PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

LUZ DE DEUS EM NOSSA VIDA



28 de Janeiro de 2021


EVANGELHO



Mc 4,21-25

Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. 24Jesus dizia ainda: “Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”.


MEDITAÇÃO

Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote ou debaixo da cama? (Mc 4, 21).

Gente nova não pode imaginar um tempo em que não havia luz elétrica. Nesse tempo, o candeeiro era uma peça muito importante de uma casa. E andando para trás mais um pouco, nem luz elétrica, nem baterias, pilhas, nem gás butano. E recuando no tempo ainda mais, nem fósforo havia. Eita! Chegamos no tempo de Jesus.

No tempo de Jesus, as casas eram um pouco escuras, com poucas janelas. O que eles chamavam de lâmpada era uma tigelinha de barro com um bico com um pavio de algodão ou de linho. Dentro da lâmpada - a tigelinha de barro -, se colocava azeite. O povo mesmo produzia o azeite de oliva. A lâmpada era colocada numa prateleira que estava na parede, num lugar mais alto, ou mesmo numa lamparina que estivesse pendurada. Com aquele pavio, a lâmpada podia ficar acesa o dia todo, sem gastar muito. E ficava acesa para iluminar a casa que era meio escura e para acender o fogo na hora de cozinhar. Só para lembrar, não havia fósforo. Tinham que manter a luz acesa mesmo. Uma das tarefas da dona de casa era manter a lâmpada acesa.

O evangelho de hoje fala da lâmpada (de azeite, claro). “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro?” Isso quer dizer: uma luz é para ser colocada num lugar em que possa iluminar. Nós somos luz para iluminar, não podemos nos esconder, nos omitir. O que aprendemos com Jesus é uma luz para iluminar a nossa casa. O que temos a dizer com nossas palavras ou com nosso comportamento é uma luz para iluminar a vida dos outros.

Jesus nos disse que somos uma lamparina no lugar alto da casa. Em nós, a sua graça e o seu amor resplendem, nos fazendo luz para os outros, luz de Deus para a vida dos outros. Outros podem encontrar sentido para suas vidas, à luz do nosso testemunho. Minha família não vai ficar na escuridão, porque a luz de Deus que preenche a minha vida pode iluminá-la como uma lamparina pendurada no teto ou como uma lâmpada na prateleirinha da parede, no candeeiro. Por nossas boas obras que testemunham o amor de Deus pelos seus filhos, muita gente pode encontrá-lo e bendizê-lo.

Na verdade, você não é luz porque é um exemplo de vida, uma pessoa sem defeitos, um anjo de criatura. Não, você torna-se uma luz para o mundo, porque Deus enche de luz a sua vida. É isso que você testemunha, é disso que você fala, é esse brilho que está em seu sorriso e em suas obras: a luz de Deus que inunda a sua vida.

Então, não se esconda. Não se camufle. Hoje, mostre a sua cara. Fale, sorria, aconselhe, testemunhe. Seja hoje um canal da luz de Deus para a vida de sua família, de seus amigos, dos que hoje encontrarem você.

Guardando a mensagem

O Senhor, com a sua graça e com sua palavra, enche nossa vida de luz. Somos chamados a difundir essa luz para iluminar os ambientes humanos em que vivemos: nossa casa, nossa vizinhança, nosso local de trabalho. Seus ensinamentos, as verdades que proclamou, ditos ontem e hoje em ambientes reservados, precisam ser proclamados e difundidos abertamente. Ele é a luz do mundo. Nós, iluminados por ele, temos a vocação de lâmpada acesa no lugar alto da sala. Estamos aí para iluminar a vida dos outros.

Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote ou debaixo da cama? (Mc 4, 21).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu que és a luz do mundo, nos disseste para ser luz para os outros. Nós reconhecemos, não temos luz própria. Nós recebemos a tua luz e é com ela que procuramos iluminar nossa casa, nossos ambientes de trabalho, de convivência, de lazer. É muito bonita a imagem da luz do candeeiro dentro de casa, que falaste no evangelho. Mesmo durante o dia, ela precisa ser mantida acesa. E é isso que precisa acontecer: não podemos deixar a tua luz em nós se apagar. Bem que São Paulo disse que não deixássemos o fogo do Espírito se extinguir. Ajuda-nos, Senhor, a manter a luz acesa em nós e onde vivemos e atuamos. A oração, a tua Palavra, a fé hão de ser o azeite que não faltará em nossa lâmpada. Nossa vida, nosso testemunho, nossas palavras hão de refletir a tua luz para que todos, ao nosso redor, vivam iluminados pelo amor de Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Hoje, faça um momento de oração pedindo ao Senhor que você possa fazer bem a tarefa que ele lhe deu: ser a lâmpada de azeite acesa e posta num lugar alto de sua casa, para iluminá-la.

