PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Hora de subir a Montanha.




  06 de agosto de 2024.  

Festa da Transfiguração do Senhor

  Evangelho.  

Mc 9,2-10

Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com uma sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.

  Meditação.  

E transfigurou-se diante deles (Mc 9, 2)

Você já subiu uma montanha? Bom, pelo menos um monte mais alto já, não é verdade.

A montanha é um símbolo do encontro com Deus. O homem busca Deus, como que subindo uma montanha. Quando chega ao ponto mais alto, tem uma visão deslumbrante. Nem lembra mais do cansaço da subida. É, em certa medida, um momento de transfiguração, de êxtase, de encantamento. Veja que em cima dos montes tem sempre uma igreja construída ou, pelo menos, um cruzeiro. Já reparou isso? A montanha é o lugar simbólico do encontro com Deus.

Na Bíblia, há também essa identificação da montanha com o fascinante encontro com Deus. Moisés, por exemplo, falou com Deus no monte Sinai. Houve lá o episódio da Sarça Ardente. Mas, também a entrega da Lei nas tábuas de pedra. No Monte Horeb (que é o mesmo Monte Sinai), também Elias falou com Deus. No monte Carmelo, o mesmo Elias desafiou centenas de sacerdotes pagãos. Ali, Deus mostrou quem era o Deus verdadeiro. A montanha é o lugar da manifestação de Deus. No Sinai, eram tantos relâmpagos e trovões que o povo lá em baixo quase morre de medo. Moisés desceu de lá com o rosto brilhando.

No evangelho da Transfiguração, lido, hoje, em Marcos, capítulo 9, está contado que Jesus subiu à montanha com Pedro, Tiago e João, três dos seus discípulos. Lá, eles tiveram uma experiência maravilhosa da manifestação de Jesus em sua condição gloriosa. E o que aconteceu na montanha? Ali, houve um profundo encontro com Deus, um momento de revelação da pessoa de Jesus. Jesus foi transfigurado diante deles, ficou com o rosto e as roupas brilhantes. E apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Depois, uma nuvem os cobriu e ouviram a voz de Deus: “Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu afeto. Ouçam-no!".

Subir a montanha é o que nós fazemos na Oração. No momento em que entramos profundamente na comunhão com Deus é como se nós chegássemos ao topo da montanha. Ali, podemos viver uma maravilhosa experiência com Deus. E quem pode nos conduzir assim à oração profunda e verdadeira? O acesso, o caminho já foi aberto por Jesus. E o Espírito Santo de Deus é quem nos conduz ao topo da montanha. Mas, ele conta com nossa docilidade, com nosso esforço em rezar com simplicidade e profundidade. Ficando só na superficialidade, rezando da boca pra fora, distraindo-nos com tudo ao nosso redor, dificilmente subimos à montanha. Ficamos no meio do caminho, não concluímos a subida. Quando alcançamos o topo, rezando de verdade, tudo se torna luminoso, nosso interior se enche de paz e de santa alegria. Ali, Deus nos fala, como pai. Ele nos aponta Jesus como nosso caminho, nos dá direção, discernimento, conforto. Ficamos até com a tentação de permanecer naquela situação, como os três apóstolos que queriam montar tendas para se fixarem por ali.

Depois da experiência lá no topo, precisamos descer a montanha, voltar à normalidade de nossa vida. Mas, voltamos reabastecidos, reanimados. O encontro com Jesus ressuscitado dá novo ânimo à nossa existência e às nossas lutas.




Guardando a mensagem

A montanha é uma imagem da experiência com Deus. Nesse encontro, fundamentalmente o Pai nos apresenta Jesus, seu filho amado. E faz isso, de maneira especial, através de sua Palavra. A Palavra de Deus, na visão dos três apóstolos na montanha, está representada por Moisés e Elias. O povo de Deus dava aos escritos sagrados o título de “Moisés e os Profetas”. Moisés representa a Lei, boa parte das Escrituras Sagradas. Elias representa os profetas, a outra parte das Escrituras. É a Palavra de Deus anunciada e compreendida que nos abre ao conhecimento da Pessoa de Jesus. Deus nos revela Jesus, de maneira especial, por meio de sua Palavra. O Espírito Santo é quem nos leva a compreender a Palavra e a estar em comunhão com Deus. Sem o Espírito Santo, não há oração verdadeira, não se sobe a montanha.

E transfigurou-se diante deles (Mc 9, 2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
subir à montanha é procurar o encontro com Deus pela oração. É na oração que o Pai nos revela quem és tu, Senhor. Ele nos diz que tu és o seu filho amado, aquele que ele enviou para nossa salvação. Na verdadeira oração, quando também escutamos e deixamos espaço para a palavra de Deus, o Pai nos revela quem somos nós, seus filhos amados. A oração é o lugar da tua transfiguração. E da nossa também. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reserve, hoje, um pouco mais de tempo para seu momento de oração. Na sua vida cristã, este momento pessoal de oração precisa ser diário. Na oração, encontramos forças para prosseguir o caminho da vida, com alegria e esperança.

Comunicando

Ontem, estreamos a programação noturna da AMA no rádio, chamada 'Noite de Paz'. Das dez da noite às seis da manhã, oração, reflexão e a boa música cristã, uma boa companhia. Está à disposição de qualquer emissora. Você pode ouvi-la na Rádio Amanhecer, no seu celular. 

Deixamos o encontro da Segunda Bíblica gravado no Youtube, para o caso de você não ter tido tempo de vê-lo ontem.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Acolhida, comida e esperança.

 



   05 de agosto de 2024.   

Segunda-feira da 18ª Semana do Tempo Comum



   Evangelho.   


Mt 14,13-21

Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

   Meditação.   


Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Como foi diferente o banquete de Jesus do banquete de Herodes! O banquete de Herodes é o texto que vem antes desta narração da multiplicação dos pães. As duas narrações estão interligadas. Jesus foi para um lugar deserto e afastado quando soube do que aconteceu com o profeta João Batista. Esta notícia, trazida pelos discípulos de João que sepultaram o seu corpo, mexeu profundamente com Jesus, claro. Além de seu primo, João o tinha batizado naquele movimento de renovação às margens do Rio Jordão. Quando ele tinha sido preso, conta o mesmo evangelho de São Mateus, Jesus tinha voltado para a Galileia, se transferido para Cafarnaum e começado a pregar abertamente. Agora, que soube de sua morte na corte de Herodes, em circunstâncias tão violentas, ele ficou muito abalado. E afastou-se para um lugar deserto.

A notícia do que tinha acontecido na corte do rei, em Tiberíades, circulou rapidamente no meio da população da Galileia. No banquete de aniversário, Herodes, dobrando-se ao capricho da esposa-cunhada, depois de um número de dança da sobrinha, mandou decepar a cabeça de João Batista no cárcere. Na presença dos convidados, foi apresentada a cabeça do profeta numa bandeja. Um banquete de violência onde o prato principal foi a morte do profeta de Deus, que tanta esperança tinha despertado no coração do povo. Um banquete de morte.

Não foi só Jesus que ficou triste. O povo também ficou chocado com o acontecido. E viu como Jesus tinha reagido, retirando-se para o deserto, com os discípulos. Por isso, de todo canto apareceu gente que foi ao encontro dele ou se antecipou à sua chegada. Ao desembarcar, Jesus já encontrou aquele povão todo. E encheu-se de compaixão por eles. Curou os que estavam doentes. E foi ficando com eles... Como já ia ficando tarde, os discípulos chamaram a sua atenção para que terminasse aquela reunião, para o povo voltar e encontrar o que comer pelas aldeias. Uma preocupação justa. Mas, Jesus recomendou que eles mesmos dessem um jeito. Mas, como dar um jeito, se eles só tinham cinco pães e dois peixes?! Seria o suficiente.

Realmente, daquela vez o povo não estava só atrás de benefícios para si. Estava chocado com os acontecimentos, vivendo quase um luto coletivo, solidário com Jesus, mas, ao mesmo tempo, sentindo-se consolado por ele. Mandá-los embora com fome, seria o contrário de tudo o que Jesus estava anunciando, com a proclamação da chegada do Reino de Deus. Assim, Jesus prepara o povo para uma grande refeição, um grande banquete, mandando o povo se sentar. O profeta Isaías tinha falado dessa fartura que Deus iria providenciar: “Vocês que não têm dinheiro, venham e comam!”. Um banquete de vida, Deus alimentando o seu povo, como no tempo do maná, também no deserto. Jesus pegou aquele pouco alimento e deu graças a Deus e começou a dividir os pães e depois os peixes e entrega-los aos discípulos que iam entregando ao povo. Um milagre da providência divina, a multiplicação dos pães e dos peixes. Todo mundo comeu e ficou satisfeito. Mandou ainda recolher as sobras em cestos.

O povo voltou para casa consolado pela atitude acolhedora e amorosa de Jesus, confortado por suas palavras e alimentado pelo pão abençoado, partido e distribuído por ele. Um banquete bem diferente do de Herodes. Lá, a corte celebrou a morte, sufocando a palavra de esperança que o profeta anunciava, pela qual convocava todos à conversão. No deserto, o povo celebrou a vida, no acolhimento de Jesus, em sua palavra de esperança e no pão repartido com todos.





Guardando a mensagem

Os encontros de multiplicação dos pães, nos evangelhos, nos prepararam para a Eucaristia, a Santa Missa. Na Santa Missa, celebramos o banquete da vida. O próprio Jesus acolhe com carinho o seu povo, conforta-o em suas necessidades, fala-lhes ao coração e o alimenta com o sacramento do seu próprio corpo e sangue. Continuamos a partir o pão, fazendo memória de sua vida entregue por nós, pão descido do céu para a vida do mundo. 

Eles não precisam ir embora. Vocês mesmos dêem-lhes de comer! (Mt 14, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós te bendizemos por tua proximidade, por tua encarnação. Tu és o Deus maravilhoso que se fez um de nós, participante de nossa história humana, companheiro de dores e alegrias. Em ti, experimentamos como é imenso o amor do Pai por nós. Naquele encontro no deserto, com aquele povo tão numeroso que te procurou, celebraste um banquete de vida, enchendo o seu coração de alegria e esperança. Assim, experimentaram que o Reino de Deus tinha chegado, vencendo o banquete de morte da corte de Herodes. Concede, Senhor, que em nossas celebrações eucarísticas experimentemos o acolhimento, a solidariedade, a comunhão contigo e com os irmãos, ao acolhermos tua santa palavra e comermos do mesmo pão que és tu mesmo, para nos fortalecer no caminho da vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Essa linda celebração de Jesus multiplicando os pães no deserto para o seu povo foi como uma preparação para a Santa Missa. A Santa Missa, que nós também chamamos de Celebração da Eucaristia, é a Última Ceia que Jesus celebrou com os seus discípulos na quinta-feira santa. O evangelho vai nos educando para sermos fiéis à participação ativa na Santa Missa dominical. 

Comunicando

Chamo a sua atenção para dois eventos nesta segunda feira. Primeiro evento: começa hoje a programação noturna 'Noite de Paz' produzida pela AMA - das 22 horas às 06 da manhã, reflexão, música e oração. Está à disposição das emissoras de rádio. É só fazer contato conosco pelo nosso whatsapp 81 3224-9284. Você pode acompanhar a "Noite de Paz' pela Rádio Amanhecer. É só baixar o aplicativo 'Rádio Amanhecer' no seu celular. Segundo evento: hoje é dia de Segunda Bíblica, estudando Ezequiel capítulo 22. Nosso encontro bíblico no Youtube começa às oito e meia da noite. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 



Senhor, dá-nos sempre deste pão.

 



   04 de agosto de 2024.   

18º Domingo do Tempo Comum

Dia do Padre 

   Evangelho  


Jo 6,24-35

Naquele tempo, 24quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”
26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?”
29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
30Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”.
35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.


   Meditação.   


Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33)

Neste domingo, Jesus tem um convite pra você. E pra mim, também. Ele nos estimula a buscar mais do que as coisas materiais. As coisas pelas quais tanto lutamos passam. Mas há alguma coisa mais importante que não passa. Nós nos esforçamos muito para conquistar a nossa sobrevivência. Tudo certo, diz Jesus. Maior esforço devemos fazer pelo que não passa, pela vida eterna que ele nos concede.

