PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: 2-10
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Hora de subir a Montanha.




  06 de agosto de 2024.  

Festa da Transfiguração do Senhor

  Evangelho.  

Mc 9,2-10

Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com uma sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.

  Meditação.  

E transfigurou-se diante deles (Mc 9, 2)

Você já subiu uma montanha? Bom, pelo menos um monte mais alto já, não é verdade.

A montanha é um símbolo do encontro com Deus. O homem busca Deus, como que subindo uma montanha. Quando chega ao ponto mais alto, tem uma visão deslumbrante. Nem lembra mais do cansaço da subida. É, em certa medida, um momento de transfiguração, de êxtase, de encantamento. Veja que em cima dos montes tem sempre uma igreja construída ou, pelo menos, um cruzeiro. Já reparou isso? A montanha é o lugar simbólico do encontro com Deus.

Na Bíblia, há também essa identificação da montanha com o fascinante encontro com Deus. Moisés, por exemplo, falou com Deus no monte Sinai. Houve lá o episódio da Sarça Ardente. Mas, também a entrega da Lei nas tábuas de pedra. No Monte Horeb (que é o mesmo Monte Sinai), também Elias falou com Deus. No monte Carmelo, o mesmo Elias desafiou centenas de sacerdotes pagãos. Ali, Deus mostrou quem era o Deus verdadeiro. A montanha é o lugar da manifestação de Deus. No Sinai, eram tantos relâmpagos e trovões que o povo lá em baixo quase morre de medo. Moisés desceu de lá com o rosto brilhando.

No evangelho da Transfiguração, lido, hoje, em Marcos, capítulo 9, está contado que Jesus subiu à montanha com Pedro, Tiago e João, três dos seus discípulos. Lá, eles tiveram uma experiência maravilhosa da manifestação de Jesus em sua condição gloriosa. E o que aconteceu na montanha? Ali, houve um profundo encontro com Deus, um momento de revelação da pessoa de Jesus. Jesus foi transfigurado diante deles, ficou com o rosto e as roupas brilhantes. E apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Depois, uma nuvem os cobriu e ouviram a voz de Deus: “Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu afeto. Ouçam-no!".

Subir a montanha é o que nós fazemos na Oração. No momento em que entramos profundamente na comunhão com Deus é como se nós chegássemos ao topo da montanha. Ali, podemos viver uma maravilhosa experiência com Deus. E quem pode nos conduzir assim à oração profunda e verdadeira? O acesso, o caminho já foi aberto por Jesus. E o Espírito Santo de Deus é quem nos conduz ao topo da montanha. Mas, ele conta com nossa docilidade, com nosso esforço em rezar com simplicidade e profundidade. Ficando só na superficialidade, rezando da boca pra fora, distraindo-nos com tudo ao nosso redor, dificilmente subimos à montanha. Ficamos no meio do caminho, não concluímos a subida. Quando alcançamos o topo, rezando de verdade, tudo se torna luminoso, nosso interior se enche de paz e de santa alegria. Ali, Deus nos fala, como pai. Ele nos aponta Jesus como nosso caminho, nos dá direção, discernimento, conforto. Ficamos até com a tentação de permanecer naquela situação, como os três apóstolos que queriam montar tendas para se fixarem por ali.

Depois da experiência lá no topo, precisamos descer a montanha, voltar à normalidade de nossa vida. Mas, voltamos reabastecidos, reanimados. O encontro com Jesus ressuscitado dá novo ânimo à nossa existência e às nossas lutas.




Guardando a mensagem

A montanha é uma imagem da experiência com Deus. Nesse encontro, fundamentalmente o Pai nos apresenta Jesus, seu filho amado. E faz isso, de maneira especial, através de sua Palavra. A Palavra de Deus, na visão dos três apóstolos na montanha, está representada por Moisés e Elias. O povo de Deus dava aos escritos sagrados o título de “Moisés e os Profetas”. Moisés representa a Lei, boa parte das Escrituras Sagradas. Elias representa os profetas, a outra parte das Escrituras. É a Palavra de Deus anunciada e compreendida que nos abre ao conhecimento da Pessoa de Jesus. Deus nos revela Jesus, de maneira especial, por meio de sua Palavra. O Espírito Santo é quem nos leva a compreender a Palavra e a estar em comunhão com Deus. Sem o Espírito Santo, não há oração verdadeira, não se sobe a montanha.

