PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Mt 19
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Renuncia, quem ama.



   20 de agosto de 2024.   

Terça-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

Dia de São Bernardo, abade e doutor da Igreja.


   Evangelho.   



Mt 19,23-30

Naquele tempo, 23Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. 24E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. 25Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” 26Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
27Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” 28Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.



   Meditação.   


Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Ontem, nos foi apresentada aquela história do jovem que não aceitou o convite do Mestre. O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo.

Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Largaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.

É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama: seus pais, seus amigos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma cervejinha gelada, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela outra já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.

O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.

Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa: ‘Nessa vida, cem vezes mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100.

E você, tem sido generoso(a) com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.




Guardando a mensagem

Aquele jovem se apresentou a Jesus, disposto a fazer alguma coisa para ganhar a vida eterna. Jesus viu sua boa vontade e o convidou a deixar tudo para o seguir em completo despojamento. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Em resposta, eles deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: ‘vão receber cem vezes mais e a herança da vida eterna’. Amor sempre pede renúncia. Uma boa dica pra você avaliar seu amor a Jesus.

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te amava muito. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir- , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou muitas coisas. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação à Vida Consagrada, reze pelos irmãos e irmãs das Congregações e Ordens Religiosas e pelos consagrados nos Institutos Seculares e nas novas comunidades.

Comunicação

Festeje o aniversário da AMA com a gente. 28 anos de serviço missionário. O seu presente vai ser uma declaração de apoio e confiança: um PIX de 28,00. Ou qualquer valor que termine em 8. A Chave PIX é 81 9 9964-4899. De coração, nós lhe agradecemos. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Ele não aceitou o convite de Jesus.


   19 de agosto de 2024   

Segunda-feira da 20ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.  


Mt 19,16-22

Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”.
20 O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 21Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

   Meditação.   


O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?" (Mt 19, 20)

Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que ainda me falta?”.

Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu estilo de vida”.

Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa! Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’

Jesus deu um tempinho para o moço pensar, tinha posto as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem. Dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo surpreso. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.

Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e sozinho tomar as decisões em sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.




Guardando a mensagem

Ao jovem, que já era um bom praticante dos mandamentos de Deus, desejoso de uma vida de perfeição, Jesus fez um convite muito especial: “deixar tudo para segui-lo”. Deixar tudo não é coisa fácil e esse moço era muito rico. Aí, apegado às suas coisas, ele optou por continuar na sua vidinha mesmo. Desde o começo do cristianismo, alguns homens e mulheres sentem-se chamados, por uma vocação especial, para seguir Jesus mais de perto, imitando o seu modo humano de viver para Deus e para o seu povo, pelo caminho dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. É uma escolha amorosa do Senhor. E uma resposta generosa de vários de seus discípulos e discípulas.

O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?" (Mt 19, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
dentro da programação do Mês Vocacional, celebramos ontem, o dia da vocação à Vida Consagrada. As três coisas que marcam a vocação dos teus discípulos e discípulas consagrados na vida religiosa, Senhor, são também uma indicação para todos os teus seguidores. Três tentações podem afastar as pessoas de tua graça: agarrar-se aos bens deste mundo, desviar o amor a Deus para o apego exclusivo às criaturas e decidir sua vida sem atenção à vontade de Deus. Neste sentido, a vida dos teus consagrados pode ser um permanente aviso a todos os teus seguidores. Abençoa, Senhor, os irmãos e irmãs que integram os institutos, congregações e ordens religiosas. Fortalece o caminho vocacional dos jovens que estão em formação na vida consagrada. E não desiste de chamar muitos jovens generosos para o teu seguimento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Talvez nossa reflexão de hoje possa ajudar alguém a pensar neste tema da vocação à vida consagrada. Então, que tal compartilhar o áudio e o texto da Meditação de hoje com alguém em especial?

Comunicando

Estamos começando a Semana de Aniversário de nossa associação, a AMA. 

Hoje, teremos Encontro dos Ouvintes, na área metropolitana do Recife. O encontro será na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Vila Rica, em Jaboatão. Começa às 18 horas, com o terço mariano transmitido pelas rádios. E prossegue com a Missa e Adoração Eucarística. Você pode nos acompanhar pelo rádio ou pelo Youtube. Procure "Canal da AMA". 

