PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Aprendendo a rezar de verdade

 



12 de setembro de 2022

Segunda-feira da 24ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 7,1-10

Naquele tempo, 1quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. 3O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. 4Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: “O oficial merece que lhe faças este favor, 5porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”.
6Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente a teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. 8Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e ao meu empregado ‘Faze isto!’, e ele o faz’”.
9Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. 10Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde.


MEDITAÇÃO


Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa (Lc 7, 6)

O segredo da verdadeira oração está na história da cura do servo do oficial romano (Lc 7,1-10). Veja que o que podemos aprender dessa bela história: as qualidades da verdadeira oração.

Os anciãos de Cafarnaum foram falar com Jesus em nome do oficial romano: “ele está pedindo que vá ver o seu empregado que está doente, é uma pessoa que ele quer muito bem”. Foi isso que moveu Jesus a sair em direção de sua casa: o oficial queria bem ao empregado. Não foi porque o oficial romano era uma pessoa importante; ou mesmo porque ele era uma pessoa bem quista na comunidade judaica da cidade, para a qual já tinha inclusive colaborado na construção da sinagoga. Ninguém tem méritos suficientes para merecer o favor de Deus. Deus não atende as preces de uma pessoa porque ela é rica, influente ou importante. Deus não olha pra isso. Jesus foi visitar o empregado à beira da morte, a pedido do oficial, porque este tinha demonstrado amor no coração, queria bem ao seu empregado. O amor, isso sim, é uma condição básica para a verdadeira oração. AMOR!

Jesus já estava chegando perto da casa, quando se encontrou com amigos do oficial que foram enviados para pedir que não fosse mais à casa dele. ‘E por que não?’ “Porque ele disse que não é digno que o senhor entre na casa dele. Ele acha que não tem esse merecimento. Nem de vir encontrá-lo no caminho, ele se acha digno”. Vejam que humildade! Ele era uma pessoa socialmente importante, chefe militar, romano. Mas, não se achou digno de receber Jesus. Nem de vir encontrá-lo na estrada. Dá pra lembrar a história que Jesus contou do fariseu e do publicano. Os dois foram rezar. Um se gabava de ser o bonzão, o praticante, desprezando o pecador. O publicano batia no peito e implorava compaixão, porque era um pecador. O fariseu, arrogante. O pecador, humilde. O publicano foi atendido. O oficial romano foi humilde, considerou honra demais receber Jesus na sua casa. E sacrifício demais para Jesus, de ter que entrar na casa de um pagão. A humildade é outra condição importante para a oração. HUMILDADE!

O recado todo foi este: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Mas ordena com a tua palavra e o meu empregado ficará curado”. Fé, Fé! Jesus ficou admirado. “Ainda não encontrei uma fé tão grande em Israel”. O romano não pertencia ao povo de Deus. E ainda assim, mostrou uma fé tão grande, não precisava nem da presença de Jesus, de gestos que o convencessem... bastaria uma palavra sua, uma ordem, uma manifestação do seu querer. A fé é isso: entregar-se nas mãos de Deus. Confiar inteiramente. Fé é o outro ingrediente necessário para a verdadeira oração. FÉ!

Guardando a mensagem

Amor, Humildade e Fé. Esse é o segredo da verdadeira oração. Amor que faz a gente estar mais voltado para os outros do que para nós mesmos. Humildade que faz com que a gente reconheça a própria fraqueza e não pretenda obrigar Deus a fazer a nossa vontade, mas estejamos dispostos a realizar a sua. Fé que nos coloca no lugar de filhos que em tudo depende do Pai, inteiramente, ternamente. Quer rezar pra valer? Então, aí está o segredo: amor, humildade e fé.

Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa (Lc 7, 6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
precisamos aprender a rezar melhor, a rezar como o oficial romano dessa cena do evangelho. O que ele mandou te dizer é o que rezamos na Missa, antes da comunhão: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Dá-nos, Senhor, que a nossa oração seja como a dele, manifestação de amor pelo próximo, exercício de humildade diante da vontade do Pai e expressão de fé no seu poder misericordioso. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Durante o dia de hoje, repita muitas vezes a prece do oficial romano: “Senhor, eu não digno(a) de que entreis em minha casa, mas dizei uma palavra e serei salvo(a)”.

Comunicando

Celebramos a Missa das 17 horas de ontem na Paróquia Dom Bosco, do Alto da Lapa, São Paulo. Agradecemos aos ouvintes da Meditação e da Rádio 9 de julho que foram rezar conosco. Deus os abençoe. Segue a foto do grupo, após a Missa.

Preparamos um lindo curso sobre o Livro de Josué, que vai começar segunda-feira que vem, pelo Youtube. Quem deseja receber o material do curso e o certificado precisa se inscrever com uma pequena taxa. 

Uma semana de muitas bênçãos pra você e sua família. E até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O bom filho à casa torna




11 de setembro de 2022

24º Domingo do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 15,1-32 – Forma breve: Lc 15,1-10

Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então Jesus contou-lhes esta parábola:
4“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’
7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.
8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”. 

11E Jesus continou: “Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.
17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendode fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete.
24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’.
28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’.
31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”’.


MEDITAÇÃO

Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão (Lc 15, 7)

É uma coisa maravilhosa ver pessoas que viviam distante de Deus se aproximando da fé. É a conversão. Gente voltando para Deus, abraçando o evangelho, integrando-se na comunidade cristã... Isso não tem preço, não é verdade? Era isso que estava acontecendo no ministério de Jesus. Os pecadores estavam se convertendo.

Na mentalidade dos fariseus, era descabida essa atenção de Jesus aos publicanos e pecadores. E mais, eles não podiam ser justificados, perdoados assim. O pecado precisava de sacrifícios expiatórios no templo de Jerusalém. Só assim poderiam ser recebidos de volta, serem perdoados. Mas, com Jesus a coisa estava sendo diferente. As pessoas se sentiam acolhidas, reintegradas, perdoadas no seu encontro com ele. Aqui estava a diferença. Aproximavam-se de Jesus. Nele, se sentiam reintegrados, reconciliados. Eles não ofereciam a vida de carneiros e touros, como a Lei mandava, para obterem o perdão. Eles eram acolhidos por Jesus. Só isso.

Para os fariseus entenderem melhor o que estava acontecendo, Jesus contou a parábola do pai e seus dois filhos, a história do filho pródigo, como nós a costumamos chamar. Jesus contou logo três histórias. Na primeira, o pastor encontrou a ovelha perdida e festejou o fato com seus amigos. Na segunda, a mulher achou a sua moeda perdida e chamou as amigas para festejar. Na terceira, um pai tinha dois filhos. E o filho mais novo afastou-se de casa, ganhou o mundo, gastou a sua herança, afundou-se numa situação de miséria e humilhação, mas um dia voltou arrependido. E o pai fez uma linda festa para celebrar a sua volta. Veja que nas três parábolas alguém estava perdido e foi encontrado. Como disse o Pai da parábola, explicando a razão da festa: “meu filho estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado”.

O filho mais velho, quando voltou pra casa e viu que havia uma festa para acolher o irmão mais novo, ficou com muita raiva. Ele pensava como os fariseus. Reclamou que o pai nunca tinha lhe dado um cabrito para ele festejar com os amigos. E, para o irmão pecador, mandou matar o novilho gordo. Veja que cabrito e novilho (carneiro e touro) eram os sacrifícios que se ofereciam. Por estes sacrifícios expiatórios, segundo a Lei, é que se obtinha o perdão. Na história que Jesus contou, foi diferente. Quando o filho que estava voltando para casa ainda estava longe, o pai correu ao seu encontro, o abraçou e o beijou, mesmo antes que ele fizesse o pedido de perdão. E mandou preparar uma festa para comemorar a sua volta. O novilho foi só pra festejar, não para pagar pelo pecado.

Jesus anunciava o amor de Deus pelos seus filhos. Um amor de pai pelo filho mais novo (o pecador) e pelo filho mais velho (o que se julgava justo). O pecador volta porque tem um Pai que o ama, que respeita a sua liberdade e espera a sua volta. Como a ovelha perdida, ele é encontrado pelo pastor. Como o filho mais novo, ele é recebido e reintegrado como filho por pura misericórdia do Pai.

São Paulo, na Primeira Carta a Timóteo, comentou como Deus usou de misericórdia para com ele. Ele tinha sido um blasfemo, um perseguidor. E Jesus o alcançou com sua misericórdia, fazendo dele um anunciador de sua palavra. Paulo tirou uma bela conclusão: “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles!”.


Guardando a mensagem

No ministério de Jesus, os pecadores estão voltando pra casa: em contato com Jesus, eles estão se aproximando de Deus, estão reconstruindo sua vida na fé. Já os que se pensam justos reagem contra Jesus e estão descontentes porque os pecadores estão encontrando vida nova no Senhor. Eles imaginam que a reconciliação é alcançada pelo oferecimento de sacrifícios no altar do Templo. Jesus conta a história do filho pródigo para mostrar o grande amor de Deus pelos seus filhos, amor que explica o reencontro da ovelha perdida, por iniciativa do pastor; e a acolhida pra lá de generosa do filho mais novo que saiu de casa, esbanjou os seus bens e voltou arrependido. Nessas histórias de Jesus, fica claro também a grande alegria de Deus pela volta do seu filho pecador (o filho mais novo) e a paciência com a qual está tentando que também os fariseus (o filho mais velho) entrem em casa e participem da alegria de Deus pela volta do seu filho pródigo.

Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão (Lc 15, 7)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
essa história do evangelho de hoje podia ter outro título: “A parábola do pai misericordioso”, porque nela aparece o grande amor do nosso Deus pelos seus filhos. Quando o filho mais novo voltou, ele o avistou de longe e correu para abraça-lo e beijá-lo. E fez uma festa para celebrar a sua volta. Essa história, Senhor, nos encoraja em nossa caminhada de conversão. Em ti, encontramos vida nova. E não por merecimento nosso, mas pelo imenso amor do nosso Deus que nos reconciliou consigo, por meio de tua cruz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje, arrume um tempinho para rezar, com calma, o Salmo 50 (Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia).

Comunicando

Hoje, celebro a Missa das 17 horas, transmitida pela Rádio Amanhecer, na Igreja de Dom Bosco, do Alto da Lapa, em São Paulo. É uma celebração só com associados e ouvintes. Para nos acompanhar, é só baixar o aplicativo da Rádio Amanhecer no seu celular. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb.

