PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: semeia pouco
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Nada se constrói nada sem esforço, sem dedicação, sem entrega.

 



   10 de agosto de 2023.   

Dia de São Lourenço, diácono, mártir.



   Evangelho.   


Jo 12,24-26

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.
25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.


   Meditação.   


Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo (Jo 12, 24)

Neste 10 de agosto, as leituras bíblicas apontam o exemplo de um mártir do século III da era cristã: São Lourenço. Ele era diácono da Igreja de Roma, coordenava um amplo atendimento aos pobres da cidade e assistia o Papa nas celebrações, junto com outros diáconos. Era o tempo do Papa Sisto II, tempo do Imperador Valeriano, feroz perseguidor da Igreja. O Papa estava celebrando nas catacumbas, com alguns diáconos, quando foi surpreendido pela polícia do império romano. Foi preso e martirizado. Em seguida, veio a prisão do diácono Lourenço. O prefeito da cidade exigiu os tesouros da Igreja. Lourenço prometeu apresentar-lhes toda a riqueza da Igreja. No dia combinado, reuniu uma multidão de assistidos (viúvas, pobres, cegos, aleijados, órfãos, idosos) e os apresentou ao prefeito ”Está aí o tesouro da Igreja”. Seu fim, depois de muitas torturas, foi a morte numa grelha de ferro sobre um braseiro. O tempo todo, Lourenço ficou rezando pela conversão do povo romano. Numa certa hora, chamou os algozes e sugeriu que o virassem de lado, pois já estava bem assado daquela parte. Um homem forte, cheio de fé, bem humorado, oferecendo sua vida por Cristo, como Cristo o fez por ele.

No evangelho de hoje, Jesus diz: ”Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto” (Jo 12). Olha a dinâmica maravilhosa da obra de Deus no exemplo da germinação da semente de trigo. Da morte, nasce a vida. O grão de trigo enterrado na terra morre, se arrebenta de dentro pra fora. É assim que gera a plantinha, o pé de trigo. Só morrendo, dando-se a si mesmo, pode produzir uma planta que vai crescer e produzir espigas e chegar à nossa mesa como alimento para saciar a fome.

Jesus falava de si mesmo. Em sua paixão, ele foi o grão de trigo que caiu na terra e morreu para gerar muito fruto. Não se poupou a si mesmo, deu-se por completo. Não procurou salvar a sua pele, mas entregou-se sem reservas pelo bem dos outros. Jesus, assim, estava falando de sua morte, propriamente do sentido de sua vida e de sua morte. Sua morte não seria o fim. Seria o coroamento de sua missão, o ápice do seu serviço. Como escreveu São Paulo: “Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza” (2 Cor 9).

Esse exemplo de Jesus, o grão de trigo, o próprio Jesus o aplicou aos seus seguidores. Disse ele: “Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna”. Se o grãozinho de trigo semeado nega-se a se entregar, a abrir-se à terra, a dar-se por completo, permanecerá apenas um grãozinho estéril, e daí a pouco será assimilado pela terra. Nada sobrará. Mas, se generosamente se entregar, se se abrir de dentro pra fora, morrendo na sua condição de grão, vai gerar uma nova planta que vai dar muitas espigas, multiplicar-se, alimentar muita gente. A morte da semente é a geração de uma nova vida, é o milagre do renascimento. Olha que sábia comparação essa de Jesus. A morte já contém a vida, se a vida for vivida com sentido.





Guardando a mensagem

Aos discípulos, Jesus fala de si como grão de trigo que morre para gerar muitos frutos. E fala que quem quiser servi-lo, precisa segui-lo pelos seus caminhos, imitá-lo em sua entrega pelos outros. Isso que Jesus disse ecoa de uma maneira muito especial nos dias de hoje. Estamos mergulhados em uma cultura que supervaloriza o sucesso individual, a busca do bem-estar e do prazer. O ideal, em nosso mundo, é ‘eu me dar bem’, fugindo de qualquer sacrifício ou sofrimento, pouco me importando com o sofrimento dos outros. Por que muita gente não quer ter filhos? Porque ter filho obriga os pais a viverem voltados para um outro, não para si mesmos. Por que muitos jovens refutam a vocação de consagração na Igreja? Porque este é o estilo de vida onde se vive para os outros, não para si mesmos. Por que boa parte dos matrimônios entra em crise? Porque um não quer sacrificar-se pelo bem do outro. Ainda somos grãos de trigo que, caindo na terra, negamo-nos a nos entregar, a nos sacrificar, a morrer para gerar vida.

Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo (Jo 12, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
vemos hoje, na figura do diácono Lourenço, alguém que viveu esta tua palavra sobre o grão de trigo. O Papa São Leão Magno disse sobre ele que “as chamas não puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que o queimava fora era mais fraco do que aquele que ardia dentro dele”. Contigo, Senhor, e com teu diácono Lourenço, recolhemos muitas lições para a nossa vida. Não é nos guardando, nos poupando que vamos gerar vida. Uma família não se constrói com gente comprometida apenas pela metade, poupando-se, fazendo o mínimo. Na verdade, nenhuma vocação – a do casamento, a do serviço do altar, a da consagração – nenhuma vocação é fecunda sem entrega, sem dedicação, sem renúncia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação Matrimonial, é bom você fazer um exame de consciência. Que tipo de grão de trigo você está sendo em sua casa?

Comunicando

Como todas as Quintas-feiras, temos, hoje, a Santa Missa, às 11 horas, rezando pelos associados e ouvintes. 
Preside, hoje, o Pe. Antonio Neto. Deixe a sua intenção no formulário ou nos mande pelo Whatsapp 81 3224-9284. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

QUEM SEMEIA POUCO COLHE POUCO



10 de agosto de 2021

Dia de São Lourenço, mártir.


EVANGELHO


Jo 12,24-26

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.
25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.


MEDITAÇÃO


Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo (Jo 12, 24)

Neste 10 de agosto, as leituras bíblicas apontam o exemplo de um mártir do século III da era cristã: São Lourenço. Ele era diácono da Igreja de Roma, coordenava um amplo atendimento aos pobres da cidade e assistia o Papa nas celebrações, junto com outros diáconos. Era o tempo do Papa Sisto II, tempo do Imperador Valeriano, feroz perseguidor da Igreja. O Papa estava celebrando nas catacumbas, com alguns diáconos, quando foi surpreendido pela polícia do império romano. Foi preso e martirizado. Em seguida, veio a prisão do diácono Lourenço. O prefeito da cidade exigiu os tesouros da Igreja. Lourenço prometeu apresentar-lhes toda a riqueza da Igreja. No dia combinado, reuniu uma multidão de assistidos (viúvas, pobres, cegos, aleijados, órfãos, idosos) e os apresentou ao prefeito ”Está aí o tesouro da Igreja”. Seu fim, depois de muitas torturas, foi a morte numa grelha de ferro sobre um braseiro. O tempo todo, Lourenço ficou rezando pela conversão do povo romano. Numa certa hora, chamou os algozes e sugeriu que o virassem de lado, pois já estava bem assado daquela parte. Um homem forte, cheio de fé, bem humorado, oferecendo sua vida por Cristo, como Cristo o fez por ele.

No evangelho de hoje, Jesus diz: ”Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto” (Jo 12). Olha a dinâmica maravilhosa da obra de Deus no exemplo da germinação da semente de trigo. Da morte, nasce a vida. O grão de trigo enterrado na terra morre, se arrebenta de dentro pra fora. É assim que gera a plantinha, o pé de trigo. Só morrendo, dando-se a si mesmo, pode produzir uma planta que vai crescer e produzir espigas e chegar à nossa mesa como alimento para saciar a fome.

Jesus falava de si mesmo. Em sua paixão, ele foi o grão de trigo que caiu na terra e morreu para gerar muito fruto. Não se poupou a si mesmo, deu-se por completo. Não procurou salvar a sua pele, mas entregou-se sem reservas pelo bem dos outros. Jesus, assim, estava falando de sua morte, propriamente do sentido de sua vida e de sua morte. Sua morte não seria o fim. Seria o coroamento de sua missão, o ápice do seu serviço. Como escreveu São Paulo: “Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza” (2 Cor 9).

Esse exemplo de Jesus, o grão de trigo, o próprio Jesus o aplicou aos seus seguidores. Disse ele: “Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna”. Se o grãozinho de trigo semeado nega-se a se entregar, a abrir-se à terra, a dar-se por completo, permanecerá apenas um grãozinho estéril, e daí a pouco será assimilado pela terra. Nada sobrará. Mas, se generosamente se entregar, se se abrir de dentro pra fora, morrendo na sua condição de grão, vai gerar uma nova planta que vai dar muitas espigas, multiplicar-se, alimentar muita gente. A morte da semente é a geração de uma nova vida, é o milagre do renascimento. Olha que sábia comparação essa de Jesus. A morte já contém a vida, se a vida for vivida com sentido.




Guardando a mensagem

Aos discípulos, Jesus fala de si como grão de trigo que morre para gerar muitos frutos. E fala que quem quiser servi-lo, precisa segui-lo pelos seus caminhos, imitá-lo em sua entrega pelos outros. Isso que Jesus disse ecoa de uma maneira muito especial nos dias de hoje. Estamos mergulhados em uma cultura que supervaloriza o sucesso individual, a busca do bem-estar e do prazer. O ideal, em nosso mundo, é ‘eu me dar bem’, fugindo de qualquer sacrifício ou sofrimento, pouco me importando com o sofrimento dos outros. Por que muita gente não quer ter filhos? Porque ter filho obriga os pais a viverem voltados para um outro, não para si mesmos. Por que muitos jovens refutam a vocação de consagração na Igreja? Porque este é o estilo de vida onde se vive para os outros, não para si mesmos. Por que boa parte dos matrimônios entra em crise? Porque um não quer sacrificar-se pelo bem do outro. Ainda somos grãos de trigo que, caindo na terra, negamo-nos a nos entregar, a nos sacrificar, a morrer para gerar vida.

Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo (Jo 12, 24)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
vemos hoje, na figura do diácono Lourenço, alguém que viveu esta tua palavra sobre o grão de trigo. O Papa São Leão Magno disse sobre ele que “as chamas não puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que o queimava fora era mais fraco do que aquele que ardia dentro dele”. Contigo, Senhor, e com teu diácono Lourenço, recolhemos muitas lições para a nossa vida. Não é nos guardando, nos poupando que vamos gerar vida. Uma família não se constrói com gente comprometida apenas pela metade, poupando-se, fazendo o mínimo. Na verdade, nenhuma vocação – a do casamento, a do serviço do altar, a da consagração – nenhuma vocação é fecunda sem entrega, sem dedicação, sem renúncia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação Matrimonial, é bom você fazer um exame de consciência. Que tipo de grão de trigo você está sendo em sua casa?

Comunicando

Na próxima segunda-feira, dia 15, nós vamos ter o relançamento do Programa Encontros, no meu canal do Youtube. Fica o convite: todas as segundas-feiras, a partir deste 15 de agosto, às 20 horas, o Programa Encontros no Youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


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