PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

SÃO JOAQUIM E SANTA ANA




26 de julho de 2022

Dia de São Joaquim e Santa Ana


EVANGELHO


Mt 13,16-17


Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 16“Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.


MEDITAÇÃO


Felizes são vocês, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem (Mt 13,16)


Esse trecho do evangelho foi lido recentemente. Mas, hoje, ele tem um sabor especial. É que faz referência aos festejados de hoje, São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria e avós de Jesus.


O que será que as pessoas no tempo de Jesus estavam vendo e ouvindo? O que será que profetas e justos tanto desejaram ver e ouvir, e não conseguiram? Reposta: As coisas que estavam acontecendo com a presença de Jesus. O que Jesus estava anunciando: o Reino de Deus. O que eles estavam vendo? O Reino de Deus sendo inaugurado com a presença de Jesus. O que eles estavam ouvindo? A pregação do Evangelho do Reino.


E isso foi esperado por tanta gente, ao longo de séculos. Profetas e justos não conseguiram vê-lo. Mas, aquela gente estava presenciando o Reino de Deus que chegara. A boa notícia, o evangelho, é que o Reino chegou. Foi esse o anúncio de Jesus desde o início de sua atividade missionária: “O Reino chegou, convertam-se, creiam”. A presença de Jesus salvando, libertando, restaurando é o Reino acontecendo. Suas palavras, confirmadas por suas ações, estavam instaurando o reinado de Deus no meio do seu povo.


Como o povo do tempo de Jesus, nós também estamos tendo a chance de ver o Reino que está entre nós e de ouvir a pregação dessa boa notícia, o evangelho. E essa boa nova do Reino de Deus é uma comunicação que muda nossa vida, que dá novo sentido à realidade. Não é apenas uma notícia entre outras, uma manchete a mais. É a resposta que a humanidade ansiosamente estava esperando. É a presença e atuação do Messias que Israel acalentara em seus sonhos proféticos ao longo de séculos. É a revelação de algo maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, bate à nossa porta. Deus está cumprindo sua promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. É por essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, saúde, paz, perdão.


Não se pode ficar indiferente diante desse anúncio da chegada do Reino. Essa boa nova nos pede uma resposta, nos propõe adesão, acolhida, conversão. Lembra o que Jesus falou? “O Reino chegou, convertam-se, creiam”. Conversão é mudar o foco e o rumo da própria vida, sintonizando-a com o Reino. Crer é acolher Jesus e o seu anúncio do Reino de Deus. Trata-se, então, de acolher Jesus, porque afinal a Palavra fez-se gente, o verbo se fez carne.


Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Foi o que Jesus falou. Quem tiver ouvidos para ouvir. Significa que existe alguém que tem ouvidos, mas não escuta. Como ele disse, tem olhos, mas não vê. É que é possível não querer ouvir, não querer ver, rejeitar a boa notícia do Reino que chegou como salvação. Deus, que nos criou livres, respeita a nossa liberdade. O Reino não é uma imposição que nos anula, uma nova ordem que nos é imposta. Resta a liberdade da escolha ou da rejeição. Como diz o livro santo: “Diante de ti estão a vida e a morte. Escolhe!”. Ao amor de Deus manifesto em Cristo, só podemos responder com a fé e o amor. E não existe amor obrigado, adesão compulsória. Só na liberdade, a pessoa humana pode responder adequadamente à pregação do Reino.



Guardando a mensagem


Sendo hoje o dia dos pais da Virgem Maria, São Joaquim e Santa Ana, entende-se que a escolha desse evangelho é uma apreciação positiva da vida dos avós maternos de Jesus. É um elogio a eles. Seus olhos viram. Seus ouvidos ouviram. É que tem muita gente que tem olhos e não enxerga, tem ouvidos e não ouve. O Reino de Deus está acontecendo, hoje, na presença de Jesus evangelizando, consolando, instruindo, libertando as pessoas do mal.


Felizes são vocês, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem (Mt 13,16)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

que os nossos olhos vejam a tua obra redentora em processo em nossa vida e em nossa história. Que os nossos ouvidos ouçam teu Evangelho a nos anunciar o tempo da graça e da reconciliação. Que, pelo exemplo luminoso dos pais de Maria Santíssima, São Joaquim e Santa Ana, nossos olhos contemplem na fé esse mistério maravilhoso de tua presença redentora entre nós. Senhor, te pedimos uma bênção especial para os nossos avós: o descanso eterno dos que já partiram  e, para os que caminham conosco, concede que, confortados pelo carinho dos filhos, dos netos e amigos, se alegrem na saúde e não se deixem abater na doença; que, revigorados com a tua graça, consagrem o tempo da idade madura a andar nos teus caminhos e a celebrar os teus louvores. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Hoje, reze pelos seus avós vivos ou falecidos. Deus conhece as necessidades deles.


Comunicando


Hoje é o dia do Show em Gravatá, PE, na festa da Senhora Santana. Quem estiver por perto, nos encontraremos na praça, ao lado da Matriz, pelas 20 horas.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb


ENTRE VOCÊS, NÃO DEVE SER ASSIM




25 de julho de 2022

Dia de São Tiago Maior, apóstolo


EVANGELHO



Mt 20,20-28

20Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “O que tu queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”.

22Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é que dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.
24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.



MEDITAÇÃO


Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de vocês (Mt 20, 27)

A mãe de dois discípulos – Tiago e João – fez um pedido a Jesus: quando ele estivesse no poder, reservasse uma posição de destaque no seu governo para os seus dois filhos. Um à sua direita e outro à sua esquerda. 

Apesar do exemplo de Jesus, os seus colaboradores mais próximos, os apóstolos, estavam também tentados pela sede de poder. E já começavam a disputar cargos, posição, prestígio. Nem eles estavam entendendo a proposta de Jesus, nem a família deles. Pretendiam uma posição privilegiada (um à direita e outro à esquerda) ao lado de Jesus e, claro, acima dos outros.

Logo essa pretensão dos dois discípulos espalhou um mal-estar na comunidade dos apóstolos. O poder como prestígio, irmão gêmeo do enriquecimento duvidoso, semeia logo a discórdia, a desunião, a inveja e a competição doentia. É que ele agride gravemente o espírito comunitário. Essa tentação do poder-prestígio é um perigo para um cristão, pois o faz renunciar ao que aprendeu no Evangelho: o amor solidário, o respeito pela dignidade do outro, o espírito de serviço.

Você pode até pensar: esse negócio de poder não tem nada a ver comigo. É um assunto para quem ocupa altos cargos na Igreja ou para os políticos de Brasília. É aí que você se engana. Todo mundo tem uma relação com o poder. Mesmo que não esteja em uma função de comando, está numa relação com quem comanda. E aí se mostra qual é a sua concepção de poder: o poder-prestígio ou o poder-serviço. O poder no mundo chega a ser um ídolo. Uns se fazem de deuses e outros de seus adoradores. Para cada mandão, há sempre um séquito de pessoas subservientes e bajuladoras.

Os discípulos tinham diante de si o exemplo de Jesus e o modelo da própria sociedade. O mau exemplo vinha dos fariseus, da turma do Templo, do próprio ambiente religioso. E nisso, é claro, imitava-se as disputas de poder da classe dominante, da corte de Herodes, do Sinédrio. Jesus, no jejum do deserto, tinha enfrentado essa tentação. O diabo tinha oferecido o poder sobre todos os reinos do mundo a Jesus, se o adorasse. Jesus reagiu. Submeter-se só à vontade de Deus. Nada de aliança com o mal. O poder-prestígio é sustentado por alianças perigosas e concessões à falcatrua, à propina, à troca de favores.

O exemplo de Jesus foi bem outro. Ele deu exemplo com sua vida, suas escolhas e deixou esse precioso ensinamento: eu não vim para ser servido, mas para servir. O exercício do poder em Jesus não afastava as pessoas de si e nem o isolava dos outros. Como Mestre no seu grupo de discípulos, puxava o diálogo, responsabilizava cada um e, para admiração de todos, chegou a lavar os seus pés como um empregado fazia. Servir - essa palavra deve marcar a vida de um cristão em cargos de liderança ou em postos de comando. Servir. Não ser servido. Colocar-se a serviço dos outros, do bem, da justiça, diferentemente do poder-prestígio que se serve dos outros, que busca o seu benefício pessoal, que quer ser o maior.



Guardando a mensagem

A tentação do poder-prestígio estava presente também no grupo dos discípulos de Jesus. Jesus exerceu o poder-serviço. E o ensinou claramente. Não veio para ser servido, mas para servir. E disse mais: Vejam como o poder é exercido na sociedade, percebam a opressão dos grandes. Entre vocês, não deve ser assim.

Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de vocês (Mt 20, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
somos a tua Igreja e nossa presença na sociedade precisa ser pautada pelo espírito de serviço. Animados por teu evangelho, queremos fomentar a fraternidade em nosso ambiente de trabalho, de conivência, em nossas famílias, pois, servir é a marca do cristão. Ajuda-nos, Senhor, a não incorporar na Igreja a tentação do poder-prestígio do mundo. Antes, levemos para a sociedade nossa experiência de poder-serviço vivido na comunidade cristã. Sendo hoje o dia do teu apóstolo Tiago Maior, nós te pedimos, Senhor, por sua intercessão, a tua bênção sobre todos os pastores da Igreja, particularmente sobre o Papa Francisco que está em viagem apostólica no Canadá. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a Palavra

No seu caderno de anotações, registre essa frase de Jesus e escreva o que você entendeu dela: “Entre vocês, não deverá ser assim” (Mt 20, 26).

Comunicando

Amanhã é o dia de São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria, avós de Jesus. Amanhã, faço Show na festa da Senhora Santana, padroeira da cidade de Gravatá, PE. 

Uma semana abençoada. Até amanhã, se Deus quiser!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A ORAÇÃO DO DIA DO SENHOR



24 de julho de 2022

17º Domingo do Tempo Comum

2º Dia Mundial dos Avós e dos idosos


EVANGELHO

Anúncio do Evangelho (Lc 11,1-13)

1Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um dos seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”.
2Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’”.
5E Jesus acrescentou: “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário.
9Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá.
11Será que algum de vós, que é pai, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
13Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”



MEDITAÇÃO

Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)

Quando pensamos na oração, nos lembramos logo de Jesus. Ele é o nosso modelo orante. Foi vendo-o em oração, que os discípulos tiveram vontade de rezar como ele. No Pai Nosso, que ele ensinou aos discípulos, temos o modelo de oração. Nele, estão os sentimentos, os argumentos, o conteúdo da oração dos cristãos. No Pai Nosso de Jesus, aprendemos que a oração cristã é oração de filhos comprometidos com a glória do Pai e com o bem de todos.

