PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: irmãos
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O povo da terra de Jesus o recebeu com desconfiança

 


   04 de agosto de 2023.   

Memória de São João Maria Vianey

Dia do Padre


   Evangelho   


Mt 13,54-58

Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.


   Meditação.   

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Jesus suscitou muita admiração. Mas, curioso, não foi aceito por todo mundo. A gente pode até identificar várias razões. Uns ficaram com inveja de sua popularidade; ou se sentiram ameaçados em suas posições de liderança. Outros perceberam que aceitá-lo seria mudar de vida, reconhecer o amor misericordioso de Deus em sua vida. No geral, podemos dizer, muita gente gostava de Jesus, o admirava, mas não foi capaz de dar o passo decisivo: crer em Jesus.

Jesus voltou à sua terra – Nazaré - e estava pregando na sinagoga. No início, todos estavam admirados com sua palavra simples e forte. Aos poucos, a reação passou da admiração à revolta. Acharam que, sendo ele uma pessoa crescida naquela comunidade, não podia ter aquela sabedoria toda, nem fazer milagres como diziam que ele fazia. Julgaram, então, que Jesus estivesse exorbitando, arvorando-se a ser quem não era. “Você não é um profeta coisa nenhuma!”, alguém deve ter gritado lá do fundo da sinagoga. Num certo momento, Jesus lamentou-se: “Um profeta só não é bem estimado em sua própria pátria e em sua família”. Eles não tinham fé. Jesus nem pode fazer os milagres que sempre fazia nessas ocasiões. Essa visita à sinagoga de Nazaré, segundo o evangelho de São Lucas, terminou mal. Jesus foi expulso da Sinagoga.

Afinal, não creram em Jesus, por quê? Aparentemente, porque conheciam a sua família. Só por isso? Começaram a dizer que ele era o filho do carpinteiro, que a mãe era dona Maria e os primos-irmãos dele eram Tiago, José, Simão e Judas. Não havia essa palavra ‘primo’ na linguagem deles; para eles primos, tios, sobrinhos eram ‘irmãos’. E as irmãs também moravam por ali, casadas com certeza. Primas, claro. Afinal, Jesus era uma pessoa conhecida, de uma família dali, gente da comunidade. E era isso que eles não engoliam. Não podiam admitir que Deus estivesse agindo por meio de uma pessoa assim de origem humilde, de um vilarejo sem importância... esse era o problema! Eles estavam contrários exatamente ao modo como Deus estava agindo, na dinâmica da encarnação.

A encarnação é a modalidade pela qual Deus enviou o seu filho, Deus como ele, nascido na carne. Nascido na ‘carne’ quer dizer nascido na fraqueza humana. Como disse Paulo, “nascido de uma mulher”. O povo de Nazaré reagiu contra a encarnação. Não aceitaram uma manifestação de Deus assim tão próxima deles.



Guardando a mensagem

A encarnação do Verbo é a verdade que desnorteia, que escandaliza o povo de Nazaré; e pessoas de hoje, também. Essa reação não está muito longe de nós. Tem muita gente que espera Deus agindo apenas lá de cima, sem passar pela fraqueza de pessoas aqui da terra e da terra dos pobres. Jesus ressuscitado conferiu a missão aos seus apóstolos e os enviou como seus missionários. Comunicou-lhes o seu Espírito e deu-lhes o seu poder. Assim, sua Igreja continua o seu ministério. Os pastores da Igreja, em nome de Cristo, continuam o seu ministério de perdoar, de ensinar, de conduzir... Os líderes das comunidades, os nossos pastores e todos os servidores do povo de Deus, homens e mulheres, em nome do Senhor, continuam orientando, evangelizando, abençoando. A atitude do povo de Nazaré se repete. Somos conhecidos, conhecem nossos pais e nossos irmãos, sabem de nossa origem humana e periférica, na maioria. Só na fé podem acolher o ministério de Jesus Salvador que exercitamos. Só na fé podem acolher a palavra que pregamos, em nome do Senhor. Sem a fé, correm o risco de fechar as portas para a graça que nós comunicamos.

