Gusmão, 
fundador da Ordem dos Pregadores


   Evangelho.   


Mt 14,22-36

Depois que a multidão comera até saciar-se, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. 29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram na barca, o vento se acalmou. 33Os que estavam na barca, prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”
34Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 35Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que a tocaram, ficaram curados.

   Meditação   


Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? (Mt 14, 31)

Ontem, contemplamos como Jesus recebeu a notícia da morte violenta do profeta João Batista, seu primo e precursor. E como o povo chocado com o acontecido foi atrás de Jesus e ficou um longo tempo com ele, num lugar deserto. Lá, viveram uma experiência maravilhosa, uma verdadeira resposta ao banquete de Herodes. Participaram de um banquete de vida, onde Jesus repartiu o pão para eles. Eles tiveram uma experiência da presença do Reino de Deus, no acolhimento, na fartura e na alegria.

No fim da tarde, os discípulos, a mando de Jesus, pegaram a barca para ir para Genesaré, que ficava do outro lado do mar da Galileia. Jesus tinha ficado para se despedir do povo. Depois que o povo se foi, Jesus foi rezar no monte. A travessia na barca foi se complicando. Escureceu, o vento foi ficando forte e o mar, agitado. Pelas três da manhã, eles viram um vulto andando sobre o mar, vindo na direção deles. Foi um medo só. Pensaram que fosse um fantasma. Jesus de lá gritou: “Sou eu. Tenham medo não”. Puxa, que susto!

Nesta narração do evangelho de Mateus, conta-se também que Pedro pediu para ir ao encontro de Jesus, caminhando sobre as águas. E até que estava conseguindo, mas ficou com medo e começou a afundar. Foi aí que Jesus o segurou pela mão. Quando subiram na barca, o vento se acalmou. Os discípulos reconheceram, então, que Jesus era, de verdade, o filho de Deus.

O que essa história está ensinando? Só contando um fato curioso? Certamente que não. O próprio texto (Mt 14) já nos dá uma pista de compreensão. As palavras “mar” e “barca” estão muito repetidas no texto. ‘Mar’ é sempre uma representação do mundo a que os discípulos estão enviados como missionários. O ‘mar’ é o mundo onde se realiza a missão. A palavra “barca” está repetida seis vezes. Essa insistência não pode ser por acaso. ‘Barca’, você sabe, é uma representação da comunidade, da Igreja. A barca de Pedro é a Igreja, a comunidade dos discípulos. O que é que está acontecendo? Eles estão tentando atravessar o mar e estão encontrando muita dificuldade. O que significaria a barca dos discípulos atravessando o mar? É a Igreja realizando a sua missão no mundo, no meio de muitas dificuldades. Note as palavras que aparecem: ‘era noite, os ventos estavam contrários, o mar estava agitado pelas ondas’. Que dificuldades encontra a Igreja na realização de sua missão? Nem precisamos fazer uma lista, não é verdade? O certo é que o mar continua revolto. E os ventos, contrários.

Voltemos ao mar da Galileia. O que aconteceu no meio daquela apreensão toda dos discípulos, coitados, no meio daquela tempestade? Eles viram um vulto andando sobre as águas e vindo na direção deles. Ficaram de cabelo em pé. Mas, reconheceram quem era, quando ele se apresentou. Lembra o que foi que o personagem disse? “Sou eu. Tenham medo não”. E quem é ele? Claro, é Jesus. Mas, ele disse SOU EU. Disse como Deus, o Pai, tinha dito no Monte Sinai a Moisés. 'EU SOU. Diga ao Faraó que EU SOU mandou dizer que liberte o meu povo'. EU SOU é Deus. Podemos pensar assim: no meio daquele vendaval, daquela tormenta, os discípulos fizeram uma experiência maravilhosa: Jesus é Deus. Ele é EU SOU. Durante o seu ministério, ele foi se revelando: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Eu sou o Bom Pastor. Eu sou a Luz do Mundo”. Ele é Deus. É Deus quem domina o mar, é Deus quem acalma a tempestade. Por falar em tempestade, cadê a tempestade? Quando Jesus e Pedro entraram na barca, tudo se acalmou.



Guardando a mensagem

O mar é o mundo, onde os discípulos levam adiante a missão que Jesus lhes confiou. A barca é a comunidade dos discípulos, a Igreja. De vez em quando, a comunidade se encontra cercada de problemas e dificuldades, no meio de uma verdadeira tempestade. Em momentos como esse, faz uma profunda experiência de Deus. Jesus mesmo vem ao seu encontro. Jesus é o Deus vencedor do pecado, do mal e da morte. É ele quem garante o êxito da missão, ele domina a tempestade, ele acalma o mar. Nesta cena, Pedro tem um lugar de destaque. Também ele experimenta andar sobre as águas, como Jesus, embora, com medo, acabe afundando. Mas, Jesus está ao seu lado, dando-lhe força, levantando-o pela mão. Neste mês vocacional, em que celebramos a vocação dos ministros ordenados, dos consagrados, dos ministros leigos, fique ainda mais forte em nós a certeza da presença de Jesus em sua Igreja, garantindo a travessia em todas as dificuldades e socorrendo os seus ministros em suas fraquezas. 

Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? (Mt 14, 31)

Rezado a palavra

Senhor Jesus,
minha família, como tua Igreja, também é como uma barca, navegando no mar. De vez em quando, dá cada tempestade! Pensando bem, nunca nos deixaste sozinhos no meio das tormentas. Sempre experimentamos que tu vens ao nosso encontro, mesmo quando partimos sem ti. É quando experimentamos, com emoção, a força de tua proteção, a grandeza do teu amor. Tua presença acalma a tempestade. Muito obrigado, Senhor. Tu és o nosso Deus e Salvador. Continua, Senhor, a sustentar pela mão o líder de tua barca, o nosso Papa, o nosso Pedro. Socorre-o em suas necessidades, levanta-o em suas fraquezas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

É possível que, hoje, se apresente uma oportunidade para você dizer uma palavra de fé que ajude a acalmar alguma tempestade. Se aparecer essa oportunidade, dê seu testemunho sobre Jesus: anuncie que é ele quem acalma o mar.

Comunicando

Neste mês de agosto, faço show em Bom Repouso, MG, no dia 12; em Belo Jardim, PE, no dia 13; e em Cruzeiro do Sul, AC, no dia 15. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O banquete do deserto que preparou a Eucaristia

 



   07 de agosto de 2023.   

Segunda-feira da 18ª Semana do Tempo Comum



   Evangelho.   

Mt 14,13-21

Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

   Meditação.   


Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Como foi diferente o banquete de Jesus do banquete de Herodes! O banquete de Herodes é o texto que vem antes desta narração da multiplicação dos pães. As duas narrações estão interligadas. Jesus foi para um lugar deserto e afastado quando soube do que aconteceu com o profeta João Batista. Esta notícia, trazida pelos discípulos de João que sepultaram o seu corpo, mexeu profundamente com Jesus, claro. Além de seu primo, João o tinha batizado naquele movimento de renovação às margens do Rio Jordão. Quando ele tinha sido preso, conta o mesmo evangelho de São Mateus, Jesus tinha voltado para a Galileia, se transferido para Cafarnaum e começado a pregar abertamente. Agora, que soube de sua morte na corte de Herodes, em circunstâncias tão violentas, ele ficou muito abalado. E afastou-se para um lugar deserto.

A notícia do que tinha acontecido na corte do rei, em Tiberíades, circulou rapidamente no meio da população da Galileia. No banquete de aniversário, Herodes, dobrando-se ao capricho da esposa-cunhada, depois de um número de dança da sobrinha, mandou decepar a cabeça de João Batista no cárcere. Na presença dos convidados, foi apresentada a cabeça do profeta numa bandeja. Um banquete de violência onde o prato principal foi a morte do profeta de Deus, que tanta esperança tinha despertado no coração do povo. Um banquete de morte.

Não foi só Jesus que ficou triste. O povo também ficou chocado com o acontecido. E viu como Jesus tinha reagido, retirando-se para o deserto, com os discípulos. Por isso, de todo canto apareceu gente que foi ao encontro dele ou se antecipou à sua chegada. Ao desembarcar, Jesus já encontrou aquele povão todo. E encheu-se de compaixão por eles. Curou os que estavam doentes. E foi ficando com eles... Como já ia ficando tarde, os discípulos chamaram a sua atenção para que terminasse aquela reunião, para o povo voltar e encontrar o que comer pelas aldeias. Uma preocupação justa. Mas, Jesus recomendou que eles mesmos dessem um jeito. Mas, como dar um jeito, se eles só tinham cinco pães e dois peixes?! Seria o suficiente.

Realmente, daquela vez o povo não estava só atrás de benefícios para si. Estava chocado com os acontecimentos, vivendo quase um luto coletivo, solidário com Jesus, mas, ao mesmo tempo, sentindo-se consolado por ele. Mandá-los embora com fome, seria o contrário de tudo o que Jesus estava anunciando, com a proclamação da chegada do Reino de Deus. Assim, Jesus prepara o povo para uma grande refeição, um grande banquete, mandando o povo se sentar. O profeta Isaías tinha falado dessa fartura que Deus iria providenciar: “Vocês que não têm dinheiro, venham e comam!”. Um banquete de vida, Deus alimentando o seu povo, como no tempo do maná, também no deserto. Jesus pegou aquele pouco alimento e deu graças a Deus e começou a dividir os pães e depois os peixes e entrega-los aos discípulos que iam entregando ao povo. Um milagre da providência divina, a multiplicação dos pães e dos peixes. Todo mundo comeu e ficou satisfeito. Mandou ainda recolher as sobras em cestos.

