PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: dívidas
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Só há um remédio para reconstruir a vida: o perdão.




   17 de setembro de 2023.   

24º Domingo do Tempo Comum



   Evangelho.   


Mt 18,21-35

Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”
22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida.
26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida.
28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia.
31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo.
32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’
34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida.
35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.




   Meditação.   


Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)

Há muita injustiça nesse mundo, muita maldade. Você, com certeza, já foi vítima de humilhação, de sofrimento gerados pelo egoísmo de alguém, pela difamação de uma pessoa amiga, pela traição no casamento, quem sabe. Há pessoas que convivem com grandes chagas abertas em sua memória ou mesmo no seu inconsciente. Profissionais que foram perseguidos por colegas que chegaram a perder seus postos de trabalho. Pais que tiveram um filho assassinado. Pessoas que foram violentadas, abusadas quando mais jovens. Um mar de sofrimento causado por pessoas próximas e distantes.

Diante do mal que nos fazem, a primeira reação é a indignação. A pessoa não se conforma, reage percebendo o mal que estão lhe fazendo. Não aceita, sente-se prejudicada, traída, humilhada. É uma atitude aceitável, a indignação. Uma reação justa: não 
se acomodar diante da agressão, não permitir a continuação da ofensa, não permanecer na passividade diante do mal.

Agora, essa indignação pode virar ódio, desejo de vingança, desespero. Tem até quem pense no suicídio como punição contra si mesmo ou contra o agressor ou como forma de estancar essa dor na alma. 
Aí, vamos com calma. Você não pode permitir que o mal que lhe fizeram crie raízes em você, se reproduza no seu ódio, em projetos de vingança e de revanche. O mal se perpetua no mal. É uma onda de violência que puxa outra, não para mais. 

Você já ouviu falar daquelas cidades, no interior de Pernambuco, em que uma família matava a outra... ‘Mataram o meu filho... vou matar o filho dele também!’ ‘Mataram meu primo, vou me vingar!”. A vida daquelas pessoas virou um inferno, uma insegurança total, a cólera fervendo no coração daquele gente antes tão pacata... Só uma coisa estancou aquela tragédia que parecia sem fim: o perdão.

Só há um remédio para se reconstruir a vida: o perdão. O ódio e a vingança não resolvem, não curam a mágoa, nem o sofrimento causado pela difamação, pela traição, pela injustiça. Só o perdão pode trazer paz ao seu coração.

Claro, perdão não quer dizer que abro mão do direito de reparação, que não recorro à justiça. Você lembra do Papa João Paulo II, que levou um tiro de um jovem turco, muçulmano, que foi assassiná-lo na Praça de São Pedro, no Vaticano?! O santo Papa ficou entre a vida e a morte, coitado, e passou o resto da vida sentindo as consequências daquela agressão. Mas, aquele homem santo foi várias vezes visitar o seu agressor na penitenciária, para oferecer-lhe o perdão e acompanha-lo no seu caminho de conversão. Não deixou que o ódio tomasse conta do seu coração. A cadeia é a oportunidade do agressor se redimir, se reencontrar, se reabilitar. Se o tratamento que o agressor receber, dentro ou fora da cadeia, for de violência e crueldade, não resultará redimido, só embrutecido.

Ensinamento do livro do Eclesiástico: "O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados?". E olha como Deus nos trata, reza o Salmo 102: "O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas".

No evangelho de hoje, Jesus conta uma parábola para responder à pergunta ‘Quantas vezes devemos perdoar’. A resposta foi ‘sempre’, setenta vezes sete vezes. Sete é um número perfeito. Sete vezes sete dá quarenta e nove. O ano 50, segundo a antiga lei de Israel, era o ano do jubileu, o ano do perdão das dívidas e da remissão dos escravos. Jesus multiplicou tudo por 10. Setenta vezes sete. Na história de Jesus, nós somos o devedor que devia ao patrão uma soma impagável. Não tendo com que pagar, ele foi perdoado. O patrão teve compaixão dele. Agora, logo ele encontrou um colega que estava lhe devendo uma pequena soma. Como o pequeno devedor não tinha com que pagar, ele o jogou na cadeia. O patrão soube do ocorrido, cancelou a anistia do seu débito e lhe cobrou até o derradeiro centavo. Aprendemos a perdoar com Deus. 