No coração das leituras desse domingo, está o pão, o pão com que o Pai nos alimenta. O próprio Jesus nos ensinou a pedir ao Pai o pão de cada dia. A sobrevivência é a nossa necessidade mais imediata. Mas, não só de pão vive o homem, ele mesmo explicou, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. A palavra do Senhor é verdadeiro alimento e dela precisamos para alimentar a nossa vida espiritual e para dar o sentido de nossa vida e de nossa luta pela sobrevivência.

No evangelho, falando ao povo que tinha participado da multiplicação dos pães, Jesus apresenta o pão do seu próprio corpo entregue como alimento, a sua própria vida. Este é o verdadeiro pão do céu, o alimento que nos comunica a vida eterna. O maná, com que Deus alimentou o seu povo no deserto, foi apenas um sinal, um sinal do verdadeiro pão do céu.

Foi na Última Ceia que o Senhor, comendo a páscoa com os apóstolos, lhes deu pão e vinho, como seu corpo e seu sangue. Na Ceia, na véspera de sua paixão, Jesus antecipou e consagrou a entrega de sua vida na cruz (corpo e sangue).  A Última Ceia foi a celebração de sua páscoa, isto é de sua paixão, morte e ressurreição. A Missa (que chamamos também de Santa Ceia ou de Eucaristia) é a celebração memorial de sua morte e ressurreição. Pelas palavras do Senhor proferidas pelo ministro ordenado (o padre ou o bispo) e pela presença santificadora do Espírito Santo, pão e vinho se tornam verdadeiramente corpo e sangue de Cristo. Corpo entregue, sangue derramado. 

O sacrifício do calvário, no qual o Senhor entregou sua vida ao Pai pela nossa redenção, é renovado na Santa Missa, é tornado perene, um louvor permanente ao Pai. Pela comunhão, nós acolhemos o Senhor Jesus que nos comunica a vida de Deus, a sua graça, o seu Espírito Santo.

Guardando a mensagem

Jesus, falando ao seu povo e, hoje, a nós, está nos pedindo que passemos do nível de quem está apenas preocupado com o pão da sobrevivência para o nível de quem está buscando o pão que é ele mesmo, sua Palavra e seu Corpo e Sangue. Buscar mais que o pão da sobrevivência. Buscar Jesus. Procurar ansiosamente sua Palavra e o Sacramento do seu Corpo e Sangue, a Eucaristia. Na Missa, a comunidade-igreja celebra o mistério da páscoa de Jesus, pela qual somos salvos. Pela comunhão, nos unimos intimamente a Cristo. Pela ação do Espírito Santo, a Eucaristia nos une num só corpo, nos faz povo do Senhor.

Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
sendo hoje o dia do padre, nos lembramos do seu importante serviço na comunidade cristã. Ele pastoreia o rebanho em teu nome, ele proclama a palavra para a edificação do teu povo, ele preside a celebração dos sacramentos de nossa fé. Na Santa Missa, durante a Oração Eucarística que ele reza, dá-se a consagração e a transubstanciação. Pelas tuas palavras, Senhor, e pelo dom do Espírito Santo, o pão não é mais pão. Substancialmente, é teu Corpo. E o vinho não é mais vinho. Só por fora é vinho. Substancialmente, é o teu Sangue. No final da Oração Eucarística, depois do nosso ‘Amém’, o padre faz uma solene proclamação: “Eis o mistério da fé!”. O mistério da fé é o mistério da tua morte redentora e de tua ressurreição renovados na Santa Missa. É linda essa palavra do padre “Eis o mistério da fé”. A gente não sabe nem o que dizer diante de tanta maravilha, de tanto amor. Aí a gente reza uma palavra de São Paulo: “Anunciamos, Senhor, a tua morte e proclamamos a tua ressurreição. Vem, Senhor Jesus!”. Senhor, que a Santa Missa deste domingo encha o nosso coração de alegria e nossa semana de bênçãos. Seja bendito o teu santo Nome, hoje e sempre. Amém
.  

Vivendo a palavra

Reze, hoje, várias vezes durante o dia o que povo respondeu a Jesus lá no deserto, depois que ele lhes falou do verdadeiro pão do céu: “Senhor, dá-nos sempre deste pão!”.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Somos profetas, com Jesus.

  



   03 de agosto de 2024   

Sábado da 17ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mt 14,1-12

1Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. 2Ele disse a seus servidores: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele”.
3De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa”. 5Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8Instigada pela mãe, ela disse: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista”. 9O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou para a sua mãe. 12Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.

   Meditação.   


Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)

Herodes ouviu falar de Jesus e ficou com medo. Ele tinha mandado matar o profeta João Batista. Suspeitou que Jesus fosse o Batista que tivesse ressuscitado. Pelo que ouviu falar de Jesus, tirou a conclusão: “É João Batista que voltou”.

Talvez Herodes tivesse certa razão.

Pensando bem, os profetas nem sempre eram bem quistos. Especialmente, gente da corte detestava esse tipo de gente. Os profetas tinham a missão de recordar ao povo a Aliança que tinham feito com Deus. Normalmente, denunciavam a infidelidade do povo e de seus líderes em relação à Aliança. Por isso, quase todos sofreram grande perseguição.

Amós, por exemplo, que foi profeta no tempo do Reino do Norte, foi “convidado” a sair do país, para não continuar incomodando o rei e o santuário. Mas, ele foi firme: “Eu estava no meu trabalho, cuidando do meu rebanho e do meu roçado, e Deus me mandou profetizar na casa de Israel” (Am 7), como quem diz “eu não estou aqui por minha conta. Estou fazendo o que Deus me encarregou de fazer”. O profeta Jeremias, no Reino do Sul, foi perseguido por todos os lados. Sua palavra desestabilizava as lideranças do país e o próprio Templo. Queriam condená-lo à morte. Firme também o profeta Jeremias: “Foi o Senhor quem me mandou profetizar contra esta Casa e contra a cidade” (Jr 26).