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
não foi fácil para os teus conterrâneos te acolherem como profeta e messias. É que eles estavam aguardando alguém que viesse de fora, dos círculos de poder, alguém que se mostrasse poderoso e superior. Mas, tu, de acordo com o teu Pai, vieste na humildade de um galileu daquela terra esquecida, com a sabedoria da convivência com o povo trabalhador e com a força da confiança em Deus. Tu, Deus verdadeiro, assumiste a condição humana e te expressaste na cultura do teu povo. Assim, nos ensinas a dar valor ao que somos e a valorizar os outros ao nosso redor. Agindo assim, abrimos o caminho para te reconhecer agindo na Igreja e por meio dela, esta comunidade humana e frágil que carrega a grandeza de tua palavra e a força de tua graça redentora. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Hoje é Dia de São João Maria Vianey. Ele se ordenou padre enfrentando muita dificuldade de aprendizagem. Tornou-se um sacerdote amado e admirado, zeloso confessor e orientador espiritual. Por causa dele, hoje é o Dia do Padre. Reze, hoje, pelo padre de sua comunidade. Reze também pedindo ao Senhor santas e numerosas vocações para a sua Igreja. 

Comunicando

Na semana que vem, vamos realizar o Seminário de Salesianidade, no Recife, no auditório da AMA, na parte da tarde. O Seminário é dirigido a voluntários, associados e ouvintes. Informações pelo whatsapp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

FECHARAM AS PORTAS PARA JESUS



30 de julho de 2021

EVANGELHO



Mt 13,54-58

Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.

MEDITAÇÃO


E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Jesus suscitou muita admiração. Mas, curioso, não foi aceito por todo mundo. A gente pode até identificar várias razões. Uns ficaram com inveja de sua popularidade; ou se sentiram ameaçados em suas posições de liderança. Outros perceberam que aceitá-lo seria mudar de vida, reconhecer o amor misericordioso de Deus em sua vida. No geral, podemos dizer, muita gente gostava de Jesus, o admirava, mas não foi capaz de dar o passo decisivo: crer em Jesus.

Jesus voltou à sua terra – Nazaré - e estava pregando na sinagoga. No início, todos estavam admirados com sua palavra simples e forte. Aos poucos, a reação passou da admiração à revolta. Acharam que, sendo ele uma pessoa crescida naquela comunidade, não podia ter aquela sabedoria toda, nem fazer milagres como diziam que ele fazia. Julgaram, então, que Jesus estivesse exorbitando, arvorando-se a ser quem não era. “Você não é um profeta coisa nenhuma!”, alguém deve ter gritado lá do fundo da sinagoga. Num certo momento, Jesus lamentou-se: “Um profeta só não é bem estimado em sua própria pátria e em sua família”. Eles não tinham fé. Jesus nem pode fazer os milagres que sempre fazia nessas ocasiões. Essa visita à sinagoga de Nazaré, segundo o evangelho de São Lucas, terminou mal. Jesus foi expulso da Sinagoga.

Afinal, não creram em Jesus, por quê? Aparentemente, porque conheciam a sua família. Só por isso? Começaram a dizer que ele era o filho do carpinteiro, que a mãe era dona Maria e os primos-irmãos dele eram Tiago, José, Simão e Judas. Não havia essa palavra ‘primo’ na linguagem deles; para eles primos, tios, sobrinhos eram ‘irmãos’. E as irmãs também moravam por ali, casadas com certeza. Primas, claro. Afinal, Jesus era uma pessoa conhecida, de uma família dali, gente da comunidade. E era isso que eles não engoliam. Não podiam admitir que Deus estivesse agindo por meio de uma pessoa assim de origem humilde, de um vilarejo sem importância... esse era o problema! Eles estavam contrários exatamente ao modo como Deus estava agindo, na dinâmica da encarnação.

A encarnação é a modalidade pela qual Deus enviou o seu filho, Deus como ele, nascido na carne. Nascido na ‘carne’ quer dizer nascido na fraqueza humana. Como disse Paulo, “nascido de uma mulher”. O povo de Nazaré reagiu contra a encarnação. Não aceitaram uma manifestação de Deus assim tão próxima deles.

Guardando a mensagem

A encarnação do Verbo é a verdade que desnorteia, que escandaliza o povo de Nazaré; e pessoas de hoje, também. Essa reação não está muito longe de nós. Tem muita gente que espera Deus agindo apenas lá de cima, sem passar pela fraqueza de pessoas aqui da terra e da terra dos pobres. Jesus ressuscitado conferiu a missão aos seus apóstolos e os enviou como seus missionários. Comunicou-lhes o seu Espírito e deu-lhes o seu poder. Assim, sua Igreja continua o seu ministério. Os pastores da Igreja, em nome de Cristo, continuam o seu ministério de perdoar, de ensinar, de conduzir... Os líderes das comunidades, os nossos pastores e todos os servidores do povo de Deus, homens e mulheres, em nome do Senhor, continuam orientando, evangelizando, abençoando. A atitude do povo de Nazaré se repete. Somos conhecidos, conhecem nossos pais e nossos irmãos, sabem de nossa origem humana e periférica, na maioria. Só na fé podem acolher o ministério de Jesus Salvador que exercitamos. Só na fé podem acolher a palavra que pregamos, em nome do Senhor. Sem a fé, correm o risco de fechar as portas para a graça que nós comunicamos.

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Não foi fácil para os teus conterrâneos te acolherem como profeta e messias. É que eles estavam aguardando alguém que viesse de fora, dos círculos de poder, alguém que se mostrasse poderoso e superior. Mas, tu, de acordo com o teu Pai, vieste na humildade de um galileu daquela terra esquecida, com a sabedoria da convivência com o povo trabalhador e com a força da confiança em Deus. Tu, Deus verdadeiro, assumiste a condição humana e te expressaste na cultura do teu povo. Assim, nos ensinas a dar valor ao que somos e a valorizar os outros ao nosso redor. Agindo aasim, abrimos o caminho para te reconhecer agindo na Igreja e por meio dela, esta comunidade humana e frágil que carrega a grandeza de tua palavra e a força de tua graça redentora. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Estamos quase terminando este mês de julho. Neste mês, a intenção geral de oração em toda a Igreja é a amizade social. Que tal rezar nessa intenção, antes que termine o mês? Pra você que recebe a Meditação pelo whatsapp ou pelo telegram, estou deixando a oração sobre este tema bem no final do texto da Meditação. É só seguir o link que estou lhe enviando.

Rezando na intenção geral da Igreja neste mês de julho, a amizade social.

Deus, meu Pai
e Pai de todos.
Agradeço-te me teres dado irmãos e irmãs
que partilham comigo o caminho da vida.
Muitas vezes, o meu olhar egoísta
vê o outro como um obstáculo ou um incômodo,
e não como um caminho para te amar e servir.
Ajuda-me a reconhecer no rosto de cada pessoa
um irmão e uma irmã
digno de ser respeitado, amado
e promovido na sua dignidade.
Dá-me um coração de Filho,
como o teu Filho Jesus.
Amém.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


NÃO ACEITARAM JESUS


E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

31 de julho de 2020 - Dia de Santo Inácio de Loyola

Jesus suscitou muita admiração. Mas, curioso, não foi aceito por todo mundo. A gente pode até identificar várias razões. Uns ficaram com inveja de sua popularidade; ou se sentiram ameaçados em suas posições de liderança. Outros perceberam que aceitá-lo seria mudar de vida, reconhecer o amor misericordioso de Deus em sua vida. No geral, podemos dizer, muita gente gostava de Jesus, o admirava, mas não foi capaz de dar o passo decisivo: crer em Jesus. 

Jesus voltou à sua terra – Nazaré - e estava pregando na sinagoga. No início, todos estavam admirados com sua palavra simples e forte. Aos poucos, a reação passou da admiração à revolta. Acharam que, sendo ele uma pessoa crescida naquela comunidade, não podia ter aquela sabedoria toda, nem fazer milagres como diziam que ele fazia. Julgaram, então, que Jesus estivesse exorbitando, arvorando-se a ser quem não era. “Você não é um profeta coisa nenhuma!”, alguém deve ter gritado lá do fundo da sinagoga. Num certo momento, Jesus lamentou-se: “Um profeta só não é bem estimado em sua própria pátria e em sua família”. Eles não tinham fé. Jesus nem pode fazer os milagres que sempre fazia nessas ocasiões. Essa visita à sinagoga de Nazaré, segundo o evangelho de São Lucas, terminou mal. Jesus foi expulso da Sinagoga. 

Afinal, não creram em Jesus, por quê? Aparentemente, porque conheciam a sua família. Só por isso? Começaram a dizer que ele era o filho do carpinteiro, que a mãe era dona Maria e os primos-irmãos dele eram Tiago, José, Simão e Judas. Não havia essa palavra ‘primo’ na linguagem deles; para eles primos, tios, sobrinhos eram ‘irmãos’. E as irmãs também moravam por ali, casadas com certeza. Primas, claro. Afinal, Jesus era uma pessoa conhecida, de uma família dali, gente da comunidade. E era isso que eles não engoliam. Não podiam admitir que Deus estivesse agindo por meio de uma pessoa assim de origem humilde, de um vilarejo sem importância... esse era o problema! Eles estavam contrários exatamente ao modo como Deus estava agindo, na dinâmica da encarnação. 

A encarnação é a modalidade pela qual Deus enviou o seu filho, Deus como ele, nascido na carne. Nascido na ‘carne’ quer dizer nascido na fraqueza humana. Como disse Paulo, “nascido de uma mulher”. O povo de Nazaré reagiu contra a encarnação. Não aceitaram uma manifestação de Deus assim tão próxima deles.

Guardando a mensagem

A encarnação do Verbo é a verdade que desnorteia, que escandaliza o povo de Nazaré; e pessoas de hoje, também. Essa reação não está muito longe de nós. Tem muita gente que espera Deus agindo apenas lá de cima, sem passar pela fraqueza de pessoas aqui da terra e da terra dos pobres. Jesus ressuscitado conferiu a missão aos seus apóstolos e os enviou como seus missionários. Comunicou-lhes o seu Espírito e deu-lhes o seu poder. Assim, sua Igreja continua o seu ministério. Os pastores da Igreja, em nome de Cristo, continuam o seu ministério de perdoar, de ensinar, de conduzir... Os líderes das comunidades, os nossos pastores e todos os servidores do povo de Deus, homens e mulheres, em nome do Senhor, continuam orientando, evangelizando, abençoando. A atitude do povo de Nazaré se repete. Somos conhecidos, conhecem nossos pais e nossos irmãos, sabem de nossa origem humana e periférica, na maioria. Só na fé podem acolher o ministério de Jesus Salvador que exercitamos. Só na fé podem acolher a palavra que pregamos, em nome do Senhor. Sem a fé, correm o risco de fechar as portas para a graça que nós comunicamos.

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Não foi fácil para os teus conterrâneos te acolherem como profeta e messias. É que eles estavam aguardando alguém que viesse de fora, dos círculos de poder, alguém que se mostrasse poderoso e superior. Mas, tu, de acordo com o teu Pai, vieste na humildade de um galileu daquela terra esquecida, com a sabedoria da convivência com o povo trabalhador e com a força da confiança em Deus. Tu, Deus verdadeiro, assumiste a condição humana e te expressaste na cultura do teu povo. Assim, nos ensinas a dar valor ao que somos e a valorizar os outros ao nosso redor. Agindo aasim, abrimos o caminho para te reconhecer agindo na Igreja e por meio dela, esta comunidade humana e frágil que carrega a grandeza de tua palavra e a força de tua graça redentora. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

E sendo hoje, o Dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, os jesuítas, vou deixar uma linda oração de sua autoria, no final do texto da Meditação. Quem recebe a Meditação, diretamente, basta seguir o link. Quem me escuta no rádio, acesse www.padrejoaocarlos.com. Trata-se de uma breve e profunda oração de entrega a Deus. 

Tomai, Senhor, e recebei toda minha liberdade.
A minha memória também.
O meu entendimento e toda a minha vontade.
Tudo que eu tenho e possuo, vós me destes com amor.
Todos os dons que me destes, com gratidão vos devolvo.
Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.
Dai-me somente o vosso amor, vossa graça, isso me basta.
Nada mais quero pedir. Amém!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O GRANDE AMOR DE SUA VIDA



Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)
06 de novembro de 2019
Ser discípulos de Jesus é o nosso chamado, a nossa vocação. Ser discípulo é ser seguidor. Quando Jesus andava pela Palestina, segui-lo era logo compreendido como acompanhá-lo em suas andanças, andar atrás dele, literalmente. O convite dele era sempre “Vem e segue-me”.
Mas, é claro, hoje como ontem, o verdadeiro seguimento de Jesus não é andar atrás dele. Não é seguir com os passos, do ponto de vista da geografia. É seguir com a vida, do ponto de vista da história. Sou seguidor de Jesus, sou seu discípulo, porque minha vida está iluminada por sua palavra, porque procedo segundo os seus ensinamentos, porque ele é o meu guia.
No evangelho de hoje, o nosso Mestre nos chama a atenção para nossa condição de discípulos e suas exigências. Não dá para segui-lo sem renunciar alguma coisa. Renunciar a si mesmo, isto é, já nao ser eu o centro da minha vida. Renunciar a outro guia, renunciar a outro caminho, renunciar a qualquer amarra que possa nos prender ou nos reter no caminho.
E o que é pode nos prender ou nos reter no caminho, e nos impedir de seguir a Cristo?  Ontem, nós ouvimos Jesus contando a parábola da festa. As três desculpas para não aceitar o convite para o banquete foram: o apego aos bens materiais, a falta de tempo pelo trabalho, as responsabilidades com a família. O amor exige liberdade. As coisas não podem tomar o lugar de Deus. O trabalho não pode consumir todo o nosso tempo. Dependemos de Deus. A família não é desculpa para não acolhermos o convite do Senhor. E ele nos convida a seguir Jesus.  
Uma coisa que, particularmente, pode nos afastar do seguimento de Cristo é o apego às pessoas. É o que está no evangelho de hoje. Pode acontecer que o amor ao pai, à mãe, à esposa ou esposo, aos filhos esteja acima do amor a Deus. Nesse caso, no mínimo, ficamos divididos. E, como Jesus ensinou, não dá para servir a dois senhores. Assim, não podemos seguir Jesus. Sem ter Jesus como o primeiro amor, o amor acima de qualquer outro, não dá para ser discípulo dele.
Guardando a mensagem
A grandeza de nossa vida está em sermos filhos de Deus, seguidores de Jesus,  salvador. Como seus discípulos, nós o colocamos em primeiro lugar na nossa vida. Nosso amor por ele está acima das coisas e das pessoas deste mundo. É claro, possuímos bens, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Senhor e Salvador. Por ele, podemos até renunciar aos bens deste mundo, se isto ele nos pedir. Amamos nossos parentes e familiares, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Deus e Senhor. Por ele, podemos até renunciar a um amor neste mundo, se isto ele nos pedir. Jesus, o nosso Mestre, não quer apenas entrar no rol das pessoas que você ama. Ele merece ser o amor maior de sua vida.
Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Tu nos chamas ao teu seguimento. É uma escolha de amor de tua parte. Tu nos dizes hoje: “Não foram vocês que me escolheram, fui eu que escolhi vocês”. A primeira resposta que podemos dar ao teu chamado de amor é amar-te. Amar-te acima de tudo e de todos. Hoje, tu nos lembras que não podemos seguir-te se não carregamos a nossa cruz contigo e se não te amamos acima de qualquer bem deste mundo e de qualquer criatura humana desta terra. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Quando se ama, respira-se esse amor. Ele está em tudo na nossa vida: no pensamento, na fala, nos sonhos, nas fotos, no celular... Jesus é mesmo amado por você acima de tudo e de todos? Ele está mesmo presente em tudo na sua vida? Anote alguma resposta no seu caderno espiritual.
Se, perto de você, não houver uma rádio que transmita o nosso programa diário TEMPO DE PAZ, baixe a nossa rádio no seu celular. Na lojinha de aplicativos do androide, procure e baixe Rádio Tempo de Paz. 
Nesta música que você escuta agora, está todo o evangelho da parábola da festa, que meditamos ontem. O Senhor continua nos chamando....

Pe. João Carlos Ribeiro – 06 de novembro de 2019

NÃO FECHE AS PORTAS

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

02 de agosto de 2019.

Jesus suscitou muita admiração. Mas, engraçado, não foi aceito por todo mundo. A gente pode até identificar várias razões. Uns ficaram com inveja de sua popularidade; ou se sentiram ameaçados em suas posições de liderança. Outros perceberam que aceitá-lo seria mudar de vida, reconhecer o amor misericordioso de Deus em sua vida.  No geral, podemos dizer, muita gente gostava de Jesus, o admirava, mas não foi capaz de dar o passo decisivo: crer em Jesus.  

Jesus voltou à sua terra – Nazaré - e estava pregando na sinagoga. No início, todos estavam admirados com sua palavra simples e forte. Aos poucos, a reação passou da admiração à revolta. Acharam que, sendo ele uma pessoa crescida naquela comunidade, não podia ter aquela sabedoria toda, nem fazer milagres como diziam que ele fazia. Julgaram, então, que Jesus estivesse exorbitando, arvorando-se a ser quem não era. “Você não é um profeta coisa nenhuma!”, alguém deve ter gritado lá do fundo da sinagoga. Num certo momento, Jesus lamentou-se: “Um profeta só não é bem estimado em sua própria pátria e em sua família”. Eles não tinham fé. Jesus nem pode fazer os milagres que sempre fazia nessas ocasiões.  Essa visita à sinagoga de Nazaré, segundo o evangelho de São Lucas, terminou mal. Jesus foi expulso da Sinagoga. 

Afinal, não creram em Jesus, por quê? Aparentemente, porque conheciam a sua família. Só por isso?  Começaram a dizer que ele era o filho do carpinteiro, que a mãe era dona Maria e os primos-irmãos dele eram Tiago, José, Simão e Judas. Não havia essa palavra ‘primo’ na linguagem deles; para eles primos, tios, sobrinhos eram ‘irmãos’. E as irmãs também moravam por ali, casadas com certeza. Primas, claro. Afinal, Jesus era uma pessoa conhecida, de uma família dali, gente da comunidade. E era isso que eles não engoliam. Não podiam admitir que Deus estivesse agindo por meio de uma pessoa assim de origem humilde, de um vilarejo sem importância... esse era o problema! Eles estavam contrários exatamente ao modo como Deus estava agindo, na dinâmica da encarnação. 

A encarnação é a modalidade pela qual Deus enviou o seu filho, Deus como ele, nascido na carne. Nascido na ‘carne’ quer dizer nascido na fraqueza humana. Como disse Paulo, “nascido de uma mulher”. O povo de Nazaré reagiu contra a encarnação. Não aceitaram uma manifestação de Deus assim tão próxima deles.

Guardando a mensagem

A encarnação do Verbo é a verdade que desnorteia, que escandaliza o povo de Nazaré; e pessoas de hoje, também. Essa reação não está muito longe de nós. Tem muita gente que espera Deus agindo apenas lá de cima, sem passar pela fraqueza de pessoas aqui da terra e da terra dos pobres. Jesus ressuscitado conferiu a missão aos seus apóstolos e os enviou como seus missionários. Comunicou-lhes o seu Espírito e deu-lhes o seu poder. Assim, sua Igreja continua o seu ministério. Os pastores da Igreja, em nome de Cristo, continuam o seu ministério de perdoar, de ensinar, de conduzir... Os líderes das comunidades, os nossos pastores e todos os servidores do povo de Deus, homens e mulheres, em nome do Senhor, continuam orientando, evangelizando, abençoando. A atitude do povo de Nazaré se repete. Somos conhecidos, conhecem nossos pais e nossos irmãos, sabem de nossa origem humana e periférica, na maioria. Só na fé podem acolher o ministério de Jesus Salvador que exercitamos. Só na fé podem acolher a palavra que pregamos, em nome do Senhor. Sem a fé, correm o risco de fechar as portas para a graça que nós comunicamos.

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Não foi fácil para os teus conterrâneos te acolherem como profeta e messias. É que eles estavam aguardando alguém que viesse de fora, dos círculos de poder, alguém que se mostrasse poderoso e superior. Mas, tu, de acordo com o teu Pai, vieste na humildade de um galileu daquela terra esquecida, com a sabedoria da convivência com o povo trabalhador e com a força da confiança em Deus. Tu, Deus verdadeiro, assumiste a condição humana e te expressaste na cultura do teu povo. Assim, nos ensinas a dar valor ao que somos e a valorizar os outros ao nosso redor. Agindo aasim, abrimos o caminho para te reconhecer agindo na Igreja e por meio dela, esta comunidade humana e frágil que carrega a grandeza de tua palavra e a força de tua graça redentora. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Neste mês vocacional, vamos celebrar, neste primeiro domingo, a vocação do Padre e dos Ministros Ordenados. Faça, hoje, uma prece em favor do padre e dos animadores de sua comunidade. 

Pe. João Carlos Ribeiro – 02 de agosto de 2019.