Guardando a mensagem

Claro que perdoar não é fácil. Mas, um cristão tem o exemplo e os ensinamentos de Cristo. Ele sofreu uma morte muito cruel, mas morreu perdoando. Aliás, por sua paixão e morte oferecidas a Deus como sacrifício voluntário em nosso favor, fomos perdoados de nossos pecados. Nosso débito com Deus era impagável. E ele perdoou nossa dívida. À sua imitação, não podemos ter outro comportamento, senão perdoar as dívidas dos nossos semelhantes. E perdoar sempre. Não apenas quatro vezes, como ensinavam os rabinos e mestres da Lei. Nem só as generosas sete vezes que Pedro sugeriu. Sempre, perfeitamente. Setenta vezes sete, como Jesus prescreveu.

Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
aquele empregado que não tinha com que pagar uma enorme dívida foi perdoado pelo seu patrão. Seu patrão teve misericórdia dele. Ele não tinha com que pagar, sua família toda seria prejudicada. O patrão cancelou o seu débito, todinho. E aquele mesmo empregado, perdoado de sua grande dívida, não esqueceu o pequeno débito de um companheiro seu. O seu colega não tinha com que pagar naquele momento, mas ele exigiu de toda forma e o pobre homem foi parar na cadeia por causa daquela ninharia. Senhor, esse empregado somos nós. Fomos perdoados de uma dívida impagável. Deus nos perdoou dos nossos pecados. Agora, ele espera que nós também tenhamos compaixão dos nossos irmãos e irmãs que nos ofendem. Ajuda-nos, Senhor, a ser misericordiosos, como o Pai. Continua, com paciência, nos ensinando a perdoar, a curar nossas mágoas com o perdão, a libertar o nosso futuro pelo perdão. 
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Alguém lhe ofendeu, lhe fez mal, lhe prejudicou? Tem mágoa, tem ódio no seu coração?  Você já sabe o que tem que fazer. E você já sabe porque precisa proceder como Jesus está nos ensinando.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

SÓ O PERDÃO TRAZ A PAZ AO CORAÇÃO



Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)


13 de setembro de 2020, 24० Domingo do Tempo Comum

Há muita injustiça nesse mundo, muita maldade. Você, com certeza, já foi vítima de muita humilhação, de sofrimento gerado pelo egoísmo de alguém, pela difamação de uma pessoa amiga, pela traição no casamento, quem sabe. Há pessoas que convivem com grandes chagas abertas em sua memória ou mesmo no seu inconsciente. Profissionais que foram perseguidos por colegas que chegaram a perder seus postos de trabalho. Pais que tiveram um filho assassinado. Pessoas que foram violentadas, abusadas quando mais jovens. Um mar de sofrimento causado por pessoas próximas e distantes.

Diante do mal que nos fazem, a primeira reação é a indignação. A pessoa não se conforma, reage percebendo o mal que estão lhe fazendo. Não aceita, sente-se prejudicada, traída, humilhada. É uma atitude aceitável, a indignação. Uma reação justa. Não se acomodar diante da agressão, não permitir a continuação da ofensa, não permanecer na passividade diante do mal.

Agora, essa indignação pode virar ódio, desejo de vingança, revanche. Aí, vamos com calma. Você não pode permitir que o mal que lhe fizeram crie raízes em você, se reproduza no seu ódio, em projetos de vingança e de revanche. O mal se perpetua no mal. É uma onda de violência que puxa outra, não para mais. Você já ouviu falar daquelas cidades, no interior de Pernambuco, em que uma família matava a outra... ‘Mataram o meu filho... vou matar o filho dele também!’ ‘Mataram meu primo, vou me vingar!”. A vida daquelas pessoas virou um inferno, uma insegurança total, a cólera fervendo no coração daquele gente antes tão pacata... Só uma coisa estancou aquela tragédia que parecia sem fim: o perdão.

Só há um remédio para se reconstruir a vida: o perdão. O ódio e a vingança não resolvem, não curam a mágoa, nem o sofrimento causado pela difamação, pela traição, pela injustiça. Só o perdão pode trazer paz ao seu coração.

Claro, perdão não quer dizer que abro mão do direito de reparação, que não recorro à Justiça. Você se lembra do Papa João Paulo II, que levou um tiro de um jovem turco, muçulmano, que foi assassiná-lo na Praça de São Pedro, no Vaticano?! O santo Papa ficou entre a vida e a morte, coitado, e passou o resto da vida sentindo as consequências daquela agressão. Mas, aquele homem santo foi várias vezes visitar o seu agressor na penitenciária, para oferecer-lhe o perdão e acompanha-lo no seu caminho de conversão. Não deixou que o ódio tomasse conta do seu coração. A cadeia é a oportunidade do agressor se redimir, se reencontrar, se reabilitar. Se o tratamento que o agressor receber, dentro ou fora da cadeia, for de violência e crueldade, não resultará redimido, só embrutecido.

Ensinamento do livro do Eclesiástico: "O rancor e a raiva são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las. Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão dos seus pecados?". E olha como Deus nos trata, reza o Salmo 102: "O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas". 

Guardando a mensagem

Claro que perdoar não é fácil. Mas, um cristão tem o exemplo e os ensinamentos de Cristo. Ele sofreu uma morte muito cruel, mas morreu perdoando. Aliás, por sua paixão e morte oferecidas a Deus como sacrifício voluntário em nosso favor, fomos perdoados de nossos pecados. Nosso débito com Deus era impagável. E ele perdoou nossa dívida. À sua imitação, não podemos ter outro comportamento, senão perdoar as dívidas dos nossos semelhantes. E perdoar sempre. Não apenas quatro vezes, como ensinavam os rabinos e mestres da Lei. Nem só as generosas sete vezes que Pedro sugeriu. Sempre, perfeitamente. Setenta vezes sete, como Jesus prescreveu.

Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
Aquele empregado que não tinha com que pagar uma enorme dívida foi perdoado pelo seu patrão. Seu patrão teve misericórdia dele. Ele não tinha com que pagar, sua família toda seria prejudicada. O patrão cancelou o seu débito, todinho. E aquele mesmo empregado, perdoado de sua grande dívida, não esqueceu o pequeno débito de um companheiro seu. O seu colega não tinha com que pagar naquele momento, mas ele exigiu de toda forma e o pobre homem foi parar na cadeia por causa daquela ninharia. Senhor, esse empregado somos nós. Fomos perdoados de uma dívida impagável. Deus nos perdoou dos nossos pecados. Agora, ele espera que nós tenhamos também compaixão dos nossos irmãos e irmãs que nos ofendem. Ajuda-nos, Senhor, a ser misericordiosos, como o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Alguém lhe ofendeu, lhe fez mal, lhe prejudicou? Você já sabe o que tem que fazer. E você já sabe porque tem que fazer... 

E o nosso Curso Bíblico sobre o Evangelho de São Marcos começa segunda-feira. O Curso vai ser oferecido em 5 encontros, de segunda a sexta, das 16 às 17 horas. Eu vou ministrar o Curso, com transmissão pelo Youtube, pelo Facebook e pela Rádio Tempo de Paz. 

Se você ainda não se inscreveu, use este link que estou lhe enviando: INSCREVA-SE AQUI .  É só preecher os dados solicitados. Aproveite e compartilhe a informação com seus contatos. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

O PERDÃO DAS DÍVIDAS

Tu também não devias ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? (Mt 18, 33)

17 de março de 2020.

A compaixão é a marca de Jesus no seu encontro com os sofredores e os pecadores. O patrão da história teve compaixão do seu empregado que lhe devia uma enorme fortuna. Como ele não tivesse com que pagar, teria que ser vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo que possuísse, para pagar a dívida. O empregado, de joelhos, suplicou pedindo um prazo e prometendo quitar a dívida. O patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou a dívida. Esse patrão da história representa o Pai, nosso Deus. Nós somos esse empregado grande-devedor. Fomos perdoados.

No Pai Nosso ensinado por Jesus, no registro do mesmo evangelho de São Mateus, essa parábola fica bem compreendida. Jesus ensinou a rezar com essas palavras: “Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. E era assim que antigamente se rezava o Pai Nosso. As nossas dívidas com Deus são as nossas faltas, os nossos pecados, as nossas ofensas. Depois, começou-se a dizer para maior clareza: “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Nossa dívida com Deus, nosso pecado é impagável. Mas, Deus nos perdoou por causa do sacrifício de Jesus. Jesus ofereceu a sua vida em remissão dos nossos pecados. E fomos liberados das consequências do nosso débito, a morte eterna. Nossa dívida foi redimida. Fomos perdoados. Nosso Deus teve compaixão de nós.