O povo voltou para casa consolado pela atitude acolhedora e amorosa de Jesus, confortado por suas palavras e alimentado pelo pão abençoado, partido e distribuído por ele. Um banquete bem diferente do de Herodes. Lá, a corte celebrou a morte, sufocando a palavra de esperança que o profeta anunciava, pela qual convocava todos à conversão. No deserto, o povo celebrou a vida, no acolhimento de Jesus, em sua palavra de esperança e no pão repartido com todos.




Guardando a mensagem

Os encontros de multiplicação dos pães, nos evangelhos, nos prepararam para a Eucaristia, a Santa Missa. Na Santa Missa, celebramos o banquete da vida. O próprio Jesus acolhe com carinho o seu povo, conforta-o em suas necessidades, fala-lhes ao coração e o alimenta com o sacramento do seu próprio corpo e sangue. Continuamos a partir o pão, fazendo memória de sua vida entregue por nós, pão descido do céu para a vida do mundo. 

Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós te bendizemos por tua proximidade, por tua encarnação. Tu és o Deus maravilhoso que se fez um de nós, participante de nossa história humana, companheiro de dores e alegrias. Em ti, experimentamos como é imenso o amor do Pai por nós. Naquele encontro no deserto, com aquele povo tão numeroso que te procurou, celebraste um banquete de vida, enchendo o seu coração de alegria e esperança. Assim, experimentaram que o Reino de Deus tinha chegado, vencendo o banquete de morte da corte de Herodes. Concede, Senhor, que em nossas celebrações eucarísticas experimentemos o acolhimento, a solidariedade, a comunhão contigo e com os irmãos, ao acolhermos tua santa palavra e comermos do mesmo pão que és tu mesmo, para nos fortalecer no caminho da vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Essa linda celebração de Jesus multiplicando os pães no deserto para o seu povo foi como uma preparação para a Santa Missa. A Santa Missa, que nós também chamamos de Celebração da Eucaristia, é a Última Ceia que Jesus celebrou com os seus discípulos na quinta-feira santa. O evangelho vai nos educando para sermos fiéis à participação ativa na Santa Missa dominical. 

Comunicando

Começa hoje o Seminário de Salesianidade para voluntários e associados da AMA. O Seminário vai acontecer todas as tardes desta semana, das 14 às 16 horas. No Recife, será presencial, no auditório da Associação, com transmissão pelo Youtube para os voluntários e associados de longe. Para participar, comunique-se conosco pelo 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




CAMINHANDO SOBRE AS ÁGUAS




 02 de agosto de 2022

Terça-feira do 18ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Mt 14,22-36

Depois que a multidão comera até saciar-se, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. 29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram na barca, o vento se acalmou. 33Os que estavam na barca, prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”
34Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 35Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que a tocaram, ficaram curados.


MEDITAÇÃO


Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? (Mt 14, 31)

Ontem, contemplamos como Jesus recebeu a notícia da morte violenta do profeta João Batista, seu primo e precursor. E como o povo chocado com o acontecido foi atrás de Jesus e ficou um longo tempo com ele, num lugar deserto. Lá, viveram uma experiência maravilhosa, uma verdadeira resposta ao banquete de Herodes. Participaram de um banquete de vida, onde Jesus repartiu o pão para eles. Eles tiveram uma experiência da presença do Reino de Deus, no acolhimento, na fartura e na alegria.

No fim da tarde, os discípulos, a mando de Jesus, pegaram a barca para ir para Genesaré, que ficava do outro lado do mar da Galileia. Jesus tinha ficado para se despedir do povo. Depois que o povo se foi, Jesus foi rezar no monte. A travessia na barca foi se complicando. Escureceu, o vento foi ficando forte e o mar, agitado. Pelas três da manhã, eles viram um vulto andando sobre o mar, vindo na direção deles. Foi um medo só. Pensaram que fosse um fantasma. Jesus de lá gritou: “Sou eu. Tenham medo não”. Puxa, que susto!

Nesta narração do evangelho de Mateus, conta-se também que Pedro pediu para ir ao encontro de Jesus, caminhando sobre as águas. E até que estava conseguindo, mas ficou com medo e começou a afundar. Foi aí que Jesus o segurou pela mão. Quando subiram na barca, o vento se acalmou. Os discípulos reconheceram, então, que Jesus era, de verdade, o filho de Deus.

O que essa história está ensinando? Só contando um fato curioso? Certamente que não. O próprio texto (Mt 14) já nos dá uma pista de compreensão. As palavras “mar” e “barca” estão muito repetidas no texto. ‘Mar’ é sempre uma representação do mundo a que os discípulos estão enviados como missionários. O ‘mar’ é o mundo onde se realiza a missão. A palavra “barca” está repetida seis vezes. Essa insistência não pode ser por acaso. ‘Barca’, você sabe, é uma representação da comunidade, da Igreja. A barca de Pedro é a Igreja, a comunidade dos discípulos. O que é que está acontecendo? Eles estão tentando atravessar o mar e estão encontrando muita dificuldade. O que significaria a barca dos discípulos atravessando o mar? É a Igreja realizando a sua missão no mundo, no meio de muitas dificuldades. Note as palavras que aparecem: ‘era noite, os ventos estavam contrários, o mar estava agitado pelas ondas’. Que dificuldades encontra a Igreja na realização de sua missão? Nem precisamos fazer uma lista, não é verdade? O certo é que o mar continua revolto. E os ventos, contrários.

