PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Cuidado com esse fermento.


   13 de fevereiro de 2024.   

Terça-feira da 6ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mc 8,14-21

Naquele tempo, 14os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”.
16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?”
Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: “E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Sete”. 21Jesus disse: “E ainda não compreendeis?”


   Meditação.   


Tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes (Mc 8, 15).

Os discípulos estavam discutindo a respeito de pão, de comida. Eles tinham se esquecido de levar pão para a viagem. E olha que eles tinham presenciado Jesus alimentar a multidão com poucos pães, por duas vezes. E até, nesta ocasião, tinham recolhido vários cestos de sobra de pães. Mas, estavam discutindo, se desentendendo, um pondo a culpa no outro... a discussão estava esquentada. Foi quando Jesus fez uma advertência que eles não entenderam: "Tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes". Eles não entenderam. E você entendeu?

Jesus aproveitou a situação para ajudá-los a pensar. Ele queria que eles prestassem atenção ao modo como ele conduzia a sua missão. Esse era o bom fermento que eles precisavam imitar. Era assim que eles precisavam agir. Ficassem atentos ao modo como Jesus fazia as coisas. Mas também prestassem atenção ao modo como os fariseus se comportavam em suas práticas. Comparando, poderiam perceber uma grande diferença. "Tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes!"

E como era o fermento de Jesus, isto é, com que sentimentos, atitudes e valores Jesus estava no meio do povo? Com que fermento, ele fazia o seu pão, realizava a sua missão? Os discípulos podiam ver... Jesus agia com compaixão, valorizando a partilha e em espírito de serviço. Aqui estava toda a diferença. Agia com compaixão, valorizando a partilha e em espírito de serviço. Vamos explicar melhor. Compaixão é uma palavra frequente nos evangelhos falando do encontro de Jesus com os sofredores, os doentes, os excluídos. Compaixão é amor, misericórdia, ternura, solidariedade, tudo junto. Agia movido pela compaixão. E valorizava a partilha, isto é, a participação de cada um, colocando o seu pouco em comum. Ele recebeu a partilha da criança – alguns pães e poucos peixes – e repartiu com todos. Ele mesmo estava a serviço do seu povo. Não se comportava como um senhor poderoso, mas como um servo. Veio para servir, não para ser servido. No final, lavou os pés dos discípulos, para não restar qualquer dúvida sobre isso. Compaixão, partilha e serviço. Esse é o fermento de Jesus.

Os discípulos precisavam estar atentos também ao fermento dos fariseus e de Herodes, para ver a diferença. E tomar distância do estilo deles. Em que consistia o fermento deles? Consistia em agir com hipocrisia, com desprezo às pessoas e buscando sempre os próprios interesses. Jesus desmascara o comportamento hipócrita deles: exigem dos outros, mas eles mesmos não praticam; criam leis para os outros, fingindo que as cumprem. Hipocrisia. Mas também desprezavam os pobres, tomando-os por ignorantes, iletrados, pecadores. O que Herodes queria mesmo era riqueza e poder. Herodes é o poder opressor que perseguiu e decapitou João Batista. Esse é o fermento mal, o dos fariseus e o de Herodes: hipocrisia, desprezo ao povo e busca de privilégios.




Guardando a mensagem

O fermento de Jesus é o modo como ele se conduz na realização de sua missão. Três palavras podem definir o bom fermento do Mestre: compaixão, partilha e serviço. O estilo dos fariseus e o estilo de Herodes continuam hoje de outra forma. No fundo é o mesmo: buscando vantagens para si mesmos, desprezando os mais simples e fazendo apenas o jogo da aparência. Esse estilo não pode ser imitado por nós, nem pelos nossos líderes, nem pelos ministros da Igreja. Somos imitadores de Jesus. Precisamos guiar nossas ações pelo fermento de Jesus.

Tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes (Mc 8, 15).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós somos os teus discípulos. E tomamos para nós essa tua chamada de atenção. Em nossa vida, em nosso trabalho, em nossa convivência em família ou em sociedade, é assim que precisamos viver: com o bom fermento do teu modo de agir. O teu fermento é o amor solidário, a valorização da partilha na busca de soluções e o espírito de serviço aos outros. Disseste para termos cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes. O fermento dessa turma é conhecido: não fazerem o que ensinam, discriminarem tudo que é popular e a gananciosa corrida para se dar bem a qualquer custo. Obrigado, Senhor, por teu ensinamento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

É bom você ler com calma o texto da Meditação de hoje. Há muito o que pensar, clarear, acolher. 

Comunicando

Amanhã é a Quarta-feira de cinzas. Com esta celebração em que se faz a imposição das cinzas na cabeça de todos os membros do povo de Deus, começa o tempo da Quaresma. Se ainda não o fez, defina em que horário você vai participar da celebração das cinzas, amanhã. Não deixe a Quaresma começar sem você. 

Pe João Carlos Ribeiro, sdb

Eles queriam um sinal do céu.




   12 de fevereiro de 2024.   

Segunda-feira da 6ª Semana do Tempo Comum

   Evangelho  


Mc 8,11-13

Naquele tempo, 11os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. 12Mas Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”. 13E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem.

   Meditação   


Por que esta gente pede um sinal? Em verdade lhes digo, a esta gente não será dado nenhum sinal (Mc 8, 12)

Os fariseus fizeram muita raiva a Jesus. Puxa vida! Eles, os mais praticantes da lei de Moisés, foram os que mais lhe criaram problema. Naquele dia, eles vieram e começaram a discutir com Jesus. Jesus gostava de dialogar com as pessoas. O diálogo é sempre útil para quem quer, de verdade, partilhar seus pontos de vista e se enriquecer com a verdade dos outros. Eles, por fim, queriam uma prova, um sinal do céu. Queriam que Jesus mostrasse algo poderoso, algo forte, convincente, que tirasse todas as suas dúvidas. Dúvidas sobre os seus ensinamentos, dúvidas sobre sua identidade.

Naquela altura da discussão, Jesus desistiu. Eles queriam um sinal do céu. Deus não gosta de agir dessa forma. Não pretende convencer com poderosos sinais, com manifestações extraordinárias de poder e autoridade. Isso está fora da lógica da encarnação. A lógica da vinda de Jesus foi a encarnação do Verbo. O Deus onipotente fez-se pequeno, humano. E desceu mais ainda na escala da grandeza, fez-se servo obediente. É o que nos diz o apóstolo Paulo na carta aos Filipenses. Então, os fariseus não contem com um sinal do céu para convencê-los.

Um sinal do céu: isto é para quem abre o coração para a ação de Deus, para quem crê. Nos milagres de Jesus, muitas vezes ele diz: “A tua fé te salvou”. A fé é essa abertura do coração humano para o amor de Deus, para a ação dele. Sem a fé, sem o coração aberto para Deus, impedimos a sua obra em nós. Em Nazaré, Jesus não pode fazer muitos milagres, porque o povo de lá não tinha fé. Deus faz maravilhas, sim, na vida de quem crê. A Virgem Maria reconheceu: “O Senhor fez em mim maravilhas”. E Izabel tinha lhe dito: “Bem-aventurada a que acreditou”. Deus faz maravilhas, sim, na vida de quem crê.

Os fariseus queriam um sinal do céu, um milagre retumbante. Só assim, pensavam eles, acreditariam em Jesus. Como tanta gente que você conhece, eles estavam se movendo na lógica do poder, da força. Julgavam que acreditariam presenciando um milagre espantoso. Mas, eles já tinham presenciado tanta coisa maravilhosa operada por Jesus. Mesmo diante de um outro poderoso sinal, eles levantariam novas suspeitas, arrumariam novas desculpas… Nessa lógica do poder, Deus se imporia com sua grandeza acachapante. A lógica da encarnação do Verbo é outra. No menino perseguido de Belém, na cruz, está o próprio Deus, a pessoa do Filho. No sofredor, no humilhado, nos desvalorizados da sociedade, você encontra e alimenta, veste, visita, defende o próprio Filho de Deus. Crer não é o resultado de um impactante milagre. Crer é um ato livre, amoroso em resposta à manifestação de Deus na encarnação do Verbo. Os sinais de Deus e do seu amor estão por toda parte, em nossa vida, no cotidiano de nossa existência, bem pertinho da gente. Milagres? Claro, para quem o acolheu na fé.




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Os fariseus queriam um sinal do céu para acreditar em Jesus. Olha o comentário do Mestre: “por que essa gente quer um sinal? A essa gente não será dado nenhum sinal”. E foi embora. A lógica de Deus é a encarnação do Verbo. Jesus veio nos salvar assumindo nossa condição humana, inclusive nossa morte. Os sinais de Deus estão por toda parte, no cotidiano de nossa existência. Coisas maravilhosas, graças, milagres continuam a acontecer... na vida de quem crê. A fé é a porta aberta para a ação maravilhosa de Deus. Então, não fique esperando uma impactante manifestação de Deus para passar a viver intensamente o seguimento de Jesus. A proclamação da Palavra (que vem de Deus, na fraqueza dos evangelizadores) pede uma resposta de sua parte. Sua resposta é a fé. A fé é a aposta do amor que acolhe o Senhor na Gruta de Belém ou na Cruz do Calvário. Entendeu? Deus se manifestou em nossa fraqueza. Que coisa maravilhosa!

Por que esta gente pede um sinal? Em verdade lhes digo, a esta gente não será dado nenhum sinal (Mc 8, 12)

Guardando a mensagem

Senhor Jesus,
a tua encarnação – que é a lógica de Deus – está na contramão de nossa cultura. Admiramos e nos dobramos à visão do palácio, não do casebre; da catedral, não da capela; do doutor, não do gari. Tu assumiste a nossa condição humana, e abaixando-te ainda mais, te fizeste servo e servidor de todos. No mais humilde, te manifestas com maior eloquência. No mais sofrido, falas com mais vigor. No oratório humilde, resplende ainda mais a tua glória. Ensina-nos a tua lógica, Senhor. Liberta-nos da lógica do poder e da grandeza. Seja bendito o teu santo, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

No seu caderno de anotações (o seu caderno espiritual), faça uma lista dos sinais de Deus em sua vida.

Comunicando

Quarta-feira, depois de amanhã, é a Quarta-feira de cinzas, abertura do Tempo da Quaresma. É nesta data que fazemos a abertura da Campanha da Fraternidade do ano. Vá se planejando: em que horário você vai participar da celebração das Cinzas? Não deixe a Quaresma começar sem você. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Preparando-se para a Quaresma.



   11 de fevereiro de 2024.    

6º. Domingo do Tempo Comum

   Evangelho.   


Mc 1,40-45

Naquele tempo, 40 um leproso chegou perto de Jesus e, de joelhos, pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”. 41 Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero: fica curado!”. 42 No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. 43 Então Jesus o mandou logo embora, 44 falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”
45 Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade; ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

   Meditação.   


Eu quero, fica curado (Mc 1,41)

O evangelho deste domingo nos conta a história da cura de um leproso. Ele pediu de joelhos a Jesus que o purificasse. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e o mandou ficar curado. Pediu que ele não divulgasse o fato, mas fosse logo se apresentar aos sacerdotes no Templo para se reintegrar na comunidade. Mas, ele saiu divulgando o acontecido e Jesus já não podia mais entrar publicamente numa cidade, mas ficava fora, em lugares desertos.

Esse final da história é um pouco estranho para nós. Por que Jesus ficou impedido de entrar publicamente numa cidade e teve que ficar fora, em lugar deserto? Com certeza, porque as pessoas consideraram que ele estava impuro, pois tinha tocado no leproso. Tocar num leproso era coisa proibida, pois contraía impureza. E o impuro, antes de voltar à convivência social, tinha que se purificar com rituais e sacrifícios. Mas, com certeza esse ‘ficar fora da cidade’ tem um sentido ainda mais profundo.

E, como este é um domingo especial, podemos olhar para esse texto em dois níveis. O primeiro, em sintonia com a Jornada Mundial do Enfermo que a Igreja celebra no dia de hoje. O segundo, já de olho na Quaresma, que começa com a quarta-feira de cinzas.

A sensibilidade deste Dia Mundial do Doente nos chama a perceber como Jesus agiu diante desse irmão portador de uma doença contagiosa e sem cura, naquele tempo, formalmente excluído da família e da comunidade, tendo que habitar em lugares desertos, largado à própria sorte. Jesus não evitou a sua aproximação. E ouviu o pedido que ele fez de joelhos ali na sua frente. Teve compaixão dele, estendeu sua mão e o tocou. E assim o curou. E ainda pediu para não sair espalhando a graça que tinha recebido, para não chamar a atenção sobre si. Essas são as atitudes que nos convêm na atenção e no cuidado dos doentes: proximidade, escuta, afeto, providências em favor de sua saúde, orientação para sua inclusão na família e na comunidade e não pousar de bonzinho ou ganhar ponto com a caridade feita. E mais do que tudo: mover-se com compaixão, o sentimento de Jesus, o amor pelo pequeno e sofredor.

De olho na Quaresma que começa nesta quarta-feira de cinzas, somos chamados a olhar esse texto num nível de maior profundidade. O leproso, com uma doença que o destrói, é uma representação do pecador, da pecadora. O pecado nos afasta de Deus, da família, da comunidade. Adão, depois da desobediência, se escondeu com medo de Deus. O pecado desfigura a obra prima de Deus que é o ser humano, o destrói física e espiritualmente. O próprio evangelista nos deixou uma pista para essa compreensão. Jesus mandou o leproso ao Templo oferecer o sacrifício pela sua purificação. Purificação é uma palavra que nos remete à remoção do pecado, a obra redentora de Jesus.

Como Jesus nos purifica do pecado? Ele o expia em nosso lugar. Como assim? Ele assumiu o castigo pelo nosso pecado, pagou no nosso lugar. Vamos ver. Onde o pecado leva? É só olhar para a imagem do leproso daquele tempo. O pecado leva à morte. A morte é o salário do pecado. O que Jesus fez? Ele tomou o nosso lugar, na morte. Na cruz, ele expiou os nossos pecados. Ele ficou no lugar do leproso. Se você entendeu, vai entender o final da história. “Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade, ficava fora, em lugares desertos”. Ele tomou o lugar do leproso, o meu lugar, o seu lugar. Foi assim que ele nos purificou do pecado.




Guardando a mensagem

Olhando para Jesus, nesta história do leproso, precisamos aprender com ele como dar atenção e cuidar dos doentes de nossa família e os que aparecem no nosso caminho. Em primeiro lugar, um grande amor no coração pelo irmão ou irmã que está doente, como Jesus que teve compaixão do leproso. E, como ele, ter proximidade, afeto, escuta; promover sua inclusão na família e na comunidade; interessar-se pelo seu tratamento; e nunca pretender ganhar ponto em cima da caridade que tiver feito.

Olhando para o leproso, nesta história, recordemos a imagem do pecador que ele pode estar representando. E o pecador sou eu, é você. Jesus nos purificou do pecado. E o fez, morrendo em nosso lugar, oferecendo-se em sacrifício ao Pai em nosso favor. Esse mistério de morte e ressurreição é o mistério da páscoa que celebramos cada domingo e que vamos viver, de maneira especial, nesta Quaresma.

Eu quero, fica curado (Mc 1,41)

Rezando a mensagem

Em sintonia com a jornada mundial do doente, rezemos inspirados na mensagem do Papa para esta ocasião.

Maria, Mãe da Igreja,
a ti queremos confiar todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustentes na esperança. Nós te pedimos também que nos ajudes a ser acolhedores dos irmãos enfermos. Nós te suplicamos, mãe, que cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço à vida e à saúde. Ajuda, Senhor, as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampara aqueles que cuidam delas. Amém.


Vivendo a palavra

Nós começaremos a quaresma com a quarta-feira de cinzas. Não deixe a quaresma começar sem você. Vá logo planejando onde vai participar da celebração das cinzas.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Preparando a Eucaristia.


   10 de fevereiro de 2024.    

Memória de Santa Escolástica 

   Evangelho.   


Mc 8,1-10

1Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2“Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem nada para comer. 3Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe”.
4Os discípulos disseram: “Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?” 5Jesus perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete”. 6Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíram ao povo.
7Tinham também alguns peixinhos. Depois de pronunciar a bênção sobre eles, mandou que os distribuíssem também. 8Comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. 9Eram quatro mil, mais ou menos. E Jesus os despediu. 10Subindo logo na barca com seus discípulos, Jesus foi para a região de Dalmanuta.

   Meditação.    


Jesus pegou os sete pães e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem (Mc 8,6 ).

O povo está com Jesus numa região deserta. É uma multidão numerosa, umas quatro mil pessoas. Estão com fome. Jesus, com pena daquela gente, quer alimentá-los. Mas, como? - perguntam os discípulos. Com os sete pães que os discípulos tinham, Jesus alimentou todo mundo. O povo se sentou, Jesus pegou os pães, deu graças e os deu aos discípulos que os distribuíram com a multidão. O mesmo fez com alguns peixinhos. As sobras encheram sete cestos.

Uma história tão simples e tão cheia de significados. Sete pães e sete cestos de sobras. Esse mesmo evangelista Marcos conta outra multiplicação de pães. Na outra, sobraram doze cestos. Doze é o número do povo de Deus. Tudo bem. Deus alimenta o seu povo. Nesta, Jesus está em território pagão. Sete é o número das nações pagãs, quando o povo chegou em Canaã. Também os pagãos têm lugar no banquete de Jesus.

Bom, mas eu queria que a gente se concentrasse no lindo significado que tem esse texto, como uma catequese que é da Eucaristia, da Santa Missa. Veja só a pista que o evangelista deixou. Os discípulos comentaram: “Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?”. Pense comigo: quando foi que o povo foi saciado de pão no deserto? Pensou?.... lembrou-se do “maná”? Perfeito. No tempo antigo, o povo que peregrinava no deserto, com fome, sem comida, foi alimentado por Deus com o maná. Deus teve compaixão do seu povo e mandava toda manhã o maná, o pão que descia do céu.

Jesus tem compaixão daquele povo que está com ele já há três dias, com fome, e providencia o alimento. Agora, acompanhe os gestos de Jesus: “Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíram ao povo”. Deu pra todo mundo. Ficou todo mundo satisfeito. As sobras foram recolhidas. E Jesus despediu a multidão. Essas palavras vão se repetir na última Ceia. Essa refeição coletiva é já uma preparação para a Eucaristia, uma espécie de catequese sobre a Santa Ceia.

Na narração, percebe-se a estrutura da celebração da Eucaristia: o povo reunido em torno de Jesus; Jesus que anuncia o Reino de Deus; Jesus que toma os pães, dá graças, reparte e manda distribuir; a multidão que é alimentada; a despedida. É a estrutura da missa: a acolhida, a mesa da palavra de Deus, a mesa do pão consagrado, a despedida.




Guardando a mensagem

Olha quanta coisa podemos aprender nesse texto: antes do pão, vem a Palavra (Jesus passou três dias anunciando o Reino de Deus ao povo, antes da multiplicação dos pães); a Eucaristia é especialmente partilha, dom de si mesmo aos outros (Os discípulos só tinham sete pães e alguns peixinhos e ofereceram tudo. Eles recebiam os pedaços de pão de Jesus e os entregavam ao povo); a Eucaristia é o próprio Jesus que se entrega em alimento para a multidão faminta (Jesus mesmo parte o pão e o entrega, como se a si mesmo se desse em alimento); toda refeição em família é uma espécie de eco da Eucaristia (ali também damos graças a Deus e abençoamos a comida); as sobras devem ser recolhidas e guardadas (é assim que guardamos a reserva eucarística no sacrário e também aprendemos que devemos evitar todo desperdício de alimento).

Jesus pegou os sete pães e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem (Mc 8,6 ).

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
vemos nessa cena da multiplicação dos pães no deserto, uma preparação para a Ceia Eucarística que celebraste com teus discípulos, antes de tua paixão e que celebras conosco todos os dias, especialmente no domingo, o dia de tua páscoa. Tu és o pão da vida. Tu a ti mesmo te deste como alimento, verdadeiro maná que alimenta para a vida eterna. Concede-nos, Senhor, que aprendamos contigo a compaixão e a partilha como disposições necessárias para celebrar contigo o sacramento da Eucaristia. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Como estamos em um final de semana, podemos fazer desse texto uma preparação para a Santa Missa do domingo, o dia do Senhor. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

Éfata!!!



   09 de fevereiro de 2024.   

Sexta-feira da 5ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mc 7,31-37

Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade.
36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”

   Meditação.   


Ele tem feito bem todas as coisas (Mc 7, 32)

Você já viu um oleiro trabalhando o barro? E já o viu fazendo alguma coisa de barro: um jarro, um animal, a figura de uma pessoa? Mas, garanto que você já ouviu essa frase antes: “Ele tem feito bem todas as coisas” ou “Ele viu que tudo era bom”. Lembra onde escutou essa frase?

Essa frase evoca a primeira página da Bíblia. Livro do Gênesis, a narração da criação. Deus criou o mundo em sete dias. E, no final de cada dia de trabalho, está escrito: “Deus viu tudo que tinha feito: e era muito bom” (Gn 1,31). Isso quer dizer: tudo estava bem feito. No sexto dia, Deus criou o homem. E o fez do pó da terra. Soprou em suas narinas o sopro da vida e o homem se tornou um ser vivente. E de novo “viu que tudo estava bem feito”.

Veja se essa narração não é o modelo para a narração da cura do surdo-mudo, no evangelho de hoje! Trouxeram o homem surdo. Jesus o levou para longe do povo, tocou nos seus ouvidos com os seus dedos, cuspiu, tocou em sua língua com a saliva e suspirou dizendo “Efatá” (abre-te). Ele ficou bom. Começou a ouvir e falar direito. E o povo admirado dizia: “Ele tem feito bem todas as coisas”.

Achou alguma coisa parecida entre a narração da criação do homem e a cura do surdo?! Veja lá... Deus fez o homem do pó da terra. Claro, essa é a imagem do oleiro, que faz uma imagem de barro, mexendo, ajeitando com os dedos as suas feições, os seus ouvidos, a sua boca... E depois soprou em suas narinas para lhe comunicar a vida. Agora veja o que Jesus fez: separou o homem do meio do povo, ficou mexendo nos seus ouvidos com os dedos e na sua língua (as partes que não estavam funcionando bem, pois não escutava e não falava bem). E depois suspirou... suspirou? Deve-se entender melhor: soprou... Foi assim na criação do homem: Deus soprou nas narinas do protótipo de barro. Percebem, é uma espécie de reedição da criação do homem. E as pessoas entendem isso, pois reconhecem admiradas “Ele tem feito bem todas as coisas”.

Sendo domingo o Dia Mundial do Doente, motivado pelo Papa Francisco com a mensagem "Cuidar do doente, cuidando das suas relações", prestemos atenção nas atitudes de Jesus nesta cena do Evangelho. Nele, vemos acolhimento, atenção, respeito, manifestação da misericórdia de Deus.



Guardando a mensagem

A cura, no fundo, é uma representação da ação mais profunda de Jesus, da realização de sua missão. Jesus não estava apenas curando pessoas.... ele estava consertando a obra prima da criação que o pecado tinha desfigurado. Deus tinha feito tudo bem-feito, mas o homem, pelo pecado, atrapalhou tudo, introduzindo a destruição, a morte. O ser humano que saiu perfeito das mãos de Deus estava todo desfigurado espiritualmente. Jesus veio resolver isso, veio salvar o ser humano desfigurado pelo pecado... por isso, nos evangelhos, aparecem tantas curas de doentes e possuídos pelo mal. Ele está restaurando a obra de Deus. E o faz, como Deus que é, agindo como o Criador na primeira página da Bíblia.

Ele tem feito bem todas as coisas (Mc 7, 32).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
no batismo, tem uma parte em que o ministro, como tu fizeste com o surdo-mudo, mexe no ouvido do batizando, sopra e diz “Éfata”, isto é “abre-te”! É um rito, depois do batismo na água, que realça a grande verdade que Deus, no batismo, nos restaura, nos faz novas criaturas, nos põe de novo na condição original de escutar Deus e de falar com ele, de sermos seus interlocutores. Claro, só fala bem quem ouve bem. Concede, Senhor, que nós, restaurados por tua morte e ressurreição, vivamos dignamente essa nossa santa vocação de filhos de Deus. Neste Dia Mundial do Enfermo, nós te entregamos, Senhor, cada doente de nossas famílias. Derrama, Senhor, sobre eles, como nosso bom samaritano que és, o óleo da consolação e o vinho da esperança. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Repita muitas vezes, no dia de hoje, essa palavra do povo, no evangelho: “Ele tem feito bem todas as coisas”. Isso pode ajudar você a recordar, com gratidão, a obra redentora de Jesus, o seu batismo,... Liberto de sua condição de surdo-mudo, você agora é seu interlocutor, ouvindo sua Palavra, falando com ele, dizendo aos outros como ele é bom.

Comunicando

Neste domingo, 11 de fevereiro, faço show no Município de Frei Miguelinho, Pernambuco. A comunidade Lavras está festejando Nossa Senhora de Lourdes. 


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb





O fermento de Deus no mundo.

 


   08 de fevereiro de 2024.   

Quinta-feira da 5ª Semana do Tempo Comum

   Evangelho   


Mc 7,24-30

Naquele tempo, 24Jesus saiu e foi para a região de Tiro e Sidônia. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu ficar escondido.
25Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. 26A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. 27Jesus disse: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”.
28A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”.
29Então Jesus disse: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. 30Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela.

   Meditação.  


É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair (Mc 7, 28)

Não foi uma coisa fácil as primeiras comunidades cristãs se abrirem para os pagãos. Jesus era judeu. Maria era judia. Os apóstolos, todos judeus. Aquela gente tinha consciência clara de ser o povo de Deus, o povo com quem Deus vivia em uma sagrada aliança. O Senhor Deus mesmo o tinha escolhido como seu povo, libertando-o da dominação dos pagãos no Egito e em Canaã. A orientação sempre foi tomar distância dessas nações idólatras. Então, os pagãos estavam fora do horizonte dos judeus piedosos do tempo de Jesus. Certo, os que queriam viver a fé no Deus vivo podiam se aproximar das comunidades judaicas como prosélitos, mas não com os mesmos direitos. Todo homem judeu estava circuncidado, sinal de sua aliança com Deus. E todo judeu marcava bem sua condição de membro do povo da aliança pelo cumprimento do sábado, da páscoa, das peregrinações e festas anuais e por tudo o que a Lei de Moisés prescrevia.

Na verdade, essa ideia de separação e exclusão dos outros povos cresceu muito com o exílio da Babilônia. Foi quase uma forma de sobrevivência de uma comunidade muito machucada e humilhada pelos grandes impérios que se sucederam. O ambiente em que Jesus nasceu e cresceu era esse. Aliás, tinha um novo complicador: a dominação dos pagãos romanos. Mas, nem sempre se pensou assim em Israel. Quando o povo começou a se formar, Abraão foi chamado por Deus para ser uma bênção para todas as nações da terra. E mesmo nos momentos mais dramáticos da história deles, havia quem pensasse diferente. Vários profetas, como Isaías do tempo do exílio, sonharam com um mundo em que todas as nações conheceriam o Deus verdadeiro e se encontrariam numa grande peregrinação à cidade santa de Jerusalém.

Depois que Jesus voltou para o Pai, as comunidades cristãs foram se espalhando e, aos poucos, foram integrando também pagãos convertidos. Foi uma mudança muito grande, assimilada com dificuldade pelos cristãos que vinham da prática da Lei de Moisés. Chegou-se a uma tensão tão grande, que precisou haver uma reunião em Jerusalém com Paulo, Pedro e todos os apóstolos e lideranças para resolver isso. Afinal, a comunidade se abriu ao Espírito Santo e foi vendo com clareza, que chegara o tempo em que Deus queria que todos conhecessem, amassem e seguissem a Cristo, fossem judeus ou não. E pra seguir Jesus não era preciso ter os mesmos costumes que os judeus (como por exemplo a circuncisão, o sábado, etc.). O cristianismo era um novo momento do povo de Deus, aberto a todas as nações e povos do mundo.

Assim, quando os evangelistas e suas comunidades contaram a história de Jesus, se lembraram desse passo tão sério que foi deixar de discriminar os pagãos para integrá-los na comunidade, como irmãos. Foi assim que Marcos contou que Jesus estava visitando um território pagão e veio uma mulher daquela região pedir-lhe para libertar a filha da dominação do demônio. A resposta de Jesus foi como o seu povo pensava, a resposta de uma comunidade que ainda não tinha acolhido os pagãos como irmãos: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”. Os filhos, claros, são os judeus. Os cachorros são os pagãos. Essa era a mentalidade. A resposta da mulher representa bem toda a humildade e o espírito penitente com que os pagãos se aproximaram da fé em Jesus Cristo: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”. Diante dessa condição necessitada, penitente e humilde dos pagãos, as comunidades abriram os braços para acolhê-los. A resposta de Jesus é o retrato disso: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. A salvação em Cristo veio para todos.




Guardando a mensagem

O episódio da mulher pagã que foi pedir a Jesus para libertar sua filha do demônio representa bem as pessoas de outros povos e religiões que procuraram a comunidade cristã para participar também da salvação em Cristo. Os seguidores de Jesus tiveram muita dificuldade para integrar os pagãos na comunidade, porque viviam dentro de uma mentalidade de discriminação dos não-judeus. Contando essa história, os evangelistas mostravam como Jesus, dentro daquele contexto de exclusão dos pagãos, rompeu com esse esquema e alargou a sua missão também para os pagãos. Hoje, padecemos também de uma mentalidade que separa claramente o religioso do profano, as coisas de Deus das coisas do mundo. Jesus veio para salvar o mundo. E nos mandou anunciar a salvação a todos. A comunidade cristã tem a vocação de ser uma comunidade em diálogo com o mundo, com as outras religiões, com todos. A Igreja é o fermento na massa, o fermento de Deus no mundo.

É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair (Mc 7, 28)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tu és o salvador da humanidade. Venceste o pecado e o mal que mandavam no mundo. É assim que lemos no evangelho tantas histórias em que libertaste pessoas do teu povo da dominação do demônio, até mesmo dentro da sinagoga. Nessa história da mulher pagã que foi te pedir para tu libertares sua filha, vemos como tua ação redentora abriu-se também para as pessoas pagãs. Tu te colocaste como missionário do Pai a serviço do bem de todos, sem discriminação. Tua atitude ajudou as primeiras comunidades cristãs a compreenderem que a salvação chegara para todos. Senhor, ajuda-nos a vencer também a estreiteza de nossos pensamentos que nos fecham em nossos templos e não nos permitem ver a missão na sua abrangência no mundo, como bênção que deve chegar a todos, transformando toda a realidade com a tua graça. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

A tarefa, hoje, é rezar pelos doentes. E rezar com o coração aberto para todos os sofredores, recordando que a salvação, por meio de Cristo, veio para todos.

Comunicando

Nesta quinta-feira, como de costume, teremos a Santa Missa às 11 horas, com transmissão pelo rádio e pelo Youtube. Dentro desta Semana Mundial do Enfermo, hoje, rezaremos especialmente por eles, com a bênção dos doentes, no final. Ponha o nome dos seus doentes no formulário que estamos lhe enviando ou nos mande pelo whsapp da AMA: 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Livre-se dos preconceitos.



   07 de fevereiro de 2024.   

Quarta-feira da 5ª Semana do Tempo Comum



   Evangelho   


Mc 7,14-23

Naquele tempo, 14Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e compreendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 16Quem tem ouvidos para ouvir ouça”.
17Quando Jesus entrou em casa, longe da multidão, os discípulos lhe perguntaram sobre essa parábola. 18Jesus lhes disse: “Será que nem vós compreendeis? Não entendeis que nada do que vem de fora e entra numa pessoa pode torná-la impura, 19porque não entra em seu coração, mas em seu estômago e vai para a fossa?” Assim Jesus declarava que todos os alimentos eram puros.
20Ele disse: “O que sai do homem, isso é que o torna impuro. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.




   Meditação   


O que torna a pessoa impura não é o que vem de fora, mas o que sai do seu interior (Mc 7, 15).

No tempo de Jesus, havia uma preocupação exagerada com a pureza ritual. A pureza era a condição de quem estava limpo, de quem não foi contaminado por alguma coisa externa. Muita coisa podia contaminar uma pessoa e torná-la impura. E uma vez impura, a pessoa tinha que passar por muitos rituais para se limpar: quarentena, banho, abluções, sacrifícios de animais e outras coisas mais. A pessoa impura ficava afastada das coisas de Deus, não podia praticar a religião publicamente, não estava em condições de se apresentar a Deus. Nem podia estar junto dos outros, para não contaminá-los.

E o que causava impureza para uma pessoa? A lista é longa. O sangue era o elemento mais perturbador da harmonia religiosa do povo de Deus. Nisto, a mulher saía muito prejudicada pela menstruação mensal e pelo parto. Muitos alimentos estavam proibidos, pois transmitiam impureza, por exemplo, carne de porco e de outros animais. Também se tornava impuro quem tocasse num morto, quem tivesse qualquer aproximação com pagãos, quem tivesse qualquer contato com um leproso. Era um crime um impuro se aproximar de uma pessoa e, impensável, que viesse a tocá-la. Isto contaminaria gravemente a pessoa que fosse tocada.

Você já percebeu que as leis da pureza no tempo de Jesus representavam uma grande opressão para as pessoas, impedindo que se cuidasse melhor dos doentes, discriminando os pobres e marginalizando ainda mais a mulher. Os fariseus, que formavam uma numerosa confraria de homens praticantes da Lei, ficavam antenados para recriminar ou denunciar qualquer um que não andasse segundo essas leis da pureza. E Jesus, você sabe, não estava muito preocupado com essas leis, fruto de uma religiosidade feita de coisas exteriores e fomentadora de discriminação entre as pessoas.

O grave era que Jesus era tocado por pessoas impuras. A mulher do fluxo de sangue tocou na franja do seu manto. Ele tocou no leproso para curá-lo. Pegou no caixão do morto em Naim, e mandou o rapaz se levantar. Desculpou os discípulos que estavam comendo sem terem lavado as mãos... Jesus não era um bom cumpridor das leis da pureza ritual do seu tempo. E os fariseus ficavam revoltados com isso. O raciocínio de Jesus era simples: não é o que entra pela boca que suja o homem, que o torna impuro. O que torna impura uma pessoa é o que sai dela, as coisas ruins que vêm do seu coração. O coração, para o povo da Bíblia, é onde se tomam as decisões. Aí ele fez uma lista: más intenções, imoralidades, roubos, assassinatos, adultérios, ambições, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho,... Tudo isso sai do coração de uma pessoa, disse Jesus. Isso, sim, torna a pessoa impura.




Guardando a mensagem

O que faz impura uma pessoa não é o que vem de fora, mas o que sai de dentro do seu coração. Foi esse o ensinamento de Jesus. O que vamos guardar da palavra dele, hoje? Uma lição pode ser essa: se uma prática, religiosa ou não, servir de alguma forma para desprezar, discriminar, afastar, cercear a liberdade, com certeza não é uma coisa de Deus. Outra lição: Com certeza, há muitos preconceitos que nós introjetamos durante a vida de que deveríamos nos libertar. Jesus era uma pessoa livre e libertadora. Por amor a Deus e aos irmãos, procure libertar-se dos preconceitos.

O que torna a pessoa impura não é o que vem de fora, mas o que sai do seu interior (Mc 7, 15).

Acolhendo a mensagem

Senhor Jesus,
ficamos olhando, com curiosidade e admiração, para tua pessoa, vivendo na Galileia, naqueles anos 30. Eras um judeu piedoso, conhecedor das Escrituras como muitos outros, fiel às celebrações da sinagoga e às peregrinações anuais, respeitoso da bela história de fé do teu povo. Quando falavas do Reino, do amor misericordioso de Deus, revelando-o como pai amoroso dos seus filhos e filhas, o povo ficava encantado. Essa verdade de um Deus próximo e amoroso mexia com a religião de Israel, ou melhor, punha em xeque aquela religiosidade marcada por normas e ritos externos. Foi por isso que os fariseus e os mestres da lei reagiram tão ferozmente. Eles saíram em defesa da tradição como eles a entendiam e de sua posição de liderança ameaçada. Dá-nos, Senhor, que essa novidade, que é o teu evangelho, seja sempre um fermento para nos libertar de qualquer farisaísmo e de toda opressão. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Hoje, no seu diário espiritual (ou na sua agenda ou no seu caderno), liste as 13 coisas ruins que saem do coração. Isso, sim, torna a pessoa impura, disse Jesus. Para saber quais, leia Marcos 7, 20-23.

Comunicando

Como estamos na Semana Mundial do Enfermo, estou lhe sugerindo que você deixe o nome dos doentes de sua família nos comentários, após o texto da Meditação. Vou lhe explicar: clicando no link que eu lhe lhe envio, você chega no meu Blog, onde está o texto do Evangelho e da Meditação. No final do texto, tem onde você colocar seus comentários. Pronto, ponha ali o nome dos seus doentes. Vamos rezar por eles. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Uma acusação contra Jesus.


   06 de fevereiro de 2024.   

Memória de São Paulo Miki 
e companheiros mártires do Japão


   Evangelho.   


Mc 7,1-13

Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado.
3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.
9E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’.
11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas”.

   Meditação.   


Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mc 7, 6)

O que Jesus está fazendo na Galileia chama a atenção das autoridades religiosas da capital Jerusalém. Assim, de lá vem gente para fiscalizar o que está acontecendo e, claro, para por sob controle esse novo fenômeno. Uma comissão de fariseus e mestres da Lei chegou de Jerusalém e foi logo encontrando defeito naquela movimentação em torno de Jesus. Identificaram logo um perigo naquele movimento: ‘Jesus não segue à risca os costumes e os rituais da tradição’. Que tradição é essa? Vamos ver se descobrimos.

Vamos dar um jeito de entrar na roda da conversa que está se formando, em torno de Jesus. É bom a gente chegar mais perto para ouvir bem o que estão dizendo. Chega mais! Olha a cara de sonsos dessa turma de Jerusalém! Estão se queixando que os discípulos de Jesus comem sem lavar as mãos. Parece uma bobagem. Não ria! Isso pra eles é uma coisa muito séria. O que é que eles estão dizendo? Dá para escutar alguma coisa? Ah, estão dizendo que os discípulos comem com as mãos impuras... Vamos escutar. “Isso é um desrespeito à nossa religião. Comer o pão sem lavar as mãos, onde já se viu uma coisa dessa? A religião manda lavar as mãos antes de tomar o alimento, isso é que é o certo. Para estarmos bem com Deus, não podemos nos contaminar com coisas impuras. E nós fariseus levamos isso muito a sério e cobramos isso de nossa gente. Ao voltar da praça, deve-se tomar banho. E, em casa, tomar cuidado com o alimento que se come, lavar direito as vasilhas e os copos. Nós somos um povo santo. Precisamos estar atentos para não nos contaminarmos com a impureza em relação a alimentos, doenças de pele, sangue, estrangeiros... A pessoa impura está afastada de Deus que é santo e não pode frequentar o culto até se purificar”.

Puxa! Você ouviu isso? Pra eles, Jesus está acabando com a religião deles, desconsiderando as normas religiosas da pureza. Veja que eles fazem uma separação rígida entre o puro e o impuro. Contraindo uma impureza, a pessoa se afasta da presença de Deus e de sua bênção. Para se purificar, há vários ritos previstos, conforme a impureza contraída: abluções (lavar as coisas ou parte do corpo), tomar banho, oferecer sacrifícios depois de sete dias, etc. Opa, parece que Jesus vai falar. Presta bem atenção. “O que o profeta Isaías escreveu, nas Escrituras Sagradas, foi mesmo pra vocês, hipócritas: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim”. Uma coisa é o ensinamento de Deus, outra coisa são os costumes que vocês criaram. Vocês estão confundindo o mandamento de Deus com as tradições humanas. Vocês estão esvaziando a Palavra de Deus, com essa preocupação exagerada com coisas externas”. Nossa! Essa lição que Jesus deu aos fariseus serve direitinho pra gente.



Guardando a mensagem

A preocupação dos fariseus com a pureza legal levava as pessoas a viverem uma religião de práticas externas, de ritos, deixando de lado coisas mais importantes da fé como o amor a Deus e ao próximo. Esse perigo de se ficar no ritualismo estéril é de toda religião. No cristianismo católico, também podemos incorrer nesse engano. As práticas externas nos ajudam a viver na fé e na comunhão com o Senhor nosso Deus. Mas, cuidemos para que elas não esvaziem a Palavra de Deus e acabem nos fazendo servidores apenas de tradições humanas.

Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mc 7, 6)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
encanta-nos Senhor, a liberdade com que anunciavas o Reino de Deus, sem aquela preocupação exagerada com os rituais de purificação que os fariseus tanto prezavam. Não estavas preocupado com o exterior, com o que se vê, com a aparência. O interno, o que está no coração, é isso que realmente tem valor. Senhor, nós vivemos, hoje, sob a ditadura da aparência. Em nosso mundo, importa mais a embalagem, o externo. Assim, é na roupa que se veste, no corpo que se quer ter, na idade que se disfarça, na foto sorridente das redes sociais. Importante é parecer que se está bem, vitorioso, feliz. Até na liturgia, chega essa preocupação excessiva com a exterioridade. Liberta-nos, Senhor, com o teu evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Os ritos são importantes pelo que eles representam, pela compreensão que está por trás deles. Se os ritos não forem sinais de algo mais profundo, eles se esvaziam. Lavar as mãos era um rito religioso no tempo de Jesus. Benzer-se é um rito religioso cristão. Benzer-se pode ter um grande significado ou pode ser apenas um gesto vazio e supersticioso. No seu caderno espiritual, responda: quando você se benze (traça a cruz sobre si mesmo), o que isso significa?

Comunicando

25 de fevereiro: anote essa data. Dia 25 de fevereiro é a data do show de lançamento do meu novo álbum musical. O show será no Teatro Boa Vista do Recife e poderá ser acompanhado presencialmente ou virtualmente. Os ingressos estão à venda no site http://www.sympla.com.br/ ou pelo nosso WhatsApp: 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Rezando pelos enfermos.




   05 de Fevereiro de 2024.   

Memória de Santa Águeda, virgem e mártir


   Evangelho.   


Mc 6,53-56

Naquele tempo, 53tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. 54Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava.
56E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.



   Meditação.   


Colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste (Mc 6, 56)

No clima da Semana Mundial do Enfermo, cuja jornada vamos celebrar domingo próximo, a palavra do evangelho de hoje nos fala da atenção de Jesus aos doentes. Jesus desembarcou com os discípulos em Genesaré, um povoado à beira do mar da Galileia e começou a percorrer aquela região. E logo se espalhou a notícia de sua presença. Mal Jesus chegava num lugar (um povoado, um sítio, uma cidade), chegava o povo com seus doentes, pedindo para tocar nele, nem que fosse na barra de sua veste. E os que tocavam nele ficavam bons.

Impressiona a quantidade de doentes citados nos evangelhos. No texto de hoje, eles são trazidos em seus leitos ou colocados nas praças, onde Jesus estivesse. E Jesus, cuja missão principal era anunciar a chegada do Reino, não parece se incomodar com tanto doente. Pelo contrário, mostra-se sempre atencioso, próximo, toca neles. Ficamos, assim, admirados com a bondade de Jesus, com sua paciência, com sua compaixão pelos sofredores.

E por que Jesus tem estes sentimentos? O Papa Francisco responde a essa pergunta em uma de suas mensagens para o Dia Mundial do Enfermo: porque Ele próprio se tornou frágil, experimentando o sofrimento humano e recebendo, por sua vez, alívio do Pai. Na verdade, só quem passa pessoalmente por esta experiência poderá ser de conforto para o outro.

Nós também nos damos conta da condição em que Jesus encontra o seu povo. E você sabe muito bem, quanto mais sofrimento e opressão, mais as pessoas adoecem. O povo da terra de Jesus estava vivendo debaixo de muitas tensões, seja pela violência e exploração da dominação romana e seus impostos, seja pelo clima interno de exigência das leis religiosas que asfixiavam o seu dia-a-dia.

Uma coisa que não podemos deixar de considerar é o significado da doença na vida humana. A doença expõe a nossa fragilidade. O ser humano que Deus criou, infelizmente, pega doença, e em muitos casos, aquele mal físico o leva a óbito. Como o povo da Bíblia e nós entendemos isso? Na fé, recordamos que, no começo, não foi assim. O pecado que entrou no mundo é que nos puxa para baixo. Depois da desobediência de Adão, o Senhor Deus sentenciou: “Lembra-te que és pó e em pó te hás de tornar”. O pecado introduziu a destruição. O pecado abriu as portas para a doença e a morte. São Paulo escreveu bem clarinho: “O salário do pecado é a morte”. Entendendo isso, entendemos os doentes do evangelho.

A pessoa não está doente porque pecou. Isso não. Perguntaram a Jesus, no episódio do cego de nascença, se foi o pecado dele ou dos pais que o levou à cegueira. Jesus explicou: nem de um, nem de outro. Estamos falando da condição de pecadores em que todos nos encontramos, como filhos de Adão, como membros da humanidade. Sendo assim, podemos já ir percebendo que a atenção de Jesus aos doentes tem a ver diretamente com a sua missão. Olha como João Batista o apresentou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O perdão dos pecados e a cura da doença estão muito próximos. Naquela cena do paralítico, Jesus perdoou os seus pecados. E depois o curou de sua paralisia.

Jesus encontrou a humanidade marcada pelo pecado. O pecado desfigura a imagem de Deus nas pessoas. Por isso, Jesus, no evangelho, está cercado de doentes de todo tipo, cegos, coxos, paralíticos, leprosos... Sua missão é restaurar, libertar, purificar. Veio para trazer vida abundante.





Guardando a mensagem

Todo o período de Jesus na Galileia, peregrinando pelo interior, pelas vilas e cidades, está marcado, no evangelho, pela presença de muitos doentes. As famílias levavam seus doentes e queriam que, pelo menos, eles pudessem tocar na sua veste. O grande número de doentes no povo de Jesus indica um grave quadro de sofrimento e opressão pelo qual estava passando. A doença é uma demonstração da fragilidade humana e é lida como resultado do desequilíbrio que entrou na criação com o pecado dos nossos primeiros pais. O pecado trouxe sofrimento e morte. Jesus é o vencedor do pecado, do mal e da morte. Como redentor da humanidade, é ele quem tira o pecado do mundo. Na cura dos doentes, já vemos a sua missão se realizando, como comunicação da vida e do perdão de Deus.

Colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste (Mc 6, 56)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
queremos te recomendar os nossos doentes, os que estão em nossas casas, os que se acham em hospitais e todos os que precisam de maior cuidado e atenção. Nós os colocamos sob a proteção da Virgem Maria, tua mãe, Saúde dos Enfermos. Que ela nos ajude a partilhar com espírito de diálogo e mútuo acolhimento; a viver como irmãos e irmãs, atentos às necessidades uns dos outros; a sermos solidários com coração generoso e a aprendermos do serviço voluntário de tantos irmãos e irmãs. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Atualize a lista de pessoas doentes de sua família e conhecidos seus pelos quais você vai rezar nessa Semana Mundial dos Enfermos.

Comunicando
 
No próximo domingo, 11 de fevereiro, ocorre a 32ª Jornada Mundial do Enfermo. Pela ocorrência desta data dedicada a N. Sra. de Lourdes, faço show no município de Frei Miguelinho, Pernambuco, na comunidade de Lavras. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Uma casa missionária.



   04 de fevereiro de 2024.   

5º Domingo do Tempo Comum


   Evangelho.   


Mc 1,29-39

Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. 30A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. 31E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.
32À tarde, depois do pôr do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. 33A cidade inteira se reuniu em frente da casa. 34Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.
35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. 36Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. 37Quando o encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”. 38Jesus respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”. 39E andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.


   Meditação.   


A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus (Mc 1, 30)

E chegamos ao 5º Domingo do Tempo Comum. O evangelho está em 
Mc 1,29-39. A cidade é Cafarnaum. Da sinagoga, Jesus vai para a casa. Na casa, cura a sogra de Simão que estava de cama. No terreiro da casa, faz o bem a muita gente doente e sofrida. E da casa sai para a missão em toda a região. ‘Casa’ nos lembra família. ‘Casa’ também nos remete à Igreja. Olhemos esse texto a partir da ‘casa’.

A casa de Simão é uma casa acolhedora de Jesus. A casa era de Simão e André, que eram irmãos. Como você lembra, a família era formada por todos os aparentados e quase sempre moravam juntos. No caso, encontramos a sogra de Simão morando ali também. E Jesus, quando voltou da Judeia, depois da prisão de João, ficou morando em Cafarnaum. E sempre que volta pra casa, volta pra esta casa de Simão. A casa de Simão é também a casa de Jesus. A casa da família de Simão é a casa que acolhe Jesus!

A casa de Simão é uma casa acolhedora do doente. As pessoas ali estão preocupadas com a mulher que está de cama, por isso comunicam isso a Jesus. Ele interessou-se por ela, foi vê-la e a ajudou a levantar-se, livrando-a da febre.
A casa de Simão é uma casa missionária, aberta à comunidade. À tardinha, o povo de Cafarnaum reuniu-se à porta da casa. E Jesus, ali mesmo no terreiro da casa, atende às pessoas, cura algumas, liberta outras.

A casa de Simão é uma casa missionária, aberta para o mundo. De casa, Jesus saiu, ainda escuro, para rezar num lugar deserto. Ali, em oração, tomou uma decisão: partir para outros lugares. A casa se transforma numa plataforma para o ministério de Jesus por todo o país.




Guardando a mensagem

A sua família, como a casa de Simão, é uma casa que acolhe Jesus. A sua pessoa, o seu evangelho têm um lugar especial em nossa vida de família, marcam o nosso modo de ser e de viver. A presença de Jesus fica clara quando a gente fala dele, quando a gente reza.

A sua família, como a casa de Simão, é uma casa acolhedora do doente. A família é o primeiro espaço de vivência de nossa fé. Ali aprendemos a amar as pessoas, a cuidar com carinho e respeito das crianças, dos doentes e dos idosos. Temos sempre diante de nós a atenção que Jesus teve com a sogra de Simão.

A sua família, como a casa de Simão, é uma casa missionária, aberta à comunidade. Contrariando as tendências de isolamento e anonimato, a casa dos cristãos se comunica com a vizinhança e se abre à comunidade cristã do seu lugar.
 Jesus continua fazendo o bem, a partir da porta de sua casa.

A sua família, como a casa de Simão, é uma casa missionária, enviando para o mundo. A família forma cidadãos conscientes para agir, com o fermento do evangelho, no mundo do trabalho, da cultura, da economia, da política, do lazer. A família é a plataforma de onde partem profissionais, cidadãos, pais de família, segundo o espírito do evangelho. A família é onde nascem as vocações apostólicas. É a primeira escola de formação de missionários leigos, consagrados e ordenados para levar o evangelho a toda criatura.

A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus (Mc 1, 30)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
nós te acolhemos em nossa casa. Queremos fazer como os discípulos de Emaús que te disseram: “Fica conosco, é tarde, a noite já vem”. Nós te acolhemos, em nossa casa, particularmente na pessoa do doente, do idoso, da criança. E queremos te apresentar as suas necessidades, para que os visites e os abençoes. Nós queremos que nossa casa seja missionária, aberta à comunidade e educadora de cidadãos e cristãos comprometidos em melhorar o mundo, para o bem de todos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Na casa dos cristãos, há muitos sinais que indicam que se trata de uma casa que acolhe Jesus. Por exemplo: Um crucifixo em lugar de destaque, um quadro do Coração de Jesus ou a Bíblia Sagrada em lugar especial. São apenas sinais. Mas, eles dizem: ‘essa casa, como a de Simão, é a casa de Jesus’.Na sua casa, há algum sinal de acolhida de Jesus e de sua comunidade?

Comunicando

Domingo é o Dia do Senhor. Os cristãos marcam esse dia com a participação na Santa Missa. É a nossa páscoa semanal com Jesus e sua comunidade.

Pe. João Carlos Ribeiro

Postagem em destaque

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