PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: centurião romano
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Começar o advento, com fé e humildade.


   04 de dezembro de 2023.   

Segunda-feira da 1ª Semana do Advento

   Evangelho   


Mt 8,5-11

Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Carfanaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. 7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!, e ele vai; e a outro: ‘Vem!, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!, e ele o faz”. 10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”.

   Meditação   


Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Nós fazemos um bom esforço para viver o evangelho de Jesus, para sermos fiéis ao que Deus tem nos ensinado. Ao menos, pensamos assim. O povo de Deus do tempo de Jesus também tinha essa ideia sobre si mesmo. Eles insistiam sempre no conhecimento que tinham do Deus verdadeiro e na exclusividade de serem o povo em aliança com Deus. Jesus, filho de Deus, encarnado naquele mundo religioso e cultural de Israel, também tinha em grande conta a história do povo eleito. Mas, aberto à realidade como ele era, experimentou em várias ocasiões como a fé deles era vivida de maneira egoísta e interesseira. E como, em nome da aliança com Deus, marginalizava-se gente de dentro e todos os de fora.

No evangelho de hoje, Jesus faz uma constatação que deve ter aborrecido muita gente do seu tempo: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”. O elogio foi feito ao comportamento de um pagão. No encontro que ele teve com o oficial romano, em Cafarnaum, este intercedeu em favor do seu empregado. Este oficial tinha a patente de centurião, tendo sob seu comando uma centena de soldados do império. Claro, era um estrangeiro, um pagão. Ele contou a Jesus que o seu empregado estava de cama, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus, judeu que era, segundo as regras religiosas de então, não podia entrar na casa dele, já que ele era um pagão. Passando por cima dessa barreira, Jesus se prontificou a ir à sua casa para curar o seu empregado. A resposta do pagão foi surpreendente: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa”. Foi uma palavra sincera, um reconhecimento de sua condição de pecador, de pagão. E mostrou sua grande fé quando acrescentou: “Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. E até comentou com Jesus sobre sua experiência de dar ordens aos seus soldados e aos seus servos, e de ser prontamente obedecido.

Diante da resposta do pagão, Jesus ficou admirado com a sua fé. Foi aí que ele disse aquela palavra tão surpreendente: “Nunca encontrei alguém que tivesse tanta fé em Israel”. E disse mais: “Eu lhes digo, muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa do reino dos céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Nessa palavra, Jesus está em sintonia com os profetas, como Isaías, que anunciaram, muitos séculos antes, que também as nações pagãs se integrariam ao povo santo, chegariam também como peregrinos ao monte da Casa do Senhor. Deus quer integrar no seu reino também os outros povos, toda a humanidade.




Guardando a mensagem

Para nós que estamos começando o tempo do advento, Jesus nos aponta, hoje, um exemplo a ser imitado. Jesus elogiou a fé do oficial pagão, dizendo que não tinha encontrado ainda uma fé tão grande no meio do seu povo. Com esse elogio, o centurião pagão está sendo colocado como exemplo a ser seguido por nós. É bom nos darmos conta que, fora do nosso grupo e de nossa tradição religiosa, há quem demonstre mais fé do que nós. E podemos e devemos aprender com eles. Aprendamos com Jesus, que teve uma atitude missionária, apesar dos limites da prática religiosa do seu tempo: dispôs-se a ir à casa do pagão. Aprendamos com o pagão que Jesus elogiou: ele foi solidário com o seu empregado e foi humilde em reconhecer sua condição de pecador. Além disso, esse pagão demonstrou uma grande fé, sugerindo que Jesus apenas desse uma ordem e seu empregado ficaria curado. Fora do nosso grupo, pode haver gente levando a fé mais a sério do que nós. Aprendamos com eles.

Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ficamos encantados com teu espírito missionário. Desde o teu nascimento, vemos como os pagãos são acolhidos no caminho da salvação. São tantos exemplos nos evangelhos: a visita dos magos do oriente, aquela história da mulher siro-fenícia, da cananeia, das curas em território estrangeiro, essa história do empregado do centurião em Cafarnaum. E colocaste este pagão como exemplo a ser seguido por todos nós na sua solidariedade, na sua humildade e na sua fé. Ajuda-nos, Senhor, a acolher, sem discriminação, o bom exemplo de pessoas que não são do nosso grupo e da nossa tradição religiosa. E a vivermos a nossa fé com maior seriedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Repita, hoje, durante o dia, muitas vezes, inspirando-se no centurião de Cafarnaum, esta oração que dizemos antes da comunhão na Santa Missa: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo". 

Comunicando

Nesta altura do mês de dezembro, as instituições que vivem de doações, como a nossa, estendem as mãos para receberem uma oferta de final de ano. A Associação Missionária Amanhecer (AMA) pede o seu apoio. Use o PIX 81 9 9964-4899. Grato por estar conosco na missão.

Nesta semana, faço show no Recife, no dia 07, na festa do Morro da Conceição e em Grossos, Rio Grande do Norte, no dia 08, na festa da emancipação do município.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa!

 



28 de novembro de 2022

1ª Semana do Advento

EVANGELHO


Mt 8,5-11

Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Carfanaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. 7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!, e ele vai; e a outro: ‘Vem!, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!, e ele o faz”. 10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”.

MEDITAÇÃO


Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Nós fazemos um bom esforço para viver o evangelho de Jesus, para sermos fiéis ao que Deus tem nos ensinado. Ao menos, pensamos assim. O povo de Deus do tempo de Jesus também tinha essa ideia sobre si mesmo. Eles insistiam sempre no conhecimento que tinham do Deus verdadeiro e na exclusividade de serem o povo em aliança com Deus. Jesus, filho de Deus, encarnado naquele mundo religioso e cultural de Israel, também tinha em grande conta a história do povo eleito. Mas, aberto à realidade como ele era, experimentou em várias ocasiões como a fé deles era vivida de maneira egoísta e interesseira. E como, em nome da aliança com Deus, marginalizava-se gente de dentro e todos os de fora.

No evangelho de hoje, Jesus faz uma constatação que deve ter aborrecido muita gente do seu tempo: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”. O elogio foi feito ao comportamento de um pagão. No encontro que ele teve com o oficial romano, em Cafarnaum, este intercedeu em favor do seu empregado. Este oficial tinha a patente de centurião, tendo sob seu comando uma centena de soldados do império. Claro, era um estrangeiro, um pagão. Ele contou a Jesus que o seu empregado estava de cama, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus, judeu que era, segundo as regras religiosas de então, não podia entrar na casa dele, já que ele era um pagão. Passando por cima dessa barreira, Jesus se prontificou a ir à sua casa para curar o seu empregado. A resposta do pagão foi surpreendente: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa”. Foi uma palavra sincera, um reconhecimento de sua condição de pecador, de pagão. E mostrou sua grande fé quando acrescentou: “Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. E até comentou com Jesus sobre sua experiência de dar ordens aos seus soldados e aos seus servos, e de ser prontamente obedecido.

Diante da resposta do pagão, Jesus ficou admirado com a sua fé. Foi aí que ele disse aquela palavra tão surpreendente: “Nunca encontrei alguém que tivesse tanta fé em Israel”. E disse mais: “Eu lhes digo, muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa do reino dos céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Nessa palavra, Jesus está em sintonia com os profetas, como Isaías, que anunciaram, muitos séculos antes, que também as nações pagãs se integrariam ao povo santo, chegariam também como peregrinos ao monte da Casa do Senhor. Deus quer integrar no seu reino também os outros povos, toda a humanidade.




Guardando a mensagem

Para nós que estamos começando o tempo do advento, Jesus nos aponta, hoje, um exemplo a ser imitado. Jesus elogiou a fé do oficial pagão, dizendo que não tinha encontrado ainda uma fé tão grande no meio do seu povo. Com esse elogio, o centurião pagão está sendo colocado como exemplo a ser seguido por nós. É bom nos darmos conta que, fora do nosso grupo e de nossa tradição religiosa, há quem demonstre mais fé do que nós. E podemos e devemos aprender com eles. Aprendamos com Jesus, que teve uma atitude missionária, apesar dos limites da prática religiosa do seu tempo: dispôs-se a ir à casa do pagão. Aprendamos com o pagão que Jesus elogiou: ele foi solidário com o seu empregado e foi humilde em reconhecer sua condição de pecador. Além disso, esse pagão demonstrou uma grande fé, sugerindo que Jesus apenas desse uma ordem e seu empregado ficaria curado. Fora do nosso grupo, pode haver gente levando a fé mais a sério do que nós. Aprendamos com eles.

Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ficamos encantados com teu espírito missionário. Desde o teu nascimento, vemos como os pagãos são acolhidos no caminho da salvação. São tantos exemplos nos evangelhos: a visita dos magos do oriente, aquela história da mulher siro-fenícia, da cananeia, das curas em território estrangeiro, essa história do empregado do centurião em Cafarnaum. E colocaste este pagão como exemplo a ser seguido por todos nós na sua solidariedade, na sua humildade e na sua fé. Ajuda-nos, Senhor, a acolher, sem discriminação, o bom exemplo de pessoas que não são do nosso grupo e da nossa tradição religiosa. E a vivermos a nossa fé com maior seriedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Repita, hoje, durante o dia, muitas vezes, inspirando-se no centurião de Cafarnaum: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo".

Comunicando

Como todas as segundas-feiras, hoje é dia do programa Encontros no meu Canal do Youtube, começando às 20 horas. O programa de hoje está focado na novena da Imaculada Conceição que começa amanhã. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O BOM EXEMPLO DE JESUS E DO PAGÃO

Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).

02 de dezembro de 2019.
Nós fazemos um bom esforço para viver o evangelho de Jesus, para sermos fiéis ao que Deus tem nos ensinado. Ao menos, pensamos assim. O povo de Deus do tempo de Jesus também tinha essa ideia sobre si mesmo. Eles insistiam sempre no conhecimento que tinham do Deus verdadeiro e na exclusividade de serem o povo em aliança com Deus. Jesus, filho de Deus, encarnado naquele mundo religioso e cultural de Israel, também tinha em grande conta a história do povo eleito. Mas, aberto à realidade como ele era, experimentou em várias ocasiões como a fé deles era vivida de maneira egoísta e interesseira. E como, em nome da aliança com Deus, marginalizava-se gente de dentro e todos os de fora.
No evangelho de hoje, Jesus faz uma constatação que deve ter aborrecido muita gente do seu tempo: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”. O elogio foi feito ao comportamento de um pagão. No encontro que ele teve com o oficial romano, em Cafarnaum, este intercedeu em favor do seu empregado. Este oficial tinha a patente de centurião, tendo sob seu comando uma centena de soldados do império. Claro, era um estrangeiro, um pagão. Ele contou a Jesus que o seu empregado estava de cama, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus, judeu que era, segundo as regras religiosas de então, não podia entrar na casa dele, já que ele era um pagão. Passando por cima dessa barreira, Jesus se prontificou a ir à sua casa para curar o seu empregado. A resposta do pagão foi surpreendente: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa”. Foi uma palavra sincera, um reconhecimento de sua condição de pecador, de pagão. E mostrou sua grande fé quando acrescentou: “Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. E até comentou com Jesus sobre sua experiência de dar ordens aos seus soldados e aos seus servos, e de ser prontamente obedecido.
Diante da resposta do pagão, Jesus ficou admirado com a sua fé. Foi aí que ele disse aquela palavra tão surpreendente: “Nunca encontrei alguém que tivesse tanta fé em Israel”. E disse mais: “Eu lhes digo, muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa do reino dos céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Nessa palavra, Jesus está em sintonia com os profetas, como Isaías, que anunciaram, muitos séculos antes, que também as nações pagãs se integrariam ao povo santo, chegariam também como peregrinos ao monte da Casa do Senhor. Deus quer integrar no seu reino também os outros povos, toda a humanidade.






Guardando a mensagem
Para nós que estamos começando o tempo do advento, Jesus nos aponta, hoje, um exemplo a ser imitado. Jesus elogiou a fé do oficial pagão, dizendo que não tinha encontrado ainda uma fé tão grande no meio do seu povo. Com esse elogio, o centurião pagão está sendo colocado como exemplo a ser seguido por nós. É bom nos darmos conta que, fora do nosso grupo e de nossa tradição religiosa, há quem demonstre mais fé do que nós. E podemos e devemos aprender com eles. Aprendamos com Jesus, que teve uma atitude missionária, apesar dos limites da prática religiosa do seu tempo: dispôs-se a ir à casa do pagão. Aprendamos com o pagão que Jesus elogiou: ele foi solidário com o seu empregado e foi humilde em reconhecer sua condição de pecador.  Além disso, esse pagão demonstrou uma grande fé, sugerindo que Jesus apenas desse uma ordem e seu empregado ficaria curado. Fora do nosso grupo, pode haver gente levando a fé mais a sério do que nós. Aprendamos com eles.
Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Ficamos encantados com teu espírito missionário. Desde o teu nascimento, vemos como os pagãos são acolhidos no caminho da salvação. São tantos exemplos nos evangelhos: a visita dos magos do oriente, aquela história da mulher siro-fenícia, da cananeia, das curas em território estrangeiro, essa história do empregado do centurião em Cafarnaum. E colocaste este pagão como exemplo a ser seguido por todos nós na sua solidariedade, na sua humildade e na sua fé. Ajuda-nos, Senhor, a acolher, sem discriminação, o bom exemplo de pessoas que não são do nosso grupo e da nossa tradição religiosa.  E a vivermos a nossa fé com maior seriedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje, reze pela intenção geral de oração do Papa para este mês de dezembro, o futuro dos mais jovens: “Para que cada país tome as medidas necessárias para fazer do futuro dos mais jovens uma prioridade, sobretudo daqueles que estão sofrendo”.

