PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

JESUS É O PÃO DA VIDA




05 de maio de 2022

3ª Semana da Páscoa


EVANGELHO

Jo 6,44-51

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“Ninguém pode vir a mim, se o pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna.
48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.



MEDITAÇÃO

E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6, 51)

Esse capítulo 6 de São João é uma bela catequese de Jesus sobre a Eucaristia. O povo que o rodeava depois da multiplicação dos pães e nós hoje também, todos precisamos dessa catequese. Só assim poderemos viver melhor o sacramento da Eucaristia, que ele celebrou na última ceia.

Pão é uma representação universal do alimento, de tudo que precisamos para viver. E Jesus, na sua catequese ao povo, em Cafarnaum, se compara com o pão. “Eu sou o pão da vida”. E retoma aquela imagem do Antigo Testamento, o maná. No deserto, quando caminhava para a terra prometida, o povo de Deus foi alimentado pelo maná. Era o pão descido do céu. O verdadeiro pão descido do céu, esse sim, é um pão que garante a vida eterna. Quem dele come, vence a morte. Esse pão é o próprio Jesus. ‘Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo’.

A Eucaristia, nos ensina a Igreja, é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela vida, morte e ressurreição de Cristo (Catecismo da Igereja Católica 1409). Jesus se ofereceu por nós, em sacrifício. Ele se deu por nós. Na ceia com os discípulos, ele fez a oferta de si mesmo a Deus. Na cruz, ele realizou essa oferta de sua vida. A Missa torna presente o sacrifício da cruz que foi oferecido uma única vez, em favor da humanidade.

E Jesus nos une ao seu sacrifício. Nós nos unimos a ele pela fé, pela escuta de sua palavra, pela comunhão no seu sacrifício. Na Missa, unimos nossos sofrimentos, nossas dores com a dele. Estamos unidos com ele na oferta de sua vida. Estamos unidos com ele nos frutos de sua morte e ressurreição.

A ceia de páscoa com os discípulos foi também um grande louvor a Deus: pelos dons da criação, pela história da salvação, pela entrega obediente de Jesus. A missa é uma grande ação de graças, um grande louvor. A palavra Eucaristia quer dizer ação de graças. E, com Jesus, damos graças a Deus pela criação, pela redenção, pela santificação, pela obra maravilhosa de Deus entre nós. Louvamos a Deus, particularmente, pela morte e ressurreição de Jesus.

É assim que, começamos a compreender melhor o que ele disse ao povo: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para vida do mundo”.


Guardando a mensagem

O sacrifício de Jesus na cruz e a sua ressurreição nos trouxeram vida, alcançando-nos o perdão dos nossos pecados e a vida nova de filhos de Deus. O sacrifício foi o oferecimento de sua vida. Carne e sangue representam a sua vida humana sacrificada. Na última ceia, Jesus antecipou sua oferta na cruz, celebrando a ceia da páscoa com os seus discípulos. Foi na ceia que ele tomou o pão e o vinho e disse aos discípulos que comessem e bebessem deles, pois era o seu corpo entregue e o seu sangue derramado. E pediu aos discípulos: “Façam isso em memória de mim”. A Missa é o memorial de sua morte e de sua ressurreição. Nela, continuamos a apresentar ao Pai a oferta de Jesus em sua cruz. Nela, entramos em profunda comunhão com ele, escutando sua palavra e comungando no seu corpo e no seu sangue. A Missa é o grande louvor que elevamos a Deus, por Cristo, com Cristo e em Cristo.

E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6, 51)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
quando a comunidade cristã, a Igreja, se reúne para celebrar a Ceia do Senhor, estás presente e ages entre nós: na assembleia dos irmãos, na palavra proclamada, no ministro que te representa e, de maneira muito especial, no sacramento do pão e do vinho consagrados. E, nós, Senhor, nesta ceia santa, estamos unidos a ti. E é por ti que sobem ao Pai os nossos louvores, a nossa confissão de fé, a nossa intercessão pelas necessidades da Igreja e do mundo. E de novo, pelas mãos da Igreja, te ofereces pela salvação de todos. E por teu intermédio, descem tantas bênçãos e graças do céu em nossas vidas! Tu és o pão vivo que desceu do céu para a vida do mundo. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Participe da Santa Missa que celebro hoje, às 11 horas da manhã, com transmissão pelo rádio e pelas redes sociais. O formulário para você colocar as suas intenções para a Missa está no final do texto da Meditação, no Blog. É só seguir o link.
 
Comunicando

No próximo sábado, em São Paulo, na Catedral da Sé, vou celebrar a Missa de Páscoa de associados e ouvintes do nosso programa na Rádio 9 de julho. A Missa vai ser ao meio dia.

Segunda-feira que vem, no Recife, teremos o Encontro dos Ouvintes, na Basílica do Carmo, com a Santa Missa às 11 horas. No encontro, haverá uma homenagem especial às mães. Nesta segunda, no Recife, às 11 horas.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

JESUS CUIDA DA GENTE



04 de maio de 2022

3ª Semana da Páscoa

EVANGELHO


Jo 6,35-40

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei.
38Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.



MEDITAÇÃO

Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna (Jo 6, 40)

Jesus diz ao povo que o Pai tinha lhe confiado muita gente para ele cuidar. E que veio exatamente para fazer a vontade do Pai que o enviou. Ele descreve a vontade do Pai de três formas: que ele, o Filho, não perca nenhum dos que o Pai lhe deu; que aquele que crê no Filho receba a vida eterna; e que o Filho o ressuscite no último dia.

Qual é o projeto de Deus, isto é, qual é a vontade de Deus? A vontade de Deus se manifesta em relação a Jesus e em relação a nós. E qual foi a tarefa que Jesus recebeu do Pai? O Pai o enviou a nós, nos confiou a ele, pediu que ele não perdesse nenhum de nós e nos ressuscitasse no último dia. O que Jesus finalmente tem para nos dar, para nos comunicar é a vida em plenitude. Um dia ele falou disso: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Essa ‘vida em plenitude’ está dita de várias formas no evangelho de hoje: pão para saciar a fome, água para matar a sede, vida eterna, ressurreição no último dia. São formas de dizer ‘Deus quer dar a vocês a vida em plenitude’. E é isso que Jesus tem para nós.

E qual é a vontade de Deus a nosso respeito, isto é, o que Deus nos pede? O Pai nos pede para ir a Cristo, para crer nele. É assim que podemos ser cuidados por ele, alimentados por ele, conduzidos por ele. É crendo nele, acolhendo-o em nossa vida como nosso Deus e Senhor, que podemos receber o que ele tem para nos dar: a vida em plenitude.

Nós existimos porque Deus pensou em nós, nos chamou à existência. Nossa vida tem um propósito. Não nascemos por acaso. E foi o Pai que nos aproximou de Jesus, seu Filho. O Pai nos confiou a Jesus. É nele que encontramos o modelo acabado do ser humano, em sintonia perfeita com o Pai e em comunhão solidária com seus irmãos de humanidade. E não só nos deu Jesus como modelo-caminho-exemplo, mas no-lo deu também como guia de nossa humanidade. Pela ressurreição, Jesus tornou-se o nosso líder, o nosso mestre. Pedro, no dia de Pentecostes, disse à multidão: “Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vocês crucificaram”.

         

Guardando a mensagem

Não estamos sozinhos neste mundo. Não estamos abandonados aos nossos próprios limites biológicos ou sociais. Deus nos deu um pastor, para nos acompanhar, para cuidar de nós. Jesus vem buscar a ovelha perdida e levá-la de volta ao redil, carregando-a nos ombros. Ele nos defende do lobo voraz, pondo em risco a própria vida. Ele dá a vida por suas ovelhas. Ele nos comunica a vida plena, a vida de Deus. Em Cristo, somos herdeiros de Deus. Viver bem é crer nele, amá-lo e segui-lo.

Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna (Jo 6, 40)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o Pai nos confiou a ti. Ele espera que nós nos aproximemos de ti, que creiamos em ti, que te acolhamos como nosso pastor e guia. Dá-nos, Senhor, que te reconheçamos na fé e te sigamos com perseverança e amor. Também nós temos pessoas que o Pai nos confiou para cuidar, para acompanhar. Nós te pedimos por elas. Nós queremos conduzi-las a ti, pois só em ti a verdade, a graça, a salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Oração de Santo Afonso Maria de Liguori para a Comunhão espiritual:

“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós”

Comunicando


No próximo sábado, em São Paulo, na Catedral da Sé, vou celebrar a Missa de Páscoa de associados e ouvintes do nosso programa na Rádio 9 de julho. A Missa vai ser ao meio dia.

Segunda-feira que vem, no Recife, teremos o Encontro dos Ouvintes, na Basílica do Carmo, com a Santa Missa às 11 horas. No encontro, haverá uma homenagem especial às mães. Nesta segunda, no Recife, às 11 horas.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

SENHOR, MOSTRA-NOS O PAI!



03 de maio de 2022

Festa de São Felipe e São Tiago


EVANGELHO


Jo 14,6-14

Naquele tempo, Jesus disse a Tomé: 6“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”.
8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.


MEDITAÇÃO


Se vocês pedirem algo em meu nome, eu o realizarei (Jo 14, 14)

Como estamos, hoje, celebrando os apóstolos Felipe e Tiago, retomamos o evangelho de João no capítulo 14. Felipe, antes de seguir Jesus, tinha sido discípulo de João Batista. Foi um dos primeiros seguidores do Mestre. Seguiu a indicação do profeta de que Jesus era o Messias. Tiago, filho de Alfeu, é chamado de “irmão do Senhor”, provavelmente um primo de Jesus. Foi uma grande liderança da Igreja em Jerusalém.

Na parábola da videira, Jesus fala da nossa comunhão com ele. Mas, ele sempre insiste na união que há entre ele e o Pai. Ao apóstolo Felipe, que estamos festejando hoje, ele disse: “Felipe, quem me viu, viu o Pai”. Na ceia, Jesus ficou insistindo que as suas palavras não as diz por si mesmo, mas são palavras que ouviu do Pai; e que o que pedirmos em seu nome, o Pai concederá. E disse: “acreditem-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim”.

Quando falou da videira, disse o seguinte: “se permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem e lhes será dado”. Como assim? Permanecer em Cristo é a condição para dar muito fruto. Que fruto será esse? Com certeza, tornar-se discípulo do Senhor. Esse é o maior fruto. Vejam o que ele disse: “Nisto meu Pai será glorificado: que vocês dêem muito fruto e se tornem meus discípulos”. Dar muito fruto é igual a tornar-se discípulo. De fato, essa é a dinâmica do ramo na videira. Quanto mais o ramo enxertado adere ao tronco, identifica-se com a videira, é um com ela, melhor fruto dará. Quanto mais o cristão une-se a Cristo, seu Senhor, identifica-se com ele, é um com ele, melhor discípulo se torna, mais fica parecido com o Mestre em suas atitudes e em suas opções. Nesta condição, tudo o que ele pede, o Pai concede, pois o Pai ama o Filho. E nós somos filhos no Filho, em Jesus. Em Cristo, o Pai nos ama e nos reconhece como filhos. E tudo nos concede, se pedirmos em seu nome.

Toda a oração da Igreja é feita ao Pai, por meio de Cristo. Assim, terminam as nossas orações: 'Por Cristo, nosso Senhor', ou 'Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo'. Tudo é por meio de Cristo. Ele mesmo disse: “Sem mim, vocês nada podem fazer”. Podemos dizer de outra forma: “Com ele, nós tudo podemos”.

Guardando a mensagem

O pedido do apóstolo Felipe foi verdadeiro: “Senhor, mostra-nos o Pai”. Conhecer a Deus é tudo o que queremos e precisamos. Mas Jesus lhe fez ver que nele, encontramos o Pai. É Jesus quem nos revela o Pai. E é por ele que chegamos ao Pai. Quanto mais estamos unidos e identificados com Cristo, mais fruto podemos dar, isto é, tornarmo-nos seus discípulos. E é na condição de discípulos, ramos identificados com a videira, que tudo o que pedirmos ao Pai em nome de Cristo, ele nos atende.

Se vocês pedirem algo em meu nome, eu o realizarei (Jo 14, 14)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
vamos guardar, hoje, alguns belos ensinamentos do teu apóstolo Tiago, que hoje estamos celebrando. Em sua carta, no Novo Testamento, ele escreveu: "Bem-aventurado o homem que suporta com paciência a provação. Alguém, no meio de vocês, está sofrendo um contratempo? Recorra à oração. A oração fervorosa do justo tem grande poder" (Tg 5). Obrigado, Senhor, pelos ensinamentos dos pastores que pusestes à frente do teu rebanho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Acolhamos o estímulo que o Evangelho de hoje está nos dando quanto à oração e assumamos com fidelidade o Terço diário neste mês mariano. Aliás, domingo passado, o Papa Francisco, na oração mariana do meio dia, na Praça de São Pedro, fez um apelo a este respeito: "Gostaria de convidar todos os fiéis e as comunidades a rezarem o Terço todos os dias de maio pela paz", disse ele revelando sua apreensão com a guerra na Ucrânia.

Comunicando

Todos os dias, às 18 horas, rezamos o Terço Mariano, pela Rádio Amanhecer, com uma grande participação de associados e ouvintes. Para participar conosco, baixe o aplicativo da rádio no seu celular. Se o seu caso for o iPhone, baixe o aplicativo Rádios Net.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

REALMENTE, ESTAMOS INTERESSADOS EM JESUS?

                                                           



02 de maio de 2022

Segunda-feira da 3ª Semana da Páscoa



EVANGELHO



Jo 6,22-29


Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar. 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos.
23Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.
25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.



MEDITAÇÃO


Esforcem-se, não pelo alimento que se perde, mas pelo pão que permanece até a vida eterna (Jo 6, 27)

É, Jesus tinha razão. Aquele povo estava atrás de coisas e não dele. Mesmo andando atrás dele, não o estavam buscando, mas buscando as coisas que ele poderia lhes dar.

No dia anterior, Jesus tinha alimentado uma grande multidão com pouquíssimos pães e peixes. Terminado o dia, aquele povo todo tinha ido embora. Mas, no dia seguinte, começou a chegar de novo atrás dele. Quando notaram que ele e os discípulos tinham ido para o outro lado do grande lago, eles pegaram barcos e foram atrás de Jesus. Quando o encontraram, Jesus disse logo: vocês vieram atrás de mim por causa do pão que vocês comeram ontem.

Essa palavra de Jesus, no evangelho de hoje, é muito atual. Aplica-se direitinho a nós e a muita gente. Quanta gente corre, hoje, atrás de coisas que Jesus pode dar! Que ele pode dar, pode. Que ele pode nos conceder graças, fazer milagres em nossa vida, claro que pode. Mas, que andemos atrás de Jesus unicamente movidos por esses interesses, é triste. O nosso interesse não pode estar unicamente nas coisas ou nas soluções materiais ou físicas para os nossos problemas. Continuamos, assim, a ser interesseiros e ingratos. Estamos interessados realmente em Jesus ou nas coisas que ele pode nos dar?

Jesus acolheu bem aquelas pessoas, mas as convidou para um nível mais alto de sua busca. ‘Vocês vieram atrás de mim por causa do pão que se acaba’. “Esforcem-se, não pelo alimento que se perde, mas pelo pão que permanece até a vida eterna”. Uma palavra atual, não acha? Não falta gente correndo atrás de milagres e curas. Agora, perguntemos se estão se comprometendo com o evangelho do Senhor. Nada. E olha que, infelizmente, não faltam pregadores apregoando milagres em nome de Jesus, mas sem convidar seus fiéis a seguirem Jesus, a praticarem os seus mandamentos.

Jesus ressuscitado se apresentou a dois discípulos que estavam voltando para Emaús. Eles demoraram a reconhecê-lo. No meio das dificuldades, ficamos meio cegos, meio míopes. Jesus está vivo e ressuscitado e vive entre nós, nos comunicando a vida nova. Essa é a boa notícia, o evangelho. A conversão é a primeira resposta que damos ao receber o anúncio do evangelho. E passamos a viver em comunhão com Jesus, escutando-o em sua Palavra, reconhecendo-o na Eucaristia, guardando os seus mandamentos. E assim nos tornamos suas testemunhas, seus missionários. Com nosso testemunho e com o nosso anúncio, ajudamos outros a viverem ressuscitados com Cristo.


Guardando a mensagem

Essa palavra de Jesus - 'Esforcem-se pelo alimento que permanece' - pode também nos fazer um alerta, neste início de semana. Nossa correria de todo dia é, em primeiro lugar, pela busca de nossa sobrevivência. É claro, que essa é uma luta importante, um esforço louvável para ganhar o pão de cada dia. Mas, se esse pão que passa, que não é definitivo, merece tanto empenho, tanto esforço de nossa parte, quanto mais empenho e esforço não merece a busca pelo bem verdadeiro que nos alimenta para a vida eterna. Esse pão é a Palavra de Deus, é a Eucaristia… esse pão é o próprio Jesus. Ele nos disse uma vez: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, não terá mais fome”.

Esforcem-se, não pelo alimento que se perde, mas pelo pão que permanece até a vida eterna (Jo 6, 27)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
igual àquele povo que estava te procurando por causa do pão material que comeu naquele encontro, por causa do milagre da multiplicação dos pães, nós também ficamos correndo atrás das coisas e daquilo que tu podes nos dar. Tua Palavra, hoje, nos ensina, que nosso maior esforço, nosso maior empenho, deve ser buscar-te como nosso Deus e Salvador; não estar interesseiramente atrás do que tu podes nos conceder na tua misericórdia, mas buscar a ti que és o verdadeiro pão dado para a vida do mundo, como disseste. Dá-nos a graça, Senhor, de buscar primeiro o Reino de Deus. Ilumina, Senhor, os nossos compromissos deste dia, com a luz de tua Palavra. Conforta-nos em nossas dores, ensina-nos a viver na fé. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Recomendo-lhe, hoje, um exercício de exame de consciência. É colocar-se diante de Deus e se perguntar, com honestidade: Nos meus muitos empenhos, correndo para ganhar o pão de cada dia, que tempo eu tenho reservado para a busca do pão que me sustenta para a vida eterna?

Comunicando

Neste início do mês mariano, deixo-lhe dois conselhos. O primeiro: faça um altarzinho na sua casa, neste mês, caso não o tenha ainda. Nele, ponha uma imagem de N. Senhora ou um quadro, flores naturais e vela. Basta acender a vela na hora das orações. O segundo conselho: neste mês, faça todo esforço para rezar o terço com sua família, ao menos, uma vez por semana. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AMAR, CUIDAR E DAR A VIDA




01 de maio de 2022

3º Domingo da Páscoa


EVANGELHO


Jo 21,1-19

Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus.
3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”.
Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.
6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.
12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe.
14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. 15Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?”
Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. 16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?”
Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas.
18Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. 19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.


MEDITAÇÃO


Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (Jo 21, 17)

Já era tempo de Pedro ter uma conversa muito séria com Jesus. Na semana santa, ficamos sabendo de sua fraqueza. Negou que conhecia o Mestre, que era seu discípulo, que andava com ele. Quando caiu em si, coitado, ficou profundamente abatido e triste por essa falta. É, Pedro, errou feio. Verdade. Agora, me diga se você também já não fez igualzinho a Pedro?! Fez ou não fez? Pedro é um espelho. Pedro, sou eu. Nele, você também pode se ver. Somos Pedro. De vez em quando, traímos o nosso Jesus, que tanta amor e confiança deposita em nós.

Qual é o grande chamado de nossa vida? Vamos entrar no clima do evangelho. O grande chamado de nossa vida é seguir Jesus, tê-lo como nosso caminho, verdade e vida. No evangelho, Jesus começa chamando discípulos: ‘Sigam-me’. Essa é a nossa grande vocação: sermos seguidores de Jesus, realizarmos nossa vida como seguimento do filho de Deus feito gente. Depois disso, vem nossa condição de consagrados ou de casados ou de profissionais ou de cidadãos. São expressões concretas de nossa primeira vocação: sermos seguidores de Jesus.

No evangelho desse Terceiro Domingo da Páscoa, temos o caminho de reintegração de Pedro em sua vocação de seguidor de Jesus. E o que tocar a Pedro diz respeito também a você, a nós. O caminho de Pedro é o nosso também. E no caminho de Pedro tem três passos: amar a Jesus, cuidar de suas ovelhas e entregar sua vida, como ele.

Jesus perguntou a Pedro se ele o amava. E até se o amava mais do que os outros. Perguntou por três vezes. Pedro entendeu o porquê e até ficou meio sofrido. A ferida que o pecado cria se cura com o amor. AMAR A JESUS é o primeiro passo do discípulo. O amor a Jesus é que explica o seu esforço em seguir seus mandamentos, o zelo em viver bem seus momentos de oração, o seu compromisso com o bem dos irmãos. Como disse Paulo na carta aos Coríntios: “Sem o amor, de nada serve falar a língua dos anjos e dos homens ou entregar seu corpo às chamas”. ‘Simão, tu me amas?”. “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”.

O discípulo, a discípula ama Jesus. Ama sua Igreja que é seu corpo místico. Ama seus irmãos, membros do seu único corpo. Só o discípulo que ama Jesus pode cuidar da casa dele, de seus cordeiros, de suas ovelhas. CUIDAR DO REBANHO é a missão que o Senhor entrega aos que o amam. “Apascenta as minhas ovelhas”. E onde estão os cordeiros e as ovelhas do bom pastor? Para começar, na sua casa: são seus filhos, seus entes queridos, seus vizinhos; no seu ambiente de trabalho, de moradia, de lazer; e até nas ruas, nos sítios, nas prisões. Precisamos cuidar dos irmãos, zelar pelo seu bem, promover os seus direitos, defendê-los da injustiça. Somos pastores na sala de aula, nas rodas de conversa, na boa política, nos meios de comunicação, nos grupos da Igreja. Nosso amor a Jesus nos leva a cuidar do seu rebanho, como bons pastores.

Os discípulos amam Jesus e cuidam do seu rebanho. E o fazem como ele. DÃO A SUA VIDA, como ele. Como foi que ele cuidou do rebanho? Ele mesmo respondeu: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos, pelos que ele ama”. E Jesus deu a vida não somente na cruz. Deu a vida o tempo todo: visitando, ensinando, pregando, curando, confortando, libertando. Deu-se como pão da vida. Entregou-se como luz do mundo. Na cruz, ofereceu sua vida em nosso favor. Sobre Pedro, Jesus profetizou que, quando fosse velho, o levariam para onde ele não queria ir. Numa certa altura da vida, Pedro foi levado para a morte. O martírio de Pedro foi o coroamento de sua entrega permanente em favor do rebanho, por amor a Jesus. Nós cuidamos do seu rebanho, nos dedicando, sacrificando-nos em favor dos filhos, dos netos, da comunidade. Servimos numa atitude oblativa permanente.


Guardando a mensagem

Seguir Jesus é a vocação de todos nós. Pedro é o discípulo de Jesus que fraquejou em seu seguimento. Depois da ressurreição, Jesus teve uma conversa muito séria com ele. Nessa conversa, ficou bem claro o caminho de realização de sua vocação de discípulo: amar, cuidar e dar a vida. Jesus, por amor, vem em socorro de nossa fraqueza, com o seu perdão. O amor a Jesus cura as ferida de nossas faltas e nos leva a assumir a sua missão: apascentar o rebanho. Cuidar do rebanho deve ser o foco de toda nossa atividade na sociedade e na Igreja. Em tudo, buscamos o bem comum, a qualidade de vida, a felicidade e a salvação de todos. E o modo como fazemos isso também está marcado pelo nosso amor a Jesus: imitamos o seu modo de agir e de comprometer-se, sacrificando-nos pelos outros. Amar, cuidar do rebanho e dar a vida foi o caminho de Jesus. Amar Jesus, cuidar do seu rebanho e sacrificar-se pelos outros foi o caminho de Pedro. Há de ser o nosso caminho também.

Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (Jo 21, 17)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
muita coisa em nós e ao nosso redor nos estimula a negar a nossa fé, a não te levar em conta nas escolhas que fazemos. Hoje, perguntas a cada de um de nós se te amamos. É o amor que supera nossas negações e o nosso pecado. Sim, Senhor, nós te amamos. Assim, ouvimos claramente a missão que nos confias: cuidar de tuas ovelhas. Ajuda-nos, Senhor, a vencer a grande tentação de nos centrarmos apenas em nós mesmos, abandonando o rebanho, permitindo que vença o individualismo e a desagregação em nossas famílias, em nossos grupos, em nossa sociedade. Acolhemos igualmente a tua indicação de realizamos a missão como tu a realizaste: sacrificando-nos pelos outros. Fácil, não é. Mas, entendemos, esse é o caminho da plenitude, o teu caminho, o caminho de Pedro, o nosso caminho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Leia, hoje, em sua Bíblia o evangelho deste domingo (Jo 21, 1-19) e compartilhe esta Meditação com os seus contatos. Evangelize conosco. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

JESUS É QUEM GARANTE A MISSÃO




30 de abril de 2022

Sábado da Segunda Semana da Páscoa



EVANGELHO



Jo 6,16-21


16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.
18Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo.
20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.



MEDITAÇÃO



Soprava um vento forte e o mar estava agitado (Jo 6,18).


O que aconteceu foi o seguinte. Os discípulos, de tardezinha, pegaram a barca pra voltar para Cafarnaum, que ficava do outro lado do mar. O mar deles, na verdade, era o grande lago da Galileia. Jesus tinha ficado no monte. Tinha se esquivado do povo que o queria proclamar rei, depois da multiplicação dos pães. A travessia estava muito difícil. Escureceu, o vento contrário foi ficando forte e o mar ficou agitado. Já estavam na metade da viagem quando viram aquele vulto andando sobre as águas, vindo na direção deles. Foi um medo só. Jesus de lá gritou: “Sou eu. Tenham medo não”. Puxa, que susto. Eles ficaram esperando que Jesus subisse na barca, mas nem deu tempo. A barca de repente chegou ao destino.

O que essa história está ensinando? Só contando um fato curioso? Certamente que não. O próprio texto (Jo 6, 16-21) já nos dá uma pista de compreensão. A palavra “mar” (ou águas), por exemplo, está repetida quatro vezes. ‘Mar’ é sempre uma representação do mundo a que os discípulos estão enviados como missionários. O ‘mar’ é o mundo onde se realiza a missão. A palavra “barca” está repetida quatro vezes. Não pode ser por acaso. ‘Barca’, você sabe bem, é uma representação da comunidade, da Igreja. A barca de Pedro é a Igreja, a comunidade dos discípulos. 

O que é que está acontecendo? Eles estão tentando atravessar o mar e estão encontrando muita dificuldade. O que significa a barca dos discípulos atravessando o mar? É a Igreja realizando a sua missão no mundo, no meio de muitas dificuldades. Note as palavras que aparecem: já estava escuro, os ventos eram contrários, o mar ficou agitado. Muitas coisas continuam atrapalhando a missão da igreja hoje: um mundo que se afasta de Deus, batizados que não vivem na fé da Igreja, pessoas que fomentam divisão...Verdade, o  mar continua revolto. E os ventos, contrários. Noite escura nessa travessia. Olha, como esse texto é atual!

Voltemos ao mar da Galileia. O que aconteceu no meio daquela apreensão toda dos discípulos, coitados, no meio daquela tempestade? Eles viram um vulto andando sobre as águas e vindo na direção deles. Ficaram de cabelo em pé. Mas, reconheceram quem era, quando ele se apresentou. Lembra o que foi que Jesus disse? Vou recordar: “Sou eu. Tenham medo não”. E quem é ele? Claro, é Jesus. Mas, ele disse SOU EU. Disse como Deus, o Pai, tinha dito no Monte Sinai a Moisés. EU SOU. Diga ao Faraó que EU SOU mandou dizer que liberte o meu povo. EU SOU é Deus. 

Podemos pensar assim: no meio daquele vendaval, daquela tormenta, os discípulos fizeram uma experiência maravilhosa: Jesus é Deus. Ele é EU SOU. Você lembra que muitas vezes ele foi se revelando: Eu sou o pão vivo descido do céu. Eu sou o Bom Pastor. Eu sou a Luz do Mundo. Ele é Deus. É Deus quem domina o mar, é Deus quem acalma a tempestade. Por falar em tempestade, cadê a tempestade? Mal os discípulos se prepararam para Jesus entrar na barca, tinham chegado.


Guardando a mensagem

O mar é o mundo, onde os discípulos levam adiante a missão que Jesus lhes confiou. A barca é a comunidade dos discípulos, a Igreja. De vez em quando, a comunidade se encontra cercada de problemas e dificuldades, no meio de uma verdadeira tempestade. Em momentos como esse, faz uma profunda experiência de Deus. Jesus mesmo vem ao seu encontro. Jesus é o Deus vencedor do pecado, do mal e da morte. É ele quem garante o êxito da missão, ele domina a tempestade.

Soprava um vento forte e o mar estava agitado (Jo 6,18).

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
Minha família também é como uma barca, navegando no mar. De vez em quando, dá cada tempestade! Pensando bem, nunca nos deixaste sozinhos no meio das tormentas. Nós é que somos distraídos. Tu vens ao nosso encontro, mesmo quando partimos sem ti. É quando experimentamos, com emoção, a força de tua proteção, a grandeza do teu amor. Tua presença acalma a tempestade. Muito obrigado, Senhor. Tu és o nosso Deus e Salvador. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

É possível que, hoje, se apresente uma oportunidade para você dizer uma palavra de fé que ajude a acalmar uma tempestade. Se aparecer essa oportunidade, dê seu testemunho sobre Jesus: testemunhe que é ele quem acalma o mar.

Pe João Carlos Ribeiro, SDB

O POUCO COM DEUS É MUITO



29 de abril de 2022

Sexta-feira da Segunda Semana da Páscoa

EVANGELHO


Jo 6,1-15

Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.


MEDITAÇÃO


Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes (Jo 6, 9)

A multidão está faminta. Jesus quer alimentá-la. Mesmo se tivessem duzentas moedas de prata, daria só um pedaço de pão pra cada um, avaliou um dos discípulos. Mas aparece um menino com uma ajuda: cinco pães de cevada e dois peixes. Era, com certeza, a refeição de sua família naquela jornada fora de casa. Era pouco. Mas, o pouco com Deus é muito. Esse pouco é a matéria com a qual Jesus vai alimentar aquelas cinco mil pessoas. Todos se sentam. Jesus pega os cinco pães de cevada, reza a oração de ação de graças e os distribui com todos. O mesmo, ele faz com os peixes. Deu pra todo mundo. Ainda manda recolher as sobras, para que nada se perca.

A multidão continua faminta. Fome de pão, de orientação; fome de educação, de saúde, de segurança; fome de justiça. Tantas situações estão esperando solução em sua casa, no seu trabalho, em sua comunidade. E você fica esperando soluções milionárias. “Se eu tivesse uma boa situação, eu ajudaria. Se Deus quiser, vou ganhar na loteria... aí contem comigo.. Ah, só se aparecer uma ajuda do exterior...”. Essa mentalidade leva ao desprezo da colaboração do pequeno. Assim, se age como aquele discípulo que achava que só dava pra se mexer se tivesse 200 moedas de prata para então, quem sabe, dar um pedacinho de pão a cada um. O ensinamento de Jesus, particularmente no evangelho de hoje, é a valorização da contribuição dos pequenos na solução dos problemas.

Tantas situações estão esperando solução em sua casa, no seu trabalho, em sua comunidade. E você fica esperando soluções messiânicas. “Vamos eleger um governante de respeito, ele vai resolver a situação. Tá chegando um cara aí formado nos Estados Unidos... se ele não resolver, ninguém mais resolve. Ah, tudo depende do padre, se o padre for bom, a construção termina rapidinho”. Em vez de se assumir a solução do problema, com as forças que se tem, fica-se esperando um salvador da pátria. Assim, você continua de braços cruzados, passando para outro a solução dos problemas. Nós temos nossa parcela de responsabilidade na solução dos problemas.

Tantas situações estão esperando solução em sua casa, no seu trabalho, em sua comunidade. E você não dá um passo, porque se resignou que aquilo não tem mais jeito. “Ah, isso sempre foi assim, não muda. Pode-se fazer o que quiser, mas nada se consegue. O mal é muito grande, a corrupção é muito antiga, o pequeno nasceu pra padecer.” Tem muita gente imobilizada por essa mentalidade determinista, que no fundo é acomodada e reacionária. Isso denota falta de confiança na sua própria força, na força dos outros e, também, na força de Deus. Na fé, fazemos as contas também com Deus, com sua graça, com sua providência. Ele abriu o Mar Vermelho para o povo que marchou em fuga no deserto. Ele alimentou o povo peregrino no deserto com o maná. Fazemos as contas, especialmente, com Deus.

Tantas situações estão esperando solução em sua casa, no seu trabalho, em sua comunidade. E você não se mexe porque considera que aquilo é problema dos outros, não é problema seu, não é de sua responsabilidade. Na narração da multiplicação de pães do Evangelho de Marcos, os discípulos sugeriram que Jesus despedisse a multidão, mandasse o povo se arrumar por sua conta. Jesus foi forte: “Vocês mesmos dêem de comer a essa gente”, isto é, vocês são responsáveis para encontrar uma solução para a fome do povo. Somos responsáveis uns pelos outros.

A refeição da multidão foi também uma preparação para o sacramento da 
Ceia Eucarística. Sem uma mentalidade de compromisso com o bem comum, de solidariedade, de partilha, não se compreende a Eucaristia.

Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes (Jo 6, 9)




Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
vemos nessa cena da multiplicação dos pães no deserto, uma preparação para a Ceia Eucarística que celebraste com teus discípulos, antes de tua paixão e que celebras conosco todos os dias, especialmente no domingo, o dia de tua páscoa. Tu és o pão da vida. Tu a ti mesmo te deste como alimento, verdadeiro maná que alimenta para a vida eterna. Concede-nos, Senhor, que aprendamos contigo a compaixão e a partilha como disposições necessárias para celebrar contigo o sacramento da Eucaristia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Estando em casa e em família, não se esqueça de, antes da refeição, rezar, bendizer a Deus pelo alimento e prometer, no seu coração, ser sempre mais solidário com quem não tem uma refeição decente.

Comunicando

Para você fazer contato conosco, temos um whatsapp automatizado, um bot. É só você mandar mensagem para 81 3224-9284.

Pe .João Carlos Ribeiro, sdb

TOMAR UMA DECISÃO: CRER NO FILHO




28 de abril de 2022

Quinta-feira da Segunda Semana da Páscoa


EVANGELHO


Jo 3,31-36

31“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida.
35O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”.


MEDITAÇÃO


Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna (Jo 3, 36).

A religião cristã anuncia Jesus Cristo, filho de Deus, que assumindo nossa humanidade, por sua morte e ressurreição, nos trouxe a paz, a reconciliação com Deus e com os irmãos, pelo perdão dos nossos pecados. Mas, você é livre de aceitar ou não o dom da salvação. Deus nos criou livres, capazes de escolha. Há quem escolha permanecer no pecado. E até opor resistência e perseguir quem espalha essa boa notícia.

De fato, a pregação do evangelho sempre encontrou muita resistência. É por isso que existem os mártires, os que sendo perseguidos, ficaram fiéis à sua fé até o fim. Aliás, o próprio Cristo foi incompreendido, perseguido e morto. O anúncio da ressurreição de Jesus foi motivo de grande alegria para os seus discípulos e seguidores que se viram frustrados, acusados e humilhados por seu julgamento e por sua execução pública. Por outro lado, esse mesmo anúncio da ressurreição foi uma acusação fortíssima à má conduta das lideranças do povo de Deus e de todos os que se deixaram manipular por elas ou se opuseram a Jesus.

Em Jerusalém, depois da ressurreição, os apóstolos foram presos e proibidos de ensinar em nome de Jesus. Foram julgados no Sinédrio, como Jesus. Claro, os chefes compreenderam que o anúncio da ressurreição era uma acusação contra eles. Disseram aos apóstolos detidos: “além de desobedecerem às nossas ordens de não pregar em nome desse homem, vocês querem nos tornar responsáveis pela morte dele”. O testemunho dos apóstolos foi forte também naquela ocasião: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem os senhores mataram, pregando-o numa cruz”.

O fato é que frente à pregação do evangelho, não se pode ficar neutro. A pregação pede uma decisão: a conversão ou a rejeição; crer em Jesus ou rejeitá-lo. No texto do evangelho de hoje, Jesus reclama de quem não acolhe o seu testemunho. Ele vem do alto, vem do céu, ele é o enviado de Deus. Deus lhe deu a plenitude do Espírito Santo. E ele dá testemunho do que viu e ouviu. Quem aceita o seu testemunho, quem acredita no Filho possui a vida eterna. Toma posse, então, do perdão dos seus pecados e entra na dinâmica da graça e da comunhão com Deus. Mas, há quem o rejeite. Como explicou Jesus, aquele que o rejeita não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele, isto é ele permanece na condenação que já tinha com o pecado.


Guardando a mensagem

O mundo já está na divisão, por causa do pecado. O que divide não é Jesus ou o seu evangelho. O pecado é que afasta o homem de Deus e nos põe uns contra os outros, porque fomenta a desunião, a inveja, a desigualdade, a injustiça. O testemunho sobre Jesus crucificado por nossos pecados e ressuscitado para nossa salvação é uma notícia maravilhosa para o pecador (que aceita a conversão, que põe sua fé em Cristo). Mas, também pode ser ocasião de rejeição para quem não quer sair do seu pecado e, assim, dispensa a extraordinária graça da reconciliação e da eterna felicidade que ele alcançou para nós.

Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna (Jo 3, 36).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a evangelização nos põe diante de uma decisão. Não é uma ilustração para o nosso simples deleite. Põe-nos diante de uma decisão com repercussões no nosso futuro. A evangelização nos apresenta a tua pessoa. Tu és o enviado de Deus e, ao mesmo tempo, a sua mensagem dirigida a nós. Dá-nos a graça, Senhor, de sermos prontos e generosos na acolhida da Palavra que nos liberta, da verdade de Deus que nos comunicas. E que, como teus discípulos, encontremos a vida plena e verdadeira, realização das promessas do Pai e participação na tua herança de Filho unigênito. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Peça a Deus, hoje, a graça da conversão. Conversão é um processo de renovação de nossa vida em Cristo. É obra nossa e do Santo Espírito, se nós o permitirmos. 

Comunicando

Às 11 da manhã de hoje, como todas as quintas-feiras, temos a Santa Missa pelo rádio e pelas redes sociais. Todas as quintas, nos unimos em oração: associados da AMA e ouvintes do Rádio e da Meditação. Participe conosco.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

POR AMOR, DEUS DEU O SEU FILHO



27 de abril de 2022

Quarta-feira da Segunda Semana da Páscoa


EVANGELHO


Jo 3,16-21

16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.


MEDITAÇÃO


Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito (Jo 3, 16).

O apóstolo João falou de Deus, em sua primeira carta, de uma maneira maravilhosa: Deus é amor (1Jo 4,7.8). Isso explica a ação de Deus. Na ação, a pessoa se revela. A criação foi um grande ato de amor de Deus. Mas, Deus fez mais ainda. Deus amou o mundo de tal forma que deu o seu filho unigênito para sua salvação. Um amor grande demais...

Deus amou tanto o mundo.... que ‘mundo’? No evangelho de São João, este que estamos lendo, a palavra ‘mundo’ tem um significado muito particular. Mundo é usado no sentido teológico, como cenário do processo de salvação. Mas, não é só o cenário, é também um protagonista do drama. O mundo é a humanidade decaída, afastada de Deus e hostil a Jesus. Pense no sentido dessa palavra: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Mundo é a humanidade decaída.

Sendo assim, fica claro, o mundo não gosta de Deus. O mundo se opõe a Deus, está possuído pelo pecado. Mas, Deus ama o mundo, isto é, a humanidade decaída, aquela humanidade representada na desobediência de Adão. E Deus quer salvar o mundo, a humanidade pecadora, que dele se afastou. É porque ama, que Deus dá seu filho unigênito para quem nele crer encontre a vida eterna.

“Dar o filho”, poderíamos entender, é mais do que “enviar”. Dar o filho nos lembra a cruz. Foi na cruz que Deus deu seu filho, que morreu em expiação do pecado do mundo. O Pai ama o filho, claro. É o seu filho unigênito, isto é, o único. “Este é o meu filho amado”. Foi assim que Deus apresentou Jesus, no batismo do Jordão. E é este filho amado, o unigênito, que Deus dá para a salvação do mundo. E o dá para que o mundo encontre nele a vida eterna. Não é para o seu julgamento, para sua condenação, mas para sua salvação.




Guardando a mensagem

O amor é que move Deus a dar o seu unigênito ou a enviá-lo, o amor pelo mundo, pela humanidade decaída e o amor pelo filho. A própria criação foi feita à imagem do filho. “Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada se fez”, escreveu São João no prólogo do seu Evangelho. O amor pelo filho, que transbordou na criação, agora se excede na redenção. A esse amor tão grande de Deus, que enviou o seu filho, qual será a nossa reação, a resposta da humanidade pecadora? A melhor resposta é crer, acolher o filho amado. Crer é acolher Jesus e o seu serviço libertador. Crer nos liberta da condenação do pecado. Não crer, pelo contrário, é permanecer na condenação.

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito (Jo 3, 16).

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
por que vieste a nós? A resposta está no evangelho de hoje: vieste a nós, enviado pelo Pai, por causa do amor que o Pai tem por nós, humanidade pecadora. O nosso pecado nos condenou a viver longe de Deus, nos desviou de nossa vocação de filhos de Deus. E vieste nos resgatar para a amizade, a comunhão com Deus. Por que aceitaste vir a nós? A resposta está no amor que tens pelo Pai. Fazer a vontade dele é o teu maior empenho. A resposta está no amor que tens por nós, humanidade pecadora. Disseste isto: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”. A tua Palavra também nos diz como devemos te acolher. Com amor, claro. Com a acolhida do teu serviço redentor na cruz, com a fé pela qual reconhecemos tua divindade em nossa humanidade, com o seguimento fiel de teus ensinamentos e do teu caminho humano de filho amado do Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Transcreva, em seu caderno espiritual, as palavras de Jesus em João 3, 16-18. Em seguida, faça delas sua oração.

