PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: 1-8
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O perdão dos nossos pecados.

 



   04 de julho de 2024.   

Quinta-feira da 13º Semana do Tempo Comum

    Evangelho.    


Mt 9,1-8

Naquele tempo, 1entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”
3Então alguns mestres da Lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!” 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’?
6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, — disse, então, ao paralítico — “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. 7O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

    Meditação.    


Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Trouxeram-lhe um paralítico numa cama. Vendo a fé dos que conduziram o doente, Jesus perdoou-lhe os seus pecados. “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”. Isso foi motivo de escândalo para os mestres da Lei. Julgaram que Jesus estivesse blasfemando, ofendendo a Deus com aquela conversa. Para que soubessem que ele tinha poder para perdoar os pecados, Jesus curou também o paralítico. “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. Foi um espanto só. Perdoou os pecados e curou da doença.

O evangelho está cheio de gente sofrida: doentes, cegos, paralíticos, leprosos, possessos... Jesus se aproxima dessas pessoas ou essas pessoas se aproximam dele. Jesus lhes dá atenção, toca nelas, as cura, as liberta... Isso tudo pode passar uma imagem equivocada da missão de Jesus. Ele não é um curandeiro. Não curou todos os cegos, nem todos os doentes, nem todos os leprosos. A mensagem que está sendo transmitida é que o encontro com Jesus, o enviado do Pai, resulta em transformação de vida, em mudança radical na própria existência, em libertação de todas as amarras e opressões.

A enfermidade, a cegueira, a lepra, a possessão apontam para um drama maior na vida das pessoas e da sociedade: o pecado. São Paulo resumiu bem essa percepção, quando disse: ‘o salário do pecado é a morte’. O pecado gera destruição, morte. Basta lembrar o caso de Adão e Eva, que é o símbolo do desastre que foi a humanidade dar as costas a Deus, rompendo a amizade com ele. Então, o sofrimento estampado no evangelho é uma indicação do pecado, o pecado como rompimento da aliança com Deus, por parte das pessoas e por parte de toda a comunidade de Israel.

A vinda de Jesus está explicada no próprio evangelho, em relação ao perdão dos pecados. O pai de João Batista, o sacerdote Zacarias, referiu-se à missão do Messias que viria trazer a salvação do povo pela “remissão dos seus pecados”. O próprio João Batista identificou e apontou Jesus como o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O resultado da obra de Jesus, finalmente, é a salvação, o perdão dos pecados. E sua obra é a pregação, a morte de cruz e a ressurreição. No Sermão no dia de Pentecostes, tendo anunciado Jesus morto e ressuscitado, Pedro convocou o povo à conversão e indicou o batismo para o perdão dos seus pecados.

Nesta cena do paralítico deitado numa cama, aparece Jesus no exercício de sua missão. Ele veio para perdoar os nossos pecados. E fez isso, por sua morte expiatória na cruz. Ele nos reconciliou com o Pai, por meio de sua cruz. O perdão nos põe na comunhão amorosa com o Pai, por meio do Filho, no seu Espírito. E em comunhão também com os nossos irmãos.




Guardando a mensagem

A missão de Jesus está descrita, nos evangelhos, em relação ao perdão dos pecados. O pecado é o drama número um do povo de Deus, por sua infidelidade à aliança. É o drama número um também da humanidade, como consta na história de Adão e Eva. Jesus veio para nos reconciliar com o Pai e nos alcançou isso por sua morte e ressurreição. Os doentes e sofredores, tão numerosos nos evangelhos, apontam para a presença do pecado no mundo. O pecado gera sofrimento e morte. Jesus veio para nos comunicar a vida, o perdão de Deus. Curar os doentes, exorcizar os demônios, purificar os leprosos eram ações que prefiguravam a obra por excelência de Jesus em nosso meio: a salvação, a remissão dos pecados, a vida nova da graça. Não peçamos apenas a Jesus a cura dos nossos males físicos ou a solução dos nossos problemas. Ele veio a nós para muito mais. Peçamos-lhe, em primeiro lugar, a graça da conversão e o perdão dos nossos pecados. A obra dele, por excelência, é a salvação.

Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
quando curaste o paralítico, o mandaste ficar de pé, carregar o leito e ir para casa. Tu o devolveste perdoado e sadio à sua família. Essa é a graça de vivermos santa e sadiamente: fazermos alguma coisa para os outros, a começar pelos de nossa casa. A sogra de Simão que tu ajudaste a se levantar de sua febre pôs-se logo a serviço. Servir é o que dá sentido à vida do cristão com saúde no corpo e na alma. Rezamos, hoje, Senhor, pelos enfermos. Dá-lhes conversão, oportunidade para receberem o perdão dos seus pecados e saúde para estarem a serviço, em suas famílias e em suas comunidades. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Mostre interesse, particularmente hoje, por um enfermo ou por alguém que esteja passando por uma grande tribulação. Pergunte por sua saúde, mande uma mensagem ou telefone. Mostre interesse pelo seu bem. E o bem maior, você sabe, vai muito além da saúde física.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, hoje, temos a Santa Missa das 11 horas, pelo rádio e pelo YouTube. O Pe. Demontier é quem preside hoje a Santa Missa. Não deixe de nos enviar a sua intenção. 

Durante o dia de hoje, estamos aqui na Canção Nova, em Cachoeira Paulista, SP. O Terço das 18 horas, que rezamos em rede todos os dias, hoje será com a minha participação no Santo Terço da Canção Nova. Amanhã, estaremos na TV e Rádio Aparecida.

No sábado à noite e domingo pela manhã, celebro a Santa Missa em Guarujá. No domingo à noite, em Praia Grande. Segunda-feira, ao meio dia, rezo a Santa Missa com os Ouvintes na Catedral da Sé.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O que é permanecer em Cristo?


01 de maio de 2024

Dia de São José Operário.

Dia do Trabalhador.

Abertura do Mês Mariano.

  Quarta-feira da 5ª Semana da Páscoa.  


  Evangelho   


Jo 15,1-8

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.
5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.


   Meditação  


Permaneçam em mim e eu permanecerei em vocês (Jo 15, 4)


Qual é a grande palavra de hoje?

PERMANECER. ‘Permaneçam em mim e eu permanecerei em vocês’. Jesus está à mesa com os discípulos. No clima de intimidade da ceia, ele descreve a comunhão existente entre ele e os discípulos como a relação entre a videira e os ramos. A videira era já uma representação do povo de Deus, no Antigo Testamento. Ele lhes diz: “Eu sou a videira verdadeira, vocês são os ramos. Meu Pai é o agricultor”.

Jesus está unido ao Pai, permanece no Pai. E o Pai nele. Assim, os discípulos: permaneçam em Jesus, pois Jesus permanece neles. Como ramos, estejam inseridos na videira, profundamente, para dar frutos. O Pai poda os ramos para que dêem mais frutos e corta os que não dão fruto. Como bom agricultor, o Pai cuida da videira e é glorificado pelos frutos que colhe.

Mas, o que é ‘permanecer’? A imagem da videira nos ajuda a entender bem o que seja ‘permanecer’. Permanecer é estar inseridos em Cristo, em comunhão com ele, alimentando-nos dele e produzindo frutos.

Em primeiro lugar, PERMANECER EM CRISTO é estar em comunhão com ele, reconciliados e perseverantes na oração e na prática de sua palavra. “Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto”. Estamos unidos a Cristo pela fé e pelo batismo. No batismo, fomos inseridos nele, enxertados como ramos na videira. O batismo foi o banho purificador, que nos lavou do pecado, inserindo-nos no mistério de sua morte e ressurreição. Jesus falou que o Pai limpa o ramo e que nós já estávamos limpos pela palavra que recebemos. É bom lembrar que eles estavam ali na ceia, e que a ceia começou com o lava-pés. Por sua morte e ressurreição, Jesus nos limpa, nos purifica, nos reconcilia. Permanecendo em Cristo, o que pedimos ao Pai, ele nos concede. Permanecendo nele, suas palavras permanecem em nós. Temos já uma primeira resposta: PERMANECER em Cristo é estar em comunhão com ele, reconciliados e perseverantes na oração e na prática de sua palavra.

Em segundo lugar, PERMANECER EM CRISTO é estar em comunhão com a sua Igreja, com a comunidade dos discípulos. Lemos no livro dos Atos dos Apóstolos (At 9), Saulo tinha chegado em Jerusalém, mas ninguém queria saber dele, a fama dele era de perseguidor. Barnabé o apresentou aos apóstolos e contou-lhes a sua conversão. Os apóstolos o acolheram. Ele integrou-se na comunidade e começou a pregar ao povo. Olha que grande lição. Quem está unido a Cristo, como Saulo já estava, precisa viver unido à comunidade dos discípulos, à Igreja, ser conhecido, participar, contribuir com a missão. Essa segunda resposta é muito valiosa: PERMANECER em Cristo é estar em comunhão com a sua Igreja, com a comunidade dos discípulos.

Em terceiro lugar, PERMANECER EM CRISTO é guardar os seus mandamentos. Lemos na primeira carta do apóstolo João: “Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus com ele” (1 Jo 3). E o apóstolo resume o mandamento de Deus: crer no nome do seu Filho e nos amarmos como irmãos. Jesus, de muitos modos, nos falou disso: o discípulo de verdade é o que faz a vontade de Deus, como ele. E ali na ceia, ele nos deu o mandamento do amor fraterno: “amem-se uns aos outros, como eu amei vocês”. Terceira resposta: PERMANECER em Cristo é guardar os seus mandamentos.




Guardando a mensagem

Como os ramos estão unidos à videira, assim nós estamos unidos a Cristo. Para dar frutos, isto é, para realizarmos nossa vocação de ramos precisamos permanecer nele. Permanecer é estar em comunhão com ele, participando de sua Igreja e praticando os seus mandamentos. Só assim podemos dar frutos. O grande fruto é nos tornarmos seus discípulos: andar nos seus caminhos, ter os seus mesmos sonhos, amar com o seu coração compassivo, servir aos sofredores como ele o fez, ter o seu mesmo compromisso com o Reino.

Permaneçam em mim e eu permanecerei em vocês (Jo 15, 4)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
pela fé e pelo batismo, estamos unidos a ti. Como ramos, fomos enxertados na videira verdadeira. Não é fácil, Senhor, manter essa comunhão contigo, permanecer na graça. São tantas as provações, as tentações que teimam em nos afastar de ti e da comunhão com a tua Igreja, o teu corpo místico. Ajuda-nos, Senhor, com a força do teu Espírito, a nos mantermos perseverantes e fiéis, alimentados pelo pão da Palavra e da Eucaristia, produzindo muitos frutos para a glória do Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

No seu caderno espiritual, escreva um propósito: fazer algo que o(a) ajude a permanecer em Cristo. 

Comunicando

O Mês de Maio é uma oportunidade preciosa para a evangelização de nossas famílias. Vou lhe deixar duas sugestões: a primeira é que, neste mês, tenha, em sua casa, um altarzinho dedicado a Nossa Senhora. Sendo possível, faça o mesmo no seu ambiente de trabalho. E a segunda: veja se consegue rezar o terço em família, ao menos uma vez por semana.

E o desafio desse mês pra você é rezar o terço, os 31 dias. Deu para entender? O desafio deste mês de maio é rezar o terço mariano, todos os dias. Neste sentido, preciso lhe perguntar: Você topa o desafio? Mande a sua resposta pelo formulário ou pelo whatsapp 81 3224-9284.


Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

Sem mim, vocês não podem fazer nada.


28 de abril de 2024

   5º Domingo da Páscoa.   


   Evangelho.   

Jo 15,1-8

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais frutos ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei.
4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.
5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados.
7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.

   Meditação.   


Sem mim, vocês nada podem fazer (Jo 15,5)

Como Israel era um povo agrícola, a Bíblia está cheia de comparações com plantas frutíferas: oliveira, videira, vinha, figueira... A vinha é uma imagem tradicional do povo de Deus. Deus plantou seu povo naquela terra abençoada de Canaã, como quem planta uma vinha, um parreiral, uma linda roça de uva.

Jesus falou de uma forma alegórica, dizendo que ele é a videira, o Pai é o agricultor e nós somos os ramos. A cultura agrícola do seu povo permitia um imediato entendimento dessa comparação. Uma imagem muita rica, cheia de detalhes a nos falar de nossa unidade com Cristo e de nosso crescimento na vida cristã. No batismo, fomos enxertados em Cristo, como ramos enxertados na videira. Somos filhos adotivos. Nossa identidade está ligada a Jesus Salvador. Sem essa vinculação permanente com a videira, não prosperamos do ponto de vista espiritual. Não damos frutos. Separados da videira, o ramo seca. É de se pensar que muitos se batizam, mas não continuam unidos a Cristo, alimentando-se de sua Palavra e da Eucaristia, integrado à sua comunidade eclesial.

“Sem mim, vocês nada podem fazer”. Sem essa união com Cristo, videira verdadeira, não há como darmos fruto. O ramo não prospera separado da videira ou só aparentemente unido. Digo ‘aparentemente’, porque, em muitos casos, a pessoa não se mantém realmente vinculada a Cristo, não permanece unida a ele. O alerta de Jesus é sobre ‘permanecer’. Permanecer é perseverar na comunhão com ele, na comunhão com a comunidade dos discípulos e na prática dos seus mandamentos. Podemos desconfiar dessa vinculação com o Senhor quando a pessoa não tem uma vida de oração, não se alimenta da Palavra de Deus, não frequenta a celebração eucarística.

“Sem mim, vocês nada podem fazer”. Fomos inseridos em Cristo pela fé e pelo batismo. Mas, isto não basta. A imagem da videira nos ajuda a perceber isso. Os frutos não surgem de repente, levam um tempo. Eles vêm, num certo momento do processo, num ramo que está profundamente unido ao tronco, alimentando-se permanentemente da seiva que vem dele e da fotossíntese que realiza na presença da luz solar. É preciso permanecer, crescer nele, para poder dar frutos.

“Nisto meu Pai é glorificado: que vocês deem muito fruto e se tornem meus discípulos”. Segundo essa palavra, dar fruto é o mesmo que tornar-se seus discípulos. De fato, que fruto maior se pode esperar de um filho de Deus, de uma filha de Deus senão tornar-se parecido com Jesus?! Tornar-se discípulo é chegar a pensar como Jesus, amar como ele e agir como ele; com o seu coração, com a sua entrega, com a sua fidelidade.




Guardando a mensagem

Jesus, em suas comparações, valia-se de imagens do ambiente conhecido pelo seu povo. A comparação com a videira já vinha do Antigo Testamento. Jesus falou de nossa comunhão com ele como a do ramo enxertado na videira. Se não permanecermos nele, não damos fruto. Para a aderência no tronco da videira, o ramo precisa ser limpo. O Pai nos limpou, nos purificou com a morte redentora de Jesus. A grande obra de nossa vida é nos tornarmos discípulos e discípulas do Senhor. E, assim, realizamos nossa vida, inspirada na sua, iluminada pelo seu exemplo, trilhando o seu caminho. Como discípulos, à imagem de Jesus, tudo o que fizermos agradará e glorificará o nosso Deus e Pai.

Sem mim, vocês nada podem fazer (Jo 15,5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a nossa união contigo está figurada na alegoria da videira. Tu és a videira, o tronco. Nós somos os ramos, os galhos. O Pai é o agricultor. Ele cuida da videira, do tronco e dos ramos. Somos um contigo, somos a tua Igreja. Estamos unidos a ti, como ramos enxertados. Quanto mais permanecemos em ti, mais podemos florescer como filhos de Deus, com atitudes e ações de discípulos teus. Concede-nos, Senhor, o teu Santo Espírito que nos une a ti, videira verdadeira. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A oração é uma forma de permanecermos em Cristo. Sem ele, nada podemos fazer. Reforce, hoje, seu compromisso com o seu momento diário de oração. 

Comunicando

A Paróquia da cidade de São Vicente Férrer, na Diocese de Nazaré, está completando 160 anos. Hoje, estarei por lá, com o meu show: evangelizando com a música.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A verdadeira prática religiosa nos leva ao amor solidário aos irmãos

 


   21 de julho de 2023.   

Sexta-feira da 15ª Semana do Tempo Comum


     Evangelho.     


Mt 12,1-8

1Naquele tempo, Jesus passou no meio de uma plantação num dia de sábado. Seus discípulos tinham fome e começaram a apanhar espigas para comer. 2Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: “Olha, os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!”
3Jesus respondeu-lhes: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e seus companheiros sentiram fome? 4Como entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda que nem a ele nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? 5Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado sem contrair culpa alguma?
6Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo. 7Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes. 8De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado”.


     Meditação.     


Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Mt 12, 7)

Em caminhada com Jesus, em dia de sábado, os discípulos, com fome, passando no meio de uma plantação, apanharam espigas para comer. Pronto, isso foi o suficiente para escandalizar os fariseus. Acusaram os discípulos de estarem profanando o sábado.

Os judeus guardam o sábado, pensando no descanso de Deus no final da obra da criação. Nós cristãos guardamos o domingo, por causa da ressurreição de Jesus. Os muçulmanos já guardam a sexta, festejando o dia em que Deus – Alá – criou o homem. No tempo de Jesus, a interpretação que os hebreus faziam do sábado era muito rigorosa, cheio de normas e detalhes. Não se podia trabalhar, de jeito nenhum. Até os passos deviam ser contados para não se ofender a santidade do sábado, o shabat.

Jesus chamou os seus opositores à razão: a necessidade humana está acima de uma norma religiosa. Se eles estavam com fome, é justo que procurassem conseguir o alimento. Note que a reclamação não foi porque arrancaram espigas da plantação. Isto era possível. O que não se podia era fazer isso em dia de sábado. Jesus relembrou que Davi e seus soldados, voltando de uma campanha, mortos de fome, comeram os pães das oferendas do Templo, o que não era permitido. E estava tudo certo.

Religião sem caridade vira uma coisa desumana. Jesus recordou um ensinamento escrito no Profeta Oséias, no Antigo Testamento “Quero a misericórdia e não o sacrifício”. Quando você ouvir essa palavra “sacrifício” na Bíblia, lembre que ela se refere aos sacrifícios de animais que se fazia no Templo de Jerusalém (bois, carneiros, aves). O sacrifício é uma forma de culto muito comum nas religiões antigas. Então, Deus está dizendo nesta palavra do profeta que prefere a misericórdia ao sacrifício de animais. O verdadeiro culto é o da misericórdia, do amor, da caridade para com o próximo.

No livro do Profeta Isaías, também no Antigo Testamento, há uma reclamação de Deus. Deus reclama do culto que está recebendo: tantos sacrifícios de animais, ofertas, mas tanta injustiça, tanta violência no meio do povo, e nas mãos e no coração de quem está celebrando o culto! Isso sim é uma ofensa a Deus. "Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado", rezamos no Salmo 50.

Os fariseus estavam reclamando porque, em dia de sábado, os discípulos, que estavam com fome, estavam colhendo espigas para comer, durante o trajeto. O que vai agradar mais a Deus: seguir à risca a lei do sábado ou dar de comer a quem está com fome? O sacrifício ou a misericórdia?




Guardando a mensagem

Os fariseus do tempo de Jesus faziam uma interpretação muito rígida da lei do sábado, uma norma religiosa que visava o louvor de Deus, mas também o descanso do trabalho nesse dia. Eles viram os discípulos colhendo espigas no sábado e ficaram revoltados. Para eles, com esse trabalho, o sábado estava sendo profanado. ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios’, disse o Senhor pela boca dos profetas. O amor está acima de tudo. O primeiro louvor a Deus é o amor. E não dá para mostrar amor a Deus e não amar o seu irmão. Deus não fica contente com um culto bonito ou um louvor arrebatador que não esteja comprometido com a caridade, a compaixão para com os sofredores. Ele se agrada mesmo da misericórdia, do amor pelo pequeno. É isso que dá sentido e verdade ao nosso culto, ao nosso louvor.

Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Mt 12, 7)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
às vezes, não vemos a ligação que existe entre o culto que te prestamos e a caridade que devemos ao próximo. Na misericórdia, no amor solidário pelos mais sofridos, começa o verdadeiro culto que se explicita depois nos ritos, nas celebrações religiosas. Amar os irmãos, sobretudo defendendo, protegendo os doentes, os presos, os pobres, os mais frágeis, é uma forma de louvor a Deus. Senhor, ajuda-nos a viver nossa vida cristã e nossas práticas religiosas em sintonia com o amor ao próximo. Que a nossa devoção e o culto que te dirigimos tenham sua versão concreta no serviço aos mais pobres, no respeito aos idosos, na defesa da vida, pois preferes a misericórdia ao sacrifício. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Muita coisa, podemos fazer pelos irmãos e irmãs mais sofridos. A Igreja até fala das obras de misericórdia. E a tradição colecionou sete obras de misericórdia corporais e sete obras de misericórdia espirituais. Você as conhece? No final do texto da Meditação de hoje, vou deixar a lista completa das obras de misericórdia. Dê uma olhadinha em www.padrejoaocarlos.com. Para quem recebe a Meditação pelos aplicativos, é só clicar no link que estamos enviando. Jesus nos quer misericordiosos, como ele.

Comunicando

Preste atenção ao pedido que o Papa Francisco está fazendo, em sua mensagem para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que vamos celebrar domingo próximo:

"O Dia Mundial dos Avós e dos Idosos pretende ser um pequeno e delicado sinal de esperança para eles e para a Igreja inteira. Por isso renovo o meu convite a todos – dioceses, paróquias, associações, comunidades – para o celebrarem, colocando no centro a alegria transbordante dum renovado encontro entre jovens e idosos".

Não deixe esta data passar em branco na sua casa e na sua comunidade. 

Até amanhã, se Deus quiser.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb






AS OBRAS DE MISERICÓRDIA



Há catorze Obras de Misericórdia: sete corporais e sete espirituais.

Obras de misericórdia corporais:

1) Dar de comer a que tem fome
2) Dar de beber a quem tem sede
3) Dar pousada aos peregrinos
4) Vestir os nus
5) Visitar os enfermos
6) Visitar os presos
7) Enterrar os mortos

Obras de misericórdia espirituais:

1) Ensinar os ignorantes
2) Dar bom conselho
3) Corrigir os que erram
4) Perdoar as injúrias
5) Consolar os tristes
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos

As Obras de misericórdia corporais encontram-se, na sua maioria, na lista enunciada pelo Senhor na descrição do Juízo Final.

A lista das obras de misericórdia espirituais tirou-a a Igreja de outros textos que se encontram ao longo da Bíblia e de atitudes e ensinamentos do próprio Cristo: o perdão, a correção fraterna, o consolo, suportar o sofrimento, etc.

Peçamos ao Senhor a graça da conversão.




   06 de julho de 2023.   

Quinta-feira da 13º Semana do Tempo Comum

    Evangelho.    


Mt 9,1-8

Naquele tempo, 1entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”
3Então alguns mestres da Lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!” 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’?
6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados, — disse, então, ao paralítico — “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. 7O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

    Meditação.    


Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Trouxeram-lhe um paralítico numa cama. Vendo a fé dos que conduziram o doente, Jesus perdoou-lhe os seus pecados. “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”. Isso foi motivo de escândalo para os mestres da Lei. Julgaram que Jesus estivesse blasfemando, ofendendo a Deus com aquela conversa. Para que soubessem que ele tinha poder para perdoar os pecados, Jesus curou também o paralítico. “Levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. Foi um espanto só. Perdoou os pecados e curou da doença.

O evangelho está cheio de gente sofrida: doentes, cegos, paralíticos, leprosos, possessos... Jesus se aproxima dessas pessoas ou essas pessoas se aproximam dele. Jesus lhes dá atenção, toca nelas, as cura, as liberta... Isso tudo pode passar uma imagem equivocada da missão de Jesus. Ele não é um curandeiro. Não curou todos os cegos, nem todos os doentes, nem todos os leprosos. A mensagem que está sendo transmitida é que o encontro com Jesus, o enviado do Pai, resulta em transformação de vida, em mudança radical na própria existência, em libertação de todas as amarras e opressões.

A enfermidade, a cegueira, a lepra, a possessão apontam para um drama maior na vida das pessoas e da sociedade: o pecado. São Paulo resumiu bem essa percepção, quando disse: ‘o salário do pecado é a morte’. O pecado gera destruição, morte. Basta lembrar o caso de Adão e Eva, que é o símbolo do desastre que foi a humanidade dar as costas a Deus, rompendo a amizade com ele. Então, o sofrimento estampado no evangelho é uma indicação do pecado, o pecado como rompimento da aliança com Deus, por parte das pessoas e por parte de toda a comunidade de Israel.

A vinda de Jesus está explicada no próprio evangelho, em relação ao perdão dos pecados. O pai de João Batista, o sacerdote Zacarias, referiu-se à missão do Messias que viria trazer a salvação do povo pela “remissão dos seus pecados”. O próprio João Batista identificou e apontou Jesus como o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O resultado da obra de Jesus, finalmente, é a salvação, o perdão dos pecados. E sua obra é a pregação, a morte de cruz e a ressurreição. No Sermão no dia de Pentecostes, tendo anunciado Jesus morto e ressuscitado, Pedro convocou o povo à conversão e indicou o batismo para o perdão dos seus pecados.

Nesta cena do paralítico deitado numa cama, aparece Jesus no exercício de sua missão. Ele veio para perdoar os nossos pecados. E fez isso, por sua morte expiatória na cruz. Ele nos reconciliou com o Pai, por meio de sua cruz. O perdão nos põe na comunhão amorosa com o Pai, por meio do Filho, no seu Espírito. E em comunhão também com os nossos irmãos.




Guardando a mensagem

A missão de Jesus está descrita, nos evangelhos, em relação ao perdão dos pecados. O pecado é o drama número um do povo de Deus, por sua infidelidade à aliança. É o drama número um também da humanidade, como consta na história de Adão e Eva. Jesus veio para nos reconciliar com o Pai e nos alcançou isso por sua morte e ressurreição. Os doentes e sofredores, tão numerosos nos evangelhos, apontam para a presença do pecado no mundo. O pecado gera sofrimento e morte. Jesus veio para nos comunicar a vida, o perdão de Deus. Curar os doentes, exorcizar os demônios, purificar os leprosos eram ações que prefiguravam a obra por excelência de Jesus em nosso meio: a salvação, a remissão dos pecados, a vida nova da graça. Não peçamos apenas a Jesus a cura dos nossos males físicos ou a solução dos nossos problemas. Ele veio a nós para muito mais. Peçamos-lhe, em primeiro lugar, a graça da conversão e o perdão dos nossos pecados. A obra dele, por excelência, é a salvação.

Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados! (Mt 9,2)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
quando curaste o paralítico, o mandaste ficar de pé, carregar o leito e ir para casa. Tu o devolveste perdoado e sadio à sua família. Essa é a graça de vivermos santa e sadiamente: fazermos alguma coisa para os outros, a começar pelos de nossa casa. A sogra de Simão que tu ajudaste a se levantar de sua febre pôs-se logo a serviço. Servir é o que dá sentido à vida do cristão com saúde no corpo e na alma. Rezamos, hoje, Senhor, pelos enfermos. Dá-lhes conversão, oportunidade para receberem o perdão dos seus pecados e saúde para estarem a serviço, em suas famílias e em suas comunidades. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Mostre interesse, particularmente hoje, por um enfermo ou por alguém que esteja passando por uma grande tribulação. Pergunte por sua saúde, mande uma mensagem ou telefone. Mostre interesse pelo seu bem. E o bem maior, você sabe, vai muito além da saúde física.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, hoje, temos a Santa Missa das 11 horas, pelo rádio e pelo YouTube. Não deixe de nos enviar a sua intenção para a Santa Missa. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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