PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Mc 12
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As lições da viúva pobre.




  10 de novembro de 2024.  

32º Domingo do Tempo Comum 

  Evangelho.  


Mc 12,38-44

Naquele tempo, 38Jesus dizia, no seu ensinamento, à multidão: “Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; 39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. 40Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação”. 41Jesus estava sentado no Templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias. 42Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. 43Jesus chamou os discípulos e disse: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. 44Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.

  Meditação.  


Em verdade lhes digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas (Mc 12, 42)

Jesus observou que uma pobre viúva depositou duas pequenas moedas no tesouro do Templo. E valorizou essa participação, aparentemente tão pequena. Viu também pessoas ricas fazendo suas ofertas. Comparou a viúva pobre e os ricos piedosos. Os ricos ofertaram o que lhes sobrava. Ela ofereceu ‘tudo quanto tinha para viver’.

Veja bem, dando as duas moedas que lhe fariam falta, ela deu algo de si mesma. As duas moedas a ajudariam em alguma coisa, um pão, um pouco de leite, quem sabe... Não deu do que lhe estava sobrando. Propriamente, não deu coisas fora de si. Empenhou-se a si mesma nesta oferta. Deu-se a si mesma. A viúva a si mesmo se ofereceu em oferta.

Os ricos que depositaram muito dinheiro no cofre do Templo, ofereceram muita coisa, mas não ofereceram nada de si, compreende? Nada daquilo representava mesmo algo de si mesmos. Aquele dinheiro todo não lhes faria falta, era coisa que já estava sobrando. Jesus podia até elogiá-los reconhecendo que tinham sido generosos. Mas, não. Não estavam implicados na oferta. A viúva, ah essa sim, fez a maior oferta. Deu de sua própria vida, tirou do seu próprio sustento. Sacrificou-se ao dar. Na verdade, a sua oferta era ela mesma.

A história da viúva das duas moedinhas é um exemplo vivo do ensinamento de Jesus: “Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia sua cruz e me siga”. A viúva renunciou a si mesma. O discípulo vê isso na vida do seu Mestre. Foi assim que Jesus realizou sua missão. Ele entregou a sua vida em sacrifício, em nosso favor. Ele é o nosso rei, o nosso guia, o nosso pastor. O bom pastor dá vida por suas ovelhas. O que a viúva fez está em sintonia com o modo como Jesus realizou sua missão. Depositando duas moedas, tudo o que ela tinha, ela estava oferecendo-se a si mesma.




Guardando a mensagem

No gesto de dar uma oferta no Templo, a viúva pobre não deu apenas algo fora de si, que não a empenhava, nem a implicava. Especialmente, entregou-se a si mesma, deu-se na sua pobreza e na sua necessidade. E o que é que a viúva tem com você? É fácil: na sua relação com a Igreja (que está no lugar do antigo Templo), espera-se que você não dê apenas coisas, exteriormente. O evangelho da viúva indica que você precisa entregar-se a si mesmo, a si mesma. Não basta cumprir o preceito de assistir a Missa aos domingos. É preciso que você faça do seu domingo uma Missa. E o compromisso do dízimo? É, ele é importante, mas só vale mesmo se você for a oferta principal, não o seu dinheiro. Rezar é importante? Sim, se rezar for o modo de você reconhecer o amor de Deus, colocando-se às suas ordens. O que você faz ou dá não é o mais importante. Só é importante se sua vida estiver sendo oferecida e entregue no sinal da oferenda.

Em verdade lhes digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas (Mc 12, 42)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
temos que reconhecer que nosso dízimo e nossas ofertas na Igreja estão muito longe do sentimento de entrega da viúva. Ela propriamente se deu em oferta, oferecendo o que lhe faria falta. A nossa oferta deveria representar a oferta de nós mesmos a Deus, mas quase sempre são apenas esmolas e migalhas que representam apenas o nosso pouco compromisso com a Igreja e com a sua missão. Converte-nos, Senhor. Dá-nos o coração da viúva pobre que a si mesmo se ofereceu em sua oferta. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Será que o evangelho está lhe pedindo alguma mudança? Pense um pouco nisso.

Comunicando

Amanhã, teremos o Encontro dos Ouvintes em Olinda, área metropolitana do Recife. Será na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Águas Compridas. Vamos começar com o terço mariano, às 18 horas, transmitido por diversas emissoras de rádio. Em seguida, a Santa Missa. Você pode nos acompanhar também pelo Youtube.

Um domingo abençoado.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




Os dois mandamentos.



   06 de junho de 2024.   

 Quinta-feira da 9ª Semana do Tempo Comum


  Evangelho  


Mc 12,28b-34

Naquele tempo, 28b um mestre da Lei aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?”
29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”. 32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”.
34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

  Meditação  


Tu não estás longe do Reino de Deus (Mc 12, 34)

Nem todas as perguntas feitas a Jesus vinham de gente maldosa e mal intencionada. Dessa vez, parece que o mestre da Lei estava querendo, de verdade, uma opinião de Jesus. O que ele queria saber era o seguinte: Qual era o primeiro de todos os mandamentos? Os mestres da Lei tinham uma lista de centenas de mandamentos, era coisa que não se acabava mais. Era comum, naquele período, círculos de discussão sobre a Lei, ao redor de algum ilustre mestre. Basta você lembrar que Jesus, quando tinha doze anos, acabou ficando no Templo, e não seguiu com a família na volta da peregrinação da Páscoa. Claro, ficou entretido nas rodas de discussão com os mestres da Lei. Ele mesmo fazia perguntas.

Bom, a pergunta do escriba era sobre o primeiro dos mandamentos. Vamos ver o que Jesus respondeu. Jesus, como bom judeu, recitou um texto do livro do Deuteronômio. ‘O primeiro mandamento é este: “Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força”. É a oração do Shemá que todo judeu recitava diariamente. E Jesus acrescentou: ‘O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo!’ Também este mandamento estava na Escritura. ‘Não existe outro mandamento maior do que estes’, disse Jesus.

O que será que o mestre da Lei achou da resposta de Jesus? Antes de considerar a reação dele, vamos pensar mais no que Jesus falou. A pergunta, qual era? Qual o primeiro dos mandamentos, o mais importante. E Jesus respondeu com dois mandamentos. O primeiro e o segundo, notou? Amar a Deus e amar o próximo. Aproximou os dois, juntou os dois. Uma coisa não pode ser desligada da outra. Como escreveu São João na sua primeira carta: “Quem diz que ama a Deus que não vê e não ama o seu irmão que vê, é um mentiroso”. Podemos dizer que o fundamento disso é que Deus nos ama, infinitamente. É o que explica o seu relacionamento com Israel. Deus ama o seu povo, o protege, o livra dos inimigos, o guia. Ele fez uma aliança com o seu povo, uma aliança de amor.

Agora, vamos ver a reação do mestre da lei que fez a pergunta. Ele ficou satisfeito com a resposta de Jesus. “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”. Ele estava de acordo com a resposta de Jesus. E tirou logo uma conclusão: Quem ama assim a Deus e ao próximo faz uma coisa maior do que o culto feito com os sacrifícios no Templo.

Jesus ficou admirado com o mestre da Lei. “Tu não estás longe do Reino de Deus”. Reconheceu que ele estava no caminho do Reino, do evangelho que ele estava anunciando. De fato, a pregação de Jesus era sobre o amor de Deus pelos seus filhos. O verdadeiro culto a Deus tem a ver também com o amor aos irmãos. Na história que Jesus contou do ‘bom samaritano’, os homens que oficiavam o culto do Templo, oferecendo os sacrifícios e holocaustos de animais passaram ao largo quando viram o homem necessitado caído na estrada. O samaritano, alguém que não frequentava o Templo, realizou o maior culto a Deus, amando o seu próximo, acudindo o homem assaltado.




Guardando a mensagem

O mestre da Lei queria saber qual era o maior mandamento. Amar a Deus e amar o próximo. Um leva ao outro. Deus nos ama. Nós, em resposta, o amamos e amamos o nosso semelhante. O mestre da Lei pensava igual a Jesus. Os dois mandamentos se completam, são interfaces da mesma realidade. O culto no Templo e o serviço na rua. A oração e a caridade.

Tu não estás longe do Reino de Deus (Mc 12, 34)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Hoje vamos recitar contigo, o Shemá, a oração diária do teu povo: “Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Demonstrar interesse pelos irmãos mais necessitados: este já é um modo de expressar o amor ao próximo. Não ser indiferente ao sofrimento dos outros. Não deixar ninguém para trás, como nos está repetindo o Papa Francisco.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, celebro a Santa Misa hoje, às 11 horas, nas intenções de todos os que nos acompanham na Meditação, nos programas de rádio, nas redes sociais, em nossos eventos. 
Você pode acompanhar a Santa Missa das 11 horas pela Rádio Amanhecer ou pelo meu canal do Youtube.Por favor, deixe sua intenção no formulário ou nos mande pelo whatsapp 81 3224-9284. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Sete maridos.




   05 de junho de 2024.  

Dia de São Bonifácio, bispo e mártir 


   Evangelho.  


Mc 12,18-27

Naquele tempo, 18vieram ter com Jesus alguns saduceus, os quais afirmam que não existe ressurreição e lhe propuseram este caso: 19“Mestre, Moisés deu-nos esta prescrição: Se morrer o irmão de alguém, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de garantir a descendência de seu irmão”.
20Ora, havia sete irmãos: o mais velho casou-se, e morreu sem deixar descendência. 21O segundo casou-se com a viúva, e morreu sem deixar descendência. E a mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22E nenhum dos sete deixou descendência. Por último, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem será ela mulher? Porque os sete se casaram com ela!”
24Jesus respondeu: “Acaso, vós não estais enganados, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? 25Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu. 26Quanto ao fato da ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’? 27Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Vós estais muito enganados”.

   Meditação   


Quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu (Mc 12, 25)

Os saduceus não acreditavam na ressurreição. E, claro, procuravam defender essa sua posição com muitos argumentos. Apresentaram a Jesus esse caso: a mulher que foi esposa de sete maridos... Trata-se da lei do levirato, uma prescrição de Moisés. ‘Se seu irmão casado morrer sem deixar filhos, você deve se casar com a viúva, para suscitar descendência ao seu irmão’. Nesse caso que os saduceus apresentaram a Jesus, os sete irmãos morreram, um depois do outro. Assim, a mulher teve sete maridos. Se houver ressurreição, perguntaram eles, de quem ela será esposa na outra vida? Para eles isso era uma prova de que não haveria ressurreição. Já pensou na confusão que daria, no desentendimento entre os sete maridos, argumentavam eles.

Jesus, com toda paciência, explica que na outra vida, não há mais casamento. Os ressuscitados viverão numa outra dinâmica: são filhos e filhas, irmãos e irmãs, na alegria da casa do Pai. Serão como os anjos. Não haverá mais os limites desse mundo de agora. Nem os seus problemas, nem as suas dores - um outro mundo de alegria sem fim.

Então, os saduceus não acreditavam na ressurreição. Para eles, não havia outra vida. Toda esperança estava aqui mesmo na terra, nos poucos ou muitos anos de vida que temos. Eles formavam uma elite em Jerusalém: os grandes proprietários chamados anciãos, os sumos sacerdotes do Templo, pessoas ilustres. Uma elite que não acreditava na ressurreição. Talvez por isso, o seu apego ao dinheiro e ao poder fosse tão grande. Quando se vive sem esperança de futuro, a pessoa se agarra ao presente, de unhas e dentes. Se o seu coração não está no Deus que transcende tudo, aferra-se às coisas desse mundo e faz delas o deus de sua vida.

Agora, muita gente não acredita na ressurreição. E mesmo que diga que crê, na prática, não acredita. Vive sem esperança, procurando encontrar a realização de sua existência em ter coisas, em colecionar títulos e glórias nesse mundo. No fundo, são pessoas entristecidas pela falta de sentido na vida e aterrorizadas pelo fim de sua existência que se aproxima, galopante. Quanto mais perto chega, mais amargo fica.




Guardando a mensagem

Só a luz da fé pode iluminar o coração humano e encher de sentido uma vida, fazendo-nos ansiar pelo dia feliz de nossa ressurreição, quando não haverá mais pranto, nem dor, nem o limite do tempo, nem a frustração do pecado ou do sofrimento; o dia em que seremos plenamente filhos de Deus, na sua casa, na grande comunhão de irmãos.

Quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu (Mc 12, 25)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no final, haverá a ressurreição da carne. Ressuscitaremos, como tu ressuscitaste. Teremos o nosso corpo glorificado. Como Paulo escreveu:’ tu és o primogênito que vais à nossa frente, o primogênito dentre os mortos’. Nós, de alguma forma, já estamos participando de tua ressurreição, de tua completa vitória sobre o pecado e a morte. Pelo batismo, já nos associamos à tua ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, a viver iluminados por esta esperança que não decepciona. E livra-nos de viver prisioneiros do materialismo ou de qualquer forma de ateísmo prático. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Muita gente, infelizmente, vive longe de Deus. E vive sem esperança. Não é à toa que tem crescido tanto o número de suicídios. Aparecendo uma oportunidade hoje, dê testemunho de sua fé no Deus vivo, que, em Cristo, nos ressuscitará.

Comunicando

Você que está acompanhando o estudo sobre o Profeta Ezequiel na Segunda Bíblica lembre que hoje, quarta-feira, o grupo fica aberto pra você colocar a resposta da pergunta da semana. Para entrar no grupo, siga o link que deixei na descrição do vídeo, no Youtube. 

Estou lhe enviando um link pra você ouvir minhas músicas no Spotify. Aproveite para curtir a playlist.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


Uma moeda.


   04 de junho de 2024   

Terça-feira da 9ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mc 12,13-17

Naquele tempo, 13as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14Quando chegaram, disseram a Jesus: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?”
15Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: “Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja”. 16Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: “De quem é a figura e a inscrição que estão nessa moeda?” Eles responderam: “De César”. 17Então Jesus disse: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. E eles ficaram admirados com Jesus.

    Meditação    


E Jesus disse: “De quem é a figura e a inscrição que estão nesta moeda?” (Mc 12, 16)

Mas tem muita gente ruim nesse mundo! As autoridades fizeram um plano para destruir Jesus. Mandaram fariseus e partidários de Herodes para cavar uma acusação contra ele. E eles chegaram com aquela conversinha, chamando Jesus de ‘Mestre’ e fazendo-lhe altos elogios. Disseram que foram fazer-lhe uma consulta: ‘Dize-nos o que pensas: é lícito ou não pagar imposto a César?’. Ninguém se engane, não era uma dúvida. Era uma armadilha.

Jesus logo percebeu o jogo deles. O imposto do imperador era alvo de muita polêmica, revoltas da população e muita repressão por parte dos romanos. Se dissesse que estava de acordo, eles o acusariam diante do povo como traidor. Pagar o imposto seria reconhecer a dominação romana sobre o país. Se dissesse que não era para pagar, eles o denunciariam aos romanos como incitador do povo contra o império, como aliás o fizeram no processo da paixão. Jesus percebeu a maldade deles e começou desmascarando o grupo. Ele os chamou de hipócritas e disse que aquilo era, na verdade, uma armadilha.

Depois de desmascará-los, Jesus pediu para ver a moeda com que se pagava o imposto, a moeda romana, a dracma. Se Jesus pediu para ver a moeda, é porque Jesus não tinha a moeda, concordam? Mas, eles a tinham. E mostraram. O fato de terem a moeda já mostra como eles estavam integrados no sistema romano, não acha? Bom, fique atento à pergunta de Jesus. ‘De quem é a imagem e a inscrição desta moeda?’. Eles responderam que era de César. Então, havia uma imagem e uma inscrição. E eram de César, o imperador romano. Um judeu piedoso não suportava imagem, você sabe disso. Mas, esses tais carregavam no bolso, tranquilamente, a imagem do imperador.

O caso é que devia ser um problema muito sério para os judeus do tempo de Jesus. Na moeda, havia a imagem do imperador. E a inscrição dizia: ‘Tibério César Augusto, filho do divino Augusto’. Os imperadores romanos daquele período eram divinizados. O pai adotivo desse Tibério foi chamado de divino Augusto, reconhecido como um deus pelo senado romano. Havia um templo em Esmirna, onde esse imperador Tibério era cultuado. Então, era a moeda de um imperador divinizado... e isso será que vai bem com um judeu piedoso? Claro que não. O primeiro mandamento do decálogo (Ex 20) fala do único Deus a quem se deve adorar e prestar culto. E que não deve ser representado em imagem. Essa era uma regra sagrada para o judeu. Não vale exatamente para nós hoje, depois de mais vinte séculos, mas aí é outra história.

Bom, você está entendendo... nas mãos de Jesus, está a moeda do imposto. O que ela tem de especial? Ela é uma declaração do senhorio de um imperador divinizado. É a proclamação de um deus que não é o Deus de Israel. Um imperador com seu título de filho do divino Augusto e com sua imagem, uma agressão para o judeu do tempo de Jesus. Servir a outro Senhor é idolatria, é traição ao verdadeiro Deus.




Guardando a mensagem

As autoridades estavam decididas a eliminar Jesus. Levaram-lhe uma pergunta, na verdade, armaram-lhe uma armadilha. Esses ‘inocentes senhores’ queriam saber ‘se era certo pagar o imposto a César?’. Jesus começou desmascarando aquele grupo mal intencionado pela pergunta que fez e pelo tratamento que eles estavam dando ao imperador divinizado. Jesus não respondeu se era para pagar imposto ou não pagar imposto. Jesus denunciou que eles tinham embarcado no projeto do imperador que estava tomando o lugar do Deus vivo e verdadeiro. O Senhor de nossas vidas e de nossa história é Deus, o Deus que se revelou ao povo de Israel, que o libertou do cativeiro e o constituiu seu povo. Não é César. A Deus, devemos dar todo o nosso amor e toda a nossa adoração. A Deus, não a César. Nem a César, nem a qualquer outro senhorzinho de plantão.

E Jesus disse: “De quem é a figura e a inscrição que estão nesta moeda?” (Mc 12, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tua palavra é uma luz em nossa vida. Ela ilumina as situações que enfrentamos, mostrando suas ambiguidades. Nesse assunto do imposto ao império romano, percebeste que o problema não era pagar ou não pagar o imposto. O problema era fazer do imposto um ato de idolatria, de culto a um falso Deus. Ajuda-nos, Senhor, com a luz do teu Santo Espírito, a não elegermos falsos deuses em nossa vida, a quem sirvamos e nos sacrifiquemos. Só o Deus vivo e verdadeiro merece toda honra e toda glória. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amem.

Vivendo a palavra

Só o Deus vivo e verdadeiro merece todo o nosso amor e a nossa adoração. Ninguém pode tomar o lugar dele. Nem filho, nem marido, nem mulher; nem trabalho, nem dinheiro, nem o mercado. Deus é o nosso amor maior, o nosso bem maior. No dia de hoje, verifique qual é a imagem que tem na sua ‘moeda’... qual é o deus que está se escondendo naquilo que você mais dá valor.

