PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: seguir Jesus
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O caminho dos que seguem Jesus.


   17 de fevereiro de 2024.   

Sábado após as cinzas


   Evangelho.   


Lc 5,27-32

Naquele tempo, 27Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado na coletoria. Jesus lhe disse: “Segue-me”. 28Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu.
29Depois, Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus. Estava aí grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com eles. 30Os fariseus e seus mestres da Lei murmuravam e diziam aos discípulos de Jesus: “Por que vós comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?”
31Jesus respondeu: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. 32Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão”.

   Meditação.   


Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu (Lc 5, 28)

Chegamos ao 4º dia da Quaresma. A Quaresma é um programa de crescimento espiritual. A cada dia, um novo passo. Nestes primeiros dias, o convite é claro: seguir Jesus. Hoje, temos o exemplo de Levi, o cobrador de impostos. Um exemplo de resposta ao chamado do Mestre.

Jesus viu um cobrador de impostos (o tal Levi). Ele estava sentado na coletoria. Jesus o chamou: “Segue-me”. Agora, preste atenção à resposta dele: Deixou tudo, levantou-se e o seguiu. Depois, preparou em casa um grande banquete pra Jesus. No banquete, estava um grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com eles.

O evangelista narra a resposta de Levi em quatro ações: deixou tudo, levantou-se, seguiu Jesus e preparou, para ele, um banquete em sua casa.

Ele trabalhava coletando impostos para os romanos, profissão mal vista pelo seu povo. Deixou tudo. Tudo o quê? Tudo o que representava segurança, estabilidade, ser um elo na rede de arrecadação pública de impostos. Largou isso. Deu outro rumo à sua vida. Zaqueu também era um cobrador de impostos, mal afamado. Ao que parece, ele não deixou a sua profissão, como Levi, mas também deu novo rumo a ela. Prometeu reparar a quem prejudicou. Vá então pensando no seu caso. 'Deixar tudo' pode significar dar um rumo novo ao seu trabalho, à sua profissão, ao seu casamento.

Curiosamente, o evangelista anotou que Levi, que deixou tudo, levantou-se. Parece uma observação sem importância. Mas, veja: Jesus o viu sentado e o chamou; Ele, deixando tudo, levantou-se. Sentado é o sinal de instalação, acomodação, enquadramento. Levantar-se é a atitude de quem está se desinstalando, saindo de uma posição cômoda para enfrentar um novo desafio. Levantar-se para pôr-se a caminho. O Papa Francisco escreveu na sua primeira Exortação Apostólica (Evangelii Gaudium) a Igreja tem que ser assim, “em saída”. O seguidor de Jesus, o cristão, há de ser uma pessoa “em saída”, disposta a caminhar, a empreender, a crescer, a partir. A igreja não é a casa dos acomodados, é o caminho dos que seguem Jesus.

Bom, ele deixou tudo (deu um novo rumo ao que era e ao que fazia), levantou-se (venceu a acomodação de sua situação) e seguiu Jesus. Seguir é fazer-se aluno, discípulo. E segue Jesus, com os outros discípulos, faz comunidade com eles. Isso é a Igreja, que nasce por obra do Espírito Santo unindo a Cristo os que se põem a caminho com ele.

E a quarta ação de Levi foi o banquete em sua casa. O banquete é o sinal de alegria, de festa, de celebração da ressurreição. Levi é um novo homem. Ressuscitado em Cristo. É o que se vai fazer na Igreja todo domingo: celebrar a ressurreição, com Cristo.




Guardando a mensagem

A Quaresma é um programa de crescimento em Cristo. Hoje, olhamos para a resposta de Levi. Jesus o chamou para o seu seguimento, como me chama e chama você. E Levi, numa resposta maravilhosa, completa (representada nas quatro ações), deixou tudo (deu novo rumo ao que era e fazia), levantou-se (rompeu com sua acomodação), seguiu Jesus (tomou Jesus como a direção de sua vida) e organizou um banquete em casa (celebrou, em comunidade, a vida nova em Cristo). É assim que deve ser a nossa resposta ao chamado de Jesus.

Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu (Lc 5, 28)
 
Rezando a palavra

Senhor Jesus,
obrigado por tua santa Palavra. Ela hoje me faz compreender que a conversão envolve toda a minha vida: é um novo rumo em tudo o que sou e faço, sob a tua direção. Na verdade, como disseste, tu és o caminho. Vamos por ti, andamos contigo, em ti está a realização completa do ser humano. Ajuda-nos, Senhor, a responder ao teu chamado com generosidade, com radicalidade, com alegria, como Levi. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Neste quarto dia da quaresma, vá se preparando para o banquete da vida nova, a Eucaristia, que celebramos em comunidade, no dia do Senhor. Programe, prepare-se, convide outros. Amanhã, vamos celebrar o primeiro domingo da Quaresma.

Comunicando

Nós da AMA (Associação Missionária Amanhecer) estamos preparando três momentos para dar ainda mais qualidade espiritual à nossa quaresma: um show-orante para o próximo dia 25; a via sacra da fraternidade nas ruas do centro do Recife, na quarta-feira santa; e a semana santa missionária, que vamos realizar numa comunidade de João Pessoa, na Paraíba. Para o show do dia 25, estamos contando com a sua presença. Os ingressos estão disponíveis no site www.sympla.com.br ou pelo WhatsApp 81 3224-9284. Outra opção é você seguir o link que lhe enviei ontem. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Começou o grande retiro.



   15 de fevereiro de 2024.   

Quinta-feira depois das cinzas


   Evangelho   


Lc 9,22-25

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 22“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.
25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?”
Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

   Meditação.   


Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

Então, começamos, ontem, a caminhada de 40 dias em direção à Páscoa do Senhor. Começamos a Quaresma. É como se tirássemos esse tempo para caminhar com Jesus, aprendendo os seus ensinamentos, o seu modo de pensar e de agir. É um grande retiro, em companhia dos irmãos, no seguimento de Cristo. Seguimento de Cristo: precisamente, é esse o foco de nossa meditação de hoje, segundo dia da Quaresma.

Jesus falou para todos: “Se alguém quiser me seguir...”. Eu quero! E você? Então, escutemos as condições que ele vai colocar: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga”. Renunciar a si mesmo significa a gente se tirar a si mesmo do centro. É que no centro de nossa vida estamos nós mesmos. A gente pensa e age assim: ‘isso é bom pra mim, isso me faz bem, isso eu gosto, isso eu quero ou não quero pra minha vida’. No centro, estou eu mesmo, o que me agrada, o que me convém. Agora, Jesus está dizendo que para quem quiser segui-lo, tem que ser diferente: é ele que deve estar no centro. Renunciar a si mesmo. Não dá pra você seguir Jesus, continuando no centro. Entendeu?!

Aí ele completou: “Tome a sua cruz cada dia e me siga”. Ser cristão não é deixar de ter problemas, você sabe muito bem. Tomar a própria cruz é condição para seguir Jesus. E o que é tomar a cruz de cada dia? É assumir, com toda responsabilidade, o peso que a vida lhe entrega: problemas de saúde, dificuldades financeiras, desencontros dentro de casa, crises sociais... Tomar a cruz cada dia é não correr dos compromissos ordinários da existência: trabalhar, fazer feira, acompanhar os filhos, conviver com a vizinhança, estudar... As obrigações, compromissos e problemas do dia-a-dia não nos impedem de seguir Jesus. É com essa cruz que o seguimos.

Jesus começou falando do seu caminho, de como ele sofreria muito, seria rejeitado pelos grandes do seu povo, seria morto e ressuscitaria. O caminho do Filho do Homem, como ele gostava de se referir a si mesmo, não seria um caminho cômodo, nem fácil. O caminho da verdade, da coerência, da honestidade é um caminho doloroso. Sofrimento, rejeição, morte... e ressurreição, ao final. A vitória se colhe em meio a lutas, renúncias e dificuldades.

Jesus não quis pegar o atalho da vitória sem luta, do conchavo com os poderosos ou da solução mágica para os problemas. Foram essas, aliás, as tentações do demônio, depois de um jejum de 40 dias.




Guardando a mensagem

Jesus nos chama para segui-lo, mas nos indica que é preciso renunciar a estar no centro, para no centro estar a santa vontade de Deus. E nos lembra que no seu caminho tem cruz. É claro que Jesus não nos está chamando simplesmente para o sofrimento. Seria masoquismo. Ele está nos convidando a tomar a estrada que ele tomou: o caminho da simplicidade, da fidelidade, da verdade..., do amor aos pequenos, os preferidos de Deus. Esse não é um caminho fácil. O mundo, pervertido pelo desejo de enriquecimento, de prestígio, de luxúria, não aplaude o discípulo de Jesus. Mas, o nosso caminho é o caminho de Jesus.

Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu, que és Deus, percorreste o caminho humano para nos deixar um modelo a seguir. Mas, não é fácil, Senhor, assumir o teu caminho. A tentação do mais fácil, do prazeroso, a cobrança da opinião dos outros... muita coisa nos empurra para um caminho sem renúncias. No fundo, preferimos um caminho sem sofrimento, a vitória sem luta, o amor sem doação. Ajuda-nos, Senhor, a responder positivamente ao teu chamado. Queremos te seguir, com fidelidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A Quaresma é uma caminhada rica de estímulos para o nosso crescimento. É como uma subida ao monte com Jesus, em 40 passos. O próprio Jesus, ontem, nos deu três indicações para vivermos bem este tempo: oração, jejum e caridade. É uma jornada de crescimento, de compromisso. A propósito, ontem anunciei o desafio de você ter, ao lado de sua bíblia, um diário espiritual, um caderno de anotações. Muita gente quis saber se é uma coisa especial que eu tenha para vender. De jeito nenhum. Compre um caderno em qualquer livraria. Ele será especial se você o utilizar bem para o seu crescimento espiritual. Por falar nisso, você topou o desafio?

Comunicando

Caso tenha um tempinho, gostaria muito de encontrar você na Santa Missa que celebro hoje, como todas as quintas-feiras, às 11 horas, pelo rádio e pelas redes sociais. Será mais uma oportunidade pra você começar bem a Quaresma. Durante a Missa, vamos assumir o compromisso de seguir fielmente o caminho quaresmal. Desejando colocar sua intenção na Santa Missa, use o formulário que estou lhe enviando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

A Palavra nos aponta Jesus, para que nós o sigamos.


   03 de janeiro de 2024.   

Quarta-feira do Tempo do Natal antes da Epifania



   Evangelho.  


Jo 1,29-34

29No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”.
32E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. 34Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”



   Meditação.   


Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus! (Jo 1, 34)

A Palavra do Senhor nos aponta a pessoa de Jesus. Os evangelhos são testemunhos sobre Jesus, para que nós o conheçamos, para que o acolhamos. E mesmo o Antigo Testamento é lido pelos cristãos na perspectiva da revelação da pessoa de Jesus, o Messias prometido e já figurado na atuação dos sábios, profetas e reis. A Escritura nos aponta a pessoa de Jesus.

A missão de João Batista foi preparar o povo para receber Jesus e revelá-lo a este mesmo povo por ele preparado. O ponto alto de sua missão foi indicar-lhe Jesus, apontar-lhe o Messias ali presente. “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O grande testemunho de João sobre Jesus foi esse: ‘Ele é o Filho de Deus’.

Podemos dizer assim: todo o evangelho é um João Batista indicando Jesus. O que os evangelhos querem é exatamente apresentar Jesus para que sejamos seus seguidores. Seguir Jesus é tomá-lo como modelo de vida, é tornar-se seu discípulo, para aprender a viver como ele. A imitação de Cristo é possível por causa da encarnação. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Ele viveu nossa vida humana de maneira plenamente santa. É assim que queremos nascer, viver e morrer. Como ele. Os evangelhos nos convidam ao seguimento de Jesus.

João Batista, os evangelhos, os missionários nos apontam Jesus. “Eis o cordeiro de Deus”. Nós, em atenção a esta palavra, nos pomos no seguimento dele. Seguir Jesus é toma-lo como nosso Mestre, nosso orientador, nosso guia; É abraçar o seu evangelho, os seus ensinamentos. Seguir Jesus é acolher o seu sacrifício salvador na cruz, tomando posse da salvação que ele nos alcançou, o dom de agora sermos filhos de Deus. Seguir Jesus é por-se a caminho com ele, imitando seu modo humano de amar e servir, acolhendo-o como caminho, verdade e vida. E, claro, integrar-se no grupo dos discípulos que o seguem e cultivam a sua memória, a sua Igreja. Assim, nos tornamos discípulos do Senhor, seus seguidores.

