07 de setembro de 2024
Sábado da 22ª Semana do Tempo Comum
Dia da Pátria
Evangelho
Lc 6,1-5
1Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. 2Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?”
3Jesus respondeu-lhes: “Acaso vós não lestes o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? 4Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães”. 5E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Meditação.
E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado” (Lc 6, 5)
Em caminhada com Jesus, em dia de sábado, os discípulos com fome, passando no meio de uma plantação, apanharam espigas para comer. Pronto, isso foi o suficiente para escandalizar os fariseus. Acusaram os discípulos de estarem profanando o sábado.
Os judeus guardam o sábado, pensando no descanso de Deus no final da obra da criação. Nós cristãos guardamos o domingo, por causa da ressurreição de Jesus. Os muçulmanos já guardam a sexta, festejando o dia em que Deus – Alá – criou o homem. No tempo de Jesus, a interpretação que os hebreus faziam do sábado era muito rigorosa, cheio de normas e detalhes. Não se podia trabalhar, de jeito nenhum. Até os passos deviam ser contados para não se ofender a santidade do sábado, o shabat.
Jesus chamou os seus opositores à razão: a necessidade humana está acima de uma norma religiosa. Se eles estavam com fome, é justo que procurassem conseguir o alimento. Note que a reclamação não foi porque arrancaram espigas da plantação. Isto era possível. O que não se podia era fazer isso em dia de sábado. Jesus relembrou que Davi e seus soldados, voltando de uma campanha, mortos de fome, comeram os pães das oferendas do Templo, o que não era permitido. E estava tudo certo.
Religião sem caridade vira uma coisa monstruosa. Jesus recordou um ensinamento escrito no Profeta Oséias, no Antigo Testamento “Quero a misericórdia e não o sacrifício”. Quando você ouvir essa palavra “sacrifício” na Bíblia, lembre que ela se refere aos sacrifícios de animais que se faziam no Templo de Jerusalém (bois, carneiros, aves). O sacrifício é uma forma de culto muito comum nas religiões tradicionais. Então, Deus está dizendo nesta palavra do profeta que prefere a misericórdia ao sacrifício de animais. O verdadeiro culto é o da misericórdia, do amor, da caridade para com o próximo.
No livro do Profeta Isaías, também no Antigo Testamento, há uma reclamação de Deus. Deus reclama do culto que está recebendo: tantos sacrifícios de animais, ofertas, mas tanta injustiça, tanta violência no meio do povo, e nas mãos e no coração de quem está celebrando o culto! Isso sim é uma ofensa a Deus.
Um grande risco é praticarmos uma religião alienada, que se esconde atrás de normas e ritos e se omite diante do sofrimento dos irmãos. Nós seguidores de Jesus não podemos repetir o que os fariseus fizeram. Estavam preocupados com o cumprimento do sábado, mas de coração fechado às necessidades reais das pessoas.
Guardando a mensagem
Os fariseus do tempo de Jesus faziam uma interpretação muito rígida da lei do sábado, uma norma religiosa que visava o louvor de Deus, mas também o descanso do trabalho nesse dia. Eles viram os discípulos colhendo espigas no sábado e ficaram revoltados. Para eles, com esse trabalho, o sábado estava sendo profanado. ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios’, disse o Senhor pela boca dos profetas. Sacrifícios era o culto realizado no Templo, com o oferecimento de animais. Animais eram sacrificados no Templo em louvor a Deus ou para invocar o seu perdão. Jesus lhes mostrou que Deus está mais interessado na caridade, na misericórdia do que no cumprimento de ritos e costumes religiosos.
E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado” (Lc 6, 5)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
às vezes, damos mais valor aos atos religiosos do que à caridade para com o próximo. Mas tu queres a misericórdia, mais do que o sacrifício, os ritos, o cumprimento de normas religiosas. Amar os irmãos, sobretudo defendendo, protegendo os doentes, os presos, os pobres, os mais frágeis, é mais importante do que apenas cumprir obrigações religiosas. Senhor, ajuda-nos a viver nossa vida cristã e nossas práticas religiosas em sintonia com o amor ao próximo. Que a nossa devoção e o culto que te dirigimos tenham sua versão concreta no serviço aos mais pobres, no respeito aos idosos, na defesa da vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Sendo hoje o Dia da Pátria, rezemos pelo Brasil e pelos brasileiros: que nossa religiosidade não seja desculpa ou razão de omissão diante da desigualdade social, do desemprego e da violência, antes, nos sustente no compromisso com a cidadania, a justiça e a paz.
Comunicando
Hoje é um dia bom para você se inscrever no Curso Bíblico que vamos realizar, pelo Youtube, de 16 a 20 deste mês. Serão cinco dias de estudo intensivo sobre o Profeta Ezequiel. Inscreva-se pelo site www.sympla.com.br ou pelo whatsapp da AMA: 81 3224-9284.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb