PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Jo 14
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Acolher a paz de Jesus é vencer a agressividade presente em nossa cultura.


09 de maio de 2023

  Terça-feira da 5ª Semana da Páscoa. 


                             Evangelho                                  

Jo 14,27-31a

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.



                            Meditação                              

Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou. Mas não a dou como o mundo (Jo 14, 27)

Jesus nos dá a sua paz. O mundo também oferece a paz. Mas, Jesus nos dá a paz de maneira diferente, não como o mundo o faz. Que paz Jesus nos traz? Que paz o mundo nos dá?

As pessoas do antigo povo de Deus se saudavam ou se despediam com um Shalom. Shalom! É o desejo de saúde, harmonia, paz interior, calma, tranquilidade, bênção de Deus. Foi certamente essa saudação que fez Maria ao chegar à casa de Izabel. Essa saudação – Shalom – encheu o coração de Izabel de alegria e sua criança vibrou de satisfação no seu seio. Um shalom que manifesta a presença e o amor de Deus!

No tempo de Jesus, os romanos tinham dominado meio mundo e governavam os povos vencidos com uma dura legislação e com suas legiões de soldados. Também o Mar Mediterrâneo estava sob o controle dos romanos. Assim, se podia viajar por todo o mundo conhecido, sem fronteiras. Em todo o Império, reinava a paz, a pax romana. A pax romana era o resultado da total submissão dos povos e a cruel repressão a qualquer manifestação contra a ordem estabelecida. A paz do mundo é então a paz dos vencidos, dos dominados pelo mais forte. Como os romanos alcançaram a paz? Pelas guerras, pela invasão, pela repressão.

A paz de Jesus é de outra natureza. A sua obra foi a reconciliação. Estamos em paz com Deus e em paz entre nós. Ele fez as pazes entre nós e Deus, nos alcançando o perdão divino. Ele estabeleceu a paz entre o céu e a terra. No seu nascimento, cantaram os anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”. E como Jesus nos deu a paz? Dando a sua vida por nós, morrendo em nosso lugar, oferecendo-se a si mesmo em sacrifício de expiação por nossos pecados.

Quando Jesus realizou a sua obra, apresentou-se à comunidade dos discípulos com a saudação “A paz esteja com vocês”, um shalom especial. Realmente, ele nos deu a paz, nos reconciliando com o Pai, em sua cruz.

Na Missa, antes da comunhão, somos convidados a nos comunicar mutuamente a paz. E dizemos: “A paz de Cristo!”. É uma forma de realçar que estamos em comunhão uns com os outros, estamos na paz que Cristo nos alcançou. E é assim, reconciliados com o Pai e entre nós, que nos aproximamos da mesa santa da comunhão.


Guardando a mensagem

A pax romana foi alcançada com guerras e o esmagamento do inimigo. A paz de Jesus foi alcançada com a doação de sua vida em favor dos pecadores. Por sua cruz, fomos reconciliados com Deus. Agora, estamos em paz com Deus e com os irmãos. Na Missa, nos preparamos para a comunhão eucarística com Cristo, nossa paz, nos comunicando mutuamente a sua paz: é o nosso compromisso de viver reconciliados e de cultivar a paz em nossos relacionamentos.

Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou. Mas não a dou como o mundo (Jo 14, 27)

Rezando a palavra

Rezemos com as palavras da Oração pela Paz da Santa Missa:

Senhor Jesus Cristo,
dissestes aos vossos apóstolos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”, Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós que, sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Amém.


Vivendo a palavra

Acolher a paz de Jesus é vencer a agressividade presente em nossa cultura. A paz é o dom pelo qual nos reconhecemos reconciliados com Deus e com os irmãos. Hoje, cultive atitudes cordiais, mesmo que você não receba o mesmo tratamento. Diga: bom dia, boa tarde, boa noite, com licença, por favor, me desculpe. Difunda a paz de Jesus ao seu redor.

Comunicando

Junto com o texto da Meditação, estou lhe deixando minha agenda dos próximos dias em São Paulo, especialmente os encontros com os ouvintes na capital e na baixada santista.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



Se alguém me ama, guardará minha palavra.




08 de maio de 2023

  Segunda-feira da 5ª Semana da Páscoa  



                                 Evangelho                             


Jo 14,21-26

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.


                                 Meditação                            


Se alguém me ama, guardará minha palavra (Jo 14, 23)

Jesus está falando com os seus discípulos, gente que o ama, que o segue. Imaginemos você participando dessa reunião e Jesus dizendo isso: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”.

Você, com a liberdade de um discípulo, um amigo, uma amiga de Jesus, poderia perguntar-lhe diretamente que “palavra” é essa pra gente guardar. Vai, pergunta... Coragem, vai... “Oh Jesus, desculpe, que palavra é essa pra gente guardar?” Escute bem a resposta. “A minha palavra pra você guardar é o que eu disse a vocês e ao povo, o que eu fiz entre vocês, a minha vida. A palavra é a minha vida, vivida entre vocês”. Puxa, que resposta! Pensa bem: como é que a vida dele é a palavra? Pergunte mais não. Eu mesmo lhe explico: Toda a vida de Jesus é uma grande palavra que Deus falou na história da humanidade. Ficou complicado? Vou dizer de outra forma: a vida de Jesus na terra, sua vida humana, é uma grande comunicação, uma boa notícia, um evangelho. Ih, parece que você não entendeu... Então, é melhor você perguntar a Jesus.

Vai, pergunta... pergunta... “Jesus, aqui, você diz assim 'Se alguém me ama, guardará a minha palavra'. Amá-lo, eu amo, mas eu queria saber qual é mesmo a palavra que você quer que a gente guarde". Escute bem a resposta dele. “O Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele ensinará tudo a vocês e lhes recordará tudo o que eu tenho dito a vocês”. Puxa vida, respira fundo, que resposta ... Olha só, o Espírito Santo ajuda a gente a entender o significado e o alcance do que Jesus disse e fez, de sua vida humana e muito mais. A vida de Jesus é o seu evangelho. Aliás, o evangelho de Marcos começa assim: “Início do Evangelho de Jesus Cristo, filho de Deus”. Então, o evangelho é a vida de Jesus, com tudo o que ele fez e disse.

Tudo claro? “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. E “guardar”, o que é? Responda você. Não vale dizer que ‘guardar’ aqui é conservar. Claro,...’guardar’ é praticar. Praticar. E praticar a Palavra de Deus é, segundo o mesmo Jesus, o mais importante. Não é apenas dizer “Senhor, Senhor”, mas fazer a vontade do Senhor. A palavra é, afinal, a vontade de Deus, que está manifestada na história da vida de Jesus, na história do povo eleito, na história da salvação que a Bíblia conta. Guardar é tomar a vida de Jesus como referência para a própria vida, é acolher a boa notícia do amor de Deus que se manifesta nela.


Guardando a mensagem

Nos evangelhos, está a história de Jesus, o testemunho de como sua vida impactou a primeira geração de cristãos, guiada pelo Espírito Santo. Neste testemunho, revela-se o rosto misericordioso do Pai, revelado por Jesus. Foi o que ele disse “E a palavra que vocês escutam não é minha, mas do Pai que me enviou”. A história de Jesus, sua vida, o que ele disse e o que fez, esse é o evangelho que precisamos conhecer e tomar como inspiração para a nossa vida. É a palavra que precisamos guardar. Você que ama Jesus, tome hoje um propósito: meditar diariamente os Evangelhos. Aliás, já é o que fazemos juntos aqui na Meditação. Então, estamos no bom caminho.

Se alguém me ama, guardará minha palavra (Jo 14, 23)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu nos tranquilizas, quando nos dizes que o Espírito Santo enviado, pelo Pai em teu nome, ele nos ensinará tudo que precisamos para entender e realizar a tua palavra. Todos os dias, procuramos meditar a tua palavra, palavra que é toda a tua vida, tuas atitudes e teus ensinamentos. Aos poucos, vamos assimilando tua maneira de ver o mundo, com o olhar do Pai. São Paulo mesmo nos recomendou que tivéssemos os mesmos sentimentos teus. Nós te amamos e queremos guardar a tua palavra. Guardar a tua palavra é uma questão de amor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Renove hoje o seu compromisso de ler diariamente a Palavra de Deus e meditá-la. Uma dica: diariamente, como você sabe, comentamos aqui o evangelho do dia. Seria muito importante você ler esse evangelho. Para você que recebe a Meditação pelo celular, veja que, além do áudio, sempre envio o texto do Evangelho e da Meditação. É só clicar no link que chega aí pra você. 

Comunicando

Hoje, tem Encontro dos Ouvintes, no Recife. A Santa Missa começa às 11 horas, na Igreja de Santo Antonio, na Pracinha do Diário.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Só em Deus, encontramos realização dos nossos desejos mais profundos.



07 de maio de 2023

  5º Domingo da Páscoa. 



                            Evangelho                                  


Jo 14,1-12

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1"Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E, para onde eu vou, vós conheceis o caminho”.
5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”.
8Disse Felipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Felipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai, que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai”.



                            Meditação                                    


Não se perturbe o seu coração (Jo 14, 1)

Este é o quinto domingo da páscoa. Abrimos hoje o evangelho de São João, no capítulo 14. Na última Ceia, Jesus procurou tranquilizar os discípulos. Os acontecimentos que viriam (sua paixão e morte) seriam muito preocupantes e eles, com certeza, se sentiriam perdidos, atordoados. "Calma! Não se perturbe o seu coração. 
Tenham fé."

Mesmo fora do clima de sofrimento, de crise,
nós, seres humanos vivemos inquietos, nos sentimos incompletos e carentes. Sonhamos com a liberdade, o amor, a paz. Estamos sempre buscando, não nos saciamos.

Santo Agostinho descreveu esse drama humano na sua própria vida, no seu livro Confissões. O coração só sossega quando encontra Deus. Deus não é um cala-boca para nossas inquietudes. Ele é a realização plena de nossa existência inquieta. O ser humano, criado por Deus, encontra o caminho da plenitude quando se reconecta com suas origens e com o seu futuro definitivo em Deus. Longe dele, peregrinamos num vale de lágrimas. Voltados para ele, sentimos a vida mais leve e os nossos dramas mais amenos.

Não, não se trata de fugir da realidade, absolutamente. A realidade mais radical é esta: nossos sonhos mais profundos de vida, amor, alegria, liberdade, paz realizam-se em Deus. Nele, está toda plenitude. E nós já participamos dela quando estamos unimos a ele. Isso não nos tira da realidade da nossa existência difícil e conflituosa. Isso nos põe de pé diante dos problemas, porque enxergamos mais longe e ficamos mais atentos ao caráter passageiro de nossa existência terrena. Não, isso não nos faz menos cidadãos nessa terra. Ao contrário, nos empenha ainda mais numa convivência social onde já brilhem os valores definitivos.

Tudo isso poderia ser uma vã filosofia, não fora Deus ter posto em prática um plano maravilhoso de salvação para a humanidade. Ele nos enviou seu filho único, como prova do seu amor e como elo de comunhão permanente conosco. Assim, na conversa com os discípulos após a última ceia, falando de sua volta ao Pai, Jesus disse: “não se perturbe o coração de vocês. Eu vou preparar um lugar para vocês. Eu quero que onde eu estiver, vocês estejam comigo. E para onde eu vou, vocês conhecem o caminho. Eu sou o caminho”.

É Jesus quem nos abre esse horizonte maravilhoso de realização plena que tanto ansiamos. Ele fez o nosso caminho, assumindo nossa condição humana. Passou por nossa morte e ressuscitou, nos assegurando que quem nele crê já tem em si a vida eterna e ressuscitará também. Por sua morte e ressurreição, ele nos reconciliou com Deus. Como ele disse: “Ninguém vai ao Pai a não ser por mim”. É por ele que adentramos na vida plena, que já começa aqui e será completa na eternidade.

O segredo é nos encontrarmos com Jesus, nos unirmos a ele. E nossa união com Cristo é pela fé, pelo batismo, pela oração, pela comunhão com sua Igreja, pela comunhão eucarística. Ele é a pedra viva, como está escrito na primeira Carta de São Pedro. “Aproximem-se da pedra viva”, recomendou o apóstolo. Com ele, somos também pedras vivas. Assim, podemos construir juntos vidas iluminadas, comunidades solidárias, sociedade onde brilhe a fraternidade.  




Guardando a mensagem

Neste quinto domingo da páscoa, Jesus tranquiliza o nosso coração. Sua volta ao Pai (onde está agora) é o caminho inaugurado por ele para nossa plenitude, para a realização de todos os nossos sonhos humanos. Só nos voltando para Deus, encontramos resposta a todos os nossos desejos mais profundos: ser livres, experimentar a alegria e a paz duradouras, amar e ser amados, viver em plenitude... Fomos criados à sua imagem e semelhança. Unidos a ele, já podemos experimentar tudo isso como dom do seu amor, mesmo dentro de nossa fragilidade. E tudo isso será pleno na eternidade, com Deus. Por sua morte redentora, Jesus reabriu o acesso a Deus, nos reconciliando. Na sua volta ao Pai, ele vai à nossa frente, nos preparando um lugar para nós seus discípulos. Ele é o caminho que nos leva ao Pai. Ele é a pedra viva com que podemos construir um mundo novo, um mundo que respire a esperança.

Não se perturbe o seu coração (Jo 14, 1)

Rezando a palavra

O livro dos Atos dos Apóstolos, lido hoje na liturgia, conta como a primeira comunidade cristã foi se organizando, animada em sua vida e em sua missão pela ressurreição de Cristo e pelo dom do Espírito Santo. Neste mês de maio, a Igreja está rezando pelos movimentos e grupos eclesiais, para que vivam bem a sua missão evangelizadora.

Obrigado, Senhor nosso Deus e Pai,
por nos dares vida pela ação do teu Espírito
em tanta diversidade de dons e carismas para a missão.
Desejamos viver o nosso Batismo com fidelidade e entrega,
dando testemunho do Evangelho
na nossa vida quotidiana.
Ajuda os movimentos e grupos da tua Igreja
a serem espaços fecundos de serviço e entrega aos outros.
Que todos os seus membros vivam com amor
a disponibilidade ao serviço dos irmãos e irmãs.
Amém.


Vivendo a palavra

Hoje, celebro a Santa Missa no Santuário da Mãe Rainha, em Ouro Preto, Olinda, às 16 horas. Você pode me acompanhar pela Rádio Amanhecer, no seu celular. Para ouvi-la, baixe ‘Rádio Amanhecer’ ou RadiosNet em sua loja de aplicativos. E amanhã, segunda-feira, tem Encontro dos Ouvintes no Recife, às 11 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A experiência de um Deus amoroso muda a nossa vida.



06 de maio de 2023

Dia de São Domingos Sávio 

                              Evangelho                                 


Jo 14,7-14

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 7“Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!”
9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai”? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras.
11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei.

                               Meditação                                


Senhor, mostra-nos o Pai (Jo 14,8)

Foi o pedido do apóstolo Felipe. Jesus tinha avisado que estava indo para o Pai. Nós todos também queremos ir para o Pai: lá é o nosso endereço definitivo, o lugar da plenitude de nossa vida humana divinizada. E como chegar lá? Tomando o caminho certo. E que caminho é esse? É o próprio Jesus. Ele nos disse “eu sou o caminho, a verdade, a vida. Ninguém vai ao Pai, a não ser por mim”. Foi aí que Felipe fez esse pedido: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta”.

De fato, Jesus nos revela o Pai, nos diz quem é ele, como ele nos ama, nos espera, nos perdoa, como o Pai do filho pródigo. Conhecer o Pai é antever o nosso futuro nele, é reconhecer que na comunhão com ele se realizam todos os nossos sonhos de felicidade, de imortalidade, de amor e liberdade. Só em Deus, saciamos por inteiro nossa sede de felicidade e plenitude. Se o encontramos, encontramos a fonte da vida, dele nós viemos. Encontrando-o, caminhamos com mais firmeza ao seu encontro. E o encontro com ele já é aqui e o será pleno e total na eternidade.

Jesus revelou que o Deus da Aliança é Pai. Não é só o criador. Ele é eternamente Pai em relação a seu Filho único. E o Filho é eternamente filho em sua relação com o Pai. Jesus revelou o Pai. O Pai se revelou em Jesus. Na compaixão de Jesus pelos sofredores e pelos pecadores, vemos o amor do Pai pelos seus filhos. O Pai nos amou com o coração de Jesus.

Jesus, caminho, verdade e vida, revela o Pai. Jesus está unido a ele, fala com ele diante de nós como um filho carinhoso e amado, ele nos leva ao Pai. Na parábola do filho pródigo, Jesus nos mostrou um pai respeitoso da nossa liberdade, paciente à espera de nossa volta, cheio de compaixão e amor ao correr para nos encontrar e abraçar ainda no caminho, generoso no perdão, festejando nossa volta e tentando convencer o irmão mais santo a nos acolher, mesmo tendo-lhe dado as costas.

Na oração que Jesus ensinou aos discípulos está uma relação amorosa e filial com Deus. Ele é o nosso Pai, a quem amamos de todo o coração. Ele conhece todas as nossas necessidades, ainda assim nós as apresentamos com toda confiança, já em ação de graças por sua proteção e por sua providência.





Guardando a mensagem

O pedido do apóstolo Felipe foi verdadeiro. Conhecer a Deus é tudo o que queremos. Deus é amor. Fomos criados por amor. Salvos por amor. Somos conduzidos pelo amor. Essa experiência de Deus misericordioso, amoroso muda a nossa vida. Jesus esclareceu a Felipe e nos esclarece hoje. Em suas palavras, em suas ações, em sua compaixão pelos sofredores podemos experimentar o Pai que nos fala, que cuida de nós, que nos ama. “Quem me viu, viu o Pai”.

Senhor, mostra-nos o Pai (Jo 14,8)

Rezando a palavra

No Pai Nosso, está o modo como nós filhos devemos nos dirigir a Deus, nosso Pai amoroso e fiel. Rezemos:

Pai Nosso, que estais no céu, 
santificado seja o vosso nome. 
Venha a nós o vosso Reino. 
Seja feita a vossa vontade, 
assim na terra como no céu. 
O pão nosso de cada dia nos dai hoje. 
Perdoai-nos as nossas ofensas, 
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 
E não nos deixeis cair em tentação.
Mas, livrai-nos do mal. 
Amém. 

Vivendo a palavra

Amanhã é o Dia do Senhor. Vamos celebrar o 5º Domingo da Páscoa. Planeje, hoje, a sua participação na celebração dominical, com sua comunidade. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Jesus é o caminho, a verdade, a vida.

 


05 de maio de 2023


  Sexta-feira da 4ª Semana da Páscoa.  


                                Evangelho                               


Jo 14,1-6

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”.
5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

                                  Meditação                              


Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim (Jo 14, 6)

Hoje, nos sentamos com os discípulos, para ouvir Jesus falando sobre sua partida e sobre a sua intimidade com o Pai. Morte-ressurreição-ascensão é a sua partida para o Pai. Quatro palavrinhas merecem uma atenção especial de nossa parte, neste início do capítulo 14 de São João: Pai, eu vou, moradas e caminho.

Comecemos pela palavra “Pai”. Jesus revelou que o Deus da Aliança é Pai. Não é só o criador. Ele é eternamente Pai em relação a seu Filho único. E o Filho é eternamente filho em sua relação com o Pai. Jesus revelou o Pai. O Pai se revelou em Jesus. As primeiras comunidades ficaram pensando em tudo isso que Jesus falou e amadureceram uma compreensão que transmitiram às gerações seguintes. No ano 325, no Concílio Ecumênico de Nicéia, a Igreja afirmou com toda clareza: o Filho é consubstancial ao Pai, quer dizer é um só Deus com ele.

Vamos à segunda palavra: “Vou”, eu vou, para onde eu vou. Ele está tendo uma conversa de despedida, com os discípulos. Um pouco antes, tinha dito que para onde estava indo, eles não podiam ir. Quando entenderam que Jesus estava falando de sua morte, claro, ficou aquele clima de tristeza no ar. Então, Jesus insistiu para que não ficassem com o coração perturbado, não tivessem medo. Ele iria para o Pai. A morte é a sua partida para o Pai, a sua páscoa. Como os hebreus partiram do Egito para a liberdade da terra prometida, assim Jesus iria partir, passando pela morte e ressurreição. Está indo para o Pai.

A terceira palavra é “moradas”. Na casa do meu Pai tem muitas moradas. “Casa do Pai” e “Moradas” falam da intimidade com Deus, da união com ele. Esta intimidade com Deus só poderia ser alcançada com a ida de Jesus, com a sua morte, ressurreição e retorno ao Pai. A sua morte nos reconciliou com o Pai. Podemos viver agora em comunhão com ele. Por isso, Jesus tem que ir na frente, para preparar um lugar. Sem ele passar pela morte, não temos comunhão com Deus. Depois, ele virá e nos levará consigo. As primeiras comunidades logo entenderam: um dia, muito em breve, ele vai voltar e, então, será definitiva nossa comunhão com Deus.

E a quarta palavra é “caminho”. Eu sou o caminho, a verdade, a vida. Você sabe que essa forma de falar “Eu sou” é uma fórmula de apresentação de sua condição divina, de sua união com Deus. Ele está se auto-revelando aos discípulos. Ele é o caminho que leva ao Pai. Para chegar à comunhão com Deus, para viver em comunhão com o Pai, é preciso segui-lo e viver os seus ensinamentos. Aliás, é mais do que isso: é imitá-lo. Ele não só nos ensina o caminho para chegar ao Pai, ele é o caminho; o único caminho.


Guardando a mensagem

Jesus é o caminho que nos leva ao Pai. A sua morte-ressurreição-ascensão é a sua partida para a Casa do Pai. Com essa partida (a gente poderia dizer “com essa páscoa”), Jesus abriu as portas da Casa do Pai. Todos os filhos pródigos agora podem voltar para casa e serem acolhidos pela misericórdia do Pai. O caminho pra chegar lá é um só: Jesus Cristo. É ele que precisamos acolher, amar e imitar. Ele é o caminho. A comunhão com Deus, que começou em nós pelo batismo, será plena quando também nós partirmos para estar ao lado dele, nas moradas do Pai. Ele revela o Pai em suas palavras e em suas obras. Fala o que Pai mandou dizer e em suas ações, é o Pai quem age. Ele é um com o Pai. É um Só Deus com ele.

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim (Jo 14, 6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tuas palavras dão sentido à nossa vida. Chamavam as primeiras comunidades de o povo do “caminho”. Tinham razão. Nós somos o povo do ‘caminho’, pois nossa vida ganha luz e sentido ao nos pormos em teu seguimento. Somos teus seguidores. Seguimos no teu caminho, acolhendo e vivendo tuas palavras, teus ensinamentos. Na verdade, fazemos um caminho de assimilação do teu modo de ser filho de Deus, de teus sentimentos de filho e irmão. Tu és o caminho, a verdade e a vida. Queremos chegar a dizer, um dia, como São Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reserve, hoje, mais uns minutinhos para a oração pessoal. Fale com Jesus, com a intimidade de quem o tem como companheiro de caminhada. Aproveite para perguntar aonde vai dar o caminho que você está percorrendo com ele.

Comunicando

No quanto possível, procure envolver sua família, na récita diária do Terço Mariano. Da pergunta que fizemos terça-feira - "Você topa rezar o terço todos os dias desse mês?" -  chegaram 3.600 respostas positivas. Deus nos dê perseverança e fidelidade. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Em Cristo, o Pai nos ama e nos reconhece como filhos.



03 de maio de 2023

  Festa de São Felipe e São Tiago. 


                                Evangelho                              


Jo 14,6-14

Naquele tempo, Jesus disse a Tomé: 6“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”.
8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.

                         Meditação                                 


Se vocês pedirem algo em meu nome, eu o realizarei (Jo 14, 14)

Como estamos, hoje, celebrando os apóstolos Felipe e Tiago, retomamos o evangelho de João no capítulo 14. Felipe, antes de seguir Jesus, tinha sido discípulo de João Batista. Foi um dos primeiros seguidores do Mestre. Seguiu a indicação do profeta de que Jesus era o Messias. Tiago, filho de Alfeu, é chamado de “irmão do Senhor”, provavelmente um primo de Jesus. Foi uma grande liderança da Igreja em Jerusalém.

Na parábola da videira, Jesus fala da nossa comunhão com ele. Mas, ele sempre insiste na união que há entre ele e o Pai. Ao apóstolo Felipe, que estamos festejando hoje, ele disse: “Felipe, quem me viu, viu o Pai”. Na ceia, Jesus ficou insistindo que as suas palavras não as diz por si mesmo, mas são palavras que ouviu do Pai; e que o que pedirmos em seu nome, o Pai concederá. E disse: “acreditem-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim”.

Quando falou da videira, disse o seguinte: “se permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem e lhes será dado”.  Permanecer em Cristo é a condição para dar muito fruto. Que fruto será esse? Com certeza, tornar-se discípulo do Senhor. Esse é o maior fruto. Vejam o que ele disse: “Nisto meu Pai será glorificado: que vocês dêem muito fruto e se tornem meus discípulos”. Dar muito fruto é igual a tornar-se discípulo. De fato, essa é a dinâmica do ramo na videira. Quanto mais o ramo enxertado adere ao tronco, identifica-se com a videira, é um com ela, melhor fruto dará. Quanto mais o cristão une-se a Cristo, seu Senhor, identifica-se com ele, é um com ele, melhor discípulo se torna, mais fica parecido com o Mestre em suas atitudes e em suas opções. Nesta condição, tudo o que ele pede, o Pai concede, pois o Pai ama o Filho. E nós somos filhos no Filho, em Jesus. Em Cristo, o Pai nos ama e nos reconhece como filhos. E tudo nos concede, se pedirmos em seu nome.

Toda a oração da Igreja é feita ao Pai, por meio de Cristo. Assim, terminam as nossas orações: 'Por Cristo, nosso Senhor', ou 'Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo'. Tudo é por meio de Cristo. Ele mesmo disse: “Sem mim, vocês nada podem fazer”. Podemos dizer de outra forma: “Com ele, nós tudo podemos”.




Guardando a mensagem

O pedido do apóstolo Felipe foi verdadeiro: “Senhor, mostra-nos o Pai”. Conhecer a Deus é tudo o que queremos e precisamos. Mas Jesus lhe fez ver que nele, encontramos o Pai. É Jesus quem nos revela o Pai. E é por ele que chegamos ao Pai. Quanto mais estamos unidos e identificados com Cristo, mais fruto podemos dar, isto é, tornarmo-nos seus discípulos. E é na condição de discípulos, ramos identificados com a videira, que tudo o que pedirmos ao Pai em nome de Cristo, ele nos atende.

Se vocês pedirem algo em meu nome, eu o realizarei (Jo 14, 14)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
vamos guardar, hoje, alguns belos ensinamentos do teu apóstolo Tiago, que hoje estamos celebrando. Em sua carta, no Novo Testamento, ele escreveu: "Bem-aventurado o homem que suporta com paciência a provação. Alguém, no meio de vocês, está sofrendo um contratempo? Recorra à oração. A oração fervorosa do justo tem grande poder" (Tg 5). Obrigado, Senhor, pelos ensinamentos dos pastores que pusestes à frente do teu rebanho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Acolhamos o estímulo que o Evangelho de hoje está nos dando quanto à oração e assumamos, com fidelidade, o Terço diário, neste mês mariano. 

Comunicando

Todos os dias, às 18 horas, rezamos o Terço Mariano, pela Rádio Amanhecer, em rede com várias emissoras. Para participar conosco, sintonize a emissora de sua cidade ou, no seu celular, baixe o aplicativo da Rádio Amanhecer ou o aplicativo RadiosNet.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

DEUS ESTÁ EM NÓS QUE AMAMOS JESUS



22 de maio de 2022

                                6º Domingo da Páscoa


EVANGELHO


Jo 14,23-29

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 23“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou.
25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
27Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
28Ouvistes o que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.
29Disse-vos isso, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.


MEDITAÇÃO


Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada (Jo 14, 23)

Jesus continua à mesa com os discípulos. Estão na ceia de páscoa. O pano de fundo é a páscoa do povo de Deus, a saída da escravidão do Egito. Deus manifestou seu amor por aquele povo, resgatando-o daquela situação. E ficou presente em seu meio, na dura travessia do deserto, na Tenda do Tabernáculo que era armada em cada parada, em cada acampamento. Deus caminhou com o seu povo. Na vitória daquele gente, Deus manifestou sua glória. E deu a eles uma Lei, uma forma concreta de viver no seu amor.

O que Jesus está dizendo, ali na mesa, fica bem entendido no clima da páscoa do seu povo. Passando pela morte, ele vai conduzir o seu povo para a liberdade. A sua passagem pela morte é a páscoa verdadeira. Nela, nasce o novo povo de Deus. Nela, o amor do Pai se manifesta completamente em Jesus, em sua entrega total. E isso muda tudo.

Até agora, procuramos Deus em algum lugar, em algum templo, para honrá-lo com nossas preces e oferendas. Sabemos que ele mora num lugar muito santo e separado deste mundo em que vivemos. E nos esforçamos para cumprir as suas ordens e mandamentos, para agradá-lo e obter dele os favores que precisamos. Ele nos criou e nós nos sentimos seus servos. Com a páscoa de Jesus, isso não é mais assim. Ou, ao menos, não deveria ser mais assim.

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo 14, 23). 

Jesus fez uma experiência de Deus muito especial. Ele, sendo humano como nós, sem deixar de ser Deus, experimentou que o Pai o amava muito. Mas, muito, mesmo. E nos amava, também. Por isso, O Pai o enviou a nós. Por amor. Por sua morte, Jesus nos aproximou do Pai, nos reconciliou com ele, nos fez seus filhos. Assim, se alguém o ama, o Pai o amará. E não só. O Pai e o Filho passam a ficar com essa pessoa, morar com ela, habitar nela. Quem ama Jesus é um novo tabernáculo, no acampamento do deserto, no mundo, um lugar onde Deus está. Não sentimos mais Deus longe de nós, num lugar separado para onde peregrinamos. Ele está em nós que amamos Jesus.

Na páscoa de Jesus (sua morte e ressurreição), experimentamos quem é Deus. Ele é amor, é dom total de si. Ele não nos quer para si, como seus servos. Impressionante. O amor dele não anula você, não o torna seu servo. O amor dele faz de você um filho, uma filha, objeto do seu amor imenso. Ele está agora em você que ama Jesus. E você está unido a ele como filho, como filha. Você é o novo tabernáculo. Por meio de você, Deus está presente no mundo. O mundo já não é o lugar da perdição. O mundo é o lugar onde você atualiza a presença de Deus, manifesta o seu amor. O mundo é de Deus, porque você está nele. Esse amor precisa ser comunicado: é a mensagem, o seu Evangelho. Esse amor precisa ser vivido como norma de vida, são os seus Mandamentos. Esse amor tem um dinamismo de restauração, de renovação de tudo em Cristo, é a presença do Espírito Santo.

“Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito” (Jo 14, 26). 

Toda essa nova realidade, nascida na páscoa de Jesus (sua morte e ressurreição), poderia se perder, se essa novidade ficasse parada no tempo. Poderíamos apenas contemplá-la. Mas, não. Veio o Espírito Santo, enviado pelo Pai, a pedido do filho. Ele é o próprio dinamismo do amor do Pai pelo Filho e vice-versa. O Espírito mantém viva a memória de Jesus. Ele nos ajuda a atualizar a boa notícia de sua vida, morte e ressurreição. Ele nos leva a compreender e interpretar a boa notícia de Jesus nas novas situações e desafios do mundo. Ele é grande animador da comunidade dos discípulos, dos filhos e filhos de Deus. Ele também nos habita. E anima a caminhada de todos os que amam Jesus e guardam sua palavra.


Guardando a Mensagem

Na conversa que Jesus está tendo, ao redor da mesa da última ceia, ele fala do sentido de sua morte, dentro do contexto da páscoa do povo de Deus. Como por aquela saída, à noite, o povo foi libertado da escravidão do Egito, por sua páscoa, rompendo as trevas e a morte, nasceria o novo povo de Deus. Em sua morte, sua entrega total, ficou manifesto o amor do Pai por nós e como ele é verdadeiramente amor, entrega total de si. Quem ama Jesus, fica conhecendo Deus que é amor. O Pai, o Filho e o Espírito estão naquele que ama Jesus. E ele se torna um novo tabernáculo, lugar onde Deus está e se manifesta. Vindo o Espírito Santo, essa obra de Jesus não fica no esquecimento. O Espírito é o dinamismo do amor que atualiza as palavras e a presença de Jesus. Ele nos leva a realizar bem nossa vocação: sermos discípulos e discípulas de Jesus, amarmos como ele amou.

Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada (Jo 14, 23)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
amar-te é amar como tu amaste. Tu te entregaste por nós, deste a tua vida em nosso favor. Como teus seguidores, experimentamos que Deus é amor e assim vamos superando o desamor que há em nós: o individualismo, a indiferença, o egoísmo, o espírito de vingança, os preconceitos... E formando uma grande frente de superação do desamor presente em nosso mundo, em nossa cultura: as relações de injustiça e exploração, a manipulação das pessoas, a opressão dos mais fracos, a exclusão social, a violência de todo tipo. O teu Santo Espírito, Senhor, mantém viva a tua memória em nós e na grande comunidade dos discípulos, a Igreja. Ele é o dinamismo do amor de Deus que, em tua pessoa, renova todas as coisas. Nós te amamos, Jesus, e queremos guardar tua palavra. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

Na Missa, fazemos memória da morte e ressurreição de Jesus, celebramos a sua páscoa. Participar da Santa Missa não é um simples compromisso semanal. É um direito sagrado dos que estão unidos a Cristo pela fé e pelo batismo. É a congregação festiva dos que amam Jesus.

Comunicando

Neste domingo, prossegue a Novena de Nossa Senhora Auxiliadora, hoje o sétimo encontro. Santa Maria, Rainha da família - é o tema de hoje. Reze conosco a Novena, às três da tarde. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A PAZ QUE VOCÊ ESTÁ PRECISANDO



 17 de maio de 2022

Terça-feira da 5ª Semana da Páscoa 


EVANGELHO


Jo 14,27-31a

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.

MEDITAÇÃO


Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou. Mas não a dou como o mundo (Jo 14, 27)

Jesus nos dá a sua paz. O mundo também oferece a paz. Mas, Jesus nos dá a paz de maneira diferente, não como o mundo o faz. Que paz Jesus nos traz? Que paz o mundo nos dá?

As pessoas do antigo povo de Deus se saudavam ou se despediam com um Shalom. Shalom! É o desejo de saúde, harmonia, paz interior, calma, tranquilidade, bênção de Deus. Foi certamente essa saudação que fez Maria ao chegar à casa de Izabel. Essa saudação – Shalom – encheu o coração de Izabel de alegria e sua criança vibrou de satisfação no seu seio. Um shalom que manifesta a presença e o amor de Deus!

No tempo de Jesus, os romanos tinham dominado meio mundo e governavam os povos vencidos com uma dura legislação e com suas legiões de soldados. Também o Mar Mediterrâneo estava sob o controle dos romanos. Assim, se podia viajar por todo o mundo conhecido, sem fronteiras. Em todo o Império, reinava a paz, a pax romana. A pax romana era o resultado da total submissão dos povos e a cruel repressão a qualquer manifestação contra a ordem estabelecida. A paz do mundo é então a paz dos vencidos, dos dominados pelo mais forte. Como os romanos alcançaram a paz? Pelas guerras, pela invasão, pela repressão.

A paz de Jesus é de outra natureza. A sua obra foi a reconciliação. Estamos em paz com Deus e em paz entre nós. Ele fez as pazes entre nós e Deus, nos alcançando o perdão divino. Ele estabeleceu a paz entre o céu e a terra. No seu nascimento, cantaram os anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”. E como Jesus nos deu a paz? Dando a sua vida por nós, morrendo em nosso lugar, oferecendo-se a si mesmo em sacrifício de expiação por nossos pecados.

Quando Jesus realizou a sua obra, apresentou-se à comunidade dos discípulos com a saudação “A paz esteja com vocês”, um shalom especial. Realmente, ele nos deu a paz, nos reconciliando com o Pai, em sua cruz.

Na Missa, antes da comunhão, somos convidados a nos comunicar mutuamente a paz. E dizemos: “A paz de Cristo!”. É uma forma de realçar que estamos em comunhão uns com os outros, estamos na paz que Cristo nos alcançou. E é assim, reconciliados com o Pai e entre nós, que nos aproximamos da mesa santa da comunhão.


Guardando a mensagem

A pax romana foi alcançada com guerras e o esmagamento do inimigo. A paz de Jesus foi alcançada com a doação de sua vida em favor dos pecadores. Por sua cruz, fomos reconciliados com Deus. Agora, estamos em paz com Deus e com os irmãos. Na Missa, nos preparamos para a comunhão eucarística com Cristo, nossa paz, nos comunicando mutuamente a sua paz: é o nosso compromisso de viver reconciliados e de cultivar a paz em nossos relacionamentos.

Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou. Mas não a dou como o mundo (Jo 14, 27)

Rezando a palavra

Rezemos com as palavras da oração pela paz da Santa Missa:

Senhor Jesus Cristo,
dissestes aos vossos apóstolos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”, Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós que, sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Amém.

Vivendo a palavra

Acolher a paz de Jesus é vencer a agressividade presente em nossa cultura. A paz é o dom pelo qual nos reconhecemos reconciliados com Deus e com os irmãos. Hoje, cultive atitudes cordiais, mesmo que você não receba o mesmo tratamento. Diga: bom dia, boa tarde, boa noite, com licença, por favor, me desculpe. Difunda a paz de Jesus ao seu redor.

Comunicando

Hoje, terceiro dia da Novena de Nossa Senhora Auxiliadora, o tema é Nossa Senhora, Mãe da Esperança, refletindo sobre os Jovens. Acompanhe a novena pela Rádio Amanhecer ou pelas Redes Sociais da AMA (Youtube, Facebook ou Instagram). 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SENHOR, MOSTRA-NOS O PAI!



03 de maio de 2022

Festa de São Felipe e São Tiago


EVANGELHO


Jo 14,6-14

Naquele tempo, Jesus disse a Tomé: 6“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”.
8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.


MEDITAÇÃO


Se vocês pedirem algo em meu nome, eu o realizarei (Jo 14, 14)

Como estamos, hoje, celebrando os apóstolos Felipe e Tiago, retomamos o evangelho de João no capítulo 14. Felipe, antes de seguir Jesus, tinha sido discípulo de João Batista. Foi um dos primeiros seguidores do Mestre. Seguiu a indicação do profeta de que Jesus era o Messias. Tiago, filho de Alfeu, é chamado de “irmão do Senhor”, provavelmente um primo de Jesus. Foi uma grande liderança da Igreja em Jerusalém.

Na parábola da videira, Jesus fala da nossa comunhão com ele. Mas, ele sempre insiste na união que há entre ele e o Pai. Ao apóstolo Felipe, que estamos festejando hoje, ele disse: “Felipe, quem me viu, viu o Pai”. Na ceia, Jesus ficou insistindo que as suas palavras não as diz por si mesmo, mas são palavras que ouviu do Pai; e que o que pedirmos em seu nome, o Pai concederá. E disse: “acreditem-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim”.

Quando falou da videira, disse o seguinte: “se permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem e lhes será dado”. Como assim? Permanecer em Cristo é a condição para dar muito fruto. Que fruto será esse? Com certeza, tornar-se discípulo do Senhor. Esse é o maior fruto. Vejam o que ele disse: “Nisto meu Pai será glorificado: que vocês dêem muito fruto e se tornem meus discípulos”. Dar muito fruto é igual a tornar-se discípulo. De fato, essa é a dinâmica do ramo na videira. Quanto mais o ramo enxertado adere ao tronco, identifica-se com a videira, é um com ela, melhor fruto dará. Quanto mais o cristão une-se a Cristo, seu Senhor, identifica-se com ele, é um com ele, melhor discípulo se torna, mais fica parecido com o Mestre em suas atitudes e em suas opções. Nesta condição, tudo o que ele pede, o Pai concede, pois o Pai ama o Filho. E nós somos filhos no Filho, em Jesus. Em Cristo, o Pai nos ama e nos reconhece como filhos. E tudo nos concede, se pedirmos em seu nome.

Toda a oração da Igreja é feita ao Pai, por meio de Cristo. Assim, terminam as nossas orações: 'Por Cristo, nosso Senhor', ou 'Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo'. Tudo é por meio de Cristo. Ele mesmo disse: “Sem mim, vocês nada podem fazer”. Podemos dizer de outra forma: “Com ele, nós tudo podemos”.

Guardando a mensagem

O pedido do apóstolo Felipe foi verdadeiro: “Senhor, mostra-nos o Pai”. Conhecer a Deus é tudo o que queremos e precisamos. Mas Jesus lhe fez ver que nele, encontramos o Pai. É Jesus quem nos revela o Pai. E é por ele que chegamos ao Pai. Quanto mais estamos unidos e identificados com Cristo, mais fruto podemos dar, isto é, tornarmo-nos seus discípulos. E é na condição de discípulos, ramos identificados com a videira, que tudo o que pedirmos ao Pai em nome de Cristo, ele nos atende.

Se vocês pedirem algo em meu nome, eu o realizarei (Jo 14, 14)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
vamos guardar, hoje, alguns belos ensinamentos do teu apóstolo Tiago, que hoje estamos celebrando. Em sua carta, no Novo Testamento, ele escreveu: "Bem-aventurado o homem que suporta com paciência a provação. Alguém, no meio de vocês, está sofrendo um contratempo? Recorra à oração. A oração fervorosa do justo tem grande poder" (Tg 5). Obrigado, Senhor, pelos ensinamentos dos pastores que pusestes à frente do teu rebanho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Acolhamos o estímulo que o Evangelho de hoje está nos dando quanto à oração e assumamos com fidelidade o Terço diário neste mês mariano. Aliás, domingo passado, o Papa Francisco, na oração mariana do meio dia, na Praça de São Pedro, fez um apelo a este respeito: "Gostaria de convidar todos os fiéis e as comunidades a rezarem o Terço todos os dias de maio pela paz", disse ele revelando sua apreensão com a guerra na Ucrânia.

Comunicando

Todos os dias, às 18 horas, rezamos o Terço Mariano, pela Rádio Amanhecer, com uma grande participação de associados e ouvintes. Para participar conosco, baixe o aplicativo da rádio no seu celular. Se o seu caso for o iPhone, baixe o aplicativo Rádios Net.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

TEMPO DE PAZ



04 de maio de 2021

EVANGELHO


Jo 14,27-31a

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.
30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.

MEDITAÇÃO


Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou. Mas não a dou como o mundo (Jo 14, 27)

Jesus nos dá a sua paz. O mundo também oferece a paz. Mas, Jesus nos dá a paz de maneira diferente, não como o mundo o faz. Que paz Jesus nos traz? Que paz o mundo nos dá?

As pessoas do antigo povo de Deus se saudavam ou se despediam com um Shalom. Shalom! É o desejo de saúde, harmonia, paz interior, calma, tranquilidade, bênção de Deus. Foi certamente essa saudação que fez Maria ao chegar à casa de Izabel. Essa saudação – Shalom – encheu o coração de Izabel de alegria e sua criança vibrou de satisfação no seu seio. Um shalom que manifesta a presença e o amor de Deus!

No tempo de Jesus, os romanos tinham dominado meio mundo e governavam os povos vencidos com uma dura legislação e com suas legiões de soldados. Também o Mar Mediterrâneo estava sob o controle dos romanos. Assim, se podia viajar por todo o mundo conhecido, sem fronteiras. Em todo o Império, reinava a paz, a pax romana. A pax romana era o resultado da total submissão dos povos e a cruel repressão a qualquer manifestação contra a ordem estabelecida. A paz do mundo é então a paz dos vencidos, dos dominados pelo mais forte. Como os romanos alcançaram a paz? Pelas guerras, pela invasão, pela repressão.

A paz de Jesus é de outra natureza. A sua obra foi a reconciliação. Estamos em paz com Deus e em paz entre nós. Ele fez as pazes entre nós e Deus, nos alcançando o perdão divino. Ele estabeleceu a paz entre o céu e a terra. No seu nascimento, cantaram os anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”. E como Jesus nos deu a paz? Dando a sua vida por nós, morrendo em nosso lugar, oferecendo-se a si mesmo em sacrifício de expiação por nossos pecados.

Quando Jesus realizou a sua obra, apresentou-se à comunidade dos discípulos com a saudação “A paz esteja com vocês”, um shalom especial. Realmente, ele nos deu a paz, nos reconciliando com o Pai, em sua cruz.

Na Missa, antes da comunhão, somos convidados a nos comunicar mutuamente a paz. E dizemos: “A paz de Cristo!”. É uma forma de realçar que estamos em comunhão uns com os outros, estamos na paz que Cristo nos alcançou. E é assim, reconciliados com o Pai e entre nós, que nos aproximamos da mesa santa da comunhão.

Guardando a mensagem

A pax romana foi alcançada com guerras e o esmagamento do inimigo. A paz de Jesus foi alcançada com a doação de sua vida em favor dos pecadores. Por sua cruz, fomos reconciliados com Deus. Agora, estamos em paz com Deus e com os irmãos. Na Missa, nos preparamos para a comunhão eucarística com Cristo, nossa paz, nos comunicando mutuamente a sua paz: é o nosso compromisso de viver reconciliados e de cultivar a paz em nossos relacionamentos.

Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou. Mas não a dou como o mundo (Jo 14, 27)

Rezando a palavra

Rezemos com as palavras da oração pela paz da Santa Missa:

Senhor Jesus Cristo,
dissestes aos vossos apóstolos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”, Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós que, sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Amém.

Vivendo a palavra

Acolher a paz de Jesus é vencer a agressividade presente em nossa cultura. A paz é o dom pelo qual nos reconhecemos reconciliados com Deus e com os irmãos. Hoje, cultive atitudes cordiais, mesmo que você não receba o mesmo tratamento. Diga: bom dia, boa tarde, boa noite, com licença, por favor, me desculpe. Difunda a paz de Jesus ao seu redor.

Se você tiver um tempinho, às 21:30h, a gente se encontra nas redes sociais para comentar essa palavra de hoje, na live da ORAÇÃO DA NOITE. É só procurar Padre João Carlos no youtube ou no facebook.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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