Guardando a mensagem

Nós até que temos bastante informações sobre Jesus. Nós temos, inclusive, ouvido diariamente o seu evangelho. Mas, a Palavra nos aponta Jesus para o seguirmos. Nossa resposta à Palavra de Deus proclamada é nos tornarmos seguidores de Jesus. Segui-lo é tomá-lo como nosso mestre, nosso guia. Segui-lo é imitá-lo no seu amor e na sua fidelidade ao Pai e ao seu povo. Segui-lo é tomar cada dia a cruz de nossas dificuldades e lutas e subir o calvário com ele. E ressuscitar com ele, em cada vitória, em cada conquista, em cada etapa vencida. Nisso consiste a santidade, isto é, em vivermos habitados por sua graça: sermos seus seguidores na normalidade de nossas vidas.

Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus! (Jo 1, 34)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
João Batista, no auge do seu trabalho de preparação do povo para te receber, te revelou como Cordeiro de Deus, como aquele que iria batizar com o Espírito Santo, como Filho de Deus. Esse testemunho, nós o temos recebido pela pregação, pela meditação bíblica, pela evangelização. Senhor, que a nossa resposta à Palavra seja o teu seguimento, como nosso mestre, modelo e guia. Ajuda-nos, Senhor, a sermos, hoje, outros João Batistas, apontando aos outros a tua pessoa, o teu caminho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.




Vivendo a palavra

No seu momento de oração pessoal, peça a Deus a graça de ser fiel no seguimento de Jesus. 

Comunicando

Hoje, a Rede Vida de Televisão transmite o ESPECIAL PADRE JOÃO CARLOS, às dez da noite. Por favor, avise a outras pessoas, compartilhe a chamada que estou lhe enviando e assista o Especial com sua família. É hoje, às dez da noite. Deus abençoe o nosso compromisso com a evangelização.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Eu quero levar a sério a Quaresma!

 




23 de fevereiro de 2023

Quinta-feira após as cinzas

2º dia da Quaresma

EVANGELHO

Lc 9,22-25

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 22“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.
25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?”
Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

MEDITAÇÃO


Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

Então, começamos, ontem, a caminhada de 40 dias em direção à Páscoa do Senhor. Começamos a Quaresma. É como se tirássemos esse tempo para caminhar com Jesus, aprendendo os seus ensinamentos, o seu modo de pensar e de agir. É um grande retiro, em companhia dos irmãos, no seguimento de Cristo. Seguimento de Cristo: precisamente, é esse o foco de nossa meditação de hoje, segundo dia da Quaresma.

Jesus falou para todos: “Se alguém quiser me seguir...”. Eu quero! E você? Então, escutemos as condições que ele vai colocar: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga”. Renunciar a si mesmo significa a gente se tirar a si mesmo do centro. É que no centro de nossa vida estamos nós mesmos. A gente pensa e age assim: ‘isso é bom pra mim, isso me faz bem, isso eu gosto, isso eu quero ou não quero pra minha vida’. No centro, estou eu mesmo, o que me agrada, o que me convém. Agora, Jesus está dizendo que para quem quiser segui-lo, tem que ser diferente: é ele que deve estar no centro. Renunciar a si mesmo. Não dá pra você seguir Jesus, continuando no centro. Entendeu?!

Aí ele completou: “Tome a sua cruz cada dia e me siga”. Ser cristão não é deixar de ter problemas, você sabe muito bem. Tomar a própria cruz é condição para seguir Jesus. E o que é tomar a cruz de cada dia? É assumir, com toda responsabilidade, o peso que a vida lhe entrega: problemas de saúde, dificuldades financeiras, desencontros dentro de casa, crises sociais... Tomar a cruz cada dia é não correr dos compromissos ordinários da existência: trabalhar, fazer feira, acompanhar os filhos, conviver com a vizinhança, estudar... As obrigações, compromissos e problemas do dia-a-dia não nos impedem de seguir Jesus. É com essa cruz que o seguimos.

Jesus começou falando do seu caminho, de como ele sofreria muito, seria rejeitado pelos grandes do seu povo, seria morto e ressuscitaria. O caminho do Filho do Homem, como ele gostava de se referir a si mesmo, não seria um caminho cômodo, nem fácil. O caminho da verdade, da coerência, da honestidade é um caminho doloroso. Sofrimento, rejeição, morte... e ressurreição, ao final. A vitória se colhe em meio a lutas, renúncias e dificuldades.

Jesus não quis pegar o atalho da vitória sem luta, do conchavo com os poderosos ou da solução mágica para os problemas. Foram essas, aliás, as tentações do demônio, depois de um jejum de 40 dias.


Guardando a mensagem

Jesus nos chama para segui-lo, mas nos indica que é preciso renunciar a estar no centro, para no centro estar a santa vontade de Deus. E nos lembra que no seu caminho tem cruz. É claro que Jesus não nos está chamando simplesmente para o sofrimento. Seria masoquismo. Ele está nos convidando a tomar a estrada que ele tomou: o caminho da simplicidade, da fidelidade, da verdade..., do amor aos pequenos, os preferidos de Deus. Esse não é um caminho fácil. O mundo, pervertido pelo desejo de enriquecimento, de prestígio, de luxúria, não aplaude o discípulo de Jesus. Mas, o nosso caminho é o caminho de Jesus.

Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu, que és Deus, percorreste o caminho humano para nos deixar um modelo a seguir. Mas, não é fácil, Senhor, assumir o teu caminho. A tentação do mais fácil, do prazeroso, a cobrança da opinião dos outros... muita coisa nos empurra para um caminho sem renúncias. No fundo, preferimos um caminho sem sofrimento, a vitória sem luta, o amor sem doação. Ajuda-nos, Senhor, a responder positivamente ao teu chamado. Queremos te seguir, com fidelidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A Quaresma é uma caminhada rica de estímulos para o nosso crescimento. É como uma subida ao monte com Jesus, em 40 passos. O primeiro passo lhe indiquei ontem, com a Quarta-feira de Cinzas: ter um tempo pessoal de oração todos os dias. O segundo passo, lhe digo agora: ter o seu caderno espiritual (uma agenda, um caderno de anotações). Muita gente me pergunta se é uma coisa especial que eu tenha para vender. De jeito nenhum. Compre um caderno em qualquer livraria. Ele será especial se você o utilizar bem para o seu crescimento espiritual.