Voltemos ao mar da Galileia. O que aconteceu no meio daquela apreensão toda dos discípulos, coitados, no meio daquela tempestade? Eles viram um vulto andando sobre as águas e vindo na direção deles. Ficaram de cabelo em pé. Mas, reconheceram quem era, quando ele se apresentou. Lembra o que foi que o personagem disse? “Sou eu. Tenham medo não”. E quem é ele? Claro, é Jesus. Mas, ele disse SOU EU. Disse como Deus, o Pai, tinha dito no Monte Sinai a Moisés. 'EU SOU. Diga ao Faraó que EU SOU mandou dizer que liberte o meu povo'. EU SOU é Deus. Podemos pensar assim: no meio daquele vendaval, daquela tormenta, os discípulos fizeram uma experiência maravilhosa: Jesus é Deus. Ele é EU SOU. Durante o seu ministério, ele foi se revelando: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Eu sou o Bom Pastor. Eu sou a Luz do Mundo”. Ele é Deus. É Deus quem domina o mar, é Deus quem acalma a tempestade. Por falar em tempestade, cadê a tempestade? Quando Jesus e Pedro entraram na barca, tudo se acalmou.


Guardando a mensagem

O mar é o mundo, onde os discípulos levam adiante a missão que Jesus lhes confiou. A barca é a comunidade dos discípulos, a Igreja. De vez em quando, a comunidade se encontra cercada de problemas e dificuldades, no meio de uma verdadeira tempestade. Em momentos como esse, faz uma profunda experiência de Deus. Jesus mesmo vem ao seu encontro. Jesus é o Deus vencedor do pecado, do mal e da morte. É ele quem garante o êxito da missão, ele domina a tempestade, ele acalma o mar. Nesta cena, Pedro tem um lugar de destaque. Também ele experimenta andar sobre as águas, como Jesus, embora, com medo, acabe afundando. Mas, Jesus está ao seu lado, dando-lhe força, levantando-o pela mão. Nesta primeira semana do mês vocacional, em que celebramos a vocação dos ministros ordenados - os diáconos, os padres e os bispos - nos console a certeza da presença de Jesus em sua Igreja, garantindo a travessia em todas as tempestades e socorrendo os seus ministros em suas fraquezas.

Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? (Mt 14, 31)

Rezado a palavra

Senhor Jesus,
minha família, como tua Igreja, também é como uma barca, navegando no mar. De vez em quando, dá cada tempestade! Pensando bem, nunca nos deixaste sozinhos no meio das tormentas. Sempre experimentamos que tu vens ao nosso encontro, mesmo quando partimos sem ti. É quando experimentamos, com emoção, a força de tua proteção, a grandeza do teu amor. Tua presença acalma a tempestade. Muito obrigado, Senhor. Tu és o nosso Deus e Salvador. Continua, Senhor, a sustentar pela mão o líder de tua barca, o nosso Papa, o nosso Pedro. Socorre-o em suas necessidades, levanta-o em suas fraquezas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

É possível que, hoje, se apresente uma oportunidade para você dizer uma palavra de fé que ajude a acalmar alguma tempestade. Se aparecer essa oportunidade, dê seu testemunho sobre Jesus: anuncie que é ele quem acalma o mar.

Comunicando

Neste mês de agosto, mês de aniversário da AMA, teremos, entre outros, dois momentos muito especiais: o dia missionário e a reestreia do programa Encontros, no Canal do Youtube, no dia 15 e o Show de aniversário, com Pe. João Carlos e Banda, com uma live para todos os associados, no dia 27.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Acolhimento e fartura no banquete de Jesus



01 de agosto de 2022

Dia de Santo Afonso Maria de Ligório



EVANGELHO

Mt 14,13-21

Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

MEDITAÇÃO


Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Como foi diferente o banquete de Jesus do banquete de Herodes! O banquete de Herodes é o texto que vem antes desta narração da multiplicação dos pães. As duas narrações estão interligadas. Jesus foi para um lugar deserto e afastado quando soube do que aconteceu com o profeta João Batista. Esta notícia, trazida pelos discípulos de João que sepultaram o seu corpo, mexeu profundamente com Jesus, claro. Além de seu primo, João o tinha batizado naquele movimento de renovação às margens do Rio Jordão. Quando ele tinha sido preso, conta o mesmo evangelho de São Mateus, Jesus tinha voltado para a Galileia, se transferido para Cafarnaum e começado a pregar abertamente. Agora, que soube de sua morte na corte de Herodes, em circunstâncias tão violentas, ele ficou muito abalado. E afastou-se para um lugar deserto.

