PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: juízo
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O SEGREDO DO SALTO DE QUALIDADE

É bom para vocês que eu parta. Se eu não for, não virá o Defensor até vocês (Jo 16, 7).
28 de maio de 2019.
Jesus estava dizendo aos discípulos que era mais vantajoso para eles que ele partisse, que fosse para o Pai. Só ele indo, viria o Espírito Santo. Por que será que Jesus disse isso? Porque ele precisava ir? Qual a vantagem da vinda do Espírito?
Bem, os discípulos tiveram a experiência maravilhosa de conviver com Jesus, de ouvi-lo, de ver suas atitudes e suas obras prodigiosas. Tudo bem. Mas, não chegavam a compreendê-lo profundamente, não entendiam o significado de sua mensagem e o alcance de suas palavras. Eles também não conseguiam captar o sentido de sua morte e de sua ressurreição. A morte de Jesus como um malfeitor foi uma tremenda decepção para eles. Eles também não chegavam a perceber como a pregação e a prática de Jesus eram uma novidade que punha em crise a sua prática religiosa judaica e gerava uma nova expressão religiosa.
Jesus ressuscitado voltou ao Pai e nos enviou o Espírito Santo. A presença do Santo Espírito fez a diferença na vida dos discípulos e do seu trabalho missionário. O Espírito Santo acompanhou a comunidade em um verdadeiro salto de qualidade. O seu ponto de partida e a sua referência foram a herança de Jesus, isto é, suas palavras, seus ensinamentos, sua morte e ressurreição. Ele ajudou a comunidade a compreender mais profundamente quem era Jesus e o significado de suas palavras; inspirou os discípulos a interpretarem o verdadeiro alcance redentor da morte de Jesus; e, com eles, construiu a nova comunidade do Novo Testamento.
Claro que foi bom que Jesus voltasse ao Pai. Sem o Espírito Santo, Jesus seria apenas um personagem da história, talvez um modelo de vida, um santo homem ou mesmo um deus que esteve conosco e se foi. Pela atuação do Santo Espírito, Jesus continua presente no meio dos seus. É viva a sua palavra. É permanente o seu sacrifício. Na força do Espírito, é Jesus quem lidera a sua Igreja e preside a história humana, conduzindo-a para um final feliz. É o Espírito Santo que atualiza a palavra e a presença de Jesus no meio de sua comunidade e no mundo. Pelo Espírito, os discípulos ficam sabendo quem é Jesus e o que significam suas palavras.
Sem o Espírito Santo, a comunidade dos discípulos teria permanecido trancada no cenáculo. E o cristianismo seria um culto quase secreto, sem repercussão no mundo externo. O Espírito Santo levou a Igreja a abrir as portas, sair às praças e atravessar os oceanos. A boa notícia é para todos e deve chegar a todos. O evangelho é fermento para a vida do mundo. Sua mensagem deve repercutir em todos os ambientes, em todas as atividades humanas, gerando fraternidade, solidariedade, justiça, paz, respeito à vida, tolerância, perdão. É o Espírito Santo quem dá vigor e atualidade à pregação do evangelho.
Guardando a mensagem
Jesus nos enviou, da parte do Pai, o Espírito Santo, o outro Defensor. A sua vinda deu garantia de continuidade à missão de Jesus. Os discípulos puderam compreender quem é Jesus e o significado de seus ensinamentos. Assimilaram a sua morte e ressurreição como mistério de redenção, de sacrifício em favor dos pecadores. Com o Espírito, os seguidores de Jesus construíram uma nova expressão religiosa, onde se vive, se celebra e se anuncia a nova humanidade que começou na sua páscoa. O Espírito Santo é quem atualiza a palavra e a presença de Jesus e continuamente empurra a Igreja para as periferias do mundo.
É bom para vocês que eu parta. Se eu não for, não virá o Defensor até vocês (Jo 16, 7).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
O Espírito Santo nos faz compreender a tua morte e a tua ressurreição. Se por um lado, a cruz foi obra do ódio do mundo contra Deus, por outro lado ela manifestou o amor de Deus pelo mundo. Que o teu Santo Espírito continue nos iluminando, nos inspirando, nos movendo para sermos tuas testemunhas nesse nosso mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Faça uma prece ao Espírito Santo, fale com ele. Ele mora em você.

Pe. João Carlos Ribeiro – 28 de maio de 2019.

O AMOR E O SERVIÇO AOS MAIS HUMILDES

Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, como estrangeiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos? (Mt 25, 44)
11 de março de 2019.
Estamos fazendo, juntos, o caminho da Quaresma. Já estamos no sexto dia de nossa caminhada. O foco de hoje está no serviço da caridade, uma das áreas de atenção neste tempo de penitência.
Ontem, meditamos sobre as tentações. Uma das tentações de Jesus, e nossa também, foi a do poder opressor. O diabo disse que estava no comando dos reinos do mundo e que passaria tudo pra Jesus, contanto que ele o adorasse. Adorá-lo seria trair Deus, trocar Deus pelo diabo. A resposta de Jesus foi: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás”. Veja como aí aparece “serviço”. “Só a ele servirás”. Jesus definiu a sua missão como serviço. “Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos”. Os seus seguidores participarão do seu reino, na medida em que forem servidores, como ele.
No evangelho de hoje, aparece claramente este tema do serviço, da caridade. Em Mateus, capítulo 25, Jesus fala de si mesmo como o rei pastor que, no final da história, reúne todos os povos, separando as ovelhas dos cabritos. As ovelhas irão para a vida eterna, os cabritos irão para o castigo eterno. O critério do juízo é muito simples e prático: você ter servido aos necessitados, mesmo sem se dar conta de que era a Jesus que estava servindo. Só isso. Se você amou a Jesus, servindo os irmãos em suas necessidades, você tem acesso ao reino preparado pelo Pai desde que o mundo começou. “Venham benditos do meu pai!” Se não amou Jesus nos irmãos sofredores, o final é triste. “Afastem-se de mim, malditos!”.
Jesus faz uma lista  de seis tipos de necessitados: o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o preso. É uma lista simbólica de todos os sofredores. Estranhamente não é uma lista de sete, como se podia esperar, para ser uma obra perfeita. Acho que a resposta é muito simples: o sétimo é o próprio Jesus.
O discípulo é um imitador do Mestre. Jesus, em sua missão redentora entre nós, foi um servidor. Para não ficar qualquer margem de dúvida, no final, ele lavou os pés dos discípulos. Nossa avaliação, diante de Deus, será sobre essa imitação de Jesus: se servimos aos irmãos necessitados, como Jesus que, cheio de compaixão, aproximou-se dos pobres, dos enfermos, dos oprimidos como servidor.
Guardando a mensagem
Esta página do evangelho é um ensinamento precioso sobre o serviço, sobre a caridade, mas tem uma grande novidade.  Já sabíamos que o amor ao pobre, ao necessitado e ao sofredor se realiza com ações, com compromisso, com a construção de uma sociedade inclusiva, com respeito pela dignidade humana de cada um. E Jesus acrescentou uma grande novidade: No amor aos “irmãos mais pequeninos”, como ele os chamava, está-se amando, servindo e honrando a ele mesmo. Jesus se sente defendido, protegido, promovido, amado quando fazemos isso aos sofredores. Ao servir os pequeninos, estamos imitando Jesus e mostrando nosso amor por ele. A Campanha da Fraternidade é uma escola quaresmal de caridade. Com a Campanha deste ano, por exemplo, podemos repensar nossos compromissos com a educação, com a segurança, o emprego, o meio ambiente, com a construção de um país respeitoso da dignidade e dos direitos de todos, especialmente dos mais pobres e sofredores.
Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, como estrangeiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos? (Mt 25, 44)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Ajudar os pobres até que ajudamos. Somos todos sensíveis às campanhas de solidariedade, à esmola, ao socorro aos humilhados neste mundo. Ajudar os pobres não é tão difícil. Amar os pobres, como tu o fizeste, aí já é mais difícil. Difícil, porque amar é reconhecer a grandeza daquela pessoa desfigurada pela doença, pela droga, pelo desamparo; porque amar é engajamento na conquista dos seus direitos, no compromisso cidadão por uma sociedade justa e sem violência. Amar é comprometer-se com o outro, é entrar na comunhão com ele. Aí é bem mais difícil. Dá-nos, Senhor, que nesta quaresma, passemos de “ajudar os pobres” a “amar os pobres”. Ilumina-nos, Senhor, com a tua Palavra para que reconheçamos nos sofredores a tua presença e neles te honremos com nosso amor, amor de irmãos pelos mais pequeninos. Seja bendito o teu santo nome. hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Se você ainda não tem o seu caderno espiritual, adquira-o. Não é nada de muito especial. Qualquer agenda ou caderno serve. É um lugarzinho onde você possa ir anotando as inspirações que o Senhor lhe dá e os compromissos de crescimento que você vai assumindo. No seu caderno, reproduza a lista dos necessitados que o evangelho repete quatro vezes hoje.

Pe. João Carlos Ribeiro – 11.03.2019

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