Construir a vida sobre a prática da Palavra.





10 de setembro de 2022

Sábado da 23ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Lc 6,43-49

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43“Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. 44Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas.
45O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. 46Por que me chamais: ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?
47Vou mostrar-vos com quem se parece todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a torrente deu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída.
49Aquele, porém, que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa no chão, sem alicerce. A torrente deu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa”.

MEDITAÇÃO


Não existe árvore boa que dê frutos ruins (Lc 6, 43)

No evangelho de hoje, Jesus compara árvore, homem e casa. Árvore ruim dá frutos ruins. Homem mau tira coisas más do seu coração. Casa sem alicerce desmorona na primeira enxurrada. Por outro lado, árvore boa dá frutos bons. Do coração de um homem bom só sai coisas boas. E casa construída em alicerce sobre a rocha é que resiste às tempestades da vida.

Tudo isso pra dizer que os frutos bons, as obras boas e a resistência às crises são consequências do que a gente planta, das decisões que toma, do alicerce sobre o qual a gente constrói. Você planta um espinheiro, não vai querer colher uvas dele. Você vai juntando coisa ruim no coração, só pode sair coisa ruim de sua boca. A boca fala do que o coração está cheio. Do mesmo modo, sua casa, sua vida, seu negócio, seu casamento não resistirão às turbulência da vida se não tiverem um bom alicerce. Casamento construído nas carreiras se desmancha antes do segundo aniversário. Sem estudo sério, sem alicerce pra valer, você não vai pra frente.

Jesus é o Mestre que está ensinando os seus discípulos a viverem com sabedoria. Muitos livros na Bíblia são assim, de ensinamentos pra gente viver direito. Sobretudo os livros chamados Sapienciais estão cheios de conselhos e orientações sobre como viver bem, sendo fiel a Deus. Você, com certeza, já ouviu ou folheou alguns desses livros bíblicos: os livros da Sabedoria, dos Provérbios, do Eclesiástico, do Eclesiastes, além do Livro dos Salmos.

E a sabedoria que Jesus está ensinando aos discípulos e discípulas tem um fundamento muito simples e claro: construir a própria vida sobre a prática da Palavra de Deus. Ele falou de ir a ele, ouvir sua palavra e pô-la em prática. Ir a ele, porque não é o ensinamento de qualquer um que garante a nossa vida. Nossa garantia está em Jesus. Ele é o filho de Deus, sabe direitinho o que Deus quer. Ele é o verbo feito carne, sabe bem como podemos viver segundo o coração de Deus. Ir a ele, não a qualquer mestre. Como disse Pedro, naquele sermão depois do Pentecostes, Deus fez de Jesus o nosso Guia. E, indo a ele, ouvir a sua palavra. A sua palavra revela a vontade do Pai. E realizar essa palavra, praticando-a.

Praticando a Palavra de Deus, estamos lançando alicerces sólidos para o futuro; plantando a semente ou a muda que vai dar uma árvore apreciada pelos bons frutos. Assim, enchemos o coração de coisas boas. Na hora oportuna, o homem sábio tirará do tesouro do seu coração coisas boas: compreensão com a fraqueza dos outros, bons conselhos, perdão, esperança, alegria, fé. Na tempestade, a casa resistirá. A gente colhe o que planta.


Guardando a mensagem

Jesus, Mestre da sabedoria de Deus, nos ensina como viver bem. Para colher amanhã, precisamos plantar hoje e plantar bem. A grande tarefa de hoje é lançar alicerces, que consiste em praticarmos a Palavra de Deus que ouvimos. É como quem constrói uma casa com alicerces profundos, sobre a rocha. Ninguém derruba. É como quem planta uma árvore escolhendo a melhor muda ou a melhor semente. Vai colher os melhores frutos.

Não existe árvore boa que dê frutos ruins (Lc 6, 43)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
que bênção é a tua Palavra, Senhor. É a palavra que escutaste do Pai. É a palavra certa para a nossa frágil vida humana que tu bem conheces. Dá-nos, Senhor, o teu Santo Espírito para que transformemos a palavra que escutamos em novas atitudes, em mudança de vida e em alicerce para a nossa casa. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Guarde esse pensamento: "A gente colhe o que planta".  Praticar a palavra de Deus é preparar um futuro de alegria e realização.

Comunicando

Não sei se você já se inscreveu para o Curso Bíblico.... Bom, vou lhe explicar direitinho. Eu e a Associação Missionária Amanhecer (AMA), para este Mês da Bíblia, preparamos o Curso Bíblico sobre o Livro de Josué. Será de 19 a 24 de setembro, das 15 às 16 horas, com transmissão pelo Youtube. Teremos, então, uma semana de estudo sobre a Palavra de Deus, uma semana abençoada. Para receber o material do curso e o certificado, você precisa se inscrever. Inscreva-se pelo link que estamos lhe enviando ou pelo WhatsApp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


INSCRIÇÃO PARA O CURSO BÍBLICO



De 19 a 24 de setembro de 2022, 
CURSO BÍBLICO - LIVRO DE JOSUÉ, 
com Pe. João Carlos.
Acesse a página de inscrição do curso bíblico: 


Como tirar o cisco do olho do seu irmão




09 de setembro de 2022

Sexta-fera da 23ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO

Lc 6,39-42

Naquele tempo, 39Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. 41Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho?
42Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás
enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.