A notícia do que tinha acontecido na corte do rei, em Tiberíades, circulou rapidamente no meio da população da Galileia. No banquete de aniversário, Herodes, dobrando-se ao capricho da esposa-cunhada, depois de um número de dança da sobrinha, mandou decepar a cabeça de João Batista no cárcere. Na presença dos convidados, foi apresentada a cabeça do profeta numa bandeja. Um banquete de violência onde o prato principal foi a morte do profeta de Deus, que tanta esperança tinha despertado no coração do povo. Um banquete de morte.

Não foi só Jesus que ficou triste. O povo também ficou chocado com o acontecido. E viu como Jesus tinha reagido, retirando-se para o deserto, com os discípulos. Por isso, de todo canto apareceu gente que foi ao encontro dele ou se antecipou à sua chegada. Ao desembarcar, Jesus já encontrou aquele povão todo. E encheu-se de compaixão por eles. Curou os que estavam doentes. E foi ficando com eles... Como já ia ficando tarde, os discípulos chamaram a sua atenção para que terminasse aquela reunião, para o povo voltar e encontrar o que comer pelas aldeias. Uma preocupação justa. Mas, Jesus recomendou que eles mesmos dessem um jeito. Mas, como dar um jeito, se eles só tinham cinco pães e dois peixes?! Seria o suficiente.

Realmente, daquela vez o povo não estava só atrás de benefícios para si. Estava chocado com os acontecimentos, vivendo quase um luto coletivo, solidário com Jesus, mas, ao mesmo tempo, sentindo-se consolado por ele. Mandá-los embora com fome, seria o contrário de tudo o que Jesus estava anunciando, com a proclamação da chegada do Reino de Deus. Assim, Jesus prepara o povo para uma grande refeição, um grande banquete, mandando o povo se sentar. O profeta Isaías tinha falado dessa fartura que Deus iria providenciar: “Vocês que não têm dinheiro, venham e comam!”. Um banquete de vida, Deus alimentando o seu povo, como no tempo do maná, também no deserto. Jesus pegou aquele pouco alimento e deu graças a Deus e começou a dividir os pães e depois os peixes e entrega-los aos discípulos que iam entregando ao povo. Um milagre da providência divina, a multiplicação dos pães e dos peixes. Todo mundo comeu e ficou satisfeito. Mandou ainda recolher as sobras em cestos.

O povo voltou para casa consolado pela atitude acolhedora e amorosa de Jesus, confortado por suas palavras e alimentado pelo pão abençoado, partido e distribuído por ele. Um banquete bem diferente do de Herodes. Lá, a corte celebrou a morte, sufocando a palavra de esperança que o profeta anunciava, pela qual convocava todos à conversão. No deserto, o povo celebrou a vida, no acolhimento de Jesus, em sua palavra de esperança e no pão repartido com todos.


Guardando a mensagem

Os encontros de multiplicação dos pães, nos evangelhos, nos prepararam para a Eucaristia, a Santa Missa. Na Santa Missa, celebramos o banquete da vida. O próprio Jesus acolhe com carinho o seu povo, conforta-o em suas necessidades, fala-lhes ao coração e o alimenta com o sacramento do seu próprio corpo e sangue. Continuamos a partir o pão, fazendo memória de sua vida entregue por nós, pão descido do céu para a vida do mundo. Na Santa Missa, o bispo ou os padres, exercem seu serviço em nome de Cristo, que é o verdadeiro presidente da celebração. Em seu nome, acolhem, ensinam, alimentam o seu povo.

Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós te bendizemos por tua proximidade, por tua encarnação. Tu és o Deus maravilhoso que se fez um de nós, participante de nossa história humana, companheiro de dores e alegrias. Em ti, experimentamos como é imenso o amor do Pai por nós. Naquele encontro no deserto, com aquele povo tão numeroso que te procurou, celebraste um banquete de vida, enchendo o seu coração de alegria e esperança. Assim, experimentaram que o Reino de Deus tinha chegado, vencendo o banquete de morte da corte de Herodes. Concede, Senhor, que em nossas celebrações eucarísticas experimentemos o acolhimento, a solidariedade, a comunhão contigo e com os irmãos, ao acolhermos tua santa palavra e comermos do mesmo pão que és tu mesmo, para nos fortalecer no caminho da vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze, hoje, pelos diáconos, padres e bispos seus conhecidos: Estamos na semana de oração pela vocação dos ministros ordenados.

Comunicando

Neste mês de agosto, mês de aniversário da AMA, teremos, entre outros, dois momentos muito especiais: o dia missionário e  a re-estreia do programa Encontros, no Youtube, no dia 15 e o Show de aniversário, com uma live para todos os associados, no dia 27.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

EU SOU PROFETA, EU SOU CRISTÃO




30 de julho de 2022

Sábado da 17ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 14,1-12

1Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. 2Ele disse a seus servidores: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele”.
3De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa”. 5Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8Instigada pela mãe, ela disse: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista”. 9O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou para a sua mãe. 12Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.

