PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Betânia
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Que frutos, Jesus espera colher em sua vida?

 


      02 de junho de 2023.  

Sexta-feira da 8ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.     


Mc 11,11-26

Tendo sido aclamado pela multidão, 11Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze.
12No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”. E os discípulos escutaram o que ele disse.
15Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões”. 18Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar urna maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. 19Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
20Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou”. 22Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ‘Levanta-te e atira-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, 26para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”.


     Meditação.     


De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)

Você já viu uma figueira? Muita gente nunca viu uma figueira, uma planta que dá figo. É um arbusto muito comum na terra de Jesus. E aparece muito na Bíblia. Adão e Eva cobriram sua nudez, costurando folhas de figueira. Zaqueu subiu numa figueira brava pra ver Jesus passar. Muitas vezes, a figueira representa o povo de Deus. No frio, a figueira perde todas as suas folhas, mas lá pelo mês de março, ela renasce e se prepara para dar figos, uma fruta gostosa, muito apreciada pelo povo da Bíblia.

No evangelho de hoje, Marcos capítulo 11, há um episódio em que Jesus estava indo ao Templo e encontrou, no caminho, um lindo pé de figueira, bonito mesmo, cheio de folhagens verdes. Ele estava com fome. Avistou de longe aquele arbusto bonitão e lhe veio aquela vontade de comer figo, chega lhe deu água na boca. Chegou perto, procurou, procurou, e nada. A figueira só tinha beleza, frutos não tinha. Jesus ficou bravo. Os discípulos escutaram ele dizer: “Também ninguém mais vai comer do teu fruto”.

Para entender bem essa passagem, é bom ver o contexto. Um dia antes, Jesus tinha entrado no Templo de Jerusalém e observado o que estava acontecendo por lá. Parece que ele não gostou do que viu. Ele foi dormir em Betânia, um lugar fora da cidade. E no dia seguinte, voltando para o Templo, ele encontrou essa figueira da história. Quando ele chegou no Templo (ai, ai, ai), o negócio foi sério. Expulsou os vendedores e os compradores do negócio de animais e do câmbio de moedas. A confusão foi grande. Denunciou ao povo, em alta voz, que tinham transformado a casa de oração em toca de ladrões. Os sumos-sacerdotes juraram acabar com ele.

Na manhã seguinte, eles passaram pela mesma estrada e ficaram espantados com o que viram. A figueira tinha secado. Pedro foi o primeiro a informar, surpreso: “Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou”.

Tenho certeza que, conhecendo esses pormenores do contexto, você já entendeu quem é essa figueira e porque ela secou. Dentro do contexto do evangelho de hoje, a figueira é o Templo. O Templo é essa monumental instituição, bela aos olhos dos peregrinos, que atrai tanta gente nas peregrinações, com tantos sacrifícios de animais oferecidos em culto a Deus... uma figueira coberta de belas folhas. Mas 'cadê' os frutos? Nada. Jesus repreendeu a figueira. E ela secou. Jesus repreendeu o Templo. E qual foi a sua sorte? Bom, 40 anos depois, foi destruído pelos romanos. Figueira sem fruto, reprovada na avaliação divina.

Mas, qual é a atualidade dessa cena evangélica, se o Templo de Jerusalém não existe mais? Bom, você pensou em alguma coisa, eu também, mas deixa pra lá. O Templo pode ser sua comunidade, pode ser a nossa obra, pode ser a sua pessoa também. Pode cobrir-se de folhas, enfeitar-se muito, mostrar-se como árvore frondosa, mas os frutos é que contam. Se não os tiver, nada feito.


Guardando a mensagem

A figueira coberta de folhas, no contexto do evangelho de hoje, é, em primeiro lugar, o Templo de Jerusalém. Jesus e os peregrinos o viam majestoso, com um afluxo invejável de peregrinos, movimentando muito dinheiro no negócio dos animais para o sacrifício, mas os frutos que dele se poderiam esperar não existiam. A figueira pode ser também a própria Igreja, a sua família, a minha vida. Importante são os frutos. Que frutos, Jesus espera encontrar em nossas vidas e em nossas instituições? Vamos a uma pequena lista: Conversão, comunhão com Deus, observância dos mandamentos, vivência da fraternidade, compromisso com a justiça e com a verdade, honestidade, fidelidade, solidariedade, participação na missão, atenção aos pobres e sofredores. Mas, a lista pode ser bem maior.

De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi lá ver se encontrava algum fruto (Mc 11, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Deus fez uma aliança com o povo antigo. Mas, o povo se mostrou infiel em muitas ocasiões, rompendo a aliança. Como prometido, foste enviado e fizeste conosco a nova e eterna aliança, renovando os pactos já firmados no antigo testamento. Infelizmente, também podemos ser infiéis e romper a aliança firmada no teu sangue. Afastando-nos de ti e do teu evangelho, não damos frutos, como o ramo separado da videira. Dá-nos, Senhor, que com a assistência do teu Santo Espírito, frutifiquemos em obras de conversão, de amor solidário e na edificação de pessoas renovadas neste mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual (já está na hora de você ter o seu), faça uma lista dos frutos que Deus espera de você.

Comunicação

Ontem, fiz show na cidade de Lajedo, na abertura da trezena de Santo Antonio. Hoje, tem apresentação de especial com Padre João Carlos na Rede Vida, às 22 horas. Amanhã, faço show em Tiúma, na área metropolitana do Recife. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Quem está precisando crer em Jesus?


26 de março de 2023

5º Domingo da Quaresma



EVANGELHO


Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45

Naquele tempo, 3as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”.
4Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”.
5Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. 6Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. 7Então, disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judeia”.
17Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”.
23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”.
24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”.
25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?”
27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.
33bJesus ficou profundamente comovido 34e perguntou: “Onde o colocastes?”
Responderam: “Vem ver, Senhor”. 35E Jesus chorou. 36Então os judeus disseram: “Vede como ele o amava!”
37Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?”
38De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. 39Disse Jesus: “Tirai a pedra!”
Marta, a irmã do morto, interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”.
40Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”
41Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”.
43Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!”
44O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!”
45Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.



MEDITAÇÃO


Tendo dito isso, Jesus exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

A morte é uma realidade muito dolorosa. Quando se perde um parente ou mesmo uma pessoa amiga, vive-se momentos de muito sofrimento, mergulha-se numa grande tristeza. Quanto mais próxima a pessoa falecida - um pai, uma mãe, um irmão, um amigo do peito - mais dolorosa é a separação, o sentimento de impotência diante da morte, a sensação de perda. Ainda assim, a morte pode ser um momento de grande revelação de Deus em nossa vida. Foi assim com a família de Marta, Maria e Lázaro.

Em um povoado perto de Jerusalém, chamado Betânia, morava essa família de quem Jesus era muito próximo. Marta, Maria e Lázaro eram amigos de Jesus. Lázaro caiu muito doente. E as irmãs mandaram avisar a Jesus que estava longe. Jesus demorou a chegar. Quando chegou, o rapaz já estava morto, enterrado há quatro dias. Tinha sido sepultado numa gruta fechada com uma pedra, como era costume. Marta foi ao seu encontro. Jesus a consolou e a estimulou a crer nele. Maria também foi falar com Jesus e o comoveu com sua dor. Jesus quis ver o túmulo. Mandou rolar a pedra. Rezou ao Pai. E chamou Lázaro para fora. Foi uma grande comoção. Além das irmãs, estavam presentes também os discípulos de Jesus e muitos judeus. Nessa ocasião, muitos creram nele.

Nós estamos lendo hoje o Evangelho de São João, capítulo 11, onde se conta essa linda história da ressurreição de Lázaro. É o final do chamado livro dos sinais (capítulos 1 a 11). Em todo o Evangelho de João, estão descritos sete sinais. Os sinais nos ajudam a entender quem é Jesus, quem o enviou e como podemos viver a vida nova que ele nos trouxe. A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal, portanto uma manifestação muito especial de quem é Jesus, um convite a crermos nele.

E quem estava precisando reconhecer Jesus, acolhê-lo como o enviado do Pai, crer nele? Quem está precisando fazer essa experiência de Deus que comunica a vida, por meio do seu filho Jesus? Marta, Maria, os discípulos, as pessoas amigas da família, você, eu... todo mundo está precisando fazer essa experiência.

Os discípulos estavam precisando fazer essa experiência. Eles estavam paralisados com a preocupação da morte anunciada por Jesus. Aconselharam Jesus a não ir a Betânia, por causa da perseguição. Na Judeia, Jesus já tinha se livrado de ser preso e apedrejado. Diante dos argumentos de Jesus, Tomé concluiu: “Vamos nós também para morrermos com ele”. Olha o que Jesus disse, querendo que eles fossem com ele a Betânia: “para que vocês creiam”. Os discípulos estavam precisando crer.

Marta também estava precisando fazer essa experiência. Ela, como discípula que era, acreditava em Jesus, sabia que ele estava muito próximo de Deus. Acreditava na ressurreição dos mortos no último dia. Mas, não sabia que Jesus é a ressurreição e a vida. Quem nele crê, mesmo morto, tem a vida. E se vive e nele crê, não morre. Olha a pergunta de Jesus a Marta: “Crês isto?”. Marta também estava precisando crer.

E Maria, será que Maria estava precisando também fazer essa experiência? Ela foi avisada por Marta que Jesus tinha chegado. Os judeus a acompanharam. Ela correu e ajoelhou-se chorando aos pés de Jesus. Jesus ficou comovido, chorou também com eles. Maria o levou ao lugar do túmulo. Jesus mandou retirar a pedra. Ela discordou: “Não faça isso. Já está sepultado há quatro dia, cheira mal”. Olha a palavra de Jesus: “Não te disse: se creres, verás a glória de Deus?”. Então, Maria também estava precisando crer.

E aquele povo que tinha ido consolar as irmãs enlutadas e estavam ali também diante do túmulo? Também aquela gente precisava fazer aquela experiência. Olha a oração de Jesus: 'Pai, eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste.' Também eles precisavam crer.

Foi aí que Jesus deu um grito: “Lázaro, vem para fora”. E o morto saiu, todo enrolado com as faixas de pano... Jesus mandou alguém desatar aquelas faixas para ele poder andar. Veja o que o evangelista anotou: “Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele”.


Guardando a mensagem

Então, você notou, o foco dessa narrativa, desse sinal, não é o milagre. É a fé que quer suscitar. É a experiência de Deus que podemos fazer também nos momentos difíceis da morte de alguém muito querido. Se nós cremos, a morte não nos assusta mais. A fé nos une a Cristo, que é a ressurreição e a vida. Estando com ele, a morte biológica é apenas uma passagem, porque a vida plena e verdadeira, já a temos em nós.

Tendo dito isso, Jesus exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós enfrentamos esta nossa vida humana que nos deste, no meio de muitas dificuldades e sofrimentos. A doença e a morte nos assustam. Este teu evangelho de hoje nos traz alento, Senhor. A tua solidariedade com aquela família de Betânia, o teu sentimento pela perda do teu amigo Lázaro e o teu ensinamento sobre a ressurreição e a vida nos confortam. Na tua misericórdia, lembra-te dos nossos falecidos e de todos os enlutados. Senhor, te pedimos: aumenta a nossa fé, fortalece-nos na solidariedade; que a meditação sobre a ressurreição de Lázaro nos prepare para a contemplação de tua paixão, morte e ressurreição. 
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Dedique, hoje, uma prece especial pelos seus falecidos. Alimente no seu coração a fé em Cristo. Ele nos comunica a vida de Deus, a vida eterna. Para quem está em Cristo, a morte é só uma passagem. Na ressurreição do último dia, nossa vida finalmente aparecerá plena e perfeita. A fé em Cristo, nosso irmão, nosso amigo, nosso Deus e Salvador, faz toda diferença em nossa vida e em nossa morte. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


Música de hoje: 

ODAS AS COISAS:  https://is.gd/BQFHhx

MARIA E JUDAS NA SEMANA DA PAIXÃO

A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo (Jo 12, 3)

06 de abril de 2020


Seis dias antes da Páscoa, Jesus hospeda-se na casa de Marta, Maria e Lázaro, seus amigos e discípulos. Prepararam um bom jantar para receber Jesus e o seu grupo. Muita gente curiosa apareceu por lá. É que esse Lázaro era aquele que Jesus tinha ressuscitado. Durante o jantar, aconteceu uma coisa muito curiosa.

Marta estava servindo. Lázaro estava à mesa com Jesus, com outras pessoas. Aí Maria veio com meio litro de perfume de nardo puro, muito caro e ungiu os pés de Jesus. A casa ficou cheia do perfume de Maria. Judas ficou incomodado. Ele calculou que aquilo estava custando umas 300 moedas de prata. Fez logo um aparte: era melhor ter vendido aquele perfume para ajudar os pobres. Conversa daquele dissimulado, ele estava de olho no dinheiro que o perfume poderia render.

Maria representa quem aprendeu a amar como Jesus. O perfume é coisa que fala de amor, de carinho. Lavar os pés do visitante era um gesto de serviço, trabalho de criados. O que ela fez foi um gesto de amor, de gratuidade, de serviço. Com certeza, ela empregou um bom dinheiro para comprar aquele perfume e o derramou sem pena nos pés do Mestre. Foi um gesto de gratuidade, de um amor generoso que não faz as contas de quanto está gastando, quanto está empenhando, quanto está colocando de si. Amor gratuito, como o de Jesus que estava para dar a própria vida, sem reserva, sem fazer contas. Dar a própria vida: ninguém tem maior amor.

Judas representa quem não é capaz de amar como Jesus; ou quem não quer acolher o amor de Jesus, assim tão generoso e gratuito como é. Por isso, ele reclama do desperdício de derramar aquele perfume todo ou mesmo o dinheiro que poderia ter sido economizado para ajudar os pobres. Judas não entendeu: não se trata apenas de ajudar os pobres. Trata-se de amar os pobres, sendo solidários com eles com a própria vida. Como Jesus, comprometendo a própria vida, numa atitude de serviço gratuito e generoso.

Guardando a mensagem

Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume super caro. Jesus disse que ela fez isso já antecipando o dia do seu sepultamento. É como se já estivesse preparando o corpo do Mestre para a sepultura. Na proximidade da morte de Jesus, temos aqui duas visões, a de Maria e a de Judas. Pelo seu gesto, vê-se que Maria intui que, na morte, Jesus realiza radicalmente a entrega de si mesmo em favor dos outros. Ele é o ungido (é o que quer dizer Messias) para servir e dar a sua vida em favor da humanidade. Pela conversa interesseira de Judas, sua percepção é que Jesus é uma oportunidade para se ganhar dinheiro. Ficou de olho no valor de 300 moedas de prata. Vendeu Jesus, depois, por 30 moedas de prata. Maria mostrou sua compreensão de Jesus como servidor até o fim. Estava pronta para segui-lo até à cruz. Judas mostrou sua compreensão de Jesus como uma oportunidade de um bom negócio. Não tinha mesmo condição de seguir Jesus até à cruz.

A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo (Jo 12, 3).

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,

Tua discípula Maria, naquele jantar de Betânia, mostrou que aprendeu contigo, assimilou bem tua vida. O perfume do seu amor e de sua fidelidade encheu a casa toda, encantando a todos. Teu discípulo Judas Iscariotes, naquela mesma mesa, mostrou que não aprendeu as tuas lições, não assimilou teu estilo de vida. Ele revelou o sentimento mesquinho de quem está interessado mesmo é no seu próprio bolso e não está disposto a por-se a serviço dos outros. Ajuda-nos, Senhor, a participar dessa Semana Santa com o desejo sincero de realizar tua palavra e de imitar teu modo de ser filho de Deus e irmão nosso, pela amorosa doação de si mesmo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Responda no seu caderno espiritual. Maria ofereceu o perfume do seu amor e do seu serviço, com largueza e generosidade. Quanto você tem oferecido de si mesmo, dos seus recursos, do seu tempo para o serviço de Deus e dos seus irmãos?

A gente se encontra às 10 da noite, no facebook. 

Pe. Joao Carlos Ribeiro, sdb

A SOLIDARIEDADE DE JESUS NO LUTO


Tendo dito isso, exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

29 de março de 2020



A morte é uma realidade muito dolorosa. Quando se perde um parente ou mesmo uma pessoa amiga, vive-se momentos de muito sofrimento espiritual, mergulha-se numa grande tristeza. Quanto mais próxima a pessoa falecida - um pai, uma mãe, um irmão, um amigo do peito - mais dolorosa é a separação, o sentimento de impotência diante da morte, a sensação de perda irreparável. Ainda assim, a morte pode ser um momento de grande revelação de Deus em nossa vida. Foi assim com a família de Marta, Maria e Lázaro. 

Em um povoado perto de Jerusalém, chamado Betânia, morava essa família de quem Jesus era muito próximo. Marta, Maria e Lázaro eram amigos de Jesus. Lázaro caiu muito doente. E as irmãs mandaram avisar a Jesus, que estava longe. Jesus demorou a chegar. Quando chegou, o rapaz já estava morto há quatro dias. Tinha sido sepultado numa gruta fechada com uma pedra. Marta foi ao seu encontro. Jesus a consolou e a estimulou a crer nele. Maria também foi falar com Jesus e o comoveu com sua dor. Jesus quis ver o túmulo. Mandou rolar a pedra. Rezou ao Pai. E chamou Lázaro para fora. Foi uma grande comoção. Além das irmãs, estavam presentes também os discípulos de Jesus e muitos judeus. Nessa ocasião, muitos creram nele. 

Nós estamos lendo hoje o Evangelho de São João, capítulo 11, onde se conta essa linda história da ressurreição de Lázaro. É o final do chamado livro dos sinais (capítulos 1 a 11). Em todo o evangelho de João, estão descritos sete sinais. Os sinais nos ajudam a entender quem é Jesus, quem o enviou e como podemos viver a vida nova que ele nos trouxe. A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal, portanto uma manifestação muito especial de quem é Jesus, um convite a crermos nele. 

E quem estava precisando reconhecer Jesus, acolhê-lo como o enviado do Pai, crer nele? Quem está precisando fazer essa experiência de Deus que comunica a vida, por meio do seu filho Jesus? Marta, Maria, os discípulos, as pessoas amigas da família, você, eu... todo mundo está precisando fazer essa experiência. 

Os discípulos estavam precisando fazer essa experiência. Eles estavam paralisados com a preocupação da morte. Aconselharam Jesus a não ir a Betânia, por causa da perseguição. Na Judeia, Jesus já tinha se livrado de ser preso e de ser apedrejado. Diante dos argumentos de Jesus, Tomé concluiu: “Vamos nós também para morrermos com ele”. Olha o que Jesus disse, querendo que eles fossem com ele a Betânia: “para que vocês creiam”. Os discípulos estavam precisando crer. 

Marta também estava precisando fazer essa experiência. Ela, como discípula que era, acreditava em Jesus, sabia que ele estava muito próximo de Deus. Acreditava na ressurreição dos mortos no último dia. Mas, não sabia que Jesus é a ressurreição e a vida. Quem nele crê, mesmo morto, tem a vida. E se vive e nele crê, não morre. Olha a pergunta de Jesus a Marta: “Crês isto?”. Marta também estava precisando crer. 

E Maria, será que Maria estava precisando também fazer essa experiência? Ela foi avisada por Marta que Jesus tinha chegado. Os judeus a acompanharam. Ela correu e ajoelhou-se chorando aos pés de Jesus. Jesus ficou comovido, chorou também com eles. Maria o levou ao lugar do túmulo. Jesus mandou retirar a pedra. Ela discordou: “Não faça isso. Já está sepultado há quatro dia, cheira mal”. Olha a palavra de Jesus: “Não te disse: se creres, verás a glória de Deus?”. Então, Maria também estava precisando crer. 

E aquele povo que tinha ido consolar as irmãs enlutadas e estavam ali também diante do túmulo? Também aquela gente precisava fazer aquela experiência. Olha a oração de Jesus: 'Pai, eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste.' Também eles precisavam crer. 

Foi aí que Jesus deu um grito: “Lázaro, vem para fora”. E o morto saiu, todo enrolado com as faixas de pano... Jesus mandou alguém desatar aquelas faixas para ele poder andar. Veja o que o evangelista anotou: “Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele”.

Guardando a mensagem

Então, você notou, o foco dessa narrativa, desse sinal, não é o milagre. É a fé que quer suscitar. É a experiência de Deus que podemos fazer também nos momentos difíceis da morte de alguém muito querido. Se nós cremos, a morte não nos assusta mais. A fé nos une a Cristo, que é a ressurreição e a vida. Estando com ele, a morte biológica é apenas uma passagem, porque a vida plena e verdadeira, já a temos em nós. 

Tendo dito isso, exclamou com voz forte: 'Lázaro, vem para fora!' (Jo 11, 43)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

Estamos vivendo um momento muito doloroso no mundo, no meio de uma pandemia de um novo vírus que ainda não tem vacina nem remédio. O número de infectados e de mortes representa uma grande tragédia, Senhor. Em nosso país, estamos apenas começando. O número de infectados e de óbitos multiplica-se a cada dia. Estamos em isolamento social, tentando não receber e não passar adiante o vírus. Vamos passar mais esse domingo sem participar da Missa na igreja, só pelos meios de comunicação. Este teu evangelho de hoje nos traz alento, Senhor. A tua solidariedade com aquela família de Betânia, o teu sentimento pela perda do teu amigo Lázaro e o teu ensinamento sobre a ressurreição e a vida nos confortam. Senhor, te pedimos: aumenta a nossa fé, fortalece-nos na solidariedade, liberta-nos desse vírus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze, hoje, pelas pessoas que, mundo afora, faleceram nesses últimos dias, por conta dessa pandemia. Reze pelas vítimas, por suas famílias, pelos profissionais da saúde, da segurança, da limpeza, do comércio de alimentos e por todos os profissionais que estão trabalhando em funções essenciais para a população e por todas as lideranças civis. Deus nos conduza nesse momento tão difícil do país e do mundo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Marta e Maria

“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária" (Lc 10, 41-42)

Na vida, estamos sempre diante de uma encruzilhada, precisando escolher qual caminho seguir. O Salmo número 1, na abertura dos saltério, nos apresenta dois caminhos: o caminho dos justos e o caminho dos ímpios. No evangelho, Jesus contou a história de dois homens: o publicano humilde e o fariseu soberbo. Deu também o exemplo de dois irmãos a quem o Pai pediu para irem trabalhar em sua vinha: um disse que ia e não foi; o outro disse que não ia, e foi. Outros dois irmãos estão na parábola do filho pródigo: um reingressou, arrependido, na casa do seu pai e outro, longe de ser misericordioso como o Pai, ficou fora de casa. Afinal, na estrada da vida, temos que escolher entre dois caminhos.

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