Comunicando

Nesta quinta-feira, faço Show em Paulista, PE, no bairro do Nobre. Na sexta, vou estar no Show de Solidariedade com o povo do Rio grande do Sul, na Rede Vida de Televisão. No sábado, faço show em Tiúma, município de São Lourenço da Mata, área metropolitana do Recife.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Deus é o senhor da minha vida.


   03 de junho de 2024.   

Memória de São Carlos Lwanga 
e companheiros mártires de Uganda


    Evangelho.    


Mc 12,1-12

Naquele tempo, 1Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas: “Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha a alguns agricultores, e viajou para longe. 2Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha.
3Mas os agricultores pegaram no empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. 4Então o dono da vinha mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. 5Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros. 6Restava-lhe ainda alguém: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até aos agricultores, pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. 7Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa. 8Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. 9Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros. 10Por acaso, não lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; 11isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’?”
12Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram-se embora.



    Meditação.    


Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha (Mc 12, 2).

Olha só essa história de Jesus.... Um homem plantou uma vinha. Arrendou-a e viajou para longe. No tempo combinado, mandou buscar a renda. Os rendeiros negaram-se violentamente a pagar a renda. 

Para entender essa história de Jesus, basta saber quem é a vinha. E quem seriam os agricultores covardes que se apossaram da vinha. Você tem uma ideia sobre quem é a vinha? A vinha, quem é? Vou lhe ajudar.

Uma vinha é uma unidade de produção de vinho: a plantação da uva, a colheita e a fabricação do vinho, tudo feito na mesma fazenda. O homem plantou a vinha, cercou-a, fez um lagar (um tanque para pisotear as uvas) e até uma torre de guarda (para garantir a segurança do lugar). A vinha é uma imagem bíblica do povo de Deus. A vinha é o povo de Deus. No caso, o povo de Israel. Foi Deus que plantou aquela vinha e a aparelhou de todo necessário para produzir um bom vinho. O vinho é uma coisa nobre, é uma representação dos frutos que o povo devia produzir.

Então, quem é a vinha? O povo de Deus. O povo com sua terra, sua organização, seu desenvolvimento. E de quem é a vinha? Claro, de Deus. Foi ele que a plantou e organizou tudo. Ele deixou um grupo de agricultores tomando conta, os rendeiros. E quem seriam esses agricultores? Pense aí... É só prestar bem atenção no começo da leitura, que a gente fica sabendo de quais agricultores Jesus estava falando. Vou ler o comecinho do evangelho de hoje: “Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas”. Quem são os agricultores que ficaram como rendeiros, tomando conta da vinha? Isso, essa turma aí... os sumos sacerdotes, os mestres da lei, os anciãos... os líderes do povo, os seus governantes. Eles não são donos da vinha. Eles devem dar conta do seu trabalho e dos frutos que a vinha produzir, dar contas ao dono da vinha. E quem é o dono da vinha? Claro, Deus.

Mas, os agricultores da parábola maltrataram os empregados que o dono da vinha mandou para receber a renda. Bateram neles, expulsaram, até mataram alguns. E quando o dono da vinha resolveu enviar o seu filho único, o herdeiro, eles se combinaram para matá-lo. Os empregados enviados foram os profetas. E você já advinha quem foi o filho único que o dono da vinha mandou... quem foi? Claro, o próprio Jesus que está contando a história.




Guardando a mensagem

A parábola se aplica a tudo o que é de Deus e que ficamos cuidando: a terra em que habitamos, a Igreja, a família, a comunidade, até nossa própria vida. A sua vida, por exemplo, é uma vinha que Deus plantou e dispôs muitas oportunidades para que ela produzisse muita coisa boa, um bom vinho. A sua vida é uma vinha. Você é o agricultor (a agricultora) que ficou tomando conta dela. Não vá pensar que a vinha é sua. Não é. Não vá negar a quota que é devida ao dono dela. Nem tratar os emissários dele com violência. E que quota você deve dar ao dono de sua vida? É bom você perguntar ao Espírito Santo de Deus que habita em você desde o batismo. Ele vai lhe dizer alguma coisa. Mas, eu já adianto: você precisa reconhecer claramente que a vinha é de Deus, que o que você consegue não é só fruto do seu suor.  O dízimo, por exemplo, é uma forma de reconhecer o senhorio de Deus em nossa vida. O que produzimos, ganhamos, conquistamos não é só esforço de nossa parte. Podemos e devemos ser mais agradecidos: reconhecendo o favor de Deus, deixando-nos orientar por ele, partilhando mais com os necessitados, honrando o nosso Deus e Senhor com o nosso louvor, o nosso canto, a nossa adoração.

Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha (Mc 12, 2).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nessa tua história de hoje, a parábola dos vinhateiros, disseste que o dono da vinha mandou seu único filho para receber a parte do arrendamento. Sabemos que és tu que vieste. Tu és o filho unigênito que o Pai nos enviou. O que está na parábola foi o que te aconteceu: “Então agarraram o filho, o mataram e o jogaram fora da vinha”. Hoje, me dou conta que rendeiro (a rendeira) sou eu também. Eu quero, hoje, com a tua graça, reconhecer que é o Pai o dono da minha vida e te acolher como o filho único, o herdeiro, enviado pelo Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Deixe que a palavra caia no seu coração, que crie raízes. Só assim produzirá frutos. Escute a mesma palavra mais de uma vez, durante o dia. A palavra é uma comunicação de Deus. Não é uma receita de obrigações a fazer para nos dar bem. É uma declaração de amor de Deus por nós. 

Comunicando

Na Segunda Bíblica de hoje, mais um encontro de estudo sobre o Livro do Profeta Ezequiel, em meu canal do Youtube. É a 3ª aula do segundo módulo. Mais de 3.000 pessoas estão acompanhando o curso. Quem não pode participar do encontro das segundas-feiras, às oito e meia da noite, o faz depois, durante a semana. Você, por favor, não fique de fora. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


Aproveite agora para se inscrever no canal e marcar o sininho:   https://youtu.be/LdvKlS93Nv4?si=9hfQWP9RHD2VRwei

O amor ao próximo.



   08 de março de 2024.   

Sexta-feira da 3ª Semana da Quaresma


   Evangelho.   


Mc 12,28b-34

Naquele tempo, 28b um escriba aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”.
32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”.
34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

   Meditação.   


O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! (Mc 12, 31)

E a quaresma vai prosseguindo. Você lembra, quando começamos esse tempo litúrgico, nos falaram de três exercícios importantes para o nosso crescimento cristão, nesse período: a oração, a penitência e a caridade. Hoje, o evangelho desenvolve esse ponto da caridade.