Podendo, acompanhe a Santa Missa de hoje. Vamos iniciar às 11 horas, com transmissão pelo rádio e pelas redes sociais.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

NÃO DEIXE NINGUÉM SUFOCAR A SEMENTE


27 de janeiro de 2021

EVANGELHO


Mc 4,1-20

Naquele tempo, 1Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia.
2Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes: 3“Escutai! O semeador saiu a semear. 4Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. 5Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, 6mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. 7Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto.
8Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um”. 9E Jesus dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. 10Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. 11Jesus lhes disse: “A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, 12para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados”.
13E lhes disse: “Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas? 14O semeador semeia a Palavra. 15Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. 16Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, 17mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem.
18Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto. 20Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um”.

MEDITAÇÃO


Outra parte da semente caiu no meio dos espinhos (Mc 4, 7).

Aquele povo todo estava ouvindo Jesus. Ele, na barca, sentado. Era nessa posição que os mestres ensinavam. O povo à beira mar, ouvindo. E Jesus contando a parábola dos terrenos. O semeador saiu semeando a sua semente. E ela caiu em quatro terrenos diferentes. Quatro, claro, para falar de todos os terrenos que recebem a semente. Quatro é um número de totalidade. Uma parte caiu à beira do caminho. Outra, num terreno pedregoso. Outra, no meio de espinhos. E o quarto terreno foi uma terra boa.

Uma história como essa, todo mundo ali podia entender. Grande parte dos seus ouvintes eram agricultores. E plantar era com eles. Será que eles entendiam o significado da parábola? Com certeza, alguma coisa, entendiam. Mas, depois, conversando entre eles, certamente vinham muitas ideias. E parábola é assim. Não tem um único significado. Não é um enunciado de uma verdade arrumadinha. É uma chave para o entendimento de uma alguma coisa que está acontecendo.

E o que está acontecendo? Bem, a pregação do evangelho. Ontem e hoje, a palavra está sendo semeada. E as pessoas, como você, recebem a palavra em situações diferentes. Umas como um terreno à beira do caminho. Outras, como um terreno pedregoso. Alguém como um terreno de espinhos. Por sorte, tem também quem a receba como um terreno bom. Só aí vai prosperar a palavra semeada.

Podemos imaginar essa parte do terreno de espinhos. Que plantas estariam nesse terreno? Pensa aí: Cactos, cardos, maliça, esporão, unha de gato... bom, já tem bastante. Coitada da semente que cair num terreno desse! Não vai pra frente. Pode até nascer e crescer, mesmo fraquinha, mas será sufocada pelos espinhos. Não dá fruto nenhum.

Olha o que Jesus explicou: “Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto”. Então, esses espinhos têm nome: preocupações do mundo, ilusão da riqueza, outros desejos. O que poderiam ser preocupações do mundo? Bom, eu fico pensando na vaidade, na ostentação, na ditadura da opinião formulada pela mídia... E o que seria ilusão da riqueza? Aqui é mais fácil: a ganância, o apego ao dinheiro, a tentação do luxo, a discriminação dos pobres... E os outros desejos? É o que não falta. Na primeira carta de São João tem uma passagem que pode nos ajudar: “Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2 16).

Guardando a mensagem

A palavra é como a semente que o agricultor espalha pelos terrenos. A parte que caiu no terreno cheio de espinhos não deu fruto nenhum. A plantinha até cresceu, mas foi sufocada pelos espinhos. Espinhos pode ser o modo de pensar do mundo (que privilegia a aparência, que nos estimula à vaidade e ao orgulho, ...). Espinhos pode ser também a ilusão da riqueza (o apego aos bens materiais, o desprezo pelos humildes, a ganância). Espinhos são também desejos que fujam do nosso controle (na sexualidade desregrada, na dependência do álcool, por exemplo). O que você pode fazer para receber melhor a semente da palavra de Deus, no caso de seu terreno estar cheio de espinhos? Vou lhe dar algumas sugestões: Limpe o terreno. Dê importância à semente e a proteja dos espinhos. Deixe que a semente, a palavra, reoriente a sua vida. Dê ao Reino de Deus o primeiro lugar. Não deixe ninguém sufocar essa semente. Ela está destinada a dar muitos frutos.

Outra parte da semente caiu no meio dos espinhos (Mc 4, 7).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
No meu terreno, tem uns espinhozinhos, não vou negar. Mas, sei que a tua própria palavra é uma força para me ajudar a removê-los. Conto com a tua graça. Quero que a tua palavra, que recebo cada dia com grande alegria, seja a luz a orientar a minha vida. Dá-me, Senhor, a paciência do agricultor que prepara o terreno, rega a plantinha, limpa o mato e espera pacientemente que ela cresça e produza frutos. Que a tua palavra cresça, dia após dia, em minha vida e dela possas colher muitos frutos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Lendo o texto de hoje em sua Bíblia, escolha uma pequena frase e transcreva-a no seu caderno espiritual.