MEDITAÇÃO


Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão (Lc 6, 42)

A sensação de ter um cisco no olho é uma coisa muito chata. É o tal do argueiro. E a pessoa mesma pode tirar o cisco do seu próprio olho, banhando os olhos com água na torneira, no chuveiro ou derramando água no olho com um copo, por exemplo. Mas, nada de ficar esfregando o olho. E todo cuidado com as mãos sujas: elas podem aumentar o problema, irritando os olhos ou transmitindo doenças.

Normalmente, a pessoa precisa da ajuda de alguém para remover o cisco do seu olho. Mas, quem vai ajudar tem que estar com as mãos bem lavadas com sabão, e precisa identificar onde está o cisco, o argueiro. Tem que olhar bem, abaixando a pálpebra do olho e pedindo à pessoa para mover o olho para um lado e para o outro. Identificando o cisco – um cílio, um lixinho ou o que seja – precisa ajudar a pessoa a lavar os olhos com água. Não tendo jeito, tem que levar logo num posto de saúde, numa UPA.

Dessa experiência tão simples, a do argueiro, Jesus tira uma lição muito séria: “Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho?” Achar defeito na vida dos outros, bem que é fácil. Difícil é identificar os próprios erros e querer consertá-los. É claro que os outros precisam de nós, de nossa amizade, de nossa proximidade, de nossa correção também. Por isso, precisamos estar em condições de ajudar. Mas, ajuda a tirar o cisco do olho do outro ou da outra quem está enxergando bem, não é verdade? Você estando com a sua vista prejudicada, como se tivesse uma trave de madeira nela, não vá se meter a tirar o argueiro do olho do seu irmão!

Alguém que chega atrasado todo dia no trabalho não vai poder corrigir um colega que um dia se atrasou. Primeiro, cuide de andar no horário. Um pai que chama palavrão na vista dos filhos não tem moral para reclamar de um filho que soltou um palavrão. Primeiro, tirar a trave do seu olho para ajudar a tirar o cisco do olho do filho. E aquele outro que não pisa na Igreja, mas fica cobrando que os filhos não percam a Missa no domingo. E aquele casal que nunca chegou a celebrar o seu casamento religioso, como pede a Igreja, e fica cobrando que a filha se case na Igreja.


Guardando a mensagem

Facilmente, percebemos os erros alheios. E os repreendemos. Ajudar os outros a se consertar é uma coisa importante e necessária. Somos responsáveis uns pelos outros. Mas, para tirar o cisco do olho de alguém, preciso estar vendo bem. Acontece que, muitas vezes estamos com uma falha pior do que a que queremos consertar na vida de outrem. A hipocrisia é justamente estranhar o malfeito do outro, quando a nossa vida não é nada exemplar. Realmente, precisamos ajudar quem está ao nosso lado. Mas, primeiro consertemos a nossa vida.

Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão (Lc 6, 42)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
com certeza, em nossa vida há muito a corrigir, por isso nos convidas à conversão todos os dias. Não podemos ensinar sem viver. Não podemos cobrar dos outros o que nós mesmos não fazemos. Ajuda-nos, Senhor, a reconhecer a trave, que talvez tenhamos em nossos olhos, que nos impede de estar em condições de ajudar os outros. Como estás ensinando, um cego não pode guiar outro cego. Dá-nos, especialmente, pela presença do teu Santo Espírito, que não nos arvoremos em juízes de ninguém, que não julguemos para não sermos julgados com a mesma medida. Dá-nos, Senhor, um coração generoso e bom como o teu, para respeitar, amar e perdoar os nossos irmãos em suas faltas e em suas fraquezas. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Faça, hoje, um exame de consciência. Alguém perto de você e do seu círculo de amizade pode estar precisando do seu bom exemplo, de uma palavrinha sua para levar a vida com mais seriedade. Então, faça assim: assuma consigo mesmo(a) e com Deus o compromisso de pessoalmente melhorar em algum aspecto em que esteja falhando. Seu exemplo e sua palavra vão fazer muita diferença na vida de muita gente. 

Comunicando

Não sei se você já se inscreveu para o Curso Bíblico.... Bom, vou lhe explicar direitinho. Eu e a Associação Missionária Amanhecer (AMA), para este Mês da Bíblia, preparamos o Curso Bíblico sobre o Livro de Josué. Será de 19 a 24 de setembro, das 15 às 16 horas, com transmissão pelo Youtube. Teremos, então, uma semana de estudo sobre a Palavra de Deus, uma semana abençoada. Para receber o material do curso e o certificado, você precisa se inscrever. Inscreva-se pelo link que estamos lhe enviando ou pelo WhatsApp 81 3224-9284.

Até amanhã, se Deus quiser.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


INSCRIÇÃO PARA O CURSO BÍBLICO


*De 19 a 24 de setembro de 2022 - CURSO BÍBLICO - LIVRO DE JOSUÉ, com Pe. João Carlos * - Acesse a página de inscrição do curso bíblico: FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

Natividade de Nossa Senhora




08 de setembro de 2022

Natividade de Nossa Senhora 

EVANGELHO


Mt 1,18-23

18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.
19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”.
22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”.

MEDITAÇÃO


Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus (Mt 1, 21)

Nesse trecho tão breve do Evangelho de Mateus, temos o drama tão maravilhoso e fundamental da história da nossa salvação. A iniciativa do Pai, a ação do Espírito que gera a vida, a colaboração de Maria e de José e a vinda e a atuação salvadora de Jesus.

O Pai enviou Jesus, por amor ao mundo, para nossa salvação. Diz o evangelho de São João: “Deus amou tanto o mundo que enviou o seu filho único”. O Espírito Santo é quem fecunda o seio virginal de Maria (“e ela concebeu do Espírito Santo”). Jesus aceitou a missão que o Pai lhe confiou. Como diz o Salmo: “Vim com prazer, ó Pai, para fazer a vossa vontade”. Então, a vinda de Jesus na carne é obra do Pai (que o enviou), dele próprio, o Filho (ao aceitar a missão confiada pelo Pai) e do Espírito Santo (que fecunda o ventre materno). Na encarnação, vemos a atuação das três pessoas da Trindade Santa.

Mas, na história de nossa salvação, o Deus onipotente quer contar também com a participação humana. Na vinda de Jesus, o Pai solicitou a participação de Maria e de José.

Contemplemos a colaboração de Maria e de José no plano do Pai. “Ela dará à luz um filho”, diz o anjo: essa é a colaboração de Maria. O Pai a escolheu e a preparou para essa sublime missão. “O Senhor está contigo”, disse-lhe o anjo. Deus, na sua misericórdia a elegeu, como ela o reconheceu no seu Magnificat. O Espírito Santo que gera vida a assiste nessa missão de trazer à vida humana o Filho, nela gera Jesus. 

E a participação de José está clara nessa palavra do anjo: “Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus”. Na comunidade judaica, o pai reconhece o filho ao lhe atribuir o nome. Isso quer dizer que José recebeu o menino como filho, assumiu responsabilidade de pai em relação à criança que Maria gerou. Os dois, José e Maria, cada um a seu modo, participam do projeto salvador de Deus, de enviar ao mundo o Salvador. “Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”.


Guardando a mensagem

Vemos, nessa breve passagem, a iniciativa do Pai, a obediência do Filho e a comunicação da vida pelo Espírito Santo. Com a colaboração de Maria e de José, Jesus vem a nós, como Salvador de nossa história humana. É maravilhoso e desconcertante que Deus precise de nós para levar adiante o seu projeto de salvação. Maria e José são, hoje, modelos de como podemos participar da obra de Deus, na fé, com generosidade, e em espírito de obediência. Generosamente, eles põem-se a serviço da causa de Deus, que é a salvação do seu povo.

Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus (Mt 1, 21)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje, celebramos a Natividade de Nossa Senhora, isto é, o seu nascimento, uma festa que sublinha o caminho de preparação para tua vinda ao mundo. O Pai escolheu Maria para tua mãe e a preparou, separando-a do pecado, desde a sua concepção. Tu és o sol da justiça que nos veio visitar, como disse Zacarias. Ela é a barra da manhã que anuncia a chegada do sol. Senhor Jesus, teu pai adotivo José recebeu o encargo de te conferir o nome. O nome, na cultura do Oriente Médio, era a missão que a pessoa recebia, a sua identidade. Tu recebeste o nome de Jesus. O anjo explicou a razão desse nome: porque salvarias o povo dos seus pecados. Pela profecia de Isaías, também tinhas outro nome: Emanuel, Deus conosco. É pelo ventre de Maria e pelos braços de José que entraste em nossa humanidade, assumindo a nossa história, fazendo-te Emanuel. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Num dia mariano como este, uma dica é rezar o terço.  E por favor, não esqueça o desafio deste mês: ler o evangelho do dia. 

Comunicando

Um convite pra você que está na cidade de Sao Paulo. Participe da Missa de domingo próximo que vou celebrar na Igreja de Dom Bosco, no Alto da Lapa (São Paulo, capital), às 17 horas. É a Missa que transmitimos todos os domingos pela
Rádio Amanhecer, às 17 horas.

O convite agora é pra você. Providencie a sua inscrição no curso bíblico que vamos realizar, de forma on-line, de 19 a 24 deste mês. Você pode se inscrever pelo link que estamos lhe enviando ou pelo WhatsApp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Um tempo novo está começando,





07 de setembro de 2022

Quarta-feira da 23ª Semana do Tempo Comum

Dia da Pátria - Bicentenário da Independência do Brasil


EVANGELHO


Lc 6,20-26

Naquele tempo, 20Jesus, levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! 21Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir! 22Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem!
23Alegrai-vos, nesse dia, e exultai pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. 24Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! 25Ai de vós que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! 26Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas.



MEDITAÇÃO

Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)

Jesus, em sua pregação e em seus milagres, anuncia o Reino de Deus. Comunica que o Reino se aproximou como salvação e vida para todos. Essa é uma boa notícia, uma excelente notícia. A aliança que Deus tinha feito com a comunidade Israel, agora, entra num novo momento. No seu filho, feito homem, Deus abriu as portas de sua casa para todos os seus filhos. Em Jesus, ele está integrando na comunhão de sua casa, todos os que ficaram pelo caminho, os que se afastaram de casa, os que foram deixados do lado de fora. Este é um tempo de restauração, de reconstrução, de inclusão.