UMA COMUNIDADE QUE PERDEU A GRANDE CHANCE


MEDITAÇÃO PARA A QUARTA-FEIRA, DIA 31 DE JANEIRO DE 2018.
Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares (Mc 6, 4)
Diga-me uma coisa: a sua família é numerosa ou é bem pequena? ... O pessoal de outra geração tinha família muito grande, não é verdade? No tempo de Jesus, na Palestina, as famílias eram numerosas. Todos os aparentados com o chefe da casa ou que morassem juntos pertenciam à mesma família. Os parentes moravam na mesma casa ou eram vizinhos. E os filhos, claro, se criavam juntos, convivendo com os parentes da mesma idade. No hebraico, não há palavras específicas para parentes próximos. Todos são chamados de irmãos. Irmãos podem ser primos, tios, sobrinhos, etc.  Irmãos são todos os que pertencem à grande família.
No evangelho de hoje, aparece uma lista de irmãos de Jesus. Seriam irmãos mesmo ou é uma forma de designar os parentes próximos? Vamos à sinagoga de Nazaré pra ver o que está acontecendo. Jesus está pregando. É um dia de sábado. As pessoas dali mais ou menos devem ser conhecidas dele. É verdade que ele ficou um tempo fora, mas foi ali que se criou. As pessoas estão admiradas com sua pregação. Mas, já começa um burburinho, gente que está estranhando ou querendo desqualificar a presença de Jesus. Vamos ouvir...  “Oi, este homem não é o carpinteiro? É ele mesmo. Oi, e ele não é o filho de dona Maria? Não é irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E as irmãs dele não vivem todas por aqui? Onde é que arrumou tanta sabedoria? E esses milagres que dizem que ele anda fazendo por aí? Como é isso?”.
Vamos sair um pouquinho da sinagoga, para eu lhe dar uma explicação. Venha aqui fora...Escute só:  “Irmãos” é uma forma de nomear os parentes próximos, possivelmente seus primos, aqueles com quem ele tinham se criado. Esses supostos irmãos Tiago, José, Simão e Judas aparecem em outras partes do evangelho, como filhos de outros pais e outras mães. A Igreja sempre entendeu, lendo a Bíblia Sagrada e escutando a Tradição desde o tempo dos apóstolos, que Maria teve apenas Jesus. Ele é o seu primeiro e único filho. Ser primogênito no povo de Deus era uma coisa muito especial, porque tinha uma relação especial com Deus, era consagrado ao Senhor. Jesus era um primogênito. Mas, isso não quer dizer que depois dele, vieram outros filhos. Tira qualquer dúvida o fato de Jesus, antes de sua morte na cruz, ter entregue sua mãe aos cuidados do seu discípulo João, este era filho de Zebedeu. Se Maria não ficou com nenhum filho é porque não os tinha, como não tinha mais o seu esposo José, àquela altura.
Bom, o importante é notar que ter conhecido Jesus, tê-lo visto crescer entre os seus muitos parentes, foi uma razão para muita gente em Nazaré não acolher a sua pregação. Tinham um conhecimento superficial da pessoa de Jesus. Julgavam conhecê-lo. E isso foi para eles um motivo para fechar o coração para a mensagem de Deus da qual ele era portador, para a pessoa divina que ele era e para sua mensagem sobre o Reino de Deus.
Vamos guardar a mensagem
O povo de Nazaré, por ter acompanhado superficialmente a infância e a juventude de Jesus, por conhecer seus pais e seus parentes, negaram-se a crer na sua pregação. Fecharam o coração às maravilhas de Deus que ele testemunhava com suas palavras, suas atitudes e seus milagres. Que grande oportunidade eles perderam para reconhecer e acolher a manifestação de Deus na pessoa do seu filho humanado! Eles fecharam-se no sentimento mesquinho da inveja e do preconceito. Isso pode acontecer com você, com todos nós. Podemos permanecer com uma vaga ideia sobre a pessoa de Jesus, perdendo a chance de nos deixar evangelizar com maior profundidade. Ou nos deixar iludir por discussões inúteis que nos tiram do foco a pessoa do filho de Deus e seu anúncio sobre o Reino. Não faça como o povo de Nazaré, pelo amor de Deus.
Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares (Mc 6, 4)
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Ficaste triste em Nazaré, decepcionado. Não te acolheram. Então, não acolheram o Pai que te enviou. Deram as costas ao anúncio do Reino de Deus. Foi quando disseste, com certo amargor: “É, um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e familiares”. Senhor, longe de nós, hoje, te decepcionar. Não queremos que nenhum preconceito ou opiniões duvidosas nos impeçam de acolher o evangelho do Reino que tu nos trazes. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Sabe quem conhece bem Jesus, em sua humanidade? A mãe dele. Ela pode lhe dizer muita coisa sobre ele. Faça hoje uma prece a essa nossa boa mãe: “Mãe, me diz quem é Jesus, me fala sobre ele”.

Pe. João Carlos Ribeiro –30.01.2018

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