Comunicando

Caso tenha um tempinho, gostaria muito de encontrar você na Santa Missa que celebro hoje, como todas as quintas-feiras, às 11 horas, pelo rádio e pelas redes sociais. Será mais uma oportunidade pra você começar bem a Quaresma. Durante a Missa, vamos assumir o compromisso de seguir fielmente o caminho quaresmal. Desejando colocar sua intenção na Santa Missa, use o formulário que estou lhe enviando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

De que adianta ganhar o mundo todo...





17 de fevereiro de 2023


Sexta-feira da 6ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mc 8,34–9,1


Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la.

36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? 37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”.

9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.


MEDITAÇÃO


De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? (Mc 8, 36)


O chamado de Jesus é para que o sigamos. “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Começa-se por renunciar a si mesmo, já não ser mais o centro e a medida de tudo. Trata-se de você acolher Jesus como guia de sua existência, escolhendo o seu caminho. Caminhar com ele, nos caminhos dele. Não andar atrás de outro que não seja Jesus, nem ficar dando voltas em torno de si mesmo. Renunciar a ser o centro de sua própria vida. E carregar a própria cruz: o peso de suas responsabilidades, as dificuldades e os problemas que lhe tocam. Não fugir dos problemas próprios da existência. E não deixar que eles nos desviem do caminho do Mestre. Somos seguidores dele. Ele nos leva ao Pai. É para lá que a gente está indo. Com ele.


O que no final vai mesmo valer a pena? No fim do caminho, estaremos frente à frente com Deus ou teremos nos desviado tanto dele durante a vida, que poderemos estar irremediavelmente distantes, perdidos. É uma possibilidade, porque Deus nos criou dotados de liberdade.


É que a gente corre tanto, desgasta-se na luta pela sobrevivência, procurando dar conta das responsabilidades inerentes à existência humana (ou dos fardos que arrumamos por nossa conta pra carregar)... Corremos tanto que podemos até esquecer para onde nós estamos indo. Deus não nos chamou à vida apenas para passar de fase: ser criança, jovem, adulto, velho... velho não, idoso. E terminar o nosso tempo bem velhinhos. Deus tem um projeto maior, mais nobre: chegarmos à plenitude e à felicidade de filhos, herdeiros de sua glória. Essa é a meta.


Como é triste vermos uma pessoa viver agarrada exclusivamente às coisas desta terra, coisas que passam, que ninguém leva quando morre. É claro, a gente tem que lutar, tem que se empenhar pra ter as coisas, para melhorar a própria qualidade de vida. Mas, aqui não é tudo, nem isso é o mais importante. Deus é que é o nosso endereço, a nossa meta. Estamos aqui vivendo, por iniciativa dele. Saímos dele. Voltamos a ele. O caminho que nos leva a ele é Jesus. É em Deus, a nossa completa realização.





Guardando a mensagem


Jesus nos convida ao seu seguimento. Ele sabe para onde nos levar. Ele nos leva para nossa completa felicidade, nos leva ao Pai. Toda a nossa vida é uma grande caminhada. Seguindo Jesus, acertamos o caminho. Jesus colocou duas condições para quem aceita o convite para segui-lo: renunciar a si mesmo e carregar a própria cruz. Foi o caminho que ele também tomou: esvaziou-se a si mesmo, na sua encarnação; e carregou com fidelidade a cruz da paixão, cruz do nosso pecado. Foi assim que ele venceu. Ele é o caminho. Vale a pena a vida que trilhar esse caminho.


De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? (Mt 16, 26)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

o risco é nós sermos seguidores de nós mesmos. Esse sentimento de autonomia é uma coisa positiva, claro. Mas, Senhor, quando leva a pessoa a excluir Deus de sua existência, aí a pessoa fica dando voltas sobre si mesma, sem rumo, nem direção. Sem Deus, que é nossa meta última, nós acabamos endeusando os bens dessa terra ou pessoas que nos pareçam maravilhosas. No fim, os bens passam e as pessoas decepcionam. Senhor, como cristãos, escolhemos um caminho pra seguir. Renunciando a nós mesmos e carregando o peso dessa vida, nós seguimos contigo. Tu és o caminho, a verdade e a vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, escreva uma breve oração, inspirando-se no que Jesus nos disse: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”.

Comunicando

Talvez você não tenha visto este Especial que preparamos para a televisão na entrada do ano. Está no meu Canal do Youtube. Estou lhe deixando o link.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Porque ele veio, agora podemos ser seus seguidores.



03 de janeiro de 2023

Tempo do Natal antes da Epifania


EVANGELHO

Jo 1,29-34

29No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”.
32E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. 34Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”


MEDITAÇÃO

Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus! (Jo 1, 34)

A Palavra do Senhor nos aponta a pessoa de Jesus. Os evangelhos são testemunhos sobre Jesus, para que nós o conheçamos, para que o acolhamos. E mesmo o Antigo Testamento é lido pelos cristãos na perspectiva da revelação da pessoa de Jesus, o Messias prometido e já figurado na atuação dos sábios, profetas e reis. A Escritura nos aponta a pessoa de Jesus.

A missão de João Batista foi preparar o povo para receber Jesus e revelá-lo a este mesmo povo por ele preparado. O ponto alto de sua missão foi indicar-lhe Jesus, apontar-lhe o Messias ali presente. “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O grande testemunho de João sobre Jesus foi esse: ‘Ele é o Filho de Deus’.

Podemos dizer assim: todo o evangelho é um João Batista indicando Jesus. O que os evangelhos querem é exatamente apresentar Jesus para que sejamos seus seguidores. Seguir Jesus é tomá-lo como modelo de vida, é tornar-se seu discípulo, para aprender a viver como ele. A imitação de Cristo é possível por causa da encarnação. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Ele viveu nossa vida humana de maneira plenamente santa. É assim que queremos nascer, viver e morrer. Como ele. Os evangelhos nos convidam ao seguimento de Jesus.

João Batista, os evangelhos, os missionários nos apontam Jesus. “Eis o cordeiro de Deus”. Nós, em atenção a esta palavra, nos pomos no seguimento dele. Seguir Jesus é toma-lo como nosso Mestre, nosso orientador, nosso guia; É abraçar o seu evangelho, os seus ensinamentos. Seguir Jesus é acolher o seu sacrifício salvador na cruz, tomando posse da salvação que ele nos alcançou, o dom de, agora, sermos filhos de Deus. Seguir Jesus é por-se a caminho com ele, imitando seu modo humano de amar e servir, acolhendo-o como caminho, verdade e vida. E, claro, integrar-se no grupo dos discípulos que o seguem e cultivam a sua memória, a sua Igreja. Assim, nos tornamos discípulos do Senhor, seus seguidores.

Guardando a mensagem

Nós até que temos bastante informações sobre Jesus. Nós temos, inclusive, ouvido diariamente o seu evangelho. Mas, a Palavra nos aponta Jesus para o seguirmos. Nossa resposta à Palavra de Deus proclamada é nos tornarmos seguidores de Jesus. Segui-lo é tomá-lo como nosso mestre, nosso guia. Segui-lo é imitá-lo no seu amor e na sua fidelidade ao Pai e ao seu povo. Segui-lo é tomar cada dia a cruz de nossas dificuldades e lutas e subir o calvário com ele. E ressuscitar com ele, em cada vitória, em cada conquista, em cada etapa vencida. Nisso consiste a santidade, isto é, em vivermos habitados por sua graça: sermos seus seguidores na normalidade de nossas vidas.

Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus! (Jo 1, 34)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
João Batista, no auge do seu trabalho de preparação do povo para te receber, te revelou como Cordeiro de Deus, como aquele que iria batizar com o Espírito Santo, como Filho de Deus. Esse testemunho, nós o temos recebido pela pregação, pela meditação bíblica, pela evangelização. Senhor, que a nossa resposta à Palavra seja o teu seguimento, como nosso mestre, modelo e guia. Ajuda-nos, Senhor, a sermos, hoje, outros João Batistas, apontando aos outros a tua pessoa, o teu caminho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.



Vivendo a palavra

No seu momento de oração pessoal, peça a Deus a graça de ser fiel no seguimento de Jesus. Reze também, hoje,  pelo descanso eterno do Papa emérito Bento XVI. Suas últimas palavras foram "Senhor, eu te amo!". 

Comunicando

Compartilho com vocês minha agenda de shows deste mês  de janeiro em várias cidades. Em Jaboatão, no dia 09. Em Itapissuma, no dia 15. Em Vitória de Santo Antão, no dia 17. E
m Pontas de Pedras, no dia 27. Gravação de DVD Orante, em Juazeiro do Norte, no dia 31. Em Tacaratu, no dia 02 de fevereiro.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

EU QUERO SEGUIR JESUS!




03 de março de 2022

Quinta-feira após as cinzas

2º dia da Quaresma


EVANGELHO


Lc 9,22-25

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 22“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.
25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?”
Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

MEDITAÇÃO


Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

Então, começamos, ontem, a caminhada de 40 dias em direção à Páscoa do Senhor. Começamos a Quaresma. É como se tirássemos esse tempo para caminhar com Jesus, aprendendo os seus ensinamentos, o seu modo de pensar e de agir. É um grande retiro, em companhia dos irmãos, no seguimento de Cristo. Seguimento de Cristo: precisamente, é esse o foco de nossa meditação de hoje, segundo dia da Quaresma.

Jesus falou para todos: “Se alguém quiser me seguir...”. Eu quero! E você? Então, escutemos as condições que ele vai colocar: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga”. Renunciar a si mesmo significa a gente se tirar a si mesmo do centro. É que no centro de nossa vida estamos nós mesmos. A gente pensa e age assim: ‘isso é bom pra mim, isso me faz bem, isso eu gosto, isso eu quero ou não quero pra minha vida’. No centro, estou eu mesmo, o que me agrada, o que me convém. Agora, Jesus está dizendo que para quem quiser segui-lo, tem que ser diferente: é ele que deve estar no centro. Renunciar a si mesmo. Não dá pra você seguir Jesus, continuando no centro. Entendeu?!

Aí ele completou: “Tome a sua cruz cada dia e me siga”. Ser cristão não é deixar de ter problemas, você sabe muito bem. Tomar a própria cruz é condição para seguir Jesus. E o que é tomar a cruz de cada dia? É assumir, com toda responsabilidade, o peso que a vida lhe entrega: problemas de saúde, dificuldades financeiras, desencontros dentro de casa, crises sociais... Tomar a cruz cada dia é não correr dos compromissos ordinários da existência: trabalhar, fazer feira, acompanhar os filhos, conviver com a vizinhança, estudar... As obrigações, compromissos e problemas do dia-a-dia não nos impedem de seguir Jesus. É com essa cruz que o seguimos.

Jesus começou falando do seu caminho, de como ele sofreria muito, seria rejeitado pelos grandes do seu povo, seria morto e ressuscitaria. O caminho do Filho do Homem, como ele gostava de se referir a si mesmo, não seria um caminho cômodo, nem fácil. O caminho da verdade, da coerência, da honestidade é um caminho doloroso. Sofrimento, rejeição, morte... e ressurreição, ao final. A vitória se colhe em meio a lutas, renúncias e dificuldades.

Jesus não quis pegar o atalho da vitória sem luta, do conchavo com os poderosos ou da solução mágica para os problemas. Foram essas, aliás, as tentações do demônio, depois de um jejum de 40 dias.


Guardando a mensagem

Jesus nos chama para segui-lo. Mas, nos indica que é preciso renunciar a estar no centro, para no centro estar a santa vontade de Deus. E nos lembra que no seu caminho tem cruz. É claro que Jesus não nos está chamando simplesmente para o sofrimento. Seria masoquismo. Ele está nos convidando a tomar a estrada que ele tomou: o caminho da simplicidade, da fidelidade, da verdade..., do amor aos pequenos, os preferidos de Deus. Esse não é um caminho fácil. O mundo, pervertido pelo desejo de enriquecimento, de prestígio, de luxúria, não aplaude o discípulo de Jesus. Mas, o nosso caminho é o caminho de Jesus.

Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu, que és Deus, percorreste o caminho humano para nos deixar um modelo a seguir. Mas, não é fácil, Senhor, assumir o teu caminho. A tentação do mais fácil, do prazeroso, a cobrança da opinião dos outros... muita coisa nos empurra para um caminho sem renúncias. No fundo, preferimos um caminho sem sofrimento, a vitória sem luta, o amor sem doação. Ajuda-nos, Senhor, a responder positivamente ao teu chamado. Queremos te seguir, com fidelidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A Quaresma é uma caminhada rica de estímulos para o seu crescimento. Seria muito bom você ter o seu caderno espiritual (uma agenda, um caderno de anotações). Muita gente me perguntou se é uma coisa especial que eu tenha para vender. De jeito nenhum. Compre um caderno em qualquer livraria. Ele será especial se você o utilizar bem para o seu crescimento espiritual. Bom, anote nele, hoje, uma resposta para esta pergunta: O que seria tomar a cruz de cada dia para seguir Jesus?

Caso tenha um tempinho, gostaria muito de encontrar você na Santa Missa que celebro hoje, como todas as quintas-feiras, às 11 horas, pelo rádio e pelas redes sociais. Desejando colocar sua intenção na Santa Missa, use o formulário que está junto com o texto da Meditação.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



O QUE NO FINAL VAI MESMO VALER A PENA?



18 de fevereiro de 2022

EVANGELHO


Mc 8,34–9,1

Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la.
36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? 37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”.
9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.

MEDITAÇÃO


De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? (Mc 8, 36)

O chamado de Jesus é para que o sigamos. “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Começa-se por renunciar a si mesmo, já não ser mais o centro e a medida de tudo. Trata-se de você acolher Jesus como guia de sua existência, escolhendo o seu caminho. Caminhar com ele, nos caminhos dele. Não andar atrás de outro que não seja Jesus, nem ficar dando voltas em torno de si mesmo. Renunciar a ser o centro de sua própria vida. E carregar a própria cruz: o peso de suas responsabilidades, as dificuldades e os problemas que lhe tocam. Não fugir dos problemas próprios da existência. E não deixar que eles nos desviem do caminho do Mestre. Somos seguidores dele. Ele nos leva ao Pai. É para lá que a gente está indo. Com ele.

O que no final vai mesmo valer a pena? No fim do caminho, estaremos frente à frente com Deus ou teremos nos desviado tanto dele durante a vida, que poderemos estar irremediavelmente distantes, perdidos. É uma possibilidade, porque Deus nos criou dotados de liberdade.

É que a gente corre tanto, desgasta-se na luta pela sobrevivência, procurando dar conta das responsabilidades inerentes à existência humana (ou dos fardos que arrumamos por nossa conta pra carregar)... Corremos tanto que podemos até esquecer para onde nós estamos indo. Deus não nos chamou à vida apenas para passar de fase: ser criança, jovem, adulto, velho... velho não, idoso. E terminar o nosso tempo bem velhinhos. Deus tem um projeto maior, mais nobre: chegarmos à plenitude e à felicidade de filhos, herdeiros de sua glória. Essa é a meta.

Como é triste vermos uma pessoa viver agarrada exclusivamente às coisas desta terra, coisas que passam, que ninguém leva quando morre. É claro, a gente tem que lutar, tem que se empenhar pra ter as coisas, para melhorar a própria qualidade de vida. Mas, aqui não é tudo, nem isso é o mais importante. Deus é que é o nosso endereço, a nossa meta. Estamos aqui vivendo, por iniciativa dele. Saímos dele. Voltamos a ele. O caminho que nos leva a ele é Jesus. É em Deus, a nossa completa realização.


Guardando a mensagem

Jesus nos convida ao seu seguimento. Ele sabe para onde nos levar. Ele nos leva para nossa completa felicidade, nos leva ao Pai. Toda a nossa vida é uma grande caminhada. Seguindo Jesus, acertamos o caminho. Jesus colocou duas condições para quem aceita o convite para segui-lo: renunciar a si mesmo e carregar a própria cruz. Foi o caminho que ele também tomou: esvaziou-se a si mesmo, na sua encarnação; e carregou com fidelidade a cruz da paixão, cruz do nosso pecado. Foi assim que ele venceu. Ele é o caminho. Vale a pena a vida que trilhar esse caminho.

De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? (Mt 16, 26)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o risco é nós sermos seguidores de nós mesmos. Esse sentimento de autonomia é uma coisa positiva, claro. Mas, Senhor, quando leva a pessoa a excluir Deus de sua existência, aí a pessoa fica dando voltas sobre si mesma, sem rumo, nem direção. Sem Deus, que é nossa meta última, nós acabamos endeusando os bens dessa terra ou pessoas que nos pareçam maravilhosas. No fim, os bens passam e as pessoas decepcionam. Senhor, como cristãos, escolhemos um caminho pra seguir. Renunciando a nós mesmos e carregando o peso dessa vida, nós seguimos contigo. Tu és o caminho, a verdade e a vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, escreva uma breve oração, inspirando-se no que Jesus nos disse: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

UMA NOVA DIREÇÃO DA SUA VIDA


 

10 de outubro de 2021

28º Domingo do Tempo Comum


EVANGELHO


Mc 10,17-30

Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”
18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe”.
20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”.
21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”
22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.
23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”
24Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”
26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?”
27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.
28Pedro então começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”.
29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna.

MEDITAÇÃO


Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna? (Mc 10, 17)

A religião cristã não é apenas um conjunto de práticas religiosas que realizamos para o louvor de Deus e para o nosso bem pessoal. A religião cristã é, especialmente, seguimento de Jesus Cristo. Seguimento. O que nos define não é um título de pertença a uma instituição bimilenar. O que nos define é sermos discípulos de Jesus. É sermos seus seguidores, suas seguidoras. Percorremos com ele o seu caminho. Vamos com ele a Jerusalém.