E você que está participando da Segunda Bíblica vai entender direitinho... O Profeta Ezequiel foi chamado por Deus a ser sentinela do seu povo, devia avisar sobre as consequências de sua má conduta e das escolhas equivocadas dos seus líderes. Foi, claro, mal-recebido, desconsiderado, destratado. Mas, o profeta não fala para agradar. Fala o que Deus lhe deu mandou falar.

Mas, havia, sempre, os que 'em nome de Deus' abençoavam o mau feito. Eram profetas da corte, comprometidos com o poder. Também no livro do profeta Ezequiel, como no de Jeremias, há uma forte denúncia dos falsos profetas, os que, para agradar, anunciavam visões que não tinham tido e prometiam em nome de Deus, o que ele não autorizara.

De certo modo, Herodes tinha razão. A atuação de Jesus se assemelhava a de um profeta. Quando ele perguntou aos discípulos o que povo dizia dele, a lista era de profetas: “eles dizem que o senhor é Elias, outros dizem que é Jeremias ou um dos profetas”.

O próprio Jesus alertou para se distinguir bem os profetas de Deus dos falsos profetas. Depois de proclamar bem-aventurados os perseguidos por causa do seu nome, mencionou os falsos profetas. Estes são os aplaudidos pelo mundo (Lc 6).

No evangelho de hoje, há uma aproximação entre a figura de João Batista e de Jesus. E assim se conta o que o rei Hrodes mandou fazer com o Batista, já nos preparando para o que fariam as autoridades de Jerusalém com o profeta Jesus.


Guardando a mensagem

O evangelho de hoje conta o que ocorreu a João Batista em consequência do seu ministério de profeta que convocou a todos à conversão em preparação da vinda do Messias. Ele realça o lado de profeta de Jesus. Nós que seguimos Jesus, quando fomos batizados nos unimos a ele, participando também de sua missão de profeta, de sacerdote e de pastor. Como profetas, proclamamos a palavra do Senhor que corrige o erro e acolhe o pecador arrependido. Somos profetas, com Jesus. 

Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
lemos no evangelho, que quando soubeste desta morte cruel do teu primo João Batista, voltaste da Judeia para a Galileia, para a tua região, onde tinham ocorrido esses episódios tão tristes. Não te deixaste intimidar. Pelo contrário, foi a oportunidade para começares a tua missão publicamente, pregando o Reino de Deus. É como quem diz, caiu um profeta, levanta-se outro. Senhor, teu exemplo é um grande ensinamento para nós. Ajuda-nos a não nos deixarmos paralisar pelo medo ou pela omissão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Preparando a sua participação na Missa deste domingo, dê uma olhada no evangelho de amanhã: Jo 6,24-35.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Deus ficou bem pertinho de nós.

 


   02 de agosto de 2024.   

Sexta-feira da 17ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho   


Mt 13,54-58

Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.


   Meditação.   


E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Jesus suscitou muita admiração. Mas, curioso, não foi aceito por todo mundo. A gente pode até identificar várias razões. Uns ficaram com inveja de sua popularidade; ou se sentiram ameaçados em suas posições de liderança. Outros perceberam que aceitá-lo seria mudar de vida, reconhecer o amor misericordioso de Deus em sua vida. No geral, podemos dizer, muita gente gostava de Jesus, o admirava, mas não foi capaz de dar o passo decisivo: crer em Jesus.

Jesus voltou à sua terra – Nazaré - e estava pregando na sinagoga. No início, todos estavam admirados com sua palavra simples e forte. Aos poucos, a reação passou da admiração à revolta. Acharam que, sendo ele uma pessoa crescida naquela comunidade, não podia ter aquela sabedoria toda, nem fazer milagres como diziam que ele fazia. Julgaram, então, que Jesus estivesse exorbitando, arvorando-se a ser quem não era. “Você não é um profeta coisa nenhuma!”, alguém deve ter gritado lá do fundo da sinagoga. Num certo momento, Jesus lamentou-se: “Um profeta só não é bem estimado em sua própria pátria e em sua família”. Eles não tinham fé. Jesus nem pode fazer os milagres que sempre fazia nessas ocasiões. Essa visita à sinagoga de Nazaré, segundo o evangelho de São Lucas, terminou mal. Jesus foi expulso da Sinagoga.

Afinal, não creram em Jesus, por quê? Aparentemente, porque conheciam a sua família. Só por isso? Começaram a dizer que ele era o filho do carpinteiro, que a mãe era dona Maria e os primos-irmãos dele eram Tiago, José, Simão e Judas. Não havia essa palavra ‘primo’ na linguagem deles; para eles primos, tios, sobrinhos eram ‘irmãos’. E as irmãs também moravam por ali, casadas com certeza. Primas, claro. Afinal, Jesus era uma pessoa conhecida, de uma família dali, gente da comunidade. E era isso que eles não engoliam. Não podiam admitir que Deus estivesse agindo por meio de uma pessoa assim de origem humilde, de um vilarejo sem importância... esse era o problema! Eles estavam contrários exatamente ao modo como Deus estava agindo, na dinâmica da encarnação.

A encarnação é a modalidade pela qual Deus enviou o seu filho, Deus como ele, nascido na carne. Nascido na ‘carne’ quer dizer nascido na fraqueza humana. Como disse Paulo, “nascido de uma mulher”. O povo de Nazaré reagiu contra a encarnação. Não aceitaram uma manifestação de Deus assim tão próxima deles.





Guardando a mensagem

A encarnação do Verbo é a verdade que desnorteia, que escandaliza o povo de Nazaré; e pessoas de hoje, também. Essa reação não está muito longe de nós. Tem muita gente que espera Deus agindo apenas lá de cima, sem passar pela fraqueza de pessoas aqui da terra e da terra dos pobres. Jesus ressuscitado conferiu a missão aos seus apóstolos e os enviou como seus missionários. Comunicou-lhes o seu Espírito e deu-lhes o seu poder. Assim, sua Igreja continua o seu ministério. Os pastores da Igreja, em nome de Cristo, continuam o seu ministério de perdoar, de ensinar, de conduzir... Os líderes das comunidades, os nossos pastores e todos os servidores do povo de Deus, homens e mulheres, em nome do Senhor, continuam orientando, evangelizando, abençoando. A atitude do povo de Nazaré se repete. Somos conhecidos, conhecem nossos pais e nossos irmãos, sabem de nossa origem humana e periférica, na maioria. Só na fé podem acolher o ministério de Jesus Salvador que exercitamos. Só na fé podem acolher a palavra que pregamos, em nome do Senhor. Sem a fé, correm o risco de fechar as portas para a graça que nós comunicamos.

