PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Qual é o alicerce de sua vida?


01 de dezembro de 2022

Quinta-feira da 1ª Semana do Advento

EVANGELHO

Mt 7,21.24-27

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”

MEDITAÇÃO


Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7, 24)

Você está construindo sua casa sobre a areia ou sobre a rocha? Sua casa é o que você constrói na vida: sua educação, sua profissão, o seu casamento, a educação dos seus filhos... Qual é o alicerce de sua vida?

Eu vou lhe dizer uma coisa: construir em cima de um terreno firme, como uma rocha, é uma coisa muito trabalhosa. É trabalhoso e demorado. Exige muito esforço e perseverança. Você gasta muito e demora mais. Mas tem uma vantagem: ninguém derruba.

Pense no que é construir um casamento feliz, uma família à prova de vendavais e tempestades; ou uma profissão bem sucedida; ou ainda a educação dos filhos. Tem-se que por um alicerce firme, como quem constrói em cima de uma rocha. E alicerce firme quer dizer: preparar o futuro com seriedade: estudo sério, educação para o trabalho honesto; fidelidade aos compromissos assumidos, pontualidade no desempenho dos próprios deveres, capacidade de renúncia e disciplina... E isso exige esforço, persistência, sacrifício.

O alicerce não se vê, mas é ele que sustenta a casa. É ele que garante a construção nos dias adversos das chuvas torrenciais e das ventanias fortes, como disse Jesus no evangelho. E nem vou falar do contrário. Quanta fachada bonita, com graves falhas nos alicerces! Casamentos que vão fracassar na primeira crise. Rostos jovens e bonitos que serão presas fáceis do consumismo ou até das drogas. Profissionais despreparados e mercenários. Casas sem alicerce. Vidas edificadas sobre o mais fácil e prazeroso, seguindo a lei do menor esforço.








Guardando a mensagem

Acolher e praticar a Palavra de Deus, com dedicação e perseverança, é construir o alicerce de sua própria vida sobre uma rocha firme. Ouvir a palavra e não pô-la em prática é construir sua casa sobre terreno sem consistência, é expor-se ao fracasso. A diferença está, então, em praticar a palavra, isto é, em fazer da vivência do evangelho o alicerce da própria vida.

Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha (Mt 7, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
cada dia mais, tua Palavra nos encanta. Mas, é claro, não basta ouvi-la e conhecê-la. É preciso praticá-la. A prática de tua Palavra é o alicerce firme que pomos na construção de nossa vida. Exige esforço, decisão, perseverança. A tua graça nos faz novas criaturas. A tua palavra nos vai edificando como pessoas renascidas na fé, libertas do pecado e de todos os vícios do homem velho. É uma construção que nos pede renúncia, conversão, empenho diário. A prática de tua palavra, isto é, viver segundo a boa notícia do amor do nosso Deus, é uma parceria entre nosso esforço e a tua graça, entre a nossa luta diária para vencer o mal e praticar o bem e a ação do Santo Espírito que nos purifica, nos renova e nos edifica como filhos de Deus. Obrigado, Senhor. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você, com certeza, conhece alguma família que esteja passando por um momento de tempestade. Hoje, reze por essa família.

Comunicando

Toda quinta-feira, celebramos a Santa Missa das 11 horas, em favor de todos vocês que nos acompanham na meditação, no rádio, nas redes sociais. Dedicamos, particularmente, a celebração aos associados da AMA. E ficaremos felizes se você apresentar seu pedido de oração para a Santa Missa, através do formulário que estamos lhe enviando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Convocados por Cristo para o seguimento e a missão

 



30 de novembro de 2022

Dia do apóstolo Santo André


EVANGELHO


Mt 4,18-22

Naquele tempo, 18quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 19Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. 20Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram. 21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou. 22Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram.

MEDITAÇÃO


Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram (Mt 4,20)

Sendo hoje o Dia do Apóstolo Santo André, a Igreja nos abre o evangelho de Mateus para revisitarmos o seu primeiro encontro com Jesus. Ele e seu irmão Simão estavam pescando, quando foram surpreendidos pelo chamado do Mestre. Eles, que eram pescadores de peixe aprenderiam com Jesus a ser pescadores de gente. Um pouco mais adiante, Jesus chamou outros dois irmãos: Tiago e João. Estavam na barca, com o pai, consertando as redes.

É muito interessante que Jesus tenha escolhido seus primeiros discípulos, que depois se tornaram apóstolos, entre os que estavam trabalhando no mar da Galileia. O mar é uma representação judaica do mundo. E a pesca, uma forma de representar a atividade missionária. O primeiro pescador é Jesus que, no mar, pesca discípulos, por assim dizer. Jesus é assim o primeiro pescador. Chama/pesca seus primeiros discípulos no mar.

Esses quatro primeiros discípulos – André, Simão, Tiago e João - são como que representantes de todos nós discípulos e discípulas, igualmente chamados por Jesus. O Senhor nos encontra no mar do mundo e nos chama para o seu seguimento. Seguir Jesus altera o nosso modo de ser e de viver. Ele nos tira do mar, nos separa do mundo. O Papa Francisco, em sua homilia, na Capela da Casa Santa Marta, disse: “Abramos o coração com esperança e nos afastemos da paganização da vida”. Ele se referia exatamente a essa condição de termos sido chamados do mundo para viver na dinâmica do Reino de Deus. Mesmo sem sair do mundo, não lhe pertencemos mais. Não podemos continuar pensando e agindo mundanamente, pagãmente.