Amanhã, como todas as quintas-feiras, temos a Santa Missa dedicada a todos os que nos acompaham nos programas de rádio, na meditação, nas redes sociais. A celebração começa às 11 horas e você pode acompanhar pelo rádio ou pelas redes sociais. 

Pe. João Carlos Ribeiro sdb

O GRANDE MUTIRÃO DA EVANGELIZAÇÃO



26 de janeiro de 2021

Dia de São Timóteo e São Tito


EVANGELHO


Lc 10,1-9

Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’”.

MEDITAÇÃO


Peçam ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita (Lc 10, 2).

Jesus estava enviando setenta e dois discípulos, dois a dois, à sua frente, aos lugares por onde ele iria passar. E fez-lhes diversas recomendações, para que se mantivessem focados no anúncio do Reino, com proximidade junto ao povo (partilhando pousada e alimentos em suas casas) e em estilo de simplicidade e despojamento (sem cargas para levar). Fez a este grupo de 72 enviados também a recomendação de orar ao Pai, pedindo-lhe que mande mais operários para a sua messe.

Messe é colheita, a hora em que a grande plantação de trigo ou cevada, exige um mutirão. É o tempo da safra, como se diz na área da cana de açúcar. ‘A messe é grande. Mas, os trabalhadores são poucos’. Jesus, em seu fervor missionário, estava sentindo isso na pele. E os 72 iriam experimentar isso também, deslocando-se por vilas, povoados e cidades. Há muito que fazer e é urgente que se faça. Mas, a mão de obra disponível é pequena. Agora, a Messe tem um dono, o Pai, que enviou o filho como seu missionário. E o Pai pode enviar mais trabalhadores para a colheita. Então, é preciso rezar, pedir-lhe mais missionários. 

A oração pelas vocações tem sido uma recomendação da Igreja a todos nós. Diante de tantas necessidades, da fome de Deus que tem esse mundo, das periferias existenciais desassistidas (como gostar de falar o nosso Papa), sentimos a falta de missionários, de animadores cristãos, de agentes de pastoral, de religiosos, diáconos e padres que continuem a anunciar o Reino e de apresentar Jesus salvador a todas as pessoas.

E por que Jesus mandou em missão setenta e dois discípulos? Numa certa ocasião, ele enviou 12, os doze apóstolos. Doze é o número do povo de Deus organizado nas tribos. Doze é o número da Igreja, o povo de Deus liderado pelos 12 apóstolos. Mas, nessa cena aqui ele mandou 72. Setenta e dois é um múltiplo de 12, é 12 x 6. Esse número passa uma clara mensagem: Todo o povo de Deus é missionário. Não são enviados apenas alguns. Todos estamos sendo enviados. E enviados como Igreja, como povo organizado ao redor dos apóstolos. E a missão não é uma aventura isolada de alguém. Eles vão de dois em dois. Dois é o número do testemunho. O testemunho coincidente de duas pessoas era o suficiente, num processo em Israel. Além disso, ir assim, em dupla, indica também que a missão é algo partilhado, tarefa de Igreja, assumida em corresponsabilidade.

Guardando a mensagem

O evangelista Lucas, nos informa, neste capítulo 10, que Jesus enviou 72 discípulos à sua frente, com a missão de anunciar o Reino de Deus, preparando sua passagem por aqueles lugares. O número Setenta e dois, sendo múltiplo de 12 (é 6x12) nos avisa que a missão é de todos os discípulos, de toda a Igreja organizada em torno dos doze apóstolos. As recomendações que o Senhor deixou aos missionários foram que fossem próximos do povo e se movessem com grande despojamento e confiança em Deus. Como a messe é grande e os operários insuficientes, seguindo o que recomendou Jesus, devemos pedir ao Pai que mande missionários para o grande mutirão da evangelização do mundo. 

Peçam ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita (Lc 10, 2).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Informaste àquela leva de missionários que eles estavam sendo enviados como ovelhas no meio de lobos. Essa imagem nos faz entender as dificuldades, os problemas, as oposições que o exercício da missão suscita. Foi assim contigo, não será diferente conosco. Sustenta-nos, Senhor, com o teu Santo Espírito, para que sejamos generosos, criativos e fiéis na missão que nos confiaste. Sendo hoje o Dia de São Timóteo e São Tito, discípulos de São Paulo e missinários como ele, pedimos que nos dês, por seu exemplo e sua proteção, o mesmo ardor missionário que os fez enfrentar e vencer tantos obstáculos para anunciar o teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quando você pede ao Senhor operários para a sua Messe, na verdade, está também se dispondo a ser convocado ou convocada para a missão. No dia de hoje, mais de uma vez, faça esse pedido ao Pai, como Jesus orientou: “Senhor, manda operários para a tua Messe!”.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

TESTEMUNHAS DE UM ENCONTRO



25 de janeiro de 2021

EVANGELHO



Mc 16,15-18

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.