E transfigurou-se diante deles (Mc 9, 2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
subir à montanha é procurar o encontro com Deus pela oração. É na oração que o Pai nos revela quem és tu, Senhor. Ele nos diz que tu és o seu filho amado, aquele que ele enviou para nossa salvação. Na verdadeira oração, quando também escutamos e deixamos espaço para a palavra de Deus, o Pai nos revela quem somos nós, seus filhos amados. A oração é o lugar da tua transfiguração. E da nossa também. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reserve, hoje, um pouco mais de tempo para seu momento de oração. Na sua vida cristã, este momento pessoal de oração precisa ser diário. Na oração, encontramos forças para prosseguir o caminho da vida, com alegria e esperança.

Comunicando

Ontem, estreamos a programação noturna da AMA no rádio, chamada 'Noite de Paz'. Das dez da noite às seis da manhã, oração, reflexão e a boa música cristã, uma boa companhia. Está à disposição de qualquer emissora. Você pode ouvi-la na Rádio Amanhecer, no seu celular. 

Deixamos o encontro da Segunda Bíblica gravado no Youtube, para o caso de você não ter tido tempo de vê-lo ontem.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O pai que sacrificou o filho.

 


   25 de fevereiro de 2024.   

2º Domingo da Quaresma

   Evangelho.   


Mc 9,2-10

Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram essa ordem, mas comentavam entre si o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.

   Meditação.   


Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz!” (Mc 9, 7)

Se você for pai ou mãe, vai ter uma sensibilidade especial para entender o evangelho de hoje. Você ama seus filhos. Sacrifica-se por eles. Você os gerou, os alimentou, educa-os cada dia. Você sofre quando algum filho seu está desempregado ou está sendo maltratado por alguém. Você fica muito triste quando seu filho adoece ou está em perigo de vida. Pelos seus filhos, você faz tudo, não é verdade? Deles, você só espera respeito, obediência, amor. 

Deus, o Pai, tem um filho. Um filho gerado antes de todos os tempos. Um filho amado. Tudo que Deus fez, desde a criação do mundo, foi inspirado no seu filho. Homens e mulheres saímos à sua imagem e semelhança. E como nos afastamos dele pelo pecado, Deus enviou o seu filho amado para estar conosco e nos reconduzir à sua amizade. Pela nossa resistência e rejeição, Deus chegou ao ponto de entregar seu filho à morte para nos trazer a vida. Tiramos logo uma conclusão: Deus nos ama demais. E, por nós, não poupou o seu filho amado. Que mistério tão grande!

Na liturgia deste segundo domingo da quaresma, temos duas cenas muito especiais. A primeira é do livro do Gênesis (Gn 22). Abraão vai oferecer o seu filho único, em sacrifício. A sua obediência é fonte de bênçãos para todas as nações. A segunda é do evangelho de Marcos (Mc 9). Deus vai oferecer o seu filho único, em sacrifício. A obediência do filho é fonte de vida e ressurreição para a humanidade. 

No livro do Gênesis, Deus pede a Abraão para sacrificar-lhe o seu filho único, o filho que ele tanto amava, Isaac. Abraão já idoso tinha passado a vida aguardando a promessa de Deus de lhe dar esse filho. Mesmo assim, ele sobe um monte na terra de Moriá, acompanhado do filho e de dois servos para oferecer o sacrifício. A partir de certo ponto, é o seu filho Isaac que carrega a lenha para o sacrifício. E ele até pergunta onde está o carneiro para o holocausto. No monte, Abraão ergue um altar, dispõe a lenha para o fogo, amarra o filho e vai sacrificá-lo com um cutelo. Deus interrompe o sacrifício. Abraão não recusou seu filho único, filho a quem tanto amava. Em seu lugar, foi oferecido um carneiro. O verdadeiro sacrifício foi sua obediência a Deus. Por isso, em sua descendência, todas as nações da terra seriam abençoadas. 