E o que a oração dos cristãos tem de especial? Aos menos quatro notas distinguem a nossa oração. A primeira é que ela é ESCUTA DE DEUS. Ela não é uma simples iniciativa de nossa parte. É Deus quem nos fala primeiro. No livro do Gênesis, contando a história da oração de Abraão, Deus toma a inciativa e vem conversar com ele. Lemos assim no capítulo 18: O Senhor disse a Abraão: “O clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu, e agravou-se muito o seu pecado. Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou não ao clamor que chegou até mim”.O diálogo com Abraão começou aí. Deus tomou a iniciativa. Confidenciou-lhe essa sua preocupação com Sodoma e Gomorra. A oração cristã é, antes de tudo, escuta. Deus fala. É por essa razão, que sempre se recomenda que, em qualquer celebração nossa, haja um espaço para proclamação da palavra de Deus. Naquele episódio do jovenzinho Samuel, no Templo, o velho sacerdote o orientou: “Quando o Senhor o chamar, diga: Fala, Senhor, que o teu servo escuta”. Escutar é a primeira nota da oração cristã.

Uma segunda característica é, com certeza, a MEMÓRIA DAS OBRAS DE DEUS. A grande festa anual do povo de Deus, no Antigo Testamento, era a páscoa. Na páscoa, fazia-se memória da grande obra de Deus em sua história: a libertação do Egito. Os cristãos continuam celebrando, na Páscoa, a grande obra de Deus: a nossa salvação na morte e ressurreição de Jesus. Na carta de Paulo aos Colossenses está escrito: “Ora, vós estáveis mortos por causa dos vossos pecados, e vossos corpos não tinham recebido a circuncisão, até que Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo, e a todos nós perdoou os pecados”(Col 2, 13). Nossa oração recorda, faz memória das obras de ontem e de hoje do nosso Deus em nosso favor. A Santa Missa é um memorial da paixão e ressurreição do Senhor. Nela, ele continua oferecendo-se em nosso favor. Fazer memória das obras de Deus é uma segunda nota da oração cristã.

Uma terceira característica é o LOUVOR, A AÇÃO DE GRAÇAS, a adoração, a glorificação. O Salmo 137 traz essa oração de louvor: “Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me”.O próprio Jesus foi visto numa bela oração de louvor, bendizendo a Deus porque estava revelando o Reino aos pequeninos. A Missa pegou o nome de Eucaristia, porque esta palavra significa ‘ação de graças’. E é isso que a Missa é de maneira especial: louvor, ação de graças. Ali, nos unimos aos anjos e santos para bendizer o Senhor Deus. O LOUVOR, A AÇÃO DE GRAÇAS é uma terceira nota da oração cristã.

A quarta característica é a INTERCESSÃO PERSEVERANTE em favor do mundo, da Igreja e de nossas necessidades particulares. Na história da oração de Abraão, ele intercedeu pelos justos que poderiam existir na cidade de Sodoma. No diálogo, ele alcançou de Deus a promessa de que, se encontrasse 10 justos naquela cidade, ela não seria destruída Na santa Missa, além do momento de preces após o credo, bem no coração da grande oração eucarística, intercedemos pela Igreja, pelos falecidos e pela comunidade reunida. No evangelho (Lc 11), Jesus contou a história do vizinho que precisava do favor de um amigo. E, pela insistência, conseguiu mais do que pediu, mesmo batendo na porta da casa do amigo, depois de meia noite. A intercessão perseverante é uma quarta nota da oração cristã.

Guardando a mensagem

A oração, como aprendemos de Jesus, é, em primeiro lugar, ESCUTA DE DEUS. A nossa oração, que é um diálogo, começa por iniciativa dele. A principal oração do dia no tempo de Jesus era o Shemá: “Ouve, Israel”. A oração é também MEMÓRIA DAS OBRAS DE DEUS: memória dos prodígios pelos quais libertou seu povo da escravidão e da condenação do pecado. A oração dos cristãos é também LOUVOR, AÇÃO DE GRAÇAS pelas obras do Senhor, pela presença de Jesus Cristo anunciando o Reino. E finalmente a oração cristã é marcada também pela INTERCESSÃO PERSEVERANTE. Pedir com humildade, confiança e perseverança.

Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
hoje, te pedimos, como os primeiros discípulos: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Contigo aprendemos a entrar nesse dialogo amoroso e filial com Deus. Contigo aprendemos a dar a primeira palavra a Deus, colocando-nos em sua escuta; e a fazer memória dos seus feitos maravilhosos – a criação, a redenção, a santificação. Assim, nossas aclamações, nossos louvores, nossos cantos tornam-se ação de graças por seu amor e por sua misericórdia. Contigo aprendemos a interceder pelas necessidades do mundo, da Igreja e das nossas em particular. E ao Pai, que nos deu a ti como amigo, irmão e salvador, imploramos o dom do Espírito Santo, o grande dom do Pai à sua Igreja. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Neste domingo, ficaria bem você ler, em sua Bíblia, o evangelho de hoje: Lucas 11, 1-13.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A GRANDE LIÇÃO DA TOLERÂNCIA




23 de julho de 2022

Sábado da 16ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Mt 13,24-30

Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro’”.

MEDITAÇÃO

Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora (Mt 13, 25).
 
