Pois eu também não lhes digo com que autoridade faço essas coisas (Mc
11,33).
02
de junho de 2018.
Por que
Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma
reposta? Eles queriam saber com que autoridade ele estava fazendo aquilo no
Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham
convertido a casa de oração num antro de ladrões. Tinha expulsado os vendedores,
compradores e cambistas do Templo, afinal, tinha tomado uma atitude pública
contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis
pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e
os anciãos - um grupo poderoso, os
membros do Sinédrio. Seria este o grupo a julgar Jesus, depois, condenando-o
como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente. Era uma acusação, um
enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu
comando: Com que autoridade tu fazes isto?
Jesus não
respondeu diretamente. Mas, se propôs a responder, desde que eles respondessem
também a uma pergunta. A pergunta foi sobre o batismo de João. João andou
levando o povo para o deserto, para batizar-se no Rio Jordão, pregando a
mudança de vida, em preparação da vinda do Messias. Para João, o Templo não era
mais o lugar da purificação. A volta ao tempo do deserto era um recomeço,
quando não havia Templo, mas só uma Tenda móvel. Eles, a elite que controlava o
Templo, achou foi bom Herodes prender e decapitar João Batista. Livraram-se de
um pregador incômodo, de uma denúncia permanente da situação de pecado deles
que deviam guardar a aliança com fidelidade. Jesus perguntou: O batismo de João
era de Deus ou dos homens? Como eles não se converteram com a pregação de João
Batista, a resposta já estava dada. Mas, não podia ser verbalizada, claro.
“Então, eu também não digo com que autoridade eu faço essas coisas”, concluiu
Jesus. Claro, a resposta estava dada: com a mesma autoridade com que João
Batista pregava a conversão e batizava. Mas, não adiantava dizer com a boca. As
suas atitudes falavam por si.
O mundo hoje
cobra dos cristãos explicações... por que vocês querem pensar e agir
diferentemente dos outros? Por que vocês não aceitam a violência, a vingança, a
pena de morte? Por que vocês não deixam a mulher decidir sobre sua gravidez e
ter a liberdade de abortar? Por que vocês insistem tanto no casamento
religioso? Por que vocês são tão obedientes ao Papa? Por que vocês adoram a
Eucaristia? Quem pergunta nem sempre está interessado na resposta. É só uma
forma de intimidação, de oposição. Às vezes, é melhor fazer como Jesus: não
responder, ou melhor, responder com as atitudes e com o modo de viver.
Vamos guardar a mensagem
Os líderes do
povo de Deus não reconheceram em Jesus o Messias que Deus prometera e enviara.
Também não quiseram reconhecer João Batista e sua pregação, como coisa de Deus.
Preferiram tratá-los como inimigos e tramar a sua morte. Na purificação do
Templo, Jesus mostrou abertamente quanto estavam errados, apossando-se da Casa
de Deus em benefício dos seus interesses políticos e econômicos. Fizeram uma
pergunta, na verdade uma acusação. “Com que autoridade tu fazes isso?”. Com a
mesma autoridade com que João Batista convocou o povo para se purificar no
deserto e no Jordão. Com a autoridade de Deus. Mas, isso eles não podiam
entender. Jesus não fugiu da resposta. Jesus respondeu com uma pergunta.
Pois eu também não lhes digo com que autoridade faço essas coisas (Mc
11,33).
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Eu sei que tem hora de responder e hora de
ficar calado. Tem hora de responder, como São Pedro falou na sua carta,
explicando as razões de nossa esperança a quem nos perguntar. Tudo bem! E hora
de ficar calado, quando a pergunta é uma forma velada de intimidação, de
oposição, de perseguição. Aí, é responder com as atitudes de vida. Foi assim
que fizeste, Jesus. Senhor, confirma em nós a presença do teu Santo Espírito.
Que ele ponha em nossos lábios as palavras certas que podem trazer de volta
quem está no mal caminho. Que ele ponha fortaleza em nosso coração, para não
nos deixarmos abalar pelas críticas e incompreensões que sempre recebem os que
andam contigo. Que ele nos assista quando os inimigos do povo e da fé nos
questionam e nos acusam. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos
viver a palavra
A hora de
dar uma resposta é a hora do testemunho. Testemunho maior ainda é o da própria
vida. Pode ser que apareça, hoje, uma ocasião para você se explicar diante de
alguém. Inspire-se nas palavras e nas atitudes
de Jesus.
Pe. João Carlos Ribeiro – 02 de junho de
2018.
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