PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O grande mutirão da evangelização




17 de agosto de 2022

Quarta-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Mt 20,1-16a


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’

9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’.

13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.


MEDITAÇÃO


Vão vocês também para a minha vinha! (Mt 20, 4)


Os que acolheram Jesus, como Messias, reconheceram que ele era o filho unigênito de Deus. Perceberam que sua vida, suas atitudes, sua morte e ressurreição manifestavam com grande clareza quem era o Deus que havia se revelado a Israel. O filho é quem sabe quem é o Pai. E o filho revelou que o Deus único que Israel conheceu é Pai, um pai amoroso, não simplesmente um senhor poderoso e justo. Um pai de família, preocupado com os seus filhos, não um fiscal marcando o que a gente faz de bom e de ruim. Pai não só dos filhos de Israel, mas pai amoroso de cada pessoa humana, nascida à sua imagem e semelhança. Pai que é Deus junto com o Filho. E os dois nos comunicam uma terceira pessoa, o Santo Espírito, os três compondo a Trindade Santa, o único Deus. Pela obra de Jesus, o Pai dá a cada filho o seu Espírito. Assim, quem se une a Jesus, pelo batismo, recebe a adoção filial, fica filho de Deus.


A maior parte dos religiosos do tempo de Jesus irritou-se com essas coisas que Jesus revelou sobre Deus. Isso abalava o seu modo de viver a religião e de organizar a vida em sociedade. Jesus mostrava, com suas palavras e suas atitudes, que Deus estava mais preocupado com as pessoas do que com as leis, as normas, por mais religiosas que fossem. Os fariseus viam nisso uma falta de respeito ao sábado, uma coisa tão sagrada para louvar a Deus. Jesus mostrou que o mais agradava a Deus era amar o irmão necessitado, com atitudes e obras, como o fez o samaritano da história que ele contou. Sacerdotes e levitas, a turma do Templo, ficaram com raiva dessa história. Nela, eles é que não acudiram o pobre. Quando prenderam Jesus, a principal acusação no Sinédrio foi que Jesus se dizia filho de Deus. O que Jesus revelou sobre Deus foi o que mais escandalizou o seu povo. Isso abalava o modo deles crerem e de organizarem a vida em sociedade.


Aí é que entra a parábola dos vinhateiros contratados em várias horas do dia. Chegou o tempo da colheita da uva, a vindima. Muita gente não tinha mais sua terrinha pra trabalhar e ia trabalhar na terra dos outros. Ficava-se esperando, na praça da cidade, algum contratante. O dono de uma vinha passou às seis da manhã e contratou um grupo. Acertou a diária. E passou pela praça mais outras vezes, sempre contratando para o trabalho, mas sem marcar o preço: às 9 da manhã, ao meio dia, às três da tarde. E, de novo passou às cinco da tarde, uma hora antes de terminar o serviço. E levou mais um grupo. O pagamento era no fim do dia. Na hora de pagar, começou pelos últimos. E pagou uma diária. Ficou todo mundo surpreso. Quando chegaram os primeiros, estes receberam o combinado, uma diária. Ficaram revoltados. Revoltados com quê? Com a generosidade do patrão, com o fato de ele ter pago uma diária a quem só trabalhou uma hora.


O que Jesus revelou sobre Deus, com essa parábola? Ficou claro que Deus está preocupado com todos os seus filhos, todos precisam ganhar o pão de cada dia. Por isso, o patrão deu oportunidade a todos. Passou e chamou todo mundo para o trabalho, durante vários horários do dia. Ficou claro que Deus não nos paga segundo os nossos méritos, conforme o que a gente faz. O povo do Antigo Testamento sempre pensou, e nós continuamos pensando, que Deus nos abençoa, segundo nossas boas obras e nossa santidade. O que conta é a bondade dele, não é o nosso merecimento, ter feito mais ou ter feito menos. Como todos precisavam sustentar sua família, o patrão pagou a todos por igual, começando dos últimos. Vendo a nossa necessidade, ele nos cumula de todo bem e de toda graça. É misericordioso, bondoso, generoso. Assim é Deus.



Guardando a mensagem


Não basta dizer que crê em Deus. Como é esse Deus que você crê? Jesus nos revela quem é esse Deus maravilhoso que fez aliança com Israel em vista das nações da terra e o enviou como nosso redentor. Na parábola dos trabalhadores contratados em vários horários do dia, aparece um Deus preocupado com todos os seus filhos, criando oportunidades para todos e provendo suas necessidades, sem levar em conta quem tem mais merecimento ou importância. Aliás, como bom Pai, para ele o mais importante é o filho mais frágil, desprezado e com menos oportunidade. E por que os religiosos do seu tempo ficaram tão irritados com Jesus, a ponto de crucificá-lo? Porque conhecer e amar a esse Deus leva a pessoa a mudar suas atitudes de vida e a buscar um mundo bem diferente do que esse que temos.