Mas, a história continua. O empregado, perdoado da grande dívida, encontrou um colega, um companheiro que lhe devia um dinheiro pouco. Cobrou o seu dinheiro, na maior ignorância. O colega fez como ele tinha feito com o patrão. De joelhos, pediu um prazo para quitar a dívida. O empregado não quis conversa, fez uma denúncia na Justiça e o colega acabou preso, e lá ficaria até que pagasse o último centavo. A notícia circulou e chegou aos ouvidos do patrão. O empregado foi chamado. “Homem perverso, eu te perdoei toda a tua dívida porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro como eu tive compaixão de ti?” Aí a coisa ficou feia pro lado do empregado que não teve compaixão do seu semelhante.

Você foi perdoado, perdoada, de uma grande dívida pelo seu Criador e Pai. Ele teve compaixão de você. Em Cristo, ele fez de você uma nova criatura, com o nome limpo na praça. Aprenda isso com ele. Aja também com compaixão com os seus irmãos. Seja compreensivo, paciente, misericordioso com os outros. E... tenha cuidado com o Pai Nosso... “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

Guardando a mensagem

Jesus está contando uma história para entendermos que assim como Deus nos perdoou, igualmente devemos perdoar os outros. Deus nos perdoou os pecados, as ofensas, que nós cometemos contra ele. Nossa dívida era impagável. Jesus a pagou por nós, na cruz. Já que fomos assim generosamente perdoados, precisamos tratar os nossos semelhantes com misericórdia e piedade.

Tu também não devias ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? (Mt 18, 33)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,

Perdoar não é fácil. E estar disposto a perdoar sempre que a pessoa pede uma chance, ou mostra-se arrependida, é uma tarefa que parece superar nosso limite humano. Mas, também é verdade que perdoar o outro é um gesto de humildade e gratidão para com o Pai que nos perdoou de nossa grande dívida. Nós somos os filhos pródigos que voltamos arrependidos para casa. E ele nos recebe de braços abertos. Então, não há outro caminho, senão imitá-lo na sua compaixão. Também precisamos ter compaixão dos nossos semelhantes. Ajuda-nos, Senhor, a imitar a compaixão do nosso Deus e sermos capazes de perdoar setenta x sete vezes. E a rezar de verdade: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Com a tua compaixão, Senhor, concede-nos a generosidade do perdão e conforta-nos em nossos dramas e em nossas dores, com a tua bênção e com o teu amor. Amém. 

Vivendo a palavra

Com certeza, na sua vida familiar, você tem, no seu coração, mágoas, ressentimentos... coisa de muito tempo atrás ou até coisa recente. Hoje, foque em uma dessas situações e peça a Deus forças para ser capaz de perdoar. E tome uma decisão importante e libertadora: perdoe.

A família salesiana preparou para estes dias difíceis de luta contra o novo coronavírus uma Novena Extraordinária a Nossa Senhora Auxiliadora, de 15 a 23 de março, concluindo, no dia 24, comemoração mensal da Virgem Auxiliadora, com uma oração de entrega. A proposta da novena é uma forma de renovação de nossa confiança na Mãe da Igreja, seguindo o exemplo de Dom Bosco, em situações semelhantes. O texto da novena está no link www.padrejoaocarlos.com. Você o encontra também após o texto da meditação, no seu aplicativo.

17 de março de 2020.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb




NOVENA EXTRAORDINÁRIA 

A NOSSA SENHORA AUXILIADORA



Motivado pela disseminação do coronavírus, a Congregação Salesiana propõe a NOVENA EXTRAORDINÁRIA A NOSSA SENHORA AUXILIADORA, de 15 a 23 de março. Participe!

Em vista da disseminação do coronavírus em vários países, o Reitor-mor, padre Ángel Fernández Artime, convida os Salesianos, os membros da Família Salesiana e os jovens a renovar sua confiança em Maria Auxiliadora, seguindo o exemplo de Dom Bosco em circunstâncias semelhantes. Por esse motivo, ele propõe viver uma novena extraordinária de 15 a 23 de março e concluí-la no dia 24, comemoração mensal de Maria Auxiliadora, com uma oração de entrega.

