PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: Cristo Rei
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A matéria que vai cair no juízo final.




   26 de novembro de 2023.   

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Rei do Universo

Dia Nacional dos Leigos e das Leigas


   Evangelho   


Mt 25,31-46

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’.
37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’
40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’
41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’.
44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo: todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.


   Meditação. 


Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).

O grande domingo do ano, você sabe, é o Domingo da Páscoa, o da ressurreição de Jesus. E a cada domingo, celebramos o dia do Senhor, em sintonia com a sua páscoa. Neste último domingo do ano litúrgico, proclamamos que Jesus é Rei do Universo, Senhor de todos nós. E voltamos a escutar suas palavras a respeito do que fará como rei, no final da história.

Para o povo da Bíblia, Deus é o pastor. Nós somos o rebanho dele. Os reis em Israel deviam desempenhar a tarefa de cuidar do rebanho de Deus, por isso eram chamados de pastores. Decepcionado com os maus pastores que se sucederam em Israel, o próprio Deus tinha anunciado que ele mesmo viria pastorear o seu povo, reunindo as ovelhas dispersas e exercendo o julgamento sobre elas. O rei tinha também a função judiciária, julgava as causas. É o que está descrito no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 34. Jesus, no evangelho, se apresentou claramente como o pastor que veio cuidar do rebanho de Deus. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas.

No evangelho de Mateus, capítulo 25, Jesus fala de si mesmo como o rei pastor que, no final da história, reúne todos os povos, separando as ovelhas dos cabritos. O rei pastor chega com toda a sua glória, acompanhado dos anjos, e se senta no seu trono para julgar. É o julgamento final. As ovelhas irão para a vida eterna, os cabritos irão para o castigo eterno.

O critério do juízo é muito simples e prático: você ter demonstrado amor por Jesus, servindo aos necessitados, mesmo sem se dar conta que era a Jesus que estava servindo. Só isso. Se você amou a Jesus, você tem acesso ao reino preparado pelo Pai desde que o mundo começou. Venham benditos do meu pai! Se não amou Jesus nos irmãos sofredores, o final é triste. Afastem-se de mim, malditos!

Jesus faz uma lista  de  seis tipos de necessitados: o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o preso. É uma lista simbólica de todos os sofredores. E a lista se repete quatro vezes nesse texto do evangelho. Estranhamente, não é uma lista de sete, como se podia esperar, para expressar uma obra perfeita. Acho que é muito simples: o sétimo é Jesus.

Então, a matéria que vai cair no exame final da história é o amor concreto aos que Jesus chamou de ‘pequeninos’. O que nos vai ser cobrado é o amor demonstrado a esses irmãos e irmãs. Mas, por que será que é esse ponto que nos será cobrado? Claro, a primeira razão é porque tudo está resumido no amor a Deus e ao próximo. Mas, talvez haja ainda outra razão. Poderia ser o fato de estarmos fazendo ou não como Jesus fez.

Nesse sentido, Jesus não é apenas rei porque vem no fim de tudo julgar todas as nações. Quando estava entre nós, ele já era rei. Claro, não um rei como Herodes ou outros poderosos. Ele não é rei pra mandar, ele é rei para servir. E entre nós, ele esteve servindo. Não lembra que ele chegou até a lavar os pés dos discípulos?! Jesus já estava reinando entre nós, porque estava servindo.

Como bom pastor, ele estava cuidando de suas ovelhas. Alimentou os famintos. Basta lembrar a multiplicação dos pães. Ele mesmo estava com sede e pediu água à samaritana no poço de Jacó, embora a sede pra valer fosse a dela. Ele acolheu os estrangeiros, atendendo os seus pedidos, como no caso do centurião de Cafarnaum e o da Cananeia.  Cuidou dos doentes. Basta lembrar os leprosos, os cegos, os paralíticos curados por ele. Na paixão e na cruz, foi bom companheiro de prisioneiros também. Na cruz, também lhe deixaram sem roupas, ele que tinha recomendado que se devolvesse o manto de um pobre, no caso de penhora. Ele reinou entre nós, servindo os mais humildes e sofredores. Então, a avaliação é se nós fizemos como Jesus, servindo os necessitados.