Vão vocês também para a minha vinha! (Mt 20, 4)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

Nós te bendizemos por nos revelares Deus como um pai compassivo, providente, justo, misericordioso. Igualmente te agradecemos pelo fato de o Pai nos querer todos empenhados e comprometidos no seu Reino. Somos todos operários de sua vinha. Liberta-nos, Senhor, da preguiça, da inveja, do individualismo, de tudo o que nos impeça de trabalhar, com amor e em unidade, na vinha do Senhor. Nesta semana da vocação à vida consagrda, nós te pedimos, Senhor, abençoa os irmãos e irmãs que chamaste para a vida religiosa consagrada. Concede-lhes a graça da perseverança e o despertar de novas vocações. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Seria muito bom você ler a parábola de hoje em sua Bíblia: Mateus 20,1-16.


Comunicando


Domingo próximo, dia 21, faço show em Glória do Goitá, cidade da mata norte de Pernambuco, nos festejos da padroeira N. S. da Glória. No sábado seguinte, dia 27, vamos comemorar os 26 anos da AMA com uma live-show que você vai poder acompanhar no Youtube.


Até amanhã, se Deus quiser.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Quando se ama muito




16 de agosto de 2022

Terça-feira da 20ª Semana do Tempo Comum



EVANGELHO


Mt 19,23-30

Naquele tempo, 23Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. 24E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. 25Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” 26Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
27Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” 28Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.



MEDITAÇÃO

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Ontem, nos foi apresentada aquela história do jovem que não aceitou o convite do Mestre. O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo.

Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Largaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.

É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama: seus pais, seus amigos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma cervejinha gelada, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela outra já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.

O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.

Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa: ‘Nessa vida, cem vezes mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100.

E você, tem sido generoso(a) com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.


Guardando a mensagem

Aquele jovem se apresentou a Jesus, disposto a fazer alguma coisa para ganhar a vida eterna. Jesus viu sua boa vontade e o convidou a deixar tudo para o seguir em completo despojamento. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Em resposta, eles deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: ‘vão receber cem vezes mais e a herança da vida eterna’. Amor sempre pede renúncia. Uma boa dica pra você avaliar seu amor a Jesus.

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te amava muito. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir- , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou muitas coisas. Sendo hoje o dia do aniversário de nascimento de Dom Bosco, nós te pedimos, Senhor, que este santo educador nos ajude a acompanhar os jovens que se preparam para a vida matrimonial, para a vida consagrada e para o sacerdócio ministerial. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação à Vida Consagrada, reze pelos irmãos e irmãs das Congregações e Ordens Religiosas e pelos consagrados nos Institutos Seculares e nas novas comunidades.

Comunicação

A re-estreia do nosso programa no Youtube ficou para segunda-feira que vem. Agradeço, de coração, a quem aproveitou o dia missionário de ontem e se inscreveu em nossa AMA. Juntos, podemos fazer mais e melhor.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Estava-lhe faltando um passo decisivo



15 de agosto de 2022

Segunda-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

Semana da Vocação à Vida Consagrada

EVANGELHO


Mt 19,16-22

Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”.
20 O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 21Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

MEDITAÇÃO


O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que ainda me falta?”.

Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu estilo de vida”.

Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa! Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’

Jesus deu um tempinho para o moço pensar, tinha posto as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem. Dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo surpreso. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.

Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e sozinho tomar as decisões em sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.

Guardando a mensagem

Ao jovem, que já era um bom praticante dos mandamentos de Deus, desejoso de uma vida de perfeição, Jesus fez um convite muito especial: “deixar tudo para segui-lo”. Deixar tudo não é coisa fácil e esse moço era muito rico. Aí, apegado às suas coisas, ele optou por continuar na sua vidinha mesmo. Desde o começo do cristianismo, alguns homens e mulheres sentem-se chamados, por uma vocação especial, para seguir Jesus mais de perto, imitando o seu modo humano de viver para Deus e para o seu povo, pelo caminho dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. É uma escolha amorosa do Senhor. E uma resposta generosa de vários de seus discípulos e discípulas.

O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
dentro da programação do Mês Vocacional, estamos na Semana da Vocação à Vida Consagrada, que será concluída com a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, domingo próximo. As três coisas que marcam a vocação dos teus discípulos e discípulas consagrados na vida religiosa, Senhor, são também uma indicação para todos os teus seguidores. Três tentações podem afastar as pessoas de tua graça: agarrar-se aos bens deste mundo, desviar o amor a Deus para o apego exclusivo às criaturas e decidir sua vida sem atenção à vontade de Deus. Neste sentido, a vida dos teus consagrados pode ser um permanente aviso a todos os teus seguidores. Abençoa, Senhor, os irmãos e irmãs que integram os institutos, congregações e ordens religiosas. Fortalece o caminho vocacional dos jovens que estão em formação na vida consagrada. E não desiste de chamar muitos jovens generosos para o teu seguimento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Talvez nossa reflexão de hoje possa ajudar alguém a pensar neste tema da vocação à vida consagrada. Então, que tal compartilhar o áudio e o texto da Meditação de hoje com alguém em especial?