NOVENA E ENTREGA A MARIA AUXILIADORA


Recitar durante nove dias consecutivos:

- Três Pai-nossos, Ave-marias e Glórias, ao Santíssimo Sacramento, com a prece:


Graças e louvores se deem a todo o momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento;


Três Salve-Rainhas a Maria SS. Auxiliadora, com a invocação:


Nossa Senhora Auxiliadora, rogai por nós.


Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, ó Virgem entre todas singular, como Mãe recorro; de Vós me valho, gemendo sob o peso dos meus pecados, e me prostro a vossos pés. Não desprezeis minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia, e de me alcançar o que vos rogo. Amém.


Oração para livrar-nos do ‘coronavírus’

Deus todo-poderoso e eterno, de quem todo o universo recebe força, existência e vida, vimos até vós para invocar a vossa misericórdia, pois que também hoje experimentamos a fragilidade da condição humana na experiência de uma nova pandemia.

Cremos que sois Vós a guiar o curso da história humana e que o vosso Amor pode mudar para melhor o nosso destino, qualquer que seja a nossa condição humana. Por isso vos confiamos os doentes e suas famílias: pelo Mistério Pascal do vosso Filho, dai salvação e alívio a seu corpo e espírito.

Ajudai cada membro da sociedade a cumprir sua tarefa, fortalecendo o espírito de mútua solidariedade. Amparai os médicos e os agentes sanitários, os educadores e os assistentes sociais na prestação do seu serviço.

Vós que na fadiga sois conforto e apoio na fraqueza, por intercessão da Virgem Maria e de todos os santos médicos e patronos da saúde, afastai de nós todo o mal e contaminação.

Livrai-nos desta epidemia que nos aflige, a fim de que possamos voltar serenamente às nossas ocupações habituais e vos louvar agradecidos com sempre renovado coração.

Em Vós confiamos, ó Pai, e a Vós elevamos a nossa súplica, por Jesus Cristo vosso Filho e Nosso Senhor. Amém.



CONSAGRAÇÃO DO MUNDO A MARIA SS. AUXILIADORA 
[24 de março]


Santíssima e Imaculada Virgem Maria, Mãe nossa terníssima e poderoso Auxílio dos Cristãos, nós nos consagramos inteiramente a Vós, para que nos conduzais a Deus. Consagramos-vos a mente com seus pensamentos, o coração com seus afetos, o corpo com seus sentimentos e todas as suas forças; e vos prometemos trabalhar sempre para a maior glória de Deus e a salvação das almas.

E vós, entretanto, ó Virgem incomparável, que sempre fostes a Mãe da Igreja e o Auxílio dos Cristãos, continuai a mostrar-vos tal especialmente nestes dias.

Iluminai e fortalecei os bispos e os sacerdotes, mantendo-os sempre unidos e obedientes ao Papa, Mestre infalível; aumentai as vocações religiosas e sacerdotais para que, também por meio delas, o reino de Jesus Cristo se preserve entre nós e se estenda até aos confins da terra.

Pedimos-vos novamente, ó Mãe querida, que mantenhais o vosso olhar amoroso sobre os jovens, tão expostos sempre a tantos perigos; e sobre os pobres pecadores e moribundos.

Sede para todos, ó Maria, doce Esperança, Mãe de misericórdia e Porta do Céu. Mas também por nós Vos suplicamos, ó grande Mãe de Deus. Ensinai-nos a copiar em nós as vossas virtudes, especialmente a angélica modéstia, a humildade profunda e a ardente caridade.

Fazei, ó Maria Auxiliadora, que todos nos acolhamos sob o vosso manto de Mãe.

Fazei que nas tentações vos invoquemos logo com confiança: que o pensamento de que sois tão boa, amorosa e querida, que a lembrança do amor que dedicais aos vossos devotos nos sejam de tal conforto que sejamos vitoriosos contra os inimigos da nossa alma, na vida e na morte, e possamos um dia ser vossa Coroa de Glória no Céu. 
Amém.