Comunicando

No sábado, 07 de maio, em São Paulo, vou celebrar a Missa de Páscoa com associados da AMA e ouvintes da Meditação e do nosso programa na Rádio 9 de julho. A Missa será na Catedral da Sé, ao meio dia. Tínhamos previsto uma outra data antes, mas precisei fazer um ajuste na agenda e a data confirmada é esta: 07 de maio. Para mais informações, faça contato pelo nosso fone/whatsapp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AVISA AÍ A NICODEMOS: PÁSCOA É TEMPO DE RENOVAÇÃO!




26 de abril de 2022

Terça-feira da Segunda Semana da Páscoa

EVANGELHO


Jo 3,1-8

1Havia um chefe judaico, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos, 2que foi ter com Jesus, de noite, e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele”.
3Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”. 4Nicodemos disse: “Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?”
5Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. 6Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito. 7Não te admires por eu haver dito: Vós deveis nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.



MEDITAÇÃO


Você deve nascer de novo (Jo 3, 7)

Você se lembra de Nicodemos! Foi aquele fariseu, mestre da lei, membro do Sinédrio de Jerusalém, que foi falar com Jesus, de maneira sigilosa, à noite. Ele tinha uma simpatia por Jesus. Mas, como membro do Sinédrio, o grande conselho da capital, tinha medo da reação dos seus colegas e com certeza medo de perder sua posição. Quando Jesus foi preso, ele protestou contra a decisão já tomada, sem ao menos o acusado ter sido ouvido. Quando Jesus morreu na cruz, ele ajudou José de Arimateia a cuidar do seu enterro. Nicodemos é o tipo da pessoa importante, que por causa das conveniências do poder, tem dificuldade em assumir publicamente sua adesão a Jesus e ao seu Evangelho.

As lideranças também precisam ser evangelizadas, claro. É o que Jesus fez com Nicodemos. Jesus lhe disse que ele precisava nascer de novo. Ele era um mestre da lei, com assento no grande conselho de Jerusalém. Isso não lhe fazia cidadão do Reino. Só renunciando a si mesmo, se pode seguir Jesus. Só se fazendo pequeno é que se entra no Reino de Deus. Ele precisava nascer de novo. Passar por uma conversão. Renovar-se pelo batismo. Nascer de Deus.

Jesus disse a Nicodemos que ele tinha que nascer de novo. Essa expressão pode ser traduzida também por nascer do alto. Nicodemos quis tomar a palavra de Jesus ao pé da letra, dizendo que não cabia mais no ventre de sua mãe. Não se trata disso. Alguém pode pensar em reencarnação, também não se trata disso. Trata-se de ser renovado pela graça da redenção alcançada na cruz e celebrada no batismo. O batismo é o novo nascimento. Nele, nascemos de Deus, sendo lavados dos nossos pecados pela ação santificadora do Espírito Santo. Jesus explicou a Nicodemos: “Quem nasce da carne é carne. Quem nasce do Espírito é espírito”. Nascer na carne é a nossa vida biológica, nossa condição natural. Nascer do Espírito é ser renovado pela graça de Deus. O novo nascimento é o batismo. Foi o que Jesus explicou a Nicodemos: “Quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus”.

Como Nicodemos era profundo conhecedor das Escrituras, Jesus lembrou-lhe o episódio da serpente de bronze, no deserto. Ele, como mestre da Lei, poderia perceber facilmente que Jesus foi enviado pelo Pai para salvar o seu povo. No tempo passado, o povo estava atravessando o deserto, depois da saída da escravidão do Egito. O povo começou a se cansar e se revoltar contra Deus, reclamando do calor do deserto, da comida repetida que era o maná, do cansaço da caminhada. Deu uma peste de serpentes venenosas. Começou a morrer muita gente por causa de sua má vontade, do clima de murmuração e de revolta contra Deus. A haste com uma serpente de bronze foi um sinal. Deus mandou Moisés fazer essa representação. Quem fosse picado pelas serpentes, olhando para aquele sinal seria salvo da morte.

Esse símbolo, no Antigo Testamento, preparou o sinal de Jesus na cruz. A verdadeira salvação, a verdadeira cura, a libertação do pecado é Jesus em sua cruz. Fomos salvos por sua vida oferecida naquela haste da cruz. Como o povo antigo no deserto olhando para a haste com a serpente de bronze se curava, assim também nós pecadores temos um sinal de salvação, a cruz de Cristo, isto é a morte redentora de Jesus. Crendo em Jesus que morreu e ressuscitou por nós, encontramos a vida eterna.


Guardando a mensagem

Nicodemos é o representante das pessoas importantes, chamadas também à conversão. Ele, que tinha tanto conhecimento das Escrituras, poderia facilmente entender o que Jesus estava explicando. Deus o mandou para salvar o mundo. O povo está, como aquela gente do tempo do deserto, morrendo por causa dos seus pecados. E como no deserto, agora Deus também está nos dando um sinal de salvação. Crendo em Jesus crucificado e ressuscitado, o pecador encontra a salvação.

Você deve nascer de novo (Jo 3, 7)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
vemos em Nicodemos, que para acolher o Reino de Deus, é preciso se desapegar de sua grandeza, de seu poder, de seus grandes conhecimentos. O filho de Deus nasce do alto, do Espírito Santo. A cruz, que é a grande humilhação que te impusemos, Jesus, longe de ser um sinal do teu fracasso, é o sinal de tua vitória e da salvação para todos os que aceitam o teu caminho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

A cruz nos lembra o sacrifício redentor de Cristo, pelo qual fomos salvos. Você sabe fazer o sinal da cruz? Se não sabe, peça a ajuda de alguém com mais experiência. Faça, hoje, mais de uma vez, o sinal da cruz.

Pelo sinal + da santa cruz + livrai-nos Deus + nosso Senhor + dos nossos + inimigos + Em nome do Pai + e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Comunicando

Como todas as noites de terça-feira, hoje é dia do Programa Encontros no meu Canal do Youtube. Pe. Sérgio Lúcio, de Porto Velho, RO, é o convidado de hoje. Espero você, no Youtube, às 20 horas.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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