Comunicando

Nesta segunda-feira, 15 de agosto, a nossa Associação Missionária Amanhecer (AMA) está realizando mais um dia missionário. O objetivo é fazer crescer o compromisso com a missão evangelizadora da Igreja. O nosso mote de hoje é “A oração é o coração da missão”, como nos tem explicado o Papa Francisco. Então, fica o convite: fortaleça a missão da Igreja com sua oração. Se o Senhor tocar o seu coração, inscreva-se em nossa associação. Juntos, podemos fazer muito mais. Fale com a gente pelo WhatsApp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O fogo que nos purifica






14 de agosto de 2022

20º Domingo do Tempo Comum

Comemoração do Dia dos Pais

Abertura da Semana Nacional da Família




EVANGELHO



Lc 12,49-53

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 49Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! 50Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! 51Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. 52Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas 53e duas contra três; ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”.



MEDITAÇÃO


Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! (Lc 12, 49)

Esse evangelho de hoje deixa todo mundo confuso. Como assim: Jesus veio para lançar fogo sobre a terra? Que fogo é esse? E ainda diz que está esperando receber um batismo. Que batismo será esse? E o que tem uma coisa com a outra, o fogo com o batismo? Calma. Vamos pedir ajuda ao profeta Malaquias.

No capítulo 3, Malaquias descreve a chegada do Messias, depois da vinda do Mensageiro. Olha como está escrito: “Eis que ele chega. Quem poderá aguentar o dia de sua chegada? Quem ficará de pé quando ele aparecer? Ele é igual ao FOGO de uma fundição. Sentado, o fundidor derrete a prata para beneficiá-la, assim também ele vai apurar os filhos de Levi, refiná-los como se fossem ouro ou prata. Só depois poderão se apresentar ao Senhor como uma oferenda como convém” (Ml 3, 1-3).

Malaquias passa a ideia de que o povo de Deus está precisando ser purificado, pois está como ouro misturado com outros minerais pobres ou sujeiras. Ora, Jesus veio para isso, para nos purificar do pecado. E o que faz o fundidor para purificar o ouro? Põe todo o material para derreter no fogo, dentro de um recipiente resistente. Agora, tem que ter muito fogo para chegar a uma temperatura super alta que derreta tudo e assim separe o ouro das impurezas. Perceba que o profeta Malaquias está falando da missão do Messias esperado. Ele iria fazer como um fundidor, purificaria o seu povo com o fogo.

Agora, escute a palavra de Jesus de novo, no evangelho de hoje: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!”. Ele veio para nos purificar. E está usando a imagem do fundidor, como no profeta Malaquias.

Jesus disse também que iria receber um batismo. E estava ansioso até que tudo se cumprisse. Que batismo é esse? O batismo é para purificar do pecado. Mas, ele não tem pecado. É, mas nós temos. E ele tirou o nosso pecado, por meio desse batismo. Que batismo é esse? Sua paixão, a sua morte. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, pelo sacrifício de sua vida.

João Batista batizou o povo no Rio Jordão, num batismo de conversão. Muita gente até pensava que ele fosse o Messias. “Não, ele disse, não sou eu. Eu batizo vocês com água, mas o Messias vai batizar vocês com o Espírito Santo e o com o fogo”. A água de João era só água mesmo. Mas, a água de Jesus seria sacramento do Espírito Santo, ação do Espírito purificando e renovando.

Então, o batismo tem a ver com a purificação dos pecados. Jesus nos purificou nas águas de sua morte redentora. Na sua morte e na sua ressurreição, nos comunicou a vida, derramando sobre nós o seu Espírito. O Espírito Santo é quem aplica em nós a graça redentora de sua morte e ressurreição. Ele é a água viva que escorreu do peito do Senhor, ferido pelo soldado, na cruz. Essa água nos purifica e nos comunica a vida nova. No sinal da água do batismo, está a ação do Espírito que nos purifica e renova.

Mas, João Batista disse que o batismo do Messias seria com a água e com o fogo. Já vimos como, no Profeta Malaquias, estava predito que o Messias purificaria o seu povo, como o ourives fazia com o ouro e a prata, isto é, com o fogo. 
O fogo é a obra redentora de Jesus que o Espírito Santo atualiza para nós, nos purificando. A água e o fogo são duas representações da ação purificadora do Espírito Santo.

Naquela invocação, pedindo ao Pai o dom do Espírito Santo, eu escrevi assim: “Purifica-me, Senhor, nas tuas águas. Purifica-me, Senhor, com o fogo santo”. Se você ainda tiver com alguma dúvida sobre o fogo, basta você lembrar de Pentecostes. O Espírito veio sobre a comunidade em formas de línguas de fogo. O Espírito Santo atualiza a obra redentora de Jesus em nós. A obra de Jesus que o Espírito Santo atualiza em nós é o fogo que nos purifica do pecado.