No evangelho, hoje em Marcos, Jesus sobe à montanha, levando consigo três dos seus discípulos. Um dia subirá o monte Calvário. Ele mesmo carregará o madeiro, a cruz. Será desnudo e amarrado para o sacrifício, como Isac. O verdadeiro sacrifício é, antes de tudo, a sua obediência ao Pai. “Cumpra-se antes a tua vontade do que a minha”, rezara no Jardim das Oliveiras, na noite de sua prisão. 

Um pouco antes desse texto, Jesus tinha feito o primeiro anúncio da paixão. Sofreria muito, seria rejeitado e morto, e ressuscitaria ao terceiro dia. No monte da transfiguração, os discípulos têm uma visão da glória de Jesus, quase uma antecipação de sua ressurreição. Eles o veem transfigurado, com vestes muito alvas, conversando com Moisés e Elias. Moisés e Elias são personagens que evocam as Escrituras Sagradas (a Lei e os Profetas). Como na história de Abraão, ali também ouve-se a voz de Deus. O Pai apresenta o filho: “Este é o meu filho amado, escutem o que ele diz”. 

A carta aos Romanos (Rm 8) resume tudo: “Deus não poupou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós”. Então, no monte, lembrando-nos da história de Abraão que não recusou seu único e amado filho, contemplamos o Pai que não poupou seu filho, mas o entregou por todos nós. E esta entrega, a do Pai e do Filho, é que nos trazem a vida nova, a reconciliação, a salvação. A ressurreição será o desfecho dessa história de amor e entrega. Em seu nome, será anunciada a salvação a todos os povos (Cf. Lc 24,47)





Guardando a mensagem

Neste domingo, ao lado da transfiguração do Senhor, podemos acolher uma importante revelação sobre o Pai. Por amor, ele não poupou o seu próprio filho, mas o entregou por todos nós. No monte, nós discípulos nos damos conta do alcance redentor do sacrifício do filho, cordeiro de Deus, que nos traz vida e salvação. Contemplando-o transfigurado, nos preparamos para reconhecê-lo na humilhação de sua paixão e cruz. No servo sofredor, desfigurado pela maldade e pela violência dos homens, reconhecemos o Cristo transfigurado em sua ressurreição, habitado plenamente pela glória de Deus. De maneira especial, hoje, acolhemos a recomendação que o Pai está nos fazendo: reconhecer Jesus, como seu filho amado e escutar o seu evangelho. 

Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz!” (Mc 9, 7)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
em tua transfiguração no monte, contemplamos, de maneira especial, o imenso amor de Deus, teu pai e nosso pai, teu Deus e nosso Deus. Ele não poupou a ti, seu filho amado, mas te entregou em sacrifício por todos nós. No sacrifício de tua cruz, em tua santa obediência, redimiste o mundo do pecado e venceste tudo o que se opõe ao projeto do reino de Deus. Por isso, como escreveu Paulo, na carta aos Filipenses, “ele te exaltou e te deu um nome que está acima de todo nome”. Ele te ressuscitou e te colocou à sua direita. É o Pai que, hoje, está nos convidando a acolher-te, a amar-te, a escutar o teu evangelho. Hoje, te contemplamos na transfiguração, como que antecipando a visão de tua ressurreição. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em nossa caminhada quaresmal, hoje é o 11º. dia. E o passo de hoje pode muito bem ser este: Amar o nosso Deus e Pai. Ele entregou seu filho amado em sacrifício para que vivêssemos reconciliados com ele e entre nós. E, com diz Paulo na carta aos romanos, “se Deus é por nós, quem será contra nós?”