MEDITAÇÃO


Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)

Herodes, que mandara matar o profeta João Batista, ficou sabendo da fama de Jesus e ficou cheio de temores. Pensou logo “é João Batista que voltou, ressuscitou”. O evangelista Mateus aproveita para contar como foi a morte de João Batista e quem era esse mesquinho e violento governante.

Herodes era rei na Galiléia, a região onde Jesus morava. Tinha construído uma cidade para sua capital, à beira do Mar da Galiléia. Era um monarca vassalo de Tibério César, imperador romano. Para agradá-lo, Herodes pôs o nome de sua capital de Tiberíades. Mantinha-se às custas de impostos arrancados da população da Galiléia.

Era o tempo do profeta João Batista. E o Batista andou criticando o rei por suas maldades e por sua vida familiar escandalosa: estava vivendo com a mulher do seu irmão Felipe.

Olhando direitinho o texto, dá pra gente identificar os sete pecados do rei Herodes.

1. Ao ouvir falar de Jesus, imaginou que era João Batista que tivesse voltado. Ficou logo com medo.

2. João Batista bem que tinha razão. O rei devia dar exemplo, não viver maritalmente com a cunhada.

3. Ele mandou prender João Batista por causa das críticas que o profeta lhe fazia, publicamente. E queria mata-lo. Só não o fez logo, com medo da reação do povo. Mandou prender, amarrar, colocar na prisão o profeta inocente e desarmado.

4. Na festa do seu aniversário, no seu palácio, os convidados eram gente graúda que o sustentava no trono, gente que se beneficiava do seu governo.

5. Gostou da dança da mocinha, sua enteada, prometeu-lhe dar qualquer coisa que pedisse. Agiu com grande irresponsabilidade.

6. A mãe mandou a filha pedir a cabeça de João Batista em um prato. Ele ficou triste, mas não teve coragem de negar-se a atender o capricho da amante e voltar atrás diante dos convidados.

7. Mandou degolar João Batista na prisão, sem nenhum processo ou julgamento.

Com a morte de João Batista, não morreu a esperança que ele suscitou com sua pregação e com o batismo de penitência no Rio Jordão. Jesus, visivelmente, tomou o seu lugar no imaginário do povo. Ele que andava pela Judeia, voltou para sua região, a Galileia, se estabeleceu em Cafarnaum e começou o seu trabalho missionário. Por isso, Herodes ficou tão preocupado.


Guardando a mensagem

Por que será que o evangelho conta essa história da morte de João Batista com tantos detalhes, realçando os graves defeitos do governante Herodes? Com certeza, para enaltecer a figura do profeta João e o vigor de sua pregação que convocava todos a se converterem, do pequeno ao grande; também para preparar o leitor para a perseguição que as autoridades de Jerusalém moveriam contra Jesus.

Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
lemos no evangelho, que quando soubeste desta morte cruel do teu primo João Batista, voltaste da Judeia para a Galileia, para a tua região, onde tinham ocorrido esses episódios tão tristes. Não te deixaste intimidar. Pelo contrário, foi a oportunidade para começares a tua missão publicamente, pregando o Reino de Deus. É como quem diz, caiu um profeta, levanta-se outro. Senhor, teu exemplo é um grande ensinamento para nós. Ajuda-nos a não nos deixarmos paralisar pelo medo ou pela omissão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Preparando a sua participação na Missa deste domingo, dê uma olhada no evangelho de amanhã: Lc 12,13-21.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SURPRESA NO MEIO DA TEMPESTADE




03 de agosto de 2021

EVANGELHO


Mt 14,22-36

Depois que a multidão comera até saciar-se, 22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. 29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram na barca, o vento se acalmou. 33Os que estavam na barca, prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”
34Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 35Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que a tocaram, ficaram curados.


MEDITAÇÃO


Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? (Mt 14, 31)

Ontem, contemplamos como Jesus recebeu a notícia da morte violenta do profeta João Batista, seu primo e precursor. E como o povo chocado com o acontecido foi atrás de Jesus e ficou um longo tempo com ele, num lugar deserto. Lá, viveram uma experiência maravilhosa, uma verdadeira resposta ao banquete de Herodes. Participaram de um banquete de vida, onde Jesus repartiu o pão para eles. Eles tiveram uma experiência da presença do Reino de Deus, no acolhimento, na fartura e na alegria.

No fim da tarde, os discípulos, a mando de Jesus, pegaram a barca para ir para Genesaré, que ficava do outro lado do mar da Galileia. Jesus tinha ficado para se despedir do povo. Depois que o povo se foi, Jesus foi rezar no monte. A travessia na barca foi se complicando. Escureceu, o vento foi ficando forte e o mar, agitado. Pelas três da manhã, eles viram um vulto andando sobre o mar, vindo na direção deles. Foi um medo só. Pensaram que fosse um fantasma. Jesus de lá gritou: “Sou eu. Tenham medo não”. Puxa, que susto!

