PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: família
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O remédio do perdão

Nossa vida em família nos traz momentos de muita alegria e felicidade, mas também é palco de muitos desencontros e problemas:  a infidelidade, o desrespeito, as agressões, o abandono, a desunião, o individualismo.... São feridas abertas. 

As feridas de nosso relacionamento precisam ser curadas. E há para isso um remédio único, maravilhoso, o perdão... o perdão para quem se arrepende, a chance de recomeçar para quem reconhece o seu erro, a porta aberta para quem saiu de casa.  A mulher adúltera ia ser apedrejada, mas Jesus desafiou aquela turba de cínicos: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. O Papa Francisco tem insistido: “Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão. Deus nos perdoa, saibamos perdoar os outros”.
Jesus perdoou de verdade. Olhou para Pedro e o seu olhar de amigo decepcionado lançou Pedro numa profunda crise. Pedro saiu do pátio do Sumo Sacerdote soluçando como uma criança desesperada. Depois de ressuscitado, Jesus dialogou com Pedro, deu o primeiro passo. Perguntou se lhe queria bem, se o amava de verdade. E fez Pedro responder isso três vezes, cancelando a culpa de suas três negações.  Pedro não fechou o coração ao perdão de Jesus, acolheu sua presença amiga, suas perguntas, seu perdão.

Paternidade responsável

Hoje, não dá mais para ter muitos filhos, como no passado. O Papa Francisco disse aos jornalistas, na volta de sua viagem à Ásia, que uma boa conta seria uma família ter três filhos. Ele falou de paternidade responsável.

Os jornais logo ficaram em alerta para saber se o Papa estava liberando os métodos contraceptivos. O Papa só fez um comentário sobre famílias numerosas, recordando que a Igreja sempre promoveu o princípio da paternidade e maternidade responsáveis. Esse princípio está contido na encíclica "Humanae vitae", escrita pelo Papa Paulo VI, em 1968.  Ele falou que, quando foi escrita a encíclica, havia uma preocupação com a  teoria neo-Malthusiana que pregava o controle da natalidade por parte das potências. E isso seria um grande perigo. Claro, disse o Papa, isso não significa que o cristão deve fazer filhos em série.

A teóloga e escritora católica, Maria Clara Lucchetti Bingemer, escreveu um belo artigo sobre a Humanae Vitae, com esse título: “Muito além da pílula”. A Encíclica “Humanae Vitae”, do Papa Paulo VI, trata justamente da concepção e contracepção da vida humana, lançado oito anos depois da liberação da pílula anticoncepcional. Disse ela: “O documento que se posicionou contra a pílula anticoncepcional por ser um método artificial de evitar a gravidez é o mesmo que estimula os casais cristãos e católicos a exercerem a paternidade e maternidade responsável.  A vida moderna não permite que se tenha filhos sem um planejamento responsável, maduro, refletido e assumido conjugalmente na oração, no discernimento e na escuta da comunidade eclesial”.

A Igreja, naquela ocasião, resumindo aqui  o artigo da teóloga Maria Clara, se manifestou contra a investida de se reduzir a natalidade -  a tentação neo-maltusiana -  pela qual os países ricos querem penalizar os países pobres;  A posição da Igreja, mesmo reconhecendo o direito dos cônjuges de planejarem a vinda de seus filhos, não está de acordo que os pais sejam únicos e absolutos nessa questão.  O documento foi uma posição contrária à utilização irresponsável de meios artificiais que tornem infecundo o ato conjugal e abram por aí uma porta a outras medidas como o aborto ou a esterilização involuntária de mulheres como acontece ou tem acontecido por parte de organizações ou governos irresponsáveis.  A Humanae vitae não viu com bons olhos a pílula, um recurso químico do qual ainda não se sabiam nem se conheciam as consequências. Hoje, com a distancia histórica de cinqüenta anos, é possível ver que a produção dos anticoncepcionais também avançou.  Há mais cuidado por parte dos médicos ao receitar pílulas a suas pacientes e por parte destas em tomá-los.  Há várias mulheres que preferem outros métodos para evitar a gravidez, sem química, sem interferência direta em seu organismo.

A Humanae Vitae foi uma tomada de posição da Igreja que continua valendo. É a postura dos cristãos de qualquer época em favor da vida.  Sua única preocupação é proteger e preservar a vida em sua sacralidade e sua beleza, tal como a deseja e a concebeu o Criador. A Igreja quer proteger a instituição do matrimonio cristão. Quer colocar bem altos seus ideais, suas finalidades, seus objetivos.  Quer reafirmar a beleza da união entre o homem e a mulher no matrimonio e apontar para o fato de que esta união tem finalidades mais altas do que simplesmente o prazer imediato e a satisfação de necessidades biológicas. Com esse documento, a Igreja quis reforçar a responsabilidade e o dever gravíssimos que implica o fato de ter filhos e gerar novas vidas.  Trata-se de uma participação direta na obra do Criador, portanto algo que fala alto sobre a criação do ser humano à sua imagem e semelhança.

O Papa Francisco está com a razão. Não se pode ter mais famílias numerosas, com muitos filhos, como no passado. Mas, não se pode evitar filhos de qualquer maneira, sobretudo por métodos artificiais e abortivos. Nem encher a casa de filhos sem se ter condições.

Pe. João Carlos Ribeiro,

resumindo e comentando artigo de Maria Clara L. Bingemer - 22.01.2015

Salvar a família pra consertar o mundo

É só abrir os jornais ou ler os noticiários para ver que há uma grande preocupação com as guerras, a crise econômica, a corrupção na política. De fato, o avanço do terrorismo do estado islâmico é uma grande ameaça para o mundo. E o desemprego continua a empurrar os jovens em migração em busca de oportunidades em outras terras.  E a corrupção destrói a credibilidade dos governos e enfraquece a confiança das pessoas na política. Mas, talvez haja um problema mais de fundo, uma coisa mais básica e mais vital que esteja em profunda crise. É, não tenha dúvida, a família. Estamos passando por uma profunda mudança cultural que está esfacelando ou ao menos redesenhando a família. A crise do mundo passa pela crise da família.

O Papa Francisco convocou um duplo Sínodo para tratar deste assunto: os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização. Sínodo é uma grande reunião com representantes da Igreja de todo o mundo, para refletir e propor soluções no serviço da evangelização. Após a reunião extraordinária neste ano, o Sínodo volta a se reunir no ano que vem e aí deve tomar decisões importantes, com o Papa, sobre este tema tão candente. Antes do Sínodo, em todas as Dioceses do mundo foi respondido um longo questionário que indagou sobre os problemas da família, o que está acontecendo, o que se está fazendo e o que poderá ser feito melhor. O Sínodo será a grande resposta da Igreja: como nós, missionários do evangelho de Jesus, vamos contribuir para fortalecer a família como uma célula básica da sociedade e da Igreja.

Mas, as respostas não estarão apenas no final do Sínodo. A resposta já está presente no próprio acontecimento sinodal: temos que nos dar conta do que está acontecendo e sair em defesa da família, ajudando-a a realizar bem sua tarefa de escola de comunhão, de cidadania e de fé. O Sínodo já é uma reposta. Precisamos ser gente que escuta a realidade e age para transformá-la. Não podemos ficar de braços cruzados, “vendo a banda passar”, apenas nos lamentando pelo desmonte da família por uma sociedade que estimula o individualismo, o consumismo e a busca de prazer a qualquer custo. O Sínodo é uma grande lição: um espaço  coletivo de discussão, em clima de abertura e franqueza, para conhecer a realidade e o pensamento dos outros e reafirmar nosso compromisso com Cristo para iluminar o mundo com a luz do seu Evangelho.

E as dificuldades para se realizar bem a família são bem conhecidas, porque são feridas em nosso próprio corpo. Perguntei no facebook: qual é o maior problema da família hoje? Centenas de respostas apontaram desunião, falta de diálogo, individualismo; os vícios, a bebida, as drogas; a infidelidade; a falta de respeito e obediência dos filhos; a doença e tantas outras situações causadoras de sofrimento para as pessoas. A família sofre as consequências de um mundo que se afasta dos valores cristãos e se entrega à lógica do mercado.

Mas, o tempo não é apenas de lamentação, requer ação. E nós precisamos nos unir para fazer alguma coisa pela família. E há muito o que fazer. E cada um precisa fazer sua parte. E por onde podemos começar? Iniciemos por onde o Sínodo começou, percebendo que família é um dom de Deus, acolhido com fé. A família já estava no pensamento de Deus, desde o princípio. Somos família, porque fomos criados à sua imagem e semelhança. Vamos começar com uma visão de fé e de confiança nessa obra prima de Deus.  Ela nasceu para dar certo. Ela conta com a força do alto. A família não é apenas uma necessidade para nós, para a sociedade e para a Igreja. Ela é importante também para Deus que a assiste sempre, para que ela seja um lugar de sua bênção e de seu amor. Ter uma visão de fé sobre a família já é um bom começo para nós que estamos mergulhados nesse mundo de guerras, de crise econômica, de corrupção política. Vamos salvar a família, pra consertar o mundo.

Pe. João Carlos /Ribeiro, sdb  -  09.10.2014




Meu pai é alcoólatra

Tenho aqui o email de um adolescente de 16 de anos. Ele quer um conselho. Ele tem um pai alcoólatra e quer fazer alguma coisa por ele. Pede uma orientação. Um adolescente preocupado com a situação da família, especialmente com o pai que bebe muito e apronta. Viciado no álcool, o pai chega bêbado em casa, sai quebrando as coisas, tratando mal os filhos, a esposa. Este adolescente angustiado com a situação, quer um conselho, está procurando uma forma de ajudar.

Transmissão da fé

Um grande desafio que a Igreja enfrenta hoje é a transmissão da fé às novas gerações. Os pais desse início de século estão com dificuldade para transmitir a fé católica aos seus filhos. Antigamente, parece que a coisa era mais fácil. Pais católicos ensinavam seus filhos a praticar a religião católica desde cedo. Era o normal, o que todo mundo fazia. Hoje, nós estamos correndo o risco que a nova geração não seja suficientemente evangelizada e inserida na Igreja.
A Semana Nacional da Família deste ano está voltada para este desafio: a transmissão e a educação da fé na família.  Todas as comunidades e dioceses estão empenhadas em sensibilizar os pais e os educadores para esse compromisso urgente: iniciar crianças, adolescentes e jovens na fé da Igreja.

Águas mais profundas

Avancem para águas mais profundas. Orientação de Jesus a Pedro e aos seus companheiros de pesca. Convite de Jesus a todos nós.

 Águas mais profundas na convivência. O corre-corre da vida pode ir nos fazendo superficiais nos nossos relacionamentos. Sem verdadeiro encontro de pessoas ninguém se sente integrado, valorizado, feliz. É aí que chega Jesus e nos diz: Avancem para águas mais profundas no relacionamento com os outros. Passar de um relacionamento de frieza, indiferença, desconfiança, superficialidade para um relacionamento de cordialidade, amizade, interesse pelo bem do outro.

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