Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)
01 de agosto de 2020.
Herodes, que mandara matar o profeta João Batista, ficou sabendo da fama de Jesus e ficou cheio de temores. Pensou logo “é João Batista que voltou, ressuscitou”. O evangelista Mateus aproveita para contar como foi a morte de João Batista e quem era esse mesquinho e violento governante.
Herodes era rei na Galileia, a região onde Jesus morava. Tinha construído uma cidade para sua capital, à beira do Mar da Galileia. Era um monarca vassalo de Tibério César, imperador romano. Para agradá-lo, Herodes pôs o nome de sua capital de Tiberíades. Mantinha-se às custas de impostos arrancados da população da Galileia.
Era o tempo do profeta João Batista. E o Batista andou criticando o rei por suas maldades e por sua vida familiar escandalosa: estava vivendo com a mulher do seu irmão Felipe.
Olhando direitinho o texto, dá pra gente identificar os sete pecados do rei Herodes.
1. Ao ouvir falar de Jesus, imaginou que era João Batista que tivesse voltado. Ficou logo com medo.
2. João Batista bem que tinha razão. O rei devia dar exemplo, não viver maritalmente com a cunhada.
3. Ele mandou prender João Batista por causa das críticas que o profeta lhe fazia, publicamente. E queria mata-lo. Só não o fez logo, com medo da reação do povo. Mandou prender, amarrar, colocar na prisão o profeta inocente e desarmado.
4. Na festa do seu aniversário, no seu palácio, os convidados eram gente graúda que o sustentava no trono, gente que se beneficiava do seu governo.
5. Gostou da dança da mocinha, sua enteada, prometeu-lhe dar qualquer coisa que pedisse. Agiu com grande irresponsabilidade.
6. A mãe mandou a filha pedir a cabeça de João Batista em um prato. Ele ficou triste, mas não teve coragem de negar-se a atender o capricho da amante e voltar atrás diante dos convidados.
7. Mandou degolar João Batista na prisão, sem nenhum processo ou julgamento.
Com a morte de João Batista, não morreu a esperança que ele suscitou com sua pregação e com o batismo de penitência no Rio Jordão. Jesus, visivelmente, tomou o seu lugar no imaginário do povo. Ele que andava pela Judeia, voltou para sua região, a Galileia, se estabeleceu em Cafarnaum e começou o seu trabalho missionário. Por isso, Herodes e seus apoiadores estavam de antenas ligadas.
Guardando a mensagem
Por que será que o evangelho conta essa história da morte de João Batista com tantos detalhes, realçando os graves defeitos do governante Herodes? Com certeza, para enaltecer a figura do profeta João e o vigor de sua pregação que convocava todos a se converterem, do pequeno ao grande; também para preparar o leitor para a perseguição que as autoridades de Jerusalém moveriam contra Jesus; e certamente para nos alertar sobre os maus governantes.
Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta (Mt 14, 5)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
Lemos no evangelho, que quando soubeste desta morte cruel do teu primo João Batista, voltaste da Judeia para a Galileia, para a tua região, onde tinham ocorrido esses episódios tão tristes. Não te deixaste intimidar. Pelo contrário, foi a oportunidade para começares a tua missão publicamente, pregando o Reino de Deus. É como quem diz, caiu um profeta, levanta-se outro. Senhor, teu exemplo é um grande ensinamento para nós. Ajuda-nos a não nos deixarmos paralisar pelo medo ou pela omissão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Que tal você começar a se preparar para a celebração da Missa do domingo, lendo o evangelho de amanhã: Mateus 14, 13-21. Nele, o evangelista nos conta a multiplicaçao dos pães.
Pe. João Carlos Ribeiro, sdb