PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

O pescador que virou apóstolo.

  



   30 de novembro de 2023.  

Festa do apóstolo Santo André


   Evangelho   


Mt 4,18-22

Naquele tempo, 18quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 19Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. 20Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram. 21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou. 22Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram.

   Meditação.   


Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram (Mt 4,20)

Sendo hoje o Dia do Apóstolo Santo André, a Igreja nos abre o evangelho de Mateus para revisitarmos o seu primeiro encontro com Jesus. Ele e seu irmão Simão estavam pescando, quando foram surpreendidos pelo chamado do Mestre. Eles, que eram pescadores de peixe aprenderiam com Jesus a ser pescadores de gente. Um pouco mais adiante, Jesus chamou outros dois irmãos: Tiago e João. Estavam na barca, com o pai, consertando as redes.

É muito interessante que Jesus tenha escolhido seus primeiros discípulos, que depois se tornaram apóstolos, entre os que estavam trabalhando no mar da Galileia. O mar é uma representação judaica do mundo. E a pesca, uma forma de representar a atividade missionária. O primeiro pescador é Jesus que, no mar, pesca discípulos, por assim dizer. Jesus é assim o primeiro pescador. Chama/pesca seus primeiros discípulos no mar.

Esses quatro primeiros discípulos – André, Simão, Tiago e João - são como que representantes de todos nós discípulos e discípulas, igualmente chamados por Jesus. O Senhor nos encontra no mar do mundo e nos chama para o seu seguimento. Seguir Jesus altera o nosso modo de ser e de viver. Ele nos tira do mar, nos separa do mundo. O Papa Francisco, em sua homilia, na Capela da Casa Santa Marta, disse: “Abramos o coração com esperança e nos afastemos da paganização da vida”. Ele se referia exatamente a essa condição de termos sido chamados do mundo para viver na dinâmica do Reino de Deus. Mesmo sem sair do mundo, não lhe pertencemos mais. Não podemos continuar pensando e agindo mundanamente, pagãmente.

Nesta mesma cena do evangelho, está o modelo de resposta para todos os que forem chamados a ser discípulos de Jesus: deixar tudo e segui-lo. As duas duplas – André e Pedro; Tiago e João - responderam com a mesma generosidade: imediatamente deixaram tudo para seguir Jesus. Eles deixaram as redes, o barco e até o pai. Essa resposta pronta, generosa é um modelo para todos os convocados, para nós. É assim que temos que responder ao chamado de Cristo.

‘Sigam-me, eu farei de vocês pescadores de gente’, disse-lhes Jesus. Eles até poderão fazer a mesma coisa que faziam antes. Mas, de uma nova forma, com um novo objetivo. Lembrando que o mar representa o mundo, os discípulos ao se tornaram apóstolos, missionários, aprenderão a ser pescadores de gente no mar do mundo. O cristão é o discípulo, tirado do mundo para ser seguidor de Jesus. E, claro, voltará ao mundo, mas, agora, como pescador do Reino, como missionário.





Guardando a mensagem

Nesta cena do evangelho de hoje, está um modelo do chamado de todo discípulo. O Senhor nos chama do meio do mundo, da normalidade da vida. Não deixamos o mundo, mas o chamado nos faz viver e agir no mundo de outra forma, como sal e luz de Deus. Neste texto, também encontramos um modelo de resposta a este chamado: ‘deixaram tudo e o seguiram’. É assim que temos que responder ao convite de Jesus. Surpreendentemente, ele que nos separou do mundo, nos devolve ao mundo, como missionários, como apóstolos. De pescadores de peixe, nos tornamos pescadores do Reino.

Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram (Mt 4, 20)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
neste dia da festa do apóstolo André, o primeiro a ser chamado no mar da Galiléia, nós te agradecemos, divino pescador, por nos teres chamado ao teu seguimento. És tu que tomas a iniciativa, que dás o primeiro passo, que vens nos chamar. Tu nos disseste um dia: ‘não foram vocês que me escolheram. Fui eu que escolhi vocês’. Ajuda-nos, Senhor, com o teu Santo Espírito, a corresponder a esse divino chamamento. Nós te rendemos graças também porque nos envias permanentemente como teus missionários ao mundo. Continuamos a trabalhar, a constituir família, a viver como cidadãos, mas com uma nova qualidade, com a perspectiva do Reino do nosso Deus. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Aparecendo hoje uma boa ocasião, aconselhe alguém a responder com generosidade ao chamado que o Senhor lhe faz para segui-lo.

No comentário escrito, além do evangelho e da Meditação, deixei algumas informações sobre o apóstolo Santo André, irmão de Simão Pedro, inclusive porque, em sua imagem, ele é apresentado com duas traves de madeira. Leia tudo em meu blog: www.padrejoaocarlos.com. Para quem recebe a Meditação, é só seguir o link.

Comunicando

Como todas as quintas-feiras, às 11 horas, celebramos a Santa Missa na intenção dos associados, dos ouvintes, de todos os que acompanham a Meditação. Por favor, nos mande o seu pedido de oração e, podendo, acompanhe a celebração no meu Canal do Youtube ou pela Rádio Amanhecer.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




  O APÓSTOLO SANTO ANDRÉ.  


André e seu irmão Simão Pedro eram de Betsaida, uma cidade às margens do Mar da Galileia. Jesus os chamou para serem seus discípulos e, como ele, pescadores de homens. Depois da morte do Senhor, o apóstolo André pregou por muitos lugares na Ásia Menor. Por sua peregrinação anunciando o evangelho, é padroeiro da Romênia e da Rússia. Santo André é reconhecido como o fundador da Igreja em Constantinopla, sede do patriarcado. Como Pedro é o apóstolo de referência na Igreja Cristã Latina (a Igreja com sede em Roma), assim André é o apóstolo de referência da Igreja do Oriente (a Igreja Cristã Ortodoxa). Santo André foi martirizado, em Patros, na Acaia. Morreu crucificado numa cruz em forma de “X”. No tempo das cruzadas, no século XIII, os cruzados subtraíram relíquias do corpo de Santo André e de sua cruz e levaram para Roma. O Papa Paulo VI, em 1961, num gesto de reaproximação com a Igreja do Oriente, mandou tudo de volta. No dia de hoje, festa de Santo André, uma delegação da Igreja de Roma participa da festa do patriarcado de Constantinopla. O mesmo faz a Igreja de lá na festa de São Pedro, manda uma delegação participar da festa deste apóstolo, em Roma.

Perseverança e fidelidade na provação.


   29 de novembro de 2023   

Quarta-feira da 34ª Semana do Tempo Comum 

   Evangelho  


Lc 21,12-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” 

   Meditação  


Esta será a ocasião em que vocês vão testemunhar a sua fé (Lc 21, 13)
Estamos lendo o capítulo 21 de São Lucas. Jesus prepara os discípulos para os momentos de crise da caminhada e para a grande crise final que antecederá o seu retorno glorioso. Ainda ontem, o ouvimos falar de guerras, revoluções, terremotos, fome, pestes. E recolhemos três preciosos ensinamentos que ele deixou: não confiar em grandiosidades humanas, não nos deixar enganar pelos aproveitadores e não nos apavorar com os acontecimentos adversos.
No texto de hoje, lemos mais um trecho desse capítulo 21 de São Lucas. O tema é o da perseguição. Por causa de Jesus, por causa do seu evangelho, sofremos perseguições.  E de onde procedem essas perseguições? Jesus responde: Da sociedade (por meio de suas autoridades), de setores religiosos (representados na antiga sinagoga) e até da própria família (pais, irmãos, parentes e amigos).
E Jesus está narrando tudo isso não para nos amedrontar, mas para nos incentivar a permanecer serenos, perseverantes e fieis no meio das dificuldades que possam aparecer, sobretudo em tempos de perseguição. E perseguição sempre aconteceu. As primeiras comunidades cristãs, por exemplo,  atravessaram quase três séculos de ameaças, clandestinidade e martírios. Perseguição, na verdade, sempre houve em nossa história cristã, mesmo nos dias atuais. Basta lembrar Dom Oscar Romero, assassinado em El Salvador em 1980. E o grande número de países, em que, hoje, não há liberdade religiosa. E os ataques a templos cristãos no Oriente Médio, o massacre de comunidades cristãs em vários países e muitas atitudes de intolerância e violência acontecendo perto de nós também.
A perseguição por causa da fé em Cristo não está tão longe assim. Ela pode se manifestar nas redes sociais, nas rodas de conversa, no ambiente de trabalho, na sala de aula e até dentro de casa. Se você andar em dia com o mundo, ninguém vai censurar você. Agora, ande segundo o evangelho da verdade, da justiça, da fraternidade... Aí, não vão lhe faltar críticas, incompreensões, apelidos, xingamentos... e muito mais.
Diante da realidade da perseguição – a atual e a que pode vir – Jesus nos deixa, no evangelho de hoje, três orientações:
A primeira é o testemunho. Disse ele: “Essa será a ocasião em que vocês testemunharão a sua fé”.  O tempo de perseguição é o tempo do grande testemunho.
A segunda orientação é a confiança em Deus. Disse Jesus: “façam o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa”. O Senhor nos dará palavras acertadas com que calaremos o inimigo.
A terceira orientação é a perseverança. Disse Jesus: “É permanecendo firmes que vocês vão ganhar a vida”. Dom Helder deixou escrito: “É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca”. Disse tudo.


Guardando a mensagem
Nós seguidores de Jesus, como ele, em nosso caminho, encontramos muitas barreiras e até perseguições. Os mártires são exemplos para nós: eles resistiram e ficaram fiéis até o fim às suas convicções, ao evangelho de Jesus. Em meio às dificuldades, incompreensões e perseguições por causa de nossa fé, Jesus nos deixa três orientações: testemunho, confiança em Deus e perseverança.  Os momentos de crise ou mesmo de perseguição são tempos de purificação de nossa fé, de crescimento em fidelidade e fraternidade e de robustecimento da confiança no Senhor que jamais nos abandona.
Esta será a ocasião em que vocês vão testemunhar a sua fé (Lc 21, 13)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
dificuldades e problemas nos cercam. Fazem parte de nossa limitação humana e de nossa condição de pecadores. Por causa de nossa adesão ao evangelho, estamos expostos a incompreensão, comentários maldosos, difamações... Muitos irmãos, por causa da fé, chegam até a sofrer violência física e verbal. Dá-nos, Senhor, como nos indicaste para estas ocasiões, oferecer com destemor o nosso testemunho, navegando nessas tormentas com grande confiança em Deus e perseverando fielmente no bem e na verdade.
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Resistência, perseverança, fidelidade se alcançam com a graça de Deus acolhida na Oração, na leitura da Palavra, na recepção dos Sacramentos. Neste mês de novembro, o desafio foi ler o evangelho do dia, um hábito importante a ser incorporado na sua rotina diária. 

Comunicando

Em nossa live de hoje, no Canal Padre João Carlos do Youtube, vamos receber o novo bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Antonio Limacedo. É o programa Encontros das noites de quarta-feira. Começa às 20 horas. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Guerras e revoluções.



   28 de novembro de 2023.   

Terça-feira da 34ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho.  


Lc 21,5-11

Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” 8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. 10E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”.

   Meditação.   


Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados (Lc 21, 9)

O quadro descrito por Jesus é, no mínimo, preocupante. Jesus anuncia guerras, revoluções, terremotos, perseguições. E, ainda assim, nos tranquiliza.

A destruição do Templo de Jerusalém é uma representação de toda situação de crise. “Não ficará pedra sobre pedra”, disse Jesus a quem estava admirando a grandeza e a beleza do Templo de Herodes. Viria tudo abaixo. Coisa que não se poderia esperar, nunca. O Templo de Jerusalém não era só o símbolo da nação judaica, sede do Sinédrio, meta de peregrinações... Era a casa de Deus, onde ele recebia as oferendas e sacrifícios do seu povo, onde estava a arca com as tábuas da Lei, lugar de sua presença poderosa. Quarenta anos depois dessas palavras de Jesus, vieram os romanos e queimaram, saquearam, destruíram o Templo e a cidade. A crise atingiu todos os níveis: o desmantelamento das instituições, o desencanto com a fé, a dispersão do povo. A destruição do Templo de Jerusalém é o modelo de toda crise.

Crises, os discípulos e a comunidade enfrentariam, sempre. Então, Jesus descreveu três níveis de crise, que, na verdade, nunca faltaram na história: guerras, desastres naturais e perseguição. Guerras e revoluções, seguidas de fome e pestes. Cataclismos naturais como terremotos e outros. E perseguição e prisão dos discípulos, movidas até pelos próprios familiares.

Jesus não somente descreve as situações de crise, mas nos orienta como nos comportar nesses momentos. Assim, no evangelho de hoje, podemos recolher três dos seus ensinamentos.

O primeiro ensinamento é este: não confiar em grandiosidades humanas. O Templo de Jerusalém causava admiração por sua beleza, seu esplendor e sua riqueza. Jesus disse claro: não ficará pedra sobre pedra. E olha que ele, com certeza, falava assim com o coração partido. Como judeu piedoso, ele amava o Templo de Deus e o visitava regularmente como peregrino. Mas, tudo seria destruído, como de fato aconteceu quarenta anos mais tarde, na guerra entre judeus e romanos. Aqui nesse mundo, é em vão por a confiança em instituições humanas, por mais sólidas que elas pareçam. Elas passam, caducam, desmoronam. Por a confiança em Deus. Não confiar em grandiosidades humanas.

O segundo ensinamento é este: não se deixar enganar. Jesus alertou que muitos se apresentariam em seu nome. Não devemos segui-los. Sempre existiram falsos profetas e falsos pastores, que se aproveitam da credulidade dos ingênuos ou do medo dos fracos. Seguir Jesus, não se deixar enganar pelos falsos profetas.

O terceiro ensinamento é este: não se apavorar. São sinais, não é o fim ainda. De fato, basta pensar nas guerras mundiais, que fim-de-mundo não foram... Na hora das crises, manter a calma, a serenidade, não se apavorar; manter a tranquilidade de quem se sabe orientado e assistido por Deus, mesmo no meio das tormentas.




Guardando a mensagem

Crises existem. Crises, nós vivemos hoje, em vários níveis, na família, na Igreja, na sociedade. Há sempre crises na história, situações difíceis, guerras, fome, terremotos... Não é de agora que isso acontece. Jesus, no evangelho de hoje, está nos deixando orientações preciosas para as horas de crise: não se fiar em grandiosidade, nem se deixar enganar por falsos profetas e manter sempre a calma. Em horas de crise, aparece todo tipo de falsos profetas e videntes sem noção. A orientação de Jesus: não se deixar levar por eles. Confiemos em Deus que assiste e conduz sua Igreja por meio dos nossos pastores. Amemos e confiemos em sua liderança. O Senhor continua a nos instruir e orientar por sua santa Palavra. Busquemos e pratiquemos a Palavra do Senhor, que a Tradição Apostólica nos oferece como alimento e luz para nossa caminhada.

Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados (Lc 21, 9)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o medo pode nos paralisar e nos fazer ver o mundo com pessimismo. Só a serenidade de quem se sente amado e protegido por Deus nos liberta para agir e transformar a realidade. Tens razão, Senhor, a exagerada confiança na grandiosidade e no poderio das instituições humanas, na ciência, na tecnologia podem nos levar a dispensar a confiança em Deus. É assim que o Templo toma o lugar de Deus. Dá-nos, Senhor, a graça de pôr nossa confiança unicamente em Deus, de seguir-te como nosso único Mestre e de permanecer serenos nas dificuldades e crises desta vida. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

As guerras, especialmente na Ucrânia e na Terra Santa, nos preocupam. As catástrofes provocadas pelo aquecimento global nos aterrorizam. A palavra de Jesus nos tranquiliza, nos orienta, não nos quer alheios aos problemas, acomodados ou alienados da realidade. O Papa Francisco, neste sentido, tem indicado à humanidade dois caminhos: cuidar da casa comum, do planeta, salvá-lo da degradação e trabalhar pela fraternidade, construindo paz e solidariedade em favor de nossa única humanidade.

Comunicando

A gravação do meu novo DVD está marcado para o dia 16 de dezembro, em Brasília, no Santuário Dom Bosco, às 10 da manhã. Quem pretende participar, se ainda não o fez, me avise por favor, colocando seu nome no formulário enviado ou nos informando pelo whatsapp 81 3224-9284. 


Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A lição da viúva pobre.




   27 de novembro de 2023.   

Segunda-feira da 34ª Semana do Tempo Comum

   Evangelho.   


Lc 21,1-4

Naquele tempo, 1Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3Diante disso, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.

   Meditação.   


Em verdade lhes digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos (Lc 21, 3).

Quando eu trabalhei nas comunidades de Caetés, área metropolitana do Recife, junto a outros irmãos salesianos, num certo período, trabalhamos muito para a construção da igreja da área mais central. Nós e o povo das comunidades fizemos muitas campanhas para levantar recursos. 

Uma das campanhas era sairmos pelas ruas, todas as tardes, com uma carroça puxada por um Jeep antigo, com uma comissão, angariando donativos. Iam os padres disponíveis, as senhoras, alguns homens e muitas crianças. Um alto-falante no jeep anunciava o objetivo da campanha: “a comunidade católica está construindo sua igreja e vem pedir a sua ajuda”. Tudo era bem-vindo: roupas usadas para o bazar, alimentos para a barraquinha solidária, sobras de reforma das casas (areia, cimento, tijolos), dinheiro - claro! -, mas, se nada tivesse o morador, valia também os recicláveis (ferro, vidro, garrafas peti,…). No final da tarde, voltávamos com a carroça cheia de trecos. O resultado financeiro era pouco, mas a  mobilização da comunidade valia muito a pena.

Mesmo os evangélicos, ao menos muitos deles, também participavam da campanha, tocados pelo espírito de alegria daquela trupe missionária. Numa das vezes, em uma rua de embriões - embriões são as casas sem quarto - batemos à porta de um morador que parecia não ter o que oferecer. Ele olhou ‘prum’ lado, olhou pro outro e não achou com que participar da campanha. Entrou e saiu de casa, procurando qualquer coisa, mas não achou nada. Já íamos desconversando e saindo, para evitar maior constrangimento ao pobre homem, ainda jovem, quando ele teve uma ideia. Pegou uma escada na casa do vizinho e alcançou o telhado. Tirou 3 telhas do seu telhado e nos entregou. A criançada fez festa e levou as telhas pra carroça. Eu agradeci, emocionado, quase sem palavras.

Quando me lembro desse fato, vem-me logo à mente a história da viúva que Jesus viu depositando as suas duas únicas moedas no tesouro do templo. Ela deu do que lhe faria falta, como se estivesse entregando-se a si mesma. Como disse Jesus: foi a maior doação entregue. Os ricos, a quem ele também viu doando grandes somas, deram do que lhes estava sobrando. Mas ela deu tudo o que tinha.


Veja bem, dando as duas moedas que lhe fariam falta, ela deu algo de si mesma. As duas moedas a ajudariam em alguma coisa, um pão, um pouco de leite, quem sabe... Não deu do que lhe estava sobrando. Propriamente, não deu coisas fora de si. Empenhou-se a si mesma nesta oferta. O morador também ofereceu algo que lhe faria falta: deixou a biqueira de sua casa com uma falha. Deu algo de si mesmo. Foi uma oferta muito preciosa, aos olhos de Deus e aos olhos da comunidade.

Os ricos que depositaram muito dinheiro no cofre do Templo, ofereceram muita coisa, mas não ofereceram nada de si, compreende? Nada daquilo representava mesmo algo de si mesmos. Aquele dinheiro todo não lhes faria falta, era coisa que já estava sobrando. Jesus podia até elogiá-los reconhecendo que tinham sido generosos. Mas, não. Não estavam implicados na oferta. A viúva, ah essa sim, fez a maior oferta. Deu de sua própria vida, tirou do seu próprio sustento. Sacrificou-se ao dar. Na verdade, a sua oferta era ela mesma.




Guardando a mensagem

No gesto de dar uma oferta no Templo, a viúva pobre não deu apenas algo fora de si, que não a empenhava, nem a implicava. Especialmente, entregou-se a si mesma, deu-se na sua pobreza e na sua necessidade. E o que é que a viúva tem com você? É fácil: na sua relação com a Igreja, espera-se que você não dê apenas coisas, exteriormente. O evangelho da viúva indica que você precisa entregar-se a si mesmo, a si mesma. Isso vale para toda a sua vida cristã: a sua vida de oração, a missa do domingo, a caridade para com os pobres, o dízimo... O compromisso do dízimo é importante, mas só vale mesmo se você for a oferta principal, não o seu dinheiro. O que você faz ou dá não é o mais importante. Só é importante se sua vida estiver sendo oferecida e entregue no sinal da oferenda.

Em verdade lhes digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos (Lc 21, 3).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
temos que reconhecer que nosso dízimo e nossas ofertas na Igreja estão muito longe do sentimento de entrega da viúva. Ela propriamente se deu em oferta, oferecendo o que lhe faria falta. A nossa oferta deveria representar a oferta de nós mesmos a Deus, mas quase sempre são apenas esmolas e migalhas que representam apenas o nosso pouco compromisso com a Igreja e com a sua missão. Converte-nos, Senhor. Dá-nos o coração da viúva pobre que a si mesmo se ofereceu em sua oferta. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Vale repetir o que já foi dito: O que você faz ou dá não é o mais importante. Só é importante se sua vida estiver sendo oferecida e entregue naquilo que você faz ou que oferece.

Comunicando

Novembro está quase terminando. Nos próximos dias, vamos fazer a avaliação do desafio do mês: saber se você conseguiu ler o evangelho do dia, o evangelho que aqui procuramos meditar. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A matéria que vai cair no juízo final.




   26 de novembro de 2023.   

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Rei do Universo

Dia Nacional dos Leigos e das Leigas


   Evangelho   


Mt 25,31-46

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’.
37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’
40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’
41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’.
44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo: todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.


   Meditação. 


Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).

O grande domingo do ano, você sabe, é o Domingo da Páscoa, o da ressurreição de Jesus. E a cada domingo, celebramos o dia do Senhor, em sintonia com a sua páscoa. Neste último domingo do ano litúrgico, proclamamos que Jesus é Rei do Universo, Senhor de todos nós. E voltamos a escutar suas palavras a respeito do que fará como rei, no final da história.

Para o povo da Bíblia, Deus é o pastor. Nós somos o rebanho dele. Os reis em Israel deviam desempenhar a tarefa de cuidar do rebanho de Deus, por isso eram chamados de pastores. Decepcionado com os maus pastores que se sucederam em Israel, o próprio Deus tinha anunciado que ele mesmo viria pastorear o seu povo, reunindo as ovelhas dispersas e exercendo o julgamento sobre elas. O rei tinha também a função judiciária, julgava as causas. É o que está descrito no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 34. Jesus, no evangelho, se apresentou claramente como o pastor que veio cuidar do rebanho de Deus. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas.

No evangelho de Mateus, capítulo 25, Jesus fala de si mesmo como o rei pastor que, no final da história, reúne todos os povos, separando as ovelhas dos cabritos. O rei pastor chega com toda a sua glória, acompanhado dos anjos, e se senta no seu trono para julgar. É o julgamento final. As ovelhas irão para a vida eterna, os cabritos irão para o castigo eterno.

O critério do juízo é muito simples e prático: você ter demonstrado amor por Jesus, servindo aos necessitados, mesmo sem se dar conta que era a Jesus que estava servindo. Só isso. Se você amou a Jesus, você tem acesso ao reino preparado pelo Pai desde que o mundo começou. Venham benditos do meu pai! Se não amou Jesus nos irmãos sofredores, o final é triste. Afastem-se de mim, malditos!

Jesus faz uma lista  de  seis tipos de necessitados: o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o preso. É uma lista simbólica de todos os sofredores. E a lista se repete quatro vezes nesse texto do evangelho. Estranhamente, não é uma lista de sete, como se podia esperar, para expressar uma obra perfeita. Acho que é muito simples: o sétimo é Jesus.

Então, a matéria que vai cair no exame final da história é o amor concreto aos que Jesus chamou de ‘pequeninos’. O que nos vai ser cobrado é o amor demonstrado a esses irmãos e irmãs. Mas, por que será que é esse ponto que nos será cobrado? Claro, a primeira razão é porque tudo está resumido no amor a Deus e ao próximo. Mas, talvez haja ainda outra razão. Poderia ser o fato de estarmos fazendo ou não como Jesus fez.

Nesse sentido, Jesus não é apenas rei porque vem no fim de tudo julgar todas as nações. Quando estava entre nós, ele já era rei. Claro, não um rei como Herodes ou outros poderosos. Ele não é rei pra mandar, ele é rei para servir. E entre nós, ele esteve servindo. Não lembra que ele chegou até a lavar os pés dos discípulos?! Jesus já estava reinando entre nós, porque estava servindo.

Como bom pastor, ele estava cuidando de suas ovelhas. Alimentou os famintos. Basta lembrar a multiplicação dos pães. Ele mesmo estava com sede e pediu água à samaritana no poço de Jacó, embora a sede pra valer fosse a dela. Ele acolheu os estrangeiros, atendendo os seus pedidos, como no caso do centurião de Cafarnaum e o da Cananeia.  Cuidou dos doentes. Basta lembrar os leprosos, os cegos, os paralíticos curados por ele. Na paixão e na cruz, foi bom companheiro de prisioneiros também. Na cruz, também lhe deixaram sem roupas, ele que tinha recomendado que se devolvesse o manto de um pobre, no caso de penhora. Ele reinou entre nós, servindo os mais humildes e sofredores. Então, a avaliação é se nós fizemos como Jesus, servindo os necessitados.




Guardando a mensagem

Celebramos hoje Jesus, como rei do Universo. Ele já reinava quando estava entre nós, não no sentido de ser um poderoso, mas no sentido de estar a serviço dos irmãos, sobretudo dos pobres e sofredores. No julgamento final, se verá se nós fizemos como ele, se nós o imitamos no serviço aos outros. Ao servir os pequeninos, estamos imitando Jesus e mostrando nosso amor por ele.

Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ajudar os pobres até que ajudamos. Somos todos sensíveis às campanhas de solidariedade, à esmola, ao socorro aos humilhados neste mundo. Ajudar os pobres não é tão difícil. Amar os pobres, como tu o fizeste, aí já é mais difícil. Difícil, porque amar é reconhecer a grandeza daquela pessoa desfigurada pela doença, pela droga, pelo desamparo; porque amar é engajamento na conquista dos seus direitos, no compromisso cidadão por uma sociedade justa e sem violência. Amar é comprometer-se com o seu semelhante, é entrar na comunhão com ele. Aí é bem mais difícil. Dá-nos, Senhor, que passemos de “ajudar os pobres” a “amar os pobres”. Que a nossa preocupação com as guerras e com a violência ao nosso redor se expresse na oração comprometida com a paz, na preocupação com todas as vítimas da violência de qualquer lado dos conflitos, no cultivo do amor não do ódio, na solidariedade que estiver ao nosso alcance para minimizar o sofrimento de quem encontrarmos em nosso caminho. Que sirvamos os humildes e sofredores como tu os amaste e serviste. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Lembro o desafio deste mês de novembro: ler o evangelho do dia. Isso vale ainda mais para o domingo, o dia em que paramos para honrar o nosso Deus com a oração, o descanso e o fortalecimento dos laços de família. 

Comunicando

Hoje, presido a Santa Missa de encerramento da festa do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da paróquia dos salesianos, em Juazeiro do Norte, no Ceará. 

Pe. João Carlos Ribeiro


Não olhe só pra baixo, olhe pra cima, também!


   25 de novembro de 2023.   

Sábado da 33ª Semana do Tempo Comum

   Evangelho.   


Lc 20,27-40

Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.

34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.

37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. 39Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. 40E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.


   Meditação.   


Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele (Lc 20, 38) 

Um grupo de saduceus traz uma questão a Jesus, como se fazia nos debates dos rabinos. Até chamam Jesus de ‘Mestre’. Os saduceus eram uma espécie de partido religioso, com forte influência no Sinédrio. O Sinédrio era um plenário das lideranças do povo de Israel. Quem era saduceu? Saduceus eram os sumos-sacerdotes, escribas e os anciãos, representantes da aristocracia rural que faziam parte do Sinédrio. Os saduceus discordavam dos fariseus em vários pontos. Um deles era a ressurreição dos mortos. Para eles -  gente rica e preocupada com a manutenção de sua condição social -  a vida termina por aqui mesmo.

Trazem, então, uma questão, que com certeza, já tinham debatido com os fariseus. A Lei do Levirato do tempo de Moisés mandava o irmão se casar com a cunhada viúva, no caso de ela não ter filhos, isso para garantir a propriedade dos bens do falecido, uma vez que a mulher não tinha direito de posse. Mas isso, claro, não impedia de esse irmão ter sua família. No caso inventado pelos saduceus, um irmão morreu, o outro teve de se casar com a cunhada viúva. Morreu também esse, e lá foi o outro se casar com ela. Afinal, a mulher terminou se casando com os sete irmãos – olha que história! Se existir outra vida, pensavam, vai ser uma confusão: de quem essa mulher vai ser esposa? Isso prova, pensavam eles, que não existe outra vida depois da morte, não tem ressurreição coisa nenhuma.

Jesus explicou duas coisas: 1ª – Deus é Deus dos vivos. Há ressurreição, sim senhor. 2ª – Na ressurreição, não tem mais casamento. Estamos todos na casa do Pai, como irmãos.

Jesus foi explicando.... No episódio da sarça ardente, Deus falou com Moisés e se apresentou: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó”. Ele não disse: eu fui o Deus de Abraão, não, ele disse “eu sou o Deus de Abraão”. Então, Abraão está vivo, embora tenha morrido há séculos. Deus é o Deus de Isaac, é o Deus de Jacó. Não foi o Deus deles quando eles estavam na terra. Eles estão vivos com Deus. Deus é o Senhor deles, o seu Deus. Então, existe ressurreição. Foi o que Jesus concluiu: “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos”.



Guardando a mensagem

Para aquela gente materialista (os saduceus), Jesus deu uma grande lição. A vida futura não é uma simples continuação da atual. É uma nova forma de viver, uma condição perfeita de existir. E é para esta vida em Deus que nos preparamos aqui. É para lá que nós estamos indo, se estivermos marchando no caminho certo. Então, é o caso de orientarmos nossa existência atual na direção da eternidade.

Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele (Lc 20, 38)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
concede-nos, viver esta nossa vida humana como uma graça preciosa que de Deus recebemos. Não nos permitas que nos fixemos apenas nas coisas que a nossa vista alcança, pois os verdadeiros bens ainda estão por vir. Vivendo, estamos apenas a caminho da vida verdadeira e plena que concedes aos que crêem. A nossa verdadeira casa é a tua, a casa do teu Pai, pela qual já ansiamos de coração inquieto. Dá-nos, Senhor, que não nos apeguemos demais às coisas dessa terra, pois nosso verdadeiro lar é contigo, por toda a eternidade, como filhos do único Deus e Pai, na grande festa do teu amor. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.


Vivendo a palavra

Amanhã é o domingo de Cristo Rei, último domingo do ano litúrgico. No outro domingo, já estaremos no tempo do advento, nos preparando para o natal. Hoje, programe-se para não faltar à Missa de amanhã, o Domingo de Cristo Rei.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A purificação da Casa de Deus.




   24 de novembro de 2023.   

Memória de Santo André Dung-Lac, presbítero
 e companheiros mártires

  Evangelho  


Lc 19,45-48

Naquele tempo, 45Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. 46E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 47Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. 48Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

   Meditação.   


Jesus disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’ (Lc 19, 46)

Jesus expulsou os vendedores. Mas, os vendedores eram apenas funcionários de quem comandava o Templo. No evangelho de hoje são nomeados os que queriam matar Jesus: os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo (os anciãos). Eram esses que controlavam o Templo; eles é que eram os donos do comércio de animais para o sacrifício e do câmbio de moedas. Eram esses que se beneficiavam daquele dito “sacro comércio”.

E porque se fazia aquele comércio no Templo? Bom, os animais – bois, ovelhas e aves – serviam para os sacrifícios em honra de Deus. E o câmbio era porque o Templo tinha a própria moeda. E, quem chegasse com “dinheiro do mundo”, deveria trocá-lo pela moeda do Templo, para poder fazer sua oferta e comprar os animais para o sacrifício. Assim, na mentalidade deles, as coisas santas não seriam contaminadas com coisas impuras, como dinheiro estrangeiro.

Olha o que Jesus disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vocês fizeram dela um antro de ladrões”. Por que Jesus disse isso? Quem eram os ladrões: os vendedores ou os donos daquele comércio? Bem, aquele grupo que estava na liderança do Templo estava mais interessado na busca dos seus próprios interesses do que na glória de Deus. O Templo de Deus devia ser a casa do povo de Deus. Mas, se tornara coisa deles. Digamos assim, que, em certa medida, eles sequestraram a casa do povo de Deus, fazendo dela uma propriedade sua, um modo de ganhar dinheiro e de manter o seu poder. Aquele estilo de religião tinha roubado o Templo do seu povo.

Mas, há ainda outra razão pela qual Jesus disse que eles tinham transformado o Templo num antro de ladrões. A vocação daquele grande Templo da nação judaica era ser casa de oração, casa de encontro com Deus. Pela oração, os filhos se reuniam com o seu pai, recordavam as grandes obras de Deus em seu favor, a começar pela libertação do poder do Faraó, da entrada na terra da promessa vencendo os reis cananeus. A casa era um testemunho de toda a história da salvação desse povo. Uma casa de oração, de memória, de exaltação da glória do Deus fiel. Mas, Jesus disse que o transformaram num antro de ladrões. E o que será que esses ladrões estavam roubando? Eles transformaram o relacionamento do povo com Deus numa relação comercial. Parecia que os fiéis, com suas oferendas e sacrifícios, estavam comprando a benevolência de Deus, o seu perdão, a sua bênção. Aquele estilo de religião tinha roubado Deus do seu povo.




Guardando a mensagem

Os dirigentes do Templo eram representantes de grupos muito poderosos e influentes no país. Jesus denunciou que eles tinham feito da Casa de Deus um antro de ladrões. Ladrões eram eles, porque estavam tirando o Templo do próprio povo de Deus; e estavam transformando o relacionamento com Deus num balcão de negócios, tirando Deus do seu povo. Que coisa preciosa é a religião! Que coisa santa é um Templo! Mas, todo cuidado é pouco para que não se transforme a religião em mais uma fonte de exploração e de opressão, e, o pior, em nome de Deus.

Jesus disse: Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’ (Lc 19, 46)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
tua ação no Templo de Jerusalém, expulsando os vendedores e denunciando os ladrões, valeu como uma purificação da religião de Israel e de toda religião. Temos que tomar cuidado para que a religião não se torne uma fonte de exploração, de enriquecimento e de controle das pessoas por gente poderosa e interesseira. Contigo aprendemos que a religião que praticamos em nossos Templos deve nos ajudar a viver em fraternidade, na comunhão com o Senhor nosso Deus e Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Todo mundo tem a sua paróquia, uma comunidade eclesial à qual pertence e onde vive e celebra a fé. Em geral, é a que está mais perto da própria casa. No seu caderno espiritual, escreva o nome de sua paróquia, o nome do seu padroeiro ou padroeira e o nome do pároco.

Comunicando

Enviamos uma carta de final de ano a todos os associados da AMA: uma carta para agradecer a cada um, a cada uma por seu compromisso com a missão e para agradecer a Deus todas as realizações deste ano. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Jesus chorou de emoção e tristeza.

 




   23 de novembro de 2023.   

Dia Nacional de Ação de Graças 

   Evangelho.  


Lc 19,41-44

Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

   Meditação.   


Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Você já esteve em Aparecida? Quando se avista, ainda longe, a cúpula do Santuário Nacional, vem um aperto no peito, uma emoção que leva o peregrino às lágrimas. Acontece o mesmo quando você vai chegando a Juazeiro do Norte ou à Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O povo de Deus amava a cidade santa de Jerusalém. Os salmos falam disso: “se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que minha língua se cole na minha boca”. Em cada romaria, chegavam à cidade santa milhares de pessoas do país e de fora. Jesus mesmo, desde os 12 anos, participava anualmente de peregrinações à cidade santa.

A cidade estava construída sobre o Monte Sião. De longe, ela era vista toda cercada de uma grande muralha, com seus portões altos, belos palacetes e o grande Templo de Deus. Quando o peregrino vinha chegando, ao ver no horizonte a bela cidade de Davi, ficava emocionado. Estava chegando à Cidade de Deus, à casa da grande família do povo da aliança.

No evangelho de hoje, Jesus vinha chegando, como peregrino, com seus discípulos, depois de muitos dias de viagem a pé. Estavam chegando para a festa da páscoa. Quando Jesus avistou a cidade, ficou emocionado, começou a chorar. A primeira razão das lágrimas do nosso Mestre, com certeza, foi a emoção de estar chegando à cidade santa, por tudo que ela representava afetivamente para um judeu piedoso como ele.

Mas, havia uma segunda razão para aquela emoção tão forte. Olha o que ele disse: “Se tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!”. É que aquela cidade, representação do próprio povo de Deus, não o tinha reconhecido como o enviado do Pai. Apesar de todo o seu trabalho profético, por todo o país, Jerusalém continuava agressiva e impenitente. Estava, na verdade, armando-se para entregá-lo aos estrangeiros romanos e para exigir a sua condenação como malfeitor. Que pena, que chance estava perdendo, não reconhecendo a visita que estava recebendo!

Mas, há uma terceira razão para as lágrimas do Senhor. Ele sofre no coração porque enxerga mais: Jerusalém vai ficar entregue ao seu pecado. A consequência disso será a destruição, que em breve aconteceria pelas armas dos romanos. Não ficaria pedra sobre pedra. Jesus se entristece, se emociona, chora. Os discípulos ouviram o lamento dele: “Não conheceste o tempo em que foste visitada”.

Eu tenho certeza que Deus não nos mandou a pandemia do coronavírus, nem o aquecimento global, nem as guerras. Mas, quem sabe se esses eventos não estejam sinalizando a destruição que o pecado gera no mundo, pelo modelo predador com que nos relacionamos com o meio ambiente, a arrogância com que manipulamos a vida humana e a indiferença com que tratamos os nossos semelhantes?!. Rezemos para que a humanidade chegue a conhecer Jesus, amá-lo e segui-lo. Só ele é o caminho, a verdade, a vida.




Guardando a mensagem

A cidade de Jerusalém não acolheu Jesus, não reconheceu o dia que Deus marcou para o seu encontro com o Messias. Jerusalém pode ser também uma representação de sua própria vida, de sua família, de sua comunidade. Hoje, o Senhor nos visita, porque hoje é o dia salvação. Faça como Zaqueu, abra as portas de sua casa e de sua vida para receber Jesus. Não faça como Jerusalém, que fechou as portas para ele, que o perseguiu e o executou fora da cidade. O fim de Jerusalém é o fim de qualquer pessoa, família ou comunidade que perca a grande chance de acolher Jesus, de se converter, de abrir seu coração para o Reino. O que o fechamento para Deus, o pecado, realmente produz é a destruição.

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
estavas chegando, a pé, à cidade santa, depois de muitos dias de viagem, em que além da distância, estavas cuidando da formação dos teus discípulos. Sentiste o coração apertado ao avistar Jerusalém, que aprendeste a amar como judeu piedoso que eras. A tua emoção de peregrino se misturou com a tristeza do fechamento do teu povo à tua presença de enviado do Pai. Antevias, com aflição, os dias da tragédia da destruição da cidade santa pelos exércitos romanos. Senhor, que nossas famílias e nossa sociedade não se fechem à tua presença ou fiquem indiferentes à pregação do teu Evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Pais e mães de família também choram por seus filhos, ao anteverem as consequências de atitudes impensadas, irresponsáveis ou temerárias. Se um dia você passar por isso, lembre de unir-se ainda mais a Jesus, que chorou de tristeza ao perceber o rumo que as coisas tomariam para a cidade santa que fechou-se ao projeto de Deus.

Comunicando

Hoje, você tem um motivo a mais para estar conosco na celebração da Santa Missa das 11 horas: o Dia Nacional de Ação de Graças. Você pode nos acompanhar pela Rádio Amanhecer (no seu celular) ou pelo nosso Canal do Youtube. Nas intenções para a missa, só ponha agradecimentos. Hoje não é dia de pedir. Hoje é dia de agradecer. Por falar nisso, muito obrigado por você estar acompanhando a Meditação todos os dias e por compartilhá-la com os seus contatos. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Hora de confiar, ousar, empreender.



   22 de novembro de 2023   

Quarta-feira da 33ª Semana do Tempo Comum


   Evangelho   


Lc 19,11-28

Naquele tempo, 11Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo. 12Então Jesus disse:
“Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. 13Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um e disse: ‘Procurai negociar até que eu volte’. 14Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: ‘Nós não queremos que esse homem reine sobre nós’. 15Mas o homem foi coroado rei e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto cada um havia lucrado.
16O primeiro chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais’. 17O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades’. 18O segundo chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais’. 19O homem disse também a este: ‘Recebe tu também o governo de cinco cidades’. 20Chegou o outro empregado e disse: ‘Senhor, aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço, 21pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste’.
22O homem disse: ‘Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. 23Então, por que tu não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros’. 24Depois disse aos que estavam aí presentes: ‘Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil’. 25Os presentes disseram: ‘Senhor, esse já tem mil moedas!’ 26Ele respondeu: ‘Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. 27E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente’”. 28Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.

   Meditação.  


Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um e disse: ‘Procurem negociar até que eu volte’ (Lc 19, 13).

Você já ouviu a parábola dos talentos. O patrão entregou cinco talentos a um, dois a outro e um talento a um terceiro. Na volta de sua viagem, cada um prestou contas. O terceiro tinha enterrado o dinheiro e não tinha lucrado nada. Lembra dessa parábola? A parábola contada no evangelho de São Lucas, é parecida com esta, mas tem algumas diferenças.

Na parábola de hoje, o patrão dá uma mesma quantia a cada um. Cada um recebeu 100 moedas de prata (o que equivale a uma mina). Um dos servos lucrou dez vezes mais. Outro lucrou cinco vezes mais. E o terceiro guardou o dinheiro no lenço, amarrou-o bem e devolveu tal e qual no dia da prestação de contas. Claro, o patrão não gostou nada disso.

Vamos recolher algumas lições:

A primeira lição que podemos tirar é sobre a volta do Senhor: enquanto o aguardamos, é tempo de trabalho e realização. Jesus é o senhor da história que foi ser coroado no exterior. Enquanto ele não volta, é tempo de trabalho, de compromisso. Cada um tem seus dons, suas capacidades, suas oportunidades e os deve colocar a serviço da vida, da fraternidade, da missão da Igreja. Uns podem conseguir mais, outro menos. Mas, todos podem contribuir, pois para isso receberam recursos (as moedas de prata). Enquanto o senhor não chega, é preciso trabalhar e muito.

A segunda lição é sobre a prestação de contas: todos prestaremos contas do que conseguirmos realizar com os dons que ele nos deu para administrar. Chegará o dia da avaliação, do balanço do que se conseguiu com os recursos que ele nos deixou. Será muito ruim se a gente se apresentar de mãos vazias, com a desculpa de ter tido medo do nível de exigência dele ou qualquer outra desculpa esfarrapada. Nessa parábola, todos receberam por igual -100 moedas de prata - embora tenham conseguido resultados diferentes. Todos serão cobrados.

A terceira lição é sobre o julgamento dos que trabalharam contra. Na história do evangelho de hoje, alguns fizeram forte oposição para que o senhor não fosse coroado rei. Mandaram até uma embaixada ao estrangeiro, tentando impedir a sua coroação. Mas, afinal o senhor voltou coroado rei. Jesus está falando de si mesmo. É ele que, depois de sua paixão e morte, voltou glorioso ao terceiro dia e retornará no final dos tempos como juiz dos vivos e dos mortos. Infelizmente, há também hoje muitas forças opondo-se à Igreja e ao Senhor Jesus. Eles também prestarão contas do que fizeram para impedir ou cercear o reinado de Cristo.




Guardando a mensagem

Nós somos os empregados que receberam os recursos para negociar e multiplicá-los. Com os dons que o Senhor nos confia, podemos contribuir para que tudo melhore ao nosso redor: a família, a comunidade, a escola, o bairro, o mundo... Não foram poucos os recursos que Deus nos deu: consciência, inteligência, saúde, família, amigos, oportunidades... E esses dons materiais e sociais são pequenos diante dos bens espirituais que ele nos concede: a fé, a esperança, a intercessão da Virgem Maria e dos santos, a Palavra, a Eucaristia... Não podemos apenas conservar esses dons num lenço ou mesmo enterrá-los. Temos que nos empenhar, como servos bons e fiéis, para que haja crescimento, para que apareçam frutos, para que tudo melhore ao nosso redor, para felicidade nossa, para o bem dos que nos cercam e para a glória do nosso Senhor e Deus.

Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um e disse: ‘Procurem negociar até que eu volte’. (Lc 19, 13)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
sabemos que são teus os bens que estamos administrando e que deles vamos prestar contas. Sabemos que esta é a hora de empenho, de trabalho, de compromisso. Hora de confiar, de ousar e empreender. Queremos ouvir, no final, a tua aprovação: “Muito bem, servo bom”. Senhor, cuida hoje daqueles que estão se julgando inúteis e fracassados. Eles estão guardando num lenço os dons que receberam para construir o bem para si e para os outros. Senhor, enquanto aguardamos a tua chegada, ou a tua chamada, é tempo de crescimento, de superação, de conquista. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Você já tem o seu caderno de anotações, o seu diário espiritual? Então, está na hora de conseguir um. Qualquer caderno serve para suas anotações espirituais. A dica de hoje é essa: no seu caderno, copie esse versículo do evangelho de hoje: Lucas 19, 17.

Comunicando

Com o início do Tempo do Advento (dia 03 de dezembro), vai entrar em uso a nova edição do Missal Romano, o livro que usamos na celebração da Santa Missa. Na live semanal do Youtube (Programa Encontros), vamos falar sobre isso (quais são as novidades na nova versão do Missal). É hoje, à noite. O programa começa às 20 horas. É só procurar o Canal Padre João Carlos no Youtube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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