MEDITAÇÃO


Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a toda criatura (Mc 16, 15)

Depois de ressuscitado, Jesus despediu-se do seu grupo e lhe entregou solenemente a missão. “Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a toda criatura”. O grupo dos doze, que ele tinha escolhido pessoalmente, estava incompleto. Um tinha se perdido, Judas Iscariotes. Ainda assim, ele confiou nos onze, e lhes deu esse mandato de levar o evangelho ao mundo todo. 

Quando ouvimos essa palavra, logo pensamos no evangelho-livro ou nos quatro evangelhos do Novo Testamento. E estamos certos. Mas, podemos alargar essa compreensão. O ‘evangelho’ é a boa notícia de que Deus enviou seu filho para nossa salvação. O evangelho, a boa nova, é a pessoa de Jesus entre nós, nos integrando no reinado de Deus. E só quem o conhece, quem o encontrou, pode anunciá-lo. Os onze são testemunhas dele. Vão comunicar sua experiência a todos. Eles o conhecem, conviveram com ele.

Esse texto ocorre hoje por uma razão especial. Hoje, celebramos a conversão de um douto fariseu, ardoroso defensor da Lei de Moisés, reconhecido perseguidor do grupo de Jesus, Saulo. Ele também teve seu encontro com Jesus. Saulo estava à frente de uma delegação com ordens de prisão dos seguidores de Jesus, na cidade de Damasco. Na viagem, pelo meio dia, uma luz fortíssima o envolveu e o derrubou. “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. “Quem és tu, Senhor?”. “Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu estás perseguindo”. Seus companheiros o levaram, cego, a Damasco. Lá, ele encontrou-se com Ananias. Ananias lhe disse: “Saulo, meu irmão, tu serás a sua testemunha, diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste”. Daí pra frente, Saulo virou Paulo, a testemunha de Jesus, de quem fora ferrenho perseguidor.

Então, o evangelho é um testemunho do encontro que muitos tiveram com Jesus. E esse anúncio pede uma resposta. No evangelho de São Marcos, a resposta esperada é clara: crer. Quando Jesus começou sua pregação, avisando a chegada do Reino de Deus, pediu uma resposta a este anúncio: “convertam-se e creiam”. 

A fé é a resposta à pregação do evangelho. Fé que se concretiza em mudança de mentalidade, mudança de comportamento, conversão. Fé que se celebra no batismo. “Quem crer e for batizado, será salvo”. Também a Saulo, foi indicado o batismo. Ananias lhe disse, naquele encontro: “E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele (o nome de Jesus)”.

E por que o batismo? No batismo, celebramos o perdão dos pecados que Jesus nos alcançou por sua morte e ressurreição. Pelo batismo, nos é aplicada a graça da redenção. Nele, somos lavados dos nossos pecados, pela ação do Santo Espírito. Mas, para batizar-se é preciso crer, acolher na fé a pessoa de Jesus, o filho de Deus. Por isso, quem não crê está perdido, continua no seu pecado, permanece na sua condenação.

Guardando a mensagem

Fazendo memória da conversão do apóstolo Paulo, nos damos conta que somos chamados a um encontro pessoal com Jesus. É desse encontro que damos testemunho. E, como suas testemunhas, participamos da missão que foi entregue à toda a Igreja: levar essa boa notícia a toda criatura. Nós o encontramos ou ele nos encontrou, nele reconhecemos o filho de Deus. E reconhecemos que sua obra redentora foi em benefício de todos. Essa pregação deve suscitar a fé, a adesão à pessoa de Jesus e a tudo o que ele ensinou. Nessa fé, nos batizamos, renovando nossa vida em Deus e recebendo a graça da filiação divina. A palavra nos pede hoje que cultivemos o encontro pessoal com o Senhor e nos tornemos sempre mais corajosas testemunhas sua, onde vivemos e onde possa chegar nossa voz. 

Vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a toda criatura (Mc 16, 15)

Rezando a palavra
  
Senhor Jesus,
Nós fomos alcançados pela pregação do teu evangelho. Chegou até nós o alegre anúncio de tua vida, de tuas palavras, de tua morte redentora em nosso favor. Obrigado, Senhor. Obrigado pela fé com que temos respondido ao teu evangelho, isso também é graça. Na fé dos nossos pais e padrinhos, fomos batizados na tua morte e ressurreição. Obrigado, Senhor. Hoje, queremos renovar nossa adesão a ti e ao teu evangelho. Aumenta, Senhor, a nossa fé. Faz-nos um povo mais missionário, testemunhas mais corajosas do teu santo nome. Que ele seja bendito, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Festejando hoje a conversão de São Paulo, peça a Deus a graça da conversão, da conversão sempre mais perfeita. 

Uma semana abençoada pra você! 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O EVANGELHO DE DEUS




24 de janeiro de 2021

EVANGELHO


Mc 1,14-20

14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”
16E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17Jesus lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. 18E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus.


MEDITAÇÃO


“Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus (Mc 1, 14)

Este é o terceiro domingo comum. Hoje, celebramos o Domingo da Palavra de Deus. É verdade, todo domingo é da Palavra de Deus. Mas, hoje, de maneira especial, somos chamados a acolher e celebrar o encontro com o Senhor nas Escrituras Sagradas. É com esse olhar que vamos ouvir e meditar as leituras bíblicas de hoje. 

O evangelho nos fala do início da atividade missionária de Jesus. Ele, após a prisão de João, começou a pregar o Evangelho de Deus. E o “Evangelho de Deus”, a boa notícia da qual ele se fez portador, está descrito em duas palavras: O Tempo se cumpriu – O Reino chegou. E a acolhida dessa boa notícia, desse evangelho, está também descrita em duas palavras: Convertam-se – Creiam no Evangelho. Com Jesus, chega o Reino de Deus, cumprem-se as promessas. A esse evangelho, essa notícia maravilhosa, respondemos com a fé e a conversão. 

O evangelho de Deus, como o evangelista falou, é a sua própria comunicação. Deus, de muitos modos e muitas vezes, falou aos pais pelos profetas. Agora, nos fala por meio do seu filho. É assim que começa a carta aos Hebreus. O que Deus quer nos dizer, ele o está dizendo pela boca de Jesus. Na verdade, pela boca e pelas mãos dele, por suas palavras e suas obras. E, como pensou São João, a boa notícia, afinal, é ele mesmo. Jesus é a comunicação completa e amorosa de Deus. Ele é o próprio evangelho. 

Na história do povo antigo, contava-se sobre o profeta Jonas. Ele foi levar uma mensagem de Deus ao povo de Nínive. E, como a cidade era muito grande, precisou de três dias para atravessá-la. A pregação é um convite à conversão e à vida nova. E a mensagem comoveu a cidade pagã. Os ninivitas acreditaram em Deus e fizeram muitas obras de conversão. E Deus suspendeu a ameaça de destruição que fora comunicada pelo profeta. 

A mensagem de Deus que Jesus estava entregando não era de destruição, mas de restauração, de salvação. Ele peregrinou na terra dos judeus por três anos, comunicando-lhes este evangelho. É verdade que não encontrou aquela conversão generosa da história de Jonas. Mas, nos quatro primeiros discípulos, vemos o tipo de resposta positiva que se espera da pregação do evangelho.

Nos quatro primeiros convocados pela palavra, vemos a resposta positiva de todos os seguidores de Jesus. Quatro é um número de totalidade, como os pontos cardeais. Estamos todos representados nos quatro primeiros seguidores: Simão e André, Tiago e João. A pregação é um convite à conversão e à vida nova. Respondendo ao convite de Jesus, eles deixaram de ser pescadores do mar para ser pescadores de gente, com Jesus. Eles logo deixaram as redes, o pai, os empregados. Isto quer dizer: deram novo significado à sua vida, à sua relação com a família, à sua relação com o trabalho. 

Guardando a mensagem

Neste Domingo da Palavra de Deus, vemos Jesus anunciando o evangelho, a boa notícia que o Reino de Deus chegou. Tudo o que coração humano sempre sonhou, tudo que os profetas anunciaram, agora estava se realizando: a proximidade amorosa do Pai que reconcilia seus filhos e filhas e os restaura e liberta. A boa notícia é Jesus entre nós, suscitando um novo momento na história: a presença do Reino de Deus. Ele não é só portador desta notícia, ele mesmo é a boa notícia. A resposta ao anúncio dessa boa notícia, desse evangelho de Deus, é a fé e a conversão. Crer e mudar de vida é dar um novo rumo à própria vida, seguindo Jesus. No seguimento do Mestre, damos um novo significado à nossa vida, à nossa relação com a família, o trabalho e o mundo. E nos tornamos, com ele e como ele, anunciadores deste evangelho de Deus. 

Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus (Mc 1, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Estamos todos reunidos ao redor da Mesa de tua Palavra, ouvindo teu evangelho, acolhendo o teu convite para dar novo sentido à nossa vida, como teus seguidores. O casamento, as alegrias, as preocupações, os negócios, tudo precisa ser iluminado e transfigurado pelo evangelho da proximidade amorosa de Deus, como nos explicou São Paulo na primeira carta aos Coríntios. Com este Domingo do Palavra de Deus, queremos aumentar em nosso coração o amor ao livro santo e reafirmar nosso compromisso diário com o conhecimento e a vivência de tua palavra. Ajuda-nos, Senhor, com o teu Santo Espírito, a ouvir sempre com muita atenção tua palavra proclamada na Santa Missa e venerar tua presença nas Escrituras, com o mesmo amor com que honramos tua presença eucarística na comunhão, como nos ensinou o Concílio Vaticano II. Abençoa, Senhor, todos os que, em tua Igreja, estão encarregados da proclamação, do ensino e da pregação de tua palavra. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