Jesus contou uma parábola para ensinar a gente a ser paciente, tolerante e deixar o julgamento para Deus. E, certamente, também pra gente ficar mais atento com o que estamos fazendo, com a nossa plantação. Ele contou a parábola do joio e do trigo. Um homem semeou boa semente de trigo em seu campo. De noite, veio o inimigo e semeou o joio. Cresceram juntos, trigo e joio. Quando começaram a aparecer as espigas, notou-se que no meio do trigo havia o joio. Os empregados queriam arrancá-lo. Mas, o homem não deixou. Poderiam confundir trigo com joio. Deixassem chegar o tempo da colheita. Aí, sim, arrancariam primeiro o joio e tocariam fogo nele. O trigo não, o trigo iria para o celeiro.

Jesus, à parte, em casa, com os discípulos deu uma explicação dessa parábola. O homem que semeou a boa semente é ele mesmo, o Mestre. O trigo são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao maligno. No fim dos tempos, os anjos farão a ceifa. E cada um terá o seu destino: os maus para o fogo eterno, os justos para a glória.

Você conhece um pé de trigo? O trigo é como um capim crescido com espigas. Quando chega o tempo da colheita, fica tudo amarelinho. Espigas bonitas, os grãos todos arrumadinhos, tudo bem certinho. É bonito de se ver. O trigo era a base alimentar do povo do tempo de Jesus. Com ele, faziam o pão, em casa. Mas, e o joio? O joio, você nunca viu. O joio é uma erva daninha, também chamada de cizânia, que dá no meio de cereais como o trigo. Ele é bem parecido com o trigo. Só quando começa a dar espigas é que se nota a diferença. Umas espigas com uns grãos desengonçados, uns grãozinhos pretos tóxicos. As feiosas espigas ficam logo pendidas para um lado. E tem outro detalhe que os diferencia. O trigo tem raízes não muito profundas, é fácil arrancá-lo. Já o joio tem raízes rasteiras que se entrelaçam nas raízes do trigo. Na história de Jesus, o homem achou melhor não arrancar o joio. O melhor seria aguardar a colheita. Arrancando o joio iria-se prejudicar o trigo, claro, porque suas raízes se misturam com as do trigo. Seria prejuízo para o desenvolvimento da espiga do trigo.

A grande lição da parábola é a tolerância. Vivemos nesse mundo, junto com todo mundo. Não podemos viver separados. A oração de Jesus na última ceia dizia: “Pai, não peço que os tires do mundo, mas que os livres do maligno”. Trata-se de convivermos, com respeito e tolerância com todos. Não quer dizer que aplaudimos o mal. Não. Trabalhamos para que todos se consertem, todos precisam ter essa chance. Temos que ser pacientes, como Deus é paciente. Somos trigo. Convivemos com o joio. Mas, todo cuidado é pouco para não nos tornamos também joio, permitindo que o mal nos influencie e nos faça à sua imagem. O joio e o trigo se conhecem pelas espigas, pelos frutos. O fruto é que nos diz se é trigo e vai dar um bom pão ou se é joio e está só sugando a terra e atrapalhando o desenvolvimento do trigo.


Guardando a mensagem

Os fariseus bem que queriam viver separados das outras pessoas, a quem eles chamavam de pecadores. Mas, Jesus agiu de maneira diferente. Procurava estar com todos, mesmo com aqueles que a sociedade discriminava. Vivemos misturados, joio e trigo. O joio não vai ter um bom final. Mas, o trigo tem que ter cuidado para não se deixar assimilar pelo joio e tornar-se estéril ou dar frutos venenosos como ele. Pelo contrário, o trigo precisa trabalhar para ajudar na conversão do joio. A parábola do joio e do trigo é um belo ensinamento sobre a tolerância, a convivência. Mas, também sobre a vigilância. Não deixar que o inimigo semeie o joio na nossa plantação.

Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora (Mt 13, 25).

Vivendo a palavra

Senhor Jesus,
Tu nos ensinaste a rezar, no Pai Nosso, “Livrai-nos do mal”. Ajuda-nos, Senhor, a estar vigilantes para que o inimigo não semeie joio na nossa plantação de trigo, na nossa família, na nossa comunidade. Ensina-nos a conviver com quem é joio, sem exclui-lo, mas sem imitá-lo ou deixar-nos cooptar pela desonestidade, pela infidelidade, por suas más ações. Antes, sejamos capazes de ajudá-los a se transformarem em trigo, antes que chegue o dia final da colheita. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra


Talvez você já esteja identificando algum joio na sua plantação. Que tal rezar por ele, para que se converta enquanto é tempo?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O SÉTIMO PASSO DE MARIA MADALENA



22 de julho de 2022

Dia de Santa Maria Madalena


EVANGELHO


Jo 20,1-2.11-18

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto de meu Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

MEDITAÇÃO


Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito (Jo 20, 18)

Hoje é Dia de Santa Maria Madalena, discípula de Jesus. Tudo indica que ela era originária da cidadezinha de Mágdala, na Galileia, por isso esse apelido de Madalena. Ela integrava o grupo de mulheres que, junto com os discípulos, acompanhava Jesus. A sua imagem ficou prejudicada com a ligação que se fez com a mulher pega em adultério que ia ser apedrejada, mas lá não se diz que é Maria Madalena. O certo é que ela é a primeira testemunha de Jesus ressuscitado.

