PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Lc 14
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O amor maior de sua vida.



   08 de novembro de 2023.   

Quarta-feira da 31ª Semana do Tempo Comum

   Evangelho.   


Lc 14,25-33

Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
31Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

   Meditação.    

Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)

Ser discípulos de Jesus é o nosso chamado, a nossa vocação. Ser discípulo é ser seguidor. Quando Jesus andava pela Palestina, segui-lo era logo compreendido como acompanhá-lo em suas andanças, andar atrás dele, literalmente. O convite dele era sempre “Vem e segue-me”.

Mas, é claro, hoje como ontem, o verdadeiro seguimento de Jesus não é andar atrás dele. Não é seguir com os passos, do ponto de vista da geografia. É seguir com a vida, do ponto de vista da história. Sou seguidor de Jesus, sou seu discípulo, porque minha vida está iluminada por sua palavra, porque procedo segundo os seus ensinamentos, porque ele é o meu guia.

No evangelho de hoje, o nosso Mestre nos chama a atenção para nossa condição de discípulos e suas exigências. Não dá para segui-lo sem renunciar alguma coisa. Renunciar a si mesmo, isto é, já não ser eu o centro da minha vida. Renunciar a outro guia, renunciar a outro caminho, renunciar a qualquer amarra que possa nos prender ou nos reter no caminho.

E o que é pode nos prender ou nos reter no caminho, e nos impedir de seguir a Cristo? Outro dia, nós ouvimos Jesus contando a parábola da festa. As três desculpas para não aceitar o convite para o banquete foram: o apego aos bens materiais, a falta de tempo pelo trabalho, as responsabilidades com a família. O amor exige liberdade. As coisas não podem tomar o lugar de Deus. O trabalho não pode consumir todo o nosso tempo. Dependemos de Deus. A família não é desculpa para não acolhermos o convite do Senhor. E ele nos convida a seguir Jesus.

Uma coisa que, particularmente, pode nos afastar do seguimento de Cristo é o apego às pessoas. É o que está no evangelho de hoje. Pode acontecer que o amor ao pai, à mãe, à esposa ou esposo, aos filhos esteja acima do amor a Deus. Nesse caso, no mínimo, ficamos divididos. E, como Jesus ensinou, não dá para servir a dois senhores. Assim, não podemos seguir Jesus. Sem ter Jesus como o primeiro amor, o amor acima de qualquer outro, não dá para ser discípulo dele.


Guardando a mensagem

A grandeza de nossa vida está em sermos filhos de Deus, seguidores de Jesus Salvador. Como seus discípulos, nós o colocamos em primeiro lugar na nossa vida. Nosso amor por ele está acima das coisas e das pessoas deste mundo. É claro, possuímos bens, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Senhor e Salvador. Por ele, podemos até renunciar aos bens deste mundo, se isto ele nos pedir. Amamos nossos parentes e familiares, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Deus e Senhor. Por ele, podemos até renunciar a um amor neste mundo, se isto ele nos pedir. Jesus, o nosso Mestre, não quer apenas entrar no rol das pessoas que você ama. Ele merece ser o amor maior de sua vida.

Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu nos chamas ao teu seguimento. É uma escolha de amor de tua parte. Tu nos dizes hoje: “Não foram vocês que me escolheram, fui eu que escolhi vocês”. A primeira resposta que podemos dar ao teu chamado de amor é amar-te. Amar-te acima de tudo e de todos. Hoje, tu nos lembras que não podemos seguir-te se não carregamos a nossa cruz contigo e se não te amamos acima de qualquer bem deste mundo e de qualquer criatura humana desta terra. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quando se ama, respira-se esse amor. Ele está em tudo na nossa vida: no pensamento, na fala, nos sonhos, nas fotos, no celular... Jesus é mesmo amado por você acima de tudo e de todos? Ele está mesmo presente em tudo na sua vida? 

Comunicando

Como é que anda o desafio do mês? Lembrando: Ler o evangelho do dia. Só isso. Na sua bíblia ou seguindo o link que enviamos pelo celular. 

Subiram para 2.521 as respostas que recebemos: 88% dizendo que topam o desafio e 11% dizendo que vão tentar. Quem não respondeu, certamente, está pensando se aceita ou não o desafio: neste mês, ler o evangelho do dia. 

Hoje, tem live no Youtube às 20 horas: o nosso "Encontros", hoje conversando com o Pe. Arlindo de Tamandaré. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Um lugar para os mais pobres no seu coração.


30 junho 2018 - Almoço com pobres de Roma



   06 de novembro de 2023.   

Segunda-feira da 31ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Lc 14,12-14

Naquele tempo, 12dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

   Meditação.   


Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos (Lc 14, 13)

Quando o argentino Cardeal Jorge Bergoglio foi eleito Papa, o seu amigo brasileiro Cardeal Claudio Hummes, ao cumprimentá-lo com um abraço, lhe disse ao ouvido: “Não se esqueça dos pobres”. Este é precisamente o recado do evangelho de hoje. Não nos esqueçamos dos pobres.

Jesus foi a uma refeição festiva, na casa de alguém importante. Ele viu os convidados escolhendo os primeiros lugares. Nós também vemos isso todos os dias. O espírito do mundo é exatamente esse: a busca dos primeiros lugares. É o mundo da concorrência, um querendo derrubar o outro; o mundo da competição, um querendo deixar o outro pra trás. O espírito do mundo nos ensina a querer ser mais importantes que os outros, a cobiçar os cargos mais altos, a querer estar sempre em evidência. E essa mentalidade acaba por incentivar a violência, a vaidade, a presunção, o orgulho.

Jesus está ensinando uma coisa muito diferente: Não queira ser mais do que ninguém. O espírito do evangelho é a fraternidade, o acolhimento e valorização de cada um, a cooperação. Foi isso que Jesus ensinou: somos irmãos, dependemos uns dos outros.