Comunicando

Peço-lhe uma Ave-Maria, pedindo a proteção da Virgem sobre o evento que vamos realizar hoje à tarde: o Show de lançamento do meu novo álbum musical. Seja tudo para a glória de Deus e o bem espiritual do seu povo. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A ORAÇÃO É O NOSSO ENCONTRO COM A GLÓRIA DE DEUS



06 de agosto de 2021

Festa da Transfiguração do Senhor

EVANGELHO


Mc 9,2-10

Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com uma sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.

MEDITAÇÃO


E transfigurou-se diante deles (Mc 9, 2)

Você já subiu uma montanha? Bom, pelo menos um monte mais alto já, não é verdade.

A montanha é um símbolo do encontro com Deus. O homem busca Deus, como que subindo uma montanha. Quando chega ao ponto mais alto, tem uma visão deslumbrante. Nem lembra mais do cansaço da subida. É, em certa medida, um momento de transfiguração, de êxtase, de encantamento. Veja que em cima dos montes tem sempre uma igreja construída ou, pelo menos, um cruzeiro. Já reparou isso? A montanha é o lugar simbólico do encontro com Deus.

Na Bíblia, há também essa identificação da montanha com o fascinante encontro com Deus. Moisés, por exemplo, falou com Deus no monte Sinai. Houve lá o episódio da Sarça Ardente. Mas, também a entrega da Lei nas tábuas de pedra. No Monte Horeb (que é o mesmo Monte Sinai), também Elias falou com Deus. No monte Carmelo, o mesmo Elias desafiou centenas de sacerdotes pagãos. Ali, Deus mostrou quem era o Deus verdadeiro. A montanha é o lugar da manifestação de Deus. No Sinai, eram tantos relâmpagos e trovões que o povo lá em baixo quase morre de medo. Moisés desceu de lá com o rosto brilhando.

No evangelho da Transfiguração, lido, hoje, em Marcos, capítulo 9, está contado que Jesus subiu à montanha com Pedro, Tiago e João, três dos seus discípulos. Lá, eles tiveram uma experiência maravilhosa da manifestação de Jesus em sua condição gloriosa. E o que aconteceu na montanha? Ali, houve um profundo encontro com Deus, um momento de revelação da pessoa de Jesus. Jesus foi transfigurado diante deles, ficou com o rosto e as roupas brilhantes. E apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Depois, uma nuvem os cobriu e ouviram a voz de Deus: “Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu afeto. Ouçam-no!".

Subir a montanha é o que nós fazemos na Oração. No momento em que entramos profundamente na comunhão com Deus é como se nós chegássemos ao topo da montanha. Ali, podemos viver uma maravilhosa experiência com Deus. E quem pode nos conduzir assim à oração profunda e verdadeira? O acesso, o caminho já foi aberto por Jesus. E o Espírito Santo de Deus é quem nos conduz ao topo da montanha. Mas, ele conta com nossa docilidade, com nosso esforço em rezar com simplicidade e profundidade. Ficando só na superficialidade, rezando da boca pra fora, distraindo-nos com tudo ao nosso redor, dificilmente subimos à montanha. Ficamos no meio do caminho, não concluímos a subida. Quando alcançamos o topo, rezando de verdade, tudo se torna luminoso, nosso interior se enche de paz e de santa alegria. Ali, Deus nos fala, como pai. Ele nos aponta Jesus como nosso caminho, nos dá direção, discernimento, conforto. Ficamos até com a tentação de permanecer naquela situação, como os três apóstolos que queriam montar tendas para se fixarem por ali.

Depois da experiência lá no topo, precisamos descer a montanha, voltar à normalidade de nossa vida. Mas, voltamos reabastecidos, reanimados. O encontro com Jesus ressuscitado dá novo ânimo à nossa existência e às nossas lutas.