Madalena não é só uma personagem da história de Jesus. Ela, com certeza, é uma representante da primeira comunidade cristã. Nesse texto, ela pode estar representando a própria comunidade dos seguidores de Jesus, nos seus inícios. Quem é Madalena? Uma discípula, uma pessoa resgatada por Jesus. Marcos e Lucas relatam que Jesus a libertou de sete demônios. Lucas relata que um grupo de mulheres andava com Jesus, várias delas libertadas de enfermidades ou de espíritos maus, entre elas Maria Madalena. Afinal, o que era a comunidade cristã, senão um grupo de pessoas resgatadas por Jesus da doença, da opressão da Lei, da exclusão social, do pecado? É isso que é a Igreja, o povo redimido, lavado do pecado, no batismo. Um povo de pecadores restaurados na graça de Deus. Uma comunidade chamada Madalena.

A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade fez até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente. Madalena representa a comunidade. Narrando a ida de Madalena ao túmulo, o evangelho de São João diz que tudo estava ainda escuro. Esse é começo de nossa caminhada de fé, não é verdade? Muita gente hoje só vê a morte de Jesus. Não é à toa que a sexta-feira da paixão reúne mais gente que o sábado de aleluia. A primeira descoberta é que o túmulo está aberto. Um pouco mais adiante, percebe que o túmulo está vazio. Depois vem o encontro com a palavra de Deus que pode iluminar a compreensão da realidade. O livro do Gênesis conta que, quando, pelo pecado, nossos primeiros pais foram expulsos do paraíso, ficaram dois anjos na porta do Éden para não deixar ninguém entrar. Mas, Jesus veio para reabrir as portas do paraíso, da graça de Deus. Com ele, chegou o Reino de Deus. Os dois anjos estão ali, na entrada do sepulcro, perguntando se ainda há razões para chorar. Da escuridão para a luz ... é o caminho de Madalena, é o caminho da comunidade. Bom, até aqui foram quatro passos.

Prosseguindo um pouco mais - é o quinto passo - ela encontra Jesus. Ela o encontra, mas pensa que é o jardineiro e quer saber onde ele colocou o morto. Está perto de Jesus, mas não o encontrou de verdade. Olha que tem muita gente nesse passo. Mas, olha o sexto passo: ela voltou-se ao ouvir o seu nome, pronunciado por Jesus. É aqui que o laço se desata: em sentir-se conhecida e amada por Jesus. Aí o coração finalmente encontra o Mestre. E é aí que o discípulo torna-se um missionário: ‘Vai dizer aos meus irmãos que eu vou subir para o meu Pai e vosso Pai’. O sétimo passo é anunciar Jesus aos outros: “Eu vi o Senhor!”


Guardando a mensagem

Madalena é uma discípula de Jesus. É uma mulher resgatada pelo amor de Cristo, como nós que fomos restaurados como novas criaturas, no batismo. Podemos pensar que, nesse texto, ela esteja representando a comunidade cristã, as de ontem e as de hoje. Podemos ver, no evangelho de hoje, sete passos, o caminho da comunidade que aos poucos vai assimilando a obra redentora de Jesus, realizada por sua morte e ressurreição. Da escuridão inicial (a não compreensão, a falta de fé), cada discípulo vai progredindo passo a passo, passando pela luz da Palavra de Deus, até chegar a um encontro pessoal com o Senhor e se tornar seu missionário, anunciador de sua vitória sobre o mundo.

Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito (Jo 20, 18)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Contemplamos, hoje, em tua discípula Maria Madalena, a caminhada que cada um de nós vai fazendo para te encontrar e te anunciar aos irmãos. E o que fez toda diferença foi tu a teres chamado pelo nome: “Maria”. Ela reconheceu tua voz, ela se sentiu conhecida e amada por ti. Foi uma experiência de encontro pessoal contigo. Sem esse encontro pessoal contigo, permanecemos tateando, procurando, meio perdidos. Tu nos chamas pelo nome, o nome que recebemos no batismo, quando acolhemos a vida nova da graça. Tu que confiaste a Maria Madalena o primeiro anúncio da alegria pascal, dá-nos, por suas preces e a seu exemplo, anunciar também que tu vives e contemplar-te na glória do teu Reino. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, anote os sete passos de Madalena. Eles são os passos do seu próprio crescimento em Cristo. Vou deixar estes sete passos no final do texto da Meditação de hoje. Você que recebe a Meditação, é só clicar no link que estou lhe enviando.

Comunicando

Eu quero agradecer a quem, ontem, pode participar da Santa Missa das 11 horas. Foi uma celebração muito especial, em ação de graças pelo compromisso missionário dos que fazem comigo a AMA. Na missa, simbolicamente, 597 associados receberam o certificado de sócios fiéis. Para rever a Missa, é só seguir o link do Youtube que lhe enviei ontem.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




OS SETE PASSOS 

DE MARIA MADALENA


A cena mostra sete passos da caminhada que a comunidade faz até descobrir que Jesus havia ressuscitado e anunciá-lo abertamente.

1º. Ela vai ao túmulo, ainda escuro.

2º. Ela vê que a pedra foi retirada do túmulo.

3º. Ela sai correndo para avisar que tiraram o corpo de Jesus.

4º. Ela vê dois anjos vestidos de branco sentados no lugar do corpo.

5º. Ela viu Jesus de pé, achando que ele era o jardineiro.

6º. Ela reconheceu Jesus ao ouvi-lo chamar seu nome.

7º. Ela foi anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor.

Os sete passos de Madalena são os sete passos da comunidade cristã na descoberta de Jesus Ressuscitado. 

ACOLHENDO O REINO DE DEUS



21 de julho de 2022

Quinta-feira da 6ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 13,10-17

Naquele tempo, 10os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” 11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. 14Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.


MEDITAÇÃO



Felizes são vocês, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem (Mt 13,16)

O que será que eles estavam vendo e ouvindo? O que será que profetas e justos tanto desejaram ver e ouvir, e não conseguiram? Reposta: As coisas que estavam acontecendo com a presença de Jesus. O que Jesus estava anunciando: o Reino de Deus. O que eles estavam vendo? O Reino de Deus sendo inaugurando com a presença de Jesus. O que eles estavam ouvindo? A pregação do Evangelho do Reino.


E isso foi esperado por tanta gente, ao longo de séculos... Profetas e justos não conseguiram vê-lo. Mas, aquela gente estava presenciando o Reino de Deus que chegara. A boa notícia, o evangelho, é que o Reino chegou. Foi esse o anúncio de Jesus desde o início de sua atividade missionária: “O Reino chegou, convertam-se, creiam”. A presença de Jesus salvando, libertando, restaurando é o Reino acontecendo. Suas palavras, confirmadas por suas ações, estavam instaurando o reinado de Deus no meio do seu povo.


Como o povo do tempo de Jesus, nós também estamos tendo a chance de ver o Reino que está entre nós e de ouvir a pregação dessa boa notícia, o evangelho. E essa boa nova do Reino de Deus é uma comunicação que muda nossa vida, que dá novo sentido à realidade. Não é apenas uma notícia entre outras, uma manchete a mais. É a resposta que a humanidade ansiosamente estava esperando. É a presença e atuação do Messias que Israel acalentara em seus sonhos proféticos ao longo de séculos. É a revelação de algo maravilhoso: o Reino está ao nosso alcance, bate à nossa porta. Deus está cumprindo sua promessa: “Eis que faço novas todas as coisas”. É por essa razão que o Evangelho, em confirmação das palavras de Jesus, narra tantos milagres, curas, exorcismos. É o Reino se instalando como luz, saúde, paz, perdão.


Não se pode ficar indiferente diante desse anúncio da chegada do Reino. Essa boa nova nos pede uma resposta, nos propõe adesão, acolhida, conversão. Lembra o que Jesus falou? “O Reino chegou, convertam-se, creiam”. Conversão é mudar o foco e o rumo da própria vida, sintonizando-a com o Reino. Crer é acolher Jesus e o seu anúncio do Reino de Deus. Trata-se, então, de acolher Jesus, porque afinal a Palavra fez-se gente, o verbo se fez carne.


Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Foi o que Jesus falou. Quem tiver ouvidos para ouvir. Significa que existe alguém que tem ouvidos, mas não escuta. Como ele disse, tem olhos, mas não vê. É que é possível não querer ouvir, não querer ver, rejeitar a boa notícia do Reino que chegou como salvação. Deus, que nos criou livres, respeita a nossa liberdade. O Reino não é uma imposição que nos anula, uma nova ordem que nos é imposta. Resta a liberdade da escolha ou da rejeição. Como diz o livro santo: “Diante de ti estão a vida e a morte. Escolhe!”. Ao amor de Deus manifesto em Cristo, só podemos responder com a fé e o amor. E não existe amor obrigado, adesão compulsória. Só na liberdade, a pessoa humana pode responder adequadamente à pregação do Reino.



Guardando a mensagem


O Reino de Deus está acontecendo, hoje, pela presença de Jesus evangelizando, consolando, instruindo, libertando as pessoas do mal. E ele age em sua Igreja, que anuncia, como ele, o Reino de Deus.  O Reino é um dom de Deus, que precisa ser acolhido. E o Reino está entre nós, fazendo-se árvore, como na história da semente de mostarda; fermentando o mundo com a fraternidade; sendo comunicado aos pobres e sofredores, como esperança e paz. Apesar de nossa realidade tão dura e sofrida, que nossos olhos vejam a ação transformadora de Deus, hoje, em nossa história; que nossos ouvidos ouçam sua palavra que nos conforta e encoraja. "Eis que faço novas todas as coisas". O Reino está entre nós.


Felizes são vocês, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem (Mt 13,16)

Rezando a palavra


Senhor Jesus,

Que os nossos olhos vejam a tua obra redentora em processo em nossa vida e em nossa história. Que os nossos ouvidos ouçam teu Evangelho a nos anunciar o tempo da graça e da reconciliação. Que nossos olhos contemplem, na fé, esse mistério maravilhoso de tua presença redentora entre nós. Dá-nos, Senhor, a graça da conversão, pela qual acolhemos o reinado de Deus em nossa vida e em nossa história. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 


Vivendo a palavra


Mesmo enfrentando tantos problemas em nosso mundo, constatamos, na fé, que o Reino já está entre nós. Em seu caderno de anotações, faça uma pequena lista de 3 coisas nas quais você vê sinais do Reino de Deus acontecendo.


Comunicando


Toda quinta, celebramos a Santa Missa às 11 horas, pelos associados e ouvintes. Desejando, inclua a sua intenção no formulário que estamos lhe enviando. E nos acompanhe pelo rádio e pelas redes sociais.


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A PALAVRA ESTÁ MUDANDO SUA VIDA?




20 de julho de 2022

Quarta-feira da 16ª Semana do Tempo Comum



EVANGELHO


Mt 13,1-9


1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. 4Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz.
7Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9Quem tem ouvidos, ouça!”



MEDITAÇÃO


Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente (Mt 13, 8)

Com certeza, você tem tido muitas oportunidades de ouvir a Palavra de Deus, não é verdade? Na leitura pessoal da Bíblia, na pregação da Missa, na Meditação (a leitura orante), na conversa com outras pessoas... de muitas maneiras, a Palavra vem sendo semeada em sua vida. E você fica feliz e agradece a Deus por isso, estou certo? Agora, essa Palavra tem feito algum efeito em sua vida? Essa é a pergunta do evangelho hoje. Essa Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?

Jesus estava falando com o povo exatamente sobre isso: sobre como cada um estava recebendo a mensagem do Reino de Deus. Foi assim que ele contou uma parábola, uma história de agricultor. Era como se ele estivesse dividindo as pessoas ali presentes em quatro grupos, em quatro terrenos. Cada grupo, cada terreno é uma resposta à pergunta: “A Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?”.

Primeiro grupo. Veja se não é esse o seu caso. Quem está neste grupo, responde assim: ‘Sabe de uma coisa, eu não compreendo a Bíblia, é uma coisa muito complicada. Na verdade, de tudo que eu escuto, não fica quase nada’. É o seu caso? Jesus comparou essa primeira situação com a semente que caiu à beira do caminho. Veio o maligno e roubou o que foi semeado. E, claro, não nasceu nada. Sabe o que é isso? Não compreender o que é anunciado. E o recado é simples: prestar atenção, dedicar-se mais à escuta da Palavra, pedir a assistência do Espírito Santo. Sem compreender, não se pode dar nem o primeiro passo.

Segundo grupo. Pode ser o seu caso. Quem está neste grupo, diz assim: “Ah, eu fico muito feliz em ouvir a Palavra de Deus. Eu gosto demais. Se ela faz algum efeito? Acho que pouco. Na verdade, quando a gente volta para a vida real, nem se lembra mais”. É o seu caso? Jesus comparou essa segunda situação com a semente que caiu num terreno pedregoso. Nasceu, mas não pode se enraizar. Morreu queimada pelo sol. A Palavra precisa se enraizar na vida da gente. Qual é o problema? A superficialidade. Não deixar que a Palavra penetre na própria vida. O recado é simples: dedicar mais tempo à Palavra de Deus, rezar mais. Isso é como cavar mais para que a Palavra se enraíze.

Terceiro grupo. Vai ver que esse é que é o seu caso. A pessoa diz assim: ‘Olha, é uma bênção a Palavra de Deus na minha vida. Na hora, é aquela alegria que me dá! Agora, tudo aquilo que eu ouço, que eu entendo, que eu abraço, acaba se esvaziando no meu corre-corre, no meio de tanta preocupação, de tantas distrações’. É esse o seu caso? Jesus comparou essa terceira situação com a semente que caiu no meio de espinhos. Ela germinou, cresceu, mas não deu frutos, porque os espinhos a sufocaram. E os espinhos, o que seria? Ele lembrou duas coisas: as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza. Isso tudo sufoca a Palavra que está no nosso coração e a torna estéril. O recado é simples: Dê mais importância à Palavra, que ela seja a primeira na sua vida, a luz mais importante. A Palavra ajuda você a conhecer a vontade de Deus. É com essa luz que você vai olhar tudo ao seu redor, sua família, seu trabalho, seu lazer.

Quarto grupo. Se até agora, você não se encontrou... com certeza, esse é o seu caso. A pessoa diz assim: ‘Sou muito feliz porque na Palavra, eu encontro o próprio Deus que me orienta e me dá forças para caminhar. A Palavra tem modificado minha vida. Estou me tornando um cristão mais amoroso e um cidadão mais consciente’. Tomara que seja o seu caso! Jesus comparou essa quarta situação com a semente que caiu em terreno fértil. Germinou, cresceu e frutificou. Deu frutos: 30, 60 e até 100%. Quer dizer, alguns bem que poderiam estar rendendo mais... um chegou a 30, outro a 60. O recado é smples: que bom que a Palavra esteja dando frutos na sua vida! Mas, ela pode dar mais frutos ainda...


Guardando a mensagem

Para que a Palavra produza muito fruto em sua vida, quatro recomendações. Primeira – dê a atenção que a Palavra merece, isto é não a escanteie numa área marginal de sua vida (à beira do caminho). Segunda recomendação – dê mais espaço à Palavra, para que ela crie raízes em sua vida. Terceira – dê à Palavra o lugar que ela merece, ela é a luz para iluminar seus problemas, suas escolhas, suas lutas. Quarta recomendação - não se contente com o que a Palavra já fez na sua vida. Ela pode produzir muito mais.

Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente (Mt 13, 8)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
No nosso terreno, tem uns espinhozinhos, não vamos negar. Mas, sabemos que a tua própria palavra é uma força para nos ajudar a removê-los. Contamos com a tua graça. Queremos que a tua palavra, que recebemos cada dia com grande alegria, seja a luz a orientar a nossa vida. Dá-nos, Senhor, a paciência do agricultor que prepara o terreno, rega a plantinha, limpa os matos e espera pacientemente que ela cresça e produza frutos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: A Palavra tem produzido alguma mudança em sua vida?

Comunicando

Agosto é o mês de aniversário de nossa Associação Missionária Amanhecer, a AMA. Será que você teria alguma sugestão sobre como poderíamos organizar esse nosso mês de aniversário? Bom, estou deixando um formulário pra você  anotar a sua sugestão.

Até amanhã, se Deus quiser. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ESCUTE O QUE JESUS ESTÁ FALANDO


19 de julho de 2022


Terça-feira da 16ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO


Mt 12,46-50

Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

MEDITAÇÃO


Enquanto Jesus falava às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele (Mt 12, 46)

Esse texto foi lido outro dia. Os parentes de Jesus estavam do lado de fora. E Jesus indicou que seus verdadeiros parentes eram aqueles que faziam a vontade do seu Pai. E até refletimos que Maria é celebrada nos evangelhos como a serva obediente. “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Temos que ser como Jesus e como Maria: filhos obedientes, realizadores da vontade do Senhor.

Mas, a palavra do Senhor é sempre nova. Por ela, ele nos diz sempre coisas surpreendentes. Relendo esse texto, me dei conta da repetição do verbo “falar”. Vou reler, com você, os versículos em que aparece esse verbo e você, por favor, conte quantas vezes essa palavra se repete. “Jesus estava falando às multidões. Sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém lhe disse: Olha, tua mãe e teus irmãos estão querendo falar contigo. Aí Jesus fez uma pergunta a quem tinha lhe falado isso”. Contou? Quantas vezes aparece o verbo “falar”? Quatro vezes. Quatro é um número completo, como os quatro pontos cardeais. “Falar” deve ser um elemento importante pra se prestar atenção no texto.

Jesus está falando ao povo. Coisa importante: ele estava ensinando, revelando as coisas do Reino de Deus, como sempre fazia. Haveria coisa mais importante do que isto, ouvir Jesus falando? Prestar atenção na palavra dele? Você se lembra de Marta e Maria. Maria estava escutando Jesus, sentadinha aos seus pés. Marta, toda ocupada, pra frente e pra trás, fazendo as tarefas de casa. O que lhe disse Jesus: “Marta, Marta, uma só coisa é necessária”. Ouvir a palavra é fundamental.

Então, Jesus está falando ao povo as coisas do Reino. E chegam os seus parentes, querendo o quê? Querendo falar com ele. Mandaram um recado por uma pessoa: “Teus parentes estão lá fora querendo falar contigo”. Por que eles não entraram para ouvir Jesus que está ensinando? Podemos pensar: ah, a casa estava cheia. Mas, o texto não está dizendo isto. Diz que ficaram do lado de fora. E que queriam falar com Jesus. Então, o assunto deles é mais importante do que a de Jesus? Então, quem dá a pauta são eles?

Está me ocorrendo o seguinte. Muitas vezes, não estamos interessados no que Jesus está falando, no que ele está dizendo, em sua pregação. Estamos interessados no nosso assunto, temos os nossos interesses, queremos que ele nos escute. Não entramos para escutar a palavra do Senhor, ficamos fora querendo que ele venha ao encontro dos nossos interesses. Está me seguindo? Esse é o problema. Muita gente não quer ouvir Jesus, quer falar-lhe o seu assunto.

Se você estiver entendendo o que eu estou dizendo – e eu sei que está -, vai entender direitinho o que está no salmo 94: “Oxalá, vocês ouvissem hoje a sua voz! Não endureçam o coração, como no tempo do deserto” (Sl 94, 7-8). A tentação é a gente não ouvir a voz de Deus, fechar o coração para a palavra de Jesus. Não temos interesse nela. Estamos interessados na nossa palavra, no que nós queremos dizer. E podemos ficar de fora, apenas querendo apresentar nossos pleitos, nossos pedidos, representar nossos interesses. Nada de escutar o que Deus tem para nos dizer. E assim nos comprometer com a sua vontade, não com a nossa.


Guardando a mensagem

Impressionante a palavra do Senhor. Nessa cena, em que os parentes de Jesus estão do lado de fora e querem falar com ele, chama à atenção a repetição do verbo “falar”. Jesus está falando ao povo, dentro da Casa. Os parentes estão do lado de fora, querendo falar-lhe. Não querem ouvir Jesus. Querem que Jesus os ouça. É o retrato da situação de muitos de nós. Alguns não estão interessados na palavra de Jesus. Estão interessados no seu problema, na sua necessidade, no que lhes parece importante. Sem ouvir a Palavra, não conhecemos a vontade de Deus. E se não realizamos a vontade de Deus, não temos parte com Jesus.

Enquanto Jesus falava às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele (Mt 12, 46)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nesta palavra de hoje, fica muito claro o lugar onde devemos ouvir tua palavra, onde tua palavra ganha sentido: a Casa, isto é, a comunidade, a Igreja. Não queremos ficar do lado de fora, Senhor, queremos nos integrar sempre mais na Comunidade-Igreja-Casa onde estás com teus discípulos. Este é o lugar certo para se escutar e viver a tua palavra. Do lado de fora, podemos apenas requisitar que escutes a nossa palavra, que sirvas aos nossos propósitos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: Você tem cultivado essa capacidade de escuta de Deus?

Comunicando

Quando puder, dê uma olhadinha no meu site: www.padrejoaocarlos.com.br. 

Até amanhã, se Deus quiser!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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Nós amamos Jesus e guardamos a sua palavra.

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