Naquela refeição festiva, Jesus viu que os convidados eram gente importante, gente do alto nível social, amigos do dono da casa. Então ele disse a quem o convidou: Quando for fazer uma festa, não convide só seus parentes, seus vizinhos ricos, seus amigos, seus irmãos. Convide os pobres, os coxos, os aleijados, os cegos.

O espírito do mundo pratica a exclusão social (deixar de fora quem não tem recursos) e a segregação social (separar de um lado os privilegiados e de outros, os desamparados; isso nos locais de moradia, nos elevadores, nos shoppings, nas casas de festa, nas escolas, nos hospitais, em todo canto). O espírito do evangelho é outro: é a inclusão, a fraternidade, a comunhão, o oferecimento de oportunidades a quem é mais frágil e necessitado.

O cardeal Jorge Bergoglio, agora Papa Francisco, não esqueceu o conselho do seu amigo brasileiro cardeal Cláudio Hummes. Agora é ele quem nos diz, com suas palavras, suas atitudes, suas viagens, seus escritos: “Não se esqueçam dos pobres”. Para ninguém esquecer mesmo, ele até criou o dia do pobre, que ocorre nesse mês de novembro. 

O 7º dia mundial do pobre vai acontecer no próximo dia 19 de novembro, com o tema «Nunca desvies o teu olhar de algum pobre» (Tb 4, 7). Em sua mensagem, o Papa escreveu: "O Livro de Tobias ensina-nos a ser concretos no nosso agir com e pelos pobres. Interessar-se pelos pobres não se esgota em esmolas apressadas; pede que restabeleçamos as justas relações interpessoais que foram afetadas pela pobreza".




Guardando a mensagem

Jesus notou, naquela refeição na casa do fariseu, que os convidados eram os irmãos e parentes do dono da casa, seus amigos e vizinhos ricos. Isso mostra uma mentalidade: a comemoração do seu próprio status, a bajulação dos privilegiados, a exclusão social. É o espírito do mundo. O espírito do Reino é outro: a busca de inclusão dos pobres, dos mais sofridos, a valorização dos pequenos.

Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos (Lc 14, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a refeição, que é um ato sagrado para o teu povo, foi palco de belos ensinamentos de tua parte. Obrigado, Senhor. Concede-nos que nossas mesas sejam lugares de fraternidade, de diálogo, de inclusão, onde se manifeste o espírito do Reino, não o espírito do mundo. Concede que nossas refeições em família preparem a sagrada refeição da Eucaristia, mesa da comunhão e da unidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Procure se informar se na sua comunidade existe algum trabalho em favor dos mais pobres. 

Comunicando

Deixei passar o feriado de finados com seu final de semana para anunciar o desafio de novembro. Preparado? preparada? O desafio de novembro é ler o evangelho do dia. Ler o evangelho do dia. Você ouve a Meditação, que bom, graças a Deus! Agora, veja, mais importante do que a Meditação é o evangelho que está sendo meditado, não acha? Quando enviamos o áudio, vai também um resumo com a citação bíblica e o link para o evangelho e o texto da Meditação. Então, você pode ler o evangelho do dia em sua bíblia ou, clicando no link, você o tem no seu próprio celular.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Hoje é dia de ajudar o próximo?



   03 de novembro de 2023.   

Sexta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum


  Evangelho   


Lc 14,1-6

Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6E eles não foram capazes de responder a isso.

  Meditação.  


Se algum de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado? (Lc 14, 5)

A gente sempre vê o evangelho falando mal dos fariseus. Mas, na cena de hoje, a gente descobre um pouco mais. Era um dia de sábado e Jesus estava numa refeição na casa de um dos chefes dos fariseus. Olha que surpresa! Um líder fariseu convidou Jesus para ir comer na casa dele. Um gesto bonito! E Jesus aceitou. Está lá comendo com eles: mestres da lei e fariseus. E você sabe que comer juntos era uma coisa muito forte na cultura do povo de Jesus! Comer juntos é sinal de comunhão. Lembre que eles não comiam junto com pagãos.

Então, podemos pensar que havia certa aproximação entre Jesus e os fariseus. Ao menos, alguns tinham certa simpatia por Jesus e Jesus os acolhia com muito boa vontade. Essa refeição na casa de um dos chefes dos fariseus está nos dizendo isso.

E você lembra que era um dia de sábado. Esse detalhe de ser num ‘sábado’ deve ser importante, porque essa informação se repete por três vezes nesse pequeno texto. Sábado era uma marca muito forte na religião deles. Os fariseus matavam e morriam pra todo mundo respeitar o sábado. Era o dia do descanso, nada de trabalho. E, você sabe, isso é maravilhoso, porque é uma afirmação da dignidade do trabalhador. O ser humano, como o Senhor Deus, pára para contemplar a sua obra. É senhor do seu trabalho, não é escravo. O sábado era também o dia do culto a Deus. Todo mundo se encontrava na sinagoga, para cantar os salmos e ouvir as Escrituras. Nisso tudo, Jesus, que era um bom judeu, estava também de acordo.

A refeição, talvez fosse um jantar, estava indo bem. Jesus e os fariseus cordialmente à mesa. Maravilha! Honrando o sábado. Tudo certo. Estranhamente, ali na frente de Jesus tem um hidrópico, um doente do barrigão, coitado. Aqui mostra-se a diferença entre Jesus e os religiosos do seu tempo. Está ali um filho de Deus sofrendo, um desgraçado estendendo a mão, pedindo ajuda a Jesus. E aí? Dia de sábado é dia de socorrer o irmão ou não? Foi a pergunta de Jesus. Ficaram calados. E se fosse um filho de vocês que caísse num poço, sendo sábado, vocês iriam ou não socorrê-lo logo? Ficaram confusos. E Jesus curou o hidrópico. Tomou-o pela mão, curou-o e o despediu.

Nós católicos temos muitas diferenças com outras igrejas, outros grupos religiosos e mesmo com pessoas que não têm fé. Mas, podemos e devemos ser amigos, parceiros, convivendo com respeito, diálogo, amizade, não é verdade? O que, de verdade, vai por a prova nossa amizade e nossa comunhão não será a doutrina, que tem, claro, diferenças. Mas a verdadeira prova, como foi para Jesus e os fariseus, é o hidrópico. Diante do colossal sofrimento do irmão marginalizado, explorado, excluído, o nosso sábado nos compromete com ele, ou, em seu nome, lavamos as mãos e nos omitimos. O sábado pode representar nossas práticas religiosas, nossas tradições. Nossa religiosidade (o sábado) nos impulsiona a retirar o filho que caiu no poço ou nos faz omissos diante do irmão que caiu à beira da estrada, como foi o caso do sacerdote e do levita na parábola do bom samaritano?




Guardando a mensagem

Jesus aceitou o convite para uma refeição na casa de um líder fariseu, num dia de sábado. Os fariseus foram gentis ao convidar Jesus. Isso mostra uma certa aproximação desse grupo com o grupo de Jesus. Comer juntos era um gesto de comunhão e amizade. Ia tudo bem, mas eis que apareceu um irmão doente, precisando de ajuda: um hidrópico. Jesus perguntou se o sábado, onde era proibido fazer qualquer trabalho, permitia que se desse socorro a ele. Eles não souberam responder. E Jesus o curou. Pelo ecumenismo com outras igrejas, nos sentamos à mesma mesa de refeição. O que vai marcar a diferença, vai ser a prova dos nove, para eles e para nós, é se o nosso sábado ou seja nossa religiosidade nos faz comprometidos ou omissos diante do sofrimento dos irmãos.

Se algum de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado? (Lc 14, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu também respeitavas o sábado dos judeus. E, como se tratava do dia de dar glória a Deus, mostravas como a fé se manifesta na louvação a Deus e na restauração dos humilhados. Assim, vivias e ensinavas o amor a Deus e ao próximo. Obrigado, Senhor, por tuas lições de fé e de vida. Impactados por tua ressurreição na manhã do primeiro dia da semana, nós teus seguidores guardamos o domingo, como o Dia do Senhor, o dia de nossa páscoa, de nossa libertação. Dá-nos, Senhor, que façamos desse dia uma afirmação de nossa adesão ao teu evangelho, que nos ensina a acolher o amor do Pai e a praticar esse amor como solidariedade e compromisso com o bem e a vida de todos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Para estimular o entendimento e a prática da palavra, sugiro que você leia em sua Bíblia o evangelho de hoje (Lc 14, 1-6). Para facilitar este acesso diário à Palavra de Deus, você que recebe pessoalmente a Meditação tem visto que estamos enviando sempre um link pra você ler o texto bíblico e também a Meditação. É só clicar no link.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Um caminho que exige renúncia e entrega



04 de setembro de 2022

23º Domingo do Tempo Comum


EVANGELHO



Lc 14,25-33

Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
31Ou ainda: Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz.
33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”



MEDITAÇÃO


Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo! (Lc 14, 33)

Numa boa parte do evangelho de São Lucas, Jesus está em viagem para Jerusalém. Vão com ele os doze, discípulos e discípulas. Lucas diz o nome de quatro dessas mulheres discípulas, indicando que no grupo estavam muitas outras. Essa grande viagem de Jesus é a sua última viagem. Em Jerusalém, o esperam prisão, morte e ressurreição, o ponto alto de sua missão. O texto de hoje começa com essa observação: ‘grandes multidões o acompanhavam’. 

Então, Jesus está subindo a Jerusalém, na caminhada de sua missão que terá seu coroamento em sua morte redentora em Jerusalém. Discípulos e discípulas sobem com ele. Nos seus contatos com a multidão que o cerca pelo caminho ou em algum momento de reunião, Jesus lhes fala sobre as condições para alguém segui-lo.

Caminhar com Jesus para Jerusalém é um modo de entendermos a nossa condição de discípulos e discípulas, hoje também. Quando Lucas escreveu o seu evangelho, ele estava de olho no povo de suas comunidades. Ele via muita gente chegando, se aproximando da comunidade ... que bom, mas, calma aí! Seguir Jesus não é uma brincadeira. É uma coisa muito séria, exige uma decisão consciente, comporta renúncias. Ser cristão é como caminhar com Jesus subindo para Jerusalém, com o seu mesmo sentimento de adesão à vontade de Deus. O ponto alto da peregrinação de Jesus foi a entrega de sua própria vida.

Bom, então, Jesus falou ao povo, à multidão. E disse assim: “se alguém quiser ir comigo nessa viagem, se lembre que tem que deixar tudo pra trás, carregar sua própria bagagem e me acompanhar”. Bom, não falou assim assim. Mas, esse era o sentido. “Se alguém quiser ir comigo nessa viagem, se lembre que tem que deixar tudo pra trás, carregar sua própria bagagem e me acompanhar”. Primeiro, colocar Jesus em primeiro lugar em sua vida. E colocar todos e tudo o mais em segundo lugar. Aí Lucas fez a lista de sete pontos: pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a sua própria vida. Ao entrar na viagem com Jesus, isto é segui-lo, a primeira coisa é colocar Jesus em primeiro lugar. É a partir dele que amamos e cuidamos dos outros e de nós mesmos. É como se eu me despedisse deles, para seguir com Jesus para Jerusalém. E segundo, carregar a própria cruz, ao lado de Jesus ou atrás dele. A cruz bem que poderia ser a nossa bagagem: as dificuldades, os problemas, as preocupações, tudo o que pesa sobre nossos ombros.

Você está me entendendo, não está? Jesus está subindo com os discípulos para Jerusalém, para a sua páscoa. O povão o cerca pelo caminho ou o escuta, em algumas ocasiões. Muita gente quer ir com ele naquela peregrinação, isto é, quer ser discípulo. Ele explica que segui-lo é fazer o seu mesmo caminho de renúncia e entrega, de adesão à vontade de Deus. É um caminho que exige renúncia e entrega. Não é uma brincadeira. Para isso ficar bem claro, ele contou duas pequenas parábolas. 

