PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

ONDE NASCE O MISSIONÁRIO

 


24 de agosto de 2021

Dia de São Bartolomeu, apóstolo.


EVANGELHO


Jo 1,45-51


45Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”.

46Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”.

50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”


MEDITAÇÃO



Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José (Jo 1, 45).

Como hoje é dia do apóstolo São Bartolomeu, o evangelho nos traz uma cena em que ele está presente. Esse nome 'Bartolomeu' se encontra na lista dos doze apóstolos, mas nesse início do evangelho de São João ele é chamado de Natanael.

Jesus tinha chamado Felipe para segui-lo, isto é para ser seu discípulo. Felipe aceitou o convite e começou a andar com Jesus. Este Felipe encontrou-se com Natanael e falou-lhe sobre Jesus. Felipe e Natanael eram da mesma aldeia, Betsaida. Felipe passou para o seu amigo Natanael a informação que tinha encontrado o Messias. Natanael, claro, ficou logo muito curioso. ‘Encontrou o Messias? Puxa’... E quem é ele? Felipe informou que era Jesus do povoado de Nazaré, o filho de José carpinteiro. Tinha certeza que ele era o Messias, aquele de quem Moisés e os Profetas tinham escrito. E levou Natanael para conhecer Jesus.

É importante lembrar que Natanael fez certa dificuldade, diante da novidade do seu amigo. Saiu-se com uma expressão que poderia ter deixado Felipe desanimado. “Por acaso, pode sair alguma coisa boa de Nazaré?!”. Olha o preconceito desse moço! Mas, hoje é a festa dele, não é dia de chamar atenção sobre suas falhas. Deixemos assim. Importante é que Felipe não se deixou abater, nem desanimar… Olha qual foi a reação dele: “Vem ver!”.

Veja que interessante. Felipe tinha tido um encontro com Jesus. Jesus o tinha convidado para o seu grupo de discípulos. E ele, muito feliz com essa novidade, passou a notícia para o seu amigo Natanael. Contou-lhe que tinha encontrado o Messias que Deus prometera a Israel. O mesmo já tinha acontecido com André. André era discípulo de João Batista. E passou a seguir Jesus. Foi André que evangelizou Pedro, num certo modo de dizer. Escute o que André disse a Pedro, que era seu irmão: “Encontramos o Messias”. Então, André falou-lhe do seu encontro com Jesus e o levou até ele.

Observe bem: antes de Felipe e André irem avisar alguém (a Natanael ou a Pedro), eles tiveram um encontro pessoal com o Senhor. Desse encontro com Jesus é que nasce a necessidade quase natural de comunicar aos outros a boa notícia: “Encontrei Jesus, o Messias”. E comunicá-la aos parentes e amigos, ao seu círculo de amizade. A gente sempre quer partilhar com os outros as coisas boas que nos acontecem, as novidades que nós tomamos conhecimento. Com a fé, é assim também. Quem encontrou Jesus, parte para evangelizar os seus parentes e amigos, como fez Felipe.

Então, o missionário nasce no encontro com o Senhor. Assim, se você ainda não é um missionário, um cristão que testemunha a sua fé, que procura envolver outros nas coisas da Igreja, que leva outros a Cristo... talvez seja porque você ainda não encontrou seriamente o Senhor ou não deixou que ele o encontrasse.

Guardando a mensagem

Festejamos hoje o apóstolo São Bartolomeu. Ele foi, segundo a tradição, o grande evangelizador do povo da Índia e da Armênia. Com o evangelho de hoje, ficamos sabendo que foi o seu amigo Felipe que lhe falou de Jesus e o levou até ele. Foi assim também no caso de André que evangelizou seu irmão Pedro. A grande lição de hoje é que nós precisamos de verdade ter esse encontro com Jesus para nos tornarmos seus missionários. Sem encontro sério com Jesus, não parte um missionário, uma missionária.

Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José (Jo 1, 45).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Hoje, nós queremos imitar teu discípulo Felipe. Depois de ter esse encontro contigo, queremos anunciar-te aos nossos parentes e amigos, como ele fez com o seu amigo Natanael. Queremos falar de ti, e trazê-los à tua presença. Com o evangelho de hoje, aprendemos também que precisamos ser perseverantes e não nos deixarmos impressionar pela primeira cara feia. Apesar dos preconceitos de Natanael contra o povo de Nazaré, Felipe insistiu para que ele fosse com ele te conhecer. E Natanael ficou encantado com a tua acolhida. Dá-nos, Senhor, um coração missionário. Nós também queremos trazer os nossos amigos para te conhecer. Queremos evangelizá-los. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em sintonia com a festa do apóstolo Bartolomeu, hoje, convide um amigo ou parente para um encontro com Jesus. Se não tiver ideia melhor, compartilhe a meditação de hoje com ele ou com ela.