Nesta mesma cena do evangelho, está o modelo de resposta para todos os que forem chamados a ser discípulos de Jesus: deixar tudo e segui-lo. As duas duplas – André e Pedro; Tiago e João - responderam com a mesma generosidade: imediatamente deixaram tudo para seguir Jesus. Eles deixaram as redes, o barco e até o pai. Essa resposta pronta, generosa é um modelo para todos os convocados, para nós. É assim que temos que responder ao chamado de Cristo.

‘Sigam-me, eu farei de vocês pescadores de gente’, disse-lhes Jesus. Eles até poderão fazer a mesma coisa que faziam antes. Mas, de uma nova forma, com um novo objetivo. Lembrando que o mar representa o mundo, os discípulos ao se tornaram apóstolos, missionários, aprenderão a ser pescadores de gente no mar do mundo. O cristão é o discípulo, tirado do mundo para ser seguidor de Jesus. E, claro, voltará ao mundo, mas, agora, como pescador do Reino, como missionário.




Guardando a mensagem

Nesta cena do evangelho de hoje, está um modelo do chamado de todo discípulo. O Senhor nos chama do meio do mundo, da normalidade da vida. Não deixamos o mundo, mas o chamado nos faz viver e agir no mundo de outra forma, como sal e luz de Deus. Neste texto, também encontramos um modelo de resposta a este chamado: ‘deixaram tudo e o seguiram’. É assim que temos que responder ao convite de Jesus. Surpreendentemente, ele que nos separou do mundo, nos devolve ao mundo, como missionários, como apóstolos. De pescadores de peixe, nos tornamos pescadores do Reino.

Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram (Mt 4, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
neste dia da festa do apóstolo André, o primeiro a ser chamado no mar da Galiléia, nós te agradecemos, divino pescador, por nos teres chamado ao teu seguimento. És tu que tomas a iniciativa, que dás o primeiro passo, que vens nos chamar. Tu nos disseste um dia: ‘não foram vocês que me escolheram. Fui eu que escolhi vocês’. Ajuda-nos, Senhor, com o teu Santo Espírito, a corresponder a esse divino chamamento. Nós te rendemos graças também porque nos envias permanentemente como teus missionários ao mundo. Continuamos a trabalhar, a constituir família, a viver como cidadãos, mas com uma nova qualidade, com a perspectiva do Reino do nosso Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Aparecendo hoje uma boa ocasião, aconselhe alguém a responder com generosidade ao chamado que o Senhor lhe faz para segui-lo.

No comentário escrito, além do evangelho e da Meditação, deixei algumas informações sobre o apóstolo Santo André, irmão de Simão Pedro, inclusive porque, em sua imagem, ele é apresentado com duas traves de madeira. É só seguir o link.

Comunicando

O Blog da Meditação www.padrejoaocarlos.com alcançou a marca de 20 milhões de visualizações. No blog, publicamos o texto da Meditação do Evangelho de cada dia. Atualmente, são cerca de 500 mil visualizações por mês. Que tal você também fazer uma visita? www.padrejoaocarlos.com

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



SANTO ANDRÉ


André e seu irmão Simão Pedro eram de Betsaida, uma cidade às margens do Mar da Galileia. Jesus os chamou para serem seus discípulos e, como ele, pescadores de homens. Depois da morte do Senhor, o apóstolo André pregou por muitos lugares na Ásia Menor. Por sua peregrinação anunciando o evangelho, é padroeiro da Romênia e da Rússia. Santo André é reconhecido como o fundador da Igreja em Constantinopla, sede do patriarcado. Como Pedro é o apóstolo de referência na Igreja Cristã Latina (a Igreja com sede em Roma), assim André é o apóstolo de referência da Igreja do Oriente (a Igreja Cristã Ortodoxa). Santo André foi martirizado, em Patros, na Acaia. Morreu crucificado numa cruz em forma de “X”. No tempo das cruzadas, no século XIII, os cruzados subtraíram relíquias do corpo de Santo André e de sua cruz e levaram para Roma. O Papa Paulo VI, em 1961, num gesto de reaproximação com a Igreja do Oriente, mandou tudo de volta. No dia de hoje, festa de Santo André, uma delegação da Igreja de Roma participa da festa do patriarcado de Constantinopla. O mesmo faz a Igreja de lá na festa de São Pedro, manda uma delegação participar da festa deste apóstolo, em Roma.

Os pequeninos acolhem o Reino de Deus




29 de novembro de 2022

Terça-feira da 1ª Semana do Advento

EVANGELHO



Lc 10,21-24


21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.


MEDITAÇÃO



Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos (Lc 10, 21)

Jesus gosta dessa palavra “pequeninos”. Pode ver que. o tempo todo, ele está cercado por gente sem grande expressão social do seu tempo: pobres, doentes, mulheres, crianças, sofredores de todo tipo. Eles são os pequeninos. Quase toda a atividade de Jesus ocorreu na periferia do mundo judaico, na Galiléia, norte do país, terra de agricultores, artesãos, pescadores, moradores de vilas e pequenas cidades. Os evangelhos nem chegam a citar a capital da Galileia, Tiberíades, onde morava o rei Herodes. Em Jerusalém, capital da Judéia, Jesus ia, basicamente, nas grandes romarias.