Jesus e os discípulos estão indo a Jerusalém. Essa é a grande viagem que marca a sua vida. Em Jerusalém, acontecerá o drama da paixão. Essa caminhada é propriamente a direção da vida de Jesus. Neste caminho, a uma certa altura, vem alguém correndo, ajoelha-se aos seus pés e lhe pergunta o que deve fazer para ganhar a vida eterna. Ele já cumpria os mandamentos da Lei, desde a sua juventude. ‘Então, concluiu Jesus, só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”. O homem ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

Essa pessoa buscava a felicidade, a realização, como todos nós. Era uma pessoa religiosa, praticante da Lei desde pequeno. Pelo que respondeu a Jesus, praticava certinho os mandamentos de Deus. Mas, estava inquieto. Sabia que lhe faltava alguma coisa. O que ele poderia fazer para ganhar a vida eterna, para participar da herança da completa felicidade? Ele percebeu que Jesus tinha a resposta. Ele poderia lhe indicar o que realmente tinha que fazer. E lhe pediu isso de joelhos, de coração aberto, com toda sinceridade.

Ele ouviu a resposta de Jesus. A resposta foi dada com muito respeito, muita consideração e como sinal de um amor sincero por ele. Está escrito: “Jesus o olhou com amor”. Não foi uma resposta para afastá-lo, para desanimá-lo em sua busca de felicidade, da herança da vida eterna. Foi uma resposta verdadeira, exigente. Ele, que estava ansioso em busca da felicidade, da vida eterna, ouvindo isso, ficou abatido e desistiu, foi embora cheio de tristeza. Não aceitou a proposta de Jesus, o caminho que ele lhe indicou. Optou por continuar sua vidinha. Optou por não ser seguir Jesus, não ser seu discípulo.

O que é que Jesus lhe pediu e pede a mim e a você, hoje? Ele o chamou para segui-lo. Só isso. “Vem e segue-me”. Segui-lo no seu caminho, sendo livre e solidário como ele. Livre de qualquer carga ou amarra. Solidário com os pobres e sofredores. Foi o que ele pediu àquele homem: o desapego dos seus bens e a solidariedade com quem nada tem. ‘Vende o que tens e dá aos pobres”. Em outras palavras, Jesus lhe indicou um modo novo de se relacionar com os bens e com os seus semelhantes. No trato com os bens, ser livre. Não viver para o dinheiro. Não ser possuído pelos seus bens. No trato com os seus semelhantes, ser solidário. Importar-se com sua dor, partilhar, não lhes ser indiferente.

Guardando a mensagem

Muitos cristãos estão ocupados na posse de muitos bens, usufruindo do seu bem-estar e fazendo da religião apenas um complemento para sua felicidade. No fundo, são infelizes, vivem tristes. Está lhes faltando alguma coisa. Eles também perguntam a Jesus o que precisam fazer para alcançar a felicidade completa, para ter direito à herança da vida eterna? Esperam que Jesus lhe passe uma receita de algumas coisas a serem feitas. Mas, Jesus lhe dá uma nova orientação para as suas vidas. Jesus os chama para segui-lo. Duas condições são necessárias para o seu seguimento: estar livre e ser solidário. Jesus os chama a ter um novo relacionamento com os bens (a liberdade) e com seus semelhantes (a solidariedade). A verdadeira felicidade está em sermos irmãos, a caminho com Jesus, para a casa do Pai.

Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna? (Mc 10, 17)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
fica-nos a impressão que foste muito exigente com aquele que se apresentou no caminho, querendo fazer alguma coisa para ganhar a vida eterna. Tu o chamaste para te seguir. Para isso, ele precisava estar livre (não mais voltado para os seus bens) e ser solidário (não mais indiferente à sorte dos pobres). Ele não teve coragem de dar uma nova direção à sua vida. Na sua tristeza, vemos a tristeza de quem vive voltado para si mesmo. Por sorte, esse mesmo evangelho nos mostra que houve quem deixasse tudo e te seguisse, como foi o caso dos teus apóstolos. Livres e solidários, eles teriam tudo que deixaram cem vezes mais e a vida eterna no mundo futuro. Obrigado, Senhor, pelo exemplo de tantos irmãos e irmãs que seguem contigo, livres e solidários, pelo caminho da vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Será muito importante que você abra hoje sua Bíblia e leia essa passagem que toda a Igreja está meditando neste domingo: Marcos 10,17-30.

No próximo final de semana, a gente se encontra no 4º Acampamento Missionário. Na sexta-feira, a Missa de abertura transmitida pela Rede Vida e, no sábado, uma movimentada tarde online com testemunhos, pregação, adoração eucarística e momento musical. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

VAMOS PELO CAMINHO DE JESUS


Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)



27 de fevereiro de 2020.

Então, começamos, ontem, a caminhada de 40 dias em direção à Páscoa do Senhor. Começamos a Quaresma. É como se tirássemos esse tempo para caminhar com Jesus, aprendendo os seus ensinamentos, o seu modo de pensar e de agir. É um grande retiro, em companhia dos irmãos, no seguimento de Cristo. Seguimento de Cristo: precisamente, este é o foco de nossa meditação de hoje, segundo dia da Quaresma.

Jesus falou para todos: “Se alguém quiser me seguir...”. Eu quero! E você? Então, escutemos as condições que ele vai nos colocar: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga”. Renunciar a si mesmo significa a gente se tirar a si mesmo do centro. É que no centro de nossa vida estamos nós mesmos. A gente pensa e age assim: ‘isso é bom pra mim, isso me faz bem, isso eu gosto, isso eu quero ou não quero pra minha vida’. No centro, estou eu mesmo, o que me agrada, o que me convém. Agora, Jesus está dizendo que quem quiser segui-lo, tem que ser diferente: é ele que deve estar no centro. Renunciar a si mesmo. Não dá pra você seguir Jesus, continuando no centro. Entendeu?!

Aí ele completou: “Tome a sua cruz cada dia e me siga”. Ser cristão não é deixar de ter problemas, você sabe muito bem. Tomar a própria cruz é condição para seguir Jesus. E o que é tomar a cruz de cada dia? É assumir, com toda responsabilidade, o peso que a vida lhe entrega: problemas de saúde, dificuldades financeiras, desencontros dentro de casa, crises sociais... Tomar a cruz cada dia é não correr dos compromissos ordinários da existência: trabalhar, fazer feira, acompanhar os filhos, conviver com a vizinhança, estudar... As obrigações, compromissos e problemas do dia-a-dia não nos impedem de seguir Jesus. É com essa cruz que o seguimos.

Jesus começou falando do seu caminho, de como ele sofreria muito, seria rejeitado pelos grandes do seu povo, seria morto e ressuscitaria. O caminho do Filho do Homem, como ele gostava de se referir a si mesmo, não seria um caminho cômodo, nem fácil. O caminho da verdade, da coerência, da honestidade é um caminho doloroso. Sofrimento, rejeição, morte... e ressurreição, ao final. A vitória se colhe em meio a lutas, renúncias e dificuldades.

Jesus não quis pegar o atalho da vitória sem luta, do conchavo com os poderosos ou da solução mágica para os problemas. Foram essas, aliás, as tentações do demônio, depois de um jejum de 40 dias.

Guardando a mensagem

Jesus nos chama para segui-lo. Mas, nos indica que é preciso renunciar a estar no centro, para no centro estar a santa vontade de Deus. E nos lembra que no seu caminho tem cruz. É claro que Jesus não nos está chamando simplesmente para o sofrimento. Seria masoquismo. Ele está nos convidando a tomar a estrada que ele tomou: o caminho da simplicidade, da fidelidade, da verdade..., do amor aos pequenos, os preferidos de Deus. Esse não é um caminho fácil. O mundo, pervertido pelo desejo de enriquecimento, de prestígio, de luxúria, não aplaude o discípulo de Jesus. Mas, o nosso caminho é o caminho de Jesus.

Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e me siga (Lc 9, 23)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

Tu, que és Deus, percorreste o caminho humano para nos deixar um modelo a seguir. Mas, não é fácil, Senhor, assumir o teu caminho. A tentação do mais fácil, do prazeroso, a cobrança da opinião dos outros... muita coisa nos empurra para um caminho sem renúncias. No fundo, preferimos um caminho sem sofrimento, a vitória sem luta, o amor sem doação. Ajuda-nos, Senhor, a responder positivamente ao teu chamado. Queremos te seguir, com fidelidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A Quaresma é uma caminhada rica de estímulos para o seu crescimento. Seria muito bom você ter o seu caderno espiritual (uma agenda, um caderno de anotações). Muita gente me perguntou se é uma coisa especial que eu tenha para vender. De jeito nenhum. Compre um caderno em qualquer livraria. Ele será especial se você o utilizar bem para o seu crescimento espiritual. Bom, anote nele, hoje, uma resposta para esta pergunta: Para colocar Jesus no centro de sua vida, o que você precisa renunciar?

27 de fevereiro de 2020.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




QUEM É O CENTRO DE SUA VIDA?

De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida (Mc 8, 36)

21 de fevereiro de 2020



O chamado de Jesus é para que o sigamos. “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Começa-se por renunciar a si mesmo, já não ser mais o centro e a medida de tudo. Trata-se de você acolher Jesus como guia de sua existência, escolhendo o seu caminho. Caminhar com ele, nos caminhos dele. Não andar atrás de outro que não seja Jesus, nem ficar dando voltas em torno de si mesmo. Renunciar a ser o centro de sua própria vida. E carregar a própria cruz: o peso de suas responsabilidades, as dificuldades e os problemas que lhe tocam. Não fugir dos problemas próprios da existência. E não deixar que eles nos desviem do caminho do Mestre. Somos seguidores dele. Ele nos leva ao Pai. É para lá que a gente está indo. Com ele.

O que no final vai mesmo valer a pena? No fim do caminho, estaremos frente à frente com Deus ou teremos nos desviado tanto dele durante a vida, que poderemos estar irremediavelmente distantes, perdidos. É uma possibilidade, porque Deus nos criou dotados de liberdade.

É que a gente corre tanto, desgasta-se na luta pela sobrevivência, procurando dar conta das responsabilidades inerentes à existência humana (ou dos fardos que arrumamos por nossa conta pra carregar)... Corremos tanto que podemos até esquecer para onde nós estamos indo. Deus não nos chamou à vida apenas para passar de fase: ser criança, jovem, adulto, velho... velho não, idoso. E terminar o nosso tempo bem velhinhos. Deus tem um projeto maior, mais nobre: chegarmos à plenitude e à felicidade de filhos, herdeiros de sua glória. Essa é a meta.

Como é triste vermos uma pessoa viver agarrada exclusivamente às coisas desta terra, coisas que passam, que ninguém leva quando morre. É claro, a gente tem que lutar, tem que se empenhar pra ter as coisas, para melhorar a própria qualidade de vida. Mas, aqui não é tudo, nem isso é o mais importante. Deus é que é o nosso endereço, a nossa meta. Estamos aqui vivendo, por iniciativa dele. Saímos dele. Voltamos a ele. O caminho que nos leva a ele é Jesus. É em Deus, a nossa completa realização.

Guardando a mensagem

Jesus nos convida ao seu seguimento. Ele sabe para onde nos levar. Ele nos leva para nossa completa felicidade, nos leva ao Pai. Toda a nossa vida é uma grande caminhada. Seguindo Jesus, acertamos o caminho. Jesus colocou duas condições para quem aceita o convite para segui-lo: renunciar a si mesmo e carregar a própria cruz. Foi o caminho que ele também tomou: esvaziou-se a si mesmo, na sua encarnação; e carregou com fidelidade a cruz da paixão, cruz do nosso pecado. Foi assim que ele venceu. Ele é o caminho. Vale a pena a vida que trilhar esse caminho.

De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro mas perder a sua vida? (Mt 16, 26)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

O risco é nós sermos seguidores de nós mesmos. Esse sentimento de autonomia é uma coisa positiva, claro. Mas, Senhor, quando leva a pessoa a excluir Deus de sua existência, aí a pessoa fica dando voltas sobre si mesma, sem rumo, nem direção. Sem Deus, que é nossa meta última, nós acabamos endeusando os bens dessa terra ou pessoas que nos pareçam maravilhosas. No fim, os bens passam e as pessoas decepcionam. Senhor, como cristãos, escolhemos um caminho pra seguir. Renunciando a nós mesmos e carregando o peso dessa vida, nós seguimos contigo. Tu és o caminho, a verdade e a vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, escreva uma breve oração, inspirando-se no que Jesus nos disse: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”.

21 de fevereiro de 2020

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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