PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: rejeição
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Jesus chorou de emoção e tristeza.

 




   23 de novembro de 2023.   

Dia Nacional de Ação de Graças 

   Evangelho.  


Lc 19,41-44

Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

   Meditação.   


Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Você já esteve em Aparecida? Quando se avista, ainda longe, a cúpula do Santuário Nacional, vem um aperto no peito, uma emoção que leva o peregrino às lágrimas. Acontece o mesmo quando você vai chegando a Juazeiro do Norte ou à Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O povo de Deus amava a cidade santa de Jerusalém. Os salmos falam disso: “se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que minha língua se cole na minha boca”. Em cada romaria, chegavam à cidade santa milhares de pessoas do país e de fora. Jesus mesmo, desde os 12 anos, participava anualmente de peregrinações à cidade santa.

A cidade estava construída sobre o Monte Sião. De longe, ela era vista toda cercada de uma grande muralha, com seus portões altos, belos palacetes e o grande Templo de Deus. Quando o peregrino vinha chegando, ao ver no horizonte a bela cidade de Davi, ficava emocionado. Estava chegando à Cidade de Deus, à casa da grande família do povo da aliança.

No evangelho de hoje, Jesus vinha chegando, como peregrino, com seus discípulos, depois de muitos dias de viagem a pé. Estavam chegando para a festa da páscoa. Quando Jesus avistou a cidade, ficou emocionado, começou a chorar. A primeira razão das lágrimas do nosso Mestre, com certeza, foi a emoção de estar chegando à cidade santa, por tudo que ela representava afetivamente para um judeu piedoso como ele.

Mas, havia uma segunda razão para aquela emoção tão forte. Olha o que ele disse: “Se tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!”. É que aquela cidade, representação do próprio povo de Deus, não o tinha reconhecido como o enviado do Pai. Apesar de todo o seu trabalho profético, por todo o país, Jerusalém continuava agressiva e impenitente. Estava, na verdade, armando-se para entregá-lo aos estrangeiros romanos e para exigir a sua condenação como malfeitor. Que pena, que chance estava perdendo, não reconhecendo a visita que estava recebendo!

Mas, há uma terceira razão para as lágrimas do Senhor. Ele sofre no coração porque enxerga mais: Jerusalém vai ficar entregue ao seu pecado. A consequência disso será a destruição, que em breve aconteceria pelas armas dos romanos. Não ficaria pedra sobre pedra. Jesus se entristece, se emociona, chora. Os discípulos ouviram o lamento dele: “Não conheceste o tempo em que foste visitada”.

Eu tenho certeza que Deus não nos mandou a pandemia do coronavírus, nem o aquecimento global, nem as guerras. Mas, quem sabe se esses eventos não estejam sinalizando a destruição que o pecado gera no mundo, pelo modelo predador com que nos relacionamos com o meio ambiente, a arrogância com que manipulamos a vida humana e a indiferença com que tratamos os nossos semelhantes?!. Rezemos para que a humanidade chegue a conhecer Jesus, amá-lo e segui-lo. Só ele é o caminho, a verdade, a vida.




Guardando a mensagem

A cidade de Jerusalém não acolheu Jesus, não reconheceu o dia que Deus marcou para o seu encontro com o Messias. Jerusalém pode ser também uma representação de sua própria vida, de sua família, de sua comunidade. Hoje, o Senhor nos visita, porque hoje é o dia salvação. Faça como Zaqueu, abra as portas de sua casa e de sua vida para receber Jesus. Não faça como Jerusalém, que fechou as portas para ele, que o perseguiu e o executou fora da cidade. O fim de Jerusalém é o fim de qualquer pessoa, família ou comunidade que perca a grande chance de acolher Jesus, de se converter, de abrir seu coração para o Reino. O que o fechamento para Deus, o pecado, realmente produz é a destruição.

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
estavas chegando, a pé, à cidade santa, depois de muitos dias de viagem, em que além da distância, estavas cuidando da formação dos teus discípulos. Sentiste o coração apertado ao avistar Jerusalém, que aprendeste a amar como judeu piedoso que eras. A tua emoção de peregrino se misturou com a tristeza do fechamento do teu povo à tua presença de enviado do Pai. Antevias, com aflição, os dias da tragédia da destruição da cidade santa pelos exércitos romanos. Senhor, que nossas famílias e nossa sociedade não se fechem à tua presença ou fiquem indiferentes à pregação do teu Evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Pais e mães de família também choram por seus filhos, ao anteverem as consequências de atitudes impensadas, irresponsáveis ou temerárias. Se um dia você passar por isso, lembre de unir-se ainda mais a Jesus, que chorou de tristeza ao perceber o rumo que as coisas tomariam para a cidade santa que fechou-se ao projeto de Deus.

Comunicando

Hoje, você tem um motivo a mais para estar conosco na celebração da Santa Missa das 11 horas: o Dia Nacional de Ação de Graças. Você pode nos acompanhar pela Rádio Amanhecer (no seu celular) ou pelo nosso Canal do Youtube. Nas intenções para a missa, só ponha agradecimentos. Hoje não é dia de pedir. Hoje é dia de agradecer. Por falar nisso, muito obrigado por você estar acompanhando a Meditação todos os dias e por compartilhá-la com os seus contatos. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Por que Jesus chorou?


17 de novembro de 2022

Memória de Santa Margarida da Hungria


EVANGELHO


Lc 19,41-44

Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

MEDITAÇÃO


Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Você já esteve em Aparecida? Quando se avista, ainda longe, a cúpula do Santuário Nacional, vem um aperto no peito, uma emoção que leva o peregrino às lágrimas. Acontece o mesmo quando você vai chegando a Juazeiro do Norte ou à Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O povo de Deus amava a cidade santa de Jerusalém. Os salmos falam disso: “se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que minha língua se cole na minha boca”. Em cada romaria, chegavam à cidade santa milhares de pessoas do país e de fora. Jesus mesmo, desde os 12 anos, participava anualmente de peregrinações à cidade santa.

A cidade estava construída sobre o Monte Sião. De longe, ela era vista toda cercada de uma grande muralha, com seus portões altos, belos palacetes e o grande Templo de Deus. Quando o Peregrino vinha chegando, ao ver no horizonte a bela cidade de Davi, ficava emocionado. Estava chegando à Cidade de Deus, à casa da grande família do povo da aliança.

No evangelho de hoje, Jesus vinha chegando, como peregrino, com seus discípulos, depois de muitos dias de viagem a pé. Estavam chegando para a festa da páscoa. Quando Jesus avistou a cidade, ficou emocionado, começou a chorar. A primeira razão das lágrimas do nosso Mestre, com certeza, foi a emoção de estar chegando à cidade santa, por tudo que ela representava afetivamente para um judeu piedoso como ele.

Mas, havia uma segunda razão para aquela emoção tão forte. Olha o que ele disse: “Se tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!”. É que aquela cidade, representação do próprio povo de Deus, não o tinha reconhecido como o enviado do Pai. Apesar de todo o seu trabalho profético, por todo o país, Jerusalém continuava agressiva e impenitente. Estava, na verdade, armando-se para entregá-lo aos estrangeiros romanos e para exigir a sua condenação como malfeitor. Que pena, que chance estava perdendo, não reconhecendo a visita que estava recebendo!

Mas, há uma terceira razão para as lágrimas do Senhor. Ele sofre no coração porque enxerga mais: Jerusalém vai ficar entregue ao seu pecado. A consequência disso será a destruição, que em breve aconteceria pelas armas dos romanos. Não ficaria pedra sobre pedra. Jesus se entristece, se emociona, chora. Os discípulos ouviram o lamento dele: “Não conheceste o tempo em que foste visitada”.

Eu tenho certeza que Deus não nos mandou a pandemia do coronavírus, nem o aquecimento global, nem as guerras. Mas, quem sabe se esses eventos não estejam sinalizando a destruição que o pecado gera no mundo, pelo modelo predador com que nos relacionamos com o meio ambiente, a arrogância com que manipulamos a vida humana e a indiferença com que tratamos os nossos semelhantes?!. Rezemos para que a humanidade chegue a conhecer Jesus, amá-lo e segui-lo. Só ele é o caminho, a verdade, a vida.


Guardando a mensagem

A cidade de Jerusalém não acolheu Jesus, não reconheceu o dia que Deus marcou para o seu encontro com o Messias. Jerusalém pode ser também uma representação de sua própria vida, de sua família, de sua comunidade. Hoje, o Senhor nos visita, porque hoje é o dia salvação. Faça como Zaqueu, abra as portas de sua casa e de sua vida para receber Jesus. Não faça como Jerusalém, que fechou as portas para ele, que o perseguiu e o executou fora da cidade. O fim de Jerusalém é o fim de qualquer pessoa, família ou comunidade que perca a grande chance de acolher Jesus, de se converter, de abrir seu coração para o Reino. O que o fechamento para Deus, o pecado, realmente produz é a destruição.

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
estavas chegando, a pé, à cidade santa, depois de muitos dias de viagem, em que além da distância, estavas cuidando da formação dos teus discípulos. Sentiste o coração apertado ao avistar Jerusalém, que aprendeste a amar como judeu piedoso que eras. A tua emoção de peregrino se misturou com a tristeza do fechamento do teu povo à tua presença de enviado do Pai. Antevias, com aflição, os dias da tragédia da destruição da cidade santa pelos exércitos romanos. Senhor, que nossas famílias e nossa sociedade não se fechem à tua presença ou fiquem indiferentes à pregação do teu Evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Pais e mães de família também choram por seus filhos, ao anteverem as consequências de atitudes impensadas, irresponsáveis ou temerárias. Se um dia você passar por isso, lembre de unir-se ainda mais a Jesus, que chorou de tristeza ao perceber o rumo que as coisas tomariam para a cidade santa que fechou-se ao projeto de Deus.

Comunicando

Se você tiver um tempinho, hoje, reserve uma hora para estar conosco na Santa Missa. Como toda quinta-feira, celebro às 11 horas, com transmissão pelo rádio e pelas redes sociais. Já estou lhe enviando o link. De toda forma, use o formulário para colocar o seu pedido de oração. Vamos rezar por você e suas necessidades. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

DEUS NOS LIVRE DESSES TRÊS DEFEITOS



30 de janeiro de 2022

4º Domingo do Tempo Comum


EVANGELHO


Lc 4,21-30

Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: 21“Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.
22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”
23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”.
24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.
25De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.
28Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

MEDITAÇÃO

Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos (Lc 4, 28).

Domingo passado, nós estivemos juntos, na sinagoga de Nazaré, acompanhando o evangelista Lucas. Lá, ficamos encantados com a fidelidade com que Jesus guardava o sábado. Ele frequentava a sinagoga, com grande atenção às Escrituras. Tiramos, para nós, uma lição muito especial: guardar o dia do Senhor, o domingo, o dia de sua e nossa ressurreição, particularmente participando da celebração dominical e valorizando muito mais a Palavra de Deus. A Palavra do Senhor é o pão da vida, com o qual a Igreja nos alimenta em nossa caminhada.

Na sinagoga de Nazaré, aldeia onde Jesus tinha se criado, vimos Jesus se levantar para ler o texto do profeta Isaías. E, quando ele se sentou para explicar aquela passagem, ele proclamou que aquilo se referia a ele e que estava se cumprindo em sua vida. O profeta Isaías falava do Messias, ungido pelo Espírito Santo, para evangelizar os pobres e libertar os sofredores e oprimidos. Estava todo mundo atento e admirado com essas palavras de Jesus.

Depois da pausa de uma semana, voltamos à mesma cena. Continuamos sentados, ouvindo Jesus, na sinagoga de Nazaré. Ele acabou de dizer: “Hoje, se cumpriram essas palavras que vocês acabaram de ouvir”. E como na semana passada, a primeira reação das pessoas na sinagoga é de admiração. Mas, o clima começa a mudar.... A admiração vai se transformando em rejeição. Suspeitas, críticas, indignação vão se espalhando como faísca no palheiro: “E esse aí não é o filho de José?”, alguém pergunta maldosamente. As origens humildes de Jesus, ter ele se criado por ali e ser conhecido, julgam essas pessoas, não o credenciam a se apresentar como um enviado de Deus. Jesus nota o clima hostil e responde a uma murmuração: vocês estão me cobrando que eu faça milagres aqui, como ouviram dizer que eu fiz na sinagoga de Cafarnaum. Aí o que Jesus falou em seguida, eles tomaram como um grande desaforo. Jesus disse que, no tempo do profeta Elias, um tempo de fome, Deus enviou o profeta a uma viúva pagã. E, no tempo do profeta Eliseu, só um leproso foi curado, um pagão. Essa referência aos pagãos foi a gota d’água. A confusão foi grande. Expulsaram Jesus da sinagoga. E uns mais exaltados quiseram até matá-lo.

É, hoje, nossa ida à sinagoga terminou de maneira muito triste. Domingo passado, tínhamos aprendido a lição da fidelidade ao dia do Senhor. E qual será a lição de hoje? Bom, vamos pensar. Guardar o sábado, ir para a sinagoga, cantar os hinos e tudo o mais, aquele povo estava fazendo bem. Mas, aquela religiosidade tinha alguma coisa errada. Aquele povo acabou por rejeitar Jesus. Olha que lição: não basta guardar o domingo, indo à Missa, por exemplo, é preciso aderir a Jesus e ao seu evangelho, com maior profundidade. Mas, vamos com calma.

O povo de Nazaré rejeitou Jesus por três razões. Podemos até ouvir a conversa deles. Primeira: ‘a gente o conhece, é o filho de José’; Segunda: ‘faz milagres fora, aqui não faz’; Terceira: ‘o Messias vem pra nós, não para os pagãos’. Três defeitos na religiosidade daquele povo que guardava tão fielmente o sábado. Defeitos que o impediram de acolher Jesus, como enviado, como profeta de Deus. Será que esses defeitos não nossos também? Vejamos.

O primeiro defeito – ‘a gente o conhece, é o filho de José’ – é o defeito da religiosidade desencarnada. A gente espera que Jesus seja só do céu. Mas, ele é o Filho que se encarnou. E sua vida humana é o caminho para chegarmos ao Pai.

O segundo defeito – ‘faz milagres fora, aqui não faz’ – é o defeito da religiosidade de milagres. Muita gente está atrás de bênçãos, de curas, de milagres, não de Jesus e do seu evangelho. Se não for Missa de cura, não pisa na Igreja. A proposta de Jesus é o seguimento. Carregar, com ele, a cruz de cada dia.

O terceiro defeito – ‘o Messias vem pra nós, não para os pagãos’ – é o defeito da religiosidade egoísta. Gente muito devota, mas só pensa em si mesma. Não lhe dói o sofrimento dos outros. A proposta de Jesus e da Igreja é uma religiosidade missionária.


Guardando a mensagem

Na sinagoga de Nazaré, Jesus leu o profeta Isaías e explicou ao povo que ali estava a sua missão. Ele era o ungido de Deus para evangelizar os pobres e libertar os oprimidos. A reação dos ouvintes foi passando da admiração para a indignação. Terminaram expulsando Jesus da Sinagoga. Os defeitos de sua vida religiosa podem também ser os nossos. Podemos praticar os ritos religiosos, mas corremos o risco de expulsar Jesus do nosso culto. Os motivos que levaram o povo de Nazaré a expulsar Jesus podem ser os nossos: religiosidade desencarnada, desinteressada do seguimento de Jesus e sem abertura missionária para os outros.

Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos (Lc 4, 28).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Meditando o teu evangelho, queremos te dizer três coisas. A primeira: Nós cremos que tu és o filho de Deus, Deus verdadeiro que te encarnaste para nossa salvação. Viveste a nossa vida humana, de verdade. A segunda coisa que queremos te dizer, Jesus: Acolhemos o teu evangelho, como proposta de seguimento. Queremos que nossa vida seja uma resposta de seguimento ao teu chamado, vencendo qualquer tentação de buscar apenas benefícios para nós. E a terceira coisa é que queremos ter um coração como teu, cheio de compaixão pelos sofredores e zeloso pela salvação de todos. Assim, queremos evitar o fechamento em nós mesmos e em nossas necessidades. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Indo à Missa hoje, escute com a maior atenção as leituras da Palavra de Deus e a homilia, pela qual o Presidente da Celebração atualiza a Palavra para nossa vida. Não sendo possível a sua ida hoje à Missa, por um impedimento muito sério, leia atentamente o evangelho de hoje em sua Bíblia: Lucas 4, 21-30.

As orações do terceiro Dia do Tríduo de Dom Bosco, vamos fazê-las no final da Missa das 17 horas de hoje, transmitida pela Rádio Amanhecer. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O DIA EM QUE JESUS CHOROU

 



18 de novembro de 2021

EVANGELHO


Lc 19,41-44

Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

MEDITAÇÃO


Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Você já esteve em Aparecida? Quando se avista, ainda longe, a cúpula do Santuário Nacional, vem um aperto no peito, uma emoção que leva o peregrino às lágrimas. Acontece o mesmo quando você vai chegando a Juazeiro do Norte ou à Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O povo de Deus amava a cidade santa de Jerusalém. Os salmos falam disso: “se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que minha língua se cole na minha boca”. Em cada romaria, chegavam à cidade santa milhares de pessoas do país e de fora. Jesus mesmo, desde os 12 anos, participava anualmente de peregrinações à cidade santa.

A cidade estava construída sobre o Monte Sião. De longe, ela era vista toda cercada de uma grande muralha, com seus portões altos, belos palacetes e o grande Templo de Deus. Quando o Peregrino vinha chegando, ao ver no horizonte a bela cidade de Davi, ficava emocionado. Estava chegando à Cidade de Deus, à casa da grande família do povo da aliança.

No evangelho de hoje, Jesus vinha chegando, como peregrino, com seus discípulos, depois de muitos dias de viagem a pé. Estavam chegando para a festa da páscoa. Quando Jesus avistou a cidade, ficou emocionado, começou a chorar. A primeira razão das lágrimas do nosso Mestre, com certeza, foi a emoção de estar chegando à cidade santa, por tudo que ela representava afetivamente para um judeu piedoso como ele.

Mas, havia uma segunda razão para aquela emoção tão forte. Olha o que ele disse: “Se tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!”. É que aquela cidade, representação do próprio povo de Deus, não o tinha reconhecido como o enviado do Pai. Apesar de todo o seu trabalho profético, por todo o país, Jerusalém continuava agressiva e impenitente. Estava, na verdade, armando-se para entregá-lo aos estrangeiros romanos e para exigir a sua condenação como malfeitor. Que pena, que chance estava perdendo, não reconhecendo a visita que estava recebendo!

Mas, há uma terceira razão para as lágrimas do Senhor. Ele sofre no coração porque enxerga mais: Jerusalém vai ficar entregue ao seu pecado. A consequência disso será a destruição, que em breve aconteceria pelas armas dos romanos. Não ficaria pedra sobre pedra. Jesus se entristece, se emociona, chora. Os discípulos ouviram o lamento dele: “Não conheceste o tempo em que foste visitada”.

Tenho certeza que Deus não nos mandou esta pandemia que vem nos afligindo por quase dois anos. Mas, quem sabe se ela não esteja sinalizando a destruição que o pecado gera no mundo, pelo modelo predador com que nos relacionamos com o meio ambiente, a arrogância com manipulamos a vida humana e a indiferença com que tratamos os nossos semelhantes. Rezemos para que a humanidade chegue a conhecer Jesus, amá-lo e segui-lo. Só ele é o caminho, a verdade, a vida.

Guardando a mensagem

A cidade de Jerusalém não acolheu Jesus, não reconheceu o dia que Deus marcou para o seu encontro com o Messias. Jerusalém pode ser também uma representação de sua própria vida, de sua família, de sua comunidade. Hoje, o Senhor nos visita, porque hoje é o dia salvação. Faça como Zaqueu, abra as portas de sua casa e de sua vida para receber Jesus. Não faça como Jerusalém, que fechou as portas para ele, que o perseguiu e o executou fora da cidade. O fim de Jerusalém é o fim de qualquer pessoa, família ou comunidade que perca a grande chance de acolher Jesus, de se converter, de abrir seu coração para o Reino. O que o fechamento para Deus, o pecado, realmente produz é a destruição.

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Estavas chegando, a pé, à cidade santa, depois de muitos dias de viagem, em que além da distância, estavas cuidando da formação dos teus discípulos. Sentiste o coração apertado ao avistar Jerusalém, que aprendeste a amar como judeu piedoso que eras. A tua emoção de peregrino se misturou com a tristeza do fechamento do teu povo à tua presença de enviado do Pai. Antevias, com aflição, os dias da tragédia da destruição da cidade santa pelos exércitos romanos. Senhor, que nossas famílias e nossa sociedade não se fechem à tua presença ou fiquem indiferentes à pregação do teu Evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Se você tiver um tempinho, hoje, reserve uma hora para estar conosco na Santa Missa. Como toda quinta-feira, celebro às 11 horas, com transmissão pelo rádio e pelas redes sociais. Já estou lhe enviando o link. De toda forma, use o formulário para colocar o seu pedido de oração. Vamos rezar por você e suas necessidades. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O DIA EM QUE JESUS CHOROU


19 de novembro de 2020

EVANGELHO

Lc 19,41-44

Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.

MEDITAÇÃO 

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Você já esteve em Aparecida? Quando se avista, ainda longe, a cúpula do Santuário Nacional, vem um aperto no peito, uma emoção que leva o peregrino às lágrimas. Acontece o mesmo quando você vai chegando a Juazeiro do Norte ou à Basílica de São Pedro, no Vaticano.

O povo de Deus amava a cidade santa de Jerusalém. Os salmos falam disso: “se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que minha língua se cole na minha boca”. Em cada romaria, chegavam à cidade santa milhares de pessoas do país e de fora. Jesus mesmo, desde os 12 anos, participava anualmente de peregrinações à cidade santa.

A cidade estava construída sobre o Monte Sião. De longe, ela era vista toda cercada de uma grande muralha, com seus portões altos, belos palacetes e o grande Templo de Deus. Quando o Peregrino vinha chegando, ao ver no horizonte a bela cidade de Davi, ficava emocionado. Estava chegando à Cidade de Deus, à casa da grande família do povo da aliança.

No evangelho de hoje, Jesus vinha chegando, como peregrino, com seus discípulos, depois de muitos dias de viagem a pé. Estavam chegando para a festa da páscoa. Quando Jesus avistou a cidade, ficou emocionado, começou a chorar. A primeira razão das lágrimas do nosso Mestre, com certeza, foi a emoção de estar chegando à cidade santa, por tudo que ela representava afetivamente para um judeu piedoso como ele.

Mas, havia uma segunda razão para aquela emoção tão forte. Olha o que ele disse: “Se tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!”. É que aquela cidade, representação do próprio povo de Deus, não o tinha reconhecido como o enviado do Pai. Apesar de todo o seu trabalho profético, por todo o país, Jerusalém continuava agressiva e impenitente. Estava, na verdade, armando-se para entregá-lo aos estrangeiros romanos e para exigir a sua condenação como malfeitor. Que pena, que chance estava perdendo, não reconhecendo a visita que estava recebendo!

Mas, há uma terceira razão para as lágrimas do Senhor. Ele sofre no coração por que enxerga mais: Jerusalém vai ficar entregue ao seu pecado. A consequência disso será a destruição, que em breve aconteceria pelas armas dos romanos. Não ficaria pedra sobre pedra. Jesus se entristece, se emociona, chora. Os discípulos ouviram o lamento dele: “Não conheceste o tempo em que foste visitada”.

Guardando a mensagem

A cidade de Jerusalém não acolheu Jesus, não reconheceu o dia que Deus marcou para o seu encontro com o Messias. Jerusalém pode ser também uma representação de sua própria vida, de sua família, de sua comunidade. Hoje, o Senhor nos visita, porque hoje é o dia salvação. Faça como Zaqueu, abra as portas de sua casa e de sua vida para receber Jesus. Não faça como Jerusalém, que fechou as portas para ele, que o perseguiu e o executou fora da cidade. O fim de Jerusalém é o fim de qualquer pessoa, família ou comunidade que perca a grande chance de acolher Jesus, de se converter, de abrir seu coração para o Reino. O que o fechamento para Deus, o pecado, realmente produz é a destruição.

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar (Lc 19, 41)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Estavas chegando, a pé, à cidade santa, depois de muitos dias de viagem, em que além da distância, estavas cuidando da formação dos teus discípulos. Sentiste o coração apertado ao avistar Jerusalém, que aprendeste a amar como judeu piedoso que eras. A tua emoção de peregrino se misturou com a tristeza do fechamento do teu povo à tua presença de enviado do Pai. Antevias, com aflição, os dias da tragédia da destruição da cidade santa pelos exércitos romanos. Senhor, que nossas famílias e nossa sociedade não se fechem à tua presença ou fiquem indiferentes à pregação do teu Evangelho. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Tenho certeza que Deus não nos mandou esta pandemia. Mas, quem sabe se ela não esteja sinalizando a destruição que o pecado gera no mundo, pelo modelo predador com que nos relacionamos com a Criação, a arrogância com manipulamos a vida humana e a indiferença com que tratamos os nossos semelhantes. Rezemos para que a humanidade não perca a chance de conhecer Jesus, amá-lo e segui-lo. Só ele é o caminho, a verdade, a vida. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

A EVANGELIZAÇÃO NOS COBRA UMA RESPOSTA

Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna (Jo 3, 36).
02 de maio de 2019.
A religião cristã anuncia Jesus Cristo, filho de Deus, que assumindo nossa humanidade, por sua morte e ressurreição, nos trouxe a paz, a reconciliação com Deus e com os irmãos, pelo perdão dos nossos pecados. Mas, você é livre de aceitar ou não o dom da salvação. Deus nos criou livres, capazes de escolha. Há quem escolha permanecer no pecado. E até opor resistência e perseguir quem espalha essa boa notícia.
De fato, a pregação do evangelho sempre encontrou muita resistência. É por isso que existem os mártires, os que sendo perseguidos, ficaram fiéis à sua fé até o fim. Aliás, o próprio Cristo foi incompreendido, perseguido e morto. O anúncio da ressurreição de Jesus foi motivo de grande alegria para os seus discípulos e seguidores que se viram frustrados, acusados e humilhados por seu julgamento e por sua execução pública. Por outro lado, esse mesmo anúncio da ressurreição foi uma acusação fortíssima à má conduta das lideranças do povo de Deus e de todos os que se deixaram manipular por elas ou se opuseram a Jesus.
Em Jerusalém, depois da ressurreição, os apóstolos foram presos e proibidos de ensinar em nome de Jesus. Foram julgados no Sinédrio, como Jesus. Claro, os chefes compreenderam que o anúncio da ressurreição era uma acusação contra eles. Disseram aos apóstolos detidos: “além de desobedecerem às nossas ordens de não pregar em nome desse homem, vocês querem nos tornar responsáveis pela morte dele”. O testemunho dos apóstolos foi forte também naquela ocasião: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem os senhores mataram, pregando-o numa cruz”.
O fato é que frente à pregação do evangelho, não se pode ficar neutro. A pregação pede uma decisão: a conversão ou a rejeição. Crer em Jesus ou rejeitá-lo. No texto do evangelho de hoje, Jesus reclama de quem não acolhe o seu testemunho. Ele vem do alto, vem do céu, ele é o enviado de Deus. Deus lhe deu a plenitude do Espírito Santo. E ele dá testemunho do que viu e ouviu.  Quem aceita o seu testemunho, quem acredita no Filho possui a vida eterna. Toma posse, então, do perdão dos seus pecados e entra na dinâmica da graça e da comunhão com Deus. Mas, há quem o rejeite. Como explicou Jesus, aquele que o rejeita não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele, isto é ele permanece na condenação que já tinha com o pecado.
Guardando a mensagem
O mundo já está na divisão, por causa do pecado. O que divide não é Jesus ou o seu evangelho. O pecado é que afasta o homem de Deus e nos põe uns contra os outros, porque fomenta a desunião, a inveja, a desigualdade, a injustiça. O testemunho sobre Jesus crucificado por nossos pecados e ressuscitado para nossa salvação é uma notícia maravilhosa para o pecador (que aceita a conversão, que põe sua fé em Cristo). Mas, também pode ser ocasião de rejeição para quem não quer sair do seu pecado e, assim, dispensa a extraordinária graça da reconciliação e da eterna felicidade que ele alcançou para nós.
Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna (Jo 3, 36).
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
A evangelização nos põe diante de uma decisão. Não é uma ilustração para o nosso simples deleite. Põe-nos diante de uma decisão com repercussões no nosso futuro. A evangelização nos apresenta a tua pessoa. Tu és o enviado de Deus e, ao mesmo tempo, a sua mensagem dirigida a nós.
Dá-nos a graça, Senhor, de sermos prontos e generosos na acolhida da Palavra que nos liberta, da verdade de Deus que nos comunicas. E que, como teus discípulos, encontremos a vida plena e verdadeira, realização das promessas do Pai e participação na tua herança de Filho unigênito.
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
No seu caderno espiritual, transcreva este versículo, como está na sua Bíblia: João 3, 36.

Pe. João Carlos Ribeiro – 02.05.2019

OS TRÊS DEFEITOS


Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos (Lc 4, 28).



03 de fevereiro de 2019.

Domingo passado, nós estivemos juntos, na sinagoga de Nazaré, acompanhando o evangelista Lucas. Lá, ficamos encantados com a fidelidade com que Jesus guardava o sábado. Ele frequentava a sinagoga, com grande atenção às Escrituras. Tiramos, para nós, uma lição muito especial: guardar o dia do Senhor, o domingo, o dia de sua e nossa ressurreição, particularmente participando da celebração dominical e valorizando muito mais a Palavra de Deus. A Palavra do Senhor é o pão da vida, com o qual a Igreja nos alimenta em nossa caminhada. 

Na sinagoga de Nazaré, aldeia onde Jesus tinha se criado, vimos Jesus se levantar para ler o texto do profeta Isaías. E, quando ele se sentou para explicar aquela passagem, ele proclamou que aquilo se referia a ele e que estava se cumprindo em sua vida. O profeta Isaías falava do Messias, ungido pelo Espírito Santo, para evangelizar os pobres e libertar os sofredores e oprimidos. Estava todo mundo atento e admirado com essas palavras de Jesus. 

Depois da pausa de uma semana, voltamos à mesma cena. Continuamos sentados, ouvindo Jesus, na sinagoga de Nazaré. Ele acabou de dizer: “Hoje, se cumpriram essas palavras que vocês acabaram de ouvir”. E como na semana passada, a primeira reação das pessoas na sinagoga é de admiração. Mas, o clima começa a mudar.... A admiração vai se transformando em rejeição. Suspeitas, críticas, indignação vão se espalhando como faísca no palheiro: “E esse aí não é o filho de José?”, alguém pergunta maldosamente. As origens humildes de Jesus, ter ele se criado por ali e ser conhecido, julgam essas pessoas, não o credenciam a se apresentar como um enviado de Deus. Jesus nota o clima hostil e responde a uma murmuração: vocês estão me cobrando que eu faça milagres aqui, como ouviram dizer que eu fiz na sinagoga de Cafarnaum. Aí o que Jesus falou em seguida, eles tomaram como um grande desaforo. Jesus disse que, no tempo do profeta Elias, um tempo de fome, Deus enviou o profeta a uma viúva pagã. E, no tempo do profeta Eliseu, só um leproso foi curado, um pagão. Essa referência aos pagãos foi a gota d’água. A confusão foi grande. Expulsaram Jesus da sinagoga. E uns mais exaltados quiseram até matá-lo.

É, hoje, nossa ida à sinagoga terminou de maneira muito triste. Domingo passado, tínhamos aprendido a lição da fidelidade ao dia do Senhor. E qual será a lição de hoje? Bom, vamos pensar. Guardar o sábado, ir para a sinagoga, cantar os hinos e tudo o mais, aquele povo estava fazendo bem. Mas, aquela religiosidade tinha alguma coisa errada. Aquele povo acabou por rejeitar Jesus. Olha que lição: não basta guardar o domingo, indo à Missa, por exemplo, é preciso aderir a Jesus e ao seu evangelho, com maior profundidade. Mas, vamos com calma.

O povo de Nazaré rejeitou Jesus por três razões. Podemos até ouvir a conversa deles. Primeira: ‘a gente o conhece, é o filho de José’; Segunda: ‘faz milagres fora, aqui não faz’; Terceira: ‘o Messias vem pra nós, não para os pagãos’. Três defeitos na religiosidade daquele povo que guardava tão fielmente o sábado. Defeitos que o impediram de acolher Jesus, como enviado, como profeta de Deus. Será que esses defeitos não nossos também? Vejamos.

O primeiro defeito – ‘a gente o conhece, é o filho de José’ – é o defeito da religiosidade desencarnada. A gente espera que Jesus seja só do céu. Mas, ele é o Filho que se encarnou. E sua vida humana é o caminho para chegarmos ao Pai. 

O segundo defeito – ‘faz milagres fora, aqui não faz’ – é o defeito da religiosidade de milagres. Muita gente está atrás de bênçãos, de curas, de milagres, não de Jesus e do seu evangelho. Se não for Missa de cura, não pisa na Igreja. A proposta de Jesus é o seguimento. Carregar, com ele, a cruz de cada dia. 

O terceiro defeito – ‘o Messias vem pra nós, não para os pagãos’ – é o defeito da religiosidade egoísta. Gente muito devota, mas só pensa em si mesma. Não lhe dói o sofrimento dos outros. A proposta de Jesus e da Igreja é uma religiosidade missionária. 

Guardando a mensagem

Na sinagoga de Nazaré, Jesus leu o profeta Isaías e explicou ao povo que ali estava a sua missão. Ele era o ungido de Deus para evangelizar os pobres e libertar os oprimidos. A reação dos ouvintes foi passando da admiração para a indignação. Terminaram expulsando Jesus da Sinagoga. Os defeitos de sua vida religiosa podem também ser os nossos. Podemos praticar os ritos religiosos, mas corremos o risco de expulsar Jesus do nosso culto. Os motivos que levaram o povo de Nazaré a expulsar Jesus podem ser os nossos: religiosidade desencarnada, desinteressada do seguimento de Jesus e sem abertura missionária para os outros. 

Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos (Lc 4, 28).


Rezando a palavra



Senhor Jesus, 

Meditando o teu evangelho, queremos te dizer três coisas. A primeira: Nós cremos que tu és o filho de Deus, Deus verdadeiro que te encarnaste para nossa salvação. Viveste a nossa vida humana, de verdade. A segunda coisa que queremos te dizer, Jesus: Acolhemos o teu evangelho, como proposta de seguimento. Queremos que nossa vida seja uma resposta de seguimento ao teu chamado, vencendo qualquer tentação de buscar apenas benefícios para nós. E a terceira coisa é que queremos ter um coração como teu, cheio de compaixão pelos sofredores e zeloso pela salvação de todos. Assim, queremos evitar o fechamento em nós mesmos e em nossas necessidades. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Indo à Missa hoje, escute com a maior atenção as leituras da Palavra de Deus e a homilia, pela qual o Presidente da Celebração atualiza a Palavra para nossa vida. Não sendo possível a sua ida hoje à Missa, por um impedimento muito sério, leia atentamente o evangelho de hoje em sua Bíblia: Lucas 4, 21-30.

Pe. João Carlos Ribeiro – 03.02.2019

O DIABO E OS PORCOS

Quando viram Jesus, pediram-lhe que se retirasse da região deles (Mt 8, 28)
Eu vou lhe explicar essa história dos porcos que se afogaram no mar. Uma manada de porcos se perdeu. A economia daquelas famílias ficou arruinada. Resultado: a cidade inteira saiu ao encontro de Jesus e o expulsou de sua região. E o que tinha acontecido? Jesus chegou a uma região já fora do seu país, uma região de pagãos. Apareceram dois homens possuídos pelo mal. Os demônios ficaram incomodados e pediram a Jesus, no caso de serem expulsos, de irem para a manada de porcos. Dito e feito. Os dois homens foram libertos, mas os porcos desceram de ladeira abaixo e se jogaram no mar. O povo da cidade não gostou do resultado e expulsou Jesus de suas terras.
Agora, vamos fazer uns descontos. Você lembra que o povo de Israel não comia porco e não criava porco de jeito nenhum. Porco era um símbolo dos pagãos. Lembra a parábola do filho pródigo? O jovem judeu terminou no fundo do poço, empregou-se como cuidador de porcos. Foi a máxima humilhação. Então, vejam, Jesus está numa região de pagãos, logo tem porco por ali. Porco, para os judeus, era um sinal de coisa ruim, de gente que vivia longe da fé no Deus vivo. Mais do que uma história, a narração quer mostrar o significado da ação libertadora de Jesus também fora do povo de Deus e a reação negativa das pessoas. Para isso, a narração pode ter ficado um tanto aumentada. Quem conta um conto, sempre aumenta um ponto.
A verdade é que a presença de Jesus e sua ação que liberta o homem de todas as amarras e opressões não é bem recebida por todo mundo. Uma sociedade má reage contra Jesus, expulsa-o.  Por exemplo, libertar pessoas das drogas. Os narcotraficantes vão ficar furiosos, é uma ameaça à sua economia.  Libertar pessoas do analfabetismo político, tem gente que não vai aprovar, porque se beneficia da ingenuidade das pessoas.  Denunciar a prostituição de meninas: a rede que se beneficia desse tipo de exploração reage, fica no prejuízo. É o que está dito no texto de hoje. A população pagã daquela região viu-se  prejudicada no triste fim da manada de porcos. Preferia que os diabos continuassem oprimindo aqueles homens, mandando naquela terra, impedindo que o povo andasse por aquelas estradas. Expulsaram Jesus de sua região.

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