Guardando a mensagem

Celebramos hoje Jesus, como rei do Universo. Ele já reinava quando estava entre nós, não no sentido de ser um poderoso, mas no sentido de estar a serviço dos irmãos, sobretudo dos pobres e sofredores. No julgamento final, se verá se nós fizemos como ele, se nós o imitamos no serviço aos outros. Ao servir os pequeninos, estamos imitando Jesus e mostrando nosso amor por ele.

Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
ajudar os pobres até que ajudamos. Somos todos sensíveis às campanhas de solidariedade, à esmola, ao socorro aos humilhados neste mundo. Ajudar os pobres não é tão difícil. Amar os pobres, como tu o fizeste, aí já é mais difícil. Difícil, porque amar é reconhecer a grandeza daquela pessoa desfigurada pela doença, pela droga, pelo desamparo; porque amar é engajamento na conquista dos seus direitos, no compromisso cidadão por uma sociedade justa e sem violência. Amar é comprometer-se com o seu semelhante, é entrar na comunhão com ele. Aí é bem mais difícil. Dá-nos, Senhor, que passemos de “ajudar os pobres” a “amar os pobres”. Que a nossa preocupação com as guerras e com a violência ao nosso redor se expresse na oração comprometida com a paz, na preocupação com todas as vítimas da violência de qualquer lado dos conflitos, no cultivo do amor não do ódio, na solidariedade que estiver ao nosso alcance para minimizar o sofrimento de quem encontrarmos em nosso caminho. Que sirvamos os humildes e sofredores como tu os amaste e serviste. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Lembro o desafio deste mês de novembro: ler o evangelho do dia. Isso vale ainda mais para o domingo, o dia em que paramos para honrar o nosso Deus com a oração, o descanso e o fortalecimento dos laços de família. 

Comunicando

Hoje, presido a Santa Missa de encerramento da festa do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da paróquia dos salesianos, em Juazeiro do Norte, no Ceará. 

Pe. João Carlos Ribeiro


JESUS É O NOSSO REI




21 de novembro de 2021

Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo

Dia Nacional dos Leigos e Leigas


EVANGELHO


Jo 18,33b-37

Naquele tempo, 33bPilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” 34Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
35Pilatos falou: “Por acaso sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”
36Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
37Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?”
Jesus respondeu: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.

MEDITAÇÃO


Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” (Jo 18,37)

E chegamos ao encerramento do ano litúrgico, com a Solenidade de Cristo Rei do Universo. E, com esta celebração, festejamos também o Dia Nacional dos Leigos e Leigas. 

No evangelho, acompanhamos o inquérito de Jesus no tribunal de Pilatos. Este quer saber se Jesus é o rei dos judeus, o que andou fazendo para ser preso e se, de verdade, é rei. Jesus não responde se é rei dos judeus. Pergunta se isso era uma dúvida pessoal dele mesmo. Também não respondeu o que andava fazendo. Disse que o seu reino não era deste mundo. E se era rei, disse que sim, que veio dar testemunho da verdade.

Esse texto do evangelho de São João, que estamos lendo hoje, vem acompanhado por dois textos muitos especiais: o profeta Daniel e o Apocalipse. O escrito do profeta Daniel vem de um tempo em que o povo de Deus estava sofrendo muito, debaixo da opressão dos selêucidas, um grupo de cultura grega que perseguiu, matou e tudo fez para impor sua cultura e sua religião. O escrito do Apocalipse igualmente surgiu para animar comunidades perseguidas pela política do imperador Domiciano, que inclusive queria ser adorado como deus. Ser cristão era um crime a ser pago com a prisão e a morte cruel em espetáculos públicos.

No meio do sofrimento do seu povo, o profeta Daniel falou do filho do homem, um representante do povo sofredor, que recebia de Deus a realeza, um reino eterno. Em meio à perseguição do império romano, o apóstolo João, no Apocalipse, fala de Jesus, a testemunha fiel do amor de Deus, que fez de nós um reino e sacerdotes para Deus. No evangelho de hoje, o mesmo apóstolo João, conta como em Jesus, no meio de sua paixão, revela-se a sua realeza. Ele é rei de verdade, dando sua vida por nós.

Então, essa festa de Jesus Rei não vem num clima de exaltação, de ufanismo, de triunfalismo. É uma afirmação do senhorio de Deus, por meio do seu filho Jesus, no mundo, no meio de tantas dificuldade e provações. O povo de Deus, na perseguição dos selêucidas, pode sentir como Deus era rei e lhes fortalecia na resistência contra a invasão cultural dos gregos. As comunidades perseguidas por Domiciano proclamaram Jesus como rei que lhes precedia na fidelidade ao projeto do Pai, em contraposição à prepotência e à violência do império. As comunidades cristãs de todos os tempos, ouvindo a paixão de Cristo narrada nos evangelhos, tomam consciência que o único e absoluto senhor da história é Jesus, que perseguido e morto, reinou dando sua vida e, ressuscitado, vai à frente dos seus irmãos e irmãs na construção de um mundo onde reinem a verdade, a justiça, o amor e a paz.

Guardando a mensagem

Falar de Jesus como rei é um tanto perigoso. Podemos ser tentados a associar Jesus, com esse título de rei, aos grandes deste mundo. Se isto acontecesse, estaríamos desfazendo do evangelho, colocando Jesus na mesma galeria dos senhores deste mundo, que governam com a força das armas e nem sempre no interesse da maioria. Esse título de rei foi dado a Jesus em situações de sofrimento e perseguição do povo de Deus. Com Daniel, o povo se sentiu representado no filho do homem a quem Deus deu uma realeza eterna. Com o Apocalipse, as comunidades cristãs se sentiram fortalecidas na sua resistência à violência do império, ao se reconhecerem comunidade esposa do cordeiro imolado e vitorioso sobre a morte e o mal. No evangelho, contemplando Jesus em sua paixão e morte, reconhecemos claramente a sua realeza. Ele é rei dando a vida por nós, sendo testemunha fiel do amor do Pai até o fim. A cruz é o seu trono. Não é à toa que Pilatos mandou escrever aquela plaquinha no alto de sua cruz: “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”. De verdade, ali ele era rei. Este, sim, é o nosso rei.

Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” (Jo 18,37)

Rezando a palavra

Vamos rezar com as palavras da Missa deste domingo:

Senhor Jesus,
Com óleo de exultação, tu foste consagrado sacerdote eterno e rei do universo. Oferecendo-se na cruz, como vítima pura e pacífica, tu realizaste a redenção da humanidade. Submetendo ao teu poder toda criatura, entregarás ao Pai um reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

O que de melhor fazer hoje para celebrar o dia de Cristo Rei e Dia dos Leigos e Leigas? Sem dúvida, participar da Santa Missa em sua comunidade. 

Peço-lhe também uma prece por nós que estamos aqui em Juazeiro da Bahia, celebrando o 2º Congresso Eucarístico Diocesano, com o tema "A Eucaristia faz a Igreja".

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O REI PASTOR


22 de novembro de 2020, 
Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, 
Dia Nacionanl dos Leigos e Leigas

EVANGELHO


Mt 25,31-46

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’.
37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’
40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’
41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’.
44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo: todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.

MEDITAÇÃO



Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).

O grande domingo do ano, você sabe, é o domingo da páscoa, o da ressurreição de Jesus. E a cada domingo, celebramos o dia do Senhor, em sintonia com a sua páscoa. Neste último domingo do ano litúrgico, proclamamos que Jesus é Rei do Universo, Senhor de todos nós. E voltamos a escutar suas palavras a respeito do que fará como rei, no final da história.

