Hoje, não dá
mais para ter muitos filhos, como no passado. O Papa Francisco disse aos
jornalistas, na volta de sua viagem à Ásia, que uma boa conta seria uma família
ter três filhos. Ele falou de paternidade responsável.

A
teóloga e escritora católica, Maria Clara Lucchetti Bingemer, escreveu um belo
artigo sobre a Humanae Vitae, com esse título: “Muito além da pílula”. A
Encíclica “Humanae Vitae”, do Papa Paulo VI, trata justamente da concepção e
contracepção da vida humana, lançado oito anos depois da liberação da pílula
anticoncepcional. Disse ela: “O documento
que se posicionou contra a pílula anticoncepcional por ser um método artificial
de evitar a gravidez é o mesmo que estimula os casais cristãos e católicos a
exercerem a paternidade e maternidade responsável. A vida moderna não
permite que se tenha filhos sem um planejamento responsável, maduro, refletido
e assumido conjugalmente na oração, no discernimento e na escuta da comunidade
eclesial”.
A
Igreja, naquela ocasião, resumindo aqui o artigo da teóloga Maria Clara, se manifestou
contra a investida de se reduzir a natalidade - a tentação neo-maltusiana - pela qual os países ricos querem penalizar os
países pobres; A posição da Igreja,
mesmo reconhecendo o direito dos cônjuges de planejarem a vinda de seus filhos,
não está de acordo que os pais sejam únicos e absolutos nessa questão. O
documento foi uma posição contrária à utilização irresponsável de meios
artificiais que tornem infecundo o ato conjugal e abram por aí uma porta a
outras medidas como o aborto ou a esterilização involuntária de mulheres como
acontece ou tem acontecido por parte de organizações ou governos irresponsáveis. A Humanae vitae não viu com bons olhos a
pílula, um recurso químico do qual ainda não se sabiam nem se conheciam as consequências.
Hoje, com a distancia histórica de cinqüenta anos, é possível ver que a
produção dos anticoncepcionais também avançou. Há mais cuidado por parte
dos médicos ao receitar pílulas a suas pacientes e por parte destas em
tomá-los. Há várias mulheres que preferem outros métodos para evitar a
gravidez, sem química, sem interferência direta em seu organismo.
A
Humanae Vitae foi uma tomada de posição da Igreja que continua valendo. É a postura
dos cristãos de qualquer época em favor da vida. Sua única preocupação é
proteger e preservar a vida em sua sacralidade e sua beleza, tal como a deseja
e a concebeu o Criador. A Igreja quer proteger a instituição do matrimonio
cristão. Quer colocar bem altos seus ideais, suas finalidades, seus objetivos.
Quer reafirmar a beleza da união entre o homem e a mulher no matrimonio e
apontar para o fato de que esta união tem finalidades mais altas do que
simplesmente o prazer imediato e a satisfação de necessidades biológicas. Com
esse documento, a Igreja quis reforçar a responsabilidade e o dever gravíssimos
que implica o fato de ter filhos e gerar novas vidas. Trata-se de uma
participação direta na obra do Criador, portanto algo que fala alto sobre a
criação do ser humano à sua imagem e semelhança.
O
Papa Francisco está com a razão. Não se pode ter mais famílias numerosas, com muitos
filhos, como no passado. Mas, não se pode evitar filhos de qualquer maneira,
sobretudo por métodos artificiais e abortivos. Nem encher a casa de filhos sem se
ter condições.
Pe.
João Carlos Ribeiro,
resumindo e comentando artigo de Maria Clara L. Bingemer
- 22.01.2015
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