PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Quem é que você está esperando?

 


   16 de dezembro de 2023.   

Sábado da 2ª Semana do Advento

3º. dia da Novena de Natal

   Evangelho.   


Mt 17,10-13

Ao descerem do monte, 10os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?” 11Jesus respondeu: “Elias vem e colocará tudo em ordem. 12Ora, eu vos digo: Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles”. 13Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.

   Meditação   


Elias já veio, mas eles não o reconheceram (Mt 17, 12).

Por muito tempo, o povo de Israel cultivou o sentimento da vinda do Messias. Havia uma expectativa muito forte, no tempo de Jesus, de que o Messias chegaria a qualquer momento. É verdade que nem todos coincidiam, em suas esperanças, sobre quem seria e o que ele faria. O Messias era uma promessa de Deus e a sua vinda seria a solução para a sofrida vida daquela gente. Assim, muitos esperavam que fosse um grande líder político e militar. Com certeza, enfrentaria os romanos e acabaria com aquela dominação opressora. Outros apostavam que seria um homem de Deus ‘ultra-santo’, sem nenhuma aproximação com os pecadores e as maldades desse mundo.

Jesus era o Messias que o Pai enviara. Messias é uma palavra que quer dizer “ungido”. Ungir é uma cerimônia em que a pessoa é consagrada com óleo para uma missão. O Messias é aquele que Deus ungiu para a grande missão de restaurar Israel.

Em certo sentido, o estilo de Messias que Jesus exerceu não preencheu as expectativas do povo do seu tempo. Ele não era um sacerdote do templo, como podiam esperar os saduceus. Era um leigo, carpinteiro de profissão, vindo do interior. Não era um líder político-militar, como os zelotes esperavam. Era um profeta que pregava a mansidão, o perdão e a solidariedade com os pequenos. Não era um ilustrado professor da Lei, levando o povo a praticá-la com rigor, como esperavam os fariseus. Ensinava o povo com parábolas e pregava a lei do amor. Dessa forma, os grandes grupos religiosos de Israel não reconheceram Jesus como Messias.

Os Mestres ensinavam que antes que o Messias viesse, viria Elias. Elias foi um dos maiores profetas do povo de Deus e era sempre lembrado como alguém que restabeleceu a religião de Israel, ameaçada pelos cultos dos estrangeiros. Elias tinha vivido, vários séculos antes. Eles, lendo o livro do profeta Malaquias, entendiam que Elias voltaria antes que o Messias chegasse. Está assim no livro do profeta Malaquias: “Eis que eu envio o profeta Elias, antes que chegue o grandioso e terrível dia do Senhor” (Ml 3, 23). 

E Jesus explica aos seus discípulos que, de fato, Elias já veio. Foi João Batista, pelo que ele deu a entender. Não que ele tenha voltado em João Batista, isso não. É que João Batista fez o papel de Elias, aproximando o povo do seu Deus, preparando a chegada de Jesus. Disse Jesus: “Elias já veio, mas eles não o reconheceram”. E falou do modo como maltrataram João. O profeta, coitado, foi degolado na prisão de Herodes. E Jesus avisou que eles     tratariam mal, a ele também, o Filho do Homem.




Guardando a mensagem 

Este evangelho é um bom aviso para nós. Ficamos sempre esperando alguma coisa muito grande acontecer, para finalmente vivermos como convertidos. Não reconhecemos o Elias, que é quem prepara o caminho para o nosso encontro com Jesus. E nem reconhecemos o próprio Senhor que está no meio de nós. Ele se apresenta manso e humilde, renunciando as armas do poder. Elias já veio. O Messias também. O que é que estamos esperando para acolher o Reino de Deus que ele está anunciando?

Elias já veio, mas eles não o reconheceram (Mt 17, 12).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o papel de Elias de preparar os caminhos para a tua chegada foi realizado por João Batista. João foi o Elias que preparou os teus caminhos. Muitos fazem hoje esse papel, preparando o povo para o encontro contigo. Nós te bendizemos pelos Elias de hoje. Que eles não desanimem, pela pouca reação dos seus irmãos. Estamos seguros que também nós podemos e devemos fazer esse papel de Elias, ajudar as pessoas a abrirem o seu coração para te acolher como Messias e Salvador. Dá-nos, Senhor, paciência, sabedoria e perseverança para sermos Elias hoje, evangelizadores dos nossos irmãos e irmãs. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Será que você pode identificar quem foi Elias na sua vida, quem preparou você para o encontro com Cristo? Anote, no seu caderno espiritual, ao menos três nomes de pessoas que foram Elias na sua vida. E reze por eles. 

Comunicando

A gravação do DVD do meu novo álbum musical é hoje, aqui em Brasília. Começa às 10 da manhã. 

Hoje, é o 2º dia da Novena de Natal. Você nos acompanha, pelo Canal do Youtube, às 20 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Senhor, desata o meu nó!



   15 de dezembro de 2023.   

Sexta-feira da 2ª Semana do Advento

1º dia da Novena de Natal

   Evangelho   


Mt 11,16-19

Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 16“Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: 17‘Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’ 18Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. 19Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras”.

   Meditação.   


Com quem hei de comparar esta geração? (Mt 11, 16)

Nem Jesus Cristo agradou a todo mundo. É um ditado popular que tem sua razão. Apareceu João Batista, austero, duro na pregação… muitos não quiseram levá-lo a sério. Disseram: é um doido, um endemoniado. Apareceu Jesus, alegre, jovial, amoroso na sua pregação… muitos não lhe deram crédito: é um bonachão irresponsável. Foi aí que Jesus fez uma comparação dessa situação com crianças emburradas na hora da brincadeira.

Brincadeira de criança é coisa séria. Nas brincadeiras, as crianças podem representar e reproduzir sentimentos e atitudes que estão à sua volta. A brincadeira é uma fonte de socialização para as crianças, mas também de elaboração da compreensão do mundo que as rodeia. Nas brincadeiras, na forma de brincar, vão sendo cultivadas atitudes positivas e generosas como a partilha, o perdão, a alegria pelo êxito do outro, o cuidado, a atenção ao mais frágil. Mas, também nas brincadeiras, aparecem tendências ruins para a violência, o egoísmo, a ganância, o isolamento, a discriminação.

Jesus comparou o povo do seu tempo com cenas que ele já tinha vivido com seus coleguinhas na infância em Nazaré ou visto nas brincadeiras das crianças nas ruas de Cafarnaum, a cidade onde ele estava morando. A cena era essa: crianças emburradas que não estavam satisfeitas com nada. Olha a palavra dele: “Com quem vou comparar essa geração? Ah, são como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta e vocês não dançaram. Entoamos lamentações e vocês não bateram no peito!”.

As crianças do tempo de Jesus brincavam com as situações que elas viam: festas de casamento, por exemplo; funerais celebrados em família... Podemos imaginar as brincadeiras a que Jesus está se referindo... “tocamos flauta e vocês não dançaram”: brincar de festa, de casamento; “entoamos lamentações e vocês não bateram no peito”: brincar de alguma coisa triste, como enterro, exílio... As brincadeiras de criança imitam o mundo real.

Sempre acontece nas brincadeiras que alguma criança emburrada se negue a participar. No tempo de Jesus, claro, não era diferente. Uns começavam a brincar de festa e outros não topavam. Então, para contentá-los, tentavam brincar de uma coisa mais parada e eles também se negavam a participar. Olha, não tem coisa pior do que criança emburrada, que não quer brincar e fica pondo mau gosto na brincadeira dos outros, não é verdade?

Jesus aplicou esse impasse das brincadeiras infantis ao que estava acontecendo ao seu redor. João Batista era um pregador austero, falava do julgamento de Deus. Um grupo ficou contra e falava mal do profeta. Veio Jesus, que pregou o Reino de Deus como uma festa, frequentava a casa do povo e falava do perdão de Deus. O mesmo grupo ficou contra, emburrado. Negou-se a participar.




Guardando a mensagem

Quem brincou quando criança, sabe o que Jesus está dizendo. E sabe que tem gente que se comporta como criança emburrada... Se for o seu caso, trate de melhorar seu mau humor. Abra o seu coração para o anúncio do Reino de Deus, agora mesmo. Destrave o coração para acolher Jesus e seu evangelho. É hora de entrar na brincadeira...

Com quem hei de comparar esta geração? (Mt 11, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o Reino de Deus continua sendo pregado pelos teus missionários. A evangelização é um convite permanente para entrarmos na lógica de Deus. Infelizmente, muitos nos comportamos com desconfiança, com desinteresse, influenciando outros a não aderirem alegremente às propostas que nos fazes. Senhor, desata em nós as amarras do homem velho para nos comportarmos sempre como filhos livres, felizes e confiantes no teu amor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Havendo, no seu coração, alguma coisa que não lhe deixa deslanchar na vida espiritual (um mal estar, uma desconfiança, uma dúvida), converse com alguém de sua confiança sobre isso. Você precisa de um estado espiritual de maior leveza e abertura para acolher e viver com alegria o dom de Deus. Lembre do que Jesus nos disse: "Quem não for como criança, não entra no Reino de Deus".

Comunicando

Começa, hoje, a novena de natal. Você pode nos acompanhar pelo meu Canal do Youtube, às 20 horas. Já estou lhe enviando o e-book da novena e o link do Youtube. 

Estou, hoje, em Brasília na gravação do DVD do meu novo álbum musical. O local é o Santuário Dom Bosco, no Plano Piloto. Peço suas preces. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Fortes e fiéis - na graça do Espírito Santo.



   14 de dezembro de 2023.   

Memória de São João da Cruz, 
presbítero e doutor da Igreja

   Evangelho.   

Mt 11,11-15

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 11“Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. 12Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam. 13Com efeito, todos os profetas e a Lei profetizaram até João. 14E se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. 15Quem tem ouvidos, ouça”.

   Meditação.  

Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12)

Que palavra estranha! O Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam. Com certeza, Jesus não está dizendo que devemos conquistar o Reino dos Céus com violência. Isto estaria em contradição com o seu ensinamento, em outras páginas do Evangelho.

Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência. É verdade. João Batista foi preso e, sem nem sequer um julgamento, foi barbaramente assassinado a mando do rei Herodes para satisfazer o capricho da amante. Foi degolado na cadeia. Cortaram a sua cabeça e a levaram numa bandeja. O Reino sofrendo violência. Essa parte dá entender, não dá?

Agora, a violência de Herodes, de sua corte, de sua amante, de sua enteada dançarina, de seus soldados… essa grande violência encontrou um homem forte, convicto, coerente, consequente. Ele foi perseguido porque estava incomodando com suas ações, sua pregação, seu ministério. Opôs-se aos desmandos do rei, às atrocidades que a sua corte patrocinava e à sua escandalosa situação de vida marital com a cunhada. De fato, narra o evangelho de São Lucas, que o profeta João tinha censurado Herodes por estar com a mulher do seu irmão e por todas as maldades que este andava cometendo (Lc 3, 19). Na perseguição, João Batista mostrou-se forte, resistente, combativo. Um profeta à altura desse nome. Denunciou, reclamou, pediu conversão. E não voltou atrás, não desconversou, mesmo diante da morte.

É verdade que o poder de Herodes e das elites que o sustentavam estava praticando violência contra o Reino dos Céus. Mas, o Reino dos Céus não foi conquistado pela violência de Herodes. Entende? Ele cortou a cabeça do profeta, mas não o calou. O Batista não perdeu, o Batista ganhou. O profeta João Batista é quem conquistou o Reino dos Céus com sua firmeza, com sua resistência. À violência e à perseguição, João respondeu com destemor e fidelidade. Cheio da força de Deus, ele foi forte. Assim, ele conquistou o Reino dos Céus.




Guardando a mensagem

O poder pode se opor ao Reino de Deus, com violência. Mas, só os fortes o conquistam. Como João Batista, têm se comportado os mártires em todos os séculos de cristianismo. A jovem Luzia, na hora da provação foi forte e resistente. Perdeu os olhos e a vida, mas não renegou a luz de sua vida, Jesus. Mateus Moreira, mártir do Rio Grande do Norte, teve o coração arrancado pelo soldado, mas morreu gritando de todo coração “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”. Como eles, comportam-se os cristãos nas horas difíceis de sofrimento e perseguição; e vencem com a força de Deus, sendo fortes e resistentes. Renunciam a si mesmos, como recomendou Jesus, mas não abrem mão da verdade, da justiça, do amor fiel do seu Deus. Neste sentido, são “violentos”, ou melhor, fortes, muito mais fortes do que os seus agressores ou as adversidades e contrariedades da vida.

Desde o dia de João Batista até aqui, o Reino dos Céus sofre violência e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
pelas tuas palavras, compreendemos que alcançaremos o Reino de Deus, que na verdade é graça e dom, com nossa parcela de esforço, compromisso e empenho pessoal. É o mínimo que podemos fazer para merecê-lo. Como disseste: ‘é preciso renunciar a si mesmo e carregar cada dia a sua cruz em tua companhia’. Dá-nos a graça, Senhor, de sermos fortes nas dificuldades, resistentes nas provações. Dá-nos o teu Santo Espírito para nos mantermos firmes e fiéis nas horas amargas, quando a pressão ou a perseguição batem à nossa porta. Abençoa com a tua paz os nossos dias e os nossos atos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Um dia, a mãe de Dom Bosco que o ajudava na educação de centenas de meninos pobres e barulhentos arrumou sua malinha e avisou a Dom Bosco. “Meu filho, vou-me embora, não aguento mais”. Dom Bosco olhou para o crucifixo na parede e indicou-o à sua mãe. Os dois ficaram parados olhando o crucificado. Ela foi guardar a mala e continuou a luta.

Pare um pouco diante do crucificado aí na sua casa, no seu trabalho ou na sua capela. Repare como Jesus foi forte, bravo, heroico, apesar de toda violência que cometeram contra ele. Venceu pela fidelidade, pelo sacrifício de sua vida em nosso favor. Pense nisso.

Comunicando

Na Santa Missa das 11 horas de hoje, rezamos por você e por suas intenções. Desejando, anote o seu pedido de oração no formulário que estamos lhe enviando.

Hoje, você conhece mais uma faixa do meu novo álbum musical: Jesus Salvador. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Venham a mim, vocês todos que estão cansados e sobrecarregados.




   13 de dezembro de 2023.   

Memória de Santa Luzia, virgem e mártir


   Evangelho.   


Mt 11,28-30

Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.


   Meditação.   


Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos (Mt 11, 28)!


Que fardos são esses? Esses fardos eram, em primeiro lugar, no tempo de Jesus, as obrigações que a Lei de Moisés impunha, ou melhor, a interpretação da Lei feita pelos mestres e fariseus. Era uma carga pesada demais, oprimindo e afastando as pessoas de Deus. A religião como obrigação continua sendo um fardo pesado para muita gente, hoje. Mas, como Jesus pode aliviar esse nosso peso? O seu ensinamento nos liberta, torna leve a nossa carga. O seu maior ensinamento é que Deus nos ama como um pai. Ele compreende a nossa fraqueza. Ele enviou seu filho para nos conduzir no caminho. O Filho se revestiu de nossa humanidade e tornou-se agora o nosso guia. A fé é nossa melhor resposta. O seu ensinamento alivia o nosso peso.

Que fardos são esses? O peso do nosso pecado e de suas consequências. E Jesus alivia esse nosso peso pela reconciliação. Ele está nos sugerindo que troquemos os fardos que estamos carregando pelo seu peso que é leve, o nosso coração inquieto pelo seu coração manso e humilde. Ele nos revela que o Pai nos perdoa e nos reconcilia consigo pelo sacrifício de sua cruz. Assim, o peso do pecado nos é retirado das costas. Podemos caminhar com mais leveza e esperança. O amor de Deus nos liberta. O perdão nos tira o peso do pecado das costas.

Que fardos são esses? O peso massacrante da vida. Diante de pessoas acachapadas pelo sofrimento, pelo medo, pelo cansaço do trabalho com pouco retorno, pela falta de horizonte, Jesus se apresenta com um convite: "Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos, e eu lhes darei descanso". Ele nos tranquiliza: o Pai cuida de nós, nos sustenta, nos socorre. Não estamos sós. Não lutamos apenas com as nossas forças. Sendo assim, o peso de nossas obrigações já fica mais leve. O amor a Deus e ao próximo, ensinado por Jesus, liberta o nosso trabalho da marca da obrigação desumanizadora. Nossas responsabilidades, na lógica do amor, passam a ser serviço criativo e amoroso. O amor nos liberta do massacrante peso da obrigação.

Guardando a mensagem

Jesus encontrou o povo de Deus oprimido por muitas situações de exploração, violência e dominação. Por isso, o evangelho está cheio de doentes, leprosos, cegos, possessos, encurvados. Ele chamou a si esse povo humilhado, oferecendo-lhe a vida, a liberdade, a felicidade. Ele nos revelou o amor do Pai e o seu amor por nós. Ele carregou-se de nossas dores e nos abriu o caminho da vitória sobre toda opressão por meio de sua palavra, de suas atitudes, de sua morte na cruz, de sua ressurreição.

Venham a mim todos vocês que estão cansados e fatigados sob o peso dos seus fardos (Mt 11, 28)!



Rezando a palavra

Senhor Jesus,
é grande o peso dos nossos fardos: a condição imposta pelos limites de nossa condição biológica; as dificuldades na luta pela sobrevivência e a manutenção de nossas famílias; os desencontros, os drama da vida familiar; a doença; o clima de guerra e violência no mundo ... cansados e fatigados, sob o peso dos nossos fardos, nos aproximamos de ti, implorando a graça do teu abrigo, do teu repouso, da tua paz. Dá-nos a sabedoria que nos vem do Santo Espírito para encontrarmos as melhores soluções e a serenidade para atravessarmos com paciência as horas difíceis, na fé de que estás sempre conosco e nos conduzes como bom pastor de nossas vidas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Que tal você atender essa palavra de Jesus “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados”? Vou lhe deixar uma sugestão. Reserve, hoje, um tempinho para um momento de oração. A sós com Deus, fale de sua vida... Alguma coisa muito importante, ele tem para lhe dizer.

Comunicando

Vou lhe mostrar hoje, mais uma faixa do meu novo álbum musical, em que gravei canções religiosas de Roberto Carlos. Esta se chama "Quando eu quero falar com Deus". Escute-a com o coração. Sábado é a gravação do novo DVD, em Brasília.

Até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!



   12 de dezembro de 2023.   

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe,
padroeira da América Latina



   Evangelho.   


Lc 1,39-47

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.


   12 de dezembro de 2023.   


Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? (Lc 1, 43).

Em 1531, no México, Nossa Senhora apareceu ao índio Juan Diego e lhe disse: “Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado?” Uma palavra consoladora para iniciarmos a Meditação de hoje, no dia de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina.  A visita de Maria foi um sinal da proteção de Deus sobre os mais sofridos. 
"Eu não estou aqui, ao seu lado? Não há nada que temer".

O evangelho de hoje nos conta que, assim que Maria soube, pelo anjo Gabriel, que sua idosa prima estava grávida, viajou apressadamente para fazer-lhe uma visita. Ao chegar, Maria lhe fez a saudação de praxe, o Shalom, a paz de Deus. E essa saudação provocou uma enorme alegria em Isabel e na sua criança que estremeceu em seu ventre. O encontro das duas servas de Deus foi impressionante. “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”. Foi assim que Isabel mostrou a sua alegria ao receber Maria em sua casa. Aliás, tudo o que Isabel disse naquele encontro foi muito precioso, porque, diz o evangelho, ela ficou cheia do Espírito Santo. E uma das coisas que ela disse foi: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”, louvação à Virgem que nós continuamos a repetir na Ave Maria.

Isabel tinha sido agraciada com a maternidade e já estava no sexto mês de gravidez. Ela estava vivendo dias de graça, de bênçãos. Depois de uma vida de humilhações pela esterilidade, já em idade avançada, estava gerando um filho anunciado pelo Anjo a Zacarias, seu esposo. Sua vida é, agora, uma emoção só. E com a chegada de Maria, ela se sente tomada de alegria, cheia do Espírito Santo, como diz o Evangelho.

Maria foi à casa de Isabel, viajando de tão longe, para servir à sua prima idosa, naquela hora delicada de sua vida. Foi para oferecer sua companhia e seus préstimos, amparando a vida que estava chegando e a saúde de sua parenta. Foi também levar o testemunho silencioso da obra de Deus em sua vida. E demorou-se por lá por três meses, os últimos meses de gravidez de Isabel até o parto. Talvez não haja nenhuma ligação, mas note que a visita de Jesus, isto é o seu ministério público, demorou três anos.

A visita de Maria não foi uma simples visita. Na Bíblia, o povo fala da intervenção salvadora de Deus como de uma visita. Quando Jesus esteve em Naim, e ressuscitou o filho da viúva, espalhou-se o comentário: “Deus visitou o seu povo”. A visita de Maria é a visita de Deus. Ela leva a bênção de Deus, aliás, ela leva Deus mesmo, pois estava grávida de Jesus.

Guardando a mensagem

Como foi preciosa a visita da mãe do Senhor à família de Isabel. Ela não levou nenhum presente especial, a não ser o filho de Deus em suas primeiras semanas de gestação. Isabel reconheceu na visita de Maria uma graça especial de Deus, ficou radiante, sua criança pulou de alegria. Quem deu a Isabel o conhecimento de que Maria era a mãe do seu Senhor? O Espírito Santo. Precisamos hoje do Espírito Santo para reconhecer a graça da visita do Senhor. Celebramos hoje, com a Igreja, a Virgem que apareceu no México ao índio Juan Diego, um catequista santo, em sinal de proteção aos pequenos e oprimidos: Nossa Senhora de Guadalupe. Essa aparição foi como uma visita de Maria ao povo sofrido da América Latina, de quem agora é padroeira. Ela nos traz Jesus e o seu evangelho, evangelho da vida e da fraternidade.

Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? (Lc 1, 43)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a visita de tua mãe Maria à sua prima necessitada, em sua condição de idosa e gestante, era já uma imagem de tua visita à nossa humanidade. Inclusive, ela se demorou lá por três meses, como tu te demoraste por três anos em teu ministério público. Na oração diária, sempre repetimos as palavras do canto de Zacarias: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo”. Tua primeira vinda foi celebrada, então, como uma visita, “a visita do sol nascente que vem iluminar os que estão nas trevas”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Neste final de ano, você vai entrar em contato com muita gente. Vai visitar e vai receber visitas. Firme um propósito: em cada visita que eu fizer ou receber, quero abrir portas para a visita de Jesus. 

Comunicando

No meu novo álbum musical, gravei 12 canções religiosas de Roberto Carlos. Sábado, dia 16, gravaremos o DVD em Brasília, no Santuário Dom Bosco, para um Especial de fim de ano na Rede Vida. Gostaria que você ouvisse a faixa que se chama A Fé. Segue em anexo. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A história do paralítico perdoado.



   11 de dezembro de 2023.   

Segunda-feira da 2ª Semana do Advento


   Evangelho.   


Lc 5,17-26

17Um dia Jesus estava ensinando. À sua volta estavam sentados fariseus e doutores da Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E a virtude do Senhor o levava a curar.
18Uns homens traziam um paralítico num leito e procuravam fazê-lo entrar para apresentá-lo. 19Mas, não achando por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao telhado e por entre as telhas o desceram com o leito no meio da assembleia diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”.
21Os escribas e fariseus começaram a murmurar, dizendo: “Quem é este que assim blasfema? Quem pode perdoar os pecados senão Deus?” 22Conhecendo-lhes os pensamentos, Jesus respondeu, dizendo: “Por que murmurais em vossos corações? 23O que é mais fácil dizer: ‘teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te e anda?’ 24Pois, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder de perdoar os pecados — disse ao paralítico — eu te digo: levanta-te, pega o leito e vai para casa”. 25Imediatamente, diante deles, ele se levantou, tomou o leito e foi para casa, louvando a Deus. 26Todos ficaram fora de si, glorificavam a Deus e cheios de temor diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!”

   Meditação.   


O que é mais fácil dizer: ‘teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te e anda'? (Lc 5,23)

Nós começamos essa segunda semana do advento com o apelo da conversão. João Batista preparou o povo para receber Jesus, convidando-o a consertar seus caminhos errados, confessar os seus pecados e batizar-se no rio Jordão. É o advento: preparar o encontro com Jesus, consertando a estrada esburacada e cheia de curvas de nossa vida, pela conversão dos nossos pecados.

E quem pode perdoar os nossos pecados? O evangelho de hoje tem a resposta. Os fariseus acharam que Jesus estava blasfemando. Ele perdoou os pecados do paralítico. Havia muita gente ouvindo Jesus, o local estava lotado. Um grupo trouxe um paralítico e arrumou um jeito de apresentá-lo ao Mestre. Desceram o doente pelo telhado. Jesus viu a fé deles e disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”. Foi o bastante para uma onda de críticas. “Só Deus pode perdoar os pecados!”, murmuraram os fariseus.

O perdão dos pecados é a obra de Jesus no sacrifício da cruz. Por sua morte e ressurreição, ele nos reconciliou com Deus. Senhor fariseu, é verdade, é Deus quem perdoa! É Deus quem foi ofendido. E Deus nos perdoa, pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Quem perdoou o paralítico foi o próprio autor da salvação. E até o curou de sua doença. Mas, fez ver que isso não era mais importante do que o perdão dos pecados. E até mesmo o curou para mostrar, como ele disse, que “o filho do homem tem na terra poder de perdoar os pecados”.

Nós recebemos o perdão dos nossos pecados, em primeiro lugar, no batismo. É a nossa primeira conversão. O batismo é o banho purificador pelo qual o Espírito Santo nos lava do pecado. E como continuamos a pecar depois do batismo, precisamos de uma segunda conversão, que precisa ser contínua em nossa vida. Para voltar à comunhão com Deus, Jesus deixou o sacramento da confissão, chamado também de sacramento da penitência. Aqui, entra o neofariseu de hoje com a mesma crítica: ‘Só Deus pode perdoar os pecados!’, tentando desqualificar esse serviço exercido pelos ministros da Igreja.

Jesus, o filho de Deus, nos reconcilia com o Pai, por meio do seu sacrifício redentor. E ele encarregou os seus apóstolos para darem continuidade na história a esse ministério de reconciliação. Depois de ressuscitado, tendo soprado sobre eles comunicando-lhes o santo Espírito, ele disse: “A quem vocês perdoarem os pecados, eles serão perdoados”. Os ministros da absolvição (os bispos e os padres) realizam esse ministério em nome de Cristo. Eles participam do seu sacerdócio. Em seu nome, escutam a confissão dos pecados dos seus irmãos, em seu nome os aconselham, em seu nome conferem a absolvição dos seus pecados. É claro, só Deus pode perdoar os pecados, senhor neofariseu! E ele o faz por meio dos seus ministros. Foi assim que Jesus deixou.




Guardando a mensagem

Este tempo do advento nos avisa que precisamos preparar a nossa vida para o encontro com Cristo, como quem conserta uma estrada com muitas curvas e buracos. É o grande apelo de conversão dos nossos pecados. E como nos livramos dessas estradas tortas do pecado, sobretudo do pecado mortal que nos afasta da comunhão com Deus? Resposta: pelo arrependimento e pela confissão dos nossos pecados. A nossa primeira conversão é celebrada no batismo. Nele, somos lavados do pecado, pelos méritos da paixão do Redentor. Para nos ajudar a reencontrar a graça de Deus, Jesus deixou o sacramento da confissão ou penitência. Nele, celebramos a nossa segunda e permanente conversão. Arrependidos, confessamos/dizemos os nossos pecados e recebemos a absolvição dos ministros da Igreja que fazem isso em nome de Cristo. Assim, somos reconciliados com Deus e com a comunidade eclesial, a quem também ofendemos com nossos pecados.

O que é mais fácil dizer: ‘teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te e anda'? (Lc 5,23)

Rezando a palavra

Rezemos com as palavras com que pedimos perdão dos nossos pecados, no início da Santa Missa, agora com a nova edição do Missal.

Confesso a Deus Todo-Poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor. Amém.

Vivendo a palavra

Se a gente parar pra pensar um pouco e abrir espaço para a ação do Espírito Santo em nós, logo compreendemos nossas falhas e nossos pecados. É o que a gente faz no Exame de Consciência. Dê uma paradinha em algum momento no dia de hoje e faça seu Exame de Consciência. Pergunte-se: Em que eu estou falhando com o meu Deus?

Comunicando

16 de dezembro é a data da gravação do meu novo DVD em Brasília. Será no Santuário Dom Bosco, do Plano Piloto. 16 de dezembro é um sábado. Começaremos às 10 da manhã. Estou reenviando o formulário para organizar a lista de quem vai estar presente. Se você já se inscreveu anteriormente, não precisa preencher. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ATENÇÃO: Hora de faxina!

 


   10 de dezembro de 2023.    

2º Domingo do Advento


   Evangelho   


Mc 1,1-8

1Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. 2Está escrito no livro do profeta Isaías: “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. 3Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’”
4Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. 5Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam os seus pecados e João os batizava no rio Jordão.
6João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. 7E pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”.


   Meditação.   


Eis que envio o meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho (Mc 1, 2).

Como é que vai o seu advento? Advento é esse tempo da Igreja que nós estamos vivendo, esse período de quatro semanas que nos prepara para o Natal. Mas, não só para o Natal. Prepara-nos para o encontro com o Senhor que já veio, que vem todo dia e que virá definitivamente no final da história.

Então, como é que vai o seu advento? Advento é a preparação para um grande encontro com o Senhor. Todo grande momento na vida tem uma preparação, não é verdade? O que chega sem preparação, já começa atrapalhado. Casamento, tem que ter preparação. Filho, tem que ter preparação. Um bom emprego, tem que ter preparação. O encontro com Deus que nos visita tem que ter preparação.

Advento é esse tempo de preparação para um grande encontro. Você lembra o que a raposa disse ao pequeno príncipe? Eles ficaram amigos. Então, marcavam para se encontrar. Olha o que raposa disse ao principezinho: “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, às três horas, eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora passar mais minha felicidade irá aumentar. Quando chegar às quatro, estarei inquieta e agitada e descobrirei o preço da felicidade! Mas se você vier a qualquer momento, eu não saberei a hora de começar a preparar o meu coração...”. Olha, como é importante a preparação de um encontro.

E nós estamos preparando o encontro com Jesus que vem. Imagine que vai chegar uma pessoa querida na sua casa. Claro, você, sabendo disso, vai preparar a casa, arrumar melhor os móveis e fazer uma boa faxina. Aproveite para jogar fora uma porção de tralhas que não têm mais uso ou que nunca serviram pra nada. E, claro, você vai logo às compras, vai preparar uma boa refeição, caprichar na sobremesa... e não pode esquecer da roupa, não vai receber sua visita de qualquer jeito... Advento é isso, é a gente se preparando e preparando a casa para acolher alguém muito importante, Jesus.

A figura inspiradora deste segundo domingo do advento é João Batista. Ele começou a preparar o povo para a chegada do Messias. Já no final do exílio da Babilônia, o profeta Isaías tinha falado da vinda de Deus para libertar o seu povo. Para preparar a sua chegada, era preciso consertar muita coisa: endireitar o que estava torto, abaixar os montes, nivelar os vales. Numa palavra, preparar uma boa estrada para a chegada de Deus. Não se trata, é claro, de fazer o trabalho de uma construtora... é o trabalho da conversão pessoal e da mudança do que está ao nosso redor.

Quando João Batista apareceu, no deserto, pregando que o Messias estava pra chegar, foi logo identificado com a ‘voz que grita no deserto, alertando para que se preparasse o caminho para o Senhor” de que Isaías falava. João Batista pedia ao povo para preparar o caminho para a chegada do Messias: arrepender-se dos seus pecados, confessá-los e batizar-se no Rio Jordão. Banhar-se no Rio Jordão era uma forma de mostrar arrependimento e vontade de viver uma vida nova. Quando a gente toma banho, a gente se sente renovado, aliviado do cansaço, limpo. Com a liderança de João Batista, o povo estava se preparando para o novo tempo que estava chegando, com a vinda do Messias, o enviado de Deus.

Guardando a mensagem

Temos um encontro marcado com o nosso pequeno príncipe. Deus marcou um encontro conosco. O Pai enviou o seu filho amado. Quem o receber, acolhe o próprio Pai. É verdade, ele já veio. Foi o primeiro natal. Então, nos preparemos para fazer do natal que está chegando uma forte memória dessa surpreendente vinda do filho de Deus em nossa condição humana. Claro, ele vem sempre ao nosso encontro, todo dia e de tantas formas! Então, preparemo-nos para reconhecê-lo no meio do seu povo, como no tempo do Batista. Mas, não podemos esquecer, ele virá definitivamente em sua glória, como nos prometeu. A grande preparação para esse encontro com o Senhor é a conversão: limpar a casa, fazer uma grande faxina em nossa vida, tomar banho... É o advento do Senhor.

O grande convite do primeiro domingo do advento foi a Vigilância, aguardar o Senhor acordados. O grande apelo deste segundo domingo do advento é a Conversão, preparar a vinda do Senhor com uma vida renovada.

Eis que envio o meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho (Mc 1, 2).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
como é sábia a santa Igreja, nos instruindo com tua Palavra. Ela hoje está falando de João Batista. Ele preparou o teu povo para te receber. Mandou o povo se converter, voltar-se para Deus, confessar seus pecados e batizar-se no Jordão. Foi assim que ele procurou arrumar a casa, fazer uma faxina geral e preparar o teu povo para te receber. A conversão é a grande palavra de hoje. A conversão é a melhor preparação para o encontro contigo que vieste no primeiro natal, que vens todo dia e que, vitorioso, um dia voltarás. Nós, teus discípulos; nós, tua Igreja, estamos te esperando... Vem, Senhor Jesus!


Vivendo a Palavra

Escreva no seu diário espiritual, o seu caderno de anotações, essa pergunta:
O QUE EU PRECISO ARRUMAR MELHOR NA MINHA VIDA PARA ACOLHER BEM O SENHOR QUE ESTÁ CHEGANDO? Se puder, escreva a resposta. Se não, escrevendo a pergunta já é um bom começo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Advento, tempo de missão.

  



   09 de dezembro de 2023.   

Sábado da 1ª Semana do Advento

   Evangelho.   


Mt 9,35 –10,1.6-8

Naquele tempo, 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade.
36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
10,1E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade.
Enviou-os com as seguintes recomendações: 6“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”

   Meditação.   


Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios (Mt 10, 8)

Jesus percebe a situação de sofrimento e abandono do seu povo. E procura organizar o seu grande grupo de discípulos, nomeando doze líderes. Chamou doze, porque estava simbolicamente reorganizando todo o rebanho de Deus, o povo das doze tribos, que fora liderado por doze patriarcas. E Jesus enviou os doze em missão. É urgente que o rebanho conte com bons pastores, com boas lideranças. Pastores que cuidem das ovelhas estropiadas, que recuperem as desfalecidas, que lavem as sujas, que as defenda dos lobos.

A missão é anunciar a proximidade do Reino, que é o que Jesus já estava fazendo. “Em seu caminho, anunciem: o Reino dos céus está próximo”. Na realização desta missão, Jesus deu aos doze quatro tarefas: Curar os doentes; Ressuscitar os mortos; Purificar os leprosos; e Expulsar os demônios. Você sabe, quatro é um número de totalidade. Quatro é tudo, pois quatro são os pontos cardeais. A missão de anunciar a chegada do Reino de Deus mostra-se nestas quatro ações.

Vamos dar uma olhada nessas tarefas. A primeira foi curar os doentes. Jesus tinha um carinho especial pelos doentes. Basta lembrar a cena da sogra de Pedro ou do paralítico descido em sua maca diante dele. Cuidar dos doentes é uma forma de anunciar o Reino de Deus. Deus está perto de quem está sofrendo. Deus é a força de quem está debilitado. Estamos diante do tema da SAÚDE. Assistir os doentes e sofredores, rezar por eles, rezar com eles, acompanhá-los em seu tratamento são formas de mostrar o amor de Deus, a proximidade do Reino. Curar os enfermos.

A segunda tarefa foi ressuscitar os mortos. Jesus ressuscitou a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim, o seu amigo Lázaro. Em todos esses episódios, vemos como Jesus deu atenção às famílias enlutadas, como ele ajudou as pessoas a crerem em Deus e na ressurreição que ele nos promete. Estamos diante do tema da VIDA. Na parábola do bom samaritano, o homem estava caído, semimorto, na beira da estrada. Acudir quem está caído, quem está em situação de morte é ressuscitar os mortos. Hoje, temos muita gente que está em situação de morte: pela droga, pela exploração do trabalho, pela fome... Trabalhar pela recuperação dos dependentes químicos, salvar do suicídio quem perdeu o sentido da vida, por exemplo, são também formas de anunciar a proximidade do Reino. Ressuscitar os mortos.

A terceira tarefa foi purificar os leprosos. Os leprosos, no evangelho, têm a ver com a impureza em relação à Lei. Pela impureza, a pessoa estava apartada de Deus e de sua comunidade. A lepra é uma imagem do pecado. Estamos diante do tema da RECONCILIAÇÃO. Purificar os leprosos é ajudar a pessoa a se aproximar de Deus e alcançar o perdão dos seus pecados. Fomos reconciliados com Deus, por Jesus Cristo que morreu por nós. Trabalhar pela conversão, aproximar as pessoas do Sacramento da Confissão são formas de anunciar que o Reino está vizinho, próximo. Purificar os leprosos.

A quarta tarefa foi expulsar os demônios. Jesus venceu as tentações. E libertou muitas pessoas possuídas pelo mal. Estamos diante do problema da LIBERDADE. Muita gente está possuída, escravizada pelo preconceito, pelo sentimento de inferioridade, pela ignorância, por ideologias totalitárias, pela inveja, pela dependência cultural... são numerosas as formas de dominação do mal sobre as pessoas! Contribuir para a superação desses males, ajudar as pessoas a se libertarem dessas forças de opressão são formas de realizar o anúncio do Reino de Deus. Expulsar os demônios.




Guardando a mensagem

Jesus, diante do seu povo sofrido e humilhado, enche-se de compaixão. Vê que aquele é um rebanho sem pastor. Realizando sua missão de reorganizar o povo de Deus disperso, nomeia doze lideranças para o seu movimento. Ele envia os doze em missão. Eles devem, como Jesus, anunciar a proximidade do Reino de Deus. Para servir o seu povo cansado e abatido, Jesus providencia pastores que cuidem das ovelhas estropiadas (os enfermos), que recuperem as desfalecidas (os mortos), que lavem as sujas (os leprosos), que as defenda dos lobos (os demônios). A missão dos doze é a missão de todo o povo de Deus. A minha, a sua também.

Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios (Mt 10, 8)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
aos teus missionários de ontem e de hoje, estás instruindo que todos estamos em missão. E que a missão não depende de contarmos com muitos recursos (ouro, prata, dinheiro). O que temos para oferecer não tem preço, nem são coisas que estamos distribuindo. Somos testemunhas do Reino que chegou com tua presença redentora. Estás insistindo, Senhor, que precisamos manter a postura de missionários, de viajantes, evitando a busca de benefícios pessoais (não levar sacola) e a busca de segurança ou bem-estar (duas túnicas, sandálias, bastão). Ajuda-nos, Senhor, a realizar, ao teu lado, a grande tarefa da evangelização. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Planeje o seu final de semana, de forma que dê para participar bem da Santa Missa do 2º Domingo do Advento. Neste domingo, vamos contemplar a figura do missionário João Batista, convocando o povo para a conversão, em preparação da vinda do Messias.

Comunicando

Vá se preparando para a novena de natal, que começa no dia 15, ou melhor: vá preparando a novena de natal aí na sua casa, na sua vizinhança, na sua comunidade.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Pisa na cabeça da serpente!



   08 de dezembro de 2023.   

Solenidade da Imaculada Conceição
de Nossa Senhora 

   Evangelho   


Lc 1,26-38

Naquele tempo, 26no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.
38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

   Meditação.   


Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! (Lc 1, 28)

Olha que cena bonita: uma mulher e um anjo. Um anjo de Deus vem falar com Maria. “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” Foi a saudação do anjo Gabriel. Ele a chamou de ‘cheia de graça’, cheia da graça de Deus, habitada completamente pela graça do Altíssimo. Não tinha lugar para o pecado nela. Estava cheia da graça de Deus. Esta passagem, de maneira especial, deu razão à percepção que tinham os cristãos desde o primeiro século do cristianismo de que Maria era uma criatura muito especial, de que Deus a tinha cumulado de bênçãos de maneira absolutamente inédita. O anjo de Deus disse que Deus estava com ela, estava ao lado dela, queria-lhe todo bem. Ele disse “O Senhor está contigo”. Ela, coitada, ficou toda confusa e preocupada, sem entender o que estava acontecendo.

Bom, congela essa imagem do anjo bom falando com Maria. E vamos evocar outra cena. Nessa segunda cena, também tem uma mulher e um anjo. Um anjo mal veio falar com a Eva. “É verdade que Deus proibiu vocês de comer os frutos das árvores do pomar?”. ‘Não’, Eva lhe disse. ‘Ele só não quer que a gente toque naquela árvore está no meio do jardim. É um fruto venenoso, mata a gente”. Você está entranhando... e não era a serpente? Tudo bem, e quem era a serpente? Claro, o anjo mal, o demônio. Podemos prosseguir? Ele, o anjo mal, a serpente, disse a Eva: “Hum hum... vou dizer uma coisa a você. Deus sabe que se vocês comerem aquela fruta, vocês vão conhecer o bem e o mal. Vocês serão deuses, como ele”. E a mulher já começou a ver aquela fruta de outra forma... que fruta bonita e vai nos dar entendimento! Foi lá e comeu. E deu também a Adão, que também participou do mesmo sentimento de desconfiança sobre o Criador. O que vemos nessa cena? Vemos que a humanidade afastou-se de Deus. O pecado entrou no mundo. A mulher, representando a humanidade, disse ‘não’ a Deus.

Congela aí essa imagem de Eva e do anjo mal. Voltemos à cena do anjo bom falando com Maria. Ele está lhe dizendo que ela encontrou graça diante de Deus. Que ela não tenha medo. Que vai ficar grávida e ter um filho. Ele será o filho de Deus, a quem será dado o trono de Davi. Será o rei. Essa é a vontade de Deus que o anjo está comunicando a Maria. Ela fica preocupada. Nem é casada ainda, como pode ser isso? O anjo bom explica que o Espírito vai gerar no seu ventre o filho de Deus. Mesmo sem compreender tudo, Maria confirma que quer realizar a vontade de Deus, que tudo aconteça como ele mandou dizer. Maria diz “sim” a Deus. “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim, segundo a tua palavra”. O que vemos nessa cena? A mulher, representando a humanidade, disse ‘sim’ a Deus.

Congela aí a cena de Maria. Vamos voltar para o livro do Gênesis, capítulo 3. O Senhor Deus está frente a frente com Adão e Eva. Eles romperam a confiança e a amizade que tinham com Deus. O seu pecado os distanciou dele. Aquele ‘não’ destruiu aquela aproximação que havia com o Criador, desequilibrou tudo e trouxe muito sofrimento. O homem pôs a culpa na mulher. A mulher pôs a culpa na serpente. E Deus fez um anúncio para o futuro: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. O que vemos nessa cena? A promessa de Deus que um dia a humanidade venceria a serpente.

Nessa promessa de Deus, bem no começo da história, está a promessa da vinda do Salvador. Ele é a descendência da mulher que esmaga a cabeça da serpente, que vence o maligno, que tira o pecado do mundo. Jesus é o salvador. Na vitória de Cristo, a humanidade também venceu o pecado, esmagou a cabeça da serpente. A humanidade redimida venceu o maligno, embora este ainda continue tentando morder-lhe o calcanhar.




Guardando a mensagem

Maria é a nova Eva. Eva representa a humanidade decaída pelo pecado. Maria representa a humanidade redimida do pecado. Eva disse ‘não’ a Deus. Maria disse ‘sim’ a Deus. No batismo, pelos merecimentos de Cristo, fomos lavados dos nossos pecados. Os merecimentos de Cristo, a redenção que ele nos alcançou na sua paixão, também foram aplicados à Maria. E foram aplicados antes que ela nascesse. Assim, ela já veio sem o pecado, já veio imaculada. Nessa condição, de cheia de graça, de não ter o pecado original nem nenhum pecado, é que ela foi a mãe do Redentor. Quem pisa a cabeça da serpente? A humanidade redimida por Cristo, da qual Maria é a primeira representante.

Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! (Lc 1, 28)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a Igreja repete, com muito amor, a saudação do anjo bom à tua santa mãe, acrescenta o louvor que lhe fez Izabel, arrematando a prece com o reconhecimento de sua maternidade divina. Vamos fazer isso agora também.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

Ó Maria, concebida sem pecado,
Rogai por nós que recorremos a vós!

Vivendo a palavra

Seria muito bom se você pudesse rezar o Terço Mariano, hoje. Seria uma bela homenagem à Imaculada Conceição de Maria.
Querendo rezar conosco, de segunda a sábado, rezamos o Terço Mariano, às 18 horas, pelo rádio. E você pode nos acompanhar pela Rádio Amanhecer. É só baixar o aplicativo no seu celular.

Comunicando

Ontem, fiz show na festa do Morro da Conceição, no Recife. Hoje, faço show na cidade de Grossos, Rio Grande do Norte. Lá, a cidade está festejando 70 anos de emancipação, bem no dia da Imaculada Conceição.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Os alicerces de sua casa.


Santuário Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Jaboatão, PE, 
uma "casa" construída sobre a rocha.


   07 de dezembro de 2023.   

Memória de Santo Ambrósio, bispo e doutor da Igreja



   Evangelho   


Mt 7,21.24-27

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”

   Meditação.   


Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7, 24)

Você está construindo sua casa sobre a areia ou sobre a rocha? Sua casa é o que você constrói na vida: sua educação, sua profissão, o seu casamento, a educação dos seus filhos... Qual é o alicerce de sua vida?

Eu vou lhe dizer uma coisa: construir em cima de um terreno firme, como uma rocha, é uma coisa muito trabalhosa. É trabalhoso e demorado. Exige muito esforço e perseverança. Você gasta muito e demora mais. Mas tem uma vantagem: ninguém derruba.

Pense no que é construir um casamento feliz, uma família à prova de vendavais e tempestades; ou uma profissão bem sucedida; ou ainda a educação dos filhos. Tem-se que por um alicerce firme, como quem constrói em cima de uma rocha. E alicerce firme quer dizer 'preparar o futuro com seriedade': estudo sério, educação para o trabalho honesto; fidelidade aos compromissos assumidos, pontualidade no desempenho dos próprios deveres, capacidade de renúncia e disciplina... E isso exige esforço, persistência, sacrifício.

O alicerce não se vê, mas é ele que sustenta a casa. É ele que garante a construção nos dias adversos das chuvas torrenciais e das ventanias fortes, como disse Jesus no evangelho. E nem vou falar do contrário. Quanta fachada bonita, com graves falhas nos alicerces! Casamentos que vão fracassar na primeira crise. Rostos jovens e bonitos que serão presas fáceis do consumismo ou até das drogas. Profissionais despreparados e mercenários. Casas sem alicerce. Vidas edificadas sobre o mais fácil e prazeroso, seguindo a lei do menor esforço.

Guardando a mensagem

Acolher e praticar a Palavra de Deus, com dedicação e perseverança, é construir o alicerce de sua própria vida sobre uma rocha firme. Ouvir a palavra e não pô-la em prática é construir sua casa sobre terreno sem consistência, é expor-se ao fracasso. A diferença está, então, em praticar a palavra, isto é, em fazer da vivência do evangelho o alicerce da própria vida.

Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
cada dia mais, tua Palavra nos encanta. Mas, é claro, não basta ouvi-la e conhecê-la. É preciso praticá-la. A prática de tua Palavra é o alicerce firme que pomos na construção de nossa vida. Exige esforço, decisão, perseverança. A tua graça nos faz novas criaturas. A tua palavra nos vai edificando como pessoas renascidas na fé, libertas do pecado e de todos os vícios do homem velho. É uma construção que nos pede renúncia, conversão, empenho diário. A prática de tua palavra, isto é, viver segundo a boa notícia do amor do nosso Deus, é uma parceria entre nosso esforço e a tua graça, entre a nossa luta diária para vencer o mal e praticar o bem e a ação do Santo Espírito que nos purifica, nos renova e nos edifica como filhos de Deus. Obrigado, Senhor. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você, com certeza, conhece alguma família que esteja passando por um momento de tempestade. Hoje, reze por essa família.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, e hoje véspera da festa da Imaculada Conceição, celebramos a Santa Missa na intenção dos ouvintes e associados. Você nos acompanha em nosso Canal do Youtube ou pela Rádio Amanhecer. A Missa começa às 11 horas. Não esqueça de colocar a sua intenção. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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