Os grandes, os importantes, os ricos tinham mais dificuldade de acolher o Reino. Basta lembrar o episódio do encontro com o jovem rico e o comentário que Jesus fez em seguida: “como é difícil o rico entrar no Reino de Deus”. A Nicodemos, um membro importante do Sinédrio que o procurou à noite, Jesus explicou que ele precisava nascer de novo, renascer do alto. Muitas vezes disse aos discípulos e discípulas que só dava para entrar no Reino de Deus quem fosse como as crianças, isto é, quem se tornasse como os pequeninos ou fosse solidário com eles.


No evangelho de hoje, Jesus está em oração. Ele louva o Pai porque o Reino está sendo revelado aos pequeninos. Igualmente o louva porque, revelando o Reino a uns, o Pai o esconde a outros, os sábios e entendidos. E o que é que está havendo com os sábios e entendidos, isto é, com os estudados, os professores da Lei, os que se sentem conhecedores da Palavra de Deus? Estes fecharam o coração. Não conseguiram ver em Jesus de Nazaré a revelação do Pai amoroso e fiel que fez aliança com Israel. Encheram o peito de presunção de que já sabiam de tudo. E de inveja, sentindo-se ameaçados pela popularidade de Jesus, de seus ensinamentos e de seus milagres.


Embora Jesus pregasse pra todo mundo, a todos procurasse iniciar no Reino, via-se cercado de gente simples e pobre, pecadores, sofredores. Os grandes também se aproximavam, mas quase sempre para censurar, para tentar coibir a sua palavra, para desafiá-lo... Estes tentavam desmoralizar o seu ministério ou encontrar motivo para denúncias e perseguições. Os grandes fecharam o coração. Os pequenos abriram-se à obra de Deus. É o que Jesus está vendo. E por isso está louvando o Pai.



Guardando a mensagem


Jesus rezou, publicamente, louvando o Pai porque este estava revelando o Reino aos pequeninos. E o estava revelando por meio do Filho. Em Jesus, reconhecemos a bondade e a misericórdia do nosso Deus, atuando em favor do seu povo. Os grandes fecharam o coração. Os grupos de poder rejeitaram Jesus. Os pobres e os pecadores aproximaram-se dele, acolhendo o Reino que ele anunciava. A lógica de Jesus é a lógica do Pai. Ele escolhe os pequenos. A lógica de Jesus deve ser a nossa também. Valorizemos os pequenos. O Reino é deles. No sermão da Montanha ele disse: “Felizes os pobres porque o Reino de Deus é deles”. Tornemo-nos pequenos, sejamos solidários com eles, se quisermos ter parte no Reino.


Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos (Lc 10, 21)

Rezando a palavra


Senhor Jesus,

na oração que nos ensinaste, pedimos ao Pai: “venha a nós o vosso Reino!” Tu nos ensinaste a rezar assim para que entendamos que o Reino é um dom que nos vem do Pai, não é uma conquista de nossas obras, de nossa inteligência ou de nossa santidade. O Reino vem a nós por pura bondade e graça de Deus, nosso Pai. E és tu, Senhor Jesus, que nos revelas o Pai, que nos comunicas o seu Reino, sua presença amorosa em nossa história. Venha a nós o vosso Reino! Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Hoje, durante o dia, reze com Jesus, mais de uma vez: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”.


Comunicando


Começamos o tempo do advento, tempo de preparação para a acolhida de Jesus que vem. Amanhã, começa a novena da Imaculada Conceição nas comunidades. E daqui a pouco chega a novena de natal. São iniciativas que nos ajudam a viver esse tempo do advento como tempo de conversão.


Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa!

 



28 de novembro de 2022

1ª Semana do Advento

EVANGELHO


Mt 8,5-11

Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Carfanaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. 7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!, e ele vai; e a outro: ‘Vem!, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!, e ele o faz”. 10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”.

MEDITAÇÃO


Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Nós fazemos um bom esforço para viver o evangelho de Jesus, para sermos fiéis ao que Deus tem nos ensinado. Ao menos, pensamos assim. O povo de Deus do tempo de Jesus também tinha essa ideia sobre si mesmo. Eles insistiam sempre no conhecimento que tinham do Deus verdadeiro e na exclusividade de serem o povo em aliança com Deus. Jesus, filho de Deus, encarnado naquele mundo religioso e cultural de Israel, também tinha em grande conta a história do povo eleito. Mas, aberto à realidade como ele era, experimentou em várias ocasiões como a fé deles era vivida de maneira egoísta e interesseira. E como, em nome da aliança com Deus, marginalizava-se gente de dentro e todos os de fora.

No evangelho de hoje, Jesus faz uma constatação que deve ter aborrecido muita gente do seu tempo: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”. O elogio foi feito ao comportamento de um pagão. No encontro que ele teve com o oficial romano, em Cafarnaum, este intercedeu em favor do seu empregado. Este oficial tinha a patente de centurião, tendo sob seu comando uma centena de soldados do império. Claro, era um estrangeiro, um pagão. Ele contou a Jesus que o seu empregado estava de cama, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus, judeu que era, segundo as regras religiosas de então, não podia entrar na casa dele, já que ele era um pagão. Passando por cima dessa barreira, Jesus se prontificou a ir à sua casa para curar o seu empregado. A resposta do pagão foi surpreendente: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa”. Foi uma palavra sincera, um reconhecimento de sua condição de pecador, de pagão. E mostrou sua grande fé quando acrescentou: “Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. E até comentou com Jesus sobre sua experiência de dar ordens aos seus soldados e aos seus servos, e de ser prontamente obedecido.

Diante da resposta do pagão, Jesus ficou admirado com a sua fé. Foi aí que ele disse aquela palavra tão surpreendente: “Nunca encontrei alguém que tivesse tanta fé em Israel”. E disse mais: “Eu lhes digo, muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa do reino dos céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Nessa palavra, Jesus está em sintonia com os profetas, como Isaías, que anunciaram, muitos séculos antes, que também as nações pagãs se integrariam ao povo santo, chegariam também como peregrinos ao monte da Casa do Senhor. Deus quer integrar no seu reino também os outros povos, toda a humanidade.




Guardando a mensagem

Para nós que estamos começando o tempo do advento, Jesus nos aponta, hoje, um exemplo a ser imitado. Jesus elogiou a fé do oficial pagão, dizendo que não tinha encontrado ainda uma fé tão grande no meio do seu povo. Com esse elogio, o centurião pagão está sendo colocado como exemplo a ser seguido por nós. É bom nos darmos conta que, fora do nosso grupo e de nossa tradição religiosa, há quem demonstre mais fé do que nós. E podemos e devemos aprender com eles. Aprendamos com Jesus, que teve uma atitude missionária, apesar dos limites da prática religiosa do seu tempo: dispôs-se a ir à casa do pagão. Aprendamos com o pagão que Jesus elogiou: ele foi solidário com o seu empregado e foi humilde em reconhecer sua condição de pecador. Além disso, esse pagão demonstrou uma grande fé, sugerindo que Jesus apenas desse uma ordem e seu empregado ficaria curado. Fora do nosso grupo, pode haver gente levando a fé mais a sério do que nós. Aprendamos com eles.

Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ficamos encantados com teu espírito missionário. Desde o teu nascimento, vemos como os pagãos são acolhidos no caminho da salvação. São tantos exemplos nos evangelhos: a visita dos magos do oriente, aquela história da mulher siro-fenícia, da cananeia, das curas em território estrangeiro, essa história do empregado do centurião em Cafarnaum. E colocaste este pagão como exemplo a ser seguido por todos nós na sua solidariedade, na sua humildade e na sua fé. Ajuda-nos, Senhor, a acolher, sem discriminação, o bom exemplo de pessoas que não são do nosso grupo e da nossa tradição religiosa. E a vivermos a nossa fé com maior seriedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Repita, hoje, durante o dia, muitas vezes, inspirando-se no centurião de Cafarnaum: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo".

Comunicando

Como todas as segundas-feiras, hoje é dia do programa Encontros no meu Canal do Youtube, começando às 20 horas. O programa de hoje está focado na novena da Imaculada Conceição que começa amanhã. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

As três palavrinhas que nos põem no clima do advento.




27 de novembro de 2022

1º Domingo do Advento


EVANGELHO


Mt 24,37-44

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37“A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. 38Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.
40Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.
42Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
43Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
44Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.



MEDITAÇÃO


Portanto, fiquem atentos, porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor (Mt 24, 42)

Este é o primeiro domingo do Advento. Esse novo tempo litúrgico – o Tempo do Advento – bem poderia ser chamado de Tempo da Espera. Ele nos ajuda a celebrar a espera de Jesus. Ele veio no mistério da encarnação: o verbo se fez carne no seio de Maria. Revivemos essa expectativa do povo santo: Jesus, o Salvador, vem! Ele virá em sua segunda vinda: voltará glorioso, colhendo o que plantou. Cultivamos, nesse tempo, os sentimentos e os compromissos que nos preparam para o encontro com o Senhor que vem definitivamente.

O profeta Isaías nos ajuda a compreender que, além dele vir, nós também estamos indo para ele. Todas as nações da terra estão a caminho da Casa Senhor, edificada sobre o Monte Santo. Todos nos encontraremos como filhos na Casa de Deus que brilha no alto, nos convocando a subir de mãos limpas e corações desarmados. O convite é este: Vamos ao encontro do Senhor que vem!

A gente sempre espera coisas boas, coisas muito boas: o casamento feliz, o trabalho abençoado, o filho que vai nascer, uma velhice com saúde. Esperar, todo mundo espera. Mas, tem gente que não espera bem.

Há quem espere ‘de cara pra cima’, distraído, disperso. ‘De cara pra cima’, a gente não espera bem. Casamento não é sorte, é construção penosa do amor e do perdão. Um filho não é fruto do acaso: é obra do amor, acolhido com planejamento e compromisso. Tem-se que estar atento, para não se perder as boas oportunidades na escolha do cônjuge, no diálogo para enfrentar as dificuldades.

FIQUEM ATENTOS, diz Jesus no evangelho de hoje. Não fiquem ‘de cara pra cima’ como o povo no tempo de Noé. Hora de despertar, diz a Carta aos Romanos. Guarde a palavra: ATENTOS!

Há quem espere ‘de braços cruzados’, passivo, deixando o tempo passar. ‘De braços cruzados’ não se espera bem. Um bom emprego não cai do céu. Exige preparação: estudo sério, profissionalização, reciclagem permanente. Sem esforço, sem compromisso não se constrói nada de sério. ESTEJAM PREPARADOS, diz Jesus no evangelho de hoje. Na hora em que menos se pensar, o Filho do Homem virá! Estar preparados é aguardar a sua volta nos mexendo para resolver as coisas, nos comprometendo com o que nos ajuda a crescer na fé e na caridade. Guarde a palavra: ATIVOS!

Há quem espere ‘cavando a própria cova’, destruindo o próprio futuro, comprometendo o próprio desenvolvimento. ‘Cavando a própria cova’ não se espera bem. Não se terá um velhice sadia se empanturrando de enlatados ou estacionado num sofá. Colheremos amanhã o que plantamos hoje. FIQUEM VIGILANTES, diz Jesus no evangelho de hoje. Sabendo que o ladrão vai arrombar a casa, não se dorme, se vigia. A carta aos romanos faz uma lista de ‘ladrões’ que podem assaltar a casa: comilanças, bebedeiras, orgias sexuais, imoralidades, brigas, rivalidades. Guarde a palavra: VIGILANTES!


Guardando a mensagem

Advento é o tempo da espera. Estamos esperando Jesus. Celebramos a espera amorosa do povo fiel e de Maria que acolheram o Senhor, em sua encarnação. Celebramos a espera vigilante do Senhor que vem definitivamente. Do evangelho de hoje, podemos ficar com três palavras: ATENTOS, ATIVOS e VIGILANTES. Atentos para nos manter antenados com os sinais de Deus e acolhedores dos impulsos do Espírito Santo que nos levam a aguardar o Senhor que vem. Ativos para nos manter comprometidos com a nossa conversão, com a prática dos mandamentos de Deus, com a vida de fé na comunidade cristã, com a caridade. Vigilantes para nos afastarmos do que não presta e barrar o mal que pode nos afastar de Deus e dos irmãos. É assim que vamos ao encontro do Senhor que vem!

Portanto, fiquem atentos, porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor (Mt 24,

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
que tempo precioso este que estamos começando a viver na liturgia. O advento é o tempo da espera. Põe, Senhor, no nosso coração aqueles mesmos sentimentos e compromissos que estavam no coração de tua santa mãe Maria nos meses de tua gestação. Foi ela quem melhor te esperou, com tanta fé, tanto amor, tanta caridade. Basta lembrar o cuidado que ela teve com sua prima idosa, Izabel. Dá-nos, por sua intercessão, sintonizar com toda a Igreja que, com o Santo Espírito, insistentemente clama: Maranatha, vem Senhor Jesus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

O que você poderia fazer (ou deixar de fazer) para celebrar bem este tempo do advento? Peça ao Espírito Santo que o(a) inspire na escolha de um propósito concreto para viver bem esse tempo santo.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

As três recomendações para quem aguarda a volta de Jesus




27 de novembro de 2021

Sábado da 34ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 21,34-36

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.

MEDITAÇÃO


Fiquem atentos e orem a todo momento, a fim de terem força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficarem de pé diante do Filho do homem (Lc 21, 36)

Alguns momentos em nossa vida são muito especiais. Eles são momentos altos de nossa existência. Para esses momentos, nos preparamos com muita responsabilidade e empenho. Momentos especiais de nossa vida são, por exemplo, o vestibular ou ENEM, um concurso público, o casamento. Quem vai prestar exame de vestibular, ou participar de um concurso público ou vai se casar, se for uma pessoa responsável e consciente, se prepara bem para isso, não é verdade? E se prepara durante um longo período, com muita renúncia e sacrifício, não é assim? Bom, tem quem improvise, chute na hora da prova ou deixe tudo pra última hora... Mas, isso não está certo. E quase sempre dá tudo errado.

Há um momento especial em nossa vida que, podemos dizer, é “o” momento mais alto de nossa existência, para o qual precisamos nos preparar bem: o nosso encontro definitivo com o Senhor. Há um momento especial em nossa história, decisivo para todos nós: o encontro com o Senhor Jesus em sua vinda definitiva. Desse encontro com o Senhor que vem, em sua vinda gloriosa, nos fala esse tempo do advento que estamos começando. Ele veio uma primeira vez: é o que celebramos no natal. Ele vem gloriosamente, como juiz dos vivos e dos mortos: é o que celebramos também neste advento. Esse grande momento de nossa vida e de nossa história humana requer de cada um de nós e de todos nós um grande empenho de preparação e crescimento.

Sobre sua vinda, o próprio Jesus a descreve com imagens tomadas dos profetas do Antigo Testamento, que nós chamamos de teofania. Teofania é uma forma de expressar a experiência do encontro com a majestade e a onipotência divinas. Jesus nos diz, no evangelho de hoje (Lc 21), que quer que o recebamos de pé. “Estar de pé diante do Filho do Homem” quando ele voltar é uma forma de falar de nossa condição vitoriosa nesse mundo. No meio das dificuldades e provações, ele nos recomenda que levantemo-nos, ergamos a cabeça, confiados na libertação que se aproxima com sua grande manifestação. E para estarmos preparados e de pé, em sua volta, ele nos deixa, no evangelho de hoje, três recomendações.

Primeira recomendação: “Tomem cuidado para que seus corações não fiquem insensíveis”. Aí ele fala da gula, da embriaguez e das preocupações da vida. Sobre isso, já conversamos ontem. Todo cuidado para não entorpecer o coração. Um coração insensível não vibra mais com o novo que vem, nem bate mais forte em seu amor por Cristo, nem se compadece ou se solidariza com os outros. E o coração fica insensível quando se prende às coisas materiais, quando põe sua felicidade apenas na satisfação dos seus instintos (comida, bebida, sexo, por exemplo). Uma palavra que pode resumir essa recomendação é “sobriedade”. Sobriedade é manter o equilíbrio nas coisas; é usar das coisas deste mundo com sabedoria, sem se deixar escravizar, viciar, dominar. Sobriedade é manter o coração em Deus, sereno e livre.