Um Mestre da Lei perguntou a Jesus qual era o primeiro de todos os mandamentos. Os Mestres da Lei tinham uma lista de centenas de mandamentos, era coisa que não se acabava mais. Vamos ver o que Jesus respondeu. Jesus, como bom judeu, recitou um texto do livro do Deuteronômio. ‘O primeiro mandamento é este: “Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força”. É a oração do Shemá que todo judeu recitava diariamente. E Jesus acrescentou: ‘O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo!’ Também este mandamento estava na Escritura. ‘Não existe outro mandamento maior do que estes’, disse Jesus.

O que será que o Mestre da Lei achou da resposta de Jesus? Antes de considerar esse ponto, vamos pensar mais no que Jesus falou. A pergunta, qual era? Qual o primeiro dos mandamentos, o mais importante. E Jesus respondeu com dois mandamentos. O primeiro e o segundo, notou? Amar a Deus e amar o próximo. Aproximou os dois, juntou os dois. Uma coisa não pode ser desligada da outra. Como escreveu São João na sua primeira carta: “Quem diz que ama a Deus que não vê e não ama o seu irmão que vê, é um mentiroso”. Podemos dizer que o fundamento disso é que Deus nos ama, infinitamente. É o que explica o seu relacionamento com Israel. Deus ama o seu povo, o protege, o livra dos inimigos, o guia. Ele fez uma aliança com o seu povo, uma aliança de amor.

Agora, vamos ver a reação do Mestre da Lei que fez a pergunta. Ele ficou satisfeito com a resposta de Jesus. “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”. Ele estava de acordo com a resposta de Jesus. Jesus ficou admirado com o Mestre da Lei. “Tu não estás longe do Reino de Deus”. Reconheceu que ele estava no caminho do Reino, do evangelho que ele estava anunciando. De fato, a pregação de Jesus era sobre o amor de Deus pelos seus filhos. O verdadeiro culto a Deus tem a ver também com o amor aos irmãos.

Com a quaresma, estamos vivendo o tempo da Campanha da Fraternidade, exatamente para nos ajudar a crescer no amor a Deus e ao próximo. Em comunhão com a Carta Encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco, inspirada pela vida de São Francisco de Assis, a Campanha da Fraternidade 2024 busca fazer um caminho quaresmal em três perspectivas: primeiro, incentivar as pessoas a verem as situações de inimizade que geram divisões, violência e destroem a dignidade dos filhos de Deus; segundo, impulsionar as pessoas a iluminar-se pelo Evangelho que as une como família e, terceiro, a agir conforme a proposta quaresmal, de uma conversão constante, promovendo o esforço para uma mudança pessoal e comunitária.

Em sua mensagem para a nossa Campanha "Fraternidade e Amizade Social" deste ano, o Papa Francisco escreveu: “Desejo que a Igreja no Brasil obtenha bons frutos nesse caminho quaresmal e faço votos que a Campanha da Fraternidade, uma vez mais, auxilie às pessoas e comunidades dessa querida nação no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, superando toda divisão, indiferença, ódio e violência” .





Guardando a mensagem

O Mestre da Lei queria saber qual era o maior mandamento. Amar a Deus e amar o próximo. Um leva ao outro. Deus nos ama. Nós, em resposta, o amamos e amamos o nosso semelhante. O Mestre da Lei, nisso, pensava igual a Jesus. Os dois mandamentos se completam, são faces da mesma moeda. A Campanha da Fraternidade é uma oportunidade para exercitarmos o amor ao próximo, pelo diálogo e pelo compromisso com a vida e o bem de todos, sobretudo dos mais sofridos e vulneráveis.

O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! (Mc 12, 31)

Rezando a palavra

Rezemos a Oração da Campanha da Fraternidade deste ano:

Deus Pai, vós criastes todos os seres humanos 
com a mesma dignidade.
Vós os resgatastes pela vida, morte e ressurreição 
do vosso filho Jesus Cristo
e os tornastes filhos e filhas santificados no Espírito!
Ajudai-nos, nesta Quaresma, a compreender 
o valor da amizade social e a viver
a beleza da fraternidade humana aberta a todos,
para além dos nossos gostos, afetos e preferências 
num caminho de verdadeira penitência e conversão.
Inspirai-nos um renovado compromisso batismal 
com a construção de um mundo novo,
de diálogo, justiça, igualdade e paz!
Conforme a Boa-Nova do Evangelho, 
ensinai-nos a construir uma sociedade solidária
sem exclusão, indiferença, violência e guerras!
E que Maria, vossa serva e nossa mãe, nos eduque 
para fazermos vossa santa vontade!
Amém!


Vivendo a palavra


Demonstrar interesse pelos irmãos mais necessitados: este já é um modo de expressar o amor ao próximo. Não ser indiferente ao sofrimento dos outros. Não deixar ninguém para trás, como nos está repetindo o Papa Francisco. 

Comunicando

Neste dia internacional da mulher, deixo aqui uma saudação especial a todas as mulheres que nos acompanham na Meditação da Palavra, certo de que o evangelho do Senhor nos impulsiona a construir relações de igualdade e respeito entre homens e mulheres.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

O que você faz ou o que você dá não é o mais importante.

 



   10 de junho de 2023.  

Sábado da 9ª Semana do Tempo Comum

     Evangelho     


Mc 12,38-44

Naquele tempo, 38Jesus dizia, no seu ensinamento, à multidão: “Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; 39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. 40Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação”. 41Jesus estava sentado no Templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias. 42Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. 43Jesus chamou os discípulos e disse: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. 44Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.

     Meditação     


Em verdade lhes digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas (Mc 12, 42)

Jesus observou que uma pobre viúva depositou duas pequenas moedas no tesouro do Templo. E valorizou essa participação, aparentemente tão pequena. Viu também pessoas ricas fazendo suas ofertas. Comparou a viúva pobre e os ricos piedosos. Os ricos ofertaram o que lhes sobrava. Ela ofereceu ‘tudo quanto tinha para viver’.

Veja bem, dando as duas moedas que lhe fariam falta, ela deu algo de si mesma. As duas moedas a ajudariam em alguma coisa, um pão, um pouco de leite, quem sabe... Não deu do que lhe estava sobrando. Propriamente, não deu coisas fora de si. Empenhou-se a si mesma nesta oferta. Deu-se a si mesma. A viúva a si mesmo se ofereceu em oferta.