Guardando a mensagem

Jesus disse que veio para lançar fogo sobre a terra. E que devia receber um batismo, pelo qual estava ansioso. O Profeta Malaquias nos ajuda a entender isso. Fogo e Batismo, nesse texto, estão em paralelo, os dois estão descrevendo a mesma obra de Jesus para nos purificar do pecado, para nos colocar em condições de ser uma oferenda digna. Como foi que ele nos purificou, nos libertou do pecado? Por sua paixão, morte e ressurreição. Esse foi o batismo a que ele se submeteu, embora não tivesse pecado. Esse foi o grande fogo que nos possibilitou emergir como ouro puro, livre das impurezas e minerais de segunda, isto é, purificados do pecado. Essa sua obra redentora é atualizada em nosso favor, pelo Santo Espírito de Deus. Assim, entendemos, Jesus nos batiza no Espírito Santo e no fogo. É essa obra redentora que ele quer espalhar em favor de todos na face da terra. Esse seu serviço purificador revela e vence o mal, o pecado. Por isso, aparentemente, cria divisão, ao separar o ouro da impureza.

Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! (Lc 12, 49)

Rezando a palavra


Senhor Jesus,
nós te agradecemos por tua obra redentora. Fomos lavados nas águas da tua morte, no teu batismo. Fomos purificados no fogo de tua paixão e cruz. Emergimos como ouro puro na tua ressurreição, como povo santo, justificado dos nossos pecados, em comunhão com Deus. Obrigado, Senhor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Em sinal de atenção à Palavra do Senhor, pegue hoje sua Bíblia e leia o livro do profeta Malaquias 3, 1-4. Só uma dica: Malaquias é o último livro do Antigo Testamento.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O Reino é um dom do Pai aos seus amados filhos




13 de agosto de 2022

Dia de Santa Dulce dos Pobres


EVANGELHO


Mt 19,13-15

Naquele tempo, 13levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14Então Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. 15E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

MEDITAÇÃO


Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Levaram crianças a Jesus. No tempo dele, os meninos a partir de seis ou sete anos andavam sempre com os papais. As meninas estavam sempre ao lado das mães, até se casarem. Era assim o costume do povo de Jesus. Podemos concluir, então, que as crianças estavam acompanhadas dos seus pais. As mães, com os pequenininhos e as meninas e os pais, com os meninos a partir dos seis ou sete anos. E eles queriam que Jesus impusesse as mãos sobre os seus filhos e rezasse por eles.

Os discípulos reagiram. Começaram a afastar as crianças, a reclamar com os pais e a impedir que se aproximassem do Mestre. Essa atitude revela que eles não estavam entendendo o que Jesus andava explicando sobre o Reino de Deus. Ainda estavam na lógica do ‘quem-vale-é-o-adulto-o-grande-o-maior’. Jesus tinha dito que o Reino de Deus é das crianças. E de quem se parecer com elas. E tinha dito isso, outro dia, exatamente para corrigir os discípulos que estavam discutindo sobre quem seria o maior no Reino. Jesus tinha apresentado a criança como modelo dos cidadãos e cidadãs do Reino de Deus. No Reino de Deus, somos filhos na casa do Pai, não funcionários carreiristas; somos discípulos que aprendemos com Jesus, não fariseus fechados à revelação de Deus; somos filhos que confiamos no Pai, não adultos que confiam apenas em si mesmos. Se não formos como crianças – filhos que amam, aprendem, confiam – não temos parte no Reino.

O Reino de Deus é um presente do Pai para os seus filhos. E ninguém tem merecimento para recebê-lo. E a quem socialmente mostra-se sem condição ou pretensão de conquistá-lo, é a esse que é dado o Reino. Assim são os pobres, os doentes, as crianças. O Reino é um dom do Pai para os seus filhos amados.

Jesus reclamou, com razão. ‘Não criem dificuldade para as crianças virem a mim, não as impeçam. O Reino de Deus é daqueles que são como elas'. E impôs as mãos sobre elas. Impor as mãos é um gesto de comunicação da bênção. No Evangelho, em muitas curas, Jesus impõe as mãos sobre os enfermos. Os apóstolos também aparecem impondo as mãos, ao curar os doentes. Impor as mãos é comunicar a bênção de Deus ou o dom do seu Espírito. Olha como está escrito: “Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos”.


Guardando a mensagem

Levaram crianças para Jesus abençoar. Criança é importante, na mentalidade de Jesus. Criança atrapalha, pensavam os discípulos. Jesus pensava o Reino como uma grande Casa de família, onde Deus é Pai e nós todos somos filhos e irmãos. E, nesta grande família, é às crianças, aos doentes e aos idosos que se deve prestar mais atenção. Os discípulos pensam o Reino como uma instituição de poder, com uma elite mandando na maioria. Nessa mentalidade, gente pequena não vale, criança não conta. O Reino de Deus é das crianças e de quem se parece com elas, ensinou Jesus.

Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
foi uma lição e tanto essa história da bênção das crianças. As mães e os pais das criancinhas saíram felizes, com a tua atitude acolhedora. Eles tinham ficado chocados com o jeito dos discípulos dificultarem e proibirem a aproximação dos pequeninos. É, Senhor, pai e mãe sabem como sua criança é importante, porque a amam. E foi isso que viram na tua atitude: perceberam o teu carinho, o teu amor por elas. Um Reino assim que dá valor a quem é pequeno como uma criança, vale a pena, eles pensaram. Eles e nós também. Em Santa Dulce dos Pobres que celebramos hoje, vemos esse evangelho se realizando: o acolhimento das crianças, dos doentes e dos pobres. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Veja por aí se as crianças de sua família estão batizadas, estão fazendo a catequese. Ajude os responsáveis a entenderem essa palavra de Jesus: “Deixem as crianças virem a mim”.