E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé (Mt 13, 58).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
não foi fácil para os teus conterrâneos te acolherem como profeta e messias. É que eles estavam aguardando alguém que viesse de fora, dos círculos de poder, alguém que se mostrasse poderoso e superior. Mas, tu, de acordo com o teu Pai, vieste na humildade de um galileu daquela terra esquecida, com a sabedoria da convivência com o povo trabalhador e com a força da confiança em Deus. Tu, Deus verdadeiro, assumiste a condição humana e te expressaste na cultura do teu povo. Assim, nos ensinas a dar valor ao que somos e a valorizar os outros ao nosso redor. Agindo assim, abrimos o caminho para te reconhecer agindo na Igreja e por meio dela, esta comunidade humana e frágil que carrega a grandeza de tua palavra e a força de tua graça redentora. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Estamos começando o mês vocacional. Somos chamados a reconhecer as diversas formas de vida e de serviço na Igreja  (ordenados, consagrados e consagradas, leigos e leigas nas famílias, nas profissões, nos ministérios eclesiais); reconhecer e valorizar em todos eles o chamado de Deus e a missão que cada um, cada uma recebe a serviço do seu povo. Inspirando-se no evangelho de hoje, agradeça a Deus a vida e a missão dos ministros e servidores de sua comunidade. 

Comunicando

Neste mês de agosto, a AMA está completando 28 anos de serviço missionário nos meios de comunicação. Vamos celebrar essa data em três momentos: 1. A estreia da programação noturna 'Noite de Paz' à disposição das emissoras de rádio; 2. O Seminário de Salesianidade que vamos realizar na semana de 12 a 16; 3. A Missa de Ação de Graças do dia 16, transmitida pela Rede Vida.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Um grande contador de histórias.



   01 de agosto de 2024   

Quinta-feira da 17ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.     


Mt 13,47-53

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 47“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.
49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes. 51Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”.
52Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. 53Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.



      Meditação.     


Jesus perguntou: Vocês compreenderam tudo isso?” Eles responderam: “Sim” (Mt 13, 51)

Jesus anunciava o Reino de Deus. Era essa a mensagem que ele tinha a comunicar da parte de Deus. No evangelho de Mateus, que estamos lendo, ao invés de dizer Reino de Deus sempre se diz ‘Reino dos Céus’, seguindo o costume dos hebreus de não pronunciar o nome de Deus ou de fazer referência direta a ele, por temor e respeito.

Sobre o Reino de Deus, Jesus falou de muitos modos, mas sobretudo, contou parábolas, pequenas histórias, cheias de significado. Contando uma parábola, ele provocava as pessoas a pensar e a tirar suas conclusões. As parábolas são portadoras de maravilhosos ensinamentos sobre o Reino de Deus. Através delas, Jesus ia conduzindo os seus ouvintes a se deixarem envolver no mistério do Reino de Deus.

No capítulo 13 do evangelho de São Mateus, o evangelista reuniu sete parábolas sobre o Reino de Deus: a do semeador, a do joio e do trigo, a do grão de mostarda, a do fermento, a do tesouro escondido, a da pérola preciosa e a da rede de pescar. O texto de hoje retoma esta sétima parábola, a da rede de pescar, fechando essa série de parábolas ditas à beira mar, ele sentado na barca de Simão. Certamente, ele não contou tudo de uma vez.

A gente pode imaginar ele falando, pausadamente, com voz tranquila, contando essas histórias. Quando termina de contar uma parábola, fica olhando para as pessoas e espera a reação, pacientemente. E as pessoas começam a conversar entre si, comentando alguma coisa que tenha chamado sua atenção. “Mas, que agricultor bobo... foi semear num terreno cheio de espinhos, trabalho perdido, bem empregado”. “Ah, eu já acho esse agricultor muito simpático, ele queria todo o seu terreno bem aproveitado, não desprezou nenhum terreno”. “Você viu que teve lugar que deu 30%? Só 30%?”. E a conversa vai esquentando... Jesus fica olhando, sorrindo... quando o converseiro diminui, ele começa a contar outra parábola... “Ah, o Reino de Deus, que coisa maravilhosa, minha gente! É do jeito de um agricultor que passou a vida cavando a terra, dando duro, ganhando pouco, no sol quente o dia todo... mas, um dia, um dia, quando a enxada bateu no chão, ele sentiu um som diferente...parou... (todo mundo prende a respiração). Desceu a enxada de novo, com força... tem um negócio diferente aqui... e começou a cavar com cuidado... ele foi tirando a terra, cavando mais... não acreditou no que viu... (suspense) uma botija... (e o povo: oh, oh, uma botija), um tesouro escondido bem ali, um baú cheio de moedas de ouro ... E nem bem terminava a parábola, o povo já estava conversando, trocando ideias, rindo... e começando a entender... nós estamos descobrindo a botija de Jesus, o Reino de Deus. E a alegria ia tomando conta dos corações.

Acho que era assim. Ninguém mais esquecia uma história daquela. Quando chegava em casa, já ia contando pra quem não tivesse ido escutar o novo profeta. E já ia aplicando a sua mensagem. Com certeza, sempre inventava mais um pedaço, porque quem conta um conto, aumento um ponto. As parábolas envolviam, atraíam as pessoas para dentro do mistério do Reino. Jesus não falava como se estivesse fazendo uma palestra ou dando uma aula. Não, ele coloca o povo nas histórias, fazia deles personagens das parábolas. São eles o agricultor que semeou a semente, o pescador que estava pescando, o criador de ovelhas que perdeu uma, o comerciante que estava atrás de uma pérola especial, a dona de casa que fez o pão. Eles e a vida deles estão dentro das parábolas.