Os ricos que depositaram muito dinheiro no cofre do Templo, ofereceram muita coisa, mas não ofereceram nada de si, compreende? Nada daquilo representava mesmo algo de si mesmos. Aquele dinheiro todo não lhes faria falta, era coisa que já estava sobrando. Jesus podia até elogiá-los reconhecendo que tinham sido generosos. Mas, não. Não estavam implicados na oferta. A viúva, ah essa sim, fez a maior oferta. Deu de sua própria vida, tirou do seu próprio sustento. Sacrificou-se ao dar. Na verdade, a sua oferta era ela mesma.

A história da viúva das duas moedinhas é um exemplo vivo do ensinamento de Jesus: “Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia sua cruz e me siga”. A viúva renunciou a si mesma. O discípulo vê isso na vida do seu Mestre. Foi assim que Jesus realizou sua missão. Ele entregou a sua vida em sacrifício, em nosso favor. Ele é o nosso rei, o nosso guia, o nosso pastor. O bom pastor dá vida por suas ovelhas. O que a viúva fez está em sintonia com o modo como Jesus realizou sua missão. Depositando duas moedas, tudo o que ela tinha, ela estava oferecendo-se a si mesma.


Guardando a mensagem

No gesto de dar uma oferta no Templo, a viúva pobre não deu apenas algo fora de si, que não a empenhava, nem a implicava. Especialmente, entregou-se a si mesma, deu-se na sua pobreza e na sua necessidade. E o que é que a viúva tem com você? É fácil: na sua relação com a Igreja (que está no lugar do antigo Templo), espera-se que você não dê apenas coisas, exteriormente. O evangelho da viúva indica que você precisa entregar-se a si mesmo, a si mesma. Não basta cumprir o preceito de assistir a Missa aos domingos. É preciso que você faça do seu domingo uma Missa. E o compromisso do dízimo? É, ele é importante, mas só vale mesmo se você for a oferta principal, não o seu dinheiro. Rezar é importante? Sim, se rezar for o modo de você reconhecer o amor de Deus, colocando-se às suas ordens. O que você faz ou dá não é o mais importante. Só é importante se sua vida estiver sendo oferecida e entregue no sinal da oferenda.

Em verdade lhes digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas (Mc 12, 42)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
temos que reconhecer que nosso dízimo e nossas ofertas na Igreja estão muito longe do sentimento de entrega da viúva. Ela propriamente se deu em oferta, oferecendo o que lhe faria falta. A nossa oferta deveria representar a oferta de nós mesmos a Deus, mas quase sempre são apenas esmolas e migalhas que representam apenas o nosso pouco compromisso com a Igreja e com a sua missão. Converte-nos, Senhor. Dá-nos o coração da viúva pobre que a si mesmo se ofereceu em sua oferta. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Será que o evangelho está lhe pedindo alguma mudança? Pense um pouco nisso.

Comunicando

Segunda-feira, tem encontro dos Ouvintes, no Recife. Nos próximos dias, em Pernambuco, faço show em Caruaru (dia 15), na cidade de São João (dia 24) e em Olinda, no Teatro Guararapes, no aniversário da Obra de Maria (dia 25).

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


     Você leu a Meditação de ontem?      

Acesse aqui a Meditação de 09.06.2023: 





Jesus é o Senhor da história e está nos conduzindo para a justiça e a fraternidade.




09 de junho de 2023

Memória de São José de Anchieta, presbítero

Evangelho


Mc 12,35-37

Naquele tempo, 35Jesus ensinava no Templo, dizendo: “Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? 36O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés’. 37Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?” E uma grande multidão o escutava com prazer.

Meditação


Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? (Mc 12, 35)

O povo de Deus vivia na grande expectativa da vinda do Messias. Os profetas tinham anunciado a vinda de alguém muito especial. Na cabeça das pessoas, chegaria alguém muito forte, assistido por Deus, que restauraria a nação e a levaria ao seu antigo esplendor, como no tempo de Davi ou Salomão. Para um povo que vivia sob o peso de uma dominação humilhante como aquela dos romanos no tempo de Jesus, a expectativa do Messias era uma coisa muito forte. Quanto mais sofrimento e humilhação, mais se fortalecia a convicção da chegada do Messias a qualquer momento para resolver a situação.

Quando os tempos estavam maduros, o Pai enviou seu filho. São Paulo falou disso, na carta aos Gálatas: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido também debaixo da autoridade da Lei, para resgatar os que estavam subjugados pela Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. Mesmo Deus tendo esperado muito tempo para enviar o seu filho no momento certo, Jesus encontrou esse clima da espera de um Messias salvador da pátria, que dificultou a acolhida de sua pessoa e de seus ensinamentos.

No pensamento corrente, o Messias viria reinar, seria um rei. Assim, claro, ele teria que ser um descendente do rei Davi, a quem Deus tinha prometido que seu reinado não teria fim. O Messias seria filho de Davi, quer dizer da família real. Aos poucos, muita gente foi identificando Jesus com o Messias aguardado. Quando Jesus foi a Jerusalém, naquela peregrinação de Páscoa, a última antes de ser morto na cruz, sua entrada na cidade foi uma festa. Os peregrinos o aclamaram rei. “Hosana ao filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor", gritavam euforicamente. E lhe deram, em sua pobreza, um tratamento de rei: forravam a estrada com ramos e com suas capas para ele passar, montado no seu jumentinho.

O que Jesus está dizendo hoje no evangelho é para ajudar aquelas pessoas que o cercavam a entender que o Messias não seria um simples descendente do rei Davi. “Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés’. Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?”

São muitas coisas que aquela gente e nós precisamos entender. A primeira coisa é que o Messias não é um simples filho de Davi. Como diz o salmo que Jesus citou: “Disse o Senhor ao meu Senhor”. Quem é esse senhor? Deus. Deus disse ao senhor de Davi, não ao seu filho. O Messias é o Senhor de Davi, entendeu? O Messias tem parte com Deus.



Guardando a palavra

Aos poucos, os seguidores de Jesus foram entendendo: Jesus é o Messias, o ungido de Deus. Ele não só herdou a realeza humana de Davi, mas ele é o Filho de Deus. E o seu reinado não é o governo de alguma tribo ou de alguma nação. Ele é mais rei do que isso, ele é Senhor em todo canto. Ele não veio para restaurar o reino de Israel. Veio para restaurar o reino de Deus no mundo. Deus não é só Deus de Israel. É Deus de todos e quer o bem de todos e reina sobre todos, em qualquer lugar do mundo, onde aceitem seu filho e sua mensagem de fraternidade, de justiça, de amor e de paz. Os problemas de Israel é seu povo que vai encontrar soluções, no caminho da história. Ele veio para abrir um caminho de plenitude, de salvação para todos. Claro que isso tem influência na vida dos que crêem e nos caminhos históricos das nações. O Reino de Deus é como fermento na história, como ele bem explicou.

Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é Filho de Davi? (Mc 12, 35)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
não foi só o povo do teu tempo que teve dificuldade de entender a tua presença e a tua mensagem. Nós, também. Eles esperavam um messias que resolvesse os seus problemas ou ao menos os liderasse na vitória sobre seus inimigos. Aos poucos, os teus seguidores compreenderam que a tua liderança era realmente real e decisiva, e se estendia a todas as pessoas e as todas as nações, como verdadeira onda de renovação do mundo na direção de Deus. És o Senhor da história, nos conduzindo para a justiça e a fraternidade que nascem do encontro com o amor de Deus, proclamado no teu evangelho. Por tua morte e ressurreição, abres os selos do livro lacrado da história. És o Senhor da história. E quanto estiver transformado, entregarás o reino como um presente ao Pai. Contigo, pedimos ao Pai, venha a nós o teu Reino. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Abra a sua Bíblia, no salmo que Jesus citou hoje: Salmo 110 (ou 109, em algumas edições). É o salmo do sacerdócio do Messias.

Comunicando

Agradeço, de coração, as muitas manifestações de amizade e as preces pela passagem, ontem, do meu aniversário. Deus os recompense. 
Nesta segunda-feira, dia 12, teremos o Encontro dos Ouvintes no Recife. Será na igreja de Santo Antonio, no centro da cidade, às 11 horas. 
Quinta-feira próxima, dia 15, é a noite católica no Pátio de Eventos em Caruaru, Pernambuco. Eu e o Frei Gilson estamos escalados para a noite de música e evangelização. Para participar de nossas caravanas, ligue ou mande mensagem para 81 3224-9284. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O dia em que seremos plenamente filhos de Deus

 



   07 de junho de 2023.  

Quarta-feira da 9ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.    


Mc 12,18-27

Naquele tempo, 18vieram ter com Jesus alguns saduceus, os quais afirmam que não existe ressurreição e lhe propuseram este caso: 19“Mestre, Moisés deu-nos esta prescrição: Se morrer o irmão de alguém, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de garantir a descendência de seu irmão”.
20Ora, havia sete irmãos: o mais velho casou-se, e morreu sem deixar descendência. 21O segundo casou-se com a viúva, e morreu sem deixar descendência. E a mesma coisa aconteceu com o terceiro. 22E nenhum dos sete deixou descendência. Por último, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem será ela mulher? Porque os sete se casaram com ela!”
24Jesus respondeu: “Acaso, vós não estais enganados, por não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? 25Com efeito, quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu. 26Quanto ao fato da ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’? 27Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos! Vós estais muito enganados”.

     Meditação    


Quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu (Mc 12, 25)

Os saduceus não acreditavam na ressurreição. E, claro, procuravam defender essa sua posição com muitos argumentos. Apresentaram a Jesus esse caso: a mulher que foi esposa de sete maridos... Trata-se da lei do levirato, uma prescrição de Moisés. ‘Se seu irmão casado morrer sem deixar filhos, você deve se casar com a viúva, para suscitar descendência ao seu irmão’. Nesse caso que os saduceus apresentaram a Jesus, os sete irmãos morreram, um depois do outro. Assim, a mulher teve sete maridos. Se houver ressurreição, perguntaram eles, de quem ela será esposa na outra vida? Para eles isso era uma prova de que não haveria ressurreição. Já pensou na confusão que daria, no desentendimento entre os sete maridos, argumentavam eles.

Jesus, com toda paciência, explica que na outra vida, não há mais casamento. Os ressuscitados viverão numa outra dinâmica: são filhos e filhas, irmãos e irmãs, na alegria da casa do Pai. Serão como os anjos. Não haverá mais os limites desse mundo de agora. Nem os seus problemas, nem as suas dores - um outro mundo de alegria sem fim.

Então, os saduceus não acreditavam na ressurreição. Para eles, não havia outra vida. Toda esperança estava aqui mesmo na terra, nos poucos ou muitos anos de vida que temos. Eles formavam uma elite em Jerusalém: os grandes proprietários chamados anciãos, os sumos sacerdotes do Templo, pessoas ilustres. Uma elite que não acreditava na ressurreição. Talvez por isso, o seu apego ao dinheiro e ao poder fosse tão grande. Quando se vive sem esperança de futuro, a pessoa se agarra ao presente, de unhas e dentes. Se o seu coração não está no Deus que transcende tudo, aferra-se às coisas desse mundo e faz delas o deus de sua vida.

Agora, muita gente não acredita na ressurreição. E mesmo que diga que crê, na prática, não acredita. Vive sem esperança, procurando encontrar a realização de sua existência em ter coisas, em colecionar títulos e glórias nesse mundo. No fundo, são pessoas entristecidas pela falta de sentido na vida e aterrorizadas pelo fim de sua existência que se aproxima, galopante. Quanto mais perto chega, mais amargo fica.


Guardando a mensagem

Só a luz da fé pode iluminar o coração humano e encher de sentido uma vida, fazendo-nos ansiar pelo dia feliz de nossa ressurreição, quando não haverá mais pranto, nem dor, nem o limite do tempo, nem a frustração do pecado ou do sofrimento; o dia em que seremos plenamente filhos de Deus, na sua casa, na grande comunhão de irmãos.

Quando os mortos ressuscitarem, os homens e as mulheres não se casarão, pois serão como os anjos do céu (Mc 12, 25)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no final, haverá a ressurreição da carne. Ressuscitaremos, como tu ressuscitaste. Teremos o nosso corpo glorificado. Como Paulo escreveu:’ tu és o primogênito que vais à nossa frente, o primogênito dentre os mortos’. Nós, de alguma forma, já estamos participando de tua ressurreição, de tua completa vitória sobre o pecado e a morte. Pelo batismo, já nos associamos à tua ressurreição. Ajuda-nos, Senhor, a viver iluminados por esta esperança que não decepciona. E livra-nos de viver prisioneiros do materialismo ou de qualquer forma de ateísmo prático. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Muita gente, infelizmente, vive longe de Deus. E vive sem esperança. Não é à toa que tem crescido tanto o número de suicídios. Aparecendo uma oportunidade hoje, dê testemunho de sua fé no Deus vivo, que, em Cristo, nos ressuscitará.