Guardando a mensagem

A montanha é uma imagem da experiência com Deus. Nesse encontro, fundamentalmente o Pai nos apresenta Jesus, seu filho amado. E faz isso, de maneira especial, através de sua Palavra. A Palavra de Deus, na visão dos três apóstolos na montanha, está representada por Moisés e Elias. O povo de Deus dava aos escritos sagrados o título de “Moisés e os Profetas”. Moisés representa a Lei, boa parte das Escrituras Sagradas. Elias representa os profetas, a outra parte das Escrituras. É a Palavra de Deus anunciada e compreendida que nos abre ao conhecimento da Pessoa de Jesus. Deus nos revela Jesus, de maneira especial, por meio de sua Palavra. O Espírito Santo é quem nos leva a compreender a Palavra e a estar em comunhão com Deus. Sem o Espírito Santo, não há oração verdadeira, não se sobe a montanha.

E transfigurou-se diante deles (Mc 9, 2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Subir à montanha é procurar o encontro com Deus pela oração. É na oração que o Pai nos revela quem és tu, Senhor. Ele nos diz que tu és o seu filho amado, aquele que ele enviou para nossa salvação. Na verdadeira oração, quando também escutamos e deixamos espaço para a palavra de Deus, o Pai nos revela quem somos nós, seus filhos amados. A oração é o lugar da tua transfiguração. E da nossa também. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reserve, hoje, um pouco mais de tempo para seu momento de oração. Na sua vida cristã, este momento pessoal de oração precisa ser diário. Na oração, encontramos forças para prosseguir o caminho da vida, com alegria e esperança.

Você conseguiu baixar o aplicativo da Rádio Amanhecer no seu celular? Na postagem de ontem, eu lhe enviei o link. Dê uma olhada. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

AMOR AO NOSSO DEUS E PAI



28 de Fevereiro de 2021

EVANGELHO


Mc 9,2-10

Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram essa ordem, mas comentavam entre si o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.

MEDITAÇÃO


Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz!” (Mc 9, 7)

Se você for pai ou mãe, vai ter uma sensibilidade especial para entender o evangelho de hoje. Você ama seus filhos. Sacrifica-se por eles. Você os gerou, os alimentou, educa-os cada dia. Você sofre quando algum filho seu está desempregado ou está sendo maltratado por alguém. Você fica muito triste quando seu filho adoece ou está em perigo de vida. Pelos seus filhos, você faz tudo, não é verdade? Deles, você só espera respeito, obediência, amor. 

Deus, o Pai, tem um filho. Um filho gerado antes de todos os tempos. Um filho amado. Tudo que Deus fez, desde a criação do mundo, foi inspirado no seu filho. Homens e mulheres saímos à sua imagem e semelhança. E como nos afastamos dele pelo pecado, Deus enviou o seu filho amado para estar conosco e nos reconduzir à sua amizade. Pela nossa resistência e rejeição, Deus chegou ao ponto de entregar seu filho à morte para nos trazer a vida. Tiramos logo uma conclusão: Deus nos ama demais. E, por nós, não poupou o seu filho amado. Que mistério tão grande!

Na liturgia deste segundo domingo da quaresma, temos duas cenas muito especiais. A primeira é do livro do Gênesis (Gn 22). Abraão vai oferecer o seu filho único, em sacrifício. A sua obediência é fonte de bênçãos para todas as nações. A segunda é do evangelho de Marcos (Mc 9). Deus vai oferecer o seu filho único, em sacrifício. A obediência do filho é fonte de vida e ressurreição para a humanidade. 

No livro do Gênesis, Deus pede a Abraão para sacrificar-lhe o seu filho único, o filho que ele tanto amava, Isaac. Abraão já idoso tinha passado a vida aguardando a promessa de Deus de lhe dar esse filho. Mesmo assim, ele sobe um monte na terra de Moriá, acompanhado do filho e de dois servos para oferecer o sacrifício. A partir de certo ponto, é o seu filho Isaac que carrega a lenha para o sacrifício. E ele até pergunta onde está o carneiro para o holocausto. No monte, Abraão ergue um altar, dispõe a lenha para o fogo, amarra o filho e vai sacrificá-lo com um cutelo. Deus interrompe o sacrifício. Abraão não recusou seu filho único, filho a quem tanto amava. Em seu lugar, foi oferecido um carneiro. O verdadeiro sacrifício foi sua obediência a Deus. Por isso, em sua descendência, todas as nações da terra seriam abençoadas. 