SÓ O PERDÃO TRAZ A PAZ PARA O SEU CORAÇÃO

Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)


26 de março de 2019.


Há muita injustiça nesse mundo, muita maldade. Você, com certeza, já foi vítima de muita humilhação, de sofrimento gerado pelo egoísmo de alguém, pela difamação de uma pessoa amiga, pela traição no casamento, quem sabe. Há pessoas que convivem com grandes chagas abertas em sua memória ou mesmo no seu inconsciente. Profissionais que foram perseguidos por colegas que chegaram a perder seus postos de trabalho. Pais que tiveram um filho assassinado. Pessoas que foram violentadas, abusadas quando mais jovens. Um mar de sofrimento causado por pessoas próximas e distantes.


Diante do mal que nos fazem, a primeira reação é a indignação. A pessoa não se conforma, reage percebendo o mal que estão lhe fazendo. Não aceita, sente-se prejudicada, traída, humilhada. É uma atitude aceitável, a indignação. Uma reação justa. Não se acomodar diante da agressão, não permitir a continuação da ofensa, não permanecer na passividade diante do mal.

Agora, essa indignação pode virar ódio, desejo de vingança, revanche. Aí, vamos com calma. Você não pode permitir que o mal que lhe fizeram crie raízes em você, se reproduza no seu ódio, em projetos de vingança e de revanche. O mal se perpetua no mal. É uma onda de violência que puxa outra, não para mais. Você já ouviu falar daquelas cidades, no interior de Pernambuco, em que uma família matava a outra... ‘Mataram o meu filho... vou matar o filho dele também!’ ‘Mataram meu primo, vou me vingar!”. A vida daquelas pessoas virou um inferno, uma insegurança total, a cólera fervendo no coração daquele gente antes tão pacata... Só uma coisa estancou aquela tragédia que parecia sem fim: o perdão.

Só há um remédio para se reconstruir a vida: o perdão. O ódio e a vingança não resolvem, não curam a mágoa, nem o sofrimento causado pela difamação, pela traição, pela injustiça. Só o perdão pode trazer paz ao seu coração.

Claro, perdão não quer dizer que abro mão do direito de reparação, que não recorro à Justiça. Você se lembra do Papa João Paulo II, que levou um tiro de um jovem turco, muçulmano, que foi assassiná-lo na Praça de São Pedro, no Vaticano?! O santo Papa ficou entre a vida e a morte, coitado, e passou o resto da vida sentindo as consequências daquela agressão. Mas, aquele homem santo foi várias vezes visitar o seu agressor na Penitenciária, para oferecer-lhe o perdão e acompanha-lo no seu caminho de conversão. Não deixou que o ódio tomasse conta do seu coração. A cadeia é a oportunidade do agressor se redimir, se reencontrar, se reabilitar. Se o tratamento que o agressor receber, dentro ou fora da cadeia, for de violência e crueldade, não resultará redimido, só embrutecido.

Guardando a mensagem

Claro que perdoar não é fácil. Mas, um cristão tem o exemplo e os ensinamentos de Cristo. Ele sofreu uma morte muito cruel, mas morreu perdoando. Aliás, por sua paixão e morte oferecidas a Deus como sacrifício voluntário em nosso favor, fomos perdoados de nossos pecados. Nosso débito com Deus era impagável. E ele perdoou nossa dívida. À sua imitação, não podemos ter outro comportamento, senão perdoar as dívidas dos nossos semelhantes. E perdoar sempre. Não apenas quatro vezes, como ensinavam os rabinos e mestres da Lei. Nem só as generosas sete vezes que Pedro sugeriu. Sempre, perfeitamente. Setenta vezes sete, como Jesus prescreveu.

Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? (Mt 18, 21)

Rezando a mensagem

Senhor Jesus,
Aquele empregado que não tinha com que pagar uma enorme dívida foi perdoado pelo seu patrão. Seu patrão teve misericórdia dele. Ele não tinha com que pagar, sua família toda seria prejudicada. O patrão cancelou o seu débito, todinho. E aquele mesmo empregado, perdoado de sua grande dívida, não esqueceu o pequeno débito de um companheiro seu. O seu colega não tinha com que pagar naquele momento, mas ele exigiu de toda forma e o pobre homem foi parar na cadeia por causa daquela ninharia. Senhor, esse empregado somos nós. Fomos perdoados de uma dívida impagável. Deus nos perdoou dos nossos pecados. Agora, ele espera que nós tenhamos também compaixão dos nossos irmãos e irmãs que nos ofendem. Ajuda-nos, Senhor, a ser misericordiosos, como o Pai. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Alguém ofendeu você, lhe fez mal, lhe prejudicou? Você já sabe o que tem que fazer. E você já sabe porque tem que fazer... Então, faça. Hoje, o 21º dia da Quaresma, é um dia bom pra isso.