E como estamos na Semana da Vocação dos Leigos e Leigas, rezemos hoje pela presença dos cristãos leigos no mundo do trabalho, para que aí sejam a luz de Cristo a iluminar os caminhos da geração de oportunidades para todos, do trabalho honesto e da sua justa remuneração.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

NÃO SE CONTENTE COM BIJUTERIA

 



23 de agosto de 2021

Dia de Santa Rosa de Lima, 
padroeira da América Latina.

EVANGELHO


Mt 13,44-46

Naquele tempo disse Jesus à multidão: 44“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.

MEDITAÇÃO


O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas (Mt 13, 45)

Jesus falava muito do Reino de Deus. Mas, muito mesmo. E para as pessoas entenderem melhor de que ele estava falando, recorria a comparações. Contava parábolas. Nas comunidades de Mateus, pela sensibilidade judaica que se tinha, evitava-se fazer referência direta a Deus. Então, em vez de Reino de Deus se dizia Reino dos Céus. O que seria o Reino de Deus? A gente vivendo no amor de Deus. Seria esta uma forma de dizer o que é o Reino. A gente vivendo no amor de Deus. A salvação que Deus nos oferece. A nossa comunhão com ele. Tudo isso aponta para o que é o Reino de Deus. Mas, Jesus não queria engessar o Reino de Deus numa definição. Contava parábolas para falar da riqueza e da beleza do Reino de Deus em nossa vida.

No evangelho de hoje, Jesus conta duas parábolas para falar do Reino de Deus: o tesouro e a pérola. Em cada uma, bilha algum aspecto do mistério do Reino de Deus. Vejamos.

O Reino de Deus é como um tesouro escondido no campo. O Reino é um dom, um presente do céu. O agricultor está trabalhando e dá com a enxada num tesouro escondido. Poderia ser uma botija, uma fortuna enterrada. Ou poderia ser um minério precioso. O tesouro estava ali. E ninguém sabia. Mas, agora o agricultor o descobriu. Mas, não basta descobrir. Para possuí-lo, ele precisa vender tudo o que tem para comprar aquele campo. Acolhe-se o Reino de Deus, colocando-o em primeiro lugar em nossa vida. Tudo o mais é reordenado em vista deste bem maior. O Reino é um dom, um tesouro escondido no campo.

O Reino de Deus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. Ele está à procura de uma pedra especial, algo no qual valha a pena investir tudo. E na sua procura, encontra uma pérola imensamente valiosa. A pérola já existia, e ele a encontrou. O Reino não é o resultado de nossa busca, de nossos sonhos, ele já existe. Mas, precisa ser buscado... “Buscai primeiro o Reino de Deus”, falou Jesus em outro momento. Por um lado, o Reino é um dom com que nós esbarramos na vida; por outro, é a resposta às nossas buscas, aos nossos anseios, aos nossos sonhos. Dom e Resposta. Mas, para que eu tome posse desta pedra preciosa, preciso renunciar a todas as outras, a tudo o que tenho, para que ela seja o valor maior da minha vida. Na verdade, para que eu seja dela.

Guardando a mensagem

Jesus chamava o projeto de salvação do Pai de Reino de Deus. E contava parábolas, fazendo as pessoas perceberem aspectos fulgurantes dessa realidade que ele estava inaugurando, o Reino de Deus. O Reino é Dom de Deus, nós nos deparamos com ele... ele está escondido como um tesouro na terra. O Reino é a Resposta de Deus aos nossos sonhos, aos nossos anseios mais profundos... como o comerciante que encontrou a pérola mais preciosa que tanto procurava. Nós não compramos o direito de possuir o Reino. Nós nos entregamos a ele, pela conversão. Renunciamos a tudo o mais para possuí-lo, ou melhor, para sermos dele. Você com certeza já descobriu o seu tesouro, já encontrou a sua pérola... é o Reino de Deus que chegou pra você pela presença de Jesus em sua vida. Ponha-o em primeiro lugar. Comece deixando de ser o centro da própria vida... renuncie a si mesmo para seguir Jesus. O mais, o mais, como ele disse, será dado por acréscimo.

O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas (Mt 13, 45)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
É verdade. A gente não pode se contentar em viver superficialmente. Como agricultores, precisamos cavar mais fundo. Ou como disseste aos pescadores: navegar em águas mais profundas. Cavando mais, isto é, procurando viver com mais profundidade, encontramos o tesouro que está ali nos esperando. O tesouro do Reino. Como comerciantes, não podemos nos contentar com bijuterias ou pedrinhas semi-preciosas. Para nós está reservada a pedra mais preciosa. O Reino de Deus. Em tuas parábolas de hoje, aprendemos que para possuir este dom precioso do tesouro ou da pérola, nos entregamos com tudo o que temos e somos. Obrigado, Senhor, por nos revelares o Reino, por nos avisares que o Reino já está entre nós. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda a esta pergunta: Você já encontrou a pérola preciosa de que fala o evangelho.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

UM DIA DE DECISÃO


22 de agosto de 2021

21º Domingo do Tempo Comum

Rezando pela Vocação dos Leigos

EVANGELHO


Jo 6,60-69

Naquele tempo, 60muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?”
61Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? 62E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64Mas entre vós há alguns que não creem”.
Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo.
65E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. 66A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?”
68Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.


MEDITAÇÃO


Vocês também não querem ir embora? (Jo 6, 67)

Tem gente que não tomou ainda sua decisão. Está na Igreja, mas não está de corpo inteiro. Participa, mas está sempre com um pé atrás. E outros que estão longe, completamente longe. Não participam, não se ligam no que a Igreja está fazendo, vivem em completa indiferença. Grande parte dessa gente foi batizada, um dia. E vive hoje como quem vai tomar banho no chuveiro e, com medo da água fria, molha só a cabeça. Não sei qual é o seu caso. Mas, se ainda está de meio corpo na Igreja, hoje, a palavra é especialmente pra você.

Jesus, na terra dele, enfrentou a mesma situação. No começo, muita gente andando atrás dele, muitos admiradores, muitos discípulos animados... aos poucos, ele foi revelando o Reino de Deus, com suas exigências de conversão, de mudança de vida, de valorização dos mais fracos e sofredores. Falou dele mesmo, que não estava buscando glória humana, nem almejava os reinos desse mundo. Sua vitória seria dar a vida pelos seus, derramar seu sangue em sacrifício pelos pecadores. Ressuscitaria, depois do sofrimento da paixão e da morte. Falando sobre a Eucaristia, anunciou a necessidade de comunhão com o seu corpo entregue e o seu sangue derramado, sendo ele o verdadeiro cordeiro da páscoa. Diante dessas revelações, a animação de muita gente começou a murchar.

O evangelho deste 21º domingo comum fala disso. A murmuração entre os discípulos tinha aumentado. Muita gente considerando muito radicais os ensinamentos do Mestre. Uns não tinham fé mesmo. E outros, desistiam da pouca fé que tinham. Essa informação do evangelista é dolorosa: “E muitos já não andavam mais com ele”. Resultado: Jesus reuniu os doze, os apóstolos, e perguntou se eles também não queriam ir embora. Ele não amenizou suas palavras, nem procurou dar um jeito para agradar os que se afastaram. Colocou os apóstolos diante de uma decisão. “E aí, vocês não querem ir embora, também não?”.

No Antigo Testamento, tinha havido um momento semelhante. Depois que o povo entrou na terra prometida, no meio de muita dificuldade e sofrimento, Josué reuniu todo mundo e pediu uma decisão. “Como é? A quem vocês vão escolher? A quem querem servir?”. Muita gente andava com o pé atrás, cultuando outros deuses ou saudosos de seus antigos ídolos pagãos. De sua parte, Josué apresentou a sua decisão: “Eu e minha casa serviremos o Senhor”. E o povo logo reconheceu o misericordioso Deus que os tirou do Egito e lhes entregou a terra prometida. Eles tomaram uma decisão firme: servir ao Deus verdadeiro.

Aos apóstolos, naquela hora difícil, Jesus também pediu uma decisão. “Não querem fazer como os outros e irem embora também?”. Aí Pedro falou em nome do grupo: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente que tu és o santo de Deus”. Olha que palavra abençoada. Tomaram a decisão de crer em Jesus, de ficar com ele.

Tomar a decisão de seguir Jesus, de viver sua palavra muda muita coisa na sua vida. Não é só porque você vai rezar mais e se ligar nas coisas da religião. É porque abraçar o evangelho é abraçar o pensamento de Jesus sobre a vida, o mundo, sobre Deus; é fazer as escolhas que ele fez, escolhas que chocaram muita gente e o levaram a ser preso e condenado. Escolher Jesus é assumir a sua causa, o Reino de Deus: ficar do lado dos pequenos e empenhar-se pela fraternidade e pela justiça. Numa palavra, colaborar com a ação do Espírito Santo que nos faz novas criaturas em comunhão com Deus e na comunhão com os seus filhos e filhas. 

Guardando a mensagem

Muita gente é cristão meio empurrado... foi batizado pequenininho, a mãe garantiu a primeira eucaristia e ficou por ali. Outros chegaram empurrados até a crisma e aí empancaram. Não foram mais pra frente. Nunca tomaram uma decisão pessoal, firme, séria de crer e viver com Jesus. Se for este o seu caso, hoje é um dia de decisão. Vai tomar banho de corpo inteiro ou vai molhar só a cabeça? Olha que a água está fria... Jesus vem ao seu encontro, com sua graça e seu convite à conversão, com o seu evangelho ... Vai renovar sua adesão a ele ou vai procurar outro?

Vocês também não querem ir embora? (Jo 6, 67)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
O que eu quero responder é o que Pedro te disse: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente que tu és o santo de Deus”. Minha resposta é igual a de Josué: “Eu e minha casa serviremos o Senhor”. É a ti que escolho como caminho, verdade e vida. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje é dia de celebração, hoje é dia do Senhor. Indo à Missa e comungando, renove sua adesão ao Mestre com as palavras de Pedro e de Josué. Não sendo possível sua participação, hoje, na Eucaristia (por alguma razão muito séria), no seu momento pessoal de oração, renove sua adesão ao Mestre.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

NEM TUDO QUE RELUZ É OURO



21 de agosto de 2021

EVANGELHO


Mt 23,1-12

Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas. 6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas. 7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre.
8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é o vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

MEDITAÇÃO


Não imitem as suas ações (Mt 23, 3)

No evangelho de hoje, Jesus está fazendo uma denúncia muito forte contra os mestres da Lei e os fariseus. Afinal, quem eram eles? No tempo de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, os fariseus e seus mestres constituíam um grupo muito forte no meio do povo de Deus. Formavam uma espécie de confraria de homens observantes da Lei de Moisés. Eram muito influentes e respeitados pelo povo.

Esse movimento começou no tempo do exílio. Com a destruição do Templo e o exílio de uma parte da população para a Babilônia, os sacerdotes perderam sua função e sua influência na religião. Foi-se formando um movimento leigo que manteve a religião judaica, não mais em torno do Templo, mas em torno da Lei. Na volta do exílio, esse movimento continuou a crescer junto às sinagogas. Um historiador da época, Flávio Josefo, calculou que havia uns 6.000 homens nessa confraria por todo o país, no tempo de Jesus. Eles zelavam para que a Lei de Moisés fosse cumprida em todos os seus detalhes. Muitos deles estudavam bastante essa Lei escrita e oral, frequentando escolas de grandes mestres. E passavam a explicá-la ao povo nas sinagogas e no Templo de Jerusalém também. Esses grandes catequistas eram chamados mestres ou doutores da Lei.

Com certeza, os fariseus eram um grupo muito próximo de Jesus. Mas, fizeram grande oposição a ele, talvez por inveja ou mesmo porque Jesus ensinava de maneira diferente e isso desestabilizava a liderança deles. E Jesus percebeu neles alguns defeitos muito sérios. Quais? Eles exigiam demais do povo, quando na verdade eles não praticavam tudo aquilo; Eles desprezavam quem não conhecesse a Lei ou não estivesse em condições de cumpri-la; Na verdade, em seu legalismo, eles fecharam o coração e não acolheram Jesus e a sua mensagem.

Na passagem de hoje, Jesus está alertando o povo e os discípulos para fazerem o que eles ensinam, mas não imitarem as suas ações. ‘Façam o que eles dizem, mas não façam o que eles fazem’. E aí ele fez uma lista completa de sete falhas do comportamento dos fariseus e de seus mestres; Defeitos que os novos líderes do povo de Deus precisavam evitar. Com certeza, a preocupação de Jesus era com os novos líderes de sua comunidade, seus apóstolos e quem viesse a ocupar o seu lugar na animação das comunidades: não imitarem os mestres e os fariseus.

E por que não devem imitá-los? Olha os pecados que Jesus denunciou: Ensinam, mas não praticam; Amarram fardos pesados nas costas dos outros; Fazem tudo para aparecer; Exageram nos símbolos religiosos (largas faixas na testa e no braço com trechos da Lei e longas franjas na túnica); Estão atrás de privilégios; Gostam de ser cumprimentados em público; Adoram ser chamados de mestres. Sete defeitos dos fariseus e seus mestres. Essas são tentações permanentes também no meio do povo de Deus de hoje; Coisas que as lideranças das comunidades cristãs não podem imitar, de jeito nenhum.

Guardando a mensagem

A palavra de Jesus nos ensina a estar atentos para não nos deixarmos iludir apenas por uma fachada religiosa. Como diz o ditado: “nem tudo que reluz é ouro”. Como os fariseus de ontem, há muita gente falando de Deus, mas seu real interesse não é a glória de Deus e o bem dos seus irmãos. Como os fariseus, há muito interesse em prestígio, em dinheiro, em benefícios pessoais. Há quem ensine, mas não viva. E quem ensine, sem responsabilidade com a doutrina dos apóstolos. E dentro de nossas comunidades, estejamos atentos para que o estilo fariseu não se instale.

Não imitem as suas ações (Mt 23, 3)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu estavas preocupado com a tua Igreja, para ninguém copiar o estilo dos mestres e fariseus do teu tempo. Os fariseus bem que poderiam ter sido os teus principais colaboradores na pregação do Evangelho. Mas, o tempo todo, ficaram se confrontando contigo, levantando suspeitas, dizendo que agias por obra de Satanás, te perseguindo. Liberta, Senhor, tua Igreja de qualquer vestígio de imitação dos defeitos do movimento dos fariseus. Que o teu Santo Espírito continue nos guiando e purificando para realizarmos bem a nossa vocação de comunidade missionária que leva tua Palavra de amor a todos os povos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu diário espiritual (seu caderno de anotações), continue esta oração. Pergunte a Jesus em que sua vida cristã pode ser mais verdadeira e fiel.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

AMAR COM O CORAÇÃO DO PAI






20 de agosto de 2021

EVANGELHO


Mt 22,34-40

Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36”Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.

MEDITAÇÃO


Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos (Mt 22, 40)

Na parábola que escutamos ontem, do rei que preparou uma linda festa de casamento para o seu filho, vimos que os primeiros convidados rejeitaram com violência o convite para a festa e os seus mensageiros. Esses são os que não acolheram Jesus e tudo fizeram para eliminá-lo. Um grupo muito popular e muito religioso também movimentou-se o tempo todo contra Jesus: os fariseus. No evangelho de hoje, um grupo deles vem ao encontro de Jesus, disposto a desmoralizá-lo. Chegaram com uma pergunta aparentemente inocente: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”.

Os eruditos, os mestres da Lei, os mais estudados dos fariseus, viviam em intermináveis discussões sobre as centenas de mandamentos que eles reconheciam nas escrituras e na sua tradição oral. Qual seria o maior mandamento, como hierarquizar tantas normas? Jesus deu uma resposta convincente. ‘O maior e primeiro mandamento é este: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!”. Na verdade, Jesus recitou o início da oração diária de todo judeu, como está no Livro do Deuteronômio, a Oração do Shemá. Ninguém poderia discordar. E Jesus acrescentou: “O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’”.

Perguntaram pelo maior mandamento, Jesus respondeu com dois mandamentos. Amar a Deus e amar o próximo. Aproximou os dois, juntou os dois. Uma coisa não pode ser desligada da outra. Como escreveu São João na sua primeira carta: “Quem diz que ama a Deus que não vê e não ama o seu irmão que vê, é um mentiroso”. Essa relação íntima entre o amor a Deus a ao seu semelhante certamente não era uma novidade, já estava na Escritura. Mas, não estava na prática religiosa dos fariseus, que desprezavam os pobres e ignorantes. Não dá para amar a Deus e não amar os irmãos, particularmente os necessitados, os excluídos. E amar, não com palavras, mas com atitudes, obras, compromissos.

O Pe. Zezinho fez uma música que explica bem a relação entre esses dois mandamentos:

Feita de dois riscos é a minha cruz
Sem esses dois riscos não se tem Jesus
Um é vertical, o outro horizontal
O vertical eleva, o horizontal abraça
Feita de dois riscos é a minha cruz
Sem esses dois riscos não se tem Jesus

A palavra de Jesus, hoje, é um grande ensinamento para nossa vida. Amar a Deus e amar os irmãos. Esse é o mandamento. A prática da religião não é apenas louvar, glorificar, honrar a Deus com nossos cânticos e louvores. Esse amor a Deus transfigura os nossos relacionamentos, ilumina os nossos compromissos, nos compromete com a justiça, o bem, a verdade. Como amar o pai e não reconhecer e amar os outros filhos dele, seus irmãos e irmãs?



Guardando a palavra

O fariseu queria saber de Jesus qual é o maior mandamento da Lei. Jesus respondeu que o maior e primeiro mandamento é o amor a Deus. Mas, este sagrado dever está unido a um segundo, semelhante ao primeiro: amar o próximo como a si mesmo. Não é possível honrar a Deus com verdadeiro amor, sem interessar-se e comprometer-se com o bem dos seus irmãos, filhos e filhas do mesmo Pai. E amar com o coração do Pai é se estar atento aos irmãos que estão em maior dificuldade, para incluí-los, para garantir-lhes as oportunidades necessárias, para estar ao seu lado como bom irmão, como boa irmã.

Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos (Mt 22, 40)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Disseste bem: “Toda a Lei e os Profetas dependem destes dois mandamentos”. A Lei e os Profetas são a Sagrada Escritura. Nela, se revela um Deus que ama seu povo, caminha com ele e o socorre na aflição. Nela, o fiel descobre que agrada a Deus e o honra quando o imita no seu amor pelos pequenos, na sua compaixão pelos sofredores, na sua misericórdia pelos pecadores. E depois de ter falado pelos profetas, O Pai nos fala por ti, Senhor Jesus, deixando tudo bem claro. O verdadeiro culto é fazer a vontade do Pai. O verdadeiro adorador é o samaritano que socorre o assaltado quase-morto, na estrada. O verdadeiro amor é o de quem dá a sua vida pelos amigos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Reze, com calma, o Pai Nosso. E veja como Jesus nos faz rezar como filhos, sem deixar ninguém de fora. Todos precisamos do pão, do perdão, da libertação, da vitória sobre o mal. Quando reza o Pai Nosso, você intercede por todos os seus irmãos e irmãs. 

Hoje, à noite, vamos estrear uma presença especial da AMA no Youtube. É o programa TEMPO DE PAZ. Convidados, música, oração, muitas novidades... um encontro com sua família. O propósito é apresentá-lo todas as sextas, às 20 horas. Hoje, é a estreia. Você vai ter um tempinho para nos prestigiar?

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

QUEM É A NOIVA?



19 de agosto de 2021

EVANGELHO


Mt 22,1-14

Naquele tempo, 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, 2dizendo: “O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou os seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir.
4O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram.
7O rei ficou indignado e mandou suas tropas, para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.
10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11Quando o rei entrou para ver os convidados observou ali um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.
13Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.

MEDITAÇÃO


Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa (Mt 22, 11)

Jesus comparou o Reino de Deus com uma festa de casamento. O rei preparou a festa de casamento do filho e mandou chamar os convidados. Os que foram convidados disseram que não iam. Ele mandou um segundo recado. Eles ignoraram. Mandou então os seus empregados convidarem todo mundo que encontrassem pelo caminho. O salão de festa ficou cheio de convidados. Mas, o rei, passando para cumprimentar os convidados, notou um que estava sem o traje de festa. E mandou colocá-lo pra fora.

O Evangelho é um convite. O convite é para participarmos da grande festa de casamento do filho do rei. O rei é Deus Pai. O filho, o noivo, é Jesus. Os empregados que levam o convite são os profetas, os missionários, os evangelizadores. E por que essa imagem da festa de casamento? Porque Deus celebrou uma aliança com o seu povo, no Antigo Testamento. E Jesus, no Novo Testamento, celebrou, no seu sangue, a nova e eterna aliança de Deus com o povo redimido. E quem é a noiva? Precisamos descobrir nessa parábola quem é a noiva. E, também, por que alguém foi excluído da festa por estar sem a roupa apropriada?

No tempo de Jesus, a grande rejeição veio das elites do seu povo. Veja que exatamente Jesus está contando esta parábola às lideranças de Jerusalém. São eles que reagiram violentamente maltratando e matando os missionários. Assim, Jesus já vê que a destruição do país pelos romanos mais adiante é resultado de sua rejeição. Agora, você entende porque, na parábola, o rei ficou furioso e mandou destruir e tocar fogo nas cidades deles.

Um palpite de estudiosos da Bíblia é o seguinte: nós somos os convidados. Claro, isso você já sabia. Os convidados deviam estar com o traje da festa, vestidos com a roupa nupcial, pois era uma festa de casamento. Isto, você também já suspeitava. Olha o segredo da parábola: A noiva são os convidados. Os convidados são a noiva, por isso que eles precisam estar com a roupa nupcial, o traje da festa. Entendeu? Jesus é o noivo. A noiva é a Igreja, nós, o povo de Deus. Claro. A noiva somos nós, os convidados.

Só falta uma coisa: o que é esse traje nupcial? Aí temos que pensar um pouco mais. Quer um palpite? Podemos pensar numa coisa simples. A coisa que não pode faltar em quem vai se casar é... é o amor. Claro, sem amor a Jesus, não tem casamento. Sem adesão à pessoa de Jesus Salvador, não há salvação, não há aliança, não há casamento. Nossa adesão a Jesus é celebrada no batismo, quando pelo banho do Espírito Santo somos lavados do pecado e nos revestimos de Cristo. No batismo, até trajamos uma roupinha branca, nova, a veste nupcial. O traje de festa é o amor a Cristo, a nossa adesão a ele celebrada no batismo, a nossa condição de pessoas convertidas e perdoadas do pecado.

Guardando a mensagem

A aliança que Deus fez com Israel é como um casamento, no qual Deus é o esposo e a nação santa é a esposa. Jesus restaurou, no seu sangue, essa aliança enfraquecida ou rompida pela infidelidade. Jesus comparou o Reino de Deus com a festa de casamento que Deus preparou. Para essa festa, os primeiros convidados reagiram com violência. Foi a reação dos que o levaram à morte. Todos somos convidados para a grande festa. Pela evangelização, continuamos a ser convocados para ela. Na verdade, os convidados são a noiva. E precisam estar com o traje nupcial, que pode ser a adesão a Cristo pela fé, pelo amor e pela conversão. É isso que celebramos no batismo. Para representar nossa aliança com Cristo no batismo, nos trajamos com a veste nupcial.

Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa (Mt 22, 11)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Que linda comparação fizeste para entendermos o Reino de Deus: uma festa de casamento, no qual és o noivo e nós, tua Igreja, somos a noiva. Essa aliança de amor entre nós é a razão de tanta alegria, na grande casa do teu Pai e nosso Pai, do teu Deus e nosso Deus. Obrigado, Senhor, pelo maravilhoso serviço da evangelização, pelo qual o Pai continua a nos convocar para a grande festa. Que nenhuma desculpa nos impeça de comparecer ou de retardar nossa presença na tua festa. E que ninguém de nós compareça sem o traje nupcial que é a fé e a conversão com que fomos lavados do pecado no batismo. Foi no batismo que nos revestimos do homem novo, da roupa nova da graça. Como está escrito no Apocalipse: “Felizes os convidados para a ceia nupcial do cordeiro”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Para as coisas ficaram mais claras, eu lhe dou dois conselhos: 1. Leia na sua Bíblia, o evangelho de hoje (Mateus 22, 1-14). 2. Leia a Meditação, bem devagar. Ela está escrita (aqui) no meu blog: www.padrejoaocarlos.com. Para quem recebe a Meditação no celular, é só tocar no link que estou enviando.

E hoje, como todas as quintas-feiras, você pode participar conosco da Santa Missa. A transmissão será pelo rádio e em meu canal do youtube. Começa às 11 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

TEM TRABALHO PRA VOCÊS, TAMBÉM




18 de agosto de 2021

EVANGELHO


Mt 20,1-16a

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’
9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’.
13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

MEDITAÇÃO


Vão vocês também para a minha vinha! (Mt 20, 4)

Os que acolheram Jesus, como Messias, reconheceram que ele era o filho unigênito de Deus. Perceberam que sua vida, suas atitudes, sua morte e ressurreição manifestavam com grande clareza quem era o Deus que havia se revelado a Israel. O filho é quem sabe quem é o Pai. E o filho revelou que o Deus único que Israel conheceu é Pai, um pai amoroso, não simplesmente um senhor poderoso e justo. Um pai de família, preocupado com os seus filhos, não um fiscal marcando o que a gente faz de bom e de ruim. Pai não só dos filhos de Israel, mas pai amoroso de cada pessoa humana, nascida à sua imagem e semelhança. Pai que é Deus junto com o Filho. E os dois nos comunicam uma terceira pessoa, o Santo Espírito, os três compondo a Trindade Santa, o único Deus. Pela obra de Jesus, o Pai dá a cada filho o seu Espírito. Assim, quem se une a Jesus, pelo batismo, recebe a adoção filial, fica filho de Deus.

A maior parte dos religiosos do tempo de Jesus irritou-se com essas coisas que Jesus revelou sobre Deus. Isso abalava o seu modo de viver a religião e de organizar a vida em sociedade. Jesus mostrava, com suas palavras e suas atitudes, que Deus estava mais preocupado com as pessoas do que com as leis, as normas, por mais religiosas que fossem. Os fariseus viam nisso uma falta de respeito ao sábado, uma coisa tão sagrada para louvar a Deus. Jesus mostrou que o mais agradava a Deus era amar o irmão necessitado, com atitudes e obras, como o fez o samaritano da história que ele contou. Sacerdotes e levitas, a turma do Templo, ficaram com raiva dessa história. Nela, eles é que não acudiram o pobre. Quando prenderam Jesus, a principal acusação no Sinédrio foi que Jesus se dizia filho de Deus. O que Jesus revelou sobre Deus foi o que mais escandalizou o seu povo. Isso abalava o modo deles crerem e de organizarem a vida em sociedade.

Aí é que entra a parábola dos vinhateiros contratados em várias horas do dia. Chegou o tempo da colheita da uva, a vindima. Muita gente não tinha mais sua terrinha pra trabalhar e ia trabalhar na terra dos outros. Ficava-se esperando, na praça da cidade, algum contratante. O dono de uma vinha passou às seis da manhã e contratou um grupo. Acertou a diária. E passou pela praça mais outras vezes, sempre contratando para o trabalho, mas sem marcar o preço: às 9 da manhã, ao meio dia, às três da tarde. E, de novo passou às cinco da tarde, uma hora antes de terminar o serviço. E levou mais um grupo. O pagamento era no fim do dia. Na hora de pagar, começou pelos últimos. E pagou uma diária. Ficou todo mundo surpreso. Quando chegaram os primeiros, estes receberam o combinado, uma diária. Ficaram revoltados. Revoltados com quê? Com a generosidade do patrão, com o fato de ele ter pago uma diária a quem só trabalhou uma hora.

O que Jesus revelou sobre Deus, com essa parábola? Ficou claro que Deus está preocupado com todos os seus filhos, todos precisam ganhar o pão de cada dia. Por isso, o patrão deu oportunidade a todos. Passou e chamou todo mundo para o trabalho, durante vários horários do dia. Ficou claro que Deus não nos paga segundo os nossos méritos, conforme o que a gente faz. O povo do Antigo Testamento sempre pensou, e nós continuamos pensando, que Deus nos abençoa, segundo nossas boas obras e nossa santidade. O que conta é a bondade dele, não é o nosso merecimento, ter feito mais ou ter feito menos. Como todos precisavam sustentar sua família, o patrão pagou a todos por igual, começando dos últimos. Vendo a nossa necessidade, ele nos cumula de todo bem e de toda graça. É misericordioso, bondoso, generoso. Assim é Deus.

Guardando a mensagem

Não basta dizer que crê em Deus. Como é esse Deus que você crê? Jesus nos revela quem é esse Deus maravilhoso que fez aliança com Israel em vista das nações da terra e o enviou como nosso redentor. Na parábola dos trabalhadores contratados em vários horários do dia, aparece um Deus preocupado com todos os seus filhos, criando oportunidades para todos e provendo suas necessidades, sem levar em conta quem tem mais merecimento ou importância. Aliás, como bom Pai, para ele o mais importante é o filho mais frágil, desprezado e com menos oportunidade. E por que os religiosos do seu tempo ficaram tão irritados com Jesus, a ponto de crucificá-lo? Porque conhecer e amar a esse Deus leva a pessoa a mudar suas atitudes de vida e a buscar um mundo bem diferente do que esse que temos.

Vão vocês também para a minha vinha! (Mt 20, 4)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Nós te bendizemos por nos revelares Deus como um pai compassivo, providente, justo, misericordioso. Igualmente te agradecemos pelo fato de o Pai nos querer todos empenhados e comprometidos no seu Reino. Somos todos operários de sua vinha. Liberta-nos, Senhor, da preguiça, da inveja, do individualismo, de tudo o que nos impeça de trabalhar, com amor e em unidade, na vinha do Senhor. Nesta semana da vocação à vida consagrda, nós te pedimos, Senhor, abençoa os irmãos e irmãs que chamaste para a vida religiosa consagrada. Concede-lhes a graça da persevernça e o despertar de novas vocações. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Seria muito bom você ler a parábola de hoje em sua Bíblia: Mateus 20,1-16.

Lembrando: Amanhã, como todas as quintas-feira, celebro a Santa Missa em suas intenções, às 11 horas da manhã, com transmissão pelo rádio e pelas redes sociais.

Hoje é o nono e último dia da Novena de Dom Bosco, com o tema "O amor à comunicação evangelizadora". O texto está no final da Meditação de hoje. Para quem recebe a Meditação pelo celular, é só seguir o link que enviei.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



NOVENA DE DOM BOSCO

Nono dia


Tema: O amor à comunicação evangelizadora

Escreveu São João Bosco: “Nas contradições, o principal remédio é a tranquilidade e a caridade”

Oh! Dom Bosco Santo! Tu, que para educar e evangelizar os jovens e o povo do teu tempo, lançaste mão de todos os meios disponíveis da comunicação do teu tempo, como a música, o teatro, livros, jornais e revistas, ajuda-nos a realizar bem a missão da Igreja no uso dos meios de comunicação social do nosso tempo, com zelo, com profissionalidade e fidelidade ao evangelho do Senhor. Amém.

Faça o seu pedido, pela intercessão de Dom Bosco...

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

São João Bosco – rogai por nós.


AFINAL, UM BOM EXEMPLO


17 de agosto de 2021

EVANGELHO


Mt 19,23-30

Naquele tempo, 23Jesus disse aos discípulos: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. 24E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus”. 25Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” 26Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível”.
27Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” 28Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. 30Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.

MEDITAÇÃO


Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Ontem, nos foi apresentada aquela história do jovem que não aceitou o convite do Mestre. O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo.

Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Largaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.

É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama: seus pais, seus amigos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma cervejinha gelada, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela outra já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.

O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.

Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa: ‘Nessa vida, cem vezes mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100.

E você, tem sido generoso(a) com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.

Guardando a mensagem

Aquele jovem se apresentou a Jesus, disposto a fazer alguma coisa para ganhar a vida eterna. Jesus viu sua boa vontade e o convidou a deixar tudo para o seguir em completo despojamento. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Em resposta, eles deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: ‘vão receber cem vezes mais e a herança da vida eterna’. Amor sempre pede renúncia. Uma boa dica pra você avaliar seu amor a Jesus.

Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber? (Mt 19, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te amava muito. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir- , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou muitas coisas. Seja o teu santo nome bendito, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Nesta Semana da Vocação à Vida Consagrada, reze pelos irmãos e irmãs das Congregações e Ordens Religiosas e pelos consagrados nos Institutos Seculares e nas novas comunidades. 

A novena de Dom Bosco, hoje no seu oitavo dia, tem como tema 'O amor à Eucaristia'. O texto da novena está no final da Meditação. Se você recebe a Meditação no celular, é só seguir o link enviado.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




NOVENA DE DOM BOSCO

Oitavo dia


Tema: O amor à Eucaristia

Escreveu São João Bosco: “A confissão e a comunhão frequentes, a missa cotidiana são as colunas que devem sustentar um edifício educativo, do qual se queria elimiar a ameaça e a vara”

São João Bosco, pelo amor profundo que tiveste a Jesus e pelo zelo com que propagaste a sua devoção, sobretudo com a participação na Santa Missa, com a comunhão frequente e com a visita diária, alcança-nos a graça de crescer, cada vez mais, no amor e na prática religiosa, e conduzir a nossa vida fortalecidos e confortados pelo alimento da Eucaristia. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Faça o seu pedido, pela intercessão de Dom Bosco....

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

São João Bosco – rogai por nós.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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