Nesta narração do evangelho de Mateus, conta-se também que Pedro pediu para ir ao encontro de Jesus, caminhando sobre as águas. E até que estava conseguindo, mas ficou com medo e começou a afundar. Foi aí que Jesus o segurou pela mão. Quando subiram na barca, o vento se acalmou. Os discípulos reconheceram, então, que Jesus era, de verdade, o filho de Deus.

O que essa história está ensinando? Só contando um fato curioso? Certamente que não. O próprio texto (Mt 14) já nos dá uma pista de compreensão. As palavras “mar” e “barca” estão muito repetidas no texto. ‘Mar’ é sempre uma representação do mundo a que os discípulos estão enviados como missionários. O ‘mar’ é o mundo onde se realiza a missão. A palavra “barca” está repetida seis vezes. Essa insistência não pode ser por acaso. ‘Barca’, você sabe, é uma representação da comunidade, da Igreja. A barca de Pedro é a Igreja, a comunidade dos discípulos. O que é que está acontecendo? Eles estão tentando atravessar o mar e estão encontrando muita dificuldade. O que significaria a barca dos discípulos atravessando o mar? É a Igreja realizando a sua missão no mundo, no meio de muitas dificuldades. Note as palavras que aparecem: ‘era noite, os ventos estavam contrários, o mar estava agitado pelas ondas’. Que dificuldades encontra a Igreja na realização de sua missão? Nem precisamos fazer uma lista, não é verdade? O certo é que o mar continua revolto. E os ventos, contrários.

Voltemos ao mar da Galileia. O que aconteceu no meio daquela apreensão toda dos discípulos, coitados, no meio daquela tempestade? Eles viram um vulto andando sobre as águas e vindo na direção deles. Ficaram de cabelo em pé. Mas, reconheceram quem era, quando ele se apresentou. Lembra o que foi que o personagem disse? “Sou eu. Tenham medo não”. E quem é ele? Claro, é Jesus. Mas, ele disse SOU EU. Disse como Deus, o Pai, tinha dito no Monte Sinai a Moisés. 'EU SOU. Diga ao Faraó que EU SOU mandou dizer que liberte o meu povo'. EU SOU é Deus. Podemos pensar assim: no meio daquele vendaval, daquela tormenta, os discípulos fizeram uma experiência maravilhosa: Jesus é Deus. Ele é EU SOU. Durante o seu ministério, ele foi se revelando: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Eu sou o Bom Pastor. Eu sou a Luz do Mundo”. Ele é Deus. É Deus quem domina o mar, é Deus quem acalma a tempestade. Por falar em tempestade, cadê a tempestade? Quando Jesus e Pedro entraram na barca, tudo se acalmou.

Guardando a mensagem

O mar é o mundo, onde os discípulos levam adiante a missão que Jesus lhes confiou. A barca é a comunidade dos discípulos, a Igreja. De vez em quando, a comunidade se encontra cercada de problemas e dificuldades, no meio de uma verdadeira tempestade. Em momentos como esse, faz uma profunda experiência de Deus. Jesus mesmo vem ao seu encontro. Jesus é o Deus vencedor do pecado, do mal e da morte. É ele quem garante o êxito da missão, ele domina a tempestade, ele acalma o mar. Nesta cena, Pedro tem um lugar de destaque. Também ele experimenta andar sobre as águas, como Jesus, embora, com medo, acabe afundando. Mas, Jesus está ao seu lado, dando-lhe força, levantando-o pela mão. Nesta primeira semana do mês vocacional, em que celebramos a vocação dos ministros ordenados - os diáconos, os padres e os bispos - nos console a certeza da presença de Jesus em sua Igreja, garantindo a travessia em todas as tempestades e socorrendo os seus ministros em suas fraquezas.

Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? (Mt 14, 31)

Rezado a palavra

Senhor Jesus,
Minha família, como tua Igreja, também é como uma barca, navegando no mar. De vez em quando, dá cada tempestade! Pensando bem, nunca nos deixaste sozinhos no meio das tormentas. Sempre experimentamos que tu vens ao nosso encontro, mesmo quando partimos sem ti. É quando experimentamos, com emoção, a força de tua proteção, a grandeza do teu amor. Tua presença acalma a tempestade. Muito obrigado, Senhor. Tu és o nosso Deus e Salvador. Continua, Senhor, a sustentar pela mão o líder de tua barca, o nosso Papa, o nosso Pedro. Socorre-o em suas necessidades, levanta-o em suas fraquezas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

É possível que, hoje, se apresente uma oportunidade para você dizer uma palavra de fé que ajude a acalmar alguma tempestade. Se aparecer essa oportunidade, dê seu testemunho sobre Jesus: anuncie que é ele quem acalma o mar.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A REFEIÇÃO QUE PREPAROU A EUCARISTIA




02 de agosto de 2021


EVANGELHO


Mt 14,13-21

Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

MEDITAÇÃO


Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Como foi diferente o banquete de Jesus do banquete de Herodes! O banquete de Herodes é o texto que vem antes desta narração da multiplicação dos pães. As duas narrações estão interligadas. Jesus foi para um lugar deserto e afastado quando soube do que aconteceu com o profeta João Batista. Esta notícia, trazida pelos discípulos de João que sepultaram o seu corpo, mexeu profundamente com Jesus, claro. Além de seu primo, João o tinha batizado naquele movimento de renovação às margens do Rio Jordão. Quando ele tinha sido preso, conta o mesmo evangelho de São Mateus, Jesus tinha voltado para a Galileia, se transferido para Cafarnaum e começado a pregar abertamente. Agora, que soube de sua morte na corte de Herodes, em circunstâncias tão violentas, ele ficou muito abalado. E afastou-se para um lugar deserto.