A primeira coisa: ouvir e ler com atenção a Meditação de hoje. Ler ajuda a compreender melhor o que está sendo dito. Para ler a Meditação, basta tocar no link que lhe enviei. Vou deixar também um texto com outras explicações sobre o evangelho de hoje. Podem lhe ser úteis. A segunda coisa: compartilhar a Meditação. Quem compartilha, evangeliza. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



CHEGOU O REINO DE DEUS 


O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no Evangelho! (Mc 1, 15)

Houve um momento em que Jesus começou a sua pregação. Ele tinha uma notícia pra dar. E quando chegou a hora, ele soltou o verbo. Avisou a todo mundo: O REINO DE DEUS CHEGOU. O marco divisor, o fato que empurrou Jesus, por assim dizer, para encarar de vez a sua missão foi a prisão do profeta João, pelo violento tetrarca Herodes. Esse poderia ser o fim do movimento do Batista, o colapso daquela ebulição religiosa que preparava o povo para a chegada do Messias. Quando o horizonte parecia se fechar, Jesus voltou para a Galileia e começou o seu ministério público.

Na sua pregação, Jesus começou dizendo quatro coisas: “O tempo já se completou, o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no evangelho”. Este é um resumo de tudo o que ele anunciaria com palavras e obras, nos três anos seguintes. Finalmente, as promessas estavam se cumprindo: chegara a hora do reinado de Deus. Por sua presença de enviado e Messias, o novo tempo estava começando. Chegara o tempo da reconciliação, do perdão, da graça.

Diante dessa boa notícia, a liturgia da Palavra deste terceiro domingo do tempo comum, nos recomenda três atitudes: CONVERSÃO, DESINSTALAÇÃO e NOVA DIREÇÃO.

CONVERSÃO. O anúncio do Reino é um convite à mudança de vida. Pede-nos conversão. O livro do profeta Jonas dá o tom. Jonas percorre a cidade de Nínive por três dias, comunicando uma notícia não muito promissora. Deus iria destruir a cidade. A resposta do povo de Nínive foi generosa e radical: jejum, penitência, obras de conversão. Vendo que se afastavam do mau caminho, Deus desistiu da punição. Jesus percorreu o país por três anos, sem ameaças, comunicando a todos o novo tempo de Deus que precisava ser acolhido pela CONVERSÃO.

DESINSTALAÇÃO. O anúncio do Reino é um convite para o seguimento de Jesus. Pede-nos desinstalação. O evangelho de Marcos narra, simbolicamente, os quatro primeiros chamados e as suas respostas. Quatro é um número de totalidade, é a resposta que se espera de todos. Simão e André deixaram imediatamente as redes e seguiram a Jesus. Tiago e João deixaram o pai, na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus. O convite de Jesus para o seu seguimento pede pressa (O tempo se completou). Há uma urgência. Não se pode deixar pra depois. Acolher o convite de Jesus exige desapego, DESINSTALAÇÃO. 

NOVA DIREÇÃO. O anúncio do Reino nos comunica um sentido novo para a nossa vida. Dá-nos uma nova direção naquilo que somos e fazemos. Paulo escreveu aos coríntios, lembrando-lhes que o tempo é breve. O casamento, o trabalho, o lazer, as tarefas do dia-a-dia devem agora estar iluminados pelo Reino de Deus. É nele que encontram sentido e plenitude. Vivemos para Deus. Acolher o evangelho é dar um novo sentido aos nossos compromissos, à nossa vida nesse mundo. É viver agora numa nova direção.

Guardando a mensagem

Jesus, ao começar a pregação do evangelho, comunicou ao povo: “O templo se completou, o Reino de Deus se aproxima. Convertam-se e creiam no evangelho”. Esse é um resumo de todo o evangelho. O anúncio é o do novo tempo que começou com sua presença de enviado e Messias: tempo de manifestação do amor de Deus na reconciliação, no perdão, na vida da graça. O reino de Deus estava próximo das pessoas. Esse anúncio nos pede conversão e fé no evangelho. Como você vai responder a esse anúncio de Jesus, isto é ao seu evangelho? Sua resposta pode ser pensada em três momentos: conversão (mudança de vida), desinstalação (renúncia, disponibilidade), nova direção (dar aos compromissos do dia-a-dia uma nova direção, um novo sentido).

O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e creiam no Evangelho! (Mc 1, 15)

Rezando a palavra

Rezemos com as palavras do salmo 24, o salmo de hoje

— Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.

— Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!

- Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Leia o evangelho de hoje, na sua Bíblia (Mc 1, 14-20).