Um construtor está para construir uma torre. Um conselho para ele: calcular os gastos, para ver se dá para começar e terminar. Ficando pelo meio do caminho, vai ser motivo de galhofa da parte dos outros. Um rei está para entrar em guerra. O conselho: vamos com calma: se o seu exército for mais fraco que o inimigo é melhor negociar as condições de paz. Moral da história: Quem quiser seguir Jesus precisa da prudência do rei e da sabedoria do construtor. Vai acompanhar Jesus? Pense bem, para tomar a decisão certa e ser fiel até o fim.

Agora, você ficou pensando, então Jesus está nos desmotivando para segui-lo, achando que é melhor a gente ficar quieto e não seguir com ele para Jerusalém. Nada disso. Jesus está lhe dizendo que a coisa é séria, exige renúncia, entrega, perseverança. O convite continua: “Vem e segue-me!”. Sobre isso, o livro da Sabedoria nos dá uma dica muito boa: Ninguém acerta o caminho, se não tiver a sabedoria do Espírito Santo. Está escrito assim: “Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito?” (Sb 9, 17). Então, peça ao Senhor a sabedoria para conhecer a sua vontade e a ela aderir de todo o coração, como discípulo, como discípula, caminhando com Jesus para Jerusalém.


Guardando a mensagem

Somos seguidores de Jesus, somos cristãos. É como se estivéssemos subindo com ele, na grande peregrinação da páscoa para Jerusalém. Pelo caminho, ele vai nos instruindo. Daquele povão que o encontra pelo caminho, da multidão que em algum lugar o cerca, ele também quer tirar discípulos, gente que o adote como caminho, verdade e vida. Passar de anônimo na multidão a discípulo é uma mudança que requer decisão prudente e sábia, pois implica renúncias e entrega da própria vida. Está bem clarinho: discípulo é quem caminha com Jesus, tendo-o como senhor, mestre e salvador; anônimo na multidão é quem ainda está só olhando de longe, com curiosidade e admiração. Assuma sua identidade de discípulo, de discípula, com o seu nível de renúncia e exigências na caminhada com Jesus. Com ele e como ele, você está indo na direção da plenitude de sua vida (Jerusalém).

Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo! (Lc 14, 33)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
somos teus discípulos e discípulas. Andamos ao teu lado, no caminho para Jerusalém. Em cada Missa, celebramos contigo essa peregrinação, ouvindo tua palavra, acolhendo tuas instruções. Hoje, nos falas das exigências de nossa vida de discípulos. Não é uma excursão, é uma peregrinação. Comporta renúncia, desapego, entrega. Na Missa, também nos sentamos contigo na última Ceia, no Cenáculo. Ali, consagras a entrega de tua própria vida em nosso favor. Ali, renovas o teu sacrifício redentor em favor da humanidade. E sempre nos dizes: “Façam isso em memória de mim”. Obrigado, Senhor, por seres o nosso mestre e nos ensinares com a tua vida e a tua palavra o caminho da salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Não esqueça do desafio deste mês: ler diariamente, o evangelho do dia. Se ainda não começou, comece hoje. Será uma oportunidade de maior proximidade da Palavra do Senhor, Além de sua bíblia ou do folheto litúrgico da Missa que você for participar hoje, aqui também na Meditação está o texto do Evangelho. É só clicar no link que estamos lhe enviando. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Não queira ser mais do que ninguém.


28 de agosto de 2022

22º Domingo do Tempo Comum


Domingo da Vocação dos Leigos e Leigas 

e do Ministério dos Catequistas


EVANGELHO

 

Lc 14,1.7-14


1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola:
8“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar.
10Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado”.
12E disse também a quem o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.


MEDITAÇÃO


Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos (Lucas 14, 13)

No evangelho de hoje, Jesus tem dois ensinamentos pra gente. O primeiro é esse: Não queira ser mais do que os outros.

Jesus foi a uma refeição festiva, na casa de alguém importante. Ele viu os convidados escolhendo os primeiros lugares. Nós também vemos isso todos os dias. O espírito do mundo é exatamente esse: a busca dos primeiros lugares. É o mundo da concorrência, um querendo derrubar o outro; o mundo da competição, um querendo passar o outro pra trás. O espírito do mundo nos ensina a querer ser mais importantes do que os outros, a cobiçar os cargos mais altos, a querer estar sempre em evidência. E essa mentalidade acaba por incentivar a violência, a vaidade, a presunção, o orgulho.

Jesus está ensinando uma coisa muito diferente: Não queira ser mais do que ninguém. O espírito do evangelho é a fraternidade, o acolhimento e valorização de cada um, a cooperação. Foi isso que Jesus ensinou: somos irmãos, dependemos uns dos outros. Não queira ser mais do que ninguém.

O livro do Eclesiástico tem um ensinamento precioso sobre a humildade: “Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor” (Eclo 3). E a razão é simples: Deus revela seus mistérios aos humildes e resiste aos soberbos.

O segundo ensinamento de Jesus, no evangelho de hoje, é esse: Nunca se esqueça dos pobres.

Naquela refeição festiva, Jesus viu que os convidados eram gente importante, gente de alto nível social, amigos do dono da casa. Então ele disse a quem o convidou: Quando for fazer uma festa, não convide só seus parentes, seus vizinhos ricos, seus amigos, seus irmãos. Convide os pobres, os coxos, os aleijados, os cegos. 

O espírito do mundo pratica a exclusão social (deixar de fora quem não tem recursos) e a segregação social (separar de um lado os privilegiados e de outros, os desamparados; isso nos locais de moradia, nos elevadores, nos shoppings, nas casas de festa, nas escolas, nos hospitais, em todo canto). Um mundo de benefícios está reservado a quem tem dinheiro e importância social. O espírito do evangelho é outro: é a inclusão, a fraternidade, a comunhão, o oferecimento de oportunidades a quem é mais frágil e necessitado. Assim, nunca se esqueça dos pobres.

Guardando a mensagem

Jesus notou, naquela refeição na casa do fariseu, que os convidados eram os irmãos e parentes do dono da casa, seus amigos e vizinhos ricos. Isso mostra uma mentalidade: a comemoração do seu próprio status, a bajulação dos ricos, a exclusão social. É o espírito do mundo. O espírito do Reino é outro: a busca de inclusão dos pobres, dos mais sofridos, a valorização dos pequenos. Na cerimônia do seu casamento, não se esqueça dos parentes mais humildes. No seu colégio, não deixe as crianças pobres sem lanche. Na sua igreja, providencie os acessos para as pessoas com deficiência ou com dificuldade de locomoção. No seu almoço de domingo, reserve um prato de sua gostosa alimentação para quem passa a semana com fome. Não se esqueça de quem não teve as suas mesmas oportunidades. 

Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos (Lc 14, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
a refeição, que é um ato sagrado para o teu povo, foi palco de belos ensinamentos teus. Obrigado, Senhor. Concede-nos que nossas mesas sejam lugares de fraternidade, de diálogo, de inclusão, onde se manifeste o espírito do Reino, não o espírito do Mundo. Concede que nossas refeições em família preparem a sagrada refeição da Eucaristia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Recorde os dois ensinamentos que recolhemos do evangelho de hoje (Não queira ser mais do que ninguém e Nunca se esqueça dos mais frágeis e sofredores) e peça ao Senhor a graça de vivê-los.

Comunicando

Na live musical de aniversário da AMA, de amanhã, segunda-feira, haverá sorteio de Bíblias. 26 bíblias - uma para cada ano de trabalho missionário da AMA. Para concorrer ao sorteio, inscreva-se no formulário que lhe enviamos ontem e acompanhe a live no canal Padre João Carlos do Youtube. Amanhã, 29 de agosto, começando às 20 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb



SORTEIO DE BÍBLIAS 

NA LIVE DE ANIVERSÁRIO 

INSCREVA-SE AQUI.



QUEM AMA, RENUNCIA



03 de novembro de 2021

EVANGELHO


Lc 14,25-33

Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
31Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”

MEDITAÇÃO


Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)

Ser discípulos de Jesus é o nosso chamado, a nossa vocação. Ser discípulo é ser seguidor. Quando Jesus andava pela Palestina, segui-lo era logo compreendido como acompanhá-lo em suas andanças, andar atrás dele, literalmente. O convite dele era sempre “Vem e segue-me”.

Mas, é claro, hoje como ontem, o verdadeiro seguimento de Jesus não é andar atrás dele. Não é seguir com os passos, do ponto de vista da geografia. É seguir com a vida, do ponto de vista da história. Sou seguidor de Jesus, sou seu discípulo, porque minha vida está iluminada por sua palavra, porque procedo segundo os seus ensinamentos, porque ele é o meu guia.

No evangelho de hoje, o nosso Mestre nos chama a atenção para nossa condição de discípulos e suas exigências. Não dá para segui-lo sem renunciar alguma coisa. Renunciar a si mesmo, isto é, já não ser eu o centro da minha vida. Renunciar a outro guia, renunciar a outro caminho, renunciar a qualquer amarra que possa nos prender ou nos reter no caminho.

E o que é pode nos prender ou nos reter no caminho, e nos impedir de seguir a Cristo? Outro dia, nós ouvimos Jesus contando a parábola da festa. As três desculpas para não aceitar o convite para o banquete foram: o apego aos bens materiais, a falta de tempo pelo trabalho, as responsabilidades com a família. O amor exige liberdade. As coisas não podem tomar o lugar de Deus. O trabalho não pode consumir todo o nosso tempo. Dependemos de Deus. A família não é desculpa para não acolhermos o convite do Senhor. E ele nos convida a seguir Jesus.

Uma coisa que, particularmente, pode nos afastar do seguimento de Cristo é o apego às pessoas. É o que está no evangelho de hoje. Pode acontecer que o amor ao pai, à mãe, à esposa ou esposo, aos filhos esteja acima do amor a Deus. Nesse caso, no mínimo, ficamos divididos. E, como Jesus ensinou, não dá para servir a dois senhores. Assim, não podemos seguir Jesus. Sem ter Jesus como o primeiro amor, o amor acima de qualquer outro, não dá para ser discípulo dele.

Guardando a mensagem

A grandeza de nossa vida está em sermos filhos de Deus, seguidores de Jesus, salvador. Como seus discípulos, nós o colocamos em primeiro lugar na nossa vida. Nosso amor por ele está acima das coisas e das pessoas deste mundo. É claro, possuímos bens, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Senhor e Salvador. Por ele, podemos até renunciar aos bens deste mundo, se isto ele nos pedir. Amamos nossos parentes e familiares, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Deus e Senhor. Por ele, podemos até renunciar a um amor neste mundo, se isto ele nos pedir. Jesus, o nosso Mestre, não quer apenas entrar no rol das pessoas que você ama. Ele merece ser o amor maior de sua vida.

Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu nos chamas ao teu seguimento. É uma escolha de amor de tua parte. Tu nos dizes hoje: “Não foram vocês que me escolheram, fui eu que escolhi vocês”. A primeira resposta que podemos dar ao teu chamado de amor é amar-te. Amar-te acima de tudo e de todos. Hoje, tu nos lembras que não podemos seguir-te se não carregamos a nossa cruz contigo e se não te amamos acima de qualquer bem deste mundo e de qualquer criatura humana desta terra. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Quando se ama, respira-se esse amor. Ele está em tudo na nossa vida: no pensamento, na fala, nos sonhos, nas fotos, no celular... Jesus é mesmo amado por você acima de tudo e de todos? Ele está mesmo presente em tudo na sua vida? Anote alguma resposta no seu caderno espiritual.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

NÃO SE ESQUEÇA DOS POBRES


Papa almoça com necessitados - Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

01 de novembro de 2021

EVANGELHO


Lc 14,12-14

Naquele tempo, 12dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

MEDITAÇÃO


Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos (Lc 14, 13)

Quando o argentino Cardeal Jorge Bergoglio foi eleito Papa, o seu amigo brasileiro Cardeal Claudio Hummes, ao cumprimentá-lo com um abraço, lhe disse ao ouvido: “Não se esqueça dos pobres”. Este é precisamente o recado do evangelho de hoje. Não nos esqueçamos dos pobres.

Jesus foi a uma refeição festiva, na casa de alguém importante. Ele viu os convidados escolhendo os primeiros lugares. Nós também vemos isso todos os dias. O espírito do mundo é exatamente esse: a busca dos primeiros lugares. É o mundo da concorrência, um querendo derrubar o outro; o mundo da competição, um querendo deixar o outro pra trás. O espírito do mundo nos ensina a querer ser mais importantes que os outros, a cobiçar os cargos mais altos, a querer estar sempre em evidência. E essa mentalidade acaba por incentivar a violência, a vaidade, a presunção, o orgulho.

Jesus está ensinando uma coisa muito diferente: Não queira ser mais do que ninguém. O espírito do evangelho é a fraternidade, o acolhimento e valorização de cada um, a cooperação. Foi isso que Jesus ensinou: somos irmãos, dependemos uns dos outros.

Naquela refeição festiva, Jesus viu que os convidados eram gente importante, gente do alto nível social, amigos do dono da casa. Então ele disse a quem o convidou: Quando for fazer uma festa, não convide só seus parentes, seus vizinhos ricos, seus amigos, seus irmãos. Convide os pobres, os coxos, os aleijados, os cegos.

O espírito do mundo pratica a exclusão social (deixar de fora quem não tem recursos) e a segregação social (separar de um lado os privilegiados e de outros, os desamparados; isso nos locais de moradia, nos elevadores, nos shoppings, nas casas de festa, nas escolas, nos hospitais, em todo canto). O espírito do evangelho é outro: é a inclusão, a fraternidade, a comunhão, o oferecimento de oportunidades a quem é mais frágil e necessitado.

O cardeal Jorge Bergoglio, agora Papa Francisco, não esqueceu o conselho do seu amigo brasileiro cardeal Cláudio Hummes. Agora é ele quem nos diz, com suas palavras, suas atitudes, suas viagens, seus escritos: “Não se esqueçam dos pobres”. Para ninguém esquecer mesmo, ele até criou o dia do pobre, que ocorre nesse mês de novembro. O 5º dia mundial do pobre vai acontecer no próximo dia 14 de novembro, com o tema «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7).

Guardando a mensagem

Jesus notou, naquela refeição na casa do fariseu, que os convidados eram os irmãos e parentes do dono da casa, seus amigos e vizinhos ricos. Isso mostra uma mentalidade: a comemoração do seu próprio status, a bajulação dos privilegiados, a exclusão social. É o espírito do mundo. O espírito do Reino é outro: a busca de inclusão dos pobres, dos mais sofridos, a valorização dos pequenos.

Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos (Lc 14, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
A refeição, que é um ato sagrado para o teu povo, foi palco de belos ensinamentos de tua parte. Obrigado, Senhor. Concede-nos que nossas mesas sejam lugares de fraternidade, de diálogo, de inclusão, onde se manifeste o espírito do Reino, não o espírito do mundo. Concede que nossas refeições em família preparem a sagrada refeição da Eucaristia, mesa da comunhão e da unidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno espiritual, comente essa palavra de Jesus que meditamos (Lc 14, 13).

Amanhã, no meu canal do Youtube, um encontro especial para rezar pelos falecidos, às 20 horas.  

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O HIDRÓPICO É A PROVA DOS NOVE

 



29 de outubro de 2021


EVANGELHO


Lc 14,1-6

Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6E eles não foram capazes de responder a isso.

MEDITAÇÃO


Se algum de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado? (Lc 14, 5)

A gente sempre vê o evangelho falando mal dos fariseus. Mas, na cena de hoje, a gente descobre um pouco mais. Era um dia de sábado e Jesus estava numa refeição na casa de um dos chefes dos fariseus. Olha que surpresa! Um líder fariseu convidou Jesus para ir comer na casa dele. Um gesto bonito! E Jesus aceitou. Está lá comendo com eles: mestres da lei e fariseus. E você sabe que comer juntos era uma coisa muito forte na cultura do povo de Jesus! Comer juntos é sinal de comunhão. Lembre que eles não comiam junto com pagãos.

Então, podemos pensar que havia certa aproximação entre Jesus e os fariseus. Ao menos, alguns tinham certa simpatia por Jesus e Jesus os acolhia com muito boa vontade. Essa refeição na casa de um dos chefes dos fariseus está nos dizendo isso.

E você lembra que era um dia de sábado. Esse detalhe de ser num ‘sábado’ deve ser importante, porque essa informação se repete por três vezes nesse pequeno texto. Sábado era uma marca muito forte na religião deles. Os fariseus matavam e morriam pra todo mundo respeitar o sábado. Era o dia do descanso, nada de trabalho. E, você sabe, isso é maravilhoso, porque é uma afirmação da dignidade do trabalhador. O ser humano, como o Senhor Deus, pára para contemplar a sua obra. É senhor do seu trabalho, não é escravo. O sábado era também o dia do culto a Deus. Todo mundo se encontrava na sinagoga, para cantar os salmos e ouvir as Escrituras. Nisso tudo, Jesus, que era um bom judeu, estava também de acordo.

A refeição, talvez fosse um jantar, estava indo bem. Jesus e os fariseus cordialmente à mesa. Maravilha! Honrando o sábado. Tudo certo. Estranhamente, ali na frente de Jesus tem um hidrópico, um doente do barrigão, coitado. Aqui mostra-se a diferença entre Jesus e os religiosos do seu tempo. Está ali um filho de Deus sofrendo, um desgraçado estendendo a mão, pedindo ajuda a Jesus. E aí? Dia de sábado é dia de socorrer o irmão ou não? Foi a pergunta de Jesus. Ficaram calados. E se fosse um filho de vocês que caísse num poço, sendo sábado, vocês iriam ou não socorrê-lo logo? Ficaram confusos. E Jesus curou o hidrópico. Tomou-o pela mão, curou-o e o despediu.

Nós católicos temos muitas diferenças com outras igrejas, outros grupos religiosos e mesmo com pessoas que não têm fé. Mas, podemos e devemos ser amigos, parceiros, convivendo com respeito, diálogo, amizade, não é verdade? O que, de verdade, vai por a prova nossa amizade e nossa comunhão não será a doutrina, que tem, claro, diferenças. Mas a verdadeira prova, como foi para Jesus e os fariseus, é o hidrópico. Diante do colossal sofrimento do irmão marginalizado, explorado, excluído, o nosso sábado nos compromete com ele, ou, em seu nome, lavamos as mãos e nos omitimos. O sábado pode representar nossas práticas religiosas, nossas tradições. Nossa religiosidade (o sábado) nos impulsiona a retirar o filho que caiu no poço ou nos faz omissos diante do irmão que caiu à beira da estrada, como foi o caso do sacerdote e do levita na parábola do bom samaritano?

Guardando a mensagem

Jesus aceitou o convite para uma refeição na casa de um líder fariseu, num dia de sábado. Os fariseus foram gentis ao convidar Jesus. Isso mostra uma certa aproximação desse grupo com o grupo de Jesus. Comer juntos era um gesto de comunhão e amizade. Ia tudo bem, mas eis que apareceu um irmão doente, precisando de ajuda: um hidrópico. Jesus perguntou se o sábado, onde era proibido fazer qualquer trabalho, permitia que se desse socorro a ele. Eles não souberam responder. E Jesus o curou. Pelo ecumenismo com outras igrejas, nos sentamos à mesma mesa de refeição. O que vai marcar a diferença, vai ser a prova dos nove, para eles e para nós, é se o nosso sábado ou seja nossa religiosidade nos faz comprometidos ou omissos diante do sofrimento dos irmãos.

Se algum de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado? (Lc 14, 5)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Tu também respeitavas o sábado dos judeus. E, como se tratava do dia de dar glória a Deus, mostravas como a fé se manifesta na louvação a Deus e na restauração dos humilhados. Assim, vivias e ensinavas o amor a Deus e ao próximo. Obrigado, Senhor, por tuas lições de fé e de vida. Impactados por tua ressurreição na manhã do primeiro dia da semana, nós teus seguidores guardamos o domingo, como o Dia do Senhor, o dia de nossa páscoa, de nossa libertação. Dá-nos, Senhor, que façamos desse dia uma afirmação de nossa adesão ao teu evangelho, que nos ensina a acolher o amor do Pai e a praticar esse amor como solidariedade e compromisso com o bem e a vida de todos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Para estimular o entendimento e a prática da palavra, sugiro que você leia em sua Bíblia o evangelho de hoje (Lc 14, 1-6). Para facilitar este acesso diário à Palavra de Deus, você que recebe pessoalmente a Meditação tem visto que estamos enviando sempre um link pra você ler o texto bíblico e também a Meditação. É só clicar no link.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A MAMONA DA INIQUIDADE


07 de novembro de 2020

EVANGELHO

Lc 16,9-15)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9“Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então, Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

MEDITAÇÃO


Usem o dinheiro injusto para fazer amigos (Lc 16, 9).

No evangelho de hoje, vários ditos de Jesus estão reunidos em torno do tema “dinheiro”, palavra que se repete quatro vezes nesses poucos versículos.  Como entender esse “usar o dinheiro injusto para fazer amigos”? Pode parecer um estímulo à desonestidade, não acha? O que será que Jesus está querendo dizer?
O que veio antes desse texto? A parábola do administrador que seria demitido e achou um jeito de assegurar o seu futuro. Administrador era o servo encarregado de cuidar da casa e da propriedade rural do seu patrão. Esse fulano da história foi acusado de esbanjar os bens do patrão, de estar gastando descontroladamente. O patrão lhe avisou que seria demitido. Qual seria o seu futuro?  Por isso, ele chamou os devedores do patrão e diminuiu ou dispensou a sua comissão. Claro, os devedores do patrão ficaram logo seus amigos. Na hora da dificuldade, já tinha com quem contar.
Agora, vamos ao evangelho de hoje. ‘Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (Lc 16, 9). Como podemos compreender essa palavra “dinheiro injusto”?  Vamos ver como está escrito no original em grego e em sua tradução latina que é usada na Igreja. O latim traduz por “MAMMONA INIQUITATIS”, mamona da iniquidade. Então, ‘dinheiro injusto’ está traduzindo as palavras “mamona da iniquidade” ou “mamona iníqua”.  ‘Mamona’ é uma palavra usada também em outros lugares no evangelho para falar da riqueza que é sedutora. De fato, a riqueza tem uma sedução que pode levar a pessoa a se esquecer de Deus e dos outros ou de fazer da riqueza um falso deus, um ídolo. Então, por esse “dinheiro injusto” devemos entender “a riqueza sedutora”. O administrador não foi propriamente desonesto, foi esperto. Usou o dinheiro para angariar amigos que o acolheriam quando caísse na indigência.
Então Jesus falou: “Usem o ‘dinheiro injusto’, traduzindo mais claro ‘usem a riqueza sedutora’ para fazer amigos, pois, quando acabar, eles receberão vocês nas moradas eternas”. Os amigos do administrador demitido iriam recebê-lo em suas casas, iriam tratá-lo como aliado, como amigo. Pois então, se usarmos a riqueza, os bens que nós temos (que são tão sedutores) para fazer o bem, para socorrer os sofredores, para ajudar os outros, nós vamos estar preparando um futuro seguro, na eternidade. Eles, os pobres, os beneficiados, vão nos receber na casa de Deus, eles vão abrir as portas do céu para nós.
Guardando a mensagem
Os bens deste mundo podem nos atrapalhar, nos afastar de Deus e dos nossos semelhantes. Eles têm uma sedução especial. São riquezas sedutoras, “mamona iniquitatis”. Mas, elas podem ser usadas com sabedoria. Na parábola do administrador demitido, ele foi elogiado pelo seu patrão porque agiu com sabedoria, quando soube que ia pra rua. Ele chamou os devedores do patrão e dispensou a sua comissão. Os devedores, gratos pelo alívio em suas contas, tornaram-se seus amigos que o socorreriam nas dificuldades que viriam. Há muita gente que tem riquezas e não as usa com inteligência, com sabedoria, com preventividade;  não se vale de sua ‘riqueza sedutora’ para apoiar bons projetos, para realizar algo de bom para a coletividade ou mesmo para socorrer um parente pobre... isso é fazer amigos com a “mamona iniquitatis”, a riqueza sedutora. Isso é preparar bem o futuro, se vier a falir, ou ser demitido de seu bom emprego ou mesmo quando a morte lhe demitir dessa vida.
Usem o dinheiro injusto para fazer amigos (Lc 16, 9).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
É verdade, os bens deste mundo têm uma sedução especial. Corremos o risco de endeusá-los. E disseste claro: ‘Não se pode servir a dois senhores. Ou Deus ou Mamona. Ou Deus ou a riqueza sedutora’. Estás nos ensinando também que o dinheiro pode ser usado com sabedoria. Ele pode preparar o nosso futuro, se ele servir também para ajudarmos quem está em situação de necessidade. Obrigado, Senhor, por nos ensinares a lidar corretamente com a sedução do dinheiro neste mundo. Assim, nos preparamos para receber os bens eternos que para nós estão preparados desde toda a eternidade. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Não me diga quanto você ganha. Responda a si mesmo (a si mesma). De tudo que recebo mensalmente, quanto empenho na preparação do meu futuro em Deus?  Não estou me referindo a plano de saúde, nem aposentadoria, nem seguro funerária. Estou falando do seu futuro na eternidade.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O SEGUIMENTO DE JESUS

04 de novembro de 2020.


EVANGELHO


Lc 14,25-33


Naquele tempo, 25grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.

28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’

31Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”


MEDITAÇÃO


Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)

Ser discípulos de Jesus é o nosso chamado, a nossa vocação. Ser discípulo é ser seguidor. Quando Jesus andava pela Palestina, segui-lo era logo compreendido como acompanhá-lo em suas andanças, andar atrás dele, literalmente. O convite dele era sempre “Vem e segue-me”.

Mas, é claro, hoje como ontem, o verdadeiro seguimento de Jesus não é andar atrás dele. Não é seguir com os passos, do ponto de vista da geografia. É seguir com a vida, do ponto de vista da história. Sou seguidor de Jesus, sou seu discípulo, porque minha vida está iluminada por sua palavra, porque procedo segundo os seus ensinamentos, porque ele é o meu guia.
No evangelho de hoje, o nosso Mestre nos chama a atenção para nossa condição de discípulos e suas exigências. Não dá para segui-lo sem renunciar alguma coisa. Renunciar a si mesmo, isto é, já nao ser eu o centro da minha vida. Renunciar a outro guia, renunciar a outro caminho, renunciar a qualquer amarra que possa nos prender ou nos reter no caminho.
E o que é pode nos prender ou nos reter no caminho, e nos impedir de seguir a Cristo?  Ontem, nós ouvimos Jesus contando a parábola da festa. As três desculpas para não aceitar o convite para o banquete foram: o apego aos bens materiais, a falta de tempo pelo trabalho, as responsabilidades com a família. O amor exige liberdade. As coisas não podem tomar o lugar de Deus. O trabalho não pode consumir todo o nosso tempo. Dependemos de Deus. A família não é desculpa para não acolhermos o convite do Senhor. E ele nos convida a seguir Jesus.  
Uma coisa que, particularmente, pode nos afastar do seguimento de Cristo é o apego às pessoas. É o que está no evangelho de hoje. Pode acontecer que o amor ao pai, à mãe, à esposa ou esposo, aos filhos esteja acima do amor a Deus. Nesse caso, no mínimo, ficamos divididos. E, como Jesus ensinou, não dá para servir a dois senhores. Assim, não podemos seguir Jesus. Sem ter Jesus como o primeiro amor, o amor acima de qualquer outro, não dá para ser discípulo dele.
Guardando a mensagem
A grandeza de nossa vida está em sermos filhos de Deus, seguidores de Jesus,  salvador. Como seus discípulos, nós o colocamos em primeiro lugar na nossa vida. Nosso amor por ele está acima das coisas e das pessoas deste mundo. É claro, possuímos bens, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Senhor e Salvador. Por ele, podemos até renunciar aos bens deste mundo, se isto ele nos pedir. Amamos nossos parentes e familiares, mas nosso amor maior está reservado a ele, nosso Deus e Senhor. Por ele, podemos até renunciar a um amor neste mundo, se isto ele nos pedir. Jesus, o nosso Mestre, não quer apenas entrar no rol das pessoas que você ama. Ele merece ser o amor maior de sua vida.
Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14, 26)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Tu nos chamas ao teu seguimento. É uma escolha de amor de tua parte. Tu nos dizes hoje: “Não foram vocês que me escolheram, fui eu que escolhi vocês”. A primeira resposta que podemos dar ao teu chamado de amor é amar-te. Amar-te acima de tudo e de todos. Hoje, tu nos lembras que não podemos seguir-te se não carregamos a nossa cruz contigo e se não te amamos acima de qualquer bem deste mundo e de qualquer criatura humana desta terra. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Quando se ama, respira-se esse amor. Ele está em tudo na nossa vida: no pensamento, na fala, nos sonhos, nas fotos, no celular... Jesus é mesmo amado por você acima de tudo e de todos? Ele está mesmo presente em tudo na sua vida? Anote alguma resposta no seu caderno espiritual.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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