08 de julho de 2025
Terça-feira da 14ª Semana do Tempo Comum
Evangelho.
Mt 9,32-38
Naquele tempo, 32apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. 33Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. 34Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo o tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
Meditação.
Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)
Você é um cidadão. Você é uma cidadã. Coisa muito boa, parabéns. Mas, é um cidadão que participa ou que apenas assiste o que está acontecendo? Olha que aqui vai uma grande diferença, não é verdade? Há cidadãos que acompanham o movimento da sociedade, formam sua opinião, discutem, dão palpite... de alguma forma, participam. E há cidadãos que estão por fora, estão à margem, não se sentem em condições de dar sua opinião. Estão mudos, silenciosos. Não participam. Você conhece pessoas assim?
Por que será que há pessoas assim, mudas, num país democrático e numa Igreja de comunidades? Talvez o país não seja tão democrático assim. E a Igreja não esteja assim tão comunitária. O fato é este e é grave: há pessoas deixadas à margem, sem efetiva participação, que não têm opinião para dar ou que apenas repetem a visão dos grupos econômicos detentores dos grandes veículos de comunicação.
Esse problema, com certeza, havia no tempo de Jesus. Gente calada, silenciada por uma educação autoritária ou por uma situação política repressora. Gente acostumada a viver à margem, desconsiderada, só contada para os impostos, mas sem nenhuma participação e envolvimento na vida do país.
No evangelho de hoje, está dito que Jesus, vendo o seu povo, compadeceu-se dele, vendo, naquela gente cansada e abatida, ovelhas sem pastor. E por onde ele andasse – povoados, cidades, sinagogas – ensinava, pregava o evangelho do Reino e curava todo tipo de doença e enfermidade. As curas eram uma forma de concretização do efeito da pregação. A Palavra de Deus resgata a dignidade da pessoa, acorda a sua condição de filho de Deus, devolve sua condição de protagonista de sua própria história. Boa parte das doenças se alimenta do abatimento das pessoas, de sua permanente humilhação, de sua falta de horizonte. Jesus, com a força divina, anunciava o amor de Deus, libertando, curando, expulsando o mal da vida das pessoas.
E é aí que entra a história do homem mudo que apresentaram a Jesus. Como eles entendiam, estava mudo porque estava possuído por um demônio. Justo. Povo calado, silencioso, sem opinião sobre nada de importante só pode mesmo estar possuído por uma força maligna que o impede de se sentir e de se expressar como filho de Deus, como cidadão participante e informado, capaz de dizer sua palavra sobre o mundo. Quando o demônio foi expulso, ele começou a falar.
É isso que ocorre com a pregação do Evangelho, o amor de Deus comunicado pela presença de Jesus... os que estão à margem são chamados para o centro; aos que não estão enxergando, os cegos, é dada a luz da fé; os que estão possuídos pelo mal, pela doença, experimentam o poder libertador de Deus. O mudo começa a falar... o cidadão passivo começa a participar.
Guardando a mensagem
Apresentaram um mudo a Jesus. Quase sempre a doença era explicada pela dominação de um mau espírito. Jesus expulsou o demônio e o mudo começou a falar. Em nossa sociedade, há um grande número de cidadãos mudos, silenciosos, à margem dos processos sociais. A verdadeira evangelização liberta essas pessoas de sua mudez, fazendo delas cidadãos participantes na sociedade e na Igreja.
Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
ficamos felizes quando percebemos que a pregação da Palavra de Deus está gerando cristãos conscientes, responsáveis e participativos na vida da Igreja. Ficamos felizes quando percebemos que cidadãos antes passivos, desconsiderados, começam a ter sua opinião, a se sentir envolvidos e participantes nos processos. É assim que tu continuas curando os mudos, libertando-os das correntes da dominação do mal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Talvez hoje se apresente uma situação em que você precise emitir sua opinião. Faça um esforço para participar. Participando, a gente contribui, esclarece, aprende, forma opinião. A evangelização cura as pessoas de sua mudez.
Comunicando
Parece que você não pode acompanhar o encontro bíblico de ontem. Foi um precioso estudo sobre mais um capítulo do livro dos Atos dos Apóstolos. Claro, você pode vê-lo hoje ou a qualquer momento, ficou gravado no Youtube. É o encontro de número 17. Quer um conselho? Não perca essa oportunidade de conhecer mais a palavra de Deus.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb
Bom Dia Padre João carlos.eu sou Ivonete .moto em Teresina. Passei muito tempo sem ir a igreja, fazendo leitura do evangelho só de casa, de stou com poucos conhecimentos, .me sinto analfabeta e vazia. Peço força e empurrão. Para entender o q leio e ouço.
ResponderExcluirBom dia, paz e bem!
ResponderExcluirSua benção Padre João Carlos!
Senhor Jesus, que possamos ser cidadãos e cidadãs mais ativos e participativos em nossas sociedades e nas comunidades religiosas, opinando,criticando com consciência e colaborando com o processo de evangelização e reivindicação dos direitos sociais, de igualdade e de justiça, para uma vida mais feliz e digna para todos.
Que Deus nos faça a não deixar de falar quando nossos olhos verem e nossos corações sentirem que podemos fazer mais do que estamos fazendo e por muitas vezes ficarmos "mudos".
Caldas M.G.
Olá Padre João Carlos, desde que comecei a ouvir a palavra através do Senhor, minha vida tomou um rumo completamente diferente, até pedi meu esposo em casamento e nos casamos no último dia 05/07/25 eu após 54 anos e após mais de 20 anos casados no civil, é um alimento, uma restauração, acompanhar todos os dias a sua leitura da palavra. Gratidão a Deus por essa oportunidade. Deus o cruba de saúde e ao Sr Élcio um passageiro que me incluiu nesse grupo tão especial.
ResponderExcluirAmém a paz esteja sempre com vosco
ResponderExcluir