Estamos enviando hoje um presente para todos os associados: um ebook chamado 'Cartilha do Sócio'. Tudo bonito e bem explicado. 

Quarta-feira será a Missa de Ação de Graças pelos 28 anos de serviço missionário da AMA. A Missa transmitida pela Rede Vida, às 9 horas da manhã19 de. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O Reino de Deus é das crianças.


   17 de agosto de 2024.   

Sábado da 19ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mt 19,13-15

Naquele tempo, 13levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14Então Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. 15E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

   Meditação.   


Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Levaram crianças a Jesus. No tempo dele, os meninos a partir de seis ou sete anos andavam sempre com os papais. As meninas estavam sempre ao lado das mães, até se casarem. Era assim o costume do povo de Jesus. Podemos concluir, então, que as crianças estavam acompanhadas dos seus pais. As mães, com os pequenininhos e as meninas e os pais, com os meninos a partir dos seis ou sete anos. E eles queriam que Jesus impusesse as mãos sobre os seus filhos e rezasse por eles.

Os discípulos reagiram. Começaram a afastar as crianças, a reclamar com os pais e a impedir que se aproximassem do Mestre. Essa atitude revela que eles não estavam entendendo o que Jesus andava explicando sobre o Reino de Deus. Ainda estavam na lógica do ‘quem-vale-é-o-adulto-o-grande-o-maior’. Jesus tinha dito que o Reino de Deus é das crianças. E de quem se parecer com elas. E tinha dito isso, outro dia, exatamente para corrigir os discípulos que estavam discutindo sobre quem seria o maior no Reino. Jesus tinha apresentado a criança como modelo dos cidadãos e cidadãs do Reino de Deus. No Reino de Deus, somos filhos na casa do Pai, não funcionários carreiristas; somos discípulos que aprendemos com Jesus, não fariseus fechados à revelação de Deus; somos filhos que confiamos no Pai, não adultos que confiam apenas em si mesmos. Se não formos como crianças – filhos que amam, aprendem, confiam – não temos parte no Reino.

O Reino de Deus é um presente do Pai para os seus filhos. E ninguém tem merecimento para recebê-lo. E a quem socialmente mostra-se sem condição ou pretensão de conquistá-lo, é a esse que é dado o Reino. Assim são os pobres, os doentes, as crianças. O Reino é um dom do Pai para os seus filhos amados.

Jesus reclamou, com razão. ‘Não criem dificuldade para as crianças virem a mim, não as impeçam. O Reino de Deus é daqueles que são como elas'. E impôs as mãos sobre elas. Impor as mãos é um gesto de comunicação da bênção. No Evangelho, em muitas curas, Jesus impõe as mãos sobre os enfermos. Os apóstolos também aparecem impondo as mãos, ao curar os doentes. Impor as mãos é comunicar a bênção de Deus ou o dom do seu Espírito. Olha como está escrito: “Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos”.





Guardando a mensagem

Levaram crianças para Jesus abençoar. Criança é importante, na mentalidade de Jesus. Criança atrapalha, pensavam os discípulos. Jesus pensava o Reino como uma grande Casa de família, onde Deus é Pai e nós todos somos filhos e irmãos. E, nesta grande família, é às crianças, aos doentes e aos idosos que se deve prestar mais atenção. Os discípulos pensam o Reino como uma instituição de poder, com uma elite mandando na maioria. Nessa mentalidade, gente pequena não vale, criança não conta. O Reino de Deus é das crianças e de quem se parece com elas, ensinou Jesus.

Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
foi uma lição e tanto essa história da bênção das crianças. As mães e os pais das criancinhas saíram felizes, com a tua atitude acolhedora. Eles tinham ficado chocados com o jeito dos discípulos dificultarem e proibirem a aproximação dos pequeninos. É, Senhor, pai e mãe sabem como sua criança é importante, porque a amam. E foi isso que viram na tua atitude: perceberam o teu carinho, o teu amor por elas. Um Reino assim que dá valor a quem é pequeno como uma criança, vale a pena, eles pensaram. Eles e nós também. Em todas as pessoas santas da Igreja, como Santa Dulce dos Pobres, Dom Bosco, São Francisco, vemos esse evangelho se realizando: o acolhimento das crianças, dos doentes e dos pobres. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Veja por aí se as crianças de sua família estão batizadas, estão fazendo a catequese. Ajude os responsáveis a entenderem essa palavra de Jesus: “Deixem as crianças virem a mim”.

Comunicando

Na Semana que vem, vamos celebrar a Semana de Aniversário da AMA. E já preparamos o presente para os associados. Segunda-feira, a gente entrega.

A Missa de aniversário da associação será na quarta-feira, às 9 da manhã, transmitida pela Rede Vida.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


Jesus esperava mais daquele moço.


   21 de agosto de 2023.   

Memória de São Pio X, papa


   Evangelho.  


Mt 19,16-22

Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”.
20 O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 21Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

   Meditação.   


O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?" (Mt 19, 20)

Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que ainda me falta?”.

Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu estilo de vida”.

Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa! Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’

Jesus deu um tempinho para o moço pensar, tinha posto as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem. Dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo surpreso. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.

Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e sozinho tomar as decisões em sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.




Guardando a mensagem

Ao jovem, que já era um bom praticante dos mandamentos de Deus, desejoso de uma vida de perfeição, Jesus fez um convite muito especial: “deixar tudo para segui-lo”. Deixar tudo não é coisa fácil e esse moço era muito rico. Aí, apegado às suas coisas, ele optou por continuar na sua vidinha mesmo. Desde o começo do cristianismo, alguns homens e mulheres sentem-se chamados, por uma vocação especial, para seguir Jesus mais de perto, imitando o seu modo humano de viver para Deus e para o seu povo, pelo caminho dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. É uma escolha amorosa do Senhor. E uma resposta generosa de vários de seus discípulos e discípulas.

O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?" (Mt 19, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
dentro da programação do Mês Vocacional, celebramos ontem, o dia da vocação à Vida Consagrada. As três coisas que marcam a vocação dos teus discípulos e discípulas consagrados na vida religiosa, Senhor, são também uma indicação para todos os teus seguidores. Três tentações podem afastar as pessoas de tua graça: agarrar-se aos bens deste mundo, desviar o amor a Deus para o apego exclusivo às criaturas e decidir sua vida sem atenção à vontade de Deus. Neste sentido, a vida dos teus consagrados pode ser um permanente aviso a todos os teus seguidores. Abençoa, Senhor, os irmãos e irmãs que integram os institutos, congregações e ordens religiosas. Fortalece o caminho vocacional dos jovens que estão em formação na vida consagrada. E não desiste de chamar muitos jovens generosos para o teu seguimento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Talvez nossa reflexão de hoje possa ajudar alguém a pensar neste tema da vocação à vida consagrada. Então, que tal compartilhar o áudio e o texto da Meditação de hoje com alguém em especial?

Comunicando

Dois convites pra você! Quinta-feira, dia 24, teremos a reinauguração da capela de N. Senhora Auxiliadora, junto à sede da AMA, com a Missa das 11 horas. Você pode participar pelo rádio ou pelo Youtube. Domingo, dia 27, em Carpina, PE, teremos a Missa de Ação de Graças pelo aniversário de 40 anos de minha ordenação de padre. A Missa será às 8 horas da manhã, com transmissão pela Rede Vida.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Quem vale mais?


   19 de agosto de 2023.   

Sábado da 19ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mt 19,13-15

Naquele tempo, 13levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14Então Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. 15E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

   Meditação.   


Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Levaram crianças a Jesus. No tempo dele, os meninos a partir de seis ou sete anos andavam sempre com os papais. As meninas estavam sempre ao lado das mães, até se casarem. Era assim o costume do povo de Jesus. Podemos concluir, então, que as crianças estavam acompanhadas dos seus pais. As mães, com os pequenininhos e as meninas e os pais, com os meninos a partir dos seis ou sete anos. E eles queriam que Jesus impusesse as mãos sobre os seus filhos e rezasse por eles.

Os discípulos reagiram. Começaram a afastar as crianças, a reclamar com os pais e a impedir que se aproximassem do Mestre. Essa atitude revela que eles não estavam entendendo o que Jesus andava explicando sobre o Reino de Deus. Ainda estavam na lógica do ‘quem-vale-é-o-adulto-o-grande-o-maior’. Jesus tinha dito que o Reino de Deus é das crianças. E de quem se parecer com elas. E tinha dito isso, outro dia, exatamente para corrigir os discípulos que estavam discutindo sobre quem seria o maior no Reino. Jesus tinha apresentado a criança como modelo dos cidadãos e cidadãs do Reino de Deus. No Reino de Deus, somos filhos na casa do Pai, não funcionários carreiristas; somos discípulos que aprendemos com Jesus, não fariseus fechados à revelação de Deus; somos filhos que confiamos no Pai, não adultos que confiam apenas em si mesmos. Se não formos como crianças – filhos que amam, aprendem, confiam – não temos parte no Reino.

O Reino de Deus é um presente do Pai para os seus filhos. E ninguém tem merecimento para recebê-lo. E a quem socialmente mostra-se sem condição ou pretensão de conquistá-lo, é a esse que é dado o Reino. Assim são os pobres, os doentes, as crianças. O Reino é um dom do Pai para os seus filhos amados.

Jesus reclamou, com razão. ‘Não criem dificuldade para as crianças virem a mim, não as impeçam. O Reino de Deus é daqueles que são como elas'. E impôs as mãos sobre elas. Impor as mãos é um gesto de comunicação da bênção. No Evangelho, em muitas curas, Jesus impõe as mãos sobre os enfermos. Os apóstolos também aparecem impondo as mãos, ao curar os doentes. Impor as mãos é comunicar a bênção de Deus ou o dom do seu Espírito. Olha como está escrito: “Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos”.


Guardando a mensagem

Levaram crianças para Jesus abençoar. Criança é importante, na mentalidade de Jesus. Criança atrapalha, pensavam os discípulos. Jesus pensava o Reino como uma grande Casa de família, onde Deus é Pai e nós todos somos filhos e irmãos. E, nesta grande família, é às crianças, aos doentes e aos idosos que se deve prestar mais atenção. Os discípulos pensam o Reino como uma instituição de poder, com uma elite mandando na maioria. Nessa mentalidade, gente pequena não vale, criança não conta. O Reino de Deus é das crianças e de quem se parece com elas, ensinou Jesus.

Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
foi uma lição e tanto essa história da bênção das crianças. As mães e os pais das criancinhas saíram felizes, com a tua atitude acolhedora. Eles tinham ficado chocados com o jeito dos discípulos dificultarem e proibirem a aproximação dos pequeninos. É, Senhor, pai e mãe sabem como sua criança é importante, porque a amam. E foi isso que viram na tua atitude: perceberam o teu carinho, o teu amor por elas. Um Reino assim que dá valor a quem é pequeno como uma criança, vale a pena, eles pensaram. Eles e nós também. Em todas as pessoas santas da Igreja, como Santa Dulce dos Pobres, Dom Bosco, São Francisco, vemos esse evangelho se realizando: o acolhimento das crianças, dos doentes e dos pobres. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Veja por aí se as crianças de sua família estão batizadas, estão fazendo a catequese. Ajude os responsáveis a entenderem essa palavra de Jesus: “Deixem as crianças virem a mim”.

Comunicando

Em Fortaleza, animo, hoje, um Encontro de Espiritualidade com associados e ouvintes na Livraria Paulinas do centro da cidade. O encontro começa às 10:30 da manhã. Amanhã, presido a Missa dos Ouvintes da FM Dom Bosco, na Paróquia da Piedade. 

Um final de semana abençoado.
Até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Quando se ama muito




16 de agosto de 2022

Terça-feira da 20ª Semana do Tempo Comum



EVANGELHO


Mt 19,23-30

Naquele tempo, 23Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. 24E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. 25Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” 26Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
27Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” 28Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.



MEDITAÇÃO

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Ontem, nos foi apresentada aquela história do jovem que não aceitou o convite do Mestre. O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo.

Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Largaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.

É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama: seus pais, seus amigos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma cervejinha gelada, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela outra já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.

O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.

Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa: ‘Nessa vida, cem vezes mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100.

E você, tem sido generoso(a) com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.


Guardando a mensagem

Aquele jovem se apresentou a Jesus, disposto a fazer alguma coisa para ganhar a vida eterna. Jesus viu sua boa vontade e o convidou a deixar tudo para o seguir em completo despojamento. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Em resposta, eles deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: ‘vão receber cem vezes mais e a herança da vida eterna’. Amor sempre pede renúncia. Uma boa dica pra você avaliar seu amor a Jesus.

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te amava muito. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir- , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou muitas coisas. Sendo hoje o dia do aniversário de nascimento de Dom Bosco, nós te pedimos, Senhor, que este santo educador nos ajude a acompanhar os jovens que se preparam para a vida matrimonial, para a vida consagrada e para o sacerdócio ministerial. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação à Vida Consagrada, reze pelos irmãos e irmãs das Congregações e Ordens Religiosas e pelos consagrados nos Institutos Seculares e nas novas comunidades.

Comunicação

A re-estreia do nosso programa no Youtube ficou para segunda-feira que vem. Agradeço, de coração, a quem aproveitou o dia missionário de ontem e se inscreveu em nossa AMA. Juntos, podemos fazer mais e melhor.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Estava-lhe faltando um passo decisivo



15 de agosto de 2022

Segunda-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

Semana da Vocação à Vida Consagrada

EVANGELHO


Mt 19,16-22

Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”.
20 O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 21Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

MEDITAÇÃO


O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que ainda me falta?”.

Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu estilo de vida”.

Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa! Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’

Jesus deu um tempinho para o moço pensar, tinha posto as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem. Dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo surpreso. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.

Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e sozinho tomar as decisões em sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.

Guardando a mensagem

Ao jovem, que já era um bom praticante dos mandamentos de Deus, desejoso de uma vida de perfeição, Jesus fez um convite muito especial: “deixar tudo para segui-lo”. Deixar tudo não é coisa fácil e esse moço era muito rico. Aí, apegado às suas coisas, ele optou por continuar na sua vidinha mesmo. Desde o começo do cristianismo, alguns homens e mulheres sentem-se chamados, por uma vocação especial, para seguir Jesus mais de perto, imitando o seu modo humano de viver para Deus e para o seu povo, pelo caminho dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. É uma escolha amorosa do Senhor. E uma resposta generosa de vários de seus discípulos e discípulas.

O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
dentro da programação do Mês Vocacional, estamos na Semana da Vocação à Vida Consagrada, que será concluída com a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, domingo próximo. As três coisas que marcam a vocação dos teus discípulos e discípulas consagrados na vida religiosa, Senhor, são também uma indicação para todos os teus seguidores. Três tentações podem afastar as pessoas de tua graça: agarrar-se aos bens deste mundo, desviar o amor a Deus para o apego exclusivo às criaturas e decidir sua vida sem atenção à vontade de Deus. Neste sentido, a vida dos teus consagrados pode ser um permanente aviso a todos os teus seguidores. Abençoa, Senhor, os irmãos e irmãs que integram os institutos, congregações e ordens religiosas. Fortalece o caminho vocacional dos jovens que estão em formação na vida consagrada. E não desiste de chamar muitos jovens generosos para o teu seguimento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Talvez nossa reflexão de hoje possa ajudar alguém a pensar neste tema da vocação à vida consagrada. Então, que tal compartilhar o áudio e o texto da Meditação de hoje com alguém em especial?

Comunicando

Nesta segunda-feira, 15 de agosto, a nossa Associação Missionária Amanhecer (AMA) está realizando mais um dia missionário. O objetivo é fazer crescer o compromisso com a missão evangelizadora da Igreja. O nosso mote de hoje é “A oração é o coração da missão”, como nos tem explicado o Papa Francisco. Então, fica o convite: fortaleça a missão da Igreja com sua oração. Se o Senhor tocar o seu coração, inscreva-se em nossa associação. Juntos, podemos fazer muito mais. Fale com a gente pelo WhatsApp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

DEIXEM AS CRIANÇAS VIREM A MIM



14 de agosto de 2021,
São Maximiliano Maria Kolbe

EVANGELHO



Mt 19,13-15

Naquele tempo, 13levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14Então Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. 15E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

MEDITAÇÃO


Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Levaram crianças a Jesus. No tempo dele, os meninos a partir de seis ou sete anos andavam sempre com os papais. As meninas estavam sempre ao lado das mães, até se casarem. Era assim o costume do povo de Jesus. Podemos concluir, então, que as crianças estavam acompanhadas dos seus pais. As mães, com os pequenininhos e as meninas e os pais, com os meninos a partir dos seis ou sete anos. E eles queriam que Jesus impusesse as mãos sobre os seus filhos e rezasse por eles.

Os discípulos reagiram. Começaram a afastar as crianças, a reclamar com os pais e a impedir que se aproximassem do Mestre. Essa atitude revela que eles não estavam entendendo o que Jesus andava explicando sobre o Reino de Deus. Ainda estavam na lógica do ‘quem-vale-é-o-adulto-o-grande-o-maior’. Jesus tinha dito que o Reino de Deus é das crianças. E de quem se parecer com elas. E tinha dito isso, outro dia, exatamente para corrigir os discípulos que estavam discutindo sobre quem seria o maior no Reino. Jesus tinha apresentado a criança como modelo dos cidadãos e cidadãs do Reino de Deus. No Reino de Deus, somos filhos na casa do Pai, não funcionários carreiristas; somos discípulos que aprendemos com Jesus, não fariseus fechados à revelação de Deus; somos filhos que confiamos no Pai, não adultos que confiam apenas em si mesmos. Se não formos como crianças – filhos que amam, aprendem, confiam – não temos parte no Reino.

O Reino de Deus é um presente do Pai para os seus filhos. E ninguém tem merecimento para recebê-lo. E a quem socialmente mostra-se sem condição ou pretensão de conquista-lo, é a esse que é dado o Reino. Assim são os pobres, os doentes, as crianças. O Reino é um dom do Pai para os seus filhos amados.

Jesus reclamou, com razão. ‘Não criem dificuldade para as crianças virem a mim, não as impeçam. O Reino de Deus é daqueles que são como elas”. E impôs as mãos sobre elas. Impor as mãos é um gesto de comunicação da bênção. No Evangelho, em muitas curas, Jesus impõe as mãos sobre os enfermos. Os apóstolos também aparecem impondo as mãos, ao curar os doentes. Impor as mãos é comunicar a bênção de Deus ou o dom do seu Espírito. Olha como está escrito: “Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos”.

Guardando a mensagem

Levaram crianças para Jesus abençoar. Criança é importante, na mentalidade de Jesus. Criança atrapalha, pensavam os discípulos. Jesus pensava o Reino como uma grande Casa de família, onde Deus é Pai e nós todos somos filhos e irmãos. E, nesta grande família, é às crianças, aos doentes e aos idosos que se deve prestar mais atenção. Os discípulos pensam o Reino como uma instituição de poder, com uma elite mandando na maioria. Nessa mentalidade, gente pequena não vale, criança não conta. O Reino de Deus é das crianças e de quem se parece com elas, ensinou Jesus.

Deixem as crianças e não as proíbam de virem a mim (Mt 19, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

Foi uma lição e tanto essa história da bênção das crianças. As mães e os pais das criancinhas saíram felizes, com a tua atitude acolhedora. Eles tinham ficado chocados com o jeito dos discípulos dificultarem e proibirem a aproximação dos pequeninos. É, Senhor, pai e mãe sabem como sua criança é importante, porque a amam. E foi isso que viram na tua atitude: perceberam o teu carinho, o teu amor por elas. Um Reino assim que dá valor a quem é pequeno como uma criança, vale a pena, eles pensaram. Eles e nós também. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Veja por aí se as crianças de sua família estão batizadas, estão fazendo a catequese. Ajude os responsáveis a entenderem essa palavra de Jesus: “Deixem as crianças virem a mim”.