Comunicando

Teremos, hoje, a Missa com os Ouvintes da Rádio Saloá FM, na cidade de Saloá, em Pernambuco. A Santa Missa será na Matriz da Paróquia São Vicente de Paulo, às 19:30 horas. 
Amanhã, quinta-feira, dia de Corpus Crhisti, a Missa com os Ouvintes será na cidade de Garanhuns, no Abrigo São Vicente de Paulo, às 11 horas. E você nos acompanha pelo rádio e pelo Youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Só o Deus vivo e verdadeiro merece toda honra e toda glória.

 


   06 de junho de 2023.   

Terça-feira da 9ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.    


Mc 12,13-17

Naquele tempo, 13as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14Quando chegaram, disseram a Jesus: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?”
15Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: “Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja”. 16Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: “De quem é a figura e a inscrição que estão nessa moeda?” Eles responderam: “De César”. 17Então Jesus disse: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. E eles ficaram admirados com Jesus.

     Meditação    


E Jesus disse: “De quem é a figura e a inscrição que estão nesta moeda?” (Mc 12, 16)

Mas tem muita gente ruim nesse mundo! As autoridades fizeram um plano para destruir Jesus. Mandaram fariseus e partidários de Herodes para cavar uma acusação contra ele. E eles chegaram com aquela conversinha, chamando Jesus de ‘Mestre’ e fazendo-lhe altos elogios. Disseram que foram fazer-lhe uma consulta: ‘Dize-nos o que pensas: é lícito ou não pagar imposto a César?’. Ninguém se engane, não era uma dúvida. Era uma armadilha.

Jesus logo percebeu o jogo deles. O imposto do imperador era alvo de muita polêmica, revoltas da população e muita repressão por parte dos romanos. Se dissesse que estava de acordo, eles o acusariam diante do povo como traidor. Pagar o imposto seria reconhecer a dominação romana sobre o país. Se dissesse que não era para pagar, eles o denunciariam aos romanos como incitador do povo contra o império, como aliás o fizeram no processo da paixão. Jesus percebeu a maldade deles e começou desmascarando o grupo. Ele os chamou de hipócritas e disse que aquilo era, na verdade, uma armadilha.

Depois de desmascará-los, Jesus pediu para ver a moeda com que se pagava o imposto, a moeda romana, a dracma. Se Jesus pediu para ver a moeda, é porque Jesus não tinha a moeda, concordam? Mas, eles a tinham. E mostraram. O fato de terem a moeda já mostra como eles estavam integrados no sistema romano, não acha? Bom, fique atento à pergunta de Jesus. ‘De quem é a imagem e a inscrição desta moeda?’. Eles responderam que era de César. Então, havia uma imagem e uma inscrição. E eram de César, o imperador romano. Um judeu piedoso não suportava imagem, você sabe disso. Mas, esses tais carregavam no bolso, tranquilamente, a imagem do imperador.

O caso é que devia ser um problema muito sério para os judeus do tempo de Jesus. Na moeda, havia a imagem do imperador. E a inscrição dizia: ‘Tibério César Augusto, filho do divino Augusto’. Os imperadores romanos daquele período eram divinizados. O pai adotivo desse Tibério foi chamado de divino Augusto, reconhecido como um deus pelo senado romano. Havia um templo em Esmirna, onde esse imperador Tibério era cultuado. Então, era a moeda de um imperador divinizado... e isso será que vai bem com um judeu piedoso? Claro que não. O primeiro mandamento do decálogo (Ex 20) fala do único Deus a quem se deve adorar e prestar culto. E que não deve ser representado em imagem. Essa era uma regra sagrada para o judeu. Não vale exatamente para nós hoje, depois de mais vinte séculos, mas aí é outra história.

Bom, você está entendendo... nas mãos de Jesus, está a moeda do imposto. O que ela tem de especial? Ela é uma declaração do senhorio de um imperador divinizado. É a proclamação de um deus que não é o Deus de Israel. Um imperador com seu título de filho do divino Augusto e com sua imagem, uma agressão para o judeu do tempo de Jesus. Servir a outro Senhor é idolatria, é traição ao verdadeiro Deus.


Guardando a mensagem

As autoridades estavam decididas a eliminar Jesus. Levaram-lhe uma pergunta, na verdade, armaram-lhe uma armadilha. Esses ‘inocentes senhores’ queriam saber ‘se era certo pagar o imposto a César?’. Jesus começou desmascarando aquele grupo mal intencionado pela pergunta que fez e pelo tratamento que eles estavam dando ao imperador divinizado. Jesus não respondeu se era para pagar imposto ou não pagar imposto. Jesus denunciou que eles tinham embarcado no projeto do imperador que estava tomando o lugar do Deus vivo e verdadeiro. O Senhor de nossas vidas e de nossa história é Deus, o Deus que se revelou ao povo de Israel, que o libertou do cativeiro e o constituiu seu povo. Não é César. A Deus, devemos dar todo o nosso amor e toda a nossa adoração. A Deus, não a César. Nem a César, nem a qualquer outro senhorzinho de plantão.

E Jesus disse: “De quem é a figura e a inscrição que estão nesta moeda?” (Mc 12, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tua palavra é uma luz em nossa vida. Ela ilumina as situações que enfrentamos, mostrando suas ambiguidades. Nesse assunto do imposto ao império romano, percebeste que o problema não era pagar ou não pagar o imposto. O problema era fazer do imposto um ato de idolatria, de culto a um falso Deus. Ajuda-nos, Senhor, com a luz do teu Santo Espírito, a não elegermos falsos deuses em nossa vida, a quem sirvamos e nos sacrifiquemos. Só o Deus vivo e verdadeiro merece toda honra e toda glória. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amem.

Vivendo a palavra

É capaz de haver outro deus na sua vida. É bom ficar vigilante... Só o Deus vivo e verdadeiro merece todo o nosso amor e a nossa adoração. Ninguém pode tomar o lugar dele. Nem filho, nem marido, nem mulher; nem trabalho, nem dinheiro, nem o mercado. Deus é o nosso amor maior, o nosso bem maior. No dia de hoje, verifique qual é a imagem que tem na sua ‘moeda’... qual é o deus que está se escondendo naquilo que você mais dá valor.

Comunicando

No próximo dia 15, eu e o Frei Gilson faremos show em Caruaru, no pátio de eventos que recebe cantores e bandas todas as noites, no clima das festas juninas. Estando por perto, prestigie essa noite religiosa. Há caravanas saindo do Recife. Para informações ligue ou mande mensagem pelo  81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Postagem em destaque

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