PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Mt 13
Mostrando postagens com marcador Mt 13. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mt 13. Mostrar todas as postagens

A GRANDE LIÇÃO DA TOLERÂNCIA




23 de julho de 2022

Sábado da 16ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Mt 13,24-30

Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro’”.

MEDITAÇÃO

Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora (Mt 13, 25).
 
Jesus contou uma parábola para ensinar a gente a ser paciente, tolerante e deixar o julgamento para Deus. E, certamente, também pra gente ficar mais atento com o que estamos fazendo, com a nossa plantação. Ele contou a parábola do joio e do trigo. Um homem semeou boa semente de trigo em seu campo. De noite, veio o inimigo e semeou o joio. Cresceram juntos, trigo e joio. Quando começaram a aparecer as espigas, notou-se que no meio do trigo havia o joio. Os empregados queriam arrancá-lo. Mas, o homem não deixou. Poderiam confundir trigo com joio. Deixassem chegar o tempo da colheita. Aí, sim, arrancariam primeiro o joio e tocariam fogo nele. O trigo não, o trigo iria para o celeiro.

Jesus, à parte, em casa, com os discípulos deu uma explicação dessa parábola. O homem que semeou a boa semente é ele mesmo, o Mestre. O trigo são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao maligno. No fim dos tempos, os anjos farão a ceifa. E cada um terá o seu destino: os maus para o fogo eterno, os justos para a glória.

Você conhece um pé de trigo? O trigo é como um capim crescido com espigas. Quando chega o tempo da colheita, fica tudo amarelinho. Espigas bonitas, os grãos todos arrumadinhos, tudo bem certinho. É bonito de se ver. O trigo era a base alimentar do povo do tempo de Jesus. Com ele, faziam o pão, em casa. Mas, e o joio? O joio, você nunca viu. O joio é uma erva daninha, também chamada de cizânia, que dá no meio de cereais como o trigo. Ele é bem parecido com o trigo. Só quando começa a dar espigas é que se nota a diferença. Umas espigas com uns grãos desengonçados, uns grãozinhos pretos tóxicos. As feiosas espigas ficam logo pendidas para um lado. E tem outro detalhe que os diferencia. O trigo tem raízes não muito profundas, é fácil arrancá-lo. Já o joio tem raízes rasteiras que se entrelaçam nas raízes do trigo. Na história de Jesus, o homem achou melhor não arrancar o joio. O melhor seria aguardar a colheita. Arrancando o joio iria-se prejudicar o trigo, claro, porque suas raízes se misturam com as do trigo. Seria prejuízo para o desenvolvimento da espiga do trigo.

A grande lição da parábola é a tolerância. Vivemos nesse mundo, junto com todo mundo. Não podemos viver separados. A oração de Jesus na última ceia dizia: “Pai, não peço que os tires do mundo, mas que os livres do maligno”. Trata-se de convivermos, com respeito e tolerância com todos. Não quer dizer que aplaudimos o mal. Não. Trabalhamos para que todos se consertem, todos precisam ter essa chance. Temos que ser pacientes, como Deus é paciente. Somos trigo. Convivemos com o joio. Mas, todo cuidado é pouco para não nos tornamos também joio, permitindo que o mal nos influencie e nos faça à sua imagem. O joio e o trigo se conhecem pelas espigas, pelos frutos. O fruto é que nos diz se é trigo e vai dar um bom pão ou se é joio e está só sugando a terra e atrapalhando o desenvolvimento do trigo.


Guardando a mensagem

Os fariseus bem que queriam viver separados das outras pessoas, a quem eles chamavam de pecadores. Mas, Jesus agiu de maneira diferente. Procurava estar com todos, mesmo com aqueles que a sociedade discriminava. Vivemos misturados, joio e trigo. O joio não vai ter um bom final. Mas, o trigo tem que ter cuidado para não se deixar assimilar pelo joio e tornar-se estéril ou dar frutos venenosos como ele. Pelo contrário, o trigo precisa trabalhar para ajudar na conversão do joio. A parábola do joio e do trigo é um belo ensinamento sobre a tolerância, a convivência. Mas, também sobre a vigilância. Não deixar que o inimigo semeie o joio na nossa plantação.

Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora (Mt 13, 25).

Vivendo a palavra

Senhor Jesus,
Tu nos ensinaste a rezar, no Pai Nosso, “Livrai-nos do mal”. Ajuda-nos, Senhor, a estar vigilantes para que o inimigo não semeie joio na nossa plantação de trigo, na nossa família, na nossa comunidade. Ensina-nos a conviver com quem é joio, sem exclui-lo, mas sem imitá-lo ou deixar-nos cooptar pela desonestidade, pela infidelidade, por suas más ações. Antes, sejamos capazes de ajudá-los a se transformarem em trigo, antes que chegue o dia final da colheita. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra


Talvez você já esteja identificando algum joio na sua plantação. Que tal rezar por ele, para que se converta enquanto é tempo?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ACOLHENDO O REINO DE DEUS



21 de julho de 2022

Quinta-feira da 6ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 13,10-17

Naquele tempo, 10os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” 11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. 14Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.


MEDITAÇÃO



Felizes são vocês, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem (Mt 13,16)

O que será que eles estavam vendo e ouvindo? O que será que profetas e justos tanto desejaram ver e ouvir, e não conseguiram? Reposta: As coisas que estavam acontecendo com a presença de Jesus. O que Jesus estava anunciando: o Reino de Deus. O que eles estavam vendo? O Reino de Deus sendo inaugurando com a presença de Jesus. O que eles estavam ouvindo? A pregação do Evangelho do Reino.


E isso foi esperado por tanta gente, ao longo de séculos... Profetas e justos não conseguiram vê-lo. Mas, aquela gente estava presenciando o Reino de Deus que chegara. A boa notícia, o evangelho, é que o Reino chegou. Foi esse o anúncio de Jesus desde o início de sua atividade missionária: “O Reino chegou, convertam-se, creiam”. A presença de Jesus salvando, libertando, restaurando é o Reino acontecendo. Suas palavras, confirmadas por suas ações, estavam instaurando o reinado de Deus no meio do seu povo.


Como o povo do tempo de Jesus, nós também estamos tendo a chance de ver o Reino que está entre nós e de ouvir a pregação dessa boa notícia, o evangelho. E essa boa nova do Reino de Deus é uma comunicação que muda nossa vida, que dá novo sentido à realidade. Não é apenas uma notícia entre outras, uma manchete a mais. É a resposta que a humanidade ansiosamente estava esperando. É a presença e atuação do Messias que Israel acalentara em seus sonhos proféticos ao longo de séculos. É a revelação de algo maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, bate à nossa porta. Deus está cumprindo sua promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. É por essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, saúde, paz, perdão.


Não se pode ficar indiferente diante desse anúncio da chegada do Reino. Essa boa nova nos pede uma resposta, nos propõe adesão, acolhida, conversão. Lembra o que Jesus falou? “O Reino chegou, convertam-se, creiam”. Conversão é mudar o foco e o rumo da própria vida, sintonizando-a com o Reino. Crer é acolher Jesus e o seu anúncio do Reino de Deus. Trata-se, então, de acolher Jesus, porque afinal a Palavra fez-se gente, o verbo se fez carne.


Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Foi o que Jesus falou. Quem tiver ouvidos para ouvir. Significa que existe alguém que tem ouvidos, mas não escuta. Como ele disse, tem olhos, mas não vê. É que é possível não querer ouvir, não querer ver, rejeitar a boa notícia do Reino que chegou como salvação. Deus, que nos criou livres, respeita a nossa liberdade. O Reino não é uma imposição que nos anula, uma nova ordem que nos é imposta. Resta a liberdade da escolha ou da rejeição. Como diz o livro santo: “Diante de ti estão a vida e a morte. Escolhe!”. Ao amor de Deus manifesto em Cristo, só podemos responder com a fé e o amor. E não existe amor obrigado, adesão compulsória. Só na liberdade, a pessoa humana pode responder adequadamente à pregação do Reino.



Guardando a mensagem


O Reino de Deus está acontecendo, hoje, pela presença de Jesus evangelizando, consolando, instruindo, libertando as pessoas do mal. E ele age em sua Igreja, que anuncia, como ele, o Reino de Deus.  O Reino é um dom de Deus, que precisa ser acolhido. E o Reino está entre nós, fazendo-se árvore, como na história da semente de mostarda; fermentando o mundo com a fraternidade; sendo comunicado aos pobres e sofredores, como esperança e paz. Apesar de nossa realidade tão dura e sofrida, que nossos olhos vejam a ação transformadora de Deus, hoje, em nossa história; que nossos ouvidos ouçam sua palavra que nos conforta e encoraja. "Eis que faço novas todas as coisas". O Reino está entre nós.


Felizes são vocês, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem (Mt 13,16)

Rezando a palavra


Senhor Jesus,

Que os nossos olhos vejam a tua obra redentora em processo em nossa vida e em nossa história. Que os nossos ouvidos ouçam teu Evangelho a nos anunciar o tempo da graça e da reconciliação. Que nossos olhos contemplem, na fé, esse mistério maravilhoso de tua presença redentora entre nós. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão, pela qual acolhemos o reinado de Deus em nossa vida e em nossa história. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 


Vivendo a palavra


Mesmo enfrentando tantos problemas em nosso mundo, constatamos, na fé, que o Reino já está entre nós. Em seu caderno de anotações, faça uma pequena lista de 3 coisas nas quais você vê sinais do Reino de Deus acontecendo.


Comunicando


Toda quinta, celebramos a Santa Missa às 11 horas, pelos associados e ouvintes. Desejando, inclua a sua intenção no formulário que estamos lhe enviando. E nos acompanhe pelo rádio e pelas redes sociais.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A PALAVRA ESTÁ MUDANDO SUA VIDA?




20 de julho de 2022

Quarta-feira da 16ª Semana do Tempo Comum



EVANGELHO


Mt 13,1-9


1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.
7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”



MEDITAÇÃO


Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente (Mt 13, 8)

Com certeza, você tem tido muitas oportunidades de ouvir a Palavra de Deus, não é verdade? Na leitura pessoal da Bíblia, na pregação da Missa, na Meditação (a leitura orante), na conversa com outras pessoas... de muitas maneiras, a Palavra vem sendo semeada em sua vida. E você fica feliz e agradece a Deus por isso, estou certo? Agora, essa Palavra tem feito algum efeito em sua vida? Essa é a pergunta do evangelho hoje. Essa Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?

Jesus estava falando com o povo exatamente sobre isso: sobre como cada um estava recebendo a mensagem do Reino de Deus. Foi assim que ele contou uma parábola, uma história de agricultor. Era como se ele estivesse dividindo as pessoas ali presentes em quatro grupos, em quatro terrenos. Cada grupo, cada terreno é uma resposta à pergunta: “A Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?”.

Primeiro grupo. Veja se não é esse o seu caso. Quem está neste grupo, responde assim: ‘Sabe de uma coisa, eu não compreendo a Bíblia, é uma coisa muito complicada. Na verdade, de tudo que eu escuto, não fica quase nada’. É o seu caso? Jesus comparou essa primeira situação com a semente que caiu à beira do caminho. Veio o maligno e roubou o que foi semeado. E, claro, não nasceu nada. Sabe o que é isso? Não compreender o que é anunciado. E o recado é simples: prestar atenção, dedicar-se mais à escuta da Palavra, pedir a assistência do Espírito Santo. Sem compreender, não se pode dar nem o primeiro passo.

Segundo grupo. Pode ser o seu caso. Quem está neste grupo, diz assim: “Ah, eu fico muito feliz em ouvir a Palavra de Deus. Eu gosto demais. Se ela faz algum efeito? Acho que pouco. Na verdade, quando a gente volta para a vida real, nem se lembra mais”. É o seu caso? Jesus comparou essa segunda situação com a semente que caiu num terreno pedregoso. Nasceu, mas não pode se enraizar. Morreu queimada pelo sol. A Palavra precisa se enraizar na vida da gente. Qual é o problema? A superficialidade. Não deixar que a Palavra penetre na própria vida. O recado é simples: dedicar mais tempo à Palavra de Deus, rezar mais. Isso é como cavar mais para que a Palavra se enraíze.

Terceiro grupo. Vai ver que esse é que é o seu caso. A pessoa diz assim: ‘Olha, é uma bênção a Palavra de Deus na minha vida. Na hora, é aquela alegria que me dá! Agora, tudo aquilo que eu ouço, que eu entendo, que eu abraço, acaba se esvaziando no meu corre-corre, no meio de tanta preocupação, de tantas distrações’. É esse o seu caso? Jesus comparou essa terceira situação com a semente que caiu no meio de espinhos. Ela germinou, cresceu, mas não deu frutos, porque os espinhos a sufocaram. E os espinhos, o que seria? Ele lembrou duas coisas: as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza. Isso tudo sufoca a Palavra que está no nosso coração e a torna estéril. O recado é simples: Dê mais importância à Palavra, que ela seja a primeira na sua vida, a luz mais importante. A Palavra ajuda você a conhecer a vontade de Deus. É com essa luz que você vai olhar tudo ao seu redor, sua família, seu trabalho, seu lazer.

Quarto grupo. Se até agora, você não se encontrou... com certeza, esse é o seu caso. A pessoa diz assim: ‘Sou muito feliz porque na Palavra, eu encontro o próprio Deus que me orienta e me dá forças para caminhar. A Palavra tem modificado minha vida. Estou me tornando um cristão mais amoroso e um cidadão mais consciente’. Tomara que seja o seu caso! Jesus comparou essa quarta situação com a semente que caiu em terreno fértil. Germinou, cresceu e frutificou. Deu frutos: 30, 60 e até 100%. Quer dizer, alguns bem que poderiam estar rendendo mais... um chegou a 30, outro a 60. O recado é smples: que bom que a Palavra esteja dando frutos na sua vida! Mas, ela pode dar mais frutos ainda...


Guardando a mensagem

Para que a Palavra produza muito fruto em sua vida, quatro recomendações. Primeira – dê a atenção que a Palavra merece, isto é não a escanteie numa área marginal de sua vida (à beira do caminho). Segunda recomendação – dê mais espaço à Palavra, para que ela crie raízes em sua vida. Terceira – dê à Palavra o lugar que ela merece, ela é a luz para iluminar seus problemas, suas escolhas, suas lutas. Quarta recomendação - não se contente com o que a Palavra já fez na sua vida. Ela pode produzir muito mais.

Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente (Mt 13, 8)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
No nosso terreno, tem uns espinhozinhos, não vamos negar. Mas, sabemos que a tua própria palavra é uma força para nos ajudar a removê-los. Contamos com a tua graça. Queremos que a tua palavra, que recebemos cada dia com grande alegria, seja a luz a orientar a nossa vida. Dá-nos, Senhor, a paciência do agricultor que prepara o terreno, rega a plantinha, limpa os matos e espera pacientemente que ela cresça e produza frutos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: A Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?

Comunicando

Agosto é o mês de aniversário de nossa Associação Missionária Amanhecer, a AMA. Será que você teria alguma sugestão sobre como poderíamos organizar esse nosso mês de aniversário? Bom, estou deixando um formulário pra você  anotar a sua sugestão.

Até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

FECHARAM AS PORTAS PARA JESUS



30 de julho de 2021

EVANGELHO



Mt 13,54-58

Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.

MEDITAÇÃO


E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Jesus suscitou muita admiração. Mas, curioso, não foi aceito por todo mundo. A gente pode até identificar várias razões. Uns ficaram com inveja de sua popularidade; ou se sentiram ameaçados em suas posições de liderança. Outros perceberam que aceitá-lo seria mudar de vida, reconhecer o amor misericordioso de Deus em sua vida. No geral, podemos dizer, muita gente gostava de Jesus, o admirava, mas não foi capaz de dar o passo decisivo: crer em Jesus.

Jesus voltou à sua terra – Nazaré - e estava pregando na sinagoga. No início, todos estavam admirados com sua palavra simples e forte. Aos poucos, a reação passou da admiração à revolta. Acharam que, sendo ele uma pessoa crescida naquela comunidade, não podia ter aquela sabedoria toda, nem fazer milagres como diziam que ele fazia. Julgaram, então, que Jesus estivesse exorbitando, arvorando-se a ser quem não era. “Você não é um profeta coisa nenhuma!”, alguém deve ter gritado lá do fundo da sinagoga. Num certo momento, Jesus lamentou-se: “Um profeta só não é bem estimado em sua própria pátria e em sua família”. Eles não tinham fé. Jesus nem pode fazer os milagres que sempre fazia nessas ocasiões. Essa visita à sinagoga de Nazaré, segundo o evangelho de São Lucas, terminou mal. Jesus foi expulso da Sinagoga.

Afinal, não creram em Jesus, por quê? Aparentemente, porque conheciam a sua família. Só por isso? Começaram a dizer que ele era o filho do carpinteiro, que a mãe era dona Maria e os primos-irmãos dele eram Tiago, José, Simão e Judas. Não havia essa palavra ‘primo’ na linguagem deles; para eles primos, tios, sobrinhos eram ‘irmãos’. E as irmãs também moravam por ali, casadas com certeza. Primas, claro. Afinal, Jesus era uma pessoa conhecida, de uma família dali, gente da comunidade. E era isso que eles não engoliam. Não podiam admitir que Deus estivesse agindo por meio de uma pessoa assim de origem humilde, de um vilarejo sem importância... esse era o problema! Eles estavam contrários exatamente ao modo como Deus estava agindo, na dinâmica da encarnação.

A encarnação é a modalidade pela qual Deus enviou o seu filho, Deus como ele, nascido na carne. Nascido na ‘carne’ quer dizer nascido na fraqueza humana. Como disse Paulo, “nascido de uma mulher”. O povo de Nazaré reagiu contra a encarnação. Não aceitaram uma manifestação de Deus assim tão próxima deles.

Guardando a mensagem

A encarnação do Verbo é a verdade que desnorteia, que escandaliza o povo de Nazaré; e pessoas de hoje, também. Essa reação não está muito longe de nós. Tem muita gente que espera Deus agindo apenas lá de cima, sem passar pela fraqueza de pessoas aqui da terra e da terra dos pobres. Jesus ressuscitado conferiu a missão aos seus apóstolos e os enviou como seus missionários. Comunicou-lhes o seu Espírito e deu-lhes o seu poder. Assim, sua Igreja continua o seu ministério. Os pastores da Igreja, em nome de Cristo, continuam o seu ministério de perdoar, de ensinar, de conduzir... Os líderes das comunidades, os nossos pastores e todos os servidores do povo de Deus, homens e mulheres, em nome do Senhor, continuam orientando, evangelizando, abençoando. A atitude do povo de Nazaré se repete. Somos conhecidos, conhecem nossos pais e nossos irmãos, sabem de nossa origem humana e periférica, na maioria. Só na fé podem acolher o ministério de Jesus Salvador que exercitamos. Só na fé podem acolher a palavra que pregamos, em nome do Senhor. Sem a fé, correm o risco de fechar as portas para a graça que nós comunicamos.

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Não foi fácil para os teus conterrâneos te acolherem como profeta e messias. É que eles estavam aguardando alguém que viesse de fora, dos círculos de poder, alguém que se mostrasse poderoso e superior. Mas, tu, de acordo com o teu Pai, vieste na humildade de um galileu daquela terra esquecida, com a sabedoria da convivência com o povo trabalhador e com a força da confiança em Deus. Tu, Deus verdadeiro, assumiste a condição humana e te expressaste na cultura do teu povo. Assim, nos ensinas a dar valor ao que somos e a valorizar os outros ao nosso redor. Agindo aasim, abrimos o caminho para te reconhecer agindo na Igreja e por meio dela, esta comunidade humana e frágil que carrega a grandeza de tua palavra e a força de tua graça redentora. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Estamos quase terminando este mês de julho. Neste mês, a intenção geral de oração em toda a Igreja é a amizade social. Que tal rezar nessa intenção, antes que termine o mês? Pra você que recebe a Meditação pelo whatsapp ou pelo telegram, estou deixando a oração sobre este tema bem no final do texto da Meditação. É só seguir o link que estou lhe enviando.

Rezando na intenção geral da Igreja neste mês de julho, a amizade social.

Deus, meu Pai
e Pai de todos.
Agradeço-te me teres dado irmãos e irmãs
que partilham comigo o caminho da vida.
Muitas vezes, o meu olhar egoísta
vê o outro como um obstáculo ou um incômodo,
e não como um caminho para te amar e servir.
Ajuda-me a reconhecer no rosto de cada pessoa
um irmão e uma irmã
digno de ser respeitado, amado
e promovido na sua dignidade.
Dá-me um coração de Filho,
como o teu Filho Jesus.
Amém.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


O DIABO AINDA NÃO SE APOSENTOU



27 de julho de 2021

EVANGELHO


Mt 13,36-43

Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41O Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.

MEDITAÇÃO


Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos (Mt 13, 40)

O que é que a gente faz com tanta maldade nesse mundo? Não dá pra gente criar um mundo separado. Os fariseus tinham esse complexo. Eles se sentiam os santos e queriam viver apartados dos pecadores. Jesus ensinou que a gente precisa saber conviver com todo mundo, sem ser todo mundo. Precisamos aprender com Deus que é tolerante, paciente, lento em julgar. No livro do Êxodo tem essa apresentação de Deus: “Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que conserva a misericórdia por mil gerações, e perdoa culpas, rebeldias e pecados, mas não deixa nada impune” (Ex 33).

Jesus contou a parábola do joio e do trigo. Um homem semeou boa semente de trigo em seu campo. De noite, veio o inimigo e semeou o joio. Cresceram juntos, trigo e joio. Quando começaram a aparecer as espigas, notou-se que no meio do trigo havia o joio. Na verdade, não é fácil diferenciá-los. O joio tem cara de trigo. Mas, as espigas são diferentes. Os grãos do joio não são bem organizados na espiga como os do trigo e são venenosos. Os empregados queriam arrancá-lo. Mas, o proprietário não deixou. Isso afetaria gravemente o trigo. É que as raízes do joio são rasteiras e saem se entrecruzando com as do trigo. Deixassem chegar o tempo da colheita. Aí, sim, arrancariam primeiro o joio e o queimariam. E recolheriam o trigo no celeiro.

Jesus, à parte, em casa, com os discípulos deu uma explicação a essa parábola. O homem que semeia a boa semente é ele mesmo, Jesus. O trigo são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao maligno. No fim dos tempos, os anjos farão a ceifa. E cada um terá o seu destino: os maus para o fogo eterno, os justos para a glória.

Uma primeira lição é nos precaver, vigiando para que a nossa plantação não seja infectada pelo joio. O inimigo age na calada da noite, "enquanto todos dormem", como Jesus contou na parábola. A semente boa tinha sido plantada durante o dia. Plantar durante o dia, ótimo, mas vigiar também para que, de noite, não venha o inimigo e infiltre o joio na plantação. É preciso estar vigilante também durante a noite. O dia pode representar a clareza e a transparência com que a gente precisa agir. Quando a coisa é pública, é comunicada, é acompanhada por outros, o mal fica com menos chance. Coisas escondidas, conversas à meia voz, segredinhos... são campo fértil para a ação do inimigo. Claro, uma coisa é o direito à privacidade. Outra, a ação às escondidas acobertada pela mentira, pela falsidade, pela impunidade. É aí que o mal se infiltra, que o inimigo semeia o joio em nossa plantação.

Uma segunda lição é, que neste mundo, vivemos misturados joio e trigo. Não é o caso de adotarmos o jeito fariseu de querer viver separados, de formarmos guetos cristãos. Somos fermento na massa. Mesmo vivendo com todo mundo, não podemos ser todo mundo. Os valores do Reino é que nos guiam, não os valores do mundo. Jesus mesmo pediu, em prece, ao Pai, na última ceia, que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do maligno. O nosso lugar é o mundo mesmo, junto com o joio. Mas, não para nos tornarmos joio, mas antes para ajudar o joio a dar bons frutos, não frutos venenosos. De toda forma, Deus é quem é o juiz. Assim, já sabemos que o fim do joio é muito ruim. Para o celeiro, só vai o trigo.

Guardando a mensagem

O mal existe. O diabo ainda não se aposentou. Nem está de férias. E tem muitos assessores. E aproveita quando o agricultor dorme, para plantar sua semente ruim na sua vida, na vida de sua família, em sua comunidade, em nosso país. É preciso vigilância. O mundo é movido por muitos interesses, nem todos eles legítimos. A parábola do joio e do trigo também nos estimula a tomar distância de coisas escondidas, de situações dúbias, de escolhas duvidosas em situações de pouca clareza. Outra lição desta parábola é a necessidade de, mesmo vivendo próximos joio e trigo, continuarmos a ser trigo, não nos deixando influenciar pelo mal. Como fermento na massa, sejamos nós a influenciar em favor do bem, da justiça, da paz, da fraternidade.

Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos (Mt 13, 40)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu nos ensinaste a rezar, no Pai Nosso, “Livrai-nos do mal”. Ajuda-nos, Senhor, a estar vigilantes para que o inimigo não semeie joio na nossa plantação de trigo, na nossa família, na nossa comunidade. Ensina-nos a conviver com quem é joio, sem exclui-lo, mas sem imitá-lo ou deixar-nos cooptar pela desonestidade, pela infidelidade, por suas más ações. Antes, sejamos capazes de ajudá-los a dar frutos bons, antes que chegue o dia final da colheita. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você está conseguindo conviver bem com pessoas que não pensam como você? que não crêem como você? Pense nisso.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O JOIO, O TRIGO E A TOLERÂNCIA



24 de julho de 2021


EVANGELHO


Mt 13,24-30

Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro’”.

MEDITAÇÃO


Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora (Mt 13, 25).

Jesus contou uma parábola para ensinar a gente a ser paciente, tolerante e deixar o julgamento para Deus. E, certamente, também pra gente ficar mais atento com o que estamos fazendo, com a nossa plantação. Ele contou a parábola do joio e do trigo. Um homem semeou boa semente de trigo em seu campo. De noite, veio o inimigo e semeou o joio. Cresceram juntos, trigo e joio. Quando começaram a aparecer as espigas, notou-se que no meio do trigo havia o joio. Os empregados queriam arrancá-lo. Mas, o homem não deixou. Poderiam confundir trigo com joio. Deixassem chegar o tempo da colheita. Aí, sim, arrancariam primeiro o joio e tocariam fogo nele. O trigo não, o trigo iria para o celeiro.

Jesus, à parte, em casa, com os discípulos deu uma explicação dessa parábola. O homem que semeou a boa semente é ele mesmo, o Mestre. O trigo são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao maligno. No fim dos tempos, os anjos farão a ceifa. E cada um terá o seu destino: os maus para o fogo eterno, os justos para a glória.

Você conhece um pé de trigo? O trigo é como um capim crescido com espigas. Quando chega o tempo da colheita, fica tudo amarelinho. Espigas bonitas, os grãos todos arrumadinhos, tudo bem certinho. É bonito de se ver. O trigo era a base alimentar do povo do tempo de Jesus. Com ele, faziam o pão, em casa. Mas, e o joio? O joio, você nunca viu. O joio é uma erva daninha, também chamada de cizânia, que dá no meio de cereais como o trigo. Ele é bem parecido com o trigo. Só quando começa a dar espigas é que se nota a diferença. Umas espigas com uns grãos desengonçados, uns grãozinhos pretos tóxicos. As feiosas espigas ficam logo pendidas para um lado. E tem outro detalhe que os diferencia. O trigo tem raízes não muito profundas, é fácil arrancá-lo. Já o joio tem raízes rasteiras que se entrelaçam nas raízes do trigo. Na história de Jesus, o homem achou melhor não arrancar o joio. O melhor seria aguardar a colheita. Arrancando o joio iria-se prejudicar o trigo, claro, porque suas raízes se misturam com as do trigo. Seria prejuízo para o desenvolvimento da espiga do trigo.

A grande lição da parábola é a tolerância. Vivemos nesse mundo, junto com todo mundo. Não podemos viver separados. A oração de Jesus na última ceia dizia: “Pai, não peço que os tires do mundo, mas que os livres do maligno”. Trata-se de convivermos, com respeito e tolerância com todos. Não quer dizer que aplaudimos o mal. Não. Trabalhamos para que todos se consertem, todos precisam ter essa chance. Temos que ser pacientes, como Deus é paciente. Somos trigo. Convivemos com o joio. Mas, todo cuidado é pouco para não nos tornamos também joio, permitindo que o mal nos influencie e nos faça à sua imagem. O joio e o trigo se conhecem pelas espigas, pelos frutos. O fruto é que nos diz se é trigo e vai dar um bom pão ou se é joio e está só sugando a terra e atrapalhando o desenvolvimento do trigo.

Guardando a mensagem

Os fariseus bem que queriam viver separados das outras pessoas, a quem eles chamavam de pecadores. Mas, Jesus agiu de maneira diferente. Procurava estar com todos, mesmo com aqueles que a sociedade discriminava. Vivemos misturados, joio e trigo. O joio não vai ter um bom final. Mas, o trigo tem que ter cuidado para não se deixar assimilar pelo joio e tornar-se estéril ou dar frutos venenosos como ele. Pelo contrário, o trigo precisa trabalhar para ajudar na conversão do joio. A parábola do joio e do trigo é um belo ensinamento sobre a tolerância, a convivência. Mas, também sobre a vigilância. Não deixar que o inimigo semeie o joio na nossa plantação.

Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora (Mt 13, 25).

Vivendo a palavra

Senhor Jesus,
Tu nos ensinaste a rezar, no Pai Nosso, “Livrai-nos do mal”. Ajuda-nos, Senhor, a estar vigilantes para que o inimigo não semeie joio na nossa plantação de trigo, na nossa família, na nossa comunidade. Ensina-nos a conviver com quem é joio, sem exclui-lo, mas sem imitá-lo ou deixar-nos cooptar pela desonestidade, pela infidelidade, por suas más ações. Antes, sejamos capazes de ajudá-los a se transformarem em trigo, antes que chegue o dia final da colheita. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Nesta comemoração mensal de N. Sra. Auxiliadora, rezemos a oração com que Dom Bosco a saudava:


Ó Maria, Virgem poderosa,

Tu, grande e ilustre defensora da Igreja.

Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos,

Tu, terrível como exército ordenado em batalha.

Tu, que, só, destruíste toda heresia em todo o mundo:

 nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições,

 defende-nos do inimigo;

 e, na hora da morte,

 acolhe a nossa alma no Paraíso. Amém.

  
Vivendo a palavra

Talvez você já esteja identificando algum joio na sua plantação. Que tal rezar por ele, para que se converta enquanto é tempo?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A SEMENTE E OS QUATRO TERRENOS



21 de julho de 2021

EVANGELHO


Mt 13,1-9

1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.
7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”


MEDITAÇÃO


Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente (Mt 13, 8)

Com certeza, você tem tido muitas oportunidades de ouvir a Palavra de Deus, não é verdade? Na leitura pessoal da Bíblia, na pregação da Missa, na Meditação (a leitura orante), na conversa com outras pessoas... de muitas maneiras, a Palavra vem sendo semeada em sua vida. E você fica feliz e agradece a Deus por isso, estou certo? Agora, essa Palavra tem feito algum efeito em sua vida? Essa é a pergunta do evangelho hoje. Essa Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?

Jesus estava falando com o povo exatamente sobre isso: sobre como cada um estava recebendo a mensagem do Reino de Deus. Foi assim que ele contou uma parábola, uma história de agricultor. Era como se ele estivesse dividindo as pessoas ali presentes em quatro grupos, em quatro terrenos. Cada grupo, cada terreno é uma resposta à pergunta: “A Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?”.

Primeiro grupo. Veja se não é esse o seu caso. Quem está neste grupo, responde assim: ‘Sabe de uma coisa, eu não compreendo a Bíblia, é uma coisa muito complicada. Na verdade, de tudo que eu escuto, não fica quase nada’. É o seu caso? Jesus comparou essa primeira situação com a semente que caiu à beira do caminho. Veio o maligno e roubou o que foi semeado. E, claro, não nasceu nada. Sabe o que é isso? Não compreender o que é anunciado. E o recado é simples: prestar atenção, dedicar-se mais à escuta da Palavra, pedir a assistência do Espírito Santo. Sem compreender, não se pode dar nem o primeiro passo.

Segundo grupo. Pode ser o seu caso. Quem está neste grupo, diz assim: “Ah, eu fico muito feliz em ouvir a Palavra de Deus. Eu gosto demais. Se ela faz algum efeito? Acho que pouco. Na verdade, quando a gente volta para a vida real, nem se lembra mais”. É o seu caso? Jesus comparou essa segunda situação com a semente que caiu num terreno pedregoso. Nasceu, mas não pode se enraizar. Morreu queimada pelo sol. A Palavra precisa se enraizar na vida da gente. Qual é o problema? A superficialidade. Não deixar que a Palavra penetre na própria vida. O recado é simples: dedicar mais tempo à Palavra de Deus, rezar mais. Isso é como cavar mais para que a Palavra se enraíze.

Terceiro grupo. Vai ver que esse é que é o seu caso. A pessoa diz assim: ‘Olha, é uma bênção a Palavra de Deus na minha vida. Na hora, é aquela alegria que me dá! Agora, tudo aquilo que eu ouço, que eu entendo, que eu abraço, acaba se esvaziando no meu corre-corre, no meio de tanta preocupação, de tantas distrações’. É esse o seu caso? Jesus comparou essa terceira situação com a semente que caiu no meio de espinhos. Ela germinou, cresceu, mas não deu frutos, porque os espinhos a sufocaram. E os espinhos, o que seria? Ele lembrou duas coisas: as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza. Isso tudo sufoca a Palavra que está no nosso coração e a torna estéril. O recado é simples: Dê mais importância à Palavra, que ela seja a primeira na sua vida, a luz mais importante. A Palavra ajuda você a conhecer a vontade de Deus. É com essa luz que você vai olhar tudo ao seu redor, sua família, seu trabalho, seu lazer.

Quarto grupo. Se até agora, você não se encontrou... com certeza, esse é o seu caso. A pessoa diz assim: ‘Sou muito feliz porque na Palavra, eu encontro o próprio Deus que me orienta e me dá forças para caminhar. A Palavra tem modificado minha vida. Estou me tornando um cristão mais amoroso e um cidadão mais consciente’. Tomara que seja o seu caso! Jesus comparou essa quarta situação com a semente que caiu em terreno fértil. Germinou, cresceu e frutificou. Deu frutos: 30, 60 e até 100%. Quer dizer, alguns bem que poderiam estar rendendo mais... um chegou a 30, outro a 60. O recado é smples: que bom que a Palavra esteja dando frutos na sua vida! Mas, ela pode dar mais frutos ainda...

Guardando a mensagem

Para que a Palavra produza muito fruto em sua vida, quatro recomendações. Primeira – dê a atenção que a Palavra merece, isto é não a escanteie numa área marginal de sua vida (à beira do caminho). Segunda recomendação – dê mais espaço à Palavra, para que ela crie raízes em sua vida. Terceira – dê à Palavra o lugar que ela merece, ela é a luz para iluminar seus problemas, suas escolhas, suas lutas. Quarta recomendação - não se contente com o que a Palavra já fez na sua vida. Ela pode produzir muito mais.

Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente (Mt 13, 8)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
No nosso terreno, tem uns espinhozinhos, não vamos negar. Mas, sabemos que a tua própria palavra é uma força para nos ajudar a removê-los. Contamos com a tua graça. Queremos que a tua palavra, que recebemos cada dia com grande alegria, seja a luz a orientar a nossa vida. Dá-nos, Senhor, a paciência do agricultor que prepara o terreno, rega a plantinha, limpa os matos e espera pacientemente que ela cresça e produza frutos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: A Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?

Lembro que, amanhã, como todas as quintas-feiras, temos a Santa Missa, transmitida pelas redes sociais, às 11 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

NÃO ACEITARAM JESUS


E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

31 de julho de 2020 - Dia de Santo Inácio de Loyola

Jesus suscitou muita admiração. Mas, curioso, não foi aceito por todo mundo. A gente pode até identificar várias razões. Uns ficaram com inveja de sua popularidade; ou se sentiram ameaçados em suas posições de liderança. Outros perceberam que aceitá-lo seria mudar de vida, reconhecer o amor misericordioso de Deus em sua vida. No geral, podemos dizer, muita gente gostava de Jesus, o admirava, mas não foi capaz de dar o passo decisivo: crer em Jesus. 

Jesus voltou à sua terra – Nazaré - e estava pregando na sinagoga. No início, todos estavam admirados com sua palavra simples e forte. Aos poucos, a reação passou da admiração à revolta. Acharam que, sendo ele uma pessoa crescida naquela comunidade, não podia ter aquela sabedoria toda, nem fazer milagres como diziam que ele fazia. Julgaram, então, que Jesus estivesse exorbitando, arvorando-se a ser quem não era. “Você não é um profeta coisa nenhuma!”, alguém deve ter gritado lá do fundo da sinagoga. Num certo momento, Jesus lamentou-se: “Um profeta só não é bem estimado em sua própria pátria e em sua família”. Eles não tinham fé. Jesus nem pode fazer os milagres que sempre fazia nessas ocasiões. Essa visita à sinagoga de Nazaré, segundo o evangelho de São Lucas, terminou mal. Jesus foi expulso da Sinagoga. 

Afinal, não creram em Jesus, por quê? Aparentemente, porque conheciam a sua família. Só por isso? Começaram a dizer que ele era o filho do carpinteiro, que a mãe era dona Maria e os primos-irmãos dele eram Tiago, José, Simão e Judas. Não havia essa palavra ‘primo’ na linguagem deles; para eles primos, tios, sobrinhos eram ‘irmãos’. E as irmãs também moravam por ali, casadas com certeza. Primas, claro. Afinal, Jesus era uma pessoa conhecida, de uma família dali, gente da comunidade. E era isso que eles não engoliam. Não podiam admitir que Deus estivesse agindo por meio de uma pessoa assim de origem humilde, de um vilarejo sem importância... esse era o problema! Eles estavam contrários exatamente ao modo como Deus estava agindo, na dinâmica da encarnação. 

A encarnação é a modalidade pela qual Deus enviou o seu filho, Deus como ele, nascido na carne. Nascido na ‘carne’ quer dizer nascido na fraqueza humana. Como disse Paulo, “nascido de uma mulher”. O povo de Nazaré reagiu contra a encarnação. Não aceitaram uma manifestação de Deus assim tão próxima deles.

Guardando a mensagem

A encarnação do Verbo é a verdade que desnorteia, que escandaliza o povo de Nazaré; e pessoas de hoje, também. Essa reação não está muito longe de nós. Tem muita gente que espera Deus agindo apenas lá de cima, sem passar pela fraqueza de pessoas aqui da terra e da terra dos pobres. Jesus ressuscitado conferiu a missão aos seus apóstolos e os enviou como seus missionários. Comunicou-lhes o seu Espírito e deu-lhes o seu poder. Assim, sua Igreja continua o seu ministério. Os pastores da Igreja, em nome de Cristo, continuam o seu ministério de perdoar, de ensinar, de conduzir... Os líderes das comunidades, os nossos pastores e todos os servidores do povo de Deus, homens e mulheres, em nome do Senhor, continuam orientando, evangelizando, abençoando. A atitude do povo de Nazaré se repete. Somos conhecidos, conhecem nossos pais e nossos irmãos, sabem de nossa origem humana e periférica, na maioria. Só na fé podem acolher o ministério de Jesus Salvador que exercitamos. Só na fé podem acolher a palavra que pregamos, em nome do Senhor. Sem a fé, correm o risco de fechar as portas para a graça que nós comunicamos.

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Não foi fácil para os teus conterrâneos te acolherem como profeta e messias. É que eles estavam aguardando alguém que viesse de fora, dos círculos de poder, alguém que se mostrasse poderoso e superior. Mas, tu, de acordo com o teu Pai, vieste na humildade de um galileu daquela terra esquecida, com a sabedoria da convivência com o povo trabalhador e com a força da confiança em Deus. Tu, Deus verdadeiro, assumiste a condição humana e te expressaste na cultura do teu povo. Assim, nos ensinas a dar valor ao que somos e a valorizar os outros ao nosso redor. Agindo aasim, abrimos o caminho para te reconhecer agindo na Igreja e por meio dela, esta comunidade humana e frágil que carrega a grandeza de tua palavra e a força de tua graça redentora. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

E sendo hoje, o Dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, os jesuítas, vou deixar uma linda oração de sua autoria, no final do texto da Meditação. Quem recebe a Meditação, diretamente, basta seguir o link. Quem me escuta no rádio, acesse www.padrejoaocarlos.com. Trata-se de uma breve e profunda oração de entrega a Deus. 

Tomai, Senhor, e recebei toda minha liberdade.
A minha memória também.
O meu entendimento e toda a minha vontade.
Tudo que eu tenho e possuo, vós me destes com amor.
Todos os dons que me destes, com gratidão vos devolvo.
Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.
Dai-me somente o vosso amor, vossa graça, isso me basta.
Nada mais quero pedir. Amém!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AS PARÁBOLAS DE JESUS


Jesus perguntou: Vocês compreenderam tudo isso?” Eles responderam: “Sim” (Mt 13, 51)


30 de julho de 2020

Jesus anunciava o Reino de Deus. Era essa a mensagem que ele tinha a comunicar da parte de Deus. No evangelho de Mateus, que estamos lendo, ao invés de dizer Reino de Deus sempre se diz ‘Reino dos Céus’, seguindo o costume dos hebreus de não pronunciar o nome de Deus ou de fazer referência direta a ele, por temor e respeito. 

Sobre o Reino de Deus, Jesus falou de muitos modos, mas sobretudo, contou parábolas, pequenas histórias, cheias de significado. Contando uma parábola, ele provocava as pessoas a pensar e a tirar suas conclusões. As parábolas são portadoras de maravilhosos ensinamentos sobre o Reino de Deus. Através delas, Jesus ia conduzindo os seus ouvintes a se deixarem envolver no mistério do Reino de Deus.

No capítulo 13 do evangelho de São Mateus, o evangelista reuniu sete parábolas sobre o Reino de Deus: a do semeador, a do joio e do trigo, a do grão de mostarda, a do fermento, a do tesouro escondido, a da pérola preciosa e a da rede de pescar. O texto de hoje retoma esta sétima parábola, a da rede de pescar, fechando essa série de parábolas ditas à beira mar, ele sentado na barca de Simão. Certamente, ele não contou tudo de uma vez.

A gente pode imaginar ele falando, pausadamente, com voz tranquila, contando essas histórias. Quando termina de contar uma parábola, fica olhando para as pessoas e espera a reação, pacientemente. E as pessoas começam a conversar entre si, comentando alguma coisa que tenha chamado sua atenção. “Mas, que agricultor bobo... foi semear num terreno cheio de espinhos, trabalho perdido, bem empregado”. “Ah, eu já acho esse agricultor muito simpático, ele queria todo o seu terreno bem aproveitado, não desprezou nenhum terreno”. “Você viu que teve lugar que deu 30%? Só 30%?”. E a conversa vai esquentando... Jesus fica olhando, sorrindo... quando o converseiro diminui, ele começa a contar outra parábola... “Ah, o Reino de Deus, que coisa maravilhosa, minha gente! É do jeito de um agricultor que passou a vida cavando a terra, dando duro, ganhando pouco, no sol quente o dia todo... mas, um dia, um dia, quando a enxada bateu no chão, ele sentiu um som diferente...parou... (todo mundo prende a respiração). Desceu a enxada de novo, com força... tem um negócio diferente aqui... e começou a cavar com cuidado... ele foi tirando a terra, cavando mais... não acreditou no que viu... (suspense) uma botija... (e o povo: oh, oh, uma botija), um tesouro escondido bem ali, um baú cheio de moedas de ouro ... E nem bem terminava a parábola, o povo já estava conversando, trocando ideias, rindo... e começando a entender... nós estamos descobrindo a botija de Jesus, o Reino de Deus. E a alegria ia tomando conta dos corações.

Acho que era assim. Ninguém mais esquecia uma história daquela. Quando chegava em casa, já ia contando pra quem não tivesse ido escutar o novo profeta. E já ia aplicando a sua mensagem. Com certeza, sempre inventava mais um pedaço, porque quem conta um conto, aumento um ponto. As parábolas envolviam, atraíam as pessoas para dentro do mistério do Reino. Jesus não falava como se estivesse fazendo uma palestra ou dando uma aula. Não, ele coloca o povo nas histórias, fazia deles personagens das parábolas. São eles o agricultor que semeou a semente, o pescador que estava pescando, o criador de ovelhas que perdeu uma, o comerciante que estava atrás de uma pérola especial, a dona de casa que fez o pão. Eles e a vida deles estão dentro das parábolas.

Guardando a mensagem

Nas sete parábolas do capítulo 13 do evangelho de São Mateus, podemos adentrar no mistério do Reino revelado aos simples e humildes. Nelas, estão luzes que iluminam profundamente a realidade da vida. Nelas, está um anúncio maravilhoso sobre o Reino. Podemos aprender que Deus quer a salvação de todos e que cada um precisa acolher a palavra de Deus como um bom terreno (parábola do semeador); que não se trata de fazer guetos de gente pura e santa, mas viver santamente no meio dos pecadores (parábola do joio e do trigo). Ninguém se iluda com grandeza, a semente pequenininha dá uma grande árvore (a parábola do grão de mostarda). Ninguém se intimide com maioria, cristão é fermento, não é massa (parábola do fermento). Quando você descobrir a beleza e a riqueza do amor de Deus, você vai investir tudo nisso, vai redirecionar toda a sua vida para ele (parábolas do tesouro escondido e da pérola preciosa). Quem encontrou o Reino de Deus, faz-se testemunha e anunciador dele para os outros, pescadores de gente (parábola da rede de pescar). 

Jesus perguntou: Vocês compreenderam tudo isso?” Eles responderam: “Sim” (Mt 13, 51)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,
Com que amor estavas no meio do teu povo, ensinando, curando, libertando. Contar parábolas para falar das coisas de Deus foi um gesto de carinho e de delicadeza para com aquele povo sofrido. Não só te fizeste entender, mas despertaste pessoas para pensar, analisar, tirar conclusões. Acordaste sonhos, comunicaste amor, devolveste a alegria de viver. Não só o Reino estava sendo anunciado, o Reino estava sendo vivido como experiência de amor, de inclusão, de esperança. Ajuda-nos, Senhor, a realizar a obra da evangelização com grande amor e compromisso com o bem, a justiça, a verdade, expressões do reinado de Deus entre nós. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Abra sua Bíblia em Mateus, capítulo 13. Escolha uma das sete parábolas e a leia atentamente. 



Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AUTENTICIDADE E TOLERÂNCIA


Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos (Mt 13, 40)

28 de julho de 2019

O que é que a gente faz com tanta maldade nesse mundo? Não dá pra gente criar um mundo separado. Os fariseus tinham esse complexo. Eles se sentiam os santos e queriam viver apartados dos pecadores. Jesus ensinou que a gente precisa saber conviver com todo mundo, sem ser todo mundo. Precisamos aprender com Deus que é tolerante, paciente, lento em julgar. No livro do Êxodo tem essa apresentação de Deus: “Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que conserva a misericórdia por mil gerações, e perdoa culpas, rebeldias e pecados, mas não deixa nada impune” (Ex 33). 

Jesus contou a parábola do joio e do trigo. Um homem semeou boa semente de trigo em seu campo. De noite, veio o inimigo e semeou o joio. Cresceram juntos, trigo e joio. Quando começaram a aparecer as espigas, notou-se que no meio do trigo havia o joio. Na verdade, não é fácil diferenciá-los. O joio tem cara de trigo. Mas, as espigas são diferentes. Os grãos do joio não são bem organizados na espiga como os do trigo e são venenosos. Os empregados queriam arrancá-lo. Mas, o proprietário não deixou. Isso afetaria gravemente o trigo. É que as raízes do joio são rasteiras e saem se entrecruzando com as do trigo. Deixassem chegar o tempo da colheita. Aí, sim, arrancariam primeiro o joio e o queimariam. E recolheriam o trigo no celeiro.

Jesus, à parte, em casa, com os discípulos deu uma explicação a essa parábola. O homem que semeia a boa semente é ele mesmo, Jesus. O trigo são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao maligno. No fim dos tempos, os anjos farão a ceifa. E cada um terá o seu destino: os maus para o fogo eterno, os justos para a glória.

Uma primeira lição é nos precaver, vigiando para que a nossa plantação não seja infectada pelo joio. O inimigo age na calada da noite, "enquanto todos dormem", como Jesus contou na parábola. A semente boa tinha sido plantada durante o dia. Plantar durante o dia, ótimo, mas vigiar também para que, de noite, não venha o inimigo e infiltre o joio na plantação. É preciso estar vigilante também durante a noite. O dia pode representar a clareza e a transparência com que a gente precisa agir. Quando a coisa é pública, é comunicada, é acompanhada por outros, o mal fica com menos chance. Coisas escondidas, conversas à meia voz, segredinhos... são campo fértil para a ação do inimigo. Claro, uma coisa é o direito à privacidade. Outra, a ação às escondidas acobertada pela mentira, pela falsidade, pela impunidade. É aí que o mal se infiltra, que o inimigo semeia o joio em nossa plantação.

Uma segunda lição é, que neste mundo, vivemos misturados joio e trigo. Não é o caso de adotarmos o jeito fariseu de querer viver separados, de formarmos guetos cristãos. Somos fermento na massa. Mesmo vivendo com todo mundo, não podemos ser todo mundo. Os valores do Reino é que nos guiam, não os valores do mundo. Jesus mesmo pediu, em prece, ao Pai, na última ceia, que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do maligno. O nosso lugar é o mundo mesmo, junto com o joio. Mas, não para nos tornarmos joio, mas antes para ajudar o joio a dar bons frutos, não frutos venenosos. De toda forma, Deus é quem é o juiz. Assim, já sabemos que o fim do joio é muito ruim. Para o celeiro, só vai o trigo.

Guardando a mensagem

O mal existe. O diabo ainda não se aposentou. Nem está de férias. E tem muitos assessores. E aproveita quando o agricultor dorme, para plantar sua semente ruim na sua vida, na vida de sua família, em sua comunidade, em nosso país. É preciso vigilância. O mundo é movido por muitos interesses, nem todos eles legítimos. A parábola do joio e do trigo também nos estimula a tomar distância de coisas escondidas, de situações dúbias, de escolhas duvidosas em situações de pouca clareza. Outra lição desta parábola é a necessidade de, mesmo vivendo próximos joio e trigo, continuarmos a ser trigo, não nos deixando influenciar pelo mal. Como fermento na massa, sejamos nós a influenciar em favor do bem, da justiça, da paz, da fraternidade.

Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos (Mt 13, 40)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu nos ensinaste a rezar, no Pai Nosso, “Livrai-nos do mal”. Ajuda-nos, Senhor, a estar vigilantes para que o inimigo não semeie joio na nossa plantação de trigo, na nossa família, na nossa comunidade. Ensina-nos a conviver com quem é joio, sem exclui-lo, mas sem imitá-lo ou deixar-nos cooptar pela desonestidade, pela infidelidade, por suas más ações. Antes, sejamos capazes de ajudá-los a dar frutos bons, antes que chegue o dia final da colheita. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você está conseguindo conviver bem com pessoas que não pensam como você? que não crêem como você? Pense nisso. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Postagem em destaque

O evangelho é fermento para a vida do mundo.

07 de maio de 2024   Terça-feira da 6ª Semana da Páscoa.       Evangelho.    Jo 16,5-11 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Ag...

POSTAGENS MAIS VISTAS