Na novena de Dom Bosco, hoje é o quinto dia. O tema de hoje é o amor às Vocações. Você encontra a novena no final da Meditação de hoje no meu blog padrejoaocarlos.com (aqui). Quem recebe a meditação no celular, é só clicar no link que enviei.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




NOVENA DE DOM BOSCO 

Quinto dia


Tema: O amor às vocações

Escreveu São João Bosco: “Quando um filho deixa os pais para seguir uma vocação, Jesus Cristo ocupa o lugar da família”

Oh! Dom Bosco Santo! Tu que a fim de continuar e estender sempre mais teu santo apostolado, fundaste a Sociedade Salesiana e o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, bem como a Associação de Maria Auxiliadora e a Associação dos Salesianos Cooperadores; faz que os membros da tua grande família salesiana, formada hoje por 32 grupos, estejam sempre cheios de teu Espírito e sejam fiéis imitadores de tuas heroicas virtudes.

Faça aqui o seu pedido....

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

São João Bosco – rogai por nós.

ELES DEIXARAM TUDO


Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)


18 de agosto de 2020.



Ontem, nos foi apresentada aquela história do jovem que não aceitou o convite do Mestre. O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo. 


Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Largaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.

É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama: seus pais, seus amigos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma cervejinha gelada, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela outra já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.

O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.

Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa: ‘Nessa vida, cem vezes mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100. 

E você, tem sido generoso(a) com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.

Guardando a mensagem

Aquele jovem se apresentou a Jesus, disposto a fazer alguma coisa para ganhar a vida eterna. Jesus viu sua boa vontade e o convidou a deixar tudo para o seguir em completo despojamento. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Em resposta, eles deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: ‘vão receber cem vezes mais e a herança da vida eterna’. Amor sempre pede renúncia. Uma boa dica pra você avaliar seu amor a Jesus.

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te amava muito. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir- , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou muitas coisas. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação à Vida Consagrada, reze pelos irmãos e irmãs das Congregações e Ordens Religiosas e pelos consagrados nos Institutos Seculares e nas novas comunidades. Reze pelas vocações à vida religiosa consagrada. 

A gente se encontra, às 21:30h, na Live da Oração da noite nas redes sociais (Youtube, Facebook e Periscopio do Twitter).

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




O CAMINHO DA PERFEITA CARIDADE


O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

17 de agosto de 2020.

Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que ainda me falta?”.



Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu estilo de vida”.

Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa! Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’

Jesus deu um tempinho para o moço pensar, tinha posto as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem. Dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo surpreso. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.

Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e sozinho tomar as decisões em sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.

Guardando a mensagem

Ao jovem, que já era um bom praticante dos mandamentos de Deus, desejoso de uma vida de perfeição, Jesus fez um convite muito especial: “deixar tudo para segui-lo”. Deixar tudo não é coisa fácil e esse moço era muito rico. Aí, apegado às suas coisas, ele optou por continuar na sua vidinha mesmo. Desde o começo do cristianismo, alguns homens e mulheres sentem-se chamados, por uma vocação especial, para seguir Jesus mais de perto, imitando o seu modo humano de viver para Deus e para o seu povo, pelo caminho dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. É uma escolha amorosa do Senhor. E uma resposta generosa de vários de seus discípulos e discípulas.

O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
As três coisas que marcam a vocação dos teus discípulos e discípulas consagrados na vida religiosa são também uma indicação para todos os teus seguidores. Três tentações podem afastar as pessoas de tua graça: agarrar-se aos bens deste mundo, desviar o amor a Deus para o apego exclusivo às criaturas e decidir sua vida sem atenção à vontade de Deus. Neste sentido, a vida dos teus consagrados pode ser um permanente aviso a todos os teus seguidores. Abençoa, Senhor, os irmãos e irmãs que integram os institutos, congregações e ordens religiosas. Fortalece o caminho vocacional dos jovens que estão em formação na vida consagrada. E não desiste de chamar muitos jovens generosos para o teu seguimento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Nesta semana dedicada à vocação à vida consagrada, recomende ao Senhor, num momento de prece, todos os que estão seguindo uma vocação especial de consagração na Igreja: vocacionados, seminaristas, formandos, irmãs, irmãos, professos nas congregações, ordens, institutos de vida consagrada, institutos seculares e novas comunidades. Reze por nós. 

Talvez nossa reflexão de hoje possa ajudar alguém a pensar neste tema da vocação à vida consagrada. Então, que tal compartilhar o áudio e o texto da Meditação de hoje com mais alguém?

Obs.: Na foto, Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas) e Colaboradores no Capítulo Inspetorial 2019.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




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