17 de março de 2025
Segunda-feira da 2ª Semana da Quaresma
Evangelho.
Lc 6,36-38
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.
Meditação.
Sejam misericordiosos como também o Pai de vocês é misericordioso (Lc 6, 36)
Começamos a segunda semana da Quaresma. Toda a Quaresma é um programa de crescimento cristão, que poderíamos resumir no apelo à conversão cultivada pela oração, pela penitência e pela caridade. E este já é o 13º dia de nossa caminhada. Em foco, hoje, a caridade: como tratar com quem errou.
Não julgar, não condenar, perdoar, doar. Quatro ações onde exprimimos nossa comunhão com Deus no confronto com quem errou. Nós somos seus filhos. Imitando-o, exprimimos nossa condição de filhos. Jesus nos disse: Sejam perfeitos como o Pai de vocês é perfeito. Sejam misericordiosos como também o Pai de vocês é misericordioso.
Ele é misericordioso. É mais pai do que juiz. Não é só imparcial e reto. Está escrito no Salmo: “Se levares em conta nossas faltas, Senhor, quem poderá subsistir? Mas, em ti, encontra-se o perdão” (Salmo 129). Nosso Pai é, sobretudo, misericordioso, não nos trata segundo nossas faltas.
Mesmo sendo nós os responsáveis pela morte de Jesus na cruz, o Pai não nos condenou. Antes, pelo sacrifício oferecido pelo seu filho, abriu a porta da reconciliação e da restauração aos pecadores. Pela cruz, ofereceu o perdão.
Doar, emprestar, partilhar... são atitudes que copiam o modo como Deus, generosamente, cuida de nós, e, em sua providência, nos alimenta, nos veste e sustenta. O convite é para sermos misericordiosos como o nosso Pai, por isso: não julgar, não condenar, perdoar e doar com generosidade.
Uma atitude muito comum de nossa parte em relação a quem errou, quando não é o juízo e a condenação sumária, é a indiferença. Pela indiferença, nos isentamos de sofrer com o outro, de ser solidários com a dor alheia. Ser misericordioso é interessar-se pela vítima e também pelo faltoso. Não se trata de acobertar o seu erro, mas de encontrar caminhos para que ele se recupere, se emende, se converta.
Acrescenta ainda o Senhor que seremos tratados como tratarmos o nosso semelhante, em sua necessidade e em sua fragilidade. Não julgando, não seremos julgados. Não condenando, não seremos condenados. Perdoando, seremos perdoados. Doando, receberemos ainda mais. Com a mesma medida com que medirmos os outros, seremos também medidos. É exatamente isso que cantamos na Oração de São Francisco: "Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado. Compreender que ser compreendido. Amar que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna".
Guardando a mensagem
Imitamos Deus no amor aos irmãos, particularmente pelos mais frágeis e sofredores. Esse amor se manifesta particularmente no confronto com os que erram. Nessa condição, o amor e o respeito pelos que cometeram erros se mostram em não julgá-los, nem condená-los. Ao contrário, oferecemos-lhe o perdão. Não somos juízes do nosso irmão. Isso não quer dizer que estejamos de acordo com o seu erro. Isso quer dizer que não nos arvoramos em juízes dele, pois também somos fracos e pecadores. Longe de cultivar ódio ou indiferença, oferecemos-lhe uma nova chance. Isso não o isenta de ser penalizado na forma da lei pelos seus atos, quando seu comportamento entra em conflito com a norma. Mas, não o abandonamos no seu erro. Oferecemos-lhe o caminho da regeneração, do perdão. Assim, imitamos o modo misericordioso com que Deus nos trata, procurando ser misericordiosos como ele.
Sejam misericordiosos como também o Pai de vocês é misericordioso (Lc 6, 36)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
o teu apelo à misericórdia, ao tratamento fraterno de quem errou, ao perdão das ofensas é muito oportuno. Vivemos em meio a relacionamentos agressivos, intolerantes, violentos nas palavras e nas atitudes. E aos poucos vamos nos tornando também nós agressivos, intolerantes, violentos, quando deveríamos levar para a sociedade um testemunho de fraternidade, de diálogo, de compromisso com a paz. Este é o testemunho que se espera dos teus seguidores, dos filhos e filhas do Pai da Misericórdia. Senhor, ajuda-nos a enfrentar o dia-a-dia difícil da luta pela sobrevivência e a defesa da justiça e da paz com o coração desarmado, pautando-nos pela misericórdia e distanciando-nos de polarizações inúteis e destrutivas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Faça, hoje, um exame de consciência. Veja se identifica alguma pessoa do seu círculo de amizade ou de sua história de vida que tenha cometido um erro razoavelmente grave. Diante dessa pessoa, o seu comportamento foi misericordioso?
Comunicando
Deixo aqui um agradecimento sincero às pessoas que fazem comigo a AMA, a Associação Missionária Amanhecer. Estamos abraçando juntos, a quase três décadas, um lindo projeto de evangelização com a comunicação social, que envolve rádio, televisão, redes sociais, eventos. Talvez você também queira conhecer a AMA e, quem sabe, somar conosco. Se for assim, deixo-lhe um contato: o WhatsApp 81 3224-9284.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb