PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Mt 9
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A evangelização cura as pessoas de sua mudez.

 


 09 de julho de 2024.   

Dia de Santa Paulina

     Evangelho.    


Mt 9,32-38

Naquele tempo, 32apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. 33Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. 34Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo o tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

     Meditação.    


Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)

Você é um cidadão. Você é uma cidadã. Coisa muito boa, parabéns. Mas, é um cidadão que participa ou que apenas assiste o que está acontecendo? Olha que aqui vai uma grande diferença, não é verdade? Há cidadãos que acompanham o movimento da sociedade, formam sua opinião, discutem, dão palpite... de alguma forma, participam. E há cidadãos que estão por fora, estão à margem, não se sentem em condições de dar sua opinião. Estão mudos, silenciosos. Não participam. Você conhece pessoas assim?

Por que será que há pessoas assim, mudas, num país democrático e numa Igreja de comunidades? Talvez o país não seja tão democrático assim. E a Igreja não esteja assim tão comunitária. O fato é este e é grave: há pessoas deixadas à margem, sem efetiva participação, que não têm opinião para dar ou que apenas repetem a visão dos grupos econômicos detentores dos grandes veículos de comunicação.

Esse problema, com certeza, havia no tempo de Jesus. Gente calada, silenciada por uma educação autoritária ou por uma situação política repressora. Gente acostumada a viver à margem, desconsiderada, só contada para os impostos, mas sem nenhuma participação e envolvimento na vida do país. 

No evangelho de hoje, está dito que Jesus, vendo o seu povo, compadeceu-se dele, vendo, naquela gente cansada e abatida, ovelhas sem pastor. E por onde ele andasse – povoados, cidades, sinagogas – ensinava, pregava o evangelho do Reino e curava todo tipo de doença e enfermidade. As curas eram uma forma de concretização do efeito da pregação. A Palavra de Deus resgata a dignidade da pessoa, acorda a sua condição de filho de Deus, devolve sua condição de protagonista de sua própria história. Boa parte das doenças se alimenta do abatimento das pessoas, de sua permanente humilhação, de sua falta de horizonte. Jesus, com a força divina, anunciava o amor de Deus, libertando, curando, expulsando o mal da vida das pessoas.

E é aí que entra a história do homem mudo que apresentaram a Jesus. Como eles entendiam, estava mudo porque estava possuído por um demônio. Justo. Povo calado, silencioso, sem opinião sobre nada de importante só pode mesmo estar possuído por uma força maligna que o impede de se sentir e de se expressar como filho de Deus, como cidadão participante e informado, capaz de dizer sua palavra sobre o mundo. Quando o demônio foi expulso, ele começou a falar.

É isso que ocorre com a pregação do Evangelho, o amor de Deus comunicado pela presença de Jesus... os que estão à margem são chamados para o centro; aos que não estão enxergando, os cegos, é dada a luz da fé; os que estão possuídos pelo mal, pela doença, experimentam o poder libertador de Deus. O mudo começa a falar... o cidadão passivo começa a participar.




Guardando a mensagem

Apresentaram um mudo a Jesus. Quase sempre a doença era explicada pela dominação de um mau espírito. Jesus expulsou o demônio e o mudo começou a falar. Em nossa sociedade, há um grande número de cidadãos mudos, silenciosos, à margem dos processos sociais. A verdadeira evangelização liberta essas pessoas de sua mudez, fazendo delas cidadãos participantes na sociedade e na Igreja.

Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ficamos felizes quando percebemos que a pregação da Palavra de Deus está gerando cristãos conscientes, responsáveis e participativos na vida da Igreja.  Ficamos felizes quando percebemos que cidadãos antes passivos, desconsiderados, começam a ter sua opinião, a se sentir envolvidos e participantes nos processos. É assim que tu continuas curando os mudos, libertando-os das correntes da dominação do mal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Talvez hoje se apresente uma situação em que você precise emitir sua opinião. Faça um esforço para participar. Participando, a gente contribui, esclarece, aprende, forma opinião. A evangelização cura as pessoas de sua mudez.

Comunicando

Parece que você não acompanhou o encontro bíblico de ontem. Foi um estudo precioso sobre o capítulo 15 do  livro do Profeta Ezequiel. Claro, você pode vê-lo hoje ou a qualquer momento. O encontro ficou gravado no Youtube. Quer um conselho? não perca essa oportunidade de conhecer mais a palavra de Deus. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Roupa nova, não remendo.


  06 de julho de 2024.  

Sábado da 13ª Semana do Tempo Comum


    Evangelho.    


Mt 9,14-17

Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.
16Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.



    Meditação.    


Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha (Mt 9, 16)

A reclamação era porque os discípulos de Jesus não estavam jejuando. Os discípulos de João Batista jejuavam, porque não os seus? Reclamação de fariseu. E Jesus: “Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha”. Que roupa velha é essa? Que remendo de pano novo é esse?

Tudo que Jesus estava ensinando era como um pano novo. Sua presença era uma novidade sem precedentes. Seu Evangelho era a roupa nova. São Paulo falou clarinho numa carta: “Tirem essa roupa velha. Vistam-se do homem novo, que renasceu em Cristo”. A roupa velha é o homem velho, o ser humano segundo o pecado, a pessoa humana representada por Adão. Com Jesus, chegou o tempo do homem novo. Nele, qualquer um, qualquer uma que crer renasce, ressurge, é nova criatura. Na segunda carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo ensinou: “Quem está em Cristo é nova criatura. Tudo novo. O que era antigo já passou”. Não é mais tempo de roupa velha. É tempo de revestir-se de Cristo, do homem novo, do ressuscitado.

Falando em roupa, vem logo à lembrança aquela história do cidadão que foi tirado da sala da festa porque não estava com a roupa apropriada. Que roupa seria essa? Ainda não tinha se revestido de Cristo. Não estava revestido do homem novo. Não tinha se convertido ao Evangelho do Senhor. Vejam que Evangelho quer dizer boa nova, quase dá pra dizer: roupa nova.

Claro, não dá para por remendo de pano novo em roupa velha. O Evangelho é esse pano novo. O evangelho é o próprio Jesus, nos diz claramente o evangelista João. Querer por remendo de pano novo em roupa velha, sabe o que é? É não entender a novidade do Evangelho que renova e restaura cada um e cada uma e toda a realidade humana. É usar o Evangelho como remendo no seu modo velho de viver. É claro que isso não dá certo.

Acolher Jesus e seu Evangelho é vestir-se com a roupa nova que o Pai da parábola do filho pródigo revestiu seu filho arrependido. Encontrar-se com Jesus, crer nele, aderir ao seu Evangelho é reencontrar a vida nova, a salvação. É vestir a roupa nova. 




Guardando a mensagem

A novidade da presença de Jesus vai além de apenas repetir a prática do jejum da religião dos antigos. É mais do que ser muito religioso. E muito piedoso. Quem encontrou Jesus e o seu Evangelho encontrou a própria vida, na sua fonte, no seu dinamismo. É nova criatura. Não dá pra fazer deste pano novo apenas um remendo no seu modo velho de viver.

Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha (Mt 9, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
não queremos que a nossa vida cristã, nascida na fé e no batismo, seja apenas um remendo de pano novo numa roupa velha. A roupa velha é a nossa vida de pecado. Não, não. Quando recebemos o batismo, na água e no Espírito Santo, fomos revestidos da roupa nova, fomos revestidos de ti, Senhor Jesus, homem novo. Dá-nos a graça, Senhor, de viver cada dia a novidade de nossa comunhão contigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Amanhã é domingo, Dia do Senhor. Planeje, hoje, sua participação na Santa Missa e veja se consegue envolver mais alguém de sua família na celebração do domingo. Roupa nova, não remendo!

Comunicando

Hoje, aqui em São Paulo, estarei, na parte da manhã, na Expo-Católica, nos stands da Rádio 9 de julho e da Rede Vida. A Expo-Católica é uma grande feira de produtos e serviços católicos, que está acontecendo na capital paulista.

Hoje, à noite, e amanhã pela manhã, celebro a Santa Missa na Paróquia N. Sra. de Fátima, na cidade de Guarujá. No domingo à noite, a celebração será na Paróquia de N. Sra. das Graças da cidade de Praia Grande. Nas duas cidades, vou encontrar ouvintes da Rádio Boa Nova de Praia Grande.

Segunda-feira, encontro os ouvintes da Rádio 9 de julho, em Missa na Catedral da Sé, em São Paulo, ao meio dia.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Uma nova direção para a minha vida.

 



   05 de julho de 2024.   

Sexta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum

    Evangelho.    


Mt 9,9-13

Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.


    Meditação.   


Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores (Mt 9, 13).

A escolha de Jesus foi surpreendente. Ele chamou um cobrador de impostos para segui-lo, para fazer parte do seu grupo. Um cobrador de impostos? Pois é, este era o tipo de gente detestada, porque arrancava o dinheiro do povo em favor dos dominadores romanos. Estavam a serviço dos pagãos, eram, portanto, tidos como traidores e impuros. E ainda assim, Jesus o chamou. “Segue-me”. O homem vê a cara, mas Deus vê o coração. Jesus o chamou para ser seu discípulo. Ele mesmo explicou depois: “eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

A resposta de Mateus também foi surpreendente, foi imediata e generosa. Ele se levantou e seguiu Jesus. Deixou a sua posição cômoda, seu emprego de funcionário de uma rede a serviço do Império e seguiu Jesus. Estava sentado na coletoria de impostos e levantou-se, acompanhando Jesus prontamente. E mais: deu um jantar em sua casa para Jesus e seus discípulos e convidou seus colegas de profissão. Ist o foi razão de escândalo e crítica para os fariseus. Mateus, desta forma, está homenageando seu Mestre e aproximando-o de outros pecadores como ele. Seu exemplo certamente levou outros a abraçarem o convite de Jesus, tornando-se discípulos do Reino de Deus.

Ele era um funcionário, trabalhava coletando impostos para os romanos, profissão mal vista pelo seu povo. Deixou tudo. Tudo o quê? Tudo o que representava segurança, estabilidade, ser um elo na rede de arrecadação de impostos. Largou isso. Deu outro rumo à sua vida. Zaqueu também era um cobrador de impostos, e mal afamado. Ao que parece, ele não deixou a sua profissão, como Mateus, mas também deu novo rumo a ela. Prometeu reparar a quem prejudicara. Vá, então, pensando no seu caso. Deixar tudo pode significar dar um rumo novo ao seu trabalho, à sua profissão, ao seu casamento.

O seguimento de Cristo não é um detalhe em nossa existência. É um novo rumo que damos à nossa vida, uma nova direção. Seguir Jesus é a nossa resposta ao chamado que Deus nos faz. O próprio Jesus nos convida: "Segue-me". Segui-lo é permitir que ele vá à frente, é acompanhá-lo com a docilidade de um discípulo, de um aprendiz. É tê-lo como mestre. E, com ele, não aprendemos apenas as coisas espirituais. Pelo seu Santo Espírito, ele nos guia na direção que damos à nossa profissão, à nossa vida familiar, às nossas opções de vida. 




Guardando a mensagem

Jesus chamou um cobrador de impostos para ser seu discípulo. Fez dele um apóstolo. Mateus, o convidado, aceitou com prontidão e generosidade o convite. E logo arrumou um jeito de colocar Jesus em contato com seus colegas de profissão. E qual é a lição que você pode tirar desse evangelho? Bom, não aja como um fariseu, se escandalizando porque Jesus continua se misturando com os pecadores e os convidando a se tornarem seus discípulos. Ele veio para chamar os pecadores. Encante-se com Jesus, que age de uma forma assim tão surpreendente. E mais: Reconheça que também você é um pecador, uma pecadora que precisa se levantar de seu comodismo, de sua zona de conforto para por o pé na estrada, na companhia de Jesus. E prepare-se para enfrentar a língua dos fariseus, porque de fariseu o mundo está cheio.

Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores (Mt 9, 13).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a prontidão de Mateus em largar tudo e te seguir nos encanta. Chamado, não ficou protelando a sua adesão. Entendendo que o convite para te seguir comportava largar aquele vínculo de serviço ao Império como cobrador de impostos e a segurança do seu emprego, ele soube largar tudo, sem demora, nem desculpas. É um exemplo para nós, Senhor, esse teu apóstolo e evangelista. Também nos encanta o fato de tu, Senhor, não o teres discriminado por sua condição de colaborador dos romanos, mas o teres convocado para a missão, ao teu lado. Precisamos aprender contigo, Senhor, a dar valor às pessoas, fugindo de preconceitos e de qualquer discriminação. E precisamos aprender com Mateus a responder com generosidade ao teu chamado. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda: ‘Como tem sido a minha resposta ao chamado de Jesus?’

Comunicando

Em minha passagem aqui em São Paulo, ontem, foi um dia dedicado à Canção Nova, em Cachoeira Paulista. Hoje, os compromissos são em Aparecida do Norte, na TV e na Rádio. 

Amanhã, sábado, estarei, na parte da manhã, na Expo-Católica, nos stands da Rádio 9 de julho e da Rede Vida. A Expo-Católica é uma grande feira de produtos e serviços católicos, que está acontecendo em São Paulo.  

Amanhã, à noite, e domingo pela manhã, celebro a Santa Missa na Paróquia N. Sra. de Fátima, na cidade de Guarujá. No domingo à noite, a celebração será na Paróquia de N. Sra. das Graças da cidade de Praia Grande. Nas duas cidades, vou encontrar ouvintes da Rádio Boa Nova de Praia Grande. 

Segunda-feira, encontro os ouvintes da Rádio 9 de julho, em Missa na Catedral da Sé, em São Paulo, ao meio dia. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O perdão dos nossos pecados.

 



   04 de julho de 2024.   

Quinta-feira da 13º Semana do Tempo Comum

    Evangelho.    


Mt 9,1-8

Naquele tempo, 1entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”
3Então alguns mestres da Lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!” 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’?
6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, — disse, então, ao paralítico — “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. 7O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

    Meditação.    


Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Trouxeram-lhe um paralítico numa cama. Vendo a fé dos que conduziram o doente, Jesus perdoou-lhe os seus pecados. “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”. Isso foi motivo de escândalo para os mestres da Lei. Julgaram que Jesus estivesse blasfemando, ofendendo a Deus com aquela conversa. Para que soubessem que ele tinha poder para perdoar os pecados, Jesus curou também o paralítico. “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. Foi um espanto só. Perdoou os pecados e curou da doença.

O evangelho está cheio de gente sofrida: doentes, cegos, paralíticos, leprosos, possessos... Jesus se aproxima dessas pessoas ou essas pessoas se aproximam dele. Jesus lhes dá atenção, toca nelas, as cura, as liberta... Isso tudo pode passar uma imagem equivocada da missão de Jesus. Ele não é um curandeiro. Não curou todos os cegos, nem todos os doentes, nem todos os leprosos. A mensagem que está sendo transmitida é que o encontro com Jesus, o enviado do Pai, resulta em transformação de vida, em mudança radical na própria existência, em libertação de todas as amarras e opressões.

A enfermidade, a cegueira, a lepra, a possessão apontam para um drama maior na vida das pessoas e da sociedade: o pecado. São Paulo resumiu bem essa percepção, quando disse: ‘o salário do pecado é a morte’. O pecado gera destruição, morte. Basta lembrar o caso de Adão e Eva, que é o símbolo do desastre que foi a humanidade dar as costas a Deus, rompendo a amizade com ele. Então, o sofrimento estampado no evangelho é uma indicação do pecado, o pecado como rompimento da aliança com Deus, por parte das pessoas e por parte de toda a comunidade de Israel.

A vinda de Jesus está explicada no próprio evangelho, em relação ao perdão dos pecados. O pai de João Batista, o sacerdote Zacarias, referiu-se à missão do Messias que viria trazer a salvação do povo pela “remissão dos seus pecados”. O próprio João Batista identificou e apontou Jesus como o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O resultado da obra de Jesus, finalmente, é a salvação, o perdão dos pecados. E sua obra é a pregação, a morte de cruz e a ressurreição. No Sermão no dia de Pentecostes, tendo anunciado Jesus morto e ressuscitado, Pedro convocou o povo à conversão e indicou o batismo para o perdão dos seus pecados.

Nesta cena do paralítico deitado numa cama, aparece Jesus no exercício de sua missão. Ele veio para perdoar os nossos pecados. E fez isso, por sua morte expiatória na cruz. Ele nos reconciliou com o Pai, por meio de sua cruz. O perdão nos põe na comunhão amorosa com o Pai, por meio do Filho, no seu Espírito. E em comunhão também com os nossos irmãos.




Guardando a mensagem

A missão de Jesus está descrita, nos evangelhos, em relação ao perdão dos pecados. O pecado é o drama número um do povo de Deus, por sua infidelidade à aliança. É o drama número um também da humanidade, como consta na história de Adão e Eva. Jesus veio para nos reconciliar com o Pai e nos alcançou isso por sua morte e ressurreição. Os doentes e sofredores, tão numerosos nos evangelhos, apontam para a presença do pecado no mundo. O pecado gera sofrimento e morte. Jesus veio para nos comunicar a vida, o perdão de Deus. Curar os doentes, exorcizar os demônios, purificar os leprosos eram ações que prefiguravam a obra por excelência de Jesus em nosso meio: a salvação, a remissão dos pecados, a vida nova da graça. Não peçamos apenas a Jesus a cura dos nossos males físicos ou a solução dos nossos problemas. Ele veio a nós para muito mais. Peçamos-lhe, em primeiro lugar, a graça da conversão e o perdão dos nossos pecados. A obra dele, por excelência, é a salvação.

Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
quando curaste o paralítico, o mandaste ficar de pé, carregar o leito e ir para casa. Tu o devolveste perdoado e sadio à sua família. Essa é a graça de vivermos santa e sadiamente: fazermos alguma coisa para os outros, a começar pelos de nossa casa. A sogra de Simão que tu ajudaste a se levantar de sua febre pôs-se logo a serviço. Servir é o que dá sentido à vida do cristão com saúde no corpo e na alma. Rezamos, hoje, Senhor, pelos enfermos. Dá-lhes conversão, oportunidade para receberem o perdão dos seus pecados e saúde para estarem a serviço, em suas famílias e em suas comunidades. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Mostre interesse, particularmente hoje, por um enfermo ou por alguém que esteja passando por uma grande tribulação. Pergunte por sua saúde, mande uma mensagem ou telefone. Mostre interesse pelo seu bem. E o bem maior, você sabe, vai muito além da saúde física.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, hoje, temos a Santa Missa das 11 horas, pelo rádio e pelo YouTube. O Pe. Demontier é quem preside hoje a Santa Missa. Não deixe de nos enviar a sua intenção. 

Durante o dia de hoje, estamos aqui na Canção Nova, em Cachoeira Paulista, SP. O Terço das 18 horas, que rezamos em rede todos os dias, hoje será com a minha participação no Santo Terço da Canção Nova. Amanhã, estaremos na TV e Rádio Aparecida.

No sábado à noite e domingo pela manhã, celebro a Santa Missa em Guarujá. No domingo à noite, em Praia Grande. Segunda-feira, ao meio dia, rezo a Santa Missa com os Ouvintes na Catedral da Sé.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O dia do apóstolo e evangelista Mateus



   21 de setembro de 2023.   

Dia de São Mateus, apóstolo e evangelista


   Evangelho.   


Mt 9,9-13

Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10Enquanto Jesus estava à mesa, na casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

   Meditação.   


Ele se levantou e seguiu Jesus (Mt 9, 9)

Como hoje é dia do apóstolo e evangelista São Mateus, a liturgia nos brinda com uma passagem bíblica muito especial, onde podemos meditar sobre o chamado de Jesus a Mateus e a cada um de nós.

A escolha de Jesus foi surpreendente. Ele chamou um cobrador de impostos para segui-lo, para fazer parte do seu grupo. Um cobrador de impostos? Pois é, este era o tipo de gente detestada, porque arrancava o dinheiro do povo em favor dos dominadores romanos. Estavam a serviço dos pagãos, eram, portanto, tidos como traidores e impuros. E ainda assim, Jesus o chamou. “Segue-me”. O homem vê a cara, mas Deus vê o coração. Jesus o chamou para ser seu discípulo. Ele mesmo explicou depois: “eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

A resposta de Mateus também foi surpreendente, foi imediata e generosa. Ele se levantou e seguiu Jesus. Deixou a sua posição cômoda, seu emprego de funcionário de uma rede de serviço associado ao Império e seguiu Jesus. Estava sentado na coletoria de impostos e levantou-se, acompanhando Jesus prontamente. E mais: deu um jantar em sua casa para Jesus e seus discípulos e convidou seus amigos de profissão, razão de escândalo e crítica para os fariseus. Mateus, desta forma, está homenageando seu Mestre e aproximando-o de outros pecadores como ele. Seu exemplo certamente levou outros a abraçarem o convite de Jesus, tornando-se discípulos do Reino de Deus.

Ele era um funcionário, trabalhava coletando impostos para os romanos, profissão mal vista pelo seu povo. Deixou tudo. Tudo o quê? Tudo o que representava segurança, estabilidade, ser um elo na rede de arrecadação de impostos. Largou isso. Deu outro rumo à sua vida. Zaqueu também era um cobrador de impostos, mal afamado. Ao que parece, ele não deixou a sua profissão, como Levi, mas também deu novo rumo a ela. Prometeu reparar a quem prejudicou. Vá então pensando no seu caso. Deixar tudo pode significar dar um rumo novo ao seu trabalho, à sua profissão, ao seu casamento.




Guardando a mensagem

Jesus chamou um cobrador de impostos para ser seu discípulo. Fez dele um apóstolo. Mateus, o convidado, aceitou com prontidão e generosidade o convite. E logo arrumou um jeito de colocar Jesus em contato com seus colegas de profissão. E qual é a lição que você pode tirar desse evangelho? Bom, não aja como um fariseu, se escandalizando porque Jesus continua se misturando com os pecadores e os convidando a se tornarem seus discípulos. Ele veio para chamar os pecadores. Encante-se com Jesus, que age de uma forma assim tão surpreendente. E mais: reconheça que também você é um pecador, uma pecadora que precisa se levantar de seu comodismo, de sua zona de conforto para por o pé na estrada, na companhia de Jesus. E prepare-se para enfrentar a língua dos fariseus, porque de fariseu o mundo está cheio.

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a prontidão de Mateus em largar tudo e te seguir nos encanta. Chamado, não ficou protelando a sua adesão. Entendendo que o convite para te seguir comportava largar aquele vínculo de serviço ao Império como cobrador de impostos e a segurança do seu emprego, ele soube largar tudo, sem demora, nem desculpas. É um exemplo para nós, Senhor, esse teu apóstolo e evangelista. Também nos encanta o fato de tu, Senhor, não o teres discriminado por sua condição de colaborador dos romanos, mas o teres convocado para a missão, ao teu lado. Precisamos aprender contigo, Senhor, a dar valor às pessoas. Precisamos aprender com Mateus a responder com generosidade ao teu chamado. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Sendo hoje dia do apóstolo e evangelista Mateus, fica bem você pegar sua Bíblia e ler nela essa passagem com muita atenção: Mateus 9, 9-13. 

Comunicando

Quem está inscrito no curso bíblico (que começa segunda-feira) vai receber o material do curso pelo Grupo do WhatsApp. Quem ainda não estiver no grupo, veja o acesso enviado pelo email ou pelo WhatsApp onde se inscreveu. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

A evangelização liberta as pessoa de sua mudez.

 



   11 de julho de 2023.   

Terça-feira da 14ª Semana do Tempo Comum

     Evangelho.    


Mt 9,32-38

Naquele tempo, 32apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. 33Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. 34Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo o tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

     Meditação.    


Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)

Você é um cidadão. Você é uma cidadã. Coisa muito boa, parabéns. Mas, é um cidadão que participa ou que apenas assiste o que está acontecendo? Olha que aqui vai uma grande diferença, não é verdade? Há cidadãos que acompanham o movimento da sociedade, formam sua opinião, discutem, dão palpite... de alguma forma, participam. E há cidadãos que estão por fora, estão à margem, não se sentem em condições de dar sua opinião. Estão mudos, silenciosos. Não participam. Você conhece pessoas assim?

Por que será que há pessoas assim, mudas, num país democrático e numa Igreja de comunidades? Talvez o país não seja tão democrático assim. E a Igreja não esteja assim tão comunitária. O fato é este e é grave: há pessoas deixadas à margem, sem efetiva participação, que não têm opinião para dar ou que apenas repetem a visão dos grupos econômicos detentores dos grandes veículos de comunicação.

Esse problema, com certeza, havia no tempo de Jesus. Gente calada, silenciada por uma educação autoritária ou por uma situação política repressora. Gente acostumada a viver à margem, desconsiderada, só contada para os impostos, mas sem nenhuma participação e envolvimento na vida do país. 

No evangelho de hoje, está dito que Jesus, vendo o seu povo, compadeceu-se dele, vendo, naquela gente cansada e abatida, ovelhas sem pastor. E por onde ele andasse – povoados, cidades, sinagogas – ensinava, pregava o evangelho do Reino e curava todo tipo de doença e enfermidade. As curas eram uma forma de concretização do efeito da pregação. A Palavra de Deus resgata a dignidade da pessoa, acorda a sua condição de filho de Deus, devolve sua condição de protagonista de sua própria história. Boa parte das doenças se alimenta do abatimento das pessoas, de sua permanente humilhação, de sua falta de horizonte. Jesus, com a força divina, anunciava o amor de Deus, libertando, curando, expulsando o mal da vida das pessoas.

E é aí que entra a história do homem mudo que apresentaram a Jesus. Como eles entendiam, estava mudo porque estava possuído por um demônio. Justo. Povo calado, silencioso, sem opinião sobre nada de importante só pode mesmo estar possuído por uma força maligna que o impede de se sentir e de se expressar como filho de Deus, como cidadão participante e informado, capaz de dizer sua palavra sobre o mundo. Quando o demônio foi expulso, ele começou a falar.

É isso que ocorre com a pregação do Evangelho, o amor de Deus comunicado pela presença de Jesus... os que estão à margem são chamados para o centro; aos que não estão enxergando, os cegos, é dada a luz da fé; os que estão possuídos pelo mal, pela doença, experimentam o poder libertador de Deus. O mudo começa a falar... o cidadão passivo começa a participar.


Guardando a mensagem

Apresentaram um mudo a Jesus. Quase sempre a doença era explicada pela dominação de um mau espírito. Jesus expulsou o demônio e o mudo começou a falar. Em nossa sociedade, há um grande número de cidadãos mudos, silenciosos, à margem dos processos sociais. A verdadeira evangelização liberta essas pessoas de sua mudez, fazendo delas cidadãos participantes na sociedade e na Igreja.

Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar (Mt 9, 33)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ficamos felizes quando percebemos que a pregação da Palavra de Deus está gerando cristãos conscientes, responsáveis e participativos na vida da Igreja.  Ficamos felizes quando percebemos que cidadãos antes passivos, desconsiderados, começam a ter sua opinião, a se sentir envolvidos e participantes nos processos. É assim que tu continuas curando os mudos, libertando-os das correntes da dominação do mal. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Talvez hoje se apresente uma situação em que você precise emitir sua opinião. Faça um esforço para participar. Participando, a gente contribui, esclarece, aprende, forma opinião. A evangelização cura as pessoas de sua mudez.

Comunicando

Por favor, marque aí na sua agenda: 27 de agosto, último domingo do mês vocacional, Missa de Ação de Graças pela passagem dos meus 40 anos de ordenação sacerdotal. A Missa será em Carpina, Pernambuco. E por que em Carpina? 
Porque foi lá que eu me ordenei. Se você não puder participar presencialmente, programe-se para participar pelas redes sociais. 27 de agosto, 9 horas da manhã. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Que roupa velha é essa?

 



  08 de julho de 2023.  

Sábado da 13ª Semana do Tempo Comum


    Evangelho.    


Mt 9,14-17

Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.
16Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.



    Meditação.    


Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha (Mt 9, 16)

A reclamação era porque os seus discípulos não estavam jejuando. Os discípulos de João Batista jejuavam, porque não os seus? Reclamação de fariseu. E Jesus: “Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha”. Que roupa velha é essa? Que remendo de pano novo é esse?

Tudo que Jesus estava ensinando era como um pano novo. Sua presença era uma novidade sem precedentes. Seu Evangelho era a roupa nova. São Paulo falou clarinho numa carta: “Tirem essa roupa velha. Vistam-se do homem novo, que renasceu em Cristo”. A roupa velha é o homem velho, o ser humano segundo o pecado, a pessoa humana representada por Adão. Com Jesus, chegou o tempo do homem novo. Nele, qualquer um, qualquer uma que crer renasce, ressurge, é nova criatura. Na segunda carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo ensinou: “Quem está em Cristo é nova criatura. Tudo novo. O que era antigo já passou”. Não é mais tempo de roupa velha. É tempo de revestir-se de Cristo, do homem novo, do ressuscitado.

Falando em roupa, vem logo à lembrança aquela história do cidadão que foi tirado da sala da festa porque não estava com a roupa apropriada. Que roupa seria essa? Ainda não tinha se revestido de Cristo. Não estava revestido do homem novo. Não tinha se convertido ao Evangelho do Senhor. Vejam que Evangelho quer dizer boa nova, quase dá pra dizer: roupa nova.

Claro, não dá para por remendo de pano novo em roupa velha. O Evangelho é esse pano novo. O evangelho é o próprio Jesus, nos diz claramente o evangelista João. Querer por remendo de pano novo em roupa velha, sabe o que é? É não entender a novidade do Evangelho que renova e restaura cada um e cada uma e toda a realidade humana. É usar o Evangelho como remendo no seu modo velho de viver. É claro que isso não dá certo.

Acolher Jesus e seu Evangelho é vestir-se com a roupa nova que o Pai da parábola do filho pródigo revestiu seu filho arrependido. Encontrar-se com Jesus, crer nele, aderir ao seu Evangelho é reencontrar a vida nova, a salvação, o perdão.




Guardando a mensagem

A novidade da presença de Jesus vai além de apenas repetir a prática do jejum da religião dos antigos. É mais do que ser muito religioso. E muito piedoso. Quem encontrou Jesus e o seu Evangelho encontrou a própria vida, na sua fonte, no seu dinamismo. É nova criatura. Não dá pra fazer deste pano novo apenas um remendo no seu modo velho de viver.

Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha (Mt 9, 16)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
não queremos que a nossa vida cristã, nascida na fé e no batismo, seja apenas um remendo de pano novo numa roupa velha. A roupa velha é a nossa vida de pecado. Não, não. Quando recebemos o batismo, na água e no Espírito Santo, fomos revestidos da roupa nova, fomos revestidos de ti. Senhor Jesus, homem novo. Dá-nos a graça, Senhor, de viver cada dia a novidade de nossa comunhão contigo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Amanhã é domingo, Dia do Senhor. Planeje, hoje, sua participação na Santa Missa e veja se consegue envolver mais alguém de sua família na celebração do domingo. Roupa nova, não remendo!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A sua resposta também precisa ser generosa.

 



   07 de julho de 2023.   

Sexta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum

    Evangelho.    


Mt 9,9-13

Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.


    Meditação.   


Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores (Mt 9, 13).

A escolha de Jesus foi surpreendente. Ele chamou um cobrador de impostos para segui-lo, para fazer parte do seu grupo. Um cobrador de impostos? Pois é, este era o tipo de gente detestada, porque arrancava o dinheiro do povo em favor dos dominadores romanos. Estavam a serviço dos pagãos, eram, portanto, tidos como traidores e impuros. E ainda assim, Jesus o chamou. “Segue-me”. O homem vê a cara, mas Deus vê o coração. Jesus o chamou para ser seu discípulo. Ele mesmo explicou depois: “eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

A resposta de Mateus também foi surpreendente, foi imediata e generosa. Ele se levantou e seguiu Jesus. Deixou a sua posição cômoda, seu emprego de funcionário de uma rede a serviço do Império e seguiu Jesus. Estava sentado na coletoria de impostos e levantou-se, acompanhando Jesus prontamente. E mais: deu um jantar em sua casa para Jesus e seus discípulos e convidou seus colegas de profissão. Ist o foi razão de escândalo e crítica para os fariseus. Mateus, desta forma, está homenageando seu Mestre e aproximando-o de outros pecadores como ele. Seu exemplo certamente levou outros a abraçarem o convite de Jesus, tornando-se discípulos do Reino de Deus.

Ele era um funcionário, trabalhava coletando impostos para os romanos, profissão mal vista pelo seu povo. Deixou tudo. Tudo o quê? Tudo o que representava segurança, estabilidade, ser um elo na rede de arrecadação de impostos. Largou isso. Deu outro rumo à sua vida. Zaqueu também era um cobrador de impostos, e mal afamado. Ao que parece, ele não deixou a sua profissão, como Mateus, mas também deu novo rumo a ela. Prometeu reparar a quem prejudicara. Vá, então, pensando no seu caso. Deixar tudo pode significar dar um rumo novo ao seu trabalho, à sua profissão, ao seu casamento.


Guardando a mensagem

Jesus chamou um cobrador de impostos para ser seu discípulo. Fez dele um apóstolo. Mateus, o convidado, aceitou com prontidão e generosidade o convite. E logo arrumou um jeito de colocar Jesus em contato com seus colegas de profissão. E qual é a lição que você pode tirar desse evangelho? Bom, não aja como um fariseu, se escandalizando porque Jesus continua se misturando com os pecadores e os convidando a se tornarem seus discípulos. Ele veio para chamar os pecadores. Encante-se com Jesus, que age de uma forma assim tão surpreendente. E mais: Reconheça que também você é um pecador, uma pecadora que precisa se levantar de seu comodismo, de sua zona de conforto para por o pé na estrada, na companhia de Jesus. E prepare-se para enfrentar a língua dos fariseus, porque de fariseu o mundo está cheio.

Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores (Mt 9, 13).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a prontidão de Mateus em largar tudo e te seguir nos encanta. Chamado, não ficou protelando a sua adesão. Entendendo que o convite para te seguir comportava largar aquele vínculo de serviço ao Império como cobrador de impostos e a segurança do seu emprego, ele soube largar tudo, sem demora, nem desculpas. É um exemplo para nós, Senhor, esse teu apóstolo e evangelista. Também nos encanta o fato de tu, Senhor, não o teres discriminado por sua condição de colaborador dos romanos, mas o teres convocado para a missão, ao teu lado. Precisamos aprender contigo, Senhor, a dar valor às pessoas, fugindo de preconceitos e de qualquer discriminação. E precisamos aprender com Mateus a responder com generosidade ao teu chamado. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, responda: ‘Como tem sido a minha resposta ao chamado de Jesus?’

Comunicando

Todas as minhas músicas, você pode ouvi-las e até ver clipes no meu Canal do Youtube (Padre João Carlos), como também nas plataformas de streaming de música, especialmente no Spotify. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Peçamos ao Senhor a graça da conversão.




   06 de julho de 2023.   

Quinta-feira da 13º Semana do Tempo Comum

    Evangelho.    


Mt 9,1-8

Naquele tempo, 1entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”
3Então alguns mestres da Lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!” 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’?
6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, — disse, então, ao paralítico — “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. 7O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

    Meditação.    


Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Trouxeram-lhe um paralítico numa cama. Vendo a fé dos que conduziram o doente, Jesus perdoou-lhe os seus pecados. “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”. Isso foi motivo de escândalo para os mestres da Lei. Julgaram que Jesus estivesse blasfemando, ofendendo a Deus com aquela conversa. Para que soubessem que ele tinha poder para perdoar os pecados, Jesus curou também o paralítico. “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. Foi um espanto só. Perdoou os pecados e curou da doença.

O evangelho está cheio de gente sofrida: doentes, cegos, paralíticos, leprosos, possessos... Jesus se aproxima dessas pessoas ou essas pessoas se aproximam dele. Jesus lhes dá atenção, toca nelas, as cura, as liberta... Isso tudo pode passar uma imagem equivocada da missão de Jesus. Ele não é um curandeiro. Não curou todos os cegos, nem todos os doentes, nem todos os leprosos. A mensagem que está sendo transmitida é que o encontro com Jesus, o enviado do Pai, resulta em transformação de vida, em mudança radical na própria existência, em libertação de todas as amarras e opressões.

A enfermidade, a cegueira, a lepra, a possessão apontam para um drama maior na vida das pessoas e da sociedade: o pecado. São Paulo resumiu bem essa percepção, quando disse: ‘o salário do pecado é a morte’. O pecado gera destruição, morte. Basta lembrar o caso de Adão e Eva, que é o símbolo do desastre que foi a humanidade dar as costas a Deus, rompendo a amizade com ele. Então, o sofrimento estampado no evangelho é uma indicação do pecado, o pecado como rompimento da aliança com Deus, por parte das pessoas e por parte de toda a comunidade de Israel.

A vinda de Jesus está explicada no próprio evangelho, em relação ao perdão dos pecados. O pai de João Batista, o sacerdote Zacarias, referiu-se à missão do Messias que viria trazer a salvação do povo pela “remissão dos seus pecados”. O próprio João Batista identificou e apontou Jesus como o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O resultado da obra de Jesus, finalmente, é a salvação, o perdão dos pecados. E sua obra é a pregação, a morte de cruz e a ressurreição. No Sermão no dia de Pentecostes, tendo anunciado Jesus morto e ressuscitado, Pedro convocou o povo à conversão e indicou o batismo para o perdão dos seus pecados.

Nesta cena do paralítico deitado numa cama, aparece Jesus no exercício de sua missão. Ele veio para perdoar os nossos pecados. E fez isso, por sua morte expiatória na cruz. Ele nos reconciliou com o Pai, por meio de sua cruz. O perdão nos põe na comunhão amorosa com o Pai, por meio do Filho, no seu Espírito. E em comunhão também com os nossos irmãos.




Guardando a mensagem

A missão de Jesus está descrita, nos evangelhos, em relação ao perdão dos pecados. O pecado é o drama número um do povo de Deus, por sua infidelidade à aliança. É o drama número um também da humanidade, como consta na história de Adão e Eva. Jesus veio para nos reconciliar com o Pai e nos alcançou isso por sua morte e ressurreição. Os doentes e sofredores, tão numerosos nos evangelhos, apontam para a presença do pecado no mundo. O pecado gera sofrimento e morte. Jesus veio para nos comunicar a vida, o perdão de Deus. Curar os doentes, exorcizar os demônios, purificar os leprosos eram ações que prefiguravam a obra por excelência de Jesus em nosso meio: a salvação, a remissão dos pecados, a vida nova da graça. Não peçamos apenas a Jesus a cura dos nossos males físicos ou a solução dos nossos problemas. Ele veio a nós para muito mais. Peçamos-lhe, em primeiro lugar, a graça da conversão e o perdão dos nossos pecados. A obra dele, por excelência, é a salvação.

Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
quando curaste o paralítico, o mandaste ficar de pé, carregar o leito e ir para casa. Tu o devolveste perdoado e sadio à sua família. Essa é a graça de vivermos santa e sadiamente: fazermos alguma coisa para os outros, a começar pelos de nossa casa. A sogra de Simão que tu ajudaste a se levantar de sua febre pôs-se logo a serviço. Servir é o que dá sentido à vida do cristão com saúde no corpo e na alma. Rezamos, hoje, Senhor, pelos enfermos. Dá-lhes conversão, oportunidade para receberem o perdão dos seus pecados e saúde para estarem a serviço, em suas famílias e em suas comunidades. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Mostre interesse, particularmente hoje, por um enfermo ou por alguém que esteja passando por uma grande tribulação. Pergunte por sua saúde, mande uma mensagem ou telefone. Mostre interesse pelo seu bem. E o bem maior, você sabe, vai muito além da saúde física.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, hoje, temos a Santa Missa das 11 horas, pelo rádio e pelo YouTube. Não deixe de nos enviar a sua intenção para a Santa Missa. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A missão é avisar que o Reino de Deus está próximo da gente



   18 de junho de 2023.  

11º Domingo do Tempo Comum


     Evangelho.     


Mt 9,36-10,8

Naquele tempo, 36vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37"A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” 10,1Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. 2Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu Irmão João; 3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. 5Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! 6Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”



     Meditação     


Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios (Mt 10, 8)

O evangelho deste 11º Domingo do Tempo Comum nos põe no clima do Ano Vocacional que estamos celebrando com o tema "Vocação: graça e missão". 

Jesus percebe a situação de sofrimento e abandono do seu povo. E procura organizar o seu grande grupo de discípulos, nomeando doze líderes. Chamou doze, porque estava simbolicamente reorganizando todo o rebanho de Deus, o povo das doze tribos, que fora liderado por doze patriarcas. E Jesus enviou os doze em missão. É urgente que o rebanho conte com bons pastores, com boas lideranças. Pastores que cuidem das ovelhas estropiadas, que recuperem as desfalecidas, que lavem as sujas, que as defendam dos lobos.

A missão é anunciar a proximidade do Reino, que é o que Jesus já estava fazendo. “Em seu caminho, anunciem: o Reino dos céus está próximo”. Na realização desta missão, Jesus deu aos doze quatro tarefas: Curar os doentes; Ressuscitar os mortos; Purificar os leprosos; e Expulsar os demônios. Você sabe, quatro é um número de totalidade. Quatro é tudo, pois quatro são os pontos cardeais. A missão de anunciar a chegada do Reino de Deus mostra-se nestas quatro ações.

Vamos dar uma olhada nessas tarefas. 

A primeira foi curar os doentes. Jesus tinha um carinho especial pelos doentes. Basta lembrar a cena da sogra de Pedro ou do paralítico descido em sua maca diante dele. Cuidar dos doentes é uma forma de anunciar o Reino de Deus. Deus está perto de quem está sofrendo. Deus é a força de quem está debilitado. Estamos diante do tema da SAÚDE. Assistir os doentes e sofredores, rezar por eles, rezar com eles, acompanhá-los em seu tratamento são formas de mostrar o amor de Deus, a proximidade do Reino. Curar os enfermos.

A segunda tarefa foi ressuscitar os mortos. Jesus ressuscitou a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim, o seu amigo Lázaro. Em todos esses episódios, vemos como Jesus deu atenção às famílias enlutadas, como ele ajudou as pessoas a crerem em Deus e na ressurreição que ele nos promete. Estamos diante do tema da VIDA. Na parábola do bom samaritano, o homem estava caído, semimorto, à beira da estrada. Acudir quem está caído, quem está em situação de morte é ressuscitar os mortos. Hoje, temos muita gente que está em situação de morte: pela droga, pela exploração do trabalho, pela fome... Trabalhar pela recuperação dos dependentes químicos, salvar do suicídio quem perdeu o sentido da vida, por exemplo, são também formas de anunciar a proximidade do Reino. Ressuscitar os mortos.

A terceira tarefa foi purificar os leprosos. Os leprosos, no evangelho, têm a ver com a impureza em relação à Lei. Pela impureza, a pessoa estava apartada de Deus e de sua comunidade. A lepra é uma imagem do pecado. Estamos diante do tema da RECONCILIAÇÃO. Purificar os leprosos é ajudar a pessoa a se aproximar de Deus e alcançar o perdão dos seus pecados. Fomos reconciliados com Deus, por Jesus Cristo que morreu por nós. Trabalhar pela conversão, aproximar as pessoas do Sacramento da Confissão são formas de anunciar que o Reino está vizinho, próximo. Purificar os leprosos.

A quarta tarefa foi expulsar os demônios. Jesus venceu as tentações. E libertou muitas pessoas possuídas pelo mal. Estamos diante do problema da LIBERDADE. Muita gente está possuída, escravizada pelo preconceito, pelo sentimento de inferioridade, pela ignorância, por ideologias totalitárias, pela inveja, pela dependência cultural... são numerosas as formas de dominação do mal sobre as pessoas! Contribuir para a superação desses males, ajudar as pessoas a se libertarem dessas forças de opressão são formas de realizar o anúncio do Reino de Deus. Expulsar os demônios.


Guardando a mensagem

Jesus, diante do seu povo sofrido e humilhado, enche-se de compaixão. Vê que aquele é um rebanho sem pastor. Realizando sua missão de reorganizar o povo de Deus disperso, nomeia doze lideranças para o seu movimento. Ele envia os doze em missão. Eles devem, como Jesus, anunciar a proximidade do Reino de Deus. Para servir o seu povo cansado e abatido, Jesus providencia pastores que cuidem das ovelhas estropiadas (os enfermos), que recuperem as desfalecidas (os mortos), que lavem as sujas (os leprosos), que as defendam dos lobos (os demônios). A missão dos doze é a missão de todo o povo de Deus. A minha, a sua também.

Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios (Mt 10, 8)

Rezando a palavra

Seguindo o tom vocacional do evangelho de hoje, rezemos a Oração deste Ano Vocacional de 2023: 

Senhor Jesus,
enviado do Pai e Ungido do Espírito Santo,
que fazeis os corações arderem e os
pés se colocarem a caminho,
ajudai-nos a discernir a graça do vosso
chamado e a urgência da missão.

Continuai a encantar famílias, crianças,
adolescentes, jovens e adultos,
para que sejam capazes de sonhar e se entregar,
com generosidade e vigor,
a serviço do Reino,
em vossa Igreja e no mundo.

Despertai as novas gerações para a
vocação aos Ministérios Leigos,
ao Matrimônio, à Vida Consagrada
e aos Ministérios Ordenados.

Maria, Mãe, Mestra e Discípula Missionária,
ensinai-nos a ouvir o Evangelho da Vocação
e a responder com alegria.
Amém!

Vivendo a palavra

Na Santa Missa deste domingo, além de rezar pelas vocações, reze pelos seus parentes e amigos que vivem fora do país ou longe de sua comunidade. Hoje, começa a Semana do Migrante, com o lema "Para o Migrante, Pátria é a terra que lhe dá o Pão". 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Você e eu somos os cegos.




02 de dezembro de 2022

Sexta-feira da 1ª Semana do Advento


EVANGELHO


Mt 9,27-31

Naquele tempo, 27partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: “Tem piedade de nós, filho de Davi!” 28Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?”
Eles responderam: “Sim, Senhor”. 29Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”. 30E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: “Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo”. 31Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região.

MEDITAÇÃO


Tem compaixão de nós, filho de Davi! (Mt 9, 27)

O texto de hoje conta a história de dois cegos que seguiram Jesus, gritando por ajuda. Chegando à casa, eles tiveram uma conversa com ele. Jesus lhe tocou os olhos e eles ficaram curados. O Mestre lhes pediu para não saírem espalhando o fato, mas foi perdido. Eles saíram falando pra todo mundo.

O evangelho não tem interesse em ficar contando milagres de Jesus, de qualquer jeito. Não é um “testemunho” pra chamar clientes para o próprio empreendimento religioso, como vemos hoje no rádio e na televisão. A narração dos milagres são catequeses sobre Jesus e nosso encontro com ele. É assim que vamos olhar para esse texto, como uma catequese sobre a fé.

Fé? Por que eu falei “fé”? Porque as histórias de cegueira física, no evangelho, são particularmente formas de falar da cegueira espiritual, da resistência ou da incompreensão diante da pessoa de Jesus ou do projeto de Deus. Cegueira, neste sentido, representa a falta de fé. Para confirmar essa compreensão, basta lembrar que, segundo o texto de Isaías que Jesus leu na sinagoga de Nazaré, “dar vista aos cegos” era um dos sinais da salvação trazida pelo Messias.

Afinal, quem são os cegos? Melhor, quantos são os cegos? Sua resposta: dois, precisamente. Lembre-se do início do evangelho de Mateus. Jesus chamou primeiro dois irmãos: André e Simão. Depois, chamou mais dois: Tiago e João. E na história do filho pródigo, o pai tinha dois filhos. E outro pai falou com seus dois filhos para irem trabalhar na sua vinha. E na cruz, havia dois ao lado de Jesus, crucificados também. Eu só posso pensar nesses dois cegos como discípulos. E discípulos são os que receberam o convite para seguir Jesus e puseram-se a caminho com ele.

Por falar nisso, escute bem o que está escrito: “dois cegos começaram a segui-lo”. E diferentemente de outro cego, que Jesus parou para atendê-lo, esses seguiram Jesus até à casa dele. E foi dentro de casa, que eles se aproximaram de Jesus e conversaram com ele. Seguimento, caminho, casa são indicações da condição de discípulos. Então, a história dos cegos é uma representação dos discípulos. E quando falamos de discípulos, não estamos falando só dos doze apóstolos, estamos falando das centenas de homens e mulheres que tinham Jesus como referência e até, muitos deles, andavam com ele.

E qual é a catequese sobre a fé que há nesse texto? Vamos recolher três lições. A primeira: A fé nos põe no caminho de Jesus e vai se firmando, a cada passo. Os dois eram cegos e começaram a seguir Jesus. Gritavam por compaixão. É no caminho que a fé vai se firmando, se aclarando, se consolidando. Lembra a história dos 10 leprosos? Foi no caminho, indo para Jerusalém, que eles se deram conta que estavam curados. A fé vai crescendo no caminho que eu vou fazendo com Jesus.

A segunda lição: A fé nos leva para a comunidade. Os cegos entraram na casa de Jesus (que é a casa de Pedro e de André). Na intimidade da casa, eles se aproximam de Jesus. É a comunidade que nos proporciona essa aproximação com Jesus, essa intimidade com ele. Os cegos-discípulos são acolhidos na família de Jesus, na sua casa, na sua comunidade.

A terceira lição: A fé é aprofundada num diálogo esclarecedor, que chamamos de catequese. Jesus dialoga com os dois. Pergunta se acreditam nele. Eles respondem que sim. Jesus toca nos olhos deles e diz “que seja feito conforme a sua fé”. E os olhos deles se abriram. Isso nos faz lembrar aqueles dois discípulos de Emaús. Após a catequese que Jesus fez no caminho, ceando com eles, fez os gestos da última ceia. Àquela altura, seus olhos se abriram. Eles viram Jesus ressuscitado. Devíamos falar de catequese e liturgia, mas não vamos complicar.


Guardando a mensagem

Você e eu somos os cegos. Mesmo com uma fé incompleta e frágil, começamos a seguir Jesus. Somos testemunhas que nossa fé vai se fortalecendo à medida em que vamos caminhando com ele. O caminho nos leva à sua casa, à sua comunidade, na qual somos acolhidos. A comunidade nos comunica a verdade sobre Jesus e celebra conosco a sua obra redentora. Na comunidade, os nossos olhos se abrem. E nos fazemos seus missionários, espalhadores de sua mensagem. Nosso testemunho não é que ele está operando milagres (ele não está interessado nesse tipo de propaganda). Testemunhamos que o encontramos, que somos um milagre dele. Éramos cegos e agora vemos. Vivemos iluminados pela fé.

Tem compaixão de nós, filho de Davi! (Mt 9, 27)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a história dos dois cegos é a nossa história. A cegueira física é uma representação da nossa cegueira espiritual. Com uma fé ainda frágil, nós nos colocamos no teu seguimento, respondendo ao teu chamado para sermos teus discípulos. É na caminhada contigo que a nossa fé vai se robustecendo. E a fé nos leva à comunidade, à vida de comunhão contigo e com os irmãos. Na catequese e na celebração, vemos com clareza sempre crescente o projeto do Pai que se realiza em ti e a nossa vocação de filhos e filhas de Deus. De toda forma, Senhor, estamos sempre necessitados de tua misericórdia. Por isso, continuamos a te pedir: “Tem compaixão de nós, filho de Davi”. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Faça seu este pedido insistente dos cegos: “Tem compaixão de nós, filho de Davi”. Nesta prece, repetida várias vezes durante o dia de hoje, peça que a luz da fé seja sempre mais luminosa em sua vida.

Comunicando

Neste mês de dezembro, faço Show no Recife, na festa do Morro da Conceição (no dia 7); em Monteirópolis,  Alagoas (no dia 9); em Ibimirim, sertão pernambucano (no dia 11); em Cruz de Rebouças, Igrarassu (no dia 13); em Morro do Chapéu, Bahia (no dia 30) e em Lençóis, também na Bahia (no dia 31). 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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