Para o povo da Bíblia, Deus é o pastor. Nós somos o rebanho dele. Os reis em Israel deviam desempenhar a tarefa de cuidar do rebanho de Deus, por isso eram chamados de pastores. Decepcionado com os maus pastores que se sucederam em Israel, o próprio Deus tinha anunciado que ele mesmo viria pastorear o seu povo, reunindo as ovelhas dispersas e exercendo o julgamento sobre elas. O rei tinha também a função judiciária, julgava as causas. É o que está descrito no livro do Profeta Ezequiel, capítulo 34. Jesus, no evangelho, se apresentou claramente como o pastor que veio cuidar do rebanho de Deus. Ele é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas.

No evangelho de Mateus, capítulo 25, Jesus fala de si mesmo como o rei pastor que, no final da história, reúne todos os povos, separando as ovelhas dos cabritos. O rei pastor chega com toda a sua glória, acompanhado dos anjos, e se senta no seu trono para julgar. É o julgamento final. As ovelhas irão para a vida eterna, os cabritos irão para o castigo eterno.

O critério do juízo é muito simples e prático: você ter demonstrado amor por Jesus, servindo aos necessitados, mesmo sem se dar conta que era a Jesus que estava servindo. Só isso. Se você amou a Jesus, você tem acesso ao reino preparado pelo Pai desde que o mundo começou. Venham benditos do meu pai! Se não amou Jesus nos irmãos sofredores, o final é triste. Afastem-se de mim, malditos!

Jesus faz uma lista  de  seis tipos de necessitados: o faminto, o sedento, o estrangeiro, o nu, o doente e o preso. É uma lista simbólica de todos os sofredores. E a lista se repete quatro vezes nesse texto do evangelho. Estranhamente, não é uma lista de sete, como se podia esperar, para expressar uma obra perfeita. Acho que é muito simples: o sétimo é Jesus.

Então, a matéria que vai cair no exame final da história é o amor concreto aos que Jesus chamou de ‘pequeninos’. O que nos vai ser cobrado é o amor demonstrado a esses irmãos e irmãs. Mas, por que será que é esse ponto que nos será cobrado? Claro, a primeira razão é porque tudo está resumido no amor a Deus e ao próximo. Mas, talvez haja ainda outra razão. Poderia ser o fato de estarmos fazendo ou não como Jesus fez.

Nesse sentido, Jesus não é apenas rei porque vem no fim de tudo julgar todas as nações. Quando estava entre nós, ele já era rei. Claro, não um rei como Herodes ou outros poderosos. Ele não é rei pra mandar, ele é rei para servir. E entre nós, ele esteve servindo. Não lembra que ele chegou até a lavar os pés dos discípulos?! Jesus já estava reinando entre nós, porque estava servindo.

Como bom pastor, ele estava cuidando de suas ovelhas. Alimentou os famintos. Basta lembrar a multiplicação dos pães. Ele mesmo estava com sede e pediu água à samaritana no poço de Jacó, embora a sede pra valer fosse a dela. Ele acolheu os estrangeiros, atendendo os seus pedidos, como no caso do centurião de Cafarnaum e a da Cananeia.  Cuidou dos doentes. Basta lembrar os leprosos, os cegos, os paralíticos curados por ele. Na paixão e na cruz, foi bom companheiro de prisioneiros também. Na cruz, também lhe deixaram sem roupas, ele que tinha recomendado que se devolvesse o manto de um pobre, no caso de penhora. Ele reinou entre nós, servindo os mais humildes e sofredores. Então, a avaliação é se nós fizemos como Jesus, servindo os necessitados.

Guardando a mensagem

Celebramos hoje Jesus, como rei do Universo. Ele já reinava quando estava entre nós, não no sentido de ser um poderoso, mas no sentido de estar a serviço dos irmãos, sobretudo dos pobres e sofredores. No julgamento final, se verá se nós fizemos como ele, se nós o imitamos no serviço aos outros. Ao servir os pequeninos, estamos imitando Jesus e mostrando nosso amor por ele.

Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos (Mt 25, 32).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Ajudar os pobres até que ajudamos. Somos todos sensíveis às campanhas de solidariedade, à esmola, ao socorro aos humilhados neste mundo. Ajudar os pobres não é tão difícil. Amar os pobres, como tu o fizeste, aí já é mais difícil. Difícil, porque amar é reconhecer a grandeza daquela pessoa desfigurada pela doença, pela droga, pelo desamparo; porque amar é engajamento na conquista dos seus direitos, no compromisso cidadão por uma sociedade justa e sem violência. Amar é comprometer-se com o seu semelhante, é entrar na comunhão com ele. Aí é bem mais difícil. Dá-nos, Senhor, que passemos de “ajudar os pobres” a “amar os pobres”. Que a nossa preocupação global com o coronavírus seja expressa com atitudes, cuidados, ações comprometidas com o bem de todos, especialmente dos mais frágeis e desprotegidos. Seja bendito o teu santo nome. hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Assuma os cuidados de distanciamento, uso de máscara, higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel como um ato de amor e de respeito pela vida e pela saúde de sua família e de todos os que você encontra em seu caminho.

Pe. João Carlos Ribeiro


POR CRISTO, COM CRISTO, EM CRISTO



Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado (Lc 23, 42)

24 de novembro de 2019

Hoje é o domingo de Cristo Rei do Universo, o último domingo do ano litúrgico. Domingo que vem já será o advento, a preparação para o natal do Senhor. Com essa solenidade, somos convidados a contemplar Jesus Cristo, no meu mistério, na sua grandeza. Claro, toda celebração é celebração do mistério de Cristo. Mas, esse domingo nos dá uma oportunidade especial para reconhecer o lugar do nosso redentor no plano de Deus. Deus se inspirou nele para criar tudo e todos. Deus reconciliou os pecadores por meio dele. Deus o constitui líder da humanidade, guia do povo a caminho. 

Estou impressionado com a última frase do evangelho de hoje, a resposta que Jesus, na cruz, deu ao malfeitor que lhe pediu para lembrar-se dele quando entrasse no seu reinado: “Em verdade, eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. O ‘bom ladrão’ falou de reinado, Jesus falou de paraíso. 

Falando em ‘paraíso’, a gente logo se lembra do Éden, o paraíso do início da Bíblia. No Éden, Deus e suas criaturas viviam em grande harmonia. Adão, Eva e o Criador, passeavam juntos naquela jardim, todas as tardes. Mas, Adão e Eva, a respeito da árvore do bem e do mal, duvidaram de Deus e o desobedeceram. A humanidade se afastou de Deus. Tudo quanto foi coisa ruim entrou no mundo, inclusive a morte. Adão e Eva são nossos representantes. No nosso pecado, toda a criação de Deus ficou prejudicada. A árvore do paraíso foi a árvore do pecado. 

Essa situação de pecado e afastamento de Deus foi superada por Jesus. Ele veio a nós, em nossa humanidade. Ele veio resgatar as ovelhas perdidas, a humanidade pecadora. Por causa dos nossos pecados, foi levado à cruz. A cruz de madeira plantada na terra é o contrário da árvore do paraíso. Na árvore da cruz, o Filho reconciliou a humanidade com Deus, dizendo ‘sim’ à vontade divina, entregando sua vida em sacrifício pelos pecadores. É o que se lê na carta de São Paulo aos Colossenses: “Deus quis, por ele, reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue de sua cruz”. A sua cruz é nova árvore, a árvore da graça. 

Dá para entender o que São Paulo escreveu nesta carta aos Colossenses: Jesus é o primogênito de toda a criação. Foi por ele e para ele que tudo foi criado. Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e, por ele, reconciliar consigo todos os seres. É assim que o celebramos como rei do universo. Tudo foi criado à sua imagem e semelhança. Tudo converge para ele. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, como está escrito no livro do Apocalipse. 