Comunicando

Hoje, faço show na cidade de Autazes, no Amazonas, nos festejos de São Joaquim e Sant'Ana. 

Um final de semana abençoado.
Até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Um projeto de felicidade e santidade

 



12 de agosto de 2022

19ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Mt 19,3-12


Naquele tempo, 3alguns fariseus aproximaram-se de Jesus, e perguntaram, para o tentar: “É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo?” 4Jesus respondeu: “Nunca lestes que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher? 5E disse: ‘Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’ 6De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”.

7Os fariseus perguntaram: “Então, como é que Moisés mandou dar certidão de divórcio e despedir a mulher?” 8Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o início. 9Por isso, eu vos digo: quem despedir a sua mulher – a não ser em caso de união ilegítima – e se casar com outra, comete adultério”. 10Os discípulos disseram a Jesus: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se”.

11Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. 12Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender entenda”.


MEDITAÇÃO


O que Deus uniu, o homem não separe (Mt 19, 6)


Nós estamos, na programação do mês vocacional, na Semana da Vocação Matrimonial. E o Evangelho de Jesus, hoje, nos fala do casamento. A união do homem e da mulher é obra do Criador. “Já não são dois, mas uma só carne”, diz a Palavra. Unir duas vidas, vivendo um para o outro, partilhando projetos e sonhos, sendo canal para o nascimento de uma nova vida, tudo isso toca o mistério de Deus.


"Jesus, que tudo reconciliou em si mesmo e redimiu o homem do pecado, não só voltou a levar o matrimônio e a família à sua forma original, mas também elevou o matrimônio a sinal sacramental do seu amor pela Igreja", nos diz a Exortação do Papa Francisco sobre a Família. Você é casado, é casada? Então, viva essa condição como verdadeira graça de Deus. Nos dias de hoje, há muita coisa que conspira contra o matrimônio. Mas, não se deixe seduzir pelo mal. Não assuma o pensamento do mundo sobre o casamento. Assimile o pensamento de Deus, como Jesus o exprimiu no seu evangelho. A vida a dois é exigente, porque pede esforço de superação do egoísmo, do individualismo. Casamento não dá certo com gente egoísta ou interessada apenas no desfrute dessa vida.


Como é importante que o casamento seja vivido em obediência à vontade de Deus! É um estado de santidade, de participação no mistério de Deus que é Amor e Unidade. Por isso, é importante vivê-lo em clima de espiritualidade. Assim, lembremos a oração, a oração de todos pelo bem dos esposos e a oração dos esposos, um pelo outro e dos dois juntos. Longe de Deus, o casamento tem pouca chance de sobreviver e ser caminho de plenitude na vida do casal. Viva o seu casamento em obediência e comunhão com Deus. Esse é o caminho da felicidade.


Na Exortação Apostólica “O Amor na Família” (Amoris laetitia), o Papa Francisco deixou escrito: “A família e o matrimónio foram redimidos por Cristo, restaurados à imagem da Santíssima Trindade, mistério donde brota todo o amor verdadeiro. A aliança esponsal, inaugurada na criação e revelada na história da salvação, recebe a revelação plena do seu significado em Cristo e na sua Igreja. O matrimónio e a família recebem de Cristo, através da Igreja, a graça necessária para testemunhar o amor de Deus e viver a vida de comunhão”.


Noutra parte do documento, o Papa escreveu: “Um amor frágil ou enfermiço, incapaz de aceitar o matrimônio como um desafio que exige lutar, renascer, reinventar-se e recomeçar sempre de novo até à morte, não pode sustentar um nível alto de compromisso. Cede à cultura do provisório, que impede um processo constante de crescimento. Para que este amor possa atravessar todas as provações e manter-se fiel contra tudo, requer-se o dom da graça que o fortalece e eleva”.


O grande educador Dom Bosco, cujo aniversário ocorre no próximo dia 16, entendeu que sem família não se educa, não se evangeliza. A obra prima de São João Bosco foi a comunidade educativa, uma grande família de educadores e educandos, em estreitos laços de amizade e convivência, para abrigar adolescentes e jovens com pouca ou nenhuma referência familiar. Sem família, onde a pessoa se sinta amada e acolhida, não se cresce para a vida e para a fé.



Guardando a mensagem


O casamento é obra do Criador, que o concebeu como expressão de verdadeira comunhão. Mesmo que os casais do seu tempo encontrassem dificuldades e limites na vida a dois, Jesus confirmou o ensinamento da Escritura: A unidade (os dois serão uma só carne) e a indissolubilidade (o que Deus uniu, o homem não separe). Feliz o casal que chega a viver o seu matrimônio como expressão de amor e de obediência a Deus e ao seu projeto de felicidade e salvação!