Guardando a mensagem

Nas sete parábolas do capítulo 13 do evangelho de São Mateus, podemos adentrar no mistério do Reino revelado aos simples e humildes. Nelas, estão luzes que iluminam profundamente a realidade da vida. Nelas, está um anúncio maravilhoso sobre o Reino. Podemos aprender que Deus quer a salvação de todos e que cada um precisa acolher a palavra de Deus como um bom terreno (parábola do semeador); que não se trata de fazer guetos de gente pura e santa, mas viver santamente no meio dos pecadores (parábola do joio e do trigo). Ninguém se iluda com grandeza, a semente pequenininha dá uma grande árvore (a parábola do grão de mostarda). Ninguém se intimide com maioria, cristão é fermento, não é massa (parábola do fermento). Quando você descobrir a beleza e a riqueza do amor de Deus, você vai investir tudo nisso, vai redirecionar toda a sua vida para ele (parábolas do tesouro escondido e da pérola preciosa). Quem encontrou o Reino de Deus, faz-se testemunha e anunciador dele para os outros, pescadores de gente (parábola da rede de pescar).

Jesus perguntou: Vocês compreenderam tudo isso?” Eles responderam: “Sim” (Mt 13, 51)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
com que amor estavas no meio do teu povo, ensinando, curando, libertando. Contar parábolas para falar das coisas de Deus foi um gesto de carinho e de delicadeza para com aquele povo sofrido. Não só te fizeste entender, mas despertaste pessoas para pensar, analisar, tirar conclusões. Acordaste sonhos, comunicaste amor, devolveste a alegria de viver. Não só o Reino estava sendo anunciado, o Reino estava sendo vivido como experiência de amor, de inclusão, de esperança. Ajuda-nos, Senhor, a realizar a obra da evangelização com grande amor e compromisso com o bem, a justiça, a verdade, expressões do reinado de Deus entre nós. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Abra sua Bíblia em Mateus, capítulo 13. Escolha uma das sete parábolas e a leia atentamente.

Comunicando

Neste mês de agosto, a AMA está completando 28 anos de serviço missionário nos meios de comunicação. Vamos celebrar essa data em três momentos: 1. A estreia da programação noturna 'Noite de Paz' à disposição das emissoras de rádio; 2. No Seminário de Salesianidade que vamos realizar na semana de 12 a 16; 3. Na Missa de Ação de Graças do dia 16, transmitida pela Rede Vida.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


A minha pérola.

  



   31 de julho de 2024.   

Dia de Santo Inácio de Loyola

   Evangelho.   


Mt 13,44-46

Naquele tempo disse Jesus à multidão: 44“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.

   Meditação.   


O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas (Mt 13, 45)

Jesus falava muito do Reino de Deus. Mas, muito mesmo. E para as pessoas entenderem melhor de que ele estava falando, recorria a comparações. Contava parábolas. Nas comunidades de Mateus, pela sensibilidade judaica que se tinha, evitava-se fazer referência direta a Deus. Então, em vez de Reino de Deus se dizia Reino dos Céus. O que seria o Reino de Deus? A gente vivendo no amor de Deus. Seria esta uma forma de dizer o que é o Reino. A gente vivendo no amor de Deus. A salvação que Deus nos oferece. A nossa comunhão com ele. Tudo isso aponta para o que é o Reino de Deus. Mas, Jesus não queria engessar o Reino de Deus numa definição. Contava parábolas para falar da riqueza e da beleza do Reino de Deus em nossa vida.

No evangelho de hoje, Jesus conta duas parábolas para falar do Reino de Deus: o tesouro e a pérola. Em cada uma, brilha algum aspecto do mistério do Reino de Deus. Vejamos.

O Reino de Deus é como um tesouro escondido no campo. O Reino é um dom, um presente do céu. O agricultor está trabalhando e dá com a enxada num tesouro escondido. Poderia ser uma botija, uma fortuna enterrada. Ou poderia ser um minério precioso. O tesouro estava ali. E ninguém sabia. Mas, agora o agricultor o descobriu. Mas, não basta descobrir. Para possuí-lo, ele precisa vender tudo o que tem para comprar aquele campo. Acolhe-se o Reino de Deus, colocando-o em primeiro lugar em nossa vida. Tudo o mais é reordenado em vista deste bem maior. O Reino é um dom, um tesouro escondido no campo.

O Reino de Deus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. Ele está à procura de uma pedra especial, algo no qual valha a pena investir tudo. E na sua procura, encontra uma pérola imensamente valiosa. A pérola já existia, e ele a encontrou. O Reino não é o resultado de nossa busca, de nossos sonhos, ele já existe. Mas, precisa ser buscado... “Buscai primeiro o Reino de Deus”, falou Jesus em outro momento. Por um lado, o Reino é um dom com que nós esbarramos na vida; por outro, é a resposta às nossas buscas, aos nossos anseios, aos nossos sonhos. Dom e Resposta. Mas, para que eu tome posse desta pedra preciosa, preciso renunciar a todas as outras, a tudo o que tenho, para que ela seja o valor maior da minha vida. Na verdade, para que eu seja dela.




Guardando a mensagem

Jesus chamava o projeto de salvação do Pai de Reino de Deus. E contava parábolas, fazendo as pessoas perceberem aspectos fulgurantes dessa realidade que ele estava inaugurando, o Reino de Deus. O Reino é Dom de Deus, nós nos deparamos com ele... ele está escondido como um tesouro na terra. O Reino é a Resposta de Deus aos nossos sonhos, aos nossos anseios mais profundos... como o comerciante que encontrou a pérola mais preciosa que tanto procurava. Nós não compramos o direito de possuir o Reino. Nós nos entregamos a ele, pela conversão. Renunciamos a tudo o mais para possuí-lo, ou melhor, para sermos dele. Você com certeza já descobriu o seu tesouro, já encontrou a sua pérola... é o Reino de Deus que chegou pra você pela presença de Jesus em sua vida. Ponha-o em primeiro lugar. Comece deixando de ser o centro da própria vida... renuncie a si mesmo para seguir Jesus. O mais, o mais, como ele disse, será dado por acréscimo.