São Pedro explicará, naquele primeiro sermão, em Jerusalém: “Portanto, que todo o Israel fique certo disto: Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo". Por sua ressurreição, Jesus foi constituído guia e salvador da humanidade. Seguindo a tradição bíblica, nós o chamamos de “Rei do Universo”. Mas, ele não é rei como outros. Na cruz, aparece a tentação de “salvar-se a si mesmo”. Jesus não reinou assim, procurando o benefício para si mesmo ou poupando a sua vida. Pelo contrário, ele reinou dando a sua vida, entregando-a em favor dos pecadores. 

Guardando a mensagem

Com o título de ‘rei’, podemos ser tentados a associar Jesus aos grandes deste mundo. Se isto acontecesse, estaríamos desfazendo do evangelho, colocando Jesus na mesma galeria dos senhores que governam com a força das armas e nem sempre no interesse do povo. No evangelho, contemplando Jesus em sua paixão e morte, reconhecemos claramente a sua realeza. Ele é rei dando a vida por nós, sendo testemunha fiel do amor do Pai até o fim. A cruz é o seu trono. Não é à toa que Pilatos mandou escrever aquela plaquinha no alto de sua cruz: “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”. De verdade, ali ele era rei. A festa de Cristo Rei foi criada em 1925, pelo Papa Pio XI. Naquele clima de pós-guerra mundial, a Igreja apresentou Jesus Cristo como senhor e rei de todos os povos, único capaz de conduzir a humanidade para a paz. Com esta solenidade, celebramos também o Dia dos Leigos e das Leigas. Os batizados participam da realeza de Jesus no mundo. Os leigos fermentam o mundo com o evangelho. Com sua presença e sua liderança, leigos e leigas santificam a família, o trabalho, a cultura, a festa, a sociedade, o estado.

Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado (Lc 23, 42)

Rezando a palavra

Rezemos com as palavras da carta de São Paulo aos Colossenses (Col 1, 12-20):

Senhor Jesus, 

Com alegria, damos graças ao Pai, que nos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. É por ti que temos a redenção, o perdão dos pecados. Tu existes antes de todas as coisas e todas têm em ti a sua consistência. Tu és a Cabeça do Corpo, isto é, da Igreja. Tu és o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo tu tens a primazia, porque Deus quis habitar em ti com toda a sua plenitude e, por meio de ti, reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da tua cruz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

Leia, em sua Bíblia, o evangelho de hoje (Lucas 23, 35-43) e responda: Quantas vezes aparece a expressão “salva-te a ti mesmo”?


Pe. João Carlos Ribeiro – 24.11.2019

QUEM É DA VERDADE ESCUTA MINHA VOZ


Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” (Jo 18,37)

25 de novembro de 2018.

E chegamos ao encerramento do ano litúrgico, com a solenidade de Cristo Rei do Universo. E, com esta celebração, encerramos o ano nacional dos leigos e das leigas. 

No evangelho, acompanhamos o inquérito de Jesus no tribunal de Pilatos. Este quer saber se Jesus é o rei dos judeus, o que andou fazendo para ser preso e se, de verdade, é rei. Jesus não responde se é rei dos judeus. Pergunta se isso era uma dúvida pessoal dele mesmo. Também não respondeu o que andava fazendo. Disse que o seu reino não era deste mundo. E se era rei, disse que sim, que veio dar testemunho da verdade. 

Esse texto do evangelho de São João, que estamos lendo hoje, vem acompanhado por dois textos muitos especiais: o profeta Daniel e o Apocalipse. O escrito do profeta Daniel vem de um tempo em que o povo de Deus estava sofrendo muito, debaixo da opressão dos selêucidas, um grupo de cultura grega que perseguiu, matou e tudo fez para impor sua cultura e sua religião. O escrito do Apocalipse igualmente surgiu para animar comunidades perseguidas pela política do imperador Domiciano, que inclusive queria ser adorado como deus. Ser cristão era um crime a ser pago com a prisão e a morte cruel em espetáculos públicos. 