Um tempo novo está começando. É este o aviso que Jesus dá ao povo. Chegou o Reino de Deus. Para comunicar isso, ele conta parábolas a esses filhos de Deus dispersos. Eles são as ovelhas perdidas da casa de Israel. São os filhos mais jovens que largaram a família e estão se dando mal num lugar distante. São os famintos atraídos por sua amizade, por sua palavra e por seu pão. São os enfermos que querem tocar nas suas vestes para alívio de seus padecimentos. São os filhos de Deus dispersos. Chegou o Reino de Deus para eles.

Todo tempo novo tem seu manifesto. Manifesto é uma declaração pública de princípios e intenções. A partir da denúncia de uma situação, o manifesto conclama a comunidade para a ação, para um novo tempo. O manifesto do Reino abre um novo tempo, de rupturas e novidades. Num certo momento, Jesus proclamou o manifesto do Reino. São as bem-aventuranças. Delas, temos duas versões, a de Mateus e a de Lucas. Na que lemos hoje, a de Lucas, há uma lista de 4 tipos de bem-aventurados e 4 tipos de mal-aventurados. Quatro, na Bíblia, é um número de totalidade. Todos estão contemplados nessas listas. Nós também.

Os bem-aventurados são os cidadãos do Reino de Deus, aqueles que não tinham sido convidados, mas agora estão sendo convocados e reunidos das praças e de todos os caminhos. São os que foram esquecidos, excluídos ou marginalizados da vida, como o Lázaro da porta do ricaço. Eles têm quatro representantes: os pobres, os famintos, os entristecidos, os perseguidos. Esses são os cidadãos do Reino. O Reino para eles é mudança completa de sua condição. É a sua herança, a fartura de pão, a festa da alegria, a recompensa de profeta.

Os desventurados (‘mal-aventurados’) são os convidados que não compareceram à festa de casamento do filho, segundo uma das parábolas. Eles se excluíram. São os que colocaram sua confiança na riqueza e no poder. Todos esses estão representados por quatro categorias: os ricos, os fartos, os gozadores, os aplaudidos. São falsos profetas. Vai ser muito ruim pra eles terem rejeitado a oferta do Reino de Deus. Ai de vocês, diz Jesus, à moda dos velhos profetas de Israel. Vocês se fecharam à novidade do Reino. Neste ponto, o evangelho é um forte convite à conversão. É preciso despojar-se de toda grandeza, de toda autossuficiência, de todo apego ao prestígio e ao poder para acolher o Reino de Deus.


Guardando a mensagem

As bem-aventuranças do Evangelho são o manifesto do Reino de Deus. Os cidadãos desse novo tempo – o tempo do Reino de Deus – são os pobres, os necessitados de Deus e de sua ação libertadora. Os pobres estão descritos nas bem-aventuranças. Eles são os sofredores, os perseguidos, os famintos e sedentos, os injustiçados. Nesse novo tempo que começou com a presença de Jesus, eles são felizes, são bem-aventurados porque para eles o Reino é bênção, perdão, libertação.

Bem-aventurados vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês! (Lc 6, 20)

Rezando a palavra

Pai misericordioso, 
neste 7 de setembro, nós te pedimos pelo Brasil. Nós cremos no teu amor misericordioso que nos ajuda a vencer as causas dos graves problemas do país: injustiça e desigualdade, ambição de poder e ganância, exploração, agressão à natureza e desprezo pela vida humana. Pai misericordioso, ajuda-nos a construir um país justo e fraterno. Que todos estejamos atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas. Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos. Que a política esteja, de fato, a serviço da pessoa e da sociedade. Iluminados pela Palavra proclamada por Jesus nas bem-aventuranças, sejamos agentes de paz e de cidadania em nossas famílias, em nossas comunidades, em toda a sociedade brasileira. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. 

Vivendo a palavra

Leia o evangelho de hoje em sua Bíblia (Lc 6, 20-26) ou siga o link que estou lhe enviando. Ler, diariamente, o evangelho do dia é o desafio deste mês da Bíblia. Espero que você esteja conseguindo realizar o desafio. 

Comunicando

Domingo próximo, dia 11, vou celebrar a Santa Missa, às 17 horas, na Igreja de Dom Bosco, no Alto da Lapa, São Paulo. É a Missa que transmitimos todo domingo, pela Rádio Amanhecer. Quem estiver por perto e quiser participar, será bem vindo. O endereço é Rua Cerro Corá, 2101.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Você precisa subir a montanha.




06 de setembro de 2022

Terça-feira da 23ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Lc 6,12-19


12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.

17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e ser curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.


MEDITAÇÃO


E passou a noite toda em oração a Deus (Lc 6, 12)


Olha que grande lição Jesus está nos dando. Ele tem uma decisão importante para tomar. A essa altura da missão, um grupo numeroso de discípulos e discípulas o segue. E ele precisa dar um mínimo de organização ao seu grupo. E pensar no futuro do seu ministério. Ele precisa tomar decisões importantes em benefício de sua missão, em perspectiva de continuidade do seu trabalho. O que faz? Sobe a montanha para rezar e passa a noite inteira em oração.