No evangelho, hoje em Marcos, Jesus sobe à montanha, levando consigo três dos seus discípulos. Um dia subirá o monte Calvário. Ele mesmo carregará o madeiro, a cruz. Será desnudo e amarrado para o sacrifício, como Isac. O verdadeiro sacrifício é, antes de tudo, a sua obediência ao Pai. “Cumpra-se antes a tua vontade do que a minha”, rezara no Jardim das Oliveiras, na noite de sua prisão. 

Um pouco antes desse texto, Jesus tinha feito o primeiro anúncio da paixão. Sofreria muito, seria rejeitado e morto, e ressuscitaria ao terceiro dia. No monte da transfiguração, os discípulos têm uma visão da glória de Jesus, quase uma antecipação de sua ressurreição. Eles o veem transfigurado, com vestes muito alvas, conversando com Moisés e Elias. Moisés e Elias são personagens que evocam as Escrituras Sagradas (a Lei e os Profetas). Como na história de Abraão, ali também ouve-se a voz de Deus. O Pai apresenta o filho: “Este é o meu filho amado, escutem o que ele diz”. 

A carta aos Romanos (Rm 8) resume tudo: “Deus não poupou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós”. Então, no monte, lembrando-nos da história de Abraão que não recusou seu único e amado filho, contemplamos o Pai que não poupou seu filho, mas o entregou por todos nós. E esta entrega, a do Pai e do Filho, é que nos trazem a vida nova, a reconciliação, a salvação. A ressurreição será o desfecho dessa história de amor e entrega. Em seu nome, será anunciada a salvação a todos os povos (Cf. Lc 24,47)

Guardando a mensagem

Neste domingo, ao lado da transfiguração do Senhor, podemos acolher uma importante revelação sobre o Pai. Por amor, ele não poupou o seu próprio filho, mas o entregou por todos nós. No monte, nós discípulos nos damos conta do alcance redentor do sacrifício do filho, cordeiro de Deus, que nos traz vida e salvação. Contemplando-o transfigurado, nos preparamos para reconhecê-lo na humilhação de sua paixão e cruz. No servo sofredor, desfigurado pela maldade e pela violência dos homens, reconhecemos o Cristo transfigurado em sua ressurreição, habitado plenamente pela glória de Deus. De maneira especial, hoje, acolhemos a recomendação que o Pai está nos fazendo: reconhecer Jesus, como seu filho amado e escutar o seu evangelho. 

Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz!” (Mc 9, 7)

Rezando a palavra

Senhor Jesus, 
Em tua transfiguração no monte, contemplamos, de maneira especial, o imenso amor de Deus, teu pai e nosso pai, teu Deus e nosso Deus. Ele não poupou a ti, seu filho amado, mas te entregou em sacrifício por todos nós. No sacrifício de tua cruz, em tua santa obediência, redimiste o mundo do pecado e venceste tudo o que se opõe ao projeto do reino de Deus. Por isso, como escreveu Paulo, na carta aos Filipenses, “ele te exaltou e te deu um nome que está acima de todo nome”. Ele te ressuscitou e te colocou à sua direita. É o Pai que, hoje, está nos convidando a acolher-te, a amar-te, a escutar o teu evangelho. Hoje, te contemplamos na transfiguração, como que antecipando a visão de tua ressurreição. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em nossa caminhada quaresmal, hoje é o 11º. dia. E o passo de hoje pode muito bem ser este: Amar o nosso Deus e Pai. Ele entregou seu filho amado em sacrifício para que vivêssemos reconciliados com ele e entre nós. E, com diaz Paulo na carta aos romanos, “se Deus é por nós, quem será contra nós?”

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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