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

OS PARENTES DE JESUS


23 de janeiro de 2021

EVANGELHO


Mc 3,20-2

Naquele tempo, 20Jesus voltou para casa com os discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si.

MEDITAÇÃO


Os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si (Mc 3, 21).

Texto curto, o de hoje. Mas, uma dúvida: os parentes de Jesus conseguiram se integrar ao Movimento dele? O texto conta que ele voltou para casa, com os discípulos. Entende-se: depois de andanças por vários povoados da Galileia, retorna a Cafarnaum, onde tinha passado a residir, desde a prisão de João Batista. E ainda está em nossa memória aquele sábado em Cafarnaum, em que libertou um homem na sinagoga, levantou a sogra de Pedro e curou muita gente que se juntou à porta da casa. Assim, logo que se soube que ele tinha chegado, não parou de chegar gente. Por isso, relata o evangelista, eles nem sequer podiam comer. Realmente, uma coisa extraordinária. Extraordinária, mas preocupante.

Os parentes de Jesus moravam em Nazaré, a menos de 50 km de Cafarnaum. Nazaré era uma vila mais pacata, menorzinha. Cafarnaum já era mais movimentada, à beira do mar da Galileia, às margens de uma grande estrada. Claro, 50 km a pé ou puxando um jumento bem que é longe. Mas, as notícias corriam rápido. E logo em Nazaré, chegou a notícia do que estava acontecendo com Jesus: multidões acorrendo para ouvi-lo ou para serem curadas de suas doenças. E eles sem tempo nem mais para comer.

Podemos imaginar facilmente. As famílias eram numerosas e os filhos casados moravam junto dos pais. Assim, em Nazaré, onde Maria residia, moravam também os tios de Jesus e seus primos, a turma da idade dele com quem ele tinha se criado, àquela altura com certeza, todos já casados. Claro, você lembra, a palavra primo não existia naquelas bandas, primos eram chamados de irmãos. As notícias que corriam chegaram aos ouvidos dos seus parentes. Eles ficaram preocupados. Jesus era um carpinteiro, uma pessoa com uma profissão, conhecido na comunidade. Tinha se lançado mundo afora, andara participando dos encontros de João Batista e, agora, estava pregando nas Sinagogas... até aí, mesmo com dificuldade, dava pra entender. Mas, andar assim assediado por tanta gente, curando os doentes, enfrentando demônios... sem tempo nem para comer; e metido com pescadores e outras pessoas pouco recomendáveis... Os parentes tiraram uma conclusão: ‘Ele está fora de si, endoidou. Temos que protegê-lo, vamos busca-lo, nem que seja à força’.

Guardando a mensagem

A primeira oposição a Jesus foi a dos seus próprios parentes. Eles tiveram dificuldade para compreender o comportamento de Jesus e para se integrar na grande comunidade de seguidores que estava se formando ao seu redor. A partir de sua experiência com sua família, Jesus nos deixou preciosos ensinamentos. Um deles é este: Só quem faz a vontade de Deus é seu verdadeiro parente. Outro ensinamento foi este: É preciso amar mais a ele do que à própria família (pai, mãe, mulher, marido, filhos). É esse amor pelo Mestre que explica a nossa escolha por ele, mesmo se a família não apoiar ou não estiver de acordo. Sua família pode ser uma força no seu caminho de fé. Se for assim, dê graças a Deus! Mas, pode ser também que sua família chegue a fazer oposição, seja um elemento dificultador para sua opção de fé. Nesse caso, sem faltar com o amor à sua família, ame mais a Jesus e escolha, antes de tudo, o seu evangelho. E trabalhe para levar sua família a Jesus.

Os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si (Mc 3, 21).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Quando ensinaste os teus discípulos a rezar, nos entregaste a bela oração do Pai Nosso. Assim, aprendemos contigo a desejar de todo coração fazer a vontade do Pai e a nos empenhar com todas as forças para que sua vontade se realize entre nós. Rezamos contigo: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Temos parentesco contigo e com tua mãe, na medida em que nos tornamos fieis cumpridores da santa vontade do nosso Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Escolha uma boa hora para rezar, hoje, com calma, o PAI NOSSO... ofereça-o por sua família.

Amanhã, terceiro domingo do tempo comum, é o Domingo da Palavra de Deus. Desejando participar de nossa Missa, celebramos às cinco da tarde deste domingo. Para nos acompanhar, é só baixar o aplicativo Rádio Tempo de Paz no seu celular. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A IGREJA DOS DOZE


22 de janeiro de 2020

EVANGELHO


Mc 3,13-19

Naquele tempo, 13Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. 14Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, 15com autoridade para expulsar os demônios. 16Designou, pois, os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; 17Tiago e João, filhos de Zebedeu, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer “filhos do trovão”; 18André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 19e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu.