O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas (Mt 13, 45)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
é verdade. A gente não pode se contentar em viver superficialmente. Como agricultores, precisamos cavar mais fundo. Ou como disseste aos pescadores: navegar em águas mais profundas. Cavando mais, isto é, procurando viver com mais profundidade, encontramos o tesouro que está ali nos esperando. O tesouro do Reino. Como comerciantes, não podemos nos contentar com bijuterias ou pedrinhas semi-preciosas. Para nós, está reservada a pedra mais preciosa. O Reino de Deus. Em tuas parábolas de hoje, aprendemos que para possuir este dom precioso do tesouro ou da pérola, nos entregamos com tudo o que temos e somos. Obrigado, Senhor, por nos revelares o Reino, por nos avisares que o Reino já está entre nós. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: Você já encontrou a pérola preciosa de que fala o evangelho?

Comunicando

Preparamos uma programação noturna na Rádio Amanhecer, das 10 da noite às 6 da manhã, com muitas propostas de reflexão, oração e música cristã. A programação chama-se "Noite de Paz". Além de escutar em seu celular, em qualquer lugar onde você esteja, seria interessante indicá-la a uma emissora de rádio do seu conhecimento. Para ouvi-la é só baixar Rádio Amanhecer na lojinha de aplicativos do seu celular.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Conviver com todo mundo, sem ser todo mundo.



  30 de julho de 2024  

Terça-feira da 17ª Semana do Tempo Comum

     Evangelho.     


Mt 13,36-43

Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41O Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.

     Meditação.      


Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos (Mt 13, 40)

O que é que a gente faz com tanta maldade nesse mundo? Não dá pra gente criar um mundo separado. Os fariseus tinham esse complexo. Eles se sentiam os santos e queriam viver apartados dos pecadores. Jesus ensinou que a gente precisa saber conviver com todo mundo, sem ser todo mundo. Precisamos aprender com Deus que é tolerante, paciente, lento em julgar. No livro do Êxodo tem essa apresentação de Deus: “Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que conserva a misericórdia por mil gerações, e perdoa culpas, rebeldias e pecados, mas não deixa nada impune” (Ex 33).

Jesus contou a parábola do joio e do trigo. Um homem semeou boa semente de trigo em seu campo. De noite, veio o inimigo e semeou o joio. Cresceram juntos, trigo e joio. Quando começaram a aparecer as espigas, notou-se que no meio do trigo havia o joio. Na verdade, não é fácil diferenciá-los. O joio tem cara de trigo. Mas, as espigas são diferentes. Os grãos do joio não são bem organizados na espiga como os do trigo e são venenosos. Os empregados queriam arrancá-lo. Mas, o proprietário não deixou. Isso afetaria gravemente o trigo. É que as raízes do joio são rasteiras e saem se entrecruzando com as do trigo. Deixassem chegar o tempo da colheita. Aí, sim, arrancariam primeiro o joio e o queimariam. E recolheriam o trigo no celeiro.

Jesus, à parte, em casa, com os discípulos deu uma explicação a essa parábola. O homem que semeia a boa semente é ele mesmo, Jesus. O trigo são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao maligno. No fim dos tempos, os anjos farão a ceifa. E cada um terá o seu destino: os maus para o fogo eterno, os justos para a glória.

Uma primeira lição é nos precaver, vigiando para que a nossa plantação não seja infectada pelo joio. O inimigo age na calada da noite, "enquanto todos dormem", como Jesus contou na parábola. A semente boa tinha sido plantada durante o dia. Plantar durante o dia, ótimo, mas vigiar também para que, de noite, não venha o inimigo e infiltre o joio na plantação. É preciso estar vigilante também durante a noite. O dia pode representar a clareza e a transparência com que a gente precisa agir. Quando a coisa é pública, é comunicada, é acompanhada por outros, o mal fica com menos chance. Coisas escondidas, conversas à meia voz, segredinhos... são campo fértil para a ação do inimigo. Claro, uma coisa é o direito à privacidade. Outra, a ação às escondidas acobertada pela mentira, pela falsidade, pela impunidade. É aí que o mal se infiltra, que o inimigo semeia o joio em nossa plantação.

Uma segunda lição é, que neste mundo, vivemos misturados joio e trigo. Não é o caso de adotarmos o jeito fariseu de querer viver separados, de formarmos guetos cristãos. Somos fermento na massa. Mesmo vivendo com todo mundo, não podemos ser todo mundo. Os valores do Reino é que nos guiam, não os valores do mundo. Jesus mesmo pediu, em prece, ao Pai, na última ceia, que não nos tirasse do mundo, mas nos livrasse do maligno. O nosso lugar é o mundo mesmo, junto com o joio. Mas, não para nos tornarmos joio, mas antes para ajudar o joio a dar bons frutos, não frutos venenosos. De toda forma, Deus é quem é o juiz. Assim, já sabemos que o fim do joio é muito ruim. Para o celeiro, só vai o trigo.




Guardando a mensagem

O mal existe. O diabo ainda não se aposentou. Nem está de férias. E tem muitos assessores. E aproveita quando o agricultor dorme, para plantar sua semente ruim na sua vida, na vida de sua família, em sua comunidade. É preciso vigilância. O mundo é movido por muitos interesses, nem todos eles legítimos. A parábola do joio e do trigo também nos estimula a tomar distância de coisas escondidas, de situações dúbias, de escolhas duvidosas em situações de pouca clareza. Outra lição desta parábola é a necessidade de, mesmo vivendo próximos joio e trigo, continuarmos a ser trigo, não nos deixando influenciar pelo mal. Como fermento na massa, sejamos nós a influenciar em favor do bem, da justiça, da paz, da fraternidade.

Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos (Mt 13, 40)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu nos ensinaste a rezar, no Pai Nosso, “Livrai-nos do mal”. Ajuda-nos, Senhor, a estar vigilantes para que o inimigo não semeie joio na nossa plantação de trigo, na nossa família, na nossa comunidade. Ensina-nos a conviver com quem é joio, sem exclui-lo, mas sem imitá-lo ou deixar-nos cooptar pela desonestidade, pela infidelidade, por suas más ações. Antes, sejamos capazes de ajudá-los a dar frutos bons, antes que chegue o dia final da colheita. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você está conseguindo conviver bem com pessoas que não pensam como você? que não crêem como você? Pense nisso.