Pe. João Carlos Ribeiro – 02 de dezembro de 2019.

O BOM EXEMPLO DE UM PAGÃO

Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).
03 de dezembro de 2018.
Nós fazemos um bom esforço para viver o evangelho de Jesus, para sermos fieis ao que Deus tem nos ensinado. Ao menos, pensamos assim. O povo de Deus do tempo de Jesus também tinha essa ideia sobre si mesmo. Eles insistiam sempre no conhecimento que tinham do Deus verdadeiro e na exclusividade de serem o povo em aliança com Deus. Jesus, filho de Deus, encarnado naquele mundo religioso e cultural de Israel, também tinha em grande conta a história do povo eleito. Mas, aberto à realidade como ele era, experimentou em várias ocasiões como a fé deles era vivida de maneira egoísta e interesseira. E como, em nome da aliança com Deus, marginalizava-se gente de dentro e todos os de fora.
No evangelho de hoje, Jesus faz uma constatação que deve ter aborrecido muita gente do seu tempo: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé”. O elogio foi feito ao comportamento de um pagão. No encontro que ele teve com o oficial romano, em Cafarnaum, este intercedeu em favor do seu empregado. Este oficial tinha a patente de centurião, tendo sob seu comando uma centena de soldados do império. Claro, era um estrangeiro, um pagão. Ele contou a Jesus que o seu empregado estava de cama, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus, judeu que era, segundo as regras religiosas de então, não podia entrar na casa dele, já que ele era um pagão. Ainda assim, Jesus se prontificou a ir à sua casa para curar o seu empregado. A resposta do pagão foi surpreendente: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa”. Foi uma palavra sincera, um reconhecimento de sua condição de pecador, de pagão. E mostrou sua grande fé quando acrescentou: “Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. E até comentou com Jesus sobre sua experiência de dar ordens aos seus soldados e aos seus servos, e de ser prontamente obedecido.
Diante da resposta do pagão, Jesus ficou admirado com a sua fé. Foi aí que ele disse aquela palavra tão surpreendente: “Nunca encontrei alguém que tivesse tanta fé em Israel”. E disse mais: “Eu lhes digo, muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa do reino dos céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Nessa palavra, Jesus está em sintonia com os profetas, como Isaías, que anunciaram, muitos séculos antes, que também as nações pagãs se integrariam ao povo santo, chegariam também como peregrinos no monte da casa do Senhor. Deus quer integrar no seu reino também os outros povos, toda a humanidade.
Guardando a mensagem
Para nós que estamos começando o tempo do advento, Jesus nos aponta, hoje, um exemplo a ser imitado. Jesus elogiou a fé do oficial pagão, dizendo que não tinha encontrado ainda uma fé tão grande no meio do seu povo. Com esse elogio, o centurião pagão está sendo colocado como exemplo a ser seguido por nós. É bom nos darmos conta que, fora do nosso grupo e de nossa tradição religiosa, há quem demonstre mais fé do que nós. E podemos e devemos aprender com eles. Aprendamos com Jesus, que teve uma atitude missionária, apesar dos limites da prática religiosa do seu tempo: dispôs-se a ir à casa do pagão. Aprendamos com o pagão que Jesus elogiou: ele foi solidário com o seu empregado, foi humilde em reconhecer sua condição de pecador; e demonstrou uma grande fé, sugerindo que Jesus dissesse apenas uma palavra, desse apenas uma ordem e seria obedecido, seu empregado ficaria curado. Fora do nosso grupo, pode haver gente levando a fé mais a sério do que nós. Aprendamos com eles.
Nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé (Mt 8, 10).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Ficamos encantados com teu espírito missionário. Desde o teu nascimento, vemos como os pagãos são acolhidos no caminho da salvação. Foi a visita dos magos do oriente, aquela história da mulher siro-fenícia, da cananeia, das curas em território estrangeiro, essa história do empregado do centurião em Cafarnaum. E colocaste este pagão como exemplo a ser seguido por todos nós na sua solidariedade, na sua humildade e na sua fé. Ajuda-nos, Senhor, a acolher, sem discriminação, o bom exemplo de pessoas que não são do nosso grupo e da nossa tradição religiosa.  E a vivermos a nossa fé com maior seriedade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Hoje, em seu momento pessoal de oração, reze pela intenção geral do Papa Francisco para este mês de dezembro: “para que as pessoas comprometidas com o serviço da transmissão da fé encontrem uma linguagem adaptada aos nossos dias no diálogo com as culturas”.