A montanha é o lugar da oração, do encontro com Deus. É na oração, que o cristão encontra a luz de Deus para sua vida. É na oração que pode discernir qual é a vontade do Senhor. E, uma vez compreendida a sua santa vontade, aderir a ela de todo o coração. Uma noite de oração na montanha, antes de tomar uma decisão importante: esse é o exemplo de Jesus. Também na véspera de sua paixão, angustiado e humanamente atordoado pela paixão iminente, está no monte em oração, no Getsêmani. Pede ao Pai para afastar o cálice de dor e humilhação e a morte violenta. Mas, quer, antes de tudo, aderir à vontade de Deus. Uma noite de oração.


Eu tenho a impressão que muitos cristãos tomam decisões sem consultar Deus, sem uma noite de oração. Uma noite de oração é um modo de dizer, uma experiência de discernimento na presença do Senhor. Tem coisas importantes para decidir? Então, precisa subir a montanha, isto é, colocar-se na presença do Senhor para, com a sua luz, com a assistência do seu Espírito, encontrar a sua vontade, o melhor para sua felicidade aqui na terra e na eternidade.


E que decisões Jesus tomou naquela noite de oração? Nessa passagem, dá pra gente identificar ao menos quatro decisões. A primeira, chamar e escolher 12 líderes. Doze para marcar a continuidade com o povo de Deus, o povo das doze tribos. Doze, porque está construindo um novo momento do povo de Deus. Segunda decisão: escolher os doze do meio dos seus muitos discípulos. Não buscá-los fora. Tirar seus missionários dentre aqueles que o estavam acompanhando. Terceira: Designá-los como apóstolos, enviados. Essa será a sua identidade: serem apóstolos, enviados por ele. Quarta decisão: Reconhecer a liderança de Simão à frente do grupo, trocando o seu nome para Pedro. Na Bíblia, o nome é a missão. E a missão de Simão é ser a pedra, o alicerce da nova comunidade.




Guardando a mensagem


Jesus precisava tomar decisões importantes sobre a sua missão. Subiu a montanha e passou uma noite em oração. Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze para serem seus apóstolos. Sempre que um cristão precisa tomar uma importante decisão, precisa subir a montanha, isto é, dedicar-se a um tempo razoável de discernimento e oração. Na oração, encontramos a luz de Deus para nossa vida, para nossas decisões. Esse é o caminho para podermos conhecer e acolher a vontade de Deus. E essa é a grandeza de nossa vida: fazer a vontade de Deus.


E passou a noite toda em oração a Deus (Lc 6, 12)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,
vendo o teu exemplo, em oração na montanha, nos perguntamos se as decisões mais importantes de nossa vida têm sido tomadas dentro de um processo de discernimento, que inclui também um tempo sério de oração. Pela oração, asseguravas que as tuas decisões estivessem de acordo com a vontade do Pai. E são tantas as decisões que um cristão, uma cristã precisa tomar em espírito de obediência ao Pai: a escolha da profissão, o casamento, a consagração religiosa, mudanças importantes na vida profissional e familiar e tanta coisa mais. Senhor, nessas horas, lembra-nos de subir a montanha e decidir no diálogo com Deus. Assim, poderemos realizar o melhor para nossa vida, o melhor segundo o teu coração. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Volto a lembrar o esforço que centenas de irmãos e irmãs estão fazendo neste mês da Bíblia: lendo, diaramente, o evangelho do dia. Se não puder ler em sua Bíblia, siga o link que estou lhe enviando... ele abre o texto do Evangelho e da Meditação.

Comunicando

De 19 a 24 deste mês, vamos realizar o curso bíblico sobre o Livro de Josué. A inscrição dá direito ao material do curso (o e-book) e, no final, o Certificado. Você pode inscrever-se pelo link que estamos lhe enviando ou pelo nosso whatsapp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O que as mãos revelam



05 de setembro de 2022

Segunda-feira da 23ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 6,6-11

Aconteceu num dia de sábado que, 6Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da Lei e os fariseus o observava, para ver se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio”. Ele se levantou, e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: “Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” 10Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.

MEDITAÇÃO


Jesus disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio” (Lc 6, 10)

Olhe bem para suas mãos. Olhou? Agora, me responda: O que as mãos representam? Mais uma chance. Olhe bem pra suas mãos... Olhou? O que as mãos representam? E se suas mãos fossem defeituosas, haveria algum problema? Veja se você concorda comigo: As mãos representam a nossa capacidade de trabalhar, de ganhar o pão de cada dia. Claro, elas representam mais do que isso. Mas, com as mãos defeituosas vai ficar muito difícil você construir uma casa, fazer uma limpeza, digitar um texto, dirigir um carro, fazer o almoço... está vendo? As mãos têm a ver com o trabalho. Se isso é verdade hoje, mais ainda no tempo do povo da Bíblia. O povo trabalhava no campo, na lavoura ou nas criações de gado ou ovelhas, na pesca, no artesanato... Com um defeito nas mãos, a pessoa estava impossibilitada de ganhar o pão de cada dia.

