PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA: jovem rico
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DEIXAR TUDO PARA SEGUIR JESUS?

O que ainda me falta? (Mt 19, 20)
20 de agosto de 2018.
Ele já era um cara bacana. Já vivia os mandamentos de Deus. Mas, queria algo a mais. Olha a conversa dele com Jesus: “Mestre, o que é que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Resposta de Jesus: Cumprir os mandamentos. Aí Jesus citou cinco mandamentos e juntou aquele resumo “amar o próximo como a si mesmo”. “Isso tudo, eu já faço”, disse o jovem. “O que ainda me falta?”.
Então, o jovem estava querendo algo a mais. Aparentemente, estava pronto para dar um novo passo. Jesus viu que o terreno era bom e lhe fez um convite. É verdade que essa proposta não é pra todo mundo, ao menos nessa medida, não. E ela só pode ser feita a quem está numa boa caminhada com Deus. Jesus não arrodeou muito. Foi direto e claro. “Deixe tudo e venha me seguir”. Para ficar mais claro: “Venha fazer parte do meu grupo, assumindo o meu estilo de vida”.
Deixar tudo para seguir Jesus. O jovem ficou pensando: que coisa legal andar com Jesus, fazer parte do seu ministério, ficar bem pertinho dele. Coisa maravilhosa!  Mas, ‘pera lá: ‘Eu tenho minha vida, minhas coisas... Deixar tudo? Não dá pra ser um visitante, um membro eventual, um seguidor à distância?’ Tudo isso se passando na cabeça daquele moço de boa pinta, de boa família, acostumado a ter toda facilidade na vida. A cabeça estava a mil: ‘Jesus vive sem nada, andando de um lado pro outro com esse grupo de discípulos, sem nenhuma segurança financeira, longe da família, voltado completamente para Deus e o seu povo. Seria uma mudança radical demais em minha vida... e os meus bens, minha herança, a vida que eu levo? Valerá a pena?’
Jesus deu um tempinho para o moço pensar, tinha posto as cartas na mesa. “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem. Dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e me siga”. Pronto, foi água na fervura... Aquela alegria de quem estava procurando algo novo foi se transformando em tristeza... e ele foi se retirando, meneando a cabeça, meio envergonhado pela escolha que estava fazendo. Ficou todo mundo em choque. Jesus esperava mais dele. E os discípulos ficaram pensando na escolha que eles mesmos tinham feito.
Puxa vida, Jesus não faz esse convite a todo mundo, não faz. Para segui-lo, sim, convida a todos. Mas, cada um levando sua vida normal, “normal” entre aspas, segundo o Evangelho. Mas, a alguns ele dirige esse convite tão radical. “Fiquem comigo, vivam como eu”. Aos poucos, na história do cristianismo, esse modo de seguimento de Jesus foi sendo organizado no que hoje se conhece como vida religiosa consagrada. Esse é o modo de viver de cristãos que aceitam o convite radical de Jesus de segui-lo mais de perto, imitando o seu modo de viver unicamente para Deus e para o seu povo, renunciando a acumular bens, a constituir família e sozinho tomar as decisões em sua vida. Nós, que acolhemos essa vocação, esse chamado tão especial, integramos as comunidades religiosas em nossas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Nem todo mundo entende a nossa vocação. Às vezes, nem nós mesmos. Mas, é o caminho dos que resolveram de coração acolher o convite de Jesus: “Deixe tudo e me siga”. É o caminho da perfeita caridade, como disse o Concílio Vaticano II.
Guardando a mensagem
Ao jovem, que já era um bom praticante dos mandamentos de Deus, desejoso de uma vida de perfeição, Jesus fez um convite muito especial: “deixar tudo para segui-lo”. Deixar tudo não é coisa fácil e esse moço era muito rico. Aí, apegado às suas coisas, ele optou por continuar na sua vidinha mesmo. Desde o começo do cristianismo, alguns homens e mulheres sentem-se chamados, por uma vocação especial, para seguir Jesus mais de perto, imitando o seu modo humano de viver para Deus e para o seu povo, pelo caminho dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. É uma escolha amorosa do Senhor. E uma resposta generosa de vários de seus discípulos e discípulas.
O que ainda me falta? (Mt 19, 20)
Rezando a palavra
Senhor Jesus,
As três coisas que marcam a vocação dos teus discípulos e discípulas consagrados na vida religiosa são também uma indicação para todos os teus seguidores. Três tentações podem afastar as pessoas de tua graça: agarrar-se aos bens deste mundo, desviar o amor a Deus para o apego exclusivo às criaturas e decidir sua vida sem atenção à vontade de Deus. Neste sentido, a vida dos teus consagrados deveria ser um permanente aviso a todos os teus seguidores. Abençoa, Senhor, os irmãos e irmãs que integram os institutos, congregações e ordens religiosas. Fortalece o caminho vocacional dos jovens que estão em formação na vida consagrada. E não desiste de chamar muitos jovens generosos para o teu seguimento. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vivendo a palavra
Recomende ao Senhor, num momento de prece, todos os que estão seguindo uma vocação especial de consagração na Igreja: vocacionados, seminaristas, formandos, irmãs, irmãos, professos nas congregações, ordens e institutos de vida consagrada. Reze por nós.

Pe. João Carlos Ribeiro – 20.08.2018

UM BOM EXEMPLO

Nós deixamos tudo e te seguimos (Mc 10, 28)
29 de maio de 2018.
O jovem rico foi um mau exemplo de seguidor de Jesus. Ele não renunciou a nada. Um sujeito que amava mais o seu dinheiro do que o Reino de Deus. Tinha mais confiança nