PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O SIM DE JOSÉ



18 de dezembro de 2021

EVANGELHO


Mt 1,18-24

18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

MEDITAÇÃO


José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. (Mt 1,20)

Eles estavam noivos e ela apareceu grávida. Na verdade, já tinham feito as demoradas cerimônias de casamento. Mas, como era costume, não se ia logo morar juntos. Foi nesse tempo, em que ela ainda estava com os pais, que apareceu grávida. Mas, não era dele. Ele ficou desnorteado. Por que ela fez isso comigo? Casamento pronto, tudo arrumado... Num caso como esse, a Lei previa que ele devia denunciá-la ao conselho dos anciãos de sua vila, no caso Nazaré. Ela seria julgada e sentenciada. Certamente, o caso seria reconhecido como adultério.... e a Lei era rigorosa com esse gravíssimo deslize. Devia ser apedrejada. José estava triste e confuso. O casamento estava acabado. E o que ele iria fazer? Denunciá-la? Não, isso não, de jeito nenhum. Ele amava demais sua noiva para fazer isso. Resolveu fugir... a culpa recairia sobre ele. Iria tentar a vida bem longe. Era melhor. Ela criaria seu filho, com o apoio da família. Ele sairia por mau e irresponsável. Foi dormir, assim, triste, sofrido, com essa decisão na cabeça.

Dormindo, José teve um sonho. O anjo do Senhor veio lhe explicar que o que aconteceu com Maria foi da vontade de Deus, que ela concebeu pela ação do Espírito Santo; que ele não tivesse medo de recebê-la como esposa; e que desse ao filho o nome de Jesus. José acordou assustado, mas decidido. Fez como o anjo do Senhor havia mandado.

O que será que o anjo realmente mandou José fazer? Primeiro, receber Maria por esposa. Estar ao lado de Maria, em sua gravidez, na educação do seu filho e em tudo, como esposo, companheiro, apoiando-a, protegendo-a, partilhando com ela as responsabilidades de uma família. E José, que tanto amor tinha por Maria, abraçou essa missão de esposo. Segundo, o anjo mandou que ele desse o nome de Jesus ao menino. E a missão do menino já estava expressa no seu nome: salvar o seu povo dos seus pecados. Dar o nome ao menino significava reconhecê-lo publicamente como filho, garantir sua pertença à família de Davi. Por meio de José, o filho de Deus seria também filho de Davi, seu descendente. E foi assim que José assumiu a condição de pai da criança.

Guardando a mensagem

Aproximando-nos do natal, contemplamos hoje uma figura muito especial, o esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. José é o homem obediente a Deus. Ele faz a vontade de Deus, assim que a conhece, com toda dedicação e enfrentando qualquer dificuldade. A sua acolhida da vontade de Deus é um grande exemplo para nós. José é também uma testemunha de Jesus. Com sua vida de pai e de esposo, ele nos diz quem é esse Jesus, que vai aprender com ele a ser um homem justo, um judeu piedoso, um carpinteiro útil na comunidade: ele foi concebido pela ação do Espírito Santo em Maria Virgem, ele veio salvar o seu povo dos seus pecados, ele é o filho de Deus e o filho de Davi.

José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. (Mt 1,20)


Rezando a Palavra

No final da carta apostólica sobre São José, o Papa lhe dedicou uma breve oração, que rezamos agora:

Salve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.

Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal. Amen.

Vivendo a Palavra

No nosso 4º Encontro da Novena de Natal de hoje, o tema será "Um casamento de amor e confiança". Na preparação para o natal do Senhor, contemplamos hoje a união matrimonial de Maria e José, espelho dos cristãos para a vida de casados. A Novena começa às três da tarde, pelo Youtube. Só está faltando você!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

HERDEIROS DE UMA LINDA HISTÓRIA




17 de dezembro de 2020.

EVANGELHO


Mt 1,1-17

1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi.
Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são catorze; de Davi até o exílio na Babilônia, catorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, catorze.

MEDITAÇÃO

Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão (Mt 1,1).

Com essas palavras – Livro da origem de Jesus Cristo – se inicia, em Mateus, a árvore genealógica dos antepassados de Jesus, do lado paterno, desde Abraão até o seu pai José.

Esta longa lista dos antepassados de Jesus, presente no evangelho de Mateus, como também no de Lucas, nos lembra que fazemos parte de uma longa história. Cada geração dá sua contribuição e passa adiante as suas causas e as suas conquistas. Uma geração não gera apenas outra geração. Não é apenas a vida biológica que se transfere. Transmite-se uma cultura, uma história. No caso do povo de Deus, passava-se em herança a longa experiência de um povo em aliança com Deus. Transmitia-se a fé no Deus vivo que caminha com o seu povo, sustentando suas lutas por terra, liberdade, cidadania.

Nesse mesmo tom, o evangelista João proclama que o Verbo se fez carne. O filho de Deus entrou em nossa história, se encarnou. Ele está unido, como numa corrente, aos seus antepassados. Como ser humano, é herdeiro da riqueza da história, da cultura e da fé do povo de Israel. Nasce judeu, em uma família de judeus. É circuncidado pequeninho como todo judeu em aliança com Deus. Recebe um nome judeu: Yeshua, Jesus. Fala aramaico, ama os seus parentes e faz suas preces conforme o ensinamento da Torá. Desde os 12 anos, participa das peregrinações a Jerusalém, nas grandes festas da fé judaica: a saída do Egito (Festa da Páscoa), a entrega da Lei no deserto (Festa de Pentecostes) e a posse da terra prometida (Festa das Cabanas).

Na cultura do Oriente Médio, o elo com o passado, com a história precedente é a figura do pai. O pai é o elo com a história. Ele é o canal de comunicação da herança social e religiosa do povo eleito aos seus filhos, particularmente ao primogênito, o primeiro filho. E a mãe? Na nossa cultura, atualmente, ela conta tanto quanto ou mais que o pai. Mas isso é na nossa cultura e nos dias de hoje. No povo hebreu, e naquele tempo, não era assim.

Nessa longa lista dos antepassados, cada geração passa o bastão à geração seguinte. É verdade que, neste evangelho de São Mateus, a lista contém nomes de cinco mulheres, entre as quais Maria. Bom, aí já é a nova mentalidade que começa a fermentar a partir de Jesus. Aí já é a novidade do evangelho. As mulheres contam também. E mesmo as desprezadas e marginalizadas contam, porque Deus não faz acepção de pessoas e valoriza a contribuição de todos, especialmente dos pequeninos.


Guardando a mensagem

Hoje, lemos, no início do evangelho de São Mateus, uma genealogia, a relação dos antepassados da família de Jesus, pelo lado paterno. É uma lista muita extensa, ligando Jesus a pessoas como o rei Davi e o Patriarca Abraão. É uma forma de dizer que Jesus, o Messias, o Cristo, o filho de Deus, por sua encarnação, integra agora a família humana; que Jesus inseriu-se na história do povo eleito, povo que teve a liderança de patriarcas, profetas e reis. Ele chega nesse encadeamento da história em que uma geração passa à outra as suas conquistas e o seu aprendizado, especialmente a sua história com Deus. Jesus não é somente filho de Deus, é agora também filho da humanidade, integrante de nossa história. Ele é também fruto da história do seu povo eleito, o bendito fruto do ventre de Maria. E essa lição é importante para nós também. Jesus mergulha na história do seu povo, para ser um deles e é assim que ele vai lidera-lo, conduzi-lo, ser o seu pastor.

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Contigo e com esse texto de tua genealogia, aprendemos a dar valar à história dos nossos antepassados, os famosos e os anônimos. O sangue deles corre em nossas veias. A nossa vida resume toda a história dos nossos pais, dos nossos avós e bisavós. Até nos parecemos fisicamente com eles. Para melhorar a história, precisamos mesmo começar por assumi-la, conhecê-la, aceita-la. Obrigado, Senhor, por esta bela lição. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje e nos próximos dias, dê uma olhada em algum álbum de fotografia dos seus parentes, relembrando suas origens, seus avós, pais, tios, etc. Uma grande lição do natal é darmos valor à nossa história, aos nossos antepassados. Como Jesus, estamos enraizados numa longe história de lutas, sofrimentos e conquistas.

Hoje, vamos rezar o terceiro dia da Novena de Natal. O tema de hoje é "Uma moça santa e imaculada". Estamos rezando a novena toda tarde, às 15 horas, pelo Youtube. Para você que não pode participar neste horário, estamos deixando tudo gravado, só esperando você.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O QUE VOCÊS FORAM VER?




16 de dezembro de 2021

EVANGELHO


Lc 7,24-30

24Depois que os mensageiros de João partiram, Jesus começou a falar sobre João às multidões: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25Que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que se vestem com roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. 26Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e alguém que é mais do que um profeta. 27É de João que está escrito: ‘Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o meu caminho diante de ti’. 28Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 29Todo o povo ouviu e até mesmo os cobradores de impostos reconheceram a justiça de Deus, e receberam o batismo de João. 30Mas os fariseus e os mestres da Lei, rejeitando o batismo de João, tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus”.

MEDITAÇÃO


O que vocês foram ver no deserto? (Lc 7, 24)

Jesus fez essa pergunta ao povo, aliás, insistiu três vezes nessa pergunta. O que vocês foram ver? Aquelas pessoas tinham ido ver João Batista, o jovem asceta que pregava a conversão e batizava no Rio Jordão. Foram atraídos por sua figura austera e sua pregação vigorosa. Mas, com certeza essa atração pelo Batista era compartilhada também com outros "famosos". Ontem, como hoje, as pessoas correm para ver e aplaudir (aplaudir não, ovacionar) qualquer celebridade, seja figurão da TV ou do cinema, jogador de futebol ou cantor de sucesso. Aliás, nem importa o porte moral da celebridade, pode ser um famoso da contravenção, do jogo do bicho, do big brother, importante é que seja rico, poderoso, famoso e, sobretudo, esteja na mídia.

O que vocês foram ver no deserto? João Batista não era um fenômeno de mídia, não pregava para agradar, não estava em aliança com o poder, nem se vestia com um palaciano. Vestia-se de pele de camelo, como um pobre na luta pela vida no deserto, comendo gafanhoto e mel silvestre. Por que foram atrás dele? Jesus queria saber. Será que essa gente acolheu mesmo a mensagem de João Batista, de renovar a própria vida em vista da chegada iminente do Messias? Ou tomaram João por mais um pregador famoso, um milagreiro de plantão, um novo fenômeno da atração das massas?

Jesus tratou de purificar a imagem que tinham do Batista. "Ele não é um caniço agitado pelo vento". Caniço é uma planta de haste longa, delgada e que se dobra conforme o vento. O Batista não é o tipo da pessoa agitada pelo vento, isto é, que muda de posição conforme o ambiente e as pressões, cujas posições variam conforme os interesses, a moda, a opinião pública. Tudo que um cristão não pode ser: alguém claudicante, titubeante, mais preocupado em agradar do que estar com a verdade. "Ele não é um caniço agitado pelo vento": é um homem da verdade, uma pessoa autêntica, um profeta.

E Jesus foi mais longe, falando do pregador do deserto. "Ele não representa o poder estabelecido. Vejam como ele se veste. Luxo e requinte são coisas dos que vivem nos palácios". A mensagem do Batista tem a força do profeta, voz que clama no deserto. Não é o porta-voz oficial da situação. É a voz da tradição da fé do povo que peregrinou no deserto e fez uma aliança com Deus. Não é uma propaganda do poder, é uma palavra independente, enraizada na história do povo eleito, mobilizadora das consciências e dos corações. Definitivamente, João não é uma celebridade qualquer. É um profeta de Deus.


Guardando a palavra

A figura de João Batista nos é apresentada nesse tempo de preparação para o Natal, que chamamos de advento. É a figura do profeta que nós somos chamados a ser, preparando-nos e preparando os outros para a acolhida do Messias. Jesus está nos indicando, ao apontar a figura de João Batista, que devemos nos parecer com ele: profetas, gente que tem opinião, que não se dobra pela força das pressões e dos interesses; profetas como João, clamando no deserto,  convocando  à renovação da aliança com Deus. Por um lado, ser e agir como profetas, como João. Por outro lado, acolher a mensagem de conversão e vida nova que o Batista nos trouxe e que hoje a Igreja nos repete. 

O que vocês foram ver no deserto? (Lc 7, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
já estamos na terceira semana do Advento. A Igreja reserva esse tempo de quatro semanas para nos convocar à conversão, como fez o Batista. João Batista apontou caminhos concretos de partilha, solidariedade, honestidade e justiça. Com novas atitudes, vamos vencendo a indiferença, a exploração, a opressão, o desamor. A conversão, a mudança de vida, com a tua graça, Senhor, é o terreno que estamos planeando para a tua chegada. No Natal, celebramos a tua vinda em nossa condição humana. Com tuas palavras e o teu Espírito, podemos agora viver na novidade de vida dos que foram perdoados, redimidos. Dá-nos, Senhor, a graça de reconhecermos a palavra que nos chama à conversão e de realizá-la em nossa vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a Palavra

Não esqueça a Novena de Natal. São nove encontros para preparar o natal, com a oração e a reflexão. 

Na Novena que estamos fazendo pelo Youtube, sempre às três da tarde, hoje, no segundo encontro, vamos contemplar a figura de José, um jovem religioso e trabalhador. Deus tem um plano para ele, como tem um plano para nós. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

RECONHECER QUEM ESTÁ PERTO


 

15 de dezembro de 2021


EVANGELHO


Lc 7,19-23

Naquele tempo, João convocou dois de seus discípulos, 19e mandou-os perguntar ao Senhor: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” 20Eles foram ter com Jesus, e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar: ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?’” 21Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. 22Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa nova é anunciada aos pobres. 23E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!”

MEDITAÇÃO


És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Lc 7, 20)


Ficamos sempre esperando um outro... um outro partido amoroso, um outro emprego, um outro ano. O que temos não nos parece bom o suficiente. Nós nos negamos a reconhecer que o que temos seja o melhor, que nessa condição atual esteja a nossa felicidade, que este, aqui conosco, seja quem Deus enviou. É assim que desprezamos quem já está conosco, quem está perto de nós. E ficamos aguardando um que ainda venha. E que venha de longe, de fora e de cima, possivelmente, para lhe darmos crédito.

Foi o que aconteceu no tempo de Jesus. Não o reconheceram como Messias. Ele não preencheu as expectativas daquela gente. O próprio João Batista ficou em dúvida. Mandou alguns discípulos indagar se era ele mesmo ou se deviam esperar outro.

João anunciou um Messias diferente. Na linha do profeta Malaquias, João falou de um Messias que vinha com o fogo do julgamento. Iria recolher o trigo no celeiro, mas iria tocar fogo na palha. Seu machado já estava posto à raiz das árvores. Quem não desse fruto, seria cortado. Um Messias implacável como o fogo do fundidor, separando o ouro das impurezas com o calor do seu julgamento. E Jesus não estava batendo com esse modelo de Messias. Pelo contrário, ele mostrou-se manso e humilde de coração, próximo do povo, convivendo com os pecadores. Não um juiz implacável, mas um pastor que vai atrás da ovelha perdida. Não um lenhador de machado na mão, mas um agricultor semeando a sua semente. Não um fundidor assoprando o seu forno com o fole para derreter o minério, mas um pai abrindo as portas de casa para receber o filho que volta. Um Messias surpreendentemente diferente.

João Batista ficou confuso. Ele já apresentara Jesus ao povo, como Messias. Mas, a coisa não estava batendo. Mandou saber. Em resposta, Jesus mandou os emissários observarem e relatarem o que estavam vendo e ouvindo. A ação de Jesus, como Messias, no meio do povo, estava na linha do profeta Isaías. Em Isaías capítulo 35, o profeta falou da vinda do Messias. “Ele vem para salvar vocês”, disse ele ao povo humilhado no tempo do Exílio: “Então, os olhos dos cegos se abrirão, os ouvidos dos surdos se descerrarão, o coxo saltará como um cervo e a língua dos mudos se desatará. Os que o Senhor salvou, voltarão para casa”. Para essa tradição profética, o tempo do Messias é o tempo do retorno à casa, o tempo da libertação dos humilhados.

Guardando a mensagem

Os emissários de João Batista podiam concluir: Jesus é o Messias que Deus mandou. Porque, como narrou o profeta Isaías, os pobres estão sendo evangelizados: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam. São as obras de Cristo, isto é, do Messias. Obras de restauração, de libertação do seu povo. Os cegos, os paralíticos, os leprosos, os surdos, os mortos representam o povo machucado pelo sofrimento, mas também depauperado pelo pecado. Os pobres são evangelizados. As curas são apenas exemplificação da restauração que o Messias veio realizar. “Eis que faço novas todas as coisas”, diz o livro santo.

João Batista pode ficar sossegado em sua prisão, Jesus é o Messias prometido por Deus. A novidade é que ele está restaurando a aliança de uma forma que ninguém tinha imaginado: próximo do povo, cuidando das feridas de quem foi assaltado e espancado, contando histórias de reconciliação e vida nova, festejando a conversão dos pecadores, pastoreando o seu rebanho e arriscando sua vida em defesa de suas ovelhas.

És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro? (Lc 7, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Este tempo de advento, preparando-nos para o teu natal e para tua segunda vinda, é uma grande convocação para a conversão. É como se vivêssemos no tempo de João Batista, um tempo de preparação para a tua chegada. Dá-nos, Senhor, acolher os apelos deste tempo abençoado e voltarmo-nos para ti de todo coração. Concede que brote de nossos corações abrasados por tua palavra gestos de acolhida de tua pessoa e do teu evangelho, bem como ações de partilha e solidariedade com os irmãos mais pobres e sofredores. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Comece valorizando as pessoas que estão ao seu redor, a começar pelos de sua casa. O natal que estamos preparando é a grande lição de um Deus que veio cuidar da gente e se mostrou pequeno e próximo. Valorizando quem convive conosco, já estamos treinando para acolher Jesus, o Emanuel. 

A novena de natal está começando hoje. São nove dias, como os nove meses da gestação de uma criança. Estamos rezando a novena toda tarde, às 15:00, pelo Youtube. Não sendo possível acompanhar a novena neste horário, veja em outro momento. Vai ficar tudo gravado.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

VOCÊ É O PRIMEIRO OU O SEGUNDO FILHO?

 


14 de dezembro de 2021

Dia de São João da Cruz 

EVANGELHO


Mt 21,28-32

Naquele tempo, disse Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: 28“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ 29O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?”
Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32Porque João veio até vós num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.

MEDITAÇÃO


Filho, vai trabalhar hoje na vinha! (Mt 21, 28)

Preste bem atenção a estas palavras que o pai diz na história que Jesus contou. ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O homem diz isso a cada um dos seus dois filhos. São quatro palavras: Filho – trabalhar – hoje – vinha.

VINHA – A vinha é uma representação do próprio povo de Deus, vinha do Senhor. É também um modo de falar do Reino de Deus. A vinha é o campo de trabalho a que somos enviados.

FILHO - Não se trata de servo ou de funcionário, mas de filho. Filho é herdeiro. A vinha é sua também, é a sua herança. É assim que o Senhor pede nossa participação na missão, como filhos, não como servos ou funcionários.

TRABALHARNo tempo de Jesus, o filho trabalhava com o pai, aprendia o seu ofício. Não seria necessário pedir ao filho para ir trabalhar na vinha, a não ser que este estivesse desinteressado, faltando ao seu compromisso ou se esquivando do trabalho.

HOJE - Hoje não é amanhã ou no ano que vem. É hoje. Como no profeta Isaías que Jesus leu na sinagoga de Nazaré: “Hoje, cumpriram-se estas palavras que vocês acabaram de ouvir”. Ou como na casa de Zaqueu, em Jericó: “Hoje, entrou a salvação nesta casa”. Nosso empenho como cristãos na Igreja e na sociedade é hoje, sem adiamentos, sem omissão.

Filho, vai trabalhar hoje na vinha!

O primeiro filho, rebelde, negou-se a ir. Mas, depois, mudou seu comportamento. Foi trabalhar na vinha. Este fez a vontade de Deus. Essa mudança é chamada também nesse mesmo evangelho de arrependimento, conversão. O segundo filho respondeu “Sim, Senhor, eu vou”, mas não foi. Mostrou-se muito obediente, muito atencioso, mas não se integrou na dinâmica de trabalho da vinha, como o pai pediu. Não fez a vontade de Deus.

Vamos olhar mais de perto quem é o primeiro filho, o que disse que não ia, mas acabou indo. Jesus mesmo explica: esse filho está representando todos os cobradores de impostos e as prostitutas e, com eles, a grande massa de gente desprezada e marginalizada. Eles são o filho que disse ‘não quero’ com sua vida longe de Deus, mas converteu-se, foi trabalhar na vinha.

E o outro filho, o que disse que ia, mas não foi? Quem ele está representando? Resposta: Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo. Eles praticavam a Lei de Moisés, mostravam-se sempre obedientes e amorosos com Deus, “sim, Senhor”, mas não atenderam o pedido do pai. Rejeitaram a pregação de João Batista e de Jesus. Não creram, não se converteram, não se integraram ao Reino de Deus, a vinha.

Guardando a mensagem

A história que Jesus contou é uma fotografia do que está acontecendo no tempo dele e hoje. Pela evangelização, o Pai está convidando seus filhos e suas filhas ao Reino de Deus. Uns, tidos como gente longe da fé, de cara estão dizendo que não vão. Mas, considerando melhor, integram-se no Reino de Deus, como Mateus, Zaqueu, a Samaritana, a Madalena, o filho pródigo... Eles são o primeiro filho. Outros, já praticantes da Lei, justos, vivem dizendo “sim, Senhor’. Mas, na prática, não vão. Ficam só na conversa. É o segundo filho. Claro, Jesus está nos contando hoje essa história por alguma razão. A minha, eu sei qual é. A sua, você vá pensando para descobrir.

Filho, vai trabalhar hoje na vinha! (Mt 21, 28)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Pela evangelização, estamos sendo convocados a nos integrar na obra de Deus, que é o seu Reino, a sua vinha. Tu, Senhor Jesus, experimentaste que, em resposta à evangelização, uns se mostram muito atenciosos e cheios de promessas, mas de verdade não se convertem, não mudam de vida, não assumem a causa do Pai. Outros, mesmo rejeitando o convite, acabam por converter-se e abraçar a vontade divina, indo trabalhar em sua vinha. Ajuda-nos, Senhor, a responder ao evangelho com a conversão. Dá-nos nos empenhar, como filhos, para que a tua palavra, na igreja e na sociedade, produza muitos frutos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: “O que seria trabalhar na vinha do Senhor?”.

Amanhã, começa a Novena de Natal. Ela nos ajuda numa preparação mais próxima para as celebrações natalinas. Ela vai de 15 a 23 de dezembro. Nas livrarias católicas, na internet, na sua paróquia há subsídios para ajudar a celebrar esta novena em família.

Nós da Associação Missionária Amanhecer (AMA) também preparamos uma Novena de Natal. Vamos nos encontrar diariamente, de 15 a 23 de dezembro, às três da tarde, com transmissão pelo Youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ACOLHER OS APELOS DE CONVERSÃO DESSE TEMPO




13 de dezembro de 2021

Dia da jovem mártir Santa Luzia 


EVANGELHO


Mt 21,23-27

Naquele tempo, 23Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?”
24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?”
Eles refletiam entre si: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.


MEDITAÇÃO


Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27).

Por que Jesus não respondeu à pergunta? Não seria mais fácil Jesus dar logo uma reposta? Eles perguntaram com que autoridade ele estava fazendo aquilo no Templo. E o que é que Jesus estava fazendo? Estava denunciando que tinham convertido a casa de oração num antro de ladrões. Ele tinha expulsado os vendedores e compradores, afinal, tinha tomado uma atitude pública contra o desvirtuamento do Templo. Quem estava perguntando? Os responsáveis pelo Templo e pela religião em Israel: os sumos-sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos; o grupo que depois julgaria Jesus no Sinédrio, condenando-o como um malfeitor. Então, não era uma pergunta inocente... era uma acusação, um enfrentamento perigoso, uma vez que eles tinham um corpo de guardas sob seu comando: Com que autoridade fazes isto?

Jesus não respondeu. Mas, se propôs a responder, desde que eles lhe respondessem também a uma pergunta. A pergunta foi sobre o batismo de João. João andou atraindo o povo para o deserto, para batizar-se no Rio Jordão, pregando a mudança de vida, em preparação da vinda do Messias. Para João, o Templo não era mais o lugar da purificação. A volta ao tempo do deserto era um recomeço, quando não havia Templo, mas só uma Tenda móvel. Eles, a elite que controlava o Templo, não acharam ruim Herodes prender e decapitar João Batista. Livraram-se de um pregador incômodo, uma denúncia permanente da situação de pecado dos que deviam guardar a aliança com fidelidade. Jesus perguntou: O batismo de João era de Deus ou dos homens? Como eles não se converteram com a pregação de João Batista, a resposta já estava dada. Mas, não podia ser dita. “Então, eu também não digo com que autoridade faço essas coisas”, concluiu Jesus. Claro, a resposta estava dada: com a mesma autoridade com que João Batista pregava a conversão e batizava. Mas, não adiantava dizer com a boca. As suas atitudes já estavam mostrando.

O mundo hoje cobra explicações dos cristãos ... por que vocês querem pensar e agir diferente dos outros? Por que vocês não aceitam que se combata a violência armando a população, porque não apoiam a pena de morte? Por que vocês não deixam a mulher decidir sobre sua gravidez e ter a liberdade de abortar? Por que vocês insistem tanto no casamento religioso? Por que vocês são tão obedientes ao Papa? Por que vocês adoram a Eucaristia? Quem pergunta nem sempre está interessado na resposta. É só uma forma de intimidação, de oposição. Às vezes, é melhor fazer como Jesus: responder com as atitudes e com o modo de viver.


Guardando a mensagem

Jesus tinha feito um gesto profético de grande repercussão no meio do povo. Ele tinha expulsado os vendilhões do Templo. Foi um gesto de purificação da Casa de Deus, mostrando a necessidade de reconduzi-lo à sua vocação de lugar do encontro de Deus com o seu povo e denunciando o aparelhamento do Templo a serviço dos interesses econômicos e políticos da elite de Jerusalém. As lideranças do Templo vieram pra cima dele, num confronto que o levaria, um pouco mais na frente, à prisão. Queriam saber com que autoridade estava fazendo coisas como aquela. Jesus também quis saber com que autoridade João Batista tinha pregado e batizado no deserto. Eles não reconheceram que o profeta agira com a autoridade de Deus, nem aceitaram que Jesus viesse da parte do Pai. Mantiveram-se de coração fechado à autoridade de Deus, sem conversão, sem acolhida do enviado de Deus.

Eu também não lhes direi com que autoridade faço estas coisas (Mt 21, 27).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
As lideranças do Templo, fechadas em seus interesses, perderam a chance de te reconhecer como o enviado de Deus, que os convocava à conversão. Já tinham rejeitado o profeta João Batista e o seu forte apelo de conversão. E tu, Senhor, os estavas convocando não apenas a uma mudança pessoal, mas a uma conversão institucional, no modo como eles comandavam a Casa de Deus a serviço dos seus interesses. Nesta pandemia, há muitos apelos de conversão para todos nós. Neste tempo de Advento, estás nos dirigindo muitos apelos para nossa conversão. Não queremos, Senhor, fechar o nosso coração e ignorar esse tempo de graça e reconciliação que estamos vivendo. Renova, Senhor, o teu povo, com o teu Santo Espírito, para que cheguemos santamente à festa do teu natal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quarta-feira próxima, começa a Novena de Natal. Ela nos ajuda numa preparação mais próxima para as celebrações natalinas. Ela vai de 15 a 23 de dezembro. Nas livrarias católicas, na internet, na sua paróquia há subsídios para ajudar a celebrar esta novena em família. Faça o propósito de realizá-la, com frutos de conversão e santidade de vida.

Nós da Associação Missionária Amanhecer (AMA), também preparamos uma Novena de Natal. Vamos nos encontrar diariamente, de 15 a 23 de dezembro, às três da tarde, com transmissão pelo Youtube. 
  
Ontem, você não conseguiu abrir o link para ler o texto da Meditação. Que tal tentar hoje?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

CONVERSÃO, PARTILHA, SOLIDARIEDADE

 

12 de dezembro de 2021

3º Domingo do Advento

 

EVANGELHO


Lc 3, 10-18


Naquele tempo:

10As multidões perguntavam a João: 'Que devemos fazer?'

11João respondia: 'Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, 

faça o mesmo!'

12Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: 'Mestre, 

que devemos fazer?'

13João respondeu: 'Não cobreis mais do que foi estabelecido.'

14Havia também soldados que perguntavam: 'E nós, que devemos fazer?'

João respondia: 'Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai 

satisfeitos com o vosso salário!'

15O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias.

16Por isso, João declarou a todos: 'Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte 

do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no 

Espírito Santo e no fogo.

17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele 

a queimará no fogo que não se apaga.'

18E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa-Nova.


MEDITAÇÃO


Quem tiver duas túnicas compartilhe com aquele que não tem. 