Bom, até aqui estamos de acordo. Então, vou lhe fazer outra pergunta: você já percebeu que a lei do sábado, no tempo de Jesus, tinha a ver com o trabalho? Na Bíblia, duas tradições sublinham o valor do sábado, no Antigo Testamento. No Livro do Êxodo, o sábado tem a ver com o descanso de Deus, e, portanto, com a dignidade do trabalhador. No Livro do Deuteronômio, o sábado tem a ver com a saída da escravidão do Egito. Guardar o sábado é manter viva a memória da liberdade conquistada contra o regime do Faraó. Então, por um lado, o sábado sublinhava a dignidade do trabalhador: um dia de descanso e celebração dos frutos do seu trabalho; E por outro lado, o sábado afirmava a liberdade de um povo que não quer voltar à escravidão e é dono de sua terra e de sua história. Esse é o sentido do sábado, no Antigo Testamento. Claro, que isso tem um sentido religioso. Só um povo senhor do seu trabalho e de sua história pode render glória a Deus com a sua vida. Então, o sábado tem a ver com o trabalho.

E já que estamos nos entendendo, vamos ver o texto de hoje. Jesus está na sinagoga de Cafarnaum. É um dia de sábado, claro, dia do culto. E lá ele encontra um homem com a mão seca. Muita gente está de olho nele pra ver se ele vai curar no sábado. Curar é uma forma de trabalho. Para eles, isso não podia. Jesus fez uma pergunta incômoda. Ninguém respondeu. Ele perguntou se sábado era para fazer o bem ou fazer o mal? Ele sentiu a dureza do coração deles e ficou triste e aborrecido. E curou o homem da mão seca. Até aqui, tudo tranquilo. Agora, vamos prestar bem atenção no que ele disse àquele pobre homem.

Ele disse ao homem três coisas: ‘Levanta-te’ – ‘Fica aqui no meio’ – e ‘Estende a mão’. Essas palavrinhas fizeram toda a diferença. LEVANTA-TE! Você sabe, quando alguém se levanta assume uma posição, é um sinal de tomada de decisão. Ele estava sentado. Sentado pode indicar passividade, acomodação. Levantar-se é um sinal de desinstalação. De pé é a condição de Jesus ressuscitado. FICA AQUI NO MEIO! Pra que isso? Jesus podia tê-lo curado, sem tirá-lo do canto dele. Mas não, chamou-o para o meio. No centro da preocupação daquelas pessoas estava o sábado, a lei. Mas, no centro devia estar o homem necessitado. Que bela lição. ESTENDE A MÃO! Ele estendeu a mão e ela ficou curada. Se a pessoa humana em sua necessidade estiver no centro de nossa preocupação, na religião (representada aqui pelo sábado na sinagoga) atua a força de Deus para devolver a sua dignidade. O homem foi restaurado na sua capacidade de trabalhar, de ganhar o pão de cada dia com as suas mãos.


Guardando a mensagem

A ação de Jesus nos ajuda a perceber que é necessário deslocar a preocupação com a instituição ou com a Lei para a pessoa humana. A pessoa humana é que deve ser o centro das atenções na religião, na economia, na política, em tudo. Na religião cristã, experimentamos a força de Deus que levanta os oprimidos e sofredores, fazendo-os sujeitos de sua história (Levanta-te!), reconhecendo a prioridade de sua situação (Vem para o meio!) e revelando a sua dignidade de filho de Deus (Estende a mão!). Uma fé comprometida com as pessoas, com os humildes, com os que têm alguma deficiência, com os doentes... Assim, o nosso culto fica verdadeiro. E nosso Deus, mais satisfeito conosco.

Jesus disse ao homem da mão seca: 'Levanta-te e fica aqui no meio” (Lc 6, 10)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
não podemos entender como, depois de tudo o que fizeste, no final do culto na sinagoga, vários saíram se combinando para te eliminar. Essas pessoas colocavam a Lei no centro de sua vida social e religiosa e não aceitaram o teu ensinamento sobre colocar a pessoa humana no centro. Às vezes, em nossas famílias, nos esquecemos das pessoas e ficamos mais preocupados com a segurança dos bens que temos, por exemplo. E na escola, alguém se preocupa mais com o conteúdo a ser dado do que com os estudantes que estão aprendendo. E até na Igreja, corremos o risco de nos preocupar mais com os ritos do que o povo santo que está celebrando. Obrigado, Senhor, por tuas lições. “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje, ao lavar as mãos, olhe bem para elas e tente lembrar a história do homem da mão seca. Aproveite e reze pelos desempregados; e para que eles estejam no centro de nossas preocupações na Igreja e na sociedade.

Lembrando o desafio desse mês: ler, diariamente, o evangelho do dia. Está conseguindo? Se ainda não começou, comece hoje. Seguindo o link que estou lhe enviando, você encontra logo o texto do evangelho, além do texto da Meditação.

Comunicando

Você já pode se inscrever no curso bíblico que vamos realizar, de forma on-line, de 19 a 23 de setembro, sobre o Livro de Josué. Para se inscrever, acesse o site www.amanhecer.org.br ou siga o link que estamos lhe enviando ou faça contato pelo nosso whatsapp 81 3224-9284. Quem estiver inscrito vai receber o material do curso (o e-book) e, no final, o Certificado de participação. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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