PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Fiquem firmes!

O quadro descrito neste evangelho - Lc 21, 5-19 -  é, no mínimo, preocupante. Jesus anuncia guerras, revoluções, terremotos, perseguições.  E, ainda assim, nos tranquiliza. 

Resultado de imagem para destruição do temploA destruição do Templo de Jerusalém é o modelo de toda crise. “Não ficará pedra sobre pedra”, disse Jesus a quem estava admirando a grandeza e a beleza do Templo de Herodes. Viria tudo abaixo. Coisa que não se poderia esperar, nunca. O Templo de Jerusalém não era só o símbolo da nação judaica, sede do Sinédrio, lugar de peregrinação ... Era a casa de Deus, onde ele recebia as oferendas e sacrifícios do seu povo, onde estava a arca com as tábuas da Lei, lugar de sua presença poderosa. Quarenta anos depois dessas palavras de Jesus, vieram os romanos e queimaram, saquearam, destruíram o Templo. A crise atingiu todos os níveis: o desmantelamento das instituições, o desencanto com a fé, a dispersão do povo.  A destruição do Templo de Jerusalém é o modelo de toda crise.

Felizes os aflitos!

Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. (Mt 5, 4)


 Estamos no início do sermão da montanha, no evangelho de São Mateus. As bem-aventuranças são um grande manifesto do Reino de Deus. Em Mateus, contamos nove bem-aventuranças. Elas traçam o perfil do cidadão do Reino. São felizes em sua condição de sofrimento, pobreza, perseguição, aflição,..  porque é Deus quem lhes assegura todo bem: a terra, a paz, a justiça. Em sua fraqueza, em sua carência, experimentam o poder de Deus que vem em seu auxílio, cumulando-os de todo bem. O Reino é, assim, o dom de Deus na vida de quem se sente pequeno e sofredor.

Essa é a segunda bem-aventurança: “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados” (Mt 5, 4). Quem são os aflitos? São os que estão desesperados, os que estão se encontrando sem saída, os que chegaram ao seu limite. Não encontram mais solução, não conseguem mais resolver os problemas. Lembra o povo de Deus, perseguido pelos exércitos do Faraó, com o mar pela frente. Não pode voltar, nem pode mais avançar. Está em grande aflição. Eles não têm mais o que fazer. Ali, experimentando sua tremenda fraqueza, o povo faz experiência do poder libertador do seu Deus: o vento forte, durante toda a noite, baixa as águas e eles atravessam aquele braço de mar vermelho, alcançando a liberdade. E a maré volta a encher, para desgraça dos seus perseguidores. Os aflitos foram consolados, libertados.

Zaqueu, a nossa cara

Zaqueu é um bom representante de qualquer um de nós. De qualquer pessoa. Zaqueu é o símbolo da pessoa que vivia longe de Deus e o encontrou. Ou melhor, foi encontrado.

O encontro de Jesus com Zaqueu foi muito curioso. Jesus é o missionário do Pai que vem ao nosso encontro. Ele chegou na cidade de Zaqueu, Jericó, acompanhado de muita gente. Ele ia no meio da multidão. A multidão é a comunidade, o povo que o admira, nós que o seguimos. Dá pra perceber que ele está chegando, pelo barulho que a gente faz, pelo "converseiro" que toma conta das ruas. É a comunidade de Jesus, o povo que o acompanha. No meio da multidão, estava Jesus.

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