Quem tiver o que comer, faça o mesmo (Lc 3,11)


Jesus vem. É o mote desse tempo do Advento. Jesus está chegando. Precisamos nos preparar.

Precisamos preparar a sua chegada. E qual será o modo melhor de nos prepararmos para sua vinda? 

Esse terceiro domingo do Advento responde. Ele nos apresenta a figura João Batista que nos traz 

uma mensagem de conversão. A sua pregação é essa: "Convertam-se porque o reino dos céus 

está próximo". Ele está preparando o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. O modo

 melhor de nos prepararmos para o encontro com o Senhor é a conversão.


João está pregando no deserto e batizando no rio Jordão. "Deserto", lembra o longo tempo em que 

o povo peregrinou até entrar na Terra Prometida: Tempo de purificação. Tempo de celebração da 

Aliança. No deserto, o povo recebeu a Lei para ser o povo de Deus. Lá, fez aliança com o Senhor. 

No deserto, tornou-se povo de Deus, povo da Aliança. A entrada na Terra Prometida deu-se pelo 

Rio Jordão. João está nesse cenário: Deserto e Jordão. A imagem já fala por si mesma: Voltemos

 à aliança com Deus.


Às vésperas da chegada do Messias, o profeta está atraindo o povo para o deserto. E prega a 

chegada iminente do Messias. E a necessidade de cada um abandonar sua vida errada e 

restabelecer sua aliança com o Senhor. Os que confessam seus pecados são batizados por ele, 

no Rio Jordão. É o batismo purificador, preparando o povo para o encontro com o Senhor que

está chegando. Um povo que está sendo restaurado na sua condição de povo de Deus, pela 

Palavra que está sendo anunciada e pelo banho purificador da água. É isso que está acontecendo 

ali, no deserto da Judeia.


A partilha e a solidariedade são sinais de conversão. Afastando-se do egoísmo e da indiferença, 

a pessoa mostra que se importa com a dor e o sofrimento dos seus irmãos. A quem perguntava, 

João indicavam o caminho: a partilha, a justiça, a solidariedade. Repartir comida e roupa, mesmo 

sendo pobres e tendo pouco, cada um na sua profissão agindo com honestidade e espírito de serviço. 

Assim ele dava conselho aos cobradores de impostos, aos soldados, etc. Afinal, renovar-se no 

seu comportamento, nos seus compromissos, na sua vida.


João é uma figura impressionante, pela sua austeridade de vida, pelo anúncio da vinda do 

Messias e pela sua pregação clara sobre conversão, a mudança de vida. E mais: para não 

deixar qualquer dúvida sobre sua função auxiliar, apresenta a figura do Messias como muito

superior a si próprio. “Eu nem sou digno de desamarrar suas sandálias”. É o servo que lava os 

pés do seu senhor. João nem se acha digno de ser servo do Messias. E o batismo do Messias é 

igualmente superior. “Eu batizo vocês com água. Ele vai batizar com o Espírito Santo e com fogo”. 

O fogo é um símbolo de purificação. No livro do profeta Malaquias está dito que o Messias vem com

fogo do fundidor ou refinador do ouro: vai purificar o seu povo. O forno do fundidor separa o ouro das 

impurezas.

 


 

Guardando a mensagem


O senhor veio. Vamos celebrar a sua primeira vinda no Natal. O Senhor vem. Vem sempre ao 

nosso encontro nos acontecimentos de nossa vida e de tantas maneiras surpreendentes. O senhor 

virá definitivamente no último dia. Como podemos nos preparar para o nosso encontro com Ele? 

Pela conversão. Pela mudança de vida. Por uma vida de aliança com o Senhor. Produzindo frutos 

de caridade, de justiça, de fraternidade. 


Quem tiver duas túnicas compartilhe com aquele que não tem. 

Quem tiver o comer, faça o mesmo (Lc 3,11)


Cinco segundos para você falar com Deus…


Rezando a Palavra 


Senhor Jesus,

Este tempo de Advento, preparando-nos para o teu Natal e para tua segunda vinda, é uma grande
convocação para conversão. É como se vivêssemos no tempo de João Batista, um tempo de
preparação para tua chegada. Dá-nos, Senhor, acolher os apelos deste tempo abençoado e
voltarmos para Ti de todo coração. Concede que brote de nossos corações abrasados por tua
palavra gestos de partilha e solidariedade com os irmãos mais pobres e sofredores. Seja bendito
o teu santo nome, hoje e sempre. Amém!.


Vivendo a Palavra


Faça o propósito, de neste ano, participar da Novena de Natal. É uma forma concreta de cultivar um
espaço de oração e escuta da palavra de Deus, nesta proximidade do Natal.


Quarta-feira próxima, dia 15, começa a Novena de Natal, que nós vamos realizar pelas redes sociais.
Os encontros vão do dia 15 ao dia 23 desse mês, sempre às 15h, e você pode nos acompanhar
pelo Facebook ou pelo YouTube.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

CONVERSÃO, PARTILHA, SOLIDARIEDADE



12 de dezembro de 2021

3º Domingo do Advento

EVANGELHO


Lc 3,10-18

Naquele tempo, 10as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” 11João respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!” 12Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?”
13João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. 14Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?”
João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!”
15O povo estava na expectativa e todos perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”.
18E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa Nova.