No meio do sofrimento do seu povo, o profeta Daniel falou do filho do homem, um representante do povo sofredor, que recebia de Deus a realeza, um reino eterno. Em meio à perseguição do império romano, o apóstolo João, no Apocalipse, fala de Jesus, a testemunha fiel do amor de Deus, que fez de nós um reino e sacerdotes para Deus. No evangelho de hoje, o mesmo apóstolo João, conta como em Jesus, no meio de sua paixão, revela-se a sua realeza. Ele é rei de verdade, dando sua vida por nós. 

Então, essa festa de Jesus Rei não vem num clima de exaltação, de ufanismo, de triunfalismo. É uma afirmação do senhorio de Deus, por meio do seu filho Jesus, no mundo, no meio de tantas dificuldade e provações. O povo de Deus, na perseguição dos selêucidas, pode sentir como Deus era rei e lhes fortalecia na resistência contra a invasão cultural dos gregos. As comunidades perseguidas por Domiciano proclamaram Jesus como rei que lhes precedia na fidelidade ao projeto do Pai, em contraposição à prepotência e à violência do império. As comunidades cristãs de todos os tempos, ouvindo a paixão de Cristo narrada nos evangelhos, tomam consciência que o único e absoluto senhor da história é Jesus, que perseguido e morto, reinou dando sua vida e, ressuscitado, vai à frente dos seus irmãos e irmãs na construção de um mundo onde reinem a verdade, a justiça, o amor e a paz. 

Vamos guardar a mensagem

Falar de Jesus como rei é um tanto perigoso. Podemos ser tentados a associar Jesus, com esse título de rei, aos grandes deste mundo. Se isto acontecesse, estaríamos desfazendo do evangelho, colocando Jesus na mesma galeria dos senhores deste mundo, que governam com a força das armas e nem sempre no interesse da maioria. Esse título de rei foi dado a Jesus em situações de sofrimento e perseguição do povo de Deus. Com Daniel, o povo se sentiu representado no filho do homem a quem Deus deu uma realeza eterna. Com o Apocalipse, as comunidades cristãs se sentiram fortalecidas na sua resistência à violência do império, ao se reconhecerem comunidade esposa do cordeiro imolado e vitorioso sobre a morte e o mal. No evangelho, contemplando Jesus em sua paixão e morte, reconhecemos claramente a sua realeza. Ele é rei dando a vida por nós, sendo testemunha fiel do amor do Pai até o fim. A cruz é o seu trono. Não é à toa que Pilatos mandou escrever aquela plaquinha no alto de sua cruz: “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”. De verdade, ali ele era rei. Este, sim, é o nosso rei. 

Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” (Jo 18,37)

Rezando a palavra

Vamos rezar com as palavras da Missa deste domingo:

Senhor Jesus, 

Com óleo de exultação, tu foste consagrado sacerdote eterno e rei do universo. Oferecendo-se na cruz, como vítima pura e pacífica, tu realizaste a redenção da humanidade. Submetendo ao teu poder toda criatura, entregarás ao Pai um reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

O que de melhor fazer hoje para celebrar o dia de Cristo Rei e dia dos Leigos e Leigas? Sem dúvida, participar da Santa Missa em sua comunidade. Se puder fazer um pouco mais, claro que pode, leia o evangelho de hoje em sua Bíblia (João 18, 33-37).

Pe. João Carlos Ribeiro – 25.11.2018

Ele é o Rei

O ano litúrgico se encerra com a aclamação de Cristo Rei do Universo. Celebramos a realeza de Jesus, o seu senhorio no mundo, ele que veio anunciar o Reino de Deus.

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Falar de Jesus como rei é uma coisa, até certo ponto, perigosa. Perigosa, porque podemos ser levados a associar a imagem de Jesus aos reis deste mundo, aos governantes, aos poderosos. E aí seria um desastre... pois, seria o contrário do que o evangelho testemunha.

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