A segunda recomendação de Jesus: “Fiquem atentos”. Vamos ouvir muitas vezes esta palavra, durante o tempo do advento: “Vigilância”. É o “fiquem atentos”. Nesse tempo de espera, que é tempo de preparação para o grande encontro, precisamos manter a mesma tensão que sustentou as primeiras comunidades em sua fidelidade ao evangelho. O Senhor vem! Estamos em estado de vigília: nada de relaxar, de cochilar, de baixar a guarda. Progredir, crescer, disse a carta aos Tessalonicenses, não esmorecer.

A terceira recomendação de Jesus: “Orem, a todo momento”. Orar para não cair em tentação, disse Jesus. Orar para fortalecer nossa adesão à vontade de Deus. Orar para não dar brecha ao inimigo. Oração.




Guardando a mensagem

Temos um grande encontro marcado para o final de nossa vida ou para o final da história humana: o encontro definitivo com o Senhor, na sua manifestação gloriosa. Para estarmos de pé diante dele, em sua volta, precisamos nos preparar bem. Nesta preparação, o próprio Jesus nos deixou três recomendações: sobriedade, vigilância e oração. Sobriedade, para não entorpecer o coração nas coisas desse mundo. Vigilância, para não cedermos ao relaxamento e ao descompromisso. Oração, para nos manter fortes e serenos nas dificuldades.

Fiquem atentos e orem a todo momento, a fim de terem força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficarem de pé diante do Filho do homeM (Lc 21, 36)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
como Igreja, vamos nos preparando para a tua chegada no final dos tempos e para a celebração de tua primeira vinda, no natal. Acolhemos, hoje, tuas recomendações, Senhor, para nos prepararmos para o encontro definitivo contigo. Que o teu Espírito nos guie no caminho da sobriedade, da vigilância e da oração. Assim como nos disse o apóstolo Paulo, te pedimos, que “confirmes o nosso coração numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia de tua vinda, com todos os teus santos”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A primeira coisa a fazer para viver a palavra do Senhor meditada hoje é se preparar bem para participar da Santa Missa do primeiro domingo do advento (que já começa no entardecer de hoje). Na impossibilidade, acompanhá-la devotamente pelo rádio ou pela televisão. Querendo e podendo fazer algo a mais, leia, em sua Bíblia, o evangelho de hoje: Lucas 21, 34-36.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Mexa-se, enquanto é tempo!




25 de novembro de 2022

34ª Semana do Tempo Comum 

EVANGELHO


Lc 21,29-33

Naquele tempo, 29Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

MEDITAÇÃO


Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está perto (Lc 21, 31).

Jesus falou pra gente aguçar a capacidade de discernimento dos sinais dos tempos. Ele partiu da experiência do povo do tempo dele. Vendo que estavam nascendo brotos na figueira e nas árvores, logo se concluía que o verão estava chegando. Da mesma forma, vendo os sinais da grande crise da história, especialmente a perseguição contra os cristãos, saibamos que o Reino de Deus está próximo. Tudo isso já é anúncio da manifestação final do Reino de Deus, do coroamento da história humana com a volta gloriosa de Jesus. Então, o Mestre está nos pedindo que fiquemos atentos aos sinais, que saibamos interpretá-los corretamente.

Nós precisamos usar sempre nossa capacidade de discernimento. Toda grande crise começa dando sinais. Se a gente souber entendê-los, captá-los, a gente pode fazer alguma coisa a tempo, antes que o desastre aconteça, não é verdade? Por exemplo, há situações em que dentro de casa estão sendo emitidos sinais de que os vínculos familiares estão se desfazendo, que o laço do matrimônio está se desatando.... é marido e mulher que não conversam mais, é filho que não dá mais notícia do que anda fazendo, é briguinhas sem quê nem pra quê.... São sinais da tormenta que está se formando. Daqui a pouco, o desmantelo está feito. Separação, droga na vida dos filhos, abandono da Igreja e muito mais. O desastre não chega de repente. Muitos sinais já vão sendo emitidos. Quem, como Jesus disse, tem a capacidade de ler os sinais da realidade, corre pra salvar a família enquanto há tempo. Depois, vai ficar mais difícil.

Você está entendendo?! Um temporal não chega de repente. É precedido por sinais: calor excessivo, vento forte, trovões, relâmpagos... Lendo esses sinais, entendendo o que vem por aí, a gente cuida logo de voltar pra casa, de fechar as janelas, tirar a roupa do varal ou procurar logo uma proteção. Sem ler os sinais dos tempos, o temporal nos pega de surpresa.

É preciso prestar atenção aos sinais. Jesus tinha falado de guerra, de fome, peste, terremoto, de perseguição por causa da fé... Isso tudo indica que a hora final está se aproximando. De fato, situações exatamente assim precederam as duas grandes guerras mundiais, que foi já um fim daquele mundo. A grande crise da história, no dizer de Jesus, vai preceder a chegada, a manifestação final do Reino de Deus. Claro que será um momento de glória para os justos. Mas, será igualmente de desmascaramento e castigo para os maus. É o grande momento de avaliação. Temos que ficar atentos, para não sermos pegos de surpresa, como um aluno que chega na hora da prova sem ter estudado.

No Concílio Vaticano II, no documento sobre a Igreja no mundo contemporâneo (Gaudium et Spes), se lê: “Para levar a cabo a missão, é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho“. Como Jesus está nos dizendo hoje, fiquemos atentos aos sinais dos tempos. Por eles, poderemos perceber para onde as coisas estão caminhando e agir enquanto é tempo.


