PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: doze
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UMA COMUNIDADE APOSTÓLICA

Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar (Mc 3, 14)

24 de janeiro de 2020

Meditamos, ontem, como Jesus começou a estabelecer um novo momento no seu ministério, ao pedir uma barca e afastar-se um pouco da multidão que o comprimia, ali à beira mar. Àquele povo movido pela busca de curas e milagres, ele respondeu com a pregação do evangelho. O evangelho comunica o propósito de Deus, a sua vontade. Bem-aventurado o que ouve e pratica a Palavra do Senhor. A barca de Pedro é já uma representação da Igreja, realizando sua missão no mundo (o mundo, você lembra, está representado pelo mar).

Não sei se você leu o sonho de Dom Bosco com a Grande Barca que é a Igreja e como, numa feroz perseguição no mar, isto é no mundo, ela encontrou segurança atracando no meio de duas colunas, a Celebração da Eucaristia e a Devoção à Virgem Maria. (Se não leu, vou deixar o link no final da Meditação para você dar uma olhada).

A cena de hoje é o que segue após o encontro com o povo à beira mar. Jesus sobe o monte e chama alguns. E escolhe doze para que fiquem com ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios. É o que está no evangelho de Marcos. 

Designou doze. Doze é o número do povo de Deus organizado. Israel tinha doze tribos. Estas se organizaram, simbolicamente, em torno de doze patriarcas, os filhos de Jacó. Doze são também os Juízes do Antigo Testamento, bem como os profetas maiores. Doze, então, é o número da organização, da liderança. Parece que o trabalho de Jesus começa a ter um novo nível de organização, com essa escolha dos doze. O seu grupo mais próximo, com quem ele vai peregrinar habitualmente e a quem vai dedicar uma maior atenção à sua formação, é formado por doze lideranças. Eles serão a referência para todos os seus discípulos, seus seguidores.

Escolheu doze para ficar com ele e para enviá-los a pregar. Ficar com ele é a condição de discípulos, dos que estão aprendendo sobre o Reino de Deus. Serem enviados a pregar é a condição de missionários, de apóstolos. Em seu nome, eles vão dar continuidade à missão. Ter escolhido doze não quer dizer que não havia outras lideranças reconhecidas. Certamente, havia. As mulheres, por exemplo, que também eram discípulas, tinham suas funções no grupo e, mais tarde, tiveram um papel muito importante no testemunho da ressurreição e na formação das comunidades.

Certamente, a escolha não agradou todo mundo. Alguém não foi escolhido e ficou meio emburrado. Alguém pode ter considerado a escolha um tanto equivocada e com razão (Judas Iscariotes, por exemplo, não parece ter sido uma boa escolha). Mas, quando Jesus não estava mais presente fisicamente, depois de sua ressurreição e ascensão, foram esses líderes que, mesmo tateando, mas com a força do Espírito Santo, sustentaram o testemunho sobre o Messias e espalharam o seu evangelho pelos quatro cantos.

Guardando a mensagem

Jesus estava conduzindo o povo de Deus para um novo momento de organização. A escolha dos doze é um sinal do seu trabalho de restauração do povo de Deus. Com a escolha dos doze, estão lançadas as bases de organização da igreja cristã. É por isso que dizemos que a Igreja é apostólica, porque ela nasce do testemunho, do ensinamento e da liderança dos apóstolos que Jesus escolheu e formou. Os bispos da Igreja são os apóstolos de hoje, aqueles que o Senhor escolheu e lhes deu participação na sua autoridade. Na atuação dos apóstolos de ontem ou de hoje, independentemente de suas fraquezas ou virtudes, vemos o Bom Pastor Jesus que nos ensina, nos abençoa e nos conduz, na força do seu Santo Espírito.

Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar (Mc 3, 14)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

Chamaste os doze, pessoalmente. Eles seguiam sempre contigo. Tu tinhas o cuidado de explicar-lhes as parábolas, as coisas do Reino. E eles te acompanhavam com toda boa vontade. Mas eram fracos como nós e te deram muita dor de cabeça. Na hora da paixão mesmo, houve quem dissesse até que não te conhecia, além daquele que te traiu. Mas, tu não desististe deles, nem os desautorizaste. Tu, Senhor, conheces a nossa fraqueza e, ainda assim, confias em nós. É o mistério de tua encarnação. Hoje, Senhor, queremos te pedir, de maneira muito especial, pelos nossos líderes, nossos diáconos, padres e bispos e pelo Papa, o bispo da Igreja em Roma e referência de unidade para todo o teu povo santo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze pelas vocações, para que o Senhor da Messe não deixe faltar operários à sua Igreja: lideranças leigas, religiosos e consagrados, diáconos, padres, bispos. Sendo hoje o Dia de São Francisco de Sales, reze também pelos jornalistas e por todos os profissionais cristãos que atuam área da comunicação social. 

O link para você ler o sonho de Dom Bosco é este:  http://bit.ly/Med23jan

24 de janeiro de 2020
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

UM POVO UNIDO E ORGANIZADO

Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos (Lc 6, 13)
10 de setembro de 2019.
Depois de uma noite toda de oração, na montanha, ao amanhecer, Jesus chamou os discípulos e escolheu doze entre eles. Doze é o número do povo de Deus organizado. Israel tinha doze tribos. Estas se organizaram, simbolicamente, em torno de doze patriarcas, os filhos de Jacó. Doze são também os Juízes do Antigo Testamento, bem como os profetas maiores. Doze, então, é o número da organização, da liderança. O trabalho de Jesus começa a ter um novo nível de organização, com essa escolha dos doze. O seu grupo mais próximo, com quem ele vai habitualmente se deslocar e a quem vai dedicar uma maior atenção à sua formação, é formado, então, por doze lideranças. Eles serão a referência para todos os seus discípulos, seus seguidores.
Jesus escolheu os doze para ficar com ele e para enviá-los a pregar, segundo o evangelista Marcos. Ficar com ele é a condição de discípulos, dos que estão aprendendo sobre o Reino de Deus. Serem enviados a pregar é a condição de missionários, de apóstolos. Em seu nome, eles vão dar continuidade à missão. Ter escolhido doze não quer dizer que não havia outras lideranças reconhecidas. Certamente, havia. As mulheres, por exemplo, que também eram discípulas, tinham suas funções no grupo e, mais tarde, tiveram um papel decisivo no testemunho da ressurreição e na formação das comunidades.
Certamente, a escolha não agradou a todo mundo. Alguém não foi escolhido e ficou meio emburrado. Alguém pode ter considerado a escolha um tanto equivocada e com aparente razão (Judas Iscariotes, por exemplo, não parece ter sido uma boa escolha). Mas, quando Jesus não estava mais presente fisicamente, depois de sua ressurreição e ascensão, foram esses líderes que, mesmo em sua fraqueza, sustentaram o testemunho sobre o Messias e espalharam o seu evangelho pelos quatro cantos, com a força do Espírito Santo.
Notemos que na lista dos doze escolhidos, dos apóstolos, figura, em primeiro lugar, a pessoa de Simão, a quem Jesus chamou de Pedro. Pedro foi escolhido por Jesus, como pedra na fundação de sua comunidade. Ele é um sinal de unidade na Igreja. São João Crisóstomo, que foi bispo de Constantinopla, no final do quarto século, escreveu: “Pedro, na verdade, ficou para nós como a pedra sólida sobre a qual se apoia a fé e sobre a qual está edificada a Igreja. Tendo confessado ser Cristo o Filho de Deus vivo, foi-lhe dado ouvir: “Sobre esta pedra – a da sólida fé – edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Na figura de Pedro, hoje Francisco, nos reconhecemos como Igreja edificada por Jesus sobre a fé e o testemunho dos apóstolos.  
Guardando a mensagem
Jesus estava conduzindo o povo de Deus para um novo momento de organização. A escolha dos doze é um sinal do seu trabalho de restauração do povo de Deus. Com a escolha dos doze, estão lançadas as bases de organização da igreja cristã. É por isso que dizemos que a Igreja é apostólica, porque ela nasce da liderança, do testemunho e do ensinamento dos apóstolos que Jesus escolheu e formou. Os apóstolos de Jesus, aos poucos, foram comunicando sua mesma autoridade e responsabilidade a outros líderes, pela oração da Igreja e pela imposição de suas mãos. Esses são os bispos, que sucederam os apóstolos. Um bispo não se inventa. Os bispos têm a sucessão apostólica. Eles são os apóstolos de hoje, aqueles que o Senhor escolheu e lhes deu participação na sua autoridade. Na atuação dos apóstolos de ontem ou de hoje, independentemente de suas fraquezas ou virtudes, reconhecemos o bom pastor Jesus que nos ensina, nos abençoa e nos conduz, na força do seu Santo Espírito.
Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos (Lc 6, 13)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Pessoalmente, chamaste os doze. Eles seguiam sempre contigo. Tu tinhas o cuidado de explicar-lhes as parábolas, as coisas do Reino. E eles te seguiam com toda boa vontade, mas eram fracos como nós e te deram muita dor de cabeça. Na hora da paixão mesmo, houve quem dissesse até que não te conhecia, além daquele que te traiu. Mas, tu não desististe deles, nem os desautorizaste. Tu, Senhor, conheces a nossa fraqueza e ainda assim confias em nós. Obrigado, Senhor. Hoje, nós queremos te pedir, de maneira muito especial, pelos nossos líderes, nossos diáconos, padres, bispos e pelo Papa Francisco, referência de unidade para todo o teu povo santo. Nós te pedimos pelos frutos de sua visita a Moçambique, Madagascar e Maurício, de onde acaba de chegar. Nós te pedimos por sua saúde e pelo êxito do Sínodo da Amazônia. Que as críticas que aqui e ali se levantam contra tua Igreja nos ajudem a ser um povo mais santo e mais fiel. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Faça, hoje, uma oração pelo Papa Francisco, pelo Bispo de sua Diocese e pelo Padre de sua comunidade.
Pe. João Carlos Ribeiro – 10 de setembro de 2019.

VOCÊ CONSEGUE VER ALGUMA DIFERENÇA?

Tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes (Mc 8, 15).
19 de fevereiro de 2019
Os discípulos estavam discutindo a respeito de pão, de comida. Eles tinham se esquecido de levar pão para a viagem. E olha que eles tinham presenciado Jesus alimentar a multidão com poucos pães, por duas vezes. E até, nesta ocasião, tinham recolhido vários cestos de sobra de pães. Mas, estavam discutindo, se desentendendo, um pondo a culpa no outro... a discussão estava esquentada. Foi quando Jesus fez uma advertência que eles não entenderam: "Tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes". Eles não entenderam. E você entendeu?
Jesus aproveitou a situação para ajudá-los a pensar. Ele queria que eles prestassem atenção ao modo como ele conduzia sua missão. Esse era o bom fermento que eles precisavam imitar. Era assim que eles precisavam agir. Ficassem atentos ao modo como Jesus fazia as coisas. Mas também prestassem atenção ao modo como os fariseus se comportavam em suas práticas. Comparando, poderiam perceber uma grande diferença. "Tenham cuidado com o fermento dos fariseus  e com o fermento de Herodes!"
E como era o fermento de Jesus, isto é, com que sentimentos, atitudes e valores Jesus estava no meio do povo? Com que fermento, ele fazia o seu pão, realizava a sua missão? Os discípulos podiam ver... Jesus agia com compaixão, valorizando a partilha e em espírito de serviço. Aqui estava toda a diferença. Agia com compaixão, valorizando a partilha e em espírito de serviço. Vamos explicar melhor. Compaixão é uma palavra frequente nos evangelhos falando do encontro de Jesus com os sofredores, os doentes, os excluídos. Compaixão é amor, misericórdia, ternura, solidariedade tudo junto. Agia movido pela compaixão. E valorizava a partilha, isto é, a participação de cada um, colocando o seu pouco em comum. Ele recebeu a partilha da criança – alguns pães e poucos peixes – e repartiu com todos. Ele mesmo estava a serviço do seu povo. Não se comportava como um senhor poderoso, mas como um servo. Veio para servir, não para ser servido. No final, lavou os pés dos discípulos, para não restar qualquer dúvida sobre isso. Compaixão, partilha e serviço. Esse é o fermento de Jesus.
Os discípulos precisavam estar atentos também ao fermento dos fariseus  e de Herodes, para ver a diferença. E tomar distância do estilo deles. Em que consistia o fermento deles? Consistia em agir com hipocrisia, com desprezo às pessoas e buscando sempre os próprios interesses. Jesus desmascara o comportamento hipócrita deles:  exigem dos outros, mas eles mesmos não praticam; criam leis para os outros, fingindo que as cumprem. Hipocrisia. Mas também desprezavam os pobres, tomando-os por ignorantes, iletrados, pecadores. O que Herodes queria mesmo era riqueza e poder. Herodes é o poder opressor que perseguiu e decapitou João Batista. Esse é o fermento mal, o dos fariseus e o de Herodes: hipocrisia, desprezo ao povo e busca de privilégios.
Guardando a mensagem
O fermento de Jesus é o modo como ele se conduz na realização de sua missão. Três palavras podem definir o bom fermento do Mestre: compaixão, partilha e serviço. O estilo dos fariseus e o estilo de Herodes continuam hoje de outra forma. No fundo é o mesmo: buscando vantagens para si mesmos, desprezando os mais simples e fazendo apenas o jogo da aparência.  Esse estilo não pode ser imitado por nós, nem pelos nossos líderes, nem pelos ministros da Igreja. Somos imitadores de Jesus. Precisamos guiar nossas ações pelo fermento de Jesus.
Tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes (Mc 8, 15).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Nós somos os teus discípulos. E tomamos para nós essa tua chamada de atenção. Em nossa vida, em nosso trabalho, em nossa convivência em família ou em sociedade, é assim que precisamos viver: com o bom fermento do teu modo de agir. O teu fermento é o amor solidário, a valorização da partilha na busca de soluções e o espírito de serviço aos outros. Disseste para termos cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes. O fermento dessa turma é conhecido: não fazerem o que ensinam, discriminarem tudo que é popular e a gananciosa corrida para se dar bem a qualquer custo. Obrigado, Senhor, por teu ensinamento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Um cristão dizer que não dá pra ler um texto da bíblia, porque não a tem à mão, é grave. A bíblia tem que estar conosco, sempre. Pode até estar instalada no celular. Sendo assim, sugiro que você leia o evangelho de hoje (Mc 8,14-21).