O que Deus uniu, o homem não separe (Mt 19, 6)


Acolhendo a palavra


Senhor Jesus,

abençoa os casais que estão enfrentando turbulências no seu casamento. Senhor, que eles possam beber da fonte do amor que és tu mesmo e em ti encontrar forças para perseverar neste amor, exercitando a paciência e o perdão. Cura, Senhor, as chagas abertas pela infidelidade no matrimônio. Dá a graça da reconciliação, da restauração da vida matrimonial a tanta gente que se vê tocada por tua graça. Abençoa, Senhor, com a bênção dos filhos, a união matrimonial dos casais jovens. Abençoa, com a bênção dos netos, os casais mais adultos. Repete no coração de todos que o casamento é santo, lugar de santificação e de união com Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Na semana que vem, a Igreja celebra a Semana Nacional da Família, com o tema "Amor familiar, vocação e caminho de santidade". Nessa preparação, seria muito bom você compartilhar a Meditação de hoje com outras pessoas.


Comunicando

Neste sábado, dia 13 de agosto, vou fazer um Show na cidade de Autazes, no estado do Amazonas, nos festejos de São Joaquim e Sant'Ana. Peço-lhe uma prece em favor deste nosso compromisso missionário. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Trate seus irmãos com misericórdia




11 de agosto de 2022

Dia de Santa Clara

EVANGELHO


Mt 18,21–19,1


Naquele tempo, 18,21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.

25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’.

29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias, tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’

34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19,1Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.


MEDITAÇÃO


Tu também não devias ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? (Mt 18, 33)


A compaixão é a marca de Jesus no seu encontro com os sofredores e os pecadores. O patrão da história teve compaixão do seu empregado que lhe devia uma enorme fortuna. Como ele não tivesse com que pagar, teria que ser vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo que possuísse, para pagar a dívida. O empregado, de joelhos, suplicou pedindo um prazo e prometendo quitar a dívida. O patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou a dívida. Esse patrão da história representa o Pai, nosso Deus. Nós somos esse empregado grande-devedor. Fomos perdoados.


No Pai Nosso ensinado por Jesus, no registro do mesmo evangelho de São Mateus, essa parábola fica bem compreendida. Jesus ensinou a rezar com essas palavras: “Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. E era assim que antigamente se rezava o Pai Nosso. As nossas dívidas com Deus são as nossas faltas, os nossos pecados, as nossas ofensas. Depois, começou-se a dizer para maior clareza: “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Nossa dívida com Deus, nosso pecado é impagável. Mas, Deus nos perdoou por causa do sacrifício de Jesus. Jesus ofereceu a sua vida em remissão dos nossos pecados. E fomos liberados das consequências do nosso débito, a morte eterna. Nossa dívida foi redimida. Fomos perdoados. Nosso Deus teve compaixão de nós.


Mas, a história continua. O empregado, perdoado da grande dívida, encontrou um colega, um companheiro que lhe devia um dinheiro pouco. Cobrou o seu dinheiro, na maior ignorância. O colega fez como ele tinha feito com o patrão. De joelhos, pediu um prazo para quitar a dívida. O empregado não quis conversa, fez uma denúncia na Justiça e o colega acabou preso, e lá ficaria até que pagasse o último centavo. A notícia circulou e chegou aos ouvidos do patrão. O empregado foi chamado. “Homem perverso, eu te perdoei toda a tua dívida porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro como eu tive compaixão de ti?” Aí a coisa ficou feia pro lado do empregado que não teve compaixão do seu semelhante.


Você foi perdoado, perdoada, de uma grande dívida pelo seu Criador e Pai. Ele teve compaixão de você. Em Cristo, ele fez de você uma nova criatura, com o nome limpo na praça. Aprenda isso com ele. Aja também com compaixão com os seus irmãos. Seja compreensivo, paciente, misericordioso com os outros. E... tenha cuidado com o Pai Nosso... “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.



Guardando a mensagem


Jesus está contando uma história para entendermos que assim como Deus nos perdoou, igualmente devemos perdoar os outros. Deus nos perdoou os pecados, as ofensas, que nós cometemos contra ele. Nossa dívida era impagável. Jesus a pagou por nós, na cruz. Já que fomos assim generosamente perdoados, precisamos tratar os nossos semelhantes com misericórdia e piedade.


Tu também não devias ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? (Mt 18, 33)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

perdoar não é fácil. E estar disposto a perdoar sempre que a pessoa pede uma chance, ou mostra-se arrependida, é uma tarefa que parece superar nosso limite humano. Mas, também é verdade que perdoar o outro é um gesto de humildade e gratidão para com o Pai que nos perdoou de nossa grande dívida. Nós somos os filhos pródigos que voltamos arrependidos para casa. E ele nos recebe de braços abertos. Então, não há outro caminho, senão imitá-lo na sua compaixão. Também precisamos ter compaixão dos nossos semelhantes. Ajuda-nos, Senhor, a imitar a compaixão do nosso Deus e sermos capazes de perdoar setenta vezes sete. E a rezar de verdade: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Com a tua compaixão, Senhor, concede-nos a generosidade do perdão e conforta-nos em nossos dramas e em nossas dores, com a tua bênção e com o teu amor. Amém.


Vivendo a palavra


Com certeza, você tem, no seu coração, mágoas, ressentimentos... coisa de muito tempo atrás ou até coisa recente. Faça assim para praticar a palavra de hoje: foque em uma dessas situações e peça a Deus forças para ser capaz de perdoar. E tome uma decisão importante e libertadora: perdoe.


Comunicando


Na Missa de hoje, às 11 horas, rezamos por você e por suas intenções. Você pode nos acompanhar pelo rádio e pelas redes sociais.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


QUEM SEMEIA POUCO COLHE POUCO



10 de agosto de 2021

Dia de São Lourenço, mártir.


EVANGELHO


Jo 12,24-26

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.
25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.


MEDITAÇÃO


Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo (Jo 12, 24)

Neste 10 de agosto, as leituras bíblicas apontam o exemplo de um mártir do século III da era cristã: São Lourenço. Ele era diácono da Igreja de Roma, coordenava um amplo atendimento aos pobres da cidade e assistia o Papa nas celebrações, junto com outros diáconos. Era o tempo do Papa Sisto II, tempo do Imperador Valeriano, feroz perseguidor da Igreja. O Papa estava celebrando nas catacumbas, com alguns diáconos, quando foi surpreendido pela polícia do império romano. Foi preso e martirizado. Em seguida, veio a prisão do diácono Lourenço. O prefeito da cidade exigiu os tesouros da Igreja. Lourenço prometeu apresentar-lhes toda a riqueza da Igreja. No dia combinado, reuniu uma multidão de assistidos (viúvas, pobres, cegos, aleijados, órfãos, idosos) e os apresentou ao prefeito ”Está aí o tesouro da Igreja”. Seu fim, depois de muitas torturas, foi a morte numa grelha de ferro sobre um braseiro. O tempo todo, Lourenço ficou rezando pela conversão do povo romano. Numa certa hora, chamou os algozes e sugeriu que o virassem de lado, pois já estava bem assado daquela parte. Um homem forte, cheio de fé, bem humorado, oferecendo sua vida por Cristo, como Cristo o fez por ele.

No evangelho de hoje, Jesus diz: ”Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto” (Jo 12). Olha a dinâmica maravilhosa da obra de Deus no exemplo da germinação da semente de trigo. Da morte, nasce a vida. O grão de trigo enterrado na terra morre, se arrebenta de dentro pra fora. É assim que gera a plantinha, o pé de trigo. Só morrendo, dando-se a si mesmo, pode produzir uma planta que vai crescer e produzir espigas e chegar à nossa mesa como alimento para saciar a fome.

Jesus falava de si mesmo. Em sua paixão, ele foi o grão de trigo que caiu na terra e morreu para gerar muito fruto. Não se poupou a si mesmo, deu-se por completo. Não procurou salvar a sua pele, mas entregou-se sem reservas pelo bem dos outros. Jesus, assim, estava falando de sua morte, propriamente do sentido de sua vida e de sua morte. Sua morte não seria o fim. Seria o coroamento de sua missão, o ápice do seu serviço. Como escreveu São Paulo: “Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza” (2 Cor 9).

Esse exemplo de Jesus, o grão de trigo, o próprio Jesus o aplicou aos seus seguidores. Disse ele: “Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna”. Se o grãozinho de trigo semeado nega-se a se entregar, a abrir-se à terra, a dar-se por completo, permanecerá apenas um grãozinho estéril, e daí a pouco será assimilado pela terra. Nada sobrará. Mas, se generosamente se entregar, se se abrir de dentro pra fora, morrendo na sua condição de grão, vai gerar uma nova planta que vai dar muitas espigas, multiplicar-se, alimentar muita gente. A morte da semente é a geração de uma nova vida, é o milagre do renascimento. Olha que sábia comparação essa de Jesus. A morte já contém a vida, se a vida for vivida com sentido.




Guardando a mensagem

Aos discípulos, Jesus fala de si como grão de trigo que morre para gerar muitos frutos. E fala que quem quiser servi-lo, precisa segui-lo pelos seus caminhos, imitá-lo em sua entrega pelos outros. Isso que Jesus disse ecoa de uma maneira muito especial nos dias de hoje. Estamos mergulhados em uma cultura que supervaloriza o sucesso individual, a busca do bem-estar e do prazer. O ideal, em nosso mundo, é ‘eu me dar bem’, fugindo de qualquer sacrifício ou sofrimento, pouco me importando com o sofrimento dos outros. Por que muita gente não quer ter filhos? Porque ter filho obriga os pais a viverem voltados para um outro, não para si mesmos. Por que muitos jovens refutam a vocação de consagração na Igreja? Porque este é o estilo de vida onde se vive para os outros, não para si mesmos. Por que boa parte dos matrimônios entra em crise? Porque um não quer sacrificar-se pelo bem do outro. Ainda somos grãos de trigo que, caindo na terra, negamo-nos a nos entregar, a nos sacrificar, a morrer para gerar vida.

Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo (Jo 12, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
vemos hoje, na figura do diácono Lourenço, alguém que viveu esta tua palavra sobre o grão de trigo. O Papa São Leão Magno disse sobre ele que “as chamas não puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que o queimava fora era mais fraco do que aquele que ardia dentro dele”. Contigo, Senhor, e com teu diácono Lourenço, recolhemos muitas lições para a nossa vida. Não é nos guardando, nos poupando que vamos gerar vida. Uma família não se constrói com gente comprometida apenas pela metade, poupando-se, fazendo o mínimo. Na verdade, nenhuma vocação – a do casamento, a do serviço do altar, a da consagração – nenhuma vocação é fecunda sem entrega, sem dedicação, sem renúncia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação Matrimonial, é bom você fazer um exame de consciência. Que tipo de grão de trigo você está sendo em sua casa?

Comunicando

Na próxima segunda-feira, dia 15, nós vamos ter o relançamento do Programa Encontros, no meu canal do Youtube. Fica o convite: todas as segundas-feiras, a partir deste 15 de agosto, às 20 horas, o Programa Encontros no Youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


O menor é o maior



09 de agosto de 2022

Terça-feira da 19ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 18,1-5.10.12-14

Naquele tempo, 1os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” 2Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles 3e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. 4Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior do Reino dos Céus. 5E quem recebe em meu nome uma criança como esta é a mim que recebe.
10Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus. 12Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”.




MEDITAÇÃO


Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus (Mt 18, 4)

A pergunta foi esta: quem é o maior no Reino de Deus? A essa indagação dos discípulos, Jesus responde com o exemplo da criança. É preciso se converter e se tornar como criança. Não se trata de chegar à elite, ser o maior. Trata-se de assumir a identidade de filho, ou como Jesus disse: fazer-se pequeno.

O Reino de Deus é lá onde o senhorio de Deus é acolhido, lá onde Deus é reconhecido e amado como pai, lá onde os filhos de Deus se reconhecem como irmãos. Não é um reino de súditos e senhores, é uma grande casa de família, onde somos todos amados como filhos. O Reino também não é fruto de nosso merecimento, é bondade de Deus, amor imenso dele por nós. Quanto mais nos reconhecemos amados e necessitados desse amor, mais nos integramos na sua casa, no seu Reino. Somos filhos amados e isso não é uma conquista nossa, mas pura misericórdia de Deus. Sendo assim, não podemos invocar grandezas ou nos imaginar acima dos outros.

Quem é o maior no Reino de Deus? Para a mentalidade do mundo, o maior é o que tem poder, dinheiro, prestígio, fama. O maior é o que manda, o aplaudido e servido pelos outros. Mas, o Reino de Deus não é uma cópia do nosso mundo, na esfera espiritual. Assim, nós anularíamos a Palavra de Deus e a ação transformadora do seu Espírito. Precisamos captar a novidade que vem da Palavra de Jesus, novidade que é um princípio de mudança em nossa sociedade.

Então, quem é o maior no Reino de Deus? Jesus falou claro: “Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus”. Assim, no Reino de Deus, não há lugar para a soberba, o orgulho, a presunção de ser grande e de querer mandar nos outros. Grande é só Deus, imenso é o seu amor. Nós só temos uma grandeza: sermos seus filhos amados.

E por que essa comparação com a criança? Porque a criança é filho; porque a criança aprende, exemplificando bem nossa condição de discípulos; porque a criança confia inteiramente nos seus pais.


Guardando a mensagem

O Reino de Deus não é cópia desse nosso mundo injusto e desigual. O Evangelho do Reino é anúncio de uma novidade, fermento de transformação de nossa sociedade. O pequeno é o mais importante, ensinou Jesus. Os filhos mais frágeis e sofredores, estes, sim, são os cidadãos mais importantes do Reino. O menor é o maior. Fazer parte do Reino é renunciar à mania de querer ser mais do que os outros. Todos somos filhos amados do Pai. Somos todos irmãos. Jesus continua nos dizendo que não entraremos no Reino se não nos convertermos, nos tornando como crianças. Nas crianças, nos vemos como filhos amados de Deus e como irmãos, chamados a viver a fraternidade.

Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus (Mt 18, 4)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o convite que hoje nos fazes é pra gente deixar de pensar ou de querer ser grande, forte, poderoso, desejando estar acima dos outros. Assim, a gente não entra o Reino dos Céus, não recebe o abraço amoroso do pai. O teu convite, Senhor, é pra gente renunciar a essa pose de gente importante e independente, que não precisa de ninguém. No Reino de Deus, só tem lugar pra gente humilde, que reconhece que só Deus é grande e, nele, somos irmãos uns dos outros. Abençoa, Senhor, os que hoje se sentem desprotegidos e desorientados nessa vida, no meio de seus dramas e dificuldades. Sobre todos, seja a tua bênção e a tua paz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação Matrimonial, identifique quem são os pequeninos de sua família (crianças, idosos, doentes, os mais sofridos). Na dinâmica do Reino de Deus, eles são os mais importantes, os que têm prioridade sobre todos; eles são os maiores.

Comunicando

Salve este contato que estamos lhe enviando: 81 3224-9284. Ele é um WhatsApp com assistente virtual. Por ele, você entra em contato com a gente, com muita facilidade. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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