02 de junho de 2023.
Sexta-feira da 8ª Semana do Tempo Comum
Evangelho.
Mc 11,11-26
Tendo sido aclamado pela multidão, 11Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze.
12No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”. E os discípulos escutaram o que ele disse.
15Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões”. 18Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar urna maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. 19Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
20Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou”. 22Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ‘Levanta-te e atira-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, 26para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”.
Meditação.
De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)
Você já viu uma figueira? Muita gente nunca viu uma figueira, uma planta que dá figo. É um arbusto muito comum na terra de Jesus. E aparece muito na Bíblia. Adão e Eva cobriram sua nudez, costurando folhas de figueira. Zaqueu subiu numa figueira brava pra ver Jesus passar. Muitas vezes, a figueira representa o povo de Deus. No frio, a figueira perde todas as suas folhas, mas lá pelo mês de março, ela renasce e se prepara para dar figos, uma fruta gostosa, muito apreciada pelo povo da Bíblia.
No evangelho de hoje, Marcos capítulo 11, há um episódio em que Jesus estava indo ao Templo e encontrou, no caminho, um lindo pé de figueira, bonito mesmo, cheio de folhagens verdes. Ele estava com fome. Avistou de longe aquele arbusto bonitão e lhe veio aquela vontade de comer figo, chega lhe deu água na boca. Chegou perto, procurou, procurou, e nada. A figueira só tinha beleza, frutos não tinha. Jesus ficou bravo. Os discípulos escutaram ele dizer: “Também ninguém mais vai comer do teu fruto”.
Para entender bem essa passagem, é bom ver o contexto. Um dia antes, Jesus tinha entrado no Templo de Jerusalém e observado o que estava acontecendo por lá. Parece que ele não gostou do que viu. Ele foi dormir em Betânia, um lugar fora da cidade. E no dia seguinte, voltando para o Templo, ele encontrou essa figueira da história. Quando ele chegou no Templo (ai, ai, ai), o negócio foi sério. Expulsou os vendedores e os compradores do negócio de animais e do câmbio de moedas. A confusão foi grande. Denunciou ao povo, em alta voz, que tinham transformado a casa de oração em toca de ladrões. Os sumos-sacerdotes juraram acabar com ele.
Na manhã seguinte, eles passaram pela mesma estrada e ficaram espantados com o que viram. A figueira tinha secado. Pedro foi o primeiro a informar, surpreso: “Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou”.
Tenho certeza que, conhecendo esses pormenores do contexto, você já entendeu quem é essa figueira e porque ela secou. Dentro do contexto do evangelho de hoje, a figueira é o Templo. O Templo é essa monumental instituição, bela aos olhos dos peregrinos, que atrai tanta gente nas peregrinações, com tantos sacrifícios de animais oferecidos em culto a Deus... uma figueira coberta de belas folhas. Mas 'cadê' os frutos? Nada. Jesus repreendeu a figueira. E ela secou. Jesus repreendeu o Templo. E qual foi a sua sorte? Bom, 40 anos depois, foi destruído pelos romanos. Figueira sem fruto, reprovada na avaliação divina.
Mas, qual é a atualidade dessa cena evangélica, se o Templo de Jerusalém não existe mais? Bom, você pensou em alguma coisa, eu também, mas deixa pra lá. O Templo pode ser sua comunidade, pode ser a nossa obra, pode ser a sua pessoa também. Pode cobrir-se de folhas, enfeitar-se muito, mostrar-se como árvore frondosa, mas os frutos é que contam. Se não os tiver, nada feito.
Guardando a mensagem
A figueira coberta de folhas, no contexto do evangelho de hoje, é, em primeiro lugar, o Templo de Jerusalém. Jesus e os peregrinos o viam majestoso, com um afluxo invejável de peregrinos, movimentando muito dinheiro no negócio dos animais para o sacrifício, mas os frutos que dele se poderiam esperar não existiam. A figueira pode ser também a própria Igreja, a sua família, a minha vida. Importante são os frutos. Que frutos, Jesus espera encontrar em nossas vidas e em nossas instituições? Vamos a uma pequena lista: Conversão, comunhão com Deus, observância dos mandamentos, vivência da fraternidade, compromisso com a justiça e com a verdade, honestidade, fidelidade, solidariedade, participação na missão, atenção aos pobres e sofredores. Mas, a lista pode ser bem maior.
De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Deus fez uma aliança com o povo antigo. Mas, o povo se mostrou infiel em muitas ocasiões, rompendo a aliança. Como prometido, foste enviado e fizeste conosco a nova e eterna aliança, renovando os pactos já firmados no antigo testamento. Infelizmente, também podemos ser infiéis e romper a aliança firmada no teu sangue. Afastando-nos de ti e do teu evangelho, não damos frutos, como o ramo separado da videira. Dá-nos, Senhor, que com a assistência do teu Santo Espírito, frutifiquemos em obras de conversão, de amor solidário e na edificação de pessoas renovadas neste mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre.
Vivendo a palavra
No seu diário espiritual (já está na hora de você ter o seu), faça uma lista dos frutos que Deus espera de você.
Comunicação
Ontem, fiz show na cidade de Lajedo, na abertura da trezena de Santo Antonio. Hoje, tem apresentação de especial com Padre João Carlos na Rede Vida, às 22 horas. Amanhã, faço show em Tiúma, na área metropolitana do Recife.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb