PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Nossa Senhora Rainha


Papa Pio XII diante da imagem de N. Sra. Rainha


22 de agosto de 2022


Nossa Senhora Rainha



EVANGELHO



Lc 1,26-38


Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.

28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.

30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.

34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.

38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

 

MEDITAÇÃO


Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó e o seu reino não terá fim (Lc 1, 33)

A cena é muito conhecida. O anjo Gabriel foi enviado por Deus a Maria. Ele a saudou de uma forma surpreendente: “Ave, cheia de graça, o senhor é contigo”. E anunciou a Maria que ela seria mãe, mesmo sendo virgem. E deu um testemunho maravilhoso sobre Jesus. Maria ouviu tudo e pediu uma explicação. E ele a tranquilizou: ela engravidaria por obra do Espírito Santo. E ela, com humildade e generosidade, aceitou a missão que Deus lhe confiava.

A gente sempre fica olhando para Maria. Claro, ela é o centro da cena. Mas, hoje podemos prestar mais atenção ao anjo que foi falar com ela. Podemos organizar a visita dele em sete passos: ele foi enviado por Deus; ele entrou onde Maria estava e a saudou; ele a tranquilizou e lhe deu a boa notícia da gravidez do filho de Deus; respondeu à dúvida dela sobre como engravidaria; avisou que Izabel que estava já no sexto mês de gestação; recebeu a resposta positiva da Virgem; e retirou-se. Uma comunicação perfeita, em sete passos. Um modelo para a evangelização.

Prestemos também atenção no que Gabriel disse sobre a criança que iria nascer. Sobre Jesus, o anjo Gabriel revelou coisas maravilhosas a Maria: esse menino será seu filho e filho de Deus. Ele é grande e santo, igual ao Senhor Deus. E ele vai nascer para reinar sobre o seu povo, como um novo Davi, e reinará para sempre.

Jesus, homem e Deus, será o líder do povo santo e de toda a humanidade. O apóstolo Paulo dirá que ele é o novo Adão, que tudo nele recomeça - o novo Adão em comunhão com Deus e com seus irmãos; um Adão vencedor do pecado; a criação, a obra de Deus, levada a bom termo. Nele, recomeça a humanidade, agora em comunhão com o Criador.

O Papa Pio XII, em 1954, na encíclica em que tratou da realeza de Maria, escreveu: “Desde os primeiros séculos da Igreja católica, o povo cristão elevou orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu tanto nos momentos de alegria, como sobretudo quando se via ameaçado por graves perigos; e nunca foi frustrada a esperança posta na Mãe do Rei divino, Jesus Cristo, nem se enfraqueceu a fé, que nos ensina reinar com materno coração no universo inteiro a Virgem Maria, Mãe de Deus, assim como está coroada de glória na bem-aventurança celeste”. 


Papa Paulo VI diante da imagem de N. Sra. de Fátima

Guardando a mensagem

No dia de hoje, celebramos a festa de Nossa Senhora Rainha. A festa da realeza de Maria está em continuação com a festa da sua assunção ao céu. Sua realeza é estar unida a Jesus, filho de Davi, na sua adesão à vontade de Deus. Na meditação de hoje, ficamos atentos ao anjo Gabriel. Ele fez bem a sua tarefa. Ele veio da parte Deus, como mensageiro, com uma missão muito especial. Entrou com grande respeito na presença de Maria, saudando-a como cheia de graça, comunicou-lhe a boa notícia que trazia, tirou suas dúvidas, recebeu sua resposta e se foi. A evangelização deve sempre produzir uma resposta, um engajamento da pessoa. O anjo Gabriel revelou coisas muito especiais sobre Jesus: ele, o filho de Deus e de Maria, é o líder do povo santo e de toda a humanidade. A evangelização nos leva à pessoa de Jesus. E nos pede uma resposta sobre esse encontro com o filho de Deus que muda a nossa vida.

Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó e o seu reino não terá fim (Lc 1, 13)

Rezando a palavra

O anúncio do anjo a Maria é celebrado, em nossa tradição cristã católica, de maneira especial, com a oração do Ângelus.

Guia: O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
Todos: E Ela concebeu do Espírito Santo.
Guia: Eis aqui a serva do Senhor.
Todos: Faça-se em mim segundo a vossa palavra.
Guia: E o Verbo se fez carne.
Todos: E habitou entre nós.

Ave Maria…

Guia: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!
Todos: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Guia: Oremos. Derramai, ó Deus, a Vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por Sua Paixão e Cruz, à glória da Ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.


Vivendo a palavra

Maria ficou prestando atenção no que Gabriel disse. Maria não entendeu tudo, mas ficou guardando e meditando tudo aquilo no seu coração. Hoje, faça como Maria. Preste bem atenção nas palavras do Senhor e guarde-as no seu coração.

Comunicando

O convite de hoje: você não pode recusar. Às 20 horas, reestreia o nosso programa no meu Canal do Youtube. É o programa ENCONTROS. Novo estúdio, novos quadros. Será o nosso ponto de encontro de todas as segundas-feiras. Vou lhe enviar o link. E já estou lhe pedindo para você compartilhar com, pelo menos, mais cinco pessoas. Posso contar com você?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O Senhor fez em mim maravilhas!



21 de agosto de 2022

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

 Dia da Vocação à Vida Consagrada


EVANGELHO


Lc 1,39-56

Naqueles dias, 39Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.
56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

MEDITAÇÃO


Porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 49)

E este é um domingo especial, na liturgia da Igreja no Brasil: a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. No livro do Apocalipse, o evangelista João conta que viu um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol que deu à luz um filho e um dragão feroz que queria devorá-lo. O filho foi levado para junto do trono de Deus e a mulher refugiou-se no deserto. É um resumo maravilhoso da história da salvação: Uma mãe revestida da grandeza de Deus; Um filho perseguido e, agora, vitorioso junto do trono do céu. Jesus, filho do eterno Pai e de nossa humanidade recebida de Maria, perseguido pelas forças do mal e da morte, está agora ressuscitado, glorioso, em Deus. Em Cristo ressuscitado, vemos a vitória de todos os filhos de Adão, de toda a humanidade. A voz ouvida resume tudo: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.

Na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo nos ajuda a tirar consequências de tudo isso: “Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda”. A ressurreição, como vitória final, está assegurada em Cristo para todos os que lhe pertencemos. E essa grande vitória alcançada por Cristo em nosso favor já vemos sinalizada em todas as pequenas vitórias em nossa vida, em todas as bênçãos e conquistas que pontuam o nosso caminho. Essa vitória total e definitiva que já avistamos, ao término da caminhada, vai iluminando nossa jornada.

O fracasso entrou no mundo com Adão. Com ele, entrou a morte. Mas, a vitória chegou por Jesus. Com ele, entrou a vida, a ressurreição dos mortos. A vitória será total quando a morte for derrotada. Quando olhamos para o horizonte, para onde nós estamos peregrinando, já vemos um homem ressuscitado dos mortos, Jesus, o filho de Deus. Ele está sentado à direita do Pai. Ele é a garantia de que lá também chegaremos, vencedores também sobre a morte. E ao lado de Jesus, já vemos alguém que também já está em Deus, representando toda a humanidade redimida. O Prefácio da Missa de hoje fala dela nestes termos: “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, consolo e esperança para o povo ainda em caminho”. É Maria que lá está ressuscitada também.

O canto de Maria, o Magnificat, está no coração da liturgia da palavra de hoje. Nele, nossa mãe canta as vitórias de Deus em sua vida e na vida do seu povo. “A minha alma engrandece o Senhor... porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. Nossa mãe está louvando a Deus pelo que ele fez na vida de sua serva. Mas, também o bendiz pelo que ele está fazendo na vida do seu povo: “Ele mostrou a força do seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos, elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias”. O Senhor Deus está realizando suas promessas: fazendo justiça aos humilhados, destronando os potentados. Vitórias de Deus na vida de sua serva e na vida do seu povo.


Guardando a mensagem

Celebramos a Assunção da Virgem Maria. A Igreja proclamou, em 1950, esse dogma que o povo cristão já tinha no coração: Maria ressuscitou e está com Deus. Foi o que o Papa Pio XII escreveu na proclamação do dogma: “A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Essa é uma bela conclusão da Palavra de Deus proclamada hoje. Jesus ressuscitou, como primícias, depois nós o seguiremos, ensinou Paulo com toda clareza. Na visão de São João, no livro do Apocalipse, a mãe de Jesus estava toda possuída pela glória divina, vestida de sol. O anjo a tinha saudado como “cheia da graça”, na anunciação. E Izabel antecipou essa declaração da Igreja reconhecendo a grandeza de Maria e saudando-a como Davi saudou a Arca da Aliança: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”. E Maria mesma, na sua humildade, hoje nos recorda: “O Senhor fez em mim maravilhas”. Jesus ressuscitou. Maria também já ressuscitou e foi levada para junto do seu filho. Nós também ressuscitaremos. Vamos todos estar com Deus. Essa é a grande vitória que estamos celebrando.

Porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor (Lc 1, 49)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje é um dia para cantarmos as vitórias de Deus em nossa vida. Em nosso caminho e na história do nosso povo, apesar dos problemas e das dificuldades, são muitas as conquistas e vitórias. E nós reconhecemos, Senhor, que elas não são apenas obras nossas, são especialmente obra de Deus, misericórdias do seu coração. As nossas vitórias se completam e se plenificam na tua grande vitória sobre o pecado, o mal e a morte, na tua ressurreição. Vitorioso, és garantia de que chegaremos lá. E temos ainda outro testemunho desta tua obra admirável. Tua mãe já está contigo na glória. Ela é “aurora e esplendor da Igreja triunfante, consolo e esperança para o teu povo ainda em caminho”. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Faça hoje, uma prece em favor dos irmãos e irmãs das Ordens, Congregações e Institutos de vida consagrada. Como Maria, eles sinalizam no mundo que Deus é tudo em nossa vida.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Os sete defeitos dos fariseus



20 de agosto de 2022

Memória de São Bernardo


EVANGELHO


Mt 23,1-12

Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. 6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre.
8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

MEDITAÇÃO


Não imitem as suas ações (Mt 23, 3)

No evangelho de hoje, Jesus está fazendo uma denúncia muito forte contra os mestres da Lei e os fariseus. Afinal, quem eram eles? No tempo de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, os fariseus e seus mestres constituíam um grupo muito forte no meio do povo de Deus. Formavam uma espécie de confraria de homens observantes da Lei de Moisés. Eram muito influentes e respeitados pelo povo.

Esse movimento começou no tempo do exílio. Com a destruição do Templo e o exílio de uma parte da população para a Babilônia, os sacerdotes perderam sua função e sua influência na religião. Foi-se formando um movimento leigo que manteve a religião judaica, não mais em torno do Templo, mas em torno da Lei. Na volta do exílio, esse movimento continuou a crescer junto às sinagogas. Um historiador da época, Flávio Josefo, calculou que havia uns 6.000 homens nessa confraria por todo o país, no tempo de Jesus. Eles zelavam para que a Lei de Moisés fosse cumprida em todos os seus detalhes. Muitos deles estudavam bastante essa Lei escrita e oral, frequentando escolas de grandes mestres. E passavam a explicá-la ao povo nas sinagogas e no Templo de Jerusalém também. Esses grandes catequistas eram chamados mestres ou doutores da Lei.

Com certeza, os fariseus eram um grupo muito próximo de Jesus. Mas, fizeram grande oposição a ele, talvez por inveja ou mesmo porque Jesus ensinava de maneira diferente e isso desestabilizava a liderança deles. E Jesus percebeu neles alguns defeitos muito sérios. Quais? Eles exigiam demais do povo, quando na verdade eles não praticavam tudo aquilo; Eles desprezavam quem não conhecesse a Lei ou não estivesse em condições de cumpri-la; Na verdade, em seu legalismo, eles fecharam o coração e não acolheram Jesus e a sua mensagem.

Na passagem de hoje, Jesus está alertando o povo e os discípulos para fazerem o que eles ensinam, mas não imitarem as suas ações. ‘Façam o que eles dizem, mas não façam o que eles fazem’. E aí ele fez uma lista completa de sete falhas do comportamento dos fariseus e de seus mestres; Defeitos que os novos líderes do povo de Deus precisavam evitar. Com certeza, a preocupação de Jesus era com os novos líderes de sua comunidade, seus apóstolos e quem viesse a ocupar o seu lugar na animação das comunidades: não imitarem os mestres e os fariseus.

E por que não devem imitá-los? Olha os pecados que Jesus denunciou: Ensinam, mas não praticam; Amarram fardos pesados nas costas dos outros; Fazem tudo para aparecer; Exageram nos símbolos religiosos (largas faixas na testa e no braço com trechos da Lei e longas franjas na túnica); Estão atrás de privilégios; Gostam de ser cumprimentados em público; Adoram ser chamados de mestres. Sete defeitos dos fariseus e seus mestres. Essas são tentações permanentes também no meio do povo de Deus de hoje; Coisas que as lideranças das comunidades cristãs não podem imitar, de jeito nenhum.


Guardando a mensagem

A palavra de Jesus nos ensina a estar atentos para não nos deixarmos iludir apenas por uma fachada religiosa. Como diz o ditado: “nem tudo que reluz é ouro”. Como os fariseus de ontem, há muita gente falando de Deus, mas seu real interesse não é a glória de Deus e o bem dos seus irmãos. Como os fariseus, há muito interesse em prestígio, em dinheiro, em benefícios pessoais. Há quem ensine, mas não viva. E quem ensine, sem responsabilidade com a doutrina dos apóstolos. E dentro de nossas comunidades, estejamos atentos para que o estilo fariseu não se instale.

Não imitem as suas ações (Mt 23, 3)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu estavas preocupado com a tua Igreja, para ninguém copiar o estilo dos mestres e fariseus do teu tempo. Os fariseus bem que poderiam ter sido os teus principais colaboradores na pregação do Evangelho. Mas, o tempo todo, ficaram se confrontando contigo, levantando suspeitas, dizendo que agias por obra de Satanás, te perseguindo. Liberta, Senhor, tua Igreja de qualquer vestígio de imitação dos defeitos do movimento dos fariseus. Que o teu Santo Espírito continue nos guiando e purificando para realizarmos bem a nossa vocação de comunidade missionária que leva tua Palavra de amor a todos os povos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), continue esta oração. Pergunte a Jesus em que sua vida cristã pode ser mais verdadeira e fiel.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

O amor a Deus e ao próximo

 



19 de agosto de 2022

Sexta-feira da 20ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 22,34-40

Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36”Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.

MEDITAÇÃO


Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos (Mt 22, 40)

Na parábola que escutamos ontem, do rei que preparou uma linda festa de casamento para o seu filho, vimos que os primeiros convidados rejeitaram com violência o convite para a festa e os seus mensageiros. Esses são os que não acolheram Jesus e tudo fizeram para eliminá-lo. Um grupo muito popular e muito religioso também movimentou-se o tempo todo contra Jesus: os fariseus. No evangelho de hoje, um grupo deles vem ao encontro de Jesus, disposto a desmoralizá-lo. Chegaram com uma pergunta aparentemente inocente: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”.

Os eruditos, os mestres da Lei, os mais estudados dos fariseus, viviam em intermináveis discussões sobre as centenas de mandamentos que eles reconheciam nas escrituras e na sua tradição oral. Qual seria o maior mandamento, como hierarquizar tantas normas? Jesus deu uma resposta convincente. ‘O maior e primeiro mandamento é este: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!”. Na verdade, Jesus recitou o início da oração diária de todo judeu, como está no Livro do Deuteronômio, a Oração do Shemá. Ninguém poderia discordar. E Jesus acrescentou: “O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’”.

Perguntaram pelo maior mandamento, Jesus respondeu com dois mandamentos. Amar a Deus e amar o próximo. Aproximou os dois, juntou os dois. Uma coisa não pode ser desligada da outra. Como escreveu São João na sua primeira carta: “Quem diz que ama a Deus que não vê e não ama o seu irmão que vê, é um mentiroso”. Essa relação íntima entre o amor a Deus a ao seu semelhante certamente não era uma novidade, já estava na Escritura. Mas, não estava na prática religiosa dos fariseus, que desprezavam os pobres e ignorantes. Não dá para amar a Deus e não amar os irmãos, particularmente os necessitados, os excluídos. E amar, não com palavras, mas com atitudes, obras, compromissos.

A palavra de Jesus, hoje, é um grande ensinamento para nossa vida. Amar a Deus e amar os irmãos. Esse é o mandamento. A prática da religião não é apenas louvar, glorificar, honrar a Deus com nossos cânticos e louvores. Esse amor a Deus transfigura os nossos relacionamentos, ilumina os nossos compromissos, nos compromete com a justiça, o bem, a verdade. Como amar o pai e não reconhecer e amar os outros filhos dele, seus irmãos e irmãs?



Guardando a palavra

O fariseu queria saber de Jesus qual é o maior mandamento da Lei. Jesus respondeu que o maior e primeiro mandamento é o amor a Deus. Mas, este sagrado dever está unido a um segundo, semelhante ao primeiro: amar o próximo como a si mesmo. Não é possível honrar a Deus com verdadeiro amor, sem interessar-se e comprometer-se com o bem dos seus irmãos, filhos e filhas do mesmo Pai. E amar com o coração do Pai é estar atento aos irmãos que estão em maior dificuldade, para incluí-los, para garantir-lhes as oportunidades necessárias, para estar ao seu lado como bom irmão, como boa irmã.

Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos (Mt 22, 40)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
disseste bem: “Toda a Lei e os Profetas dependem destes dois mandamentos”. A Lei e os Profetas são a Sagrada Escritura. Nela, se revela um Deus que ama seu povo, caminha com ele e o socorre na aflição. Nela, o fiel descobre que agrada a Deus e o honra quando o imita no seu amor pelos pequenos, na sua compaixão pelos sofredores, na sua misericórdia pelos pecadores. E depois de ter falado pelos profetas, o Pai nos fala por ti, Senhor Jesus, deixando tudo bem claro. O verdadeiro culto é fazer a vontade do Pai. O verdadeiro adorador é o samaritano que socorre o assaltado quase-morto, na estrada. O verdadeiro amor é o de quem dá a sua vida pelos amigos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze, com calma, o Pai Nosso. E veja como Jesus nos faz rezar como filhos, sem deixar ninguém de fora. Todos precisamos do pão, do perdão, da libertação, da vitória sobre o mal. Quando reza o Pai Nosso, você intercede por todos os seus irmãos e irmãs. 

Comunicando

Domingo próximo, dia 21, faço show em Glória do Goitá, cidade da mata norte de Pernambuco, nos festejos da padroeira N. S. da Glória. No sábado seguinte, dia 27, vamos comemorar os 26 anos da AMA com uma live-show que você vai poder acompanhar no Youtube. E no dia 03 de setembro, o Show será na cidade de São Joaquim do Monte, agreste pernambucano, na Romaria do Frei Damião. 

Até amanhã, se Deus quiser!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Venham para a festa!



18 de agosto de 2022

Quinta-feira da 20ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 22,1-14

Naquele tempo, 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, 2dizendo: “O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou os seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir.
4O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram.
7O rei ficou indignado e mandou suas tropas, para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.
10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11Quando o rei entrou para ver os convidados observou ali um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.
13Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.

MEDITAÇÃO


Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa (Mt 22, 11)

Jesus comparou o Reino de Deus com uma festa de casamento. O rei preparou a festa de casamento do filho e mandou chamar os convidados. Os que foram convidados disseram que não iam. Ele mandou um segundo recado. Eles ignoraram. Mandou então os seus empregados convidarem todo mundo que encontrassem pelo caminho. O salão de festa ficou cheio de convidados. Mas, o rei, passando para cumprimentar os convidados, notou um que estava sem o traje de festa. E mandou colocá-lo pra fora.

O Evangelho é um convite. O convite é para participarmos da grande festa de casamento do filho do rei. O rei é Deus Pai. O filho, o noivo, é Jesus. Os empregados que levam o convite são os profetas, os missionários, os evangelizadores. E por que essa imagem da festa de casamento? Porque Deus celebrou uma aliança com o seu povo, no Antigo Testamento. E Jesus, no Novo Testamento, celebrou, no seu sangue, a nova e eterna aliança de Deus com o povo redimido. E quem é a noiva? Precisamos descobrir nessa parábola quem é a noiva. E, também, por que alguém foi excluído da festa por estar sem a roupa apropriada?

No tempo de Jesus, a grande rejeição veio das elites do seu povo. Veja que exatamente Jesus está contando esta parábola às lideranças de Jerusalém. São eles que reagiram violentamente maltratando e matando os missionários. Assim, Jesus já vê que a destruição do país pelos romanos mais adiante é resultado de sua rejeição. Agora, você entende porque, na parábola, o rei ficou furioso e mandou destruir e tocar fogo nas cidades deles.

Um palpite de estudiosos da Bíblia é o seguinte: nós somos os convidados. Claro, isso você já sabia. Os convidados deviam estar com o traje da festa, vestidos com a roupa nupcial, pois era uma festa de casamento. Isto, você também já suspeitava. Olha o segredo da parábola: A noiva são os convidados. Os convidados são a noiva, por isso que eles precisam estar com a roupa nupcial, o traje da festa. Entendeu? Jesus é o noivo. A noiva é a Igreja, nós, o povo de Deus. Claro. A noiva somos nós, os convidados.

Só falta uma coisa: o que é esse traje nupcial? Aí temos que pensar um pouco mais. Quer um palpite? Podemos pensar numa coisa simples. A coisa que não pode faltar em quem vai se casar é... é o amor. Claro, sem amor a Jesus, não tem casamento. Sem adesão à pessoa de Jesus Salvador, não há salvação, não há aliança, não há casamento. Nossa adesão a Jesus é celebrada no batismo, quando pelo banho do Espírito Santo somos lavados do pecado e nos revestimos de Cristo. No batismo, até trajamos uma roupinha branca, nova, a veste nupcial. O traje de festa é o amor a Cristo, a nossa adesão a ele celebrada no batismo, a nossa condição de pessoas convertidas e perdoadas do pecado.



Guardando a mensagem

A aliança que Deus fez com Israel é como um casamento, no qual Deus é o esposo e a nação santa é a esposa. Jesus restaurou, no seu sangue, essa aliança enfraquecida ou rompida pela infidelidade. Jesus comparou o Reino de Deus com a festa de casamento que Deus preparou. Para essa festa, os primeiros convidados reagiram com violência. Foi a reação dos que o levaram à morte. Todos somos convidados para a grande festa. Pela evangelização, continuamos a ser convocados para ela. Na verdade, os convidados são a noiva. E precisam estar com o traje nupcial, que pode ser a adesão a Cristo pela fé, pelo amor e pela conversão. É isso que celebramos no batismo. Para representar nossa aliança com Cristo no batismo, nos trajamos com a veste nupcial.

Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa (Mt 22, 11)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
que linda comparação fizeste para entendermos o Reino de Deus: uma festa de casamento, no qual és o noivo e nós, tua Igreja, somos a noiva. Essa aliança de amor entre nós é a razão de tanta alegria, na grande casa do teu Pai e nosso Pai, do teu Deus e nosso Deus. Obrigado, Senhor, pelo maravilhoso serviço da evangelização, pelo qual o Pai continua a nos convocar para a grande festa. Que nenhuma desculpa nos impeça de comparecer ou de retardar nossa presença na tua festa. E que ninguém de nós compareça sem o traje nupcial que é a fé e a conversão com que fomos lavados do pecado no batismo. Foi no batismo que nos revestimos do homem novo, da roupa nova da graça. Como está escrito no Apocalipse: “Felizes os convidados para a ceia nupcial do cordeiro”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Para entender ainda melhor o comentário de hoje, leia o evangelho e a meditação. Leia, não só ouça. O acesso ao texto é pelo link que estou lhe enviando. Não tendo o link, acesse www.padrejoaocarlos.com

Comunicando

E hoje, como todas as quintas-feiras, você pode participar conosco da Santa Missa. A transmissão será pelo rádio e em meu canal do youtube. Começa às 11 horas. Se tiver um pedido de oração, ponha, por favor, neste formulário que está seguindo com a Meditação.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


O grande mutirão da evangelização




17 de agosto de 2022

Quarta-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Mt 20,1-16a


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’

9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’.

13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.


MEDITAÇÃO


Vão vocês também para a minha vinha! (Mt 20, 4)


Os que acolheram Jesus, como Messias, reconheceram que ele era o filho unigênito de Deus. Perceberam que sua vida, suas atitudes, sua morte e ressurreição manifestavam com grande clareza quem era o Deus que havia se revelado a Israel. O filho é quem sabe quem é o Pai. E o filho revelou que o Deus único que Israel conheceu é Pai, um pai amoroso, não simplesmente um senhor poderoso e justo. Um pai de família, preocupado com os seus filhos, não um fiscal marcando o que a gente faz de bom e de ruim. Pai não só dos filhos de Israel, mas pai amoroso de cada pessoa humana, nascida à sua imagem e semelhança. Pai que é Deus junto com o Filho. E os dois nos comunicam uma terceira pessoa, o Santo Espírito, os três compondo a Trindade Santa, o único Deus. Pela obra de Jesus, o Pai dá a cada filho o seu Espírito. Assim, quem se une a Jesus, pelo batismo, recebe a adoção filial, fica filho de Deus.


A maior parte dos religiosos do tempo de Jesus irritou-se com essas coisas que Jesus revelou sobre Deus. Isso abalava o seu modo de viver a religião e de organizar a vida em sociedade. Jesus mostrava, com suas palavras e suas atitudes, que Deus estava mais preocupado com as pessoas do que com as leis, as normas, por mais religiosas que fossem. Os fariseus viam nisso uma falta de respeito ao sábado, uma coisa tão sagrada para louvar a Deus. Jesus mostrou que o mais agradava a Deus era amar o irmão necessitado, com atitudes e obras, como o fez o samaritano da história que ele contou. Sacerdotes e levitas, a turma do Templo, ficaram com raiva dessa história. Nela, eles é que não acudiram o pobre. Quando prenderam Jesus, a principal acusação no Sinédrio foi que Jesus se dizia filho de Deus. O que Jesus revelou sobre Deus foi o que mais escandalizou o seu povo. Isso abalava o modo deles crerem e de organizarem a vida em sociedade.


Aí é que entra a parábola dos vinhateiros contratados em várias horas do dia. Chegou o tempo da colheita da uva, a vindima. Muita gente não tinha mais sua terrinha pra trabalhar e ia trabalhar na terra dos outros. Ficava-se esperando, na praça da cidade, algum contratante. O dono de uma vinha passou às seis da manhã e contratou um grupo. Acertou a diária. E passou pela praça mais outras vezes, sempre contratando para o trabalho, mas sem marcar o preço: às 9 da manhã, ao meio dia, às três da tarde. E, de novo passou às cinco da tarde, uma hora antes de terminar o serviço. E levou mais um grupo. O pagamento era no fim do dia. Na hora de pagar, começou pelos últimos. E pagou uma diária. Ficou todo mundo surpreso. Quando chegaram os primeiros, estes receberam o combinado, uma diária. Ficaram revoltados. Revoltados com quê? Com a generosidade do patrão, com o fato de ele ter pago uma diária a quem só trabalhou uma hora.


O que Jesus revelou sobre Deus, com essa parábola? Ficou claro que Deus está preocupado com todos os seus filhos, todos precisam ganhar o pão de cada dia. Por isso, o patrão deu oportunidade a todos. Passou e chamou todo mundo para o trabalho, durante vários horários do dia. Ficou claro que Deus não nos paga segundo os nossos méritos, conforme o que a gente faz. O povo do Antigo Testamento sempre pensou, e nós continuamos pensando, que Deus nos abençoa, segundo nossas boas obras e nossa santidade. O que conta é a bondade dele, não é o nosso merecimento, ter feito mais ou ter feito menos. Como todos precisavam sustentar sua família, o patrão pagou a todos por igual, começando dos últimos. Vendo a nossa necessidade, ele nos cumula de todo bem e de toda graça. É misericordioso, bondoso, generoso. Assim é Deus.



Guardando a mensagem


Não basta dizer que crê em Deus. Como é esse Deus que você crê? Jesus nos revela quem é esse Deus maravilhoso que fez aliança com Israel em vista das nações da terra e o enviou como nosso redentor. Na parábola dos trabalhadores contratados em vários horários do dia, aparece um Deus preocupado com todos os seus filhos, criando oportunidades para todos e provendo suas necessidades, sem levar em conta quem tem mais merecimento ou importância. Aliás, como bom Pai, para ele o mais importante é o filho mais frágil, desprezado e com menos oportunidade. E por que os religiosos do seu tempo ficaram tão irritados com Jesus, a ponto de crucificá-lo? Porque conhecer e amar a esse Deus leva a pessoa a mudar suas atitudes de vida e a buscar um mundo bem diferente do que esse que temos.


Vão vocês também para a minha vinha! (Mt 20, 4)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

Nós te bendizemos por nos revelares Deus como um pai compassivo, providente, justo, misericordioso. Igualmente te agradecemos pelo fato de o Pai nos querer todos empenhados e comprometidos no seu Reino. Somos todos operários de sua vinha. Liberta-nos, Senhor, da preguiça, da inveja, do individualismo, de tudo o que nos impeça de trabalhar, com amor e em unidade, na vinha do Senhor. Nesta semana da vocação à vida consagrda, nós te pedimos, Senhor, abençoa os irmãos e irmãs que chamaste para a vida religiosa consagrada. Concede-lhes a graça da perseverança e o despertar de novas vocações. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Seria muito bom você ler a parábola de hoje em sua Bíblia: Mateus 20,1-16.


Comunicando


Domingo próximo, dia 21, faço show em Glória do Goitá, cidade da mata norte de Pernambuco, nos festejos da padroeira N. S. da Glória. No sábado seguinte, dia 27, vamos comemorar os 26 anos da AMA com uma live-show que você vai poder acompanhar no Youtube.


Até amanhã, se Deus quiser.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Quando se ama muito




16 de agosto de 2022

Terça-feira da 20ª Semana do Tempo Comum



EVANGELHO


Mt 19,23-30

Naquele tempo, 23Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. 24E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. 25Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” 26Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
27Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” 28Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.



MEDITAÇÃO

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Ontem, nos foi apresentada aquela história do jovem que não aceitou o convite do Mestre. O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo.

Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Largaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.

É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama: seus pais, seus amigos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma cervejinha gelada, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela outra já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.

O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.

Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa: ‘Nessa vida, cem vezes mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100.

E você, tem sido generoso(a) com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.


Guardando a mensagem

Aquele jovem se apresentou a Jesus, disposto a fazer alguma coisa para ganhar a vida eterna. Jesus viu sua boa vontade e o convidou a deixar tudo para o seguir em completo despojamento. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Em resposta, eles deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: ‘vão receber cem vezes mais e a herança da vida eterna’. Amor sempre pede renúncia. Uma boa dica pra você avaliar seu amor a Jesus.

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te amava muito. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir- , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou muitas coisas. Sendo hoje o dia do aniversário de nascimento de Dom Bosco, nós te pedimos, Senhor, que este santo educador nos ajude a acompanhar os jovens que se preparam para a vida matrimonial, para a vida consagrada e para o sacerdócio ministerial. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação à Vida Consagrada, reze pelos irmãos e irmãs das Congregações e Ordens Religiosas e pelos consagrados nos Institutos Seculares e nas novas comunidades.

Comunicação

A re-estreia do nosso programa no Youtube ficou para segunda-feira que vem. Agradeço, de coração, a quem aproveitou o dia missionário de ontem e se inscreveu em nossa AMA. Juntos, podemos fazer mais e melhor.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Estava-lhe faltando um passo decisivo



15 de agosto de 2022

Segunda-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

Semana da Vocação à Vida Consagrada

EVANGELHO


Mt 19,16-22

Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”.
20 O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 21Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

MEDITAÇÃO


O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que ainda me falta?”.

Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu estilo de vida”.

Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa! Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’

Jesus deu um tempinho para o moço pensar, tinha posto as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem. Dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo surpreso. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.

Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e sozinho tomar as decisões em sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.

Guardando a mensagem

Ao jovem, que já era um bom praticante dos mandamentos de Deus, desejoso de uma vida de perfeição, Jesus fez um convite muito especial: “deixar tudo para segui-lo”. Deixar tudo não é coisa fácil e esse moço era muito rico. Aí, apegado às suas coisas, ele optou por continuar na sua vidinha mesmo. Desde o começo do cristianismo, alguns homens e mulheres sentem-se chamados, por uma vocação especial, para seguir Jesus mais de perto, imitando o seu modo humano de viver para Deus e para o seu povo, pelo caminho dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. É uma escolha amorosa do Senhor. E uma resposta generosa de vários de seus discípulos e discípulas.

O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? (Mt 19, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
dentro da programação do Mês Vocacional, estamos na Semana da Vocação à Vida Consagrada, que será concluída com a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, domingo próximo. As três coisas que marcam a vocação dos teus discípulos e discípulas consagrados na vida religiosa, Senhor, são também uma indicação para todos os teus seguidores. Três tentações podem afastar as pessoas de tua graça: agarrar-se aos bens deste mundo, desviar o amor a Deus para o apego exclusivo às criaturas e decidir sua vida sem atenção à vontade de Deus. Neste sentido, a vida dos teus consagrados pode ser um permanente aviso a todos os teus seguidores. Abençoa, Senhor, os irmãos e irmãs que integram os institutos, congregações e ordens religiosas. Fortalece o caminho vocacional dos jovens que estão em formação na vida consagrada. E não desiste de chamar muitos jovens generosos para o teu seguimento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Talvez nossa reflexão de hoje possa ajudar alguém a pensar neste tema da vocação à vida consagrada. Então, que tal compartilhar o áudio e o texto da Meditação de hoje com alguém em especial?

Comunicando

Nesta segunda-feira, 15 de agosto, a nossa Associação Missionária Amanhecer (AMA) está realizando mais um dia missionário. O objetivo é fazer crescer o compromisso com a missão evangelizadora da Igreja. O nosso mote de hoje é “A oração é o coração da missão”, como nos tem explicado o Papa Francisco. Então, fica o convite: fortaleça a missão da Igreja com sua oração. Se o Senhor tocar o seu coração, inscreva-se em nossa associação. Juntos, podemos fazer muito mais. Fale com a gente pelo WhatsApp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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