Pe João Carlos Ribeiro – 19.02.2019

O REINO ESTÁ BEM PERTINHO

No caminho, vocês anunciem: O Reino dos céus está próximo (Mt 10, 5)
11 de julho de 2018.
Jesus chamou os doze, deu-lhes poder sobre a doença e sobre o mal e os enviou em missão. Entre outras coisas, recomendou que avisassem ao povo que o Reino estava próximo.  O evangelista Mateus, por escrever seu evangelho entre comunidades formadas por judeus, evita dizer o nome “Deus”, substituindo-o por “céus”. Reino dos céus. Doze é uma representação do povo de Deus e de sua organização, de sua liderança. O povo do Antigo Testamento era o povo das doze tribos, dos doze patriarcas. A escolha e o envio de doze líderes mostra a intenção da ação de Jesus: ele está construindo um novo momento do povo de Deus, o povo que estará unido a Deus pela nova e eterna aliança.
Jesus dá várias instruções aos doze. De uma forma ativa, eles se associam à missão de Jesus. E a missão de Jesus está descrita um pouco antes, no final do capítulo 9: Jesus vendo as multidões, se compadeceu delas e as ensinava, pregando o Reino de Deus e curando as suas enfermidades. Compadecia-se de sua situação e lhes anunciava o Reino de Deus que chegou com ele para liberdade e salvação de todos. Eles deviam anunciar que o Reino estava próximo, isto é, aproximou-se, chegou para eles. O Reino é Deus nos salvando em Cristo.  Assim, os apóstolos pelo caminho devem avisar ao povo essa novidade, com palavras, mas também com gestos e ações onde se reconheça que Deus está agindo em favor do seu povo necessitado. O Reino é Deus nos libertando. É isso que está sinalizado nas curas de enfermidades e expulsões de espíritos impuros.
Meditando o evangelho, nos damos conta do amor de Deus que vem nos encontrar, da presença de Jesus que continua nos buscando e nos encontrando nos caminho de nossa vida e de nossa história. Nossa tarefa é também avisar a todos que o Reino do amor de Deus chegou, vencendo o ódio, a dor, o pecado. Esse é a boa nova, o evangelho a ser anunciado; a grande novidade a ser comunicada.
Vamos guardar a mensagem
A missão de Jesus é anunciar o Reino de Deus. O Reino de Deus é o próprio Jesus entre nós, nos libertando. Ele anuncia o Reino com a pregação, mas também o concretiza com ações pelas quais as pessoas estão sendo resgatadas da doença, da exclusão, da dominação do mal, do pecado. Escolhendo e enviando doze em missão, Jesus está visivelmente construindo um novo momento de organização do povo eleito em aliança com Deus. A missão dos doze, como a de Jesus, é anunciar a proximidade do Reino. O Reino, por meio de Jesus, se aproximou de nós, está bem pertinho, agora é só a gente abrir a porta.
No caminho, vocês anunciem: O Reino dos céus está próximo (Mt 10, 5)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Mandaste os doze anunciar ao povo, pelo caminho, que “o Reino de Deus está próximo”, que o céu se aproximou para resgatar e sarar toda ferida. A nós que vivemos imersos em um mundo materialista, esta palavra nos consola: Deus não nos esqueceu, ele vem ao nosso encontro com o seu Reino. Concede-nos, Senhor, que não percamos o horizonte da vida eterna, mesmo carregando os fardos de nossa existência, às voltas com as tarefas de cada dia. Que, no corre-corre de nossa vida, permaneça sempre no nosso coração esse sentido do teu Reino, reino de amor e justiça que começa aqui, mas só se realiza plenamente na eternidade. Dá-nos, Senhor, viver lembrados e embalados por essa verdade do teu amor: O Reino está próximo, está pertinho de cada um. É só abrir a porta do coração e deixar-te entrar. Tu anuncias o Reino, tu fazes o Reino de Deus acontecer entre nós com tua palavra e teu poder restaurador. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Repita várias vezes, durante o dia de hoje, aquela palavrinha do Pai Nosso: “Venha a nós o vosso Reino”.

Pe. João Carlos Ribeiro - 11.07.2018

JUNTO A MIM, TEU BASTÃO, TEU CAJADO



MEDITAÇÃO PARA A QUINTA-FEIRA, DIA 01 DE FEVEREIRO DE 2018.
Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado (Mc 6, 8).
Jesus está enviando os doze em missão. Só isso, já vale uma meditação. Toda a igreja é missionária. E lhes faz algumas recomendações, sobretudo de que eles partissem em missão, em grande despojamento. Não levassem pão, nem sacola, nem dinheiro. Só com a túnica do corpo, sandálias nos pés e um cajado. Um cajado. Por que deviam levar um cajado?
Cada evangelista, mesmo narrando a mesma cena, deixa seu toque especial. Cada pessoa, mesmo contando a mesma história, marca sua diferença num detalhe, não é assim? Marcos, o nosso evangelista deste ano, diz que Jesus mandou levar um cajado. Mateus e Lucas, dão outros pormenores, e incluem o cajado na lista do que Jesus disse que não levasse. E agora? Agora, é ver qual é o sentido desse cajado na história.
Bom, vamos deixar o evangelho de Marcos quieto e vamos para o livro dos Salmos. O salmo 23, que você conhece bem, diz assim: “O Senhor é o meu pastor, nada me falta. Em verdes pastagens, me faz repousar.... Ainda que eu caminhe por vale tenebroso nenhum mal temerei, pois estás junto a mim. Teu bastão e teu cajado me deixam tranquilo”. Viu que entrou o cajado nessa oração? O Senhor é o meu pastor. Deus é o nosso pastor. Nós somos as ovelhas do seu rebanho. Ele nos conduz para boas pastagens e para águas correntes. E mesmo que você esteja numa situação muito difícil, como é ele que conduz você, você não tem o que temer. O bastão e o cajado dele são a sua segurança. Bom, bastão e cajado são a mesma coisa. É a vara com uma haste arredondada que o pastor tem sempre na mão. E por que o cajado de Deus, nosso pastor, é a sua segurança?
Aí eu preciso lhe dizer pra que servia o cajado ou bastão, na mão do pastor. Você não tem ideia como a profissão de pastor era trabalhosa, no tempo da Bíblia! O pastor tinha que levar as ovelhas, todo dia, para pastar, num lugar que tivesse água também.  Coisa difícil naquela terra seca (grande parte da Palestina) e complicada se encontrasse pela frente um roçado, uma plantação. E você pode imaginar, ovelha é bicho obediente, mas em grande número, é um quebra-cabeça pra manter o rebanho junto ou no caminho certo. Aí o cajado é importante para tanger ou conter ovelhas afoitas. Já tem uma haste arredondada própria para segurar as ovelhas que estiverem se afastando, por exemplo. E mais, no campo havia muitas feras doidas pra comer uma ovelha gordinha: lobos, ienas, leões... Aí o cajado era a arma para enfrentar as feras e defender as ovelhas. E, de noite, tinha-se que ficar vigilante...não faltava ladrão querendo carregar as ovelhas. Aí o cajado era a defesa do pastor. Ele partia com tudo pra cima do ladrão e o bandido saía todo machucado. Olha aí os três usos do cajado ou do bastão: organizar a marcha das ovelhas, afugentar as feras do campo e lutar contra os assaltantes.  Os pastores eram quase sempre jovens, fortes e briguentos. Ninguém se metesse com eles, não.
Vamos de novo ao salmo 23: “O Senhor é o meu pastor, nada me falta. Em verdes pastagens, me faz repousar.... Ainda que eu caminhe por vale tenebroso nenhum mal temerei, pois estás junto a mim. Teu bastão e teu cajado me deixam tranquilo”. Deus me defende. Ele enfrenta o lobo ou o ladrão e não permite que me façam mal. O seu cajado é a sua segurança. Deus toma a sua defesa. Ele cuida de você. Jesus disse, no evangelho de João: “Eu sou o bom pastor. O mercenário, quando o lobo ataca, ele corre e larga as ovelhas. Eu dou a vida pelas minhas ovelhas”.
Vamos guardar a mensagem
Jesus enviou os doze em missão. A recomendação foi que não levassem nada, a não ser um cajado. Cajado é coisa de pastor. O pastor é Jesus. Eles participam da missão de Jesus, de cuidar do rebanho. O cajado representa a responsabilidade do pastor de cuidar das ovelhas (com o cajado, ele tange as mais lentas e segura as mais apressadas). Mas representa também o zelo que eles devem ter na defesa do rebanho (com o cajado, o pastor afugenta as feras do mato e enfrenta os larápios). Os doze são, então, os pastores do rebanho de Deus, nossos líderes religiosos. É por isso que os nossos bispos têm um báculo, imitando o cajado dos pastores. O báculo representa a responsabilidade que eles receberam de cuidar do povo de Deus e de defendê-lo de todas as ameaças (heresias, ideologias totalitárias, divisões, etc.), como bons pastores.
Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado (Mc 6, 8).
Vamos acolher a mensagem
Senhor Jesus,
Está dito no evangelho de hoje, que os doze partiram  e fizeram três coisas: pregaram que todos se convertessem, expulsaram muitos demônios e curaram numerosos doentes. Realmente, tinham mesmo que levar o cajado, assim começaram a entender que são pastores do teu povo: organizam o rebanho, expulsam o mal e derrotam as doenças.  Senhor, nós te bendizemos porque somos ovelhas do teu rebanho.  E te pedimos que, com o teu Santo Espírito, sustentes os teus ministros em sua missão de ensino, de pastoreio e de santificação do rebanho.  Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Reze, hoje, pelo padre de sua comunidade. Faça uma prece pelo seu bispo, também.

Pe. João Carlos Ribeiro – 01.02.2018

A GRANDE NOVIDADE

No caminho, vocês anunciem: O Reino dos céus está próximo (Mt 10,5)
Jesus chamou os doze, deu-lhes poder sobre a doença e sobre o mal e os enviou em missão. Entre outras coisas, recomendou que avisassem ao povo que o Reino estava próximo.  O evangelista Mateus, por escrever seu evangelho entre comunidades formadas por judeus, evita dizer o nome “Deus”,  substituindo-o  por “céus”. Reino dos céus. Doze é uma representação do povo de Deus e de sua organização, de sua liderança. O povo do Antigo Testamento era o povo das doze tribos, dos doze patriarcas. A escolha e o envio de doze líderes mostra a intenção da ação de Jesus: ele está construindo um novo momento do povo de Deus, o povo que estará unido a Deus pela nova e eterna aliança.
Jesus dá várias instruções aos doze. De uma forma ativa, eles se associam à missão de Jesus. E a missão de Jesus está descrita um pouco antes, no final do capítulo 9: Jesus vendo as multidões, se compadeceu delas e as ensinava, pregando o Reino de Deus e curando as suas enfermidades. Compadecia-se de sua situação e lhes anunciava o Reino de Deus que chegou com ele para liberdade e salvação de todos. Eles deviam anunciar que o Reino estava próximo, isto é, aproximou-se, chegou para eles. O Reino é Deus nos salvando em Cristo.  Assim, os apóstolos pelo caminho devem avisar ao povo essa novidade, com palavras, mas também com gestos e ações onde se reconheça que Deus está agindo em favor do seu povo necessitado. O Reino é Deus nos libertando. É isso que está sinalizado nas curas de enfermidades e expulsões de espíritos impuros.
Meditando o evangelho, nos damos conta do amor de Deus que vem nos encontrar, da presença de Jesus que continua nos buscando e nos encontrando nos caminho de nossa vida e de nossa história. Nossa tarefa é também avisar a todos que o Reino do amor de Deus chegou, vencendo o ódio, a dor, o pecado. Esse é a boa nova, o evangelho a ser anunciado, a grande novidade.

As quatro tarefas da missão

Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade (Mt 10,1).

Jesus fica com pena do seu povo. É o rebanho de Deus, mas se apresenta assim tão abandonado, descuidado, desorientado... Ovelhas cansadas e abatidas. Ovelhas sem pastor. Diante desse quadro, dessa percepção, Jesus é tomado pela compaixão. É urgente que o rebanho conte com bons pastores, com boas lideranças. Pastores que cuidem das ovelhas estropiadas, que recuperem as desfalecidas, que lavem as sujas, que as defenda dos lobos. Esse povo que se encontra nesta situação tão triste tem uma bela vocação: ser um reino de sacerdotes, uma nação santa. É o povo que fez aliança com Deus, aos pés do Sinai. É o que está lembrado no livro do Êxodo (primeira leitura).

Diante desse quadro tão doloroso (um povo humilhado, sem liderança), Jesus toma três iniciativas. A primeira, recomendar que os discípulos roguem ao Pai que ele mande essas lideranças que o seu povo está precisando. A segunda iniciativa:  organizar o seu grande grupo de discípulos, nomeando doze líderes. Chamou doze, porque estava simbolicamente reorganizando todo o rebanho de Deus, o povo das doze tribos, que fora liderado por doze patriarcas. A terceira iniciativa foi enviar os doze em missão.

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