MEDITAÇÃO

Quem tiver duas túnicas compartilhe com aquele que não tem. Quem tiver o que comer, faça o mesmo (Lc 3, 11)

Jesus vem. É o mote desse tempo do advento. Jesus está chegando. Precisamos nos preparar. Precisamos preparar a sua chegada. E qual será o modo melhor de nos prepararmos para a sua vinda? Esse terceiro domingo do advento responde. Ele nos apresenta a figura de João Batista, que nos traz uma mensagem de conversão. Sua pregação é essa: “Convertam-se, porque o Reino dos céus está próximo”. Ele está preparando o caminho do Senhor, como disse o Profeta Isaías. O modo melhor de nos prepararmos para o encontro com o Senhor é a conversão.

João está pregando no deserto e batizando no Rio Jordão. “Deserto” lembra o longo tempo em que o povo peregrinou até entrar na terra prometida. Tempo de purificação. Tempo de celebração da aliança. No deserto, o povo recebeu a Lei, para ser o povo de Deus. Lá, fez aliança com o Senhor. No deserto, tornou-se povo de Deus, povo da aliança. A entrada na terra prometida deu-se pelo Rio Jordão. João está neste cenário: Deserto e Jordão. A imagem já fala por si mesma: voltemos à aliança com Deus.

Às vésperas da chegada do Messias, o profeta está atraindo o povo para o deserto. E prega a chegada iminente do Messias. E a necessidade de cada um abandonar sua vida errada e restabelecer sua aliança com o Senhor. Os que confessam os seus pecados são batizados por ele, no Rio Jordão. É o batismo purificador, preparando o povo para o encontro com o Senhor que está chegando. Um povo que está sendo restaurado na sua condição de povo de Deus, pela Palavra que está sendo anunciada e pelo Banho purificador da Água. É isso que está acontecendo ali, no deserto da Judeia.

A partilha e a solidariedade são sinais de conversão. Afastando-se do egoísmo e da indiferença, a pessoa mostra que se importa com a dor e o sofrimento dos seus irmãos. A quem perguntava, João indicava o caminho: a partilha, a justiça, a solidariedade. Repartir comida e roupa, mesmo sendo pobres e tendo pouco. Cada um na sua profissão agindo com honestidade e espírito de serviço. Assim, ele dava conselhos aos cobradores de impostos, aos soldados, etc. Afinal, renovar-se no seu comportamento, nos seus compromissos, na sua vida.

João é uma figura impressionante, pela sua austeridade de vida, pelo anúncio da vinda do Messias e pela sua pregação clara sobre conversão, a mudança de vida. E mais: para não deixar qualquer dúvida sobre sua função auxiliar, apresenta a figura do Messias como muito superior a si próprio. “Eu nem sou digno de desamarrar suas sandálias”. É o servo que lava os pés do seu senhor. João nem se acha digno de ser servo do Messias. E o batismo do Messias é igualmente superior. “Eu batizo vocês com água. Ele vai batizar com o Espírito Santo e com fogo”. O fogo é um símbolo de purificação. No livro do profeta Malaquias está dito que o Messias vem com o fogo do fundidor ou refinador do ouro: vai purificar o seu povo. O forno do fundidor separa o ouro das impurezas.


Guardando a mensagem

O Senhor veio. Vamos celebrar sua primeira vinda no Natal. O Senhor vem. Vem sempre ao nosso encontro nos acontecimentos de nossa vida e de tantas maneiras surpreendentes. O Senhor virá definitivamente no último dia. Como podemos nos preparar para o nosso encontro com ele? Pela conversão. Pela mudança de vida. Por uma vida de aliança com o Senhor. Produzindo frutos de caridade, de justiça, de fraternidade.

Quem tiver duas túnicas compartilhe com aquele que não tem. Quem tiver o que comer, faça o mesmo (Lc 3, 11)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
Este tempo de advento, preparando-nos para o teu natal e para tua segunda vinda, é uma grande convocação para a conversão. É como se vivêssemos no tempo de João Batista, um tempo de preparação para a tua chegada. Dá-nos, Senhor, acolher os apelos deste tempo abençoado e voltarmo-nos para ti de todo coração. Concede que brote de nossos corações abrasados por tua palavra gestos de partilha e solidariedade com os irmãos mais pobres e sofredores. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Faça o propósito de neste ano, participar da Novena de Natal. É uma forma concreta de cultivar um espaço de oração e escuta da palavra de Deus, nesta proximidade do Natal.

Quarta-feira próxima, dia 15, começa a Novena de Natal, que nós vamos realizar pelas redes sociais. Os encontros vão do dia 15 ao dia 23 desse mês, sempre às 15 horas, e você pode nos acompanhar pelo facebook ou pelo youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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