Guardando a mensagem

Jesus estava falando dos sinais que anunciam o final da história. E nos disse para estarmos atentos, com capacidade para ler os sinais dos tempos. Assim, poderemos nos preparar melhor, agir com maior incidência e investir no nosso futuro em Deus. Essa capacidade de leitura dos sinais precisa ser exercida em todas as nossas crises pessoais, familiares e sociais. Fique atento aos sinais que estão sendo emitidos em sua casa! Pode ser que um temporal esteja se preparando. Mexa-se, enquanto é tempo.

Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está perto (Lc 21, 31).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a gente vê muitos sinais em nossa sociedade: violência, corrupção, droga, miséria, suicídios... Tu estás nos instruindo para que saibamos ler esses sinais, o que eles apontam, aonde eles vão nos levar. Sem discernimento, não temos como enfrentá-los. Senhor, que a tua santa Palavra nos eduque a ler os sinais dos tempos, com os olhos da fé, para que sejamos sempre testemunhas do Reino da verdade, da justiça e do amor que um dia se manifestará como vitória de Deus e de seus justos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Arrume, hoje, um tempinho pra rezar por sua família.

Comunicando

Começa hoje, no Recife, o Festival da Juventude Salesiana, reunindo jovens de oito estados do Nordeste, num final de semana de intensa evangelização. Rezemos pelo êxito do festival.

Pe. João Carlos Ribeiro , sdb 

O dia da nossa completa realização: a volta de Jesus.

 



24 de novembro de 2022

Dia de Santo André Dung-Lac 
e companheiros mártires do Vietnã

EVANGELHO


Lc 21,20-28

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 20“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. 21Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. 22Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. 23Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. 24Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. 25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

MEDITAÇÃO


Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima (Lc 21, 28)

Nessa semana, estamos lendo o capítulo 21 do evangelho de São Lucas. A propósito do tema de sua volta gloriosa no fim dos tempos, Jesus nos orienta como devemos nos comportar nas pequenas e grandes crises de nossa vida ou da história: pondo nossa confiança em Deus, testemunhando nossa fé e perseverando nas provações.

O povo de Deus viveu muitas e grandes crises, verdadeiros fins de mundo. Uma dessas crises foi o exílio, quando os exércitos babilônicos destruíram Jerusalém e deportaram muita gente. Jesus mesmo viveu próximo de uma crise que se deu quarenta anos depois de sua morte: a destruição de Jerusalém e do Templo, pelos romanos.

No texto de hoje, Jesus, primeiro, refere-se à destruição de Jerusalém. Serão dias de muito sofrimento e humilhação. A leitura que Jesus faz é que o que acontecerá à cidade santa e ao seu povo será uma consequência do seu pecado. Os romanos pagãos seriam instrumentos de Deus para o julgamento de Jerusalém. Dá para compreender bem essa palavra de Jesus: “Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete”.

Na outra parte do texto de hoje, Jesus fala de sua volta, no meio de uma grande teofania. Vou explicar melhor. Sempre que se narra a presença ou a chegada de Deus, o povo do Antigo Testamento descreve uma verdadeira revolução na natureza (terremoto, trovões, raios, sinais no sol, na lua e nas estrelas...). É o que chamamos de teofania, isto é uma forma de passar a grandiosidade, a majestade de Deus que se revela. Então, essa revolução na natureza de que Jesus está falando, com imagens do Antigo Testamento, é uma forma de passar a grandeza desse momento em que ele estará de volta com poder e glória. Será a grande avaliação da humanidade. Mas, para o povo santo de Deus, não há razões para medo e pânico. Pelo contrário, para os discípulos, esse é o dia da completa realização.


Guardando a mensagem

A grande crise da destruição do Templo e de Jerusalém anunciada por Jesus virou uma espécie de molde de toda crise enfrentada pelo povo de Deus na história. A destruição é uma consequência do pecado. É como se fora o julgamento de Deus sobre a cidade, executado pelos pagãos romanos. Você mesmo tem experiência e conhece alguém que contraiu uma doença grave em consequência do vício de fumar, de se embriagar, de consumir drogas, por exemplo. A grande crise de sua enfermidade é uma consequência dos seus atos, não é verdade? É a mesma lógica. O texto também fala da volta de Jesus. A sua vinda, narrada no meio de uma teofania, não é razão de apreensão e medo para nós. Pelo contrário, na sua volta, aparecerá claramente nossa condição de filhos de Deus. Será o coroamento de sua obra redentora.

Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima (Lc 21, 28)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no meio dos problemas, dificuldades e crises desse mundo, tu nos ensinas a nos portarmos com destemor, com esperança e confiança em Deus. Tu nos lembras, todavia, que a destruição é uma consequência do pecado, dos nossos erros. De fato, Senhor, o projeto família, por exemplo, pode ir à falência pela infidelidade, pela falta de diálogo, pela falta de perdão. Educa-nos, Senhor, a aguardar a tua volta, em vigilante atitude de conversão e vida nova. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Sendo hoje dia 24, comemoração mensal de N. Sra. Auxiliadora, rezemos a oração composta por Dom Bosco:

Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja, Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos, Tu, terrível como exército ordenado em batalha, Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo: nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Assim seja.

Vivendo a palavra

Um exame de consciência cairia bem, no dia de hoje. Exame de consciência é parar e se perguntar: O que a graça de Deus precisa consertar em minha vida?

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, temos a Santa Missa às 11 horas, pelo rádio e redes sociais. E estamos lhe enviando o formulário para você colocar sua intenção para a Missa. O Pe. Marcos Antonio é o celebrante de hoje.

E como todos os dias, teremos o Terço Mariano no rádio, começando às 18 horas. Vamos rezá-lo, hoje, em Juazeiro do Norte, CE, com os ouvintes da FM Padre Cícero, no auditório da emissora. E você pode nos acompanhar também pela Rádio Amanhecer. Para isto, é bom baixar o aplicativo no seu celular.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Tempo de perseguição, tempo de testemunho



23 de novembro de 2022

Quarta-feira da 34ª Semana do Tempo Comum 

EVANGELHO


Lc 21,12-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” 

MEDITAÇÃO


Esta será a ocasião em que vocês vão testemunhar a sua fé (Lc 21, 13)
Estamos lendo o capítulo 21 de São Lucas. Jesus prepara os discípulos para os momentos de crise da caminhada e para a grande crise final que antecederá o seu retorno glorioso. Ainda ontem, o ouvimos falar de guerras, revoluções, terremotos, fome, pestes. E recolhemos três preciosos ensinamentos que ele deixou: não confiar em grandiosidades humanas, não nos deixar enganar pelos aproveitadores e não nos apavorar com os acontecimentos adversos.
No texto de hoje, lemos mais um trecho desse capítulo 21 de São Lucas. O tema é o da perseguição. Por causa de Jesus, por causa do seu evangelho, sofremos perseguições.  E de onde procedem essas perseguições? Jesus responde: Da sociedade (por meio de suas autoridades), de setores religiosos (representados na antiga sinagoga) e até da própria família (pais, irmãos, parentes e amigos).
E Jesus está narrando tudo isso não para nos amedrontar, mas para nos incentivar a permanecer serenos, perseverantes e fieis no meio das dificuldades que possam aparecer, sobretudo em tempos de perseguição. E perseguição sempre aconteceu. As primeiras comunidades cristãs, por exemplo,  atravessaram quase três séculos de ameaças, clandestinidade e martírios. Perseguição, na verdade, sempre houve em nossa história cristã, mesmo nos dias atuais. Basta lembrar Dom Oscar Romero, assassinado em El Salvador em 1980. E o grande número de países, em que, hoje, não há liberdade religiosa. E os ataques a templos cristãos no Oriente Médio, o massacre de comunidades cristãs em vários países e muitas atitudes de intolerância e violência acontecendo perto de nós também.
A perseguição por causa da fé em Cristo não está tão longe assim. Ela pode se manifestar nas redes sociais, nas rodas de conversa, no ambiente de trabalho, na sala de aula e até dentro de casa. Se você andar em dia com o mundo, ninguém vai censurar você. Agora, ande segundo o evangelho da verdade, da justiça, da fraternidade... Aí, não vão lhe faltar críticas, incompreensões, apelidos, xingamentos... e muito mais.
Diante da realidade da perseguição – a atual e a que pode vir – Jesus nos deixa, no evangelho de hoje, três orientações:
A primeira é o testemunho. Disse ele: “Essa será a ocasião em que vocês testemunharão a sua fé”.  O tempo de perseguição é o tempo do grande testemunho.
A segunda orientação é a confiança em Deus. Disse Jesus: “façam o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa”. O Senhor nos dará palavras acertadas com que calaremos o inimigo.
A terceira orientação é a perseverança. Disse Jesus: “É permanecendo firmes que vocês vão ganhar a vida”. Dom Helder deixou escrito: “É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca”. Disse tudo.


Guardando a mensagem
Nós seguidores de Jesus, como ele, em nosso caminho, encontramos muitas barreiras e até perseguições. Os mártires são exemplos para nós: eles resistiram com fidelidade até o fim às suas convicções, ao evangelho de Jesus. Em meio às dificuldades, incompreensões e perseguições por causa de nossa fé, Jesus nos deixa três orientações: testemunho, confiança em Deus e perseverança.  Os momentos de crise ou mesmo de perseguição são tempos de purificação de nossa fé, de crescimento em fidelidade e fraternidade e de robustecimento da confiança no Senhor que jamais nos abandona.
Esta será a ocasião em que vocês vão testemunhar a sua fé (Lc 21, 13)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
dificuldades e problemas nos cercam. Fazem parte de nossa limitação humana e de nossa condição de pecadores. Por causa de nossa adesão ao evangelho, estamos expostos a incompreensão, comentários maldosos, difamações... Muitos irmãos, por causa da fé, chegam até a sofrer violência física e verbal. Dá-nos, Senhor, como nos indicaste para estas ocasiões, oferecer com destemor o nosso testemunho, navegando nessas tormentas com grande confiança em Deus e perseverando fielmente no bem e na verdade.
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Amanhã, 24 de novembro, fazemos a comemoração mensal de N. Sr.a Auxiliadora. Com certeza, você conhece alguém que esteja passando por uma grande provação. Recomende essa pessoa à nossa boa mãe, Nossa Senhora Auxiliadora. A oração à Virgem Auxiliadora, composta por dom Bosco, está no final do texto Meditação de hoje. 

Comunicando

De segunda a sábado, às 18 horas, nós rezamos o terço mariano transmitido por diversas emissoras de rádio. Para o terço de amanhã, 24 de novembro, aqui em Juazeiro do Norte, estou convidando associados e ouvintes para rezarmos juntos o terço em homenagem a N. Sra. Auxiliadora, no auditório da FM Padre Cícero. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


Segue a Oração composta por Dom Bosco à Virgem Auxiliadora. Reze-a, depois de seu momento de reflexão da Palavra de Deus.



Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja, Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos, Tu, terrível como exército ordenado em batalha, Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo: nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Assim seja.

 

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