A notícia do que tinha acontecido na corte do rei, em Tiberíades, circulou rapidamente no meio da população da Galileia. No banquete de aniversário, Herodes, dobrando-se ao capricho da esposa-cunhada, depois de um número de dança da sobrinha, mandou decepar a cabeça de João Batista no cárcere. Na presença dos convidados, foi apresentada a cabeça do profeta numa bandeja. Um banquete de violência onde o prato principal foi a morte do profeta de Deus, que tanta esperança tinha despertado no coração do povo. Um banquete de morte.

Não foi só Jesus que ficou triste. O povo também ficou chocado com o acontecido. E viu como Jesus tinha reagido, retirando-se para o deserto, com os discípulos. Por isso, de todo canto apareceu gente que foi ao encontro dele ou se antecipou à sua chegada. Ao desembarcar, Jesus já encontrou aquele povão todo. E encheu-se de compaixão por eles. Curou os que estavam doentes. E foi ficando com eles... Como já ia ficando tarde, os discípulos chamaram a sua atenção para que terminasse aquela reunião, para o povo voltar e encontrar o que comer pelas aldeias. Uma preocupação justa. Mas, Jesus recomendou que eles mesmos dessem um jeito. Mas, como dar um jeito, se eles só tinham cinco pães e dois peixes?! Seria o suficiente.

Realmente, daquela vez o povo não estava só atrás de benefícios para si. Estava chocado com os acontecimentos, vivendo quase um luto coletivo, solidário com Jesus, mas, ao mesmo tempo, sentindo-se consolado por ele. Mandá-los embora com fome, seria o contrário de tudo o que Jesus estava anunciando, com a proclamação da chegada do Reino de Deus. Assim, Jesus prepara o povo para uma grande refeição, um grande banquete, mandando o povo se sentar. O profeta Isaías tinha falado dessa fartura que Deus iria providenciar: “vocês que não têm dinheiro, venham e comam!”. Um banquete de vida, Deus alimentando o seu povo, como no tempo do maná, também no deserto. Jesus pegou aquele pouco alimento e deu graças a Deus e começou a dividir os pães e depois os peixes e entrega-los aos discípulos que iam entregando ao povo. Um milagre da providência divina, a multiplicação dos pães e dos peixes. Todo mundo comeu e ficou satisfeito. Mandou ainda recolher as sobras em cestos.

O povo voltou para casa consolado pela atitude acolhedora e amorosa de Jesus, confortado por suas palavras e alimentado pelo pão abençoado, partido e distribuído por ele. Um banquete bem diferente do de Herodes. Lá, a corte celebrou a morte, sufocando a palavra de esperança que o profeta anunciava, pela qual convocava todos à conversão. No deserto, o povo celebrou a vida, no acolhimento de Jesus, em sua palavra de esperança e no pão repartido com todos.

Guardando a mensagem

Os encontros de multiplicação dos pães, nos evangelhos, nos prepararam para a Eucaristia, a Santa Missa. Na Santa Missa, celebramos o banquete da vida. O próprio Jesus acolhe com carinho o seu povo, conforta-o em suas necessidades, fala-lhes ao coração e o alimenta com o sacramento do seu próprio corpo e sangue. Continuamos a partir o pão, fazendo memória de sua vida entregue por nós, pão descido do céu para a vida do mundo. Na Santa Missa, o bispo ou os padres, exercem seu serviço em nome de Cristo, que é o verdadeiro presidente da celebração. Em seu nome, acolhem, ensinam, alimentam o seu povo.

Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Nós te bendizemos por tua proximidade, por tua encarnação. Tu és o Deus maravilhoso que se fez um de nós, participante de nossa história humana, companheiro de dores e alegrias. Em ti, experimentamos como é imenso o amor do Pai por nós. Naquele encontro no deserto, com aquele povo tão numeroso que te procurou, celebraste um banquete de vida, enchendo o seu coração de alegria e esperança. Assim, experimentaram que o Reino de Deus tinha chegado, vencendo o banquete de morte da corte de Herodes. Concede, Senhor, que em nossas celebrações eucarísticas experimentemos o acolhimento, a solidariedade, a comunhão contigo e com os irmãos, ao acolhermos tua santa palavra e comermos do mesmo pão que és tu mesmo, para nos fortalecer no caminho da vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze, hoje, pelos diáconos, padres e bispos seus conhecidos: Estamos na semana de oração pela vocação dos ministros ordenados.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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