PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Lc 13
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A porta estreita.



   01 de novembro de 2023.   

Quarta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho   


Lc 13,22-30


Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”

Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.

26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. 29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.


   Meditação.   


Façam todo esforço possível para entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).


Você quer ser feliz. Quem não quer? Não é fácil explicar o que é a felicidade. Felicidade é realização, é amar e ser correspondido, é ter solução para os seus pequenos e grandes problemas... Felicidade é o sentimento de alegria e satisfação com a vida e muito mais. E você quer ser feliz. No fundo, você sabe, a felicidade, por um lado, é um dom de Deus e, por outro lado, é também fruto do nosso esforço. Sem esforço, não pomos as bases para uma vida saudável e feliz: o cuidado com a alimentação, o estudo sério, o modo como assumo meus compromissos de família, de trabalho, como cultivo minhas amizades, como me relaciono com os outros... Deus nos abre os caminhos e nós procuramos prosseguir com seriedade e empenho. Esse é o caminho da felicidade.


Você quer a salvação. Quem não quer? Não é fácil explicar o que é a salvação. Salvação é o final feliz de nossa vida, a realização completa de nossa existência em Deus. Mas, não é só a chegada lá. É também a nossa condição agora, a nossa comunhão com Deus. Para entender um pouco dessa condição de plenitude e realização que é a salvação, Jesus falou de banquete, festa de casamento, lugar onde estão os justos, casa paterna de muitas moradas, Reino de Deus glorioso. Cada imagem dessas é uma brecha por onde já se enxerga o brilho da salvação eterna. E você quer a salvação, claro. E você sabe que a salvação é um dom de Deus, obra de sua graça. E sabe, pela evangelização, que a porta da casa de Deus nos foi aberta pela morte e ressurreição de Jesus. A salvação é um dom gratuito de Deus, sem merecimento algum de nossa parte. Ainda assim, nos lembremos, no acolhimento da salvação concorre também o nosso esforço, o nosso compromisso, uma vida segundo os mandamentos de Deus, em comunhão com ele e com os irmãos. Sem esforço de nossa parte, sem compromisso, sem conversão, a coisa fica pela metade, nos detemos no portão de entrada. Certo que a salvação é obra de Deus, mas nos cabe acolhê-la, nos deixar transformar por ela, colaborar com o seu crescimento em nós.


Se até aqui estivermos nos entendendo, já está explicado o evangelho de hoje. Perguntaram a Jesus se os que se salvam, são poucos ou são muitos? Jesus aproveitou a pergunta para estimular a conversão e o compromisso com uma vida de santidade. Falou da porta estreita. “Façam todo esforço para entrar pela porta estreita”. Isso você entende, não é verdade? Tem muita porta larga por aí: a do relaxamento, da preguiça, do egoísmo, do desregramento, dos vícios, da falta de seriedade nos compromissos consigo mesmo(a), com os outros e com Deus. Entrar pela porta estreita e, - ele também deu a entender - enquanto há tempo. Ele contou que quando o dono da casa fechar a porta, não se entra mais. Aí ele enfeitou a parábola: ‘tem gente que vai ficar batendo na porta, dizendo que é amigo do dono da casa, que já esteve com ele diversas vezes, que ouviu seus discursos...’. A resposta vai ser: “Eu não conheço vocês. Vão-se embora”. Você pegou a mensagem? Entrar pela porta estreita enquanto é tempo. Não deixe pra amanhã a sua conversão. É hoje o dia da salvação.






Guardando a mensagem


Perguntaram a Jesus sobre a salvação. Ele indicou duas coisas preciosas para o nosso caminho com Deus: entrar pela porta estreita e a tempo. ‘A tempo’ quer dizer não adiar a sua conversão, não deixar para amanhã os seus compromissos de vida nova. Amanhã, pode ser tarde e a porta pode estar já fechada. ‘Entrar pela porta estreita’ quer dizer que, mesmo sendo a salvação um dom gratuito de Deus, precisamos acolhê-la com esforço e compromisso.


Façam todo esforço possível para entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

a nossa caminhada para Deus se assemelha à peregrinação do teu povo de todas as nações para o monte santo de Jerusalém, como está descrito no Livro do Profeta Isaías (Is 66). Nossa vida é, de verdade, uma peregrinação, contigo, para Jerusalém. É nesse caminho, que tu vais nos ensinando, nos instruindo. Hoje, nos falaste da porta estreita. Senhor, a porta larga nos seduz. É a porta da facilidade, do relaxamento, do mais ou menos. Ajuda-nos, Senhor, a entrar pela porta estreita. Esta é a porta do compromisso, do esforço, do melhor possível. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Em um momento pessoal de oração, peça ao Senhor a graça de perseverar no caminho do bem e da salvação, sem se desviar da porta estreita.


Comunicando


Obrigado por responder à enquete sobre o terço mariano no mês de outubro. Houve esforço, isso é importante. Houve compromisso, isso é fundamental. E em novembro, vai ter desafio? Vai, sim, senhor. Mas, deixa passar finados e eu comunico pra todo mundo. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A missão de erguer os encurvados.


   30 de outubro de 2023.   

Segunda-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

   Evangelho.   



Lc 13,10-17


Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus.

14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”.

15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.


   Meditação.   



Jesus colocou as mãos sobre a mulher encurvada, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus (Lc 13, 13)


Nos filmes de guerra, aparece o general vencedor e seu exército entrando na cidade, num desfile onde se exibe inimigos acorrentados como troféus. Eles desfilam sua humilhação, de cabeça baixa.


Nas partidas de futebol, ao apito final, o time vencedor festeja aos pulos e gritos, partilhando a euforia da torcida. Os jogadores do time perdedor retiram-se, desviando-se no quanto possível da torcida e da imprensa. Escondem-se do constrangimento, de cabeça baixa.


Na vida real, pessoas habituadas a serem tratadas aos gritos, a sempre cumprir ordens sem serem ouvidas, humilhadas pela miséria ou atormentadas pelo sentimento de impotência ou inferioridade se apresentam, em público, de cabeça baixa.


"Cabeça baixa" é um sinal da pessoa vencida, humilhada, perdedora; arqueada pela prepotência, pela impotência; aviltada em sua dignidade de ser humano. Há pessoas que de tanto sofrimento, de tanto olhar para o chão, adoecem fisicamente, contraem doenças na coluna vertebral.


Era um dia de sábado. Jesus estava pregando numa sinagoga. E curou uma mulher encurvada. O chefe da Sinagoga não gostou. Achou que Jesus estava fazendo um trabalho que não devia ser feito no dia de sábado. E falou ao povo: ‘Em dia de sábado, não. São seis dias de trabalho na semana, venham nesses dias’. Mas Jesus insistia em curar no sábado. Por quê? Bom, a Obra da Criação, que teve seu ponto alto na criação do ser humano, foi coroada com o descanso de Deus, no sétimo dia, no sábado. Mas, o homem, obra prima de Deus foi desfigurado pelo pecado. Então, era preciso libertar o homem para que a glória de Deus fosse realmente completa. E ‘a glória de Deus é o homem vivo’, escreveu Santo Irineu, um dos primeiros teólogos da Igreja. O ser humano de pé é glória para Deus, gente de cabeça erguida, não de cabeça baixa, humilhada, desfigurada. Esse, sim, manifesta a glória de Deus, de quem é a imagem. O sétimo dia, o sábado da Bíblia, é o dia da glória de Deus, da obra de Deus perfeita, restaurada. É o trabalho de Jesus, coroado na ressurreição no primeiro dia da semana.


No texto, está dito que um espírito a fazia doente esse tempo todo. Temos que fazer um desconto: o povo de Jesus achava que toda doença era uma obra de um espírito mal. Mas, de verdade o sofrimento, a humilhação, a violência geram pessoas fisicamente cabisbaixas, encurvadas. O evangelho de hoje está nos ensinando que a obra de Jesus é a restauração da pessoa humana. Ele ‘conserta’ a obra prima de Deus arrebentada pelo pecado (o próprio ou o dos outros). Ele nos liberta de tudo o que tira nossa dignidade de filhos de Deus.





Guardando a mensagem


Num sábado, numa sinagoga, Jesus cura uma mulher encurvada. As lideranças da comunidade consideram que não se pode fazer esse trabalho em dia de sábado. Mas, Jesus aparece sempre curando no sábado. O sábado é o dia de dar glória a Deus. E a glória de Deus é ver seus filhos libertados e felizes. Jesus está restaurando o homem decaído pelo pecado. A obra de Jesus, o seu trabalho, é esse mesmo: conduzir-nos da morte para a vida, nos ressuscitar para vivermos na dignidade de filhos e filhas de Deus. Há muita coisa que oprime as pessoas: a violência doméstica, a falta de oportunidades, o trabalho escravo, a prostituição infantil, o preconceito... Sobre tudo isso, nossa fé em Cristo nos faz vitoriosos. Com ele, trabalhamos para erguer os encurvados.


Jesus colocou as mãos sobre a mulher encurvada, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus (Lc 13, 13)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

recordamos-te, hoje, todos os que estão na situação de encurvados, humilhados pelo desemprego, pela miséria, pelo abandono, pela violência. Concede-nos viver, com destemor, a dignidade de filhos e filhas de Deus, em solidariedade com todos os que precisam do nosso apoio, de nossa consciência cidadã, de nossa caridade cristã. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

No dia de hoje, tente identificar, no seu convívio, alguma pessoa “encurvada” e veja em que você pode ajudá-la a não perder a esperança e a não se deixar vencer pelo desânimo.

Comunicando

Está terminando o mês de outubro, o mês do rosário. O desafio deste mês foi rezar o terço diariamente. Você conseguiu? Sim, não, mais ou menos, tentou? Por favor, deixe a sua resposta no formulário que está seguindo.

Pe. João Carlos Ribeiro sdb

Enquanto é tempo, entremos pela porta estreita



26 de outubro de 2022

Quarta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

EVANGELHO


Lc 13,22-30


Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”

Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.

26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. 29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.


MEDITAÇÃO


Façam todo esforço possível para entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).


Você quer ser feliz. Quem não quer? Não é fácil explicar o que é a felicidade. Felicidade é realização, é amar e ser correspondido, é ter solução para os seus pequenos e grandes problemas... Felicidade é o sentimento de alegria e satisfação com a vida e muito mais. E você quer ser feliz. No fundo, você sabe, a felicidade, por um lado, é um dom de Deus e, por outro lado, é também fruto do nosso esforço. Sem esforço, não pomos as bases para uma vida saudável e feliz: o cuidado com a alimentação, o estudo sério, o modo como assumo meus compromissos de família, de trabalho, como cultivo minhas amizades, como me relaciono com os outros... Deus nos abre os caminhos e nós procuramos prosseguir com seriedade e empenho. Esse é o caminho da felicidade.


Você quer a salvação. Quem não quer? Não é fácil explicar o que é a salvação. Salvação é o final feliz de nossa vida, a realização completa de nossa existência em Deus. Mas, não é só a chegada lá. É também a nossa condição agora, a nossa comunhão com Deus. Para entender um pouco dessa condição de plenitude e realização que é a salvação, Jesus falou de banquete, festa de casamento, lugar onde estão os justos, casa paterna de muitas moradas, Reino de Deus glorioso. Cada imagem dessas é uma brecha por onde já se enxerga o brilho da salvação eterna. E você quer a salvação, claro. E você sabe que a salvação é um dom de Deus, obra de sua graça. E sabe, pela evangelização, que a porta da casa de Deus nos foi aberta pela morte e ressurreição de Jesus. A salvação é um dom gratuito de Deus, sem merecimento algum de nossa parte. Ainda assim, nos lembremos, no acolhimento da salvação concorre também o nosso esforço, o nosso compromisso, uma vida segundo os mandamentos de Deus, em comunhão com ele e com os irmãos. Sem esforço de nossa parte, sem compromisso, sem conversão, a coisa fica pela metade, nos detemos no portão de entrada. Certo que a salvação é obra de Deus, mas nos cabe acolhê-la, nos deixar transformar por ela, colaborar com o seu crescimento em nós.


Se até aqui estivermos nos entendendo, já está explicado o evangelho de hoje. Perguntaram a Jesus se os que se salvam, são poucos ou são muitos? Jesus aproveitou a pergunta para estimular a conversão e o compromisso com uma vida de santidade. Falou da porta estreita. “Façam todo esforço para entrar pela porta estreita”. Isso você entende, não é verdade? Tem muita porta larga por aí: a do relaxamento, da preguiça, do egoísmo, do desregramento, dos vícios, da falta de seriedade nos compromissos consigo mesmo(a), com os outros e com Deus. Entrar pela porta estreita e, - ele também deu a entender - enquanto há tempo. Ele contou que quando o dono da casa fechar a porta, não se entra mais. Aí ele enfeitou a parábola: ‘tem gente que vai ficar batendo na porta, dizendo que é amigo do dono da casa, que já esteve com ele diversas vezes, que ouviu seus discursos...’. A resposta vai ser: “Eu não conheço vocês. Vão-se embora”. Você pegou a mensagem? Entrar pela porta estreita enquanto é tempo. Não deixe pra amanhã a sua conversão. É hoje o dia da salvação.




Guardando a mensagem


Perguntaram a Jesus sobre a salvação. Ele indicou duas coisas preciosas para o nosso caminho com Deus: entrar pela porta estreita e a tempo. ‘A tempo’ quer dizer não adiar a sua conversão, não deixar para amanhã os seus compromissos de vida nova. Amanhã, pode ser tarde e a porta pode estar já fechada. ‘Entrar pela porta estreita’ quer dizer que, mesmo sendo a salvação um dom gratuito de Deus, precisamos acolhê-la com esforço e compromisso.


Façam todo esforço possível para entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

a nossa caminhada para Deus se assemelha à peregrinação do teu povo de todas as nações para o monte santo de Jerusalém, como está descrito no Livro do Profeta Isaías (Is 66). Nossa vida é, de verdade, uma peregrinação, contigo, para Jerusalém. É nesse caminho, que tu vais nos ensinando, nos instruindo. Hoje, nos falaste da porta estreita. Senhor, a porta larga nos seduz. É a porta da facilidade, do relaxamento, do mais ou menos. Ajuda-nos, Senhor, a entrar pela porta estreita. Esta é a porta do compromisso, do esforço, do melhor possível. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra


Em um momento pessoal de oração, peça ao Senhor a graça de perseverar no caminho do bem e da salvação, sem se desviar da porta estreita.


Comunicando


O 18º Congresso Eucarístico Nacional vai acontecer no Recife, de 11 a 15 de novembro. A organização pede que todos que venham ao Congresso, se inscrevam. A inscrição é gratuita. Segue o link para você conferir a programação desses dias. Quem vier à capital pernambucana, nesta data, pode nos encontrar no Centro de Convenções, na Feira Católica, no Stand da AMA (Associação Missionária Amanhecer). Na tarde do dia 11, faço show na acolhida dos participantes da Missa de Abertura.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A restauração da obra de Deus desfigurada




24 de outubro de 2022

Segunda-feira da 30ª Semana do Tempo Comum


EVANGELHO



Lc 13,10-17


Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus.

14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”.

15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.


MEDITAÇÃO


Jesus colocou as mãos sobre a mulher encurvada, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus (Lc 13, 13)


Nos filmes de guerra, aparece o general vencedor e seu exército entrando na cidade, num desfile onde se exibe inimigos acorrentados como troféus. Eles desfilam sua humilhação, de cabeça baixa.


Nas partidas de futebol, ao apito final, o time vencedor festeja aos pulos e gritos, partilhando a euforia da torcida. Os jogadores do time perdedor retiram-se, desviando-se no quanto possível da torcida e da imprensa. Escondem-se do constrangimento, de cabeça baixa.


Na vida real, pessoas habituadas a serem tratadas aos gritos, a sempre cumprir ordens sem serem ouvidas, humilhadas pela miséria ou atormentadas pelo sentimento de impotência ou inferioridade se apresentam, em público, de cabeça baixa.


"Cabeça baixa" é um sinal da pessoa vencida, humilhada, perdedora; arqueada pela prepotência, pela impotência; aviltada em sua dignidade de ser humano. Há pessoas que de tanto sofrimento, de tanto olhar para o chão, adoecem fisicamente, contraem doenças na coluna vertebral.


Era um dia de sábado. Jesus estava pregando numa sinagoga. E curou uma mulher encurvada. O chefe da Sinagoga não gostou. Achou que Jesus estava fazendo um trabalho que não devia ser feito no dia de sábado. E falou ao povo: ‘Em dia de sábado, não. São seis dias de trabalho na semana, venham nesses dias’. Mas Jesus insistia em curar no sábado. Por quê? Bom, a Obra da Criação, que teve seu ponto alto na criação do ser humano, foi coroada com o descanso de Deus, no sétimo dia, no sábado. Mas, o homem, obra prima de Deus foi desfigurado pelo pecado. Então, era preciso libertar o homem para que a glória de Deus fosse realmente completa. E ‘a glória de Deus é o homem vivo’, escreveu Santo Irineu, um dos primeiros teólogos da Igreja. O ser humano de pé é glória para Deus, gente de cabeça erguida, não de cabeça baixa, humilhada, desfigurada. Esse sim manifesta a glória de Deus, de quem é a imagem. O sétimo dia, o sábado da Bíblia, é o dia da glória de Deus, da obra de Deus perfeita, restaurada. É o trabalho de Jesus, coroado na ressurreição no primeiro dia da semana.


No texto, está dito que um espírito a fazia doente esse tempo todo. Temos que fazer um desconto: o povo de Jesus achava que toda doença era uma obra de um espírito mal. Mas, de verdade o sofrimento, a humilhação, a violência geram pessoas fisicamente cabisbaixas, encurvadas. O evangelho de hoje está nos ensinando que a obra de Jesus é a restauração da pessoa humana. Ele ‘conserta’ a obra prima de Deus arrebentada pelo pecado (o próprio ou o dos outros). Ele nos liberta de tudo o que tira nossa dignidade de filhos de Deus.



Guardando a mensagem


Num sábado, numa sinagoga, Jesus cura uma mulher encurvada. As lideranças da comunidade consideram que não se pode fazer esse trabalho em dia de sábado. Mas, Jesus aparece sempre curando no sábado. O sábado é o dia de dar glória a Deus. E a glória de Deus é ver seus filhos libertados e felizes. Jesus está restaurando o homem decaído pelo pecado. A obra de Jesus, o seu trabalho, é esse mesmo: conduzir-nos da morte para a vida, nos ressuscitar para vivermos na dignidade de filhos e filhas de Deus. Há muita coisa que oprime as pessoas: a violência doméstica, a falta de oportunidades, o trabalho escravo, a prostituição infantil, o preconceito... Sobre tudo isso, nossa fé em Cristo nos faz vitoriosos. Com ele, trabalhamos para erguer os encurvados.


Jesus colocou as mãos sobre a mulher encurvada, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus (Lc 13, 13)


Rezando a palavra


Senhor Jesus,

recordamos-te, hoje, todos os que estão na situação de encurvados, humilhados pelo desemprego, pela miséria, pelo abandono, pela violência. Concede-nos viver, com destemor, a dignidade de filhos e filhas de Deus, em solidariedade com todos os que precisam do nosso apoio, de nossa consciência cidadã, de nossa caridade cristã. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Neste 24 de outubro, ocorre a comemoração mensal de Nossa Senhora Auxiliadora. Teremos Missa na Capela da AMA, no Recife, às 14 horas. Rezemos a oração composta por Dom Bosco:

Ó Maria, Virgem poderosa,
Tu, grande e ilustre defensora da Igreja,
Tu, auxílio maravilhoso dos cristãos,
Tu, terrível como exército ordenado em batalha,
Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo:
nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Amém.

Vivendo a palavra

No dia de hoje, tente identificar, no seu convívio, alguma pessoa “encurvada” e veja em que você pode ajudá-la a não perder a esperança e a não se deixar vencer pelo desânimo.

Comunicando

Hoje, participo do Programa Escolhas da Vida, na Rede Vida de Televisão, às 11 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro sdb

A sua figueira está dando frutos?



 22 de outubro de 2022

Sábado da 29ª Semana do Tempo Comum



EVANGELHO

Lc 13,1-9

1Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. 2Jesus lhes respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. 4E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. 6E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. 7Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’
8Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”.

MEDITAÇÃO


Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou (Lc 13, 6)

Você já viu uma figueira? Muita gente nunca viu uma figueira, uma planta que dá figo. É um arbusto muito comum na terra de Jesus. E aparece muito na Bíblia. Adão e Eva, por exemplo, cobriram sua nudez, costurando folhas de figueira. E Zaqueu subiu numa figueira brava pra ver Jesus passar. No frio, a figueira perde todas as suas folhas, mas lá pelo mês de março, ela renasce e se prepara para dar figos, uma fruta gostosa, muito apreciada pelo povo da Bíblia.

No evangelho de hoje, Jesus contou que um homem havia plantado uma figueira em sua vinha. Durante três anos, ele voltou lá para colher algum fruto. Nada. Não achava coisa nenhuma. Na terceira vez que ele foi procurar o fruto na figueira e, claro, não encontrou nem sinal, ele perdeu a paciência e mandou o empregado cortá-la. Estava ocupando o terreno inutilmente.

A figueira, na Bíblia, representa a pessoa ou mesmo o povo de Deus. Esta figueira improdutiva é a imagem de pessoas do tempo de Jesus que, mesmo ouvindo sua pregação, não se converteram, não mudaram de vida. João Batista, preparando a vinda de Jesus, tinha insistido em que o povo desse fruto de vida nova, apresentasse sinais de sua conversão. Jesus, de igual modo, está cobrando que as pessoas que o escutam, acolham sua palavra, produzam frutos, mudem de vida. Lembra a parábola do semeador? A semente, a palavra de Deus, está sendo semeada. Só no terreno bom, cresce, floresce e dá muito fruto.

Na história, o dono da terra já procurava frutos na figueira há três anos. É uma clara alusão ao ministério de Jesus, que completava três anos. Três anos de pregação, de milagres, de curas, de exorcismo... cadê os frutos desse povo, quais os sinais que mostram que abraçaram a vida nova que ele estava anunciando? Faltou paciência ao dono da terra. Mandou cortar aquela figueira parasita, ocupando à toa o terreno dele. Mas, o seu empregado pediu mais tempo e prometeu maior empenho. ‘Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e colocarei adubo. Talvez, depois disto dê frutos. Caso contrário, vamos cortá-la’.


Guardando a mensagem

A figueira pode ser a sua vida, a sua família, a sua comunidade. Não basta estar coberta de belas folhagens, tem que dar frutos. Que frutos Jesus espera encontrar em nossas vidas e em nossas instituições? Podemos fazer uma lista: Conversão, comunhão com Deus, cumprimento dos mandamentos, vivência da fraternidade, compromisso com a justiça e com a verdade, honestidade, fidelidade, solidariedade, participação na missão, atenção aos pobres e sofredores. Mas, a lista pode ser bem maior. Pela história, você sabe, o Senhor nos dá mais um tempo. Seu empregado está pondo mais adubo, regando mais frequentemente... torcendo que demos frutos; frutos de conversão, de vida nova em Cristo.

Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou (Lc 13, 6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Não basta ouvir a tua palavra. É preciso ouvi-la e praticá-la. É assim que a nossa vida vai se modificando, afastando-se do mal e nos edificando como novas criaturas, pessoas renascidas na tua graça. Afastando-nos de ti e do teu evangelho, não damos frutos, como o ramo separado da videira. Dá-nos, Senhor, que com a assistência do teu Santo Espírito, frutifiquemos em obras de conversão, de amor solidário e na edificação de pessoas interiormente renovadas neste mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje, reze por sua conversão e pela conversão de alguém muito próximo de você.

Comunicando

Hoje, em São Paulo, participo da Missa de Ação de Graças pelo aniversário da Rádio 9 de julho, no Mosteiro da Luz, às 16 horas.

Amanhã, celebro a Santa Missa na Comunidade N. Sra. Aparecida, no Jardim Maria Sampaio, São Paulo (capital), Paróquia de São Sebastião, Diocese de Campo Limpo, às 8 da manhã.

Segunda-feira, participo de programa na Rede Vida, às 11 horas da manhã.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

ENTRANDO PELA PORTA ESTREITA



27 de outubro de 2021

EVANGELHO


Lc 13,22-30

Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.
26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora. 29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.

MEDITAÇÃO


Façam todo esforço possível para entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).

Você quer ser feliz. Quem não quer? Não é fácil explicar o que é a felicidade. Felicidade é realização, é amar e ser correspondido, é ter solução para os seus pequenos e grandes problemas... Felicidade é o sentimento de alegria e satisfação com a vida e muito mais. E você quer ser feliz. No fundo, você sabe, a felicidade, por um lado, é um dom de Deus e, por outro lado, é também fruto do nosso esforço. Sem esforço, não pomos as bases para uma vida saudável e feliz: o cuidado com a alimentação, o estudo sério, o modo como assumo meus compromissos de família, de trabalho, como cultivo minhas amizades, como me relaciono com os outros... Deus nos abre os caminhos e nós procuramos prosseguir com seriedade e empenho. Esse é o caminho da felicidade.

Você quer a salvação. Quem não quer? Não é fácil explicar o que é a salvação. Salvação é o final feliz de nossa vida, a realização completa de nossa existência em Deus. Mas, não é só a chegada lá. É também a nossa condição agora, a nossa comunhão com Deus. Para entender um pouco dessa condição de plenitude e realização que é a salvação, Jesus falou de banquete, festa de casamento, lugar onde estão os justos, casa paterna de muitas moradas, Reino de Deus glorioso. Cada imagem dessas é uma brecha por onde já se enxerga o brilho da salvação eterna. E você quer a salvação, claro. E você sabe que a salvação é um dom de Deus, obra de sua graça. E sabe, pela evangelização, que a porta da casa de Deus nos foi aberta pela morte e ressurreição de Jesus. A salvação é um dom gratuito de Deus, sem merecimento algum de nossa parte. Ainda assim, nos lembremos, no acolhimento da salvação concorre também o nosso esforço, o nosso compromisso, uma vida segundo os mandamentos de Deus, em comunhão com ele e com os irmãos. Sem esforço de nossa parte, sem compromisso, sem conversão, a coisa fica pela metade, nos detemos no portão de entrada. Certo que a salvação é obra de Deus, mas nos cabe acolhê-la, nos deixar transformar por ela, colaborar com o seu crescimento em nós.

Se até aqui estivermos nos entendendo, já está explicado o evangelho de hoje. Perguntaram a Jesus se os que se salvam, são poucos ou são muitos? Jesus aproveitou a pergunta para estimular a conversão e o compromisso com uma vida de santidade. Falou da porta estreita. “Façam todo esforço para entrar pela porta estreita”. Isso você entende, não é verdade? Tem muita porta larga por aí: a do relaxamento, da preguiça, do egoísmo, do desregramento, dos vícios, da falta de seriedade nos compromissos consigo mesmo(a), com os outros e com Deus. Entrar pela porta estreita e, - ele também deu a entender - enquanto há tempo. Ele contou que quando o dono da casa fechar a porta, não se entra mais. Aí ele enfeitou a parábola: ‘tem gente que vai ficar batendo na porta, dizendo que é amigo do dono da casa, que já esteve com ele diversas vezes, que ouviu seus discursos...’. A resposta vai ser: “Eu não conheço vocês. Vão-se embora”. Você pegou a mensagem? Entrar pela porta estreita enquanto é tempo. Não deixe pra amanhã a sua conversão. É hoje o dia da salvação.

Guardando a mensagem

Perguntaram a Jesus sobre a salvação. Ele indicou duas coisas preciosas para o nosso caminho com Deus: entrar pela porta estreita e a tempo. ‘A tempo’ quer dizer não adiar a sua conversão, não deixar para amanhã os seus compromissos de vida nova. Amanhã, pode ser tarde e a porta pode estar já fechada. ‘Entrar pela porta estreita’ quer dizer que, mesmo sendo a salvação um dom gratuito de Deus, precisamos acolhê-la com esforço e compromisso.

Façam todo esforço possível para entrar pela porta estreita (Lc 13, 24).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
A nossa caminhada para Deus se assemelha à peregrinação do teu povo de todas as nações para o monte santo de Jerusalém, como está descrito no Livro do Profeta Isaías (Is 66). Nossa vida é, de verdade, uma peregrinação, contigo, para Jerusalém. É nesse caminho, que tu vais nos ensinando, nos instruindo. Hoje, nos falaste da porta estreita. Senhor, a porta larga nos seduz. É a porta da facilidade, do relaxamento, do mais ou menos. Ajuda-nos, Senhor, a entrar pela porta estreita. Esta é a porta do compromisso, do esforço, do melhor possível. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Em um momento pessoal de oração, peça ao Senhor a graça de perseverar no caminho do bem e da salvação, sem se desviar da porta estreita.

Você ouve, agora, um trecho de minha música QUEM ME TOCOU, com a participação da Cantora Elba Ramalho. É uma das faixas do meu EP CONFIAR EM DEUS.

A gente se encontra, às 10 da noite, no Facebook.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O SER HUMANO DE PÉ






25 de outubro de 2021

Dia de Santo Antonio de Santana Galvão

EVANGELHO

Lc 13,10-17

Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus.
14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”.
15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.

MEDITAÇÃO



Jesus colocou as mãos sobre a mulher encurvada, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus (Lc 13, 13)

Nos filmes de guerra, aparece o general vencedor e seu exército entrando na cidade, num desfile onde se exibe inimigos acorrentados como troféus. Eles desfilam sua humilhação, de cabeça baixa.

Nas partidas de futebol, ao apito final, o time vencedor festeja aos pulos e gritos, partilhando a euforia da torcida. Os jogadores do time perdedor retiram-se, desviando-se no quanto possível da torcida e da imprensa. Escondem-se do constrangimento, de cabeça baixa.

Na vida real, pessoas habituadas a serem tratadas aos gritos, a sempre cumprir ordens sem serem ouvidas, humilhadas pela miséria ou atormentadas pelo sentimento de impotência ou inferioridade se apresentam, em público, de cabeça baixa.

"Cabeça baixa" é um sinal da pessoa vencida, humilhada, perdedora; arqueada pela prepotência, pela impotência; aviltada em sua dignidade de ser humano. Há pessoas que de tanto sofrimento, de tanto olhar para o chão, adoecem fisicamente, contraem doenças na coluna vertebral.

Era um dia de sábado. Jesus estava pregando numa sinagoga. E curou uma mulher encurvada. O chefe da Sinagoga não gostou. Achou que Jesus estava fazendo um trabalho que não devia ser feito no dia de sábado. E falou ao povo: ‘Em dia de sábado, não. São seis dias de trabalho na semana, venham nesses dias’. Mas Jesus insistia em curar no sábado. Por quê? Bom, a Obra da Criação, que teve seu ponto alto na criação do ser humano, foi coroada com o descanso de Deus, no sétimo dia, no sábado. Mas, o homem, obra prima de Deus foi desfigurado pelo pecado. Então, era preciso libertar o homem para que a glória de Deus fosse realmente completa. E ‘a glória de Deus é o homem vivo’, escreveu Santo Irineu, um dos primeiros teólogos da Igreja. O ser humano de pé é glória para Deus, gente de cabeça erguida, não de cabeça baixa, humilhada, desfigurada. Esse sim manifesta a glória de Deus, de quem é a imagem. O sétimo dia, o sábado da Bíblia, é o dia da glória de Deus, da obra de Deus perfeita, restaurada. É o trabalho de Jesus, coroado na ressurreição no primeiro dia da semana.

No texto, está dito que um espírito a fazia doente esse tempo todo. Temos que fazer um desconto: o povo de Jesus achava que toda doença era uma obra de um espírito mal. Mas, de verdade o sofrimento, a humilhação, a violência geram pessoas fisicamente cabisbaixas, encurvadas. O evangelho de hoje está nos ensinando que a obra de Jesus é a restauração da pessoa humana. Ele ‘conserta’ a obra prima de Deus arrebentada pelo pecado (o próprio ou o dos outros). Ele nos liberta de tudo o que tira nossa dignidade de filhos de Deus.

Guardando a mensagem

Num sábado, numa sinagoga, Jesus cura uma mulher encurvada. As lideranças da comunidade consideram que não se pode fazer esse trabalho em dia de sábado. Mas, Jesus aparece sempre curando no sábado. O sábado é o dia de dar glória a Deus. E a glória de Deus é ver seus filhos libertados e felizes. Jesus está restaurando o homem decaído pelo pecado. A obra de Jesus, o seu trabalho, é esse mesmo: conduzir-nos da morte para a vida, nos ressuscitar para vivermos na dignidade de filhos e filhas de Deus. Há muita coisa que oprime as pessoas: a violência doméstica, a falta de oportunidades, o trabalho escravo, a prostituição infantil, o preconceito... Sobre tudo isso, nossa fé em Cristo nos faz vitoriosos. Com ele, trabalhamos para erguer os encurvados.

Jesus colocou as mãos sobre a mulher encurvada, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus (Lc 13, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Recordamos-te, hoje, todos os que estão na situação de encurvados, humilhados pelo desemprego, pela miséria, pelo abandono, pela violência. Concede-nos viver, com destemor, a dignidade de filhos e filhas de Deus, em solidariedade com todos os que precisam do nosso apoio, de nossa consciência cidadã, de nossa caridade cristã. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

No meu programa diário, que vai em rede em quase uma centena de rádios, rezo sempre a oração de consagração do dia. Vamos rezá-la?

Eu te adoro, meu Deus, 
e te amo de todo o coração. 
Agradeço-te por me teres criado, 
feito cristão e conservado até hoje. 
Ofereço-te as ações deste dia, 
faz que sejam todas segundo a tua santa vontade, 
para maior glória tua. 
Preserva-me do pecado e de todo o mal. 
Esteja a tua graça sempre comigo 
e com todos os meus caros. 
Assim seja. 
       
Vivendo a palavra

No dia de hoje, tente identificar alguma pessoa “encurvada” no seu convívio e veja em que você pode ajudá-la a não perder a esperança e a não se deixar vencer pelo desânimo.

Pe. João Carlos Ribeiro sdb

A HISTÓRIA DA FIGUEIRA



23 de outubro de 2021

EVANGELHO


Lc 13,1-9

1Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. 2Jesus lhes respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. 4E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. 6E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. 7Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’
8Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”.

MEDITAÇÃO


Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou (Lc 13, 6)

Você já viu uma figueira? Muita gente nunca viu uma figueira, uma planta que dá figo. É um arbusto muito comum na terra de Jesus. E aparece muito na Bíblia. Adão e Eva, por exemplo, cobriram sua nudez, costurando folhas de figueira. E Zaqueu subiu numa figueira brava pra ver Jesus passar. No frio, a figueira perde todas as suas folhas, mas lá pelo mês de março, ela renasce e se prepara para dar figos, uma fruta gostosa, muito apreciada pelo povo da Bíblia.

No evangelho de hoje, Jesus contou que um homem havia plantado uma figueira em sua vinha. Durante três anos, ele voltou lá para colher algum fruto. Nada. Não achava coisa nenhuma. Na terceira vez que ele foi procurar o fruto na figueira e, claro, não encontrou nem sinal, ele perdeu a paciência e mandou o empregado cortá-la. Estava ocupando o terreno inutilmente.

A figueira, na Bíblia, representa a pessoa ou mesmo o povo de Deus. Esta figueira improdutiva é a imagem de pessoas do tempo de Jesus que, mesmo ouvindo sua pregação, não se converteram, não mudaram de vida. João Batista, preparando a vinda de Jesus, tinha insistido em que o povo desse fruto de vida nova, apresentasse sinais de sua conversão. Jesus, de igual modo, está cobrando que as pessoas que o escutam, acolham sua palavra, produzam frutos, mudem de vida. Lembra a parábola do semeador? A semente, a palavra de Deus, está sendo semeada. Só no terreno bom, cresce, floresce e dá muito fruto.

Na história, o dono da terra já procurava frutos na figueira há três anos. É uma clara alusão ao ministério de Jesus, que completava três anos. Três anos de pregação, de milagres, de curas, de exorcismo... cadê os frutos desse povo, quais os sinais que mostram que abraçaram a vida nova que ele estava anunciando? Faltou paciência ao dono da terra. Mandou cortar aquela figueira parasita, ocupando à toa o terreno dele. Mas, o seu empregado pediu mais tempo e prometeu maior empenho. ‘Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e colocarei adubo. Talvez, depois disto dê frutos. Caso contrário, vamos cortá-la’.

Guardando a mensagem

A figueira pode ser a sua vida, a sua família, a sua comunidade. Não basta estar coberta de belas folhagens, tem que dar frutos. Que frutos Jesus espera encontrar em nossas vidas e em nossas instituições? Podemos fazer uma lista: Conversão, comunhão com Deus, cumprimento dos mandamentos, vivência da fraternidade, compromisso com a justiça e com a verdade, honestidade, fidelidade, solidariedade, participação na missão, atenção aos pobres e sofredores. Mas, a lista pode ser bem maior. Pela história, você sabe, o Senhor nos dá mais um tempo. Seu empregado está pondo mais adubo, regando mais frequentemente... torcendo que demos frutos. Frutos de conversão, de vida nova em Cristo.

Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou (Lc 13, 6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Não basta ouvir a tua palavra. É preciso ouvi-la e praticá-la. É assim que a nossa vida vai se modificando, afastando-se do mal e nos edificando como novas criaturas, pessoas renascidas na tua graça. Afastando-nos de ti e do teu evangelho, não damos frutos, como o ramo separado da videira. Dá-nos, Senhor, que com a assistência do teu Santo Espírito, frutifiquemos em obras de conversão, de amor solidário e na edificação de pessoas interiormente renovadas neste mundo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Hoje, reze por sua conversão e pela conversão de alguém muito próximo de você.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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