Pe. João Carlos Ribeiro – 26.03.2019

REMÉDIO BOM PARA O ÓDIO

Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida (Mt 18, 27)

Domingo, 17 de setembro de 2017

Há muita injustiça nesse mundo, muita maldade. Você, com certeza, já foi vítima de muita humilhação, de sofrimento gerado pelo egoísmo de alguém, pela difamação de uma pessoa amiga, pela traição no casamento. Há pessoas que convivem com grandes chagas abertas em sua memória ou mesmo no seu inconsciente. Profissionais que foram perseguidos por colegas que chegaram a perder seus postos de trabalho. Pais que tiveram um filho assassinado. Pessoas que foram violentadas, abusadas quando mais jovens. Um mar de sofrimento causado por pessoas próximas e distantes.

Diante do mal que nos fazem, a primeira reação é a indignação. A pessoa não se conforma, reage percebendo o mal que estão lhe fazendo. Não aceita, sente-se prejudicada, traída, humilhada. É uma atitude aceitável, a indignação. Uma reação justa. Não se acomodar diante da agressão, não permitir a continuação da ofensa, não ficar passiva diante do mal.

Agora, essa indignação pode virar ódio, desejo de vingança, revanche. Aí, vamos com calma. Você não pode permitir que o mal que lhe fizeram crie raízes em você, se reproduza no seu ódio, em projetos de vingança e de revanche. O mal se perpetua no mal. É uma onda de violência que puxa outra, não para mais. Você já ouviu falar daquelas cidades, no interior de Pernambuco, em que uma família matava a outra... ‘Mataram o meu filho... vou matar o filho dele também!’  ‘Mataram meu primo, vou me vingar!”. A vida daquelas pessoas virou um inferno, uma insegurança total, a cólera fervendo no coração daquele  gente antes tão pacata...  Só uma coisa estancou aquela tragédia que parecia sem fim: o perdão.

Só há um remédio para se reconstruir a vida: o perdão. O ódio e a vingança não resolvem, não curam a mágoa, nem o sofrimento causado pela difamação, pela traição, pela injustiça. Só o perdão pode trazer paz ao seu coração.

Claro, perdão não quer dizer que abro mão do direito de reparação, que não recorro à Justiça. Você se lembra do Papa João Paulo II, que levou um tiro de um jovem turco, muçulmano, que foi assassiná-lo na Praça de São Pedro, no Vaticano?! O santo Papa ficou entre a vida e a morte, coitado, e passou o resto da vida sentindo as consequências daquela agressão. Mas, aquele homem santo foi várias vezes visitar o seu agressor na Penitenciária, para oferecer-lhe o perdão e acompanha-lo no seu caminho de conversão. Não deixou que o ódio tomasse conta do seu coração. A cadeia é a oportunidade do agressor se redimir, se reencontrar, se reabilitar. Se o tratamento que o agressor receber, dentro ou fora da cadeia, for de violência e crueldade, não resultará redimido, só embrutecido.

Claro que perdoar não é fácil. Mas, um cristão tem o exemplo e os ensinamentos de Cristo. Ele sofreu uma morte muito cruel, mas morreu perdoando. Aliás, por sua paixão e morte oferecidas a Deus como sacrifício voluntário em nosso favor, fomos perdoados de nossos pecados. Nosso  débito com Deus é impagável.  E ele perdoou nossa dívida. À sua imitação, não podemos ter outro comportamento, senão perdoar as dívidas dos nossos semelhantes. E perdoar sempre. Não apenas quatro vezes, como ensinavam os rabinos e mestres da Lei. Nem só as generosas sete vezes que Pedro sugeriu.  Sempre, perfeitamente. Setenta vezes sete.

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