Pe. João Carlos Ribeiro – 03.12.2018

O SEGREDO DA ORAÇÃO


Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. (Lc 7, 6)
O segredo da verdadeira oração está na história da cura do servo do oficial romano (Lc 7,1-10). Veja que virtudes podemos perceber nessa bela história: são qualidades da verdadeira oração.
Os anciãos de Cafarnaum foram falar com Jesus em nome do oficial romano: ‘ele está pedindo que vá ver o empregado dele que está doente, é uma pessoa que ele quer muito bem’. Foi isso que moveu Jesus a sair em direção de sua casa: o oficial queria bem ao empregado.  Não foi porque ele fosse uma pessoa importante. Ou mesmo porque o oficial romano era uma pessoa bem quista na comunidade judaica da cidade, para a qual já tinha inclusive colaborado na construção da sinagoga. Ninguém tem méritos suficientes para merecer o favor de Deus. Deus não atende as preces de uma pessoa porque ela é rica, influente ou importante. Deus não olha pra isso. Jesus foi visitar o empregado à beira da morte, a pedido do oficial, porque este tinha demonstrado amor no coração, queria bem ao seu empregado. O amor, isso sim, é uma condição básica para a verdadeira oração. AMOR!
Jesus já estava chegando perto da casa, quando se encontrou com amigos do oficial que foram enviados para pedir que não fosse mais à casa dele. ‘E por que não?’ ‘Porque ele disse que não é digno que o senhor entre na casa dele. Ele acha que não tem esse merecimento. Nem de vir encontrá-lo no caminho, ele se acha digno’. Vejam que humildade! Ele era uma pessoa socialmente importante, chefe militar, romano. Mas, não se achou digno de receber Jesus. Nem de vir encontrá-lo na estrada. Dá pra lembrar a história que Jesus contou do fariseu e do publicano. Os dois foram rezar. Um se gabava de ser o bonzão, o praticante, desprezando o pecador. O publicano, batia no peito e implorava compaixão, porque era um pecador. O fariseu, arrogante. O pecador, humilde. O publicano foi atendido. O oficial romano foi humilde, considerou honra demais receber Jesus na sua casa. E sacrifício demais para Jesus, de ter que entrar na casa de um pagão. A humildade é outra condição importante para a oração. HUMILDADE!
O recado todo foi este: ‘Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Basta dizeres uma palavra para curá-lo, que ele será curado’. Fé, Fé! Jesus ficou admirado. ‘Ainda não encontrei uma fé tão grande no povo de Israel’. O romano não pertencia ao povo de Deus. E ainda assim, mostrou uma fé tão grande, não precisava nem da presença de Jesus, de gestos que o convencessem... bastaria uma palavra sua, uma ordem, uma manifestação do seu querer. A fé é isso: entregar-se nas mãos de Deus. Confiar inteiramente. Fé é o outro ingrediente necessário para a verdadeira oração. FÉ!
Vamos guardar a mensagem de hoje
Amor, Humildade e Fé. Esse é o segredo da verdadeira oração. Amor que faz a gente estar mais voltado para os outros do que para nós mesmos. Humildade que faz com que a gente reconheça a própria fraqueza e não pretenda obrigar Deus a fazer a nossa vontade, mas nós queiramos realizar a sua. Fé que nos coloca no lugar de filhos que em tudo depende do Pai, inteiramente, ternamente. Quer rezar pra valer? Então, aí está o segredo: amor, humildade e fé.

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