Comunicando

Parece que você não viu a Segunda Bíblica de ontem. Como foi o início do um novo módulo, fizemos um repasse do estudo feito até agora sobre o Profeta Ezequiel. A ideia é facilitar a chegada de novas pessoas para acompanhar o estudo. Minha sugestão é que você considere acompanhar esse encontro semanal da Palavra de Deus. E, possivelmente, entrar em um dos grupos de estudo. Bom, o encontro de ontem ficou gravado no Youtube. A decisão é sua. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Os quatro passos de Marta.



   29 de julho de 2024.   

Dia dos Santos Marta, Maria e Lázaro, 
discípulos e amigos de Jesus


   Evangelho.   



Jo 11,19-27


Naquele tempo, 19muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa.

21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”.

25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.


   Meditação.   


Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele (Jo 11, 20).


Na Igreja, hoje estamos festejando os irmãos Marta, Maria e Lázaro, discípulos do Senhor. Marta é a figura de uma cristã cheia de fé, especialmente nos momentos de maior dificuldade e sofrimento. O caminho de fé de Marta é o caminho de fé da comunidade cristã e de cada um de nós.


Marta - você lembra dela - é a irmã de Maria e de Lázaro, amigos de Jesus que moravam em Betânia. Maria é aquela que ficou sentada aos pés de Jesus, escutando seu ensinamento, enquanto Marta ocupava-se dos afazeres da casa, lembra?! Na cena de hoje, Marta foi ao encontro de Jesus quando ele estava chegando e Maria ficou em casa, sentada.


Bom, tinha acontecido uma coisa muito triste. Lázaro tinha morrido. Elas, suas irmãs, tinham mandado chamar Jesus quando ele ainda estava gravemente enfermo. Mas, Jesus não apareceu. Quando ele veio chegar, Lázaro já estava morto há quatro dias. A cena é essa: Jesus está chegando... Marta vai ao encontro dele, antes dele visitar o túmulo do amigo.


Vamos prestar atenção nas quatro coisas que Marta disse a Jesus:


A primeira palavra de Marta foi essa: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Na verdade, isso é uma queixa, porque Jesus demorou a ir ver o seu amigo. Elas contavam que Jesus o curasse da doença. Nós também passamos por momentos de muita dificuldade. Clamamos por Deus. Às vezes, parece que ele não vem nos socorrer. Nossa oração toma então um tom de reclamação.


Vamos à segunda palavra de Marta: “Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. Uma palavra que mostra sua confiança no poder de Deus que opera em Jesus. Seu coração está aberto à ação de Deus. Mesmo não sendo prontamente atendidos como pretendíamos, manifestamos ao Senhor nossa confiança. Confiamos nele. Não entendemos os seus planos, mas confiamos nele.


A terceira palavra de Marta no diálogo com Jesus foi essa: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. Ela tem a crença que boa parte do seu povo tem: no último dia, haverá a ressurreição dos mortos. Sabe que Deus agirá no tempo dele. Nós também temos uma fé como a de Marta. Acreditamos que Deus é Senhor de tudo e, lá no fim da história, vai realizar todas as suas promessas.


A quarta e última palavra de Marta foi impressionante. “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. É uma bela afirmação de sua fé. Reconhece que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, o prometido. Ela está dizendo que crê em Jesus que está ali presente, a revelação plena do Pai. Jesus tinha lhe dito: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais”. Ela confessa sua fé em Jesus, que está ali diante dela. O dom de Deus é não só para o final de nossa jornada. O dom de Deus, em Cristo, é já para hoje. Ele é a ressurreição e a vida.


Marta fez o caminho da fé, os quatro passos. Está pronta para o sinal da ressurreição do seu irmão Lázaro.





Guardando a mensagem


Marta é uma discípula de Jesus. O seu caminho de fé é também o caminho de cada cristão, o nosso caminho. No seu caminho de fé, ela deu quatro passos no seu encontro com Jesus: passou da queixa para a confiança nele; e de uma fé genérica para uma fé pessoal em Jesus Salvador. Que bom que você possa percorrer esse mesmo itinerário: da queixa passar à confiança em Jesus; da fé genérica passar a uma adesão pessoal a Jesus Salvador. Nele, manifestou-se a vida de Deus.


Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele (Jo 11, 20).


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

como Marta, que perdeu seu irmão Lázaro, nós também passamos pela perda de um ente querido. É uma dor profunda, uma tristeza muito grande que se experimenta, sobretudo se se tratar de um pai, de uma mãe ou de um filho ou filha. Em muitas situações, rogou-se ardorosamente pela cura daquela pessoa e o milagre aparentemente não aconteceu. Perdoa, Senhor, se não compreendemos os teus desígnios. Essa vida biológica que nos deste se esgota com o tempo. Mas, a vida que nos deste não termina na morte do corpo. Olhamos para ti, Jesus, e contemplamos a tua ressurreição. Cremos que venceste a morte e estás vivo e ressuscitado. Cremos na ressurreição da carne. Como tu, seremos ressuscitados para vivermos sempre contigo, na comunhão do Pai e do Santo Espírito. Sabemos, na fé, que a ressurreição será plena e total, quando chegar o dia da ressurreição da carne, na tua volta. Queremos viver, Senhor, nessa fé. E acompanhar, na oração, os que partiram. Recebe a todos eles na tua santa morada. E conforta os corações sofridos pela ausência dos seus entes queridos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Reze, hoje, pelos seus falecidos. E, aparecendo oportunidade conforte alguém enlutado, com as palavras da fé.


Comunicando


Começa hoje o Módulo III do nosso estudo bíblico sobre o Livro do Profeta Ezequiel. Mesmo quem não participou dos módulos anteriores, vai poder começar agora. O módulo começa com um repasse dos estudos feitos até o presente. Nosso encontro da Segunda Bíbica, é no Youtube, no Canal Padre Joao Carlos e começa às oito e meia da noite. Vou esperar por você.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Postagem em destaque

O amor passa a vida a limpo.

06 de junho de 2025    Sexta-feira da 7ª Semana da Páscoa.          Evangelho.       Jo 21,15-19 Jesus manifestou-se aos seus discípulos 15e...

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