MEDITAÇÃO


Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar (Mc 3, 14)

Meditamos, ontem, como Jesus começou a estabelecer um novo momento no seu ministério, ao pedir uma barca e afastar-se um pouco da multidão que o comprimia, ali à beira mar. Àquele povo movido pela busca de curas e milagres, ele respondeu com a pregação do evangelho. O evangelho comunica o propósito de Deus, a sua vontade. Bem-aventurado o que ouve e pratica a Palavra do Senhor. A barca de Pedro é já uma representação da Igreja, realizando sua missão no mundo (o mundo, você lembra, está representado pelo mar).

Não sei se você leu o sonho de Dom Bosco com a Grande Barca que é a Igreja e como, numa feroz perseguição no mar, isto é no mundo, ela encontrou segurança atracando no meio de duas colunas, a Celebração da Eucaristia e a Devoção à Virgem Maria. (Se não leu, dê uma olhadinha no texto da Meditação de ontem).

A cena de hoje é o que segue após o encontro com o povo à beira mar. Jesus sobe o monte e chama alguns. E escolhe doze para que fiquem com ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios. É o que está no evangelho de Marcos. 

Designou doze. Doze é o número do povo de Deus organizado. Israel tinha doze tribos. Estas se organizaram, simbolicamente, em torno de doze patriarcas, os filhos de Jacó. Doze são também os Juízes do Antigo Testamento, bem como os profetas maiores. Doze, então, é o número da organização, da liderança. Parece que o trabalho de Jesus começa a ter um novo nível de organização, com essa escolha dos doze. O seu grupo mais próximo, com quem ele vai peregrinar habitualmente e a quem vai dedicar uma maior atenção à sua formação, é formado por doze lideranças. Eles serão a referência para todos os seus discípulos, seus seguidores.

Escolheu doze para ficar com ele e para enviá-los a pregar. Ficar com ele é a condição de discípulos, dos que estão aprendendo sobre o Reino de Deus. Serem enviados a pregar é a condição de missionários, de apóstolos. Em seu nome, eles vão dar continuidade à missão. Ter escolhido doze não quer dizer que não havia outras lideranças reconhecidas. Certamente, havia. As mulheres, por exemplo, que também eram discípulas, tinham suas funções no grupo e, mais tarde, tiveram um papel muito importante no testemunho da ressurreição e na formação das comunidades.

Certamente, a escolha não agradou todo mundo. Alguém não foi escolhido e ficou meio emburrado. Alguém pode ter considerado a escolha um tanto equivocada e com razão (Judas Iscariotes, por exemplo, não parece ter sido uma boa escolha). Mas, quando Jesus não estava mais presente fisicamente, depois de sua ressurreição e ascensão, foram esses líderes que, mesmo tateando, mas com a força do Espírito Santo, sustentaram o testemunho sobre o Messias e espalharam o seu evangelho pelos quatro cantos.

Guardando a mensagem

Jesus estava conduzindo o povo de Deus para um novo momento de organização. A escolha dos doze é um sinal do seu trabalho de restauração do povo de Deus. Com a escolha dos doze, estão lançadas as bases de organização da igreja cristã. É por isso que dizemos que a Igreja é apostólica, porque ela nasce do testemunho, do ensinamento e da liderança dos apóstolos que Jesus escolheu e formou. Os bispos da Igreja são os apóstolos de hoje, aqueles que o Senhor escolheu e lhes deu participação na sua autoridade. Na atuação dos apóstolos de ontem ou de hoje, independentemente de suas fraquezas ou virtudes, vemos o Bom Pastor Jesus que nos ensina, nos abençoa e nos conduz, na força do seu Santo Espírito.

Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar (Mc 3, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Chamaste os doze, pessoalmente. Eles seguiam sempre contigo. Tu tinhas o cuidado de explicar-lhes as parábolas, as coisas do Reino. E eles te acompanhavam com toda boa vontade. Mas eram fracos como nós e te deram muita dor de cabeça. Na hora da paixão mesmo, houve quem dissesse até que não te conhecia, além daquele que te traiu. Mas, tu não desististe deles, nem os desautorizaste. Tu, Senhor, conheces a nossa fraqueza e, ainda assim, confias em nós. É o mistério de tua encarnação. Hoje, Senhor, queremos te pedir, de maneira muito especial, pelos nossos líderes, nossos diáconos, padres e bispos e pelo Papa, o bispo da Igreja em Roma e referência de unidade para todo o teu povo santo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze pelas vocações, para que o Senhor da Messe não deixe faltar operários à sua Igreja: lideranças leigas, religiosos e consagrados, diáconos, padres, bispos. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Postagem em destaque

O que seria de nós, sem o Espírito Santo.

  19 de maio de 2024     Domingo de Pentecostes.         Leituras Bíblicas.     At 2,1-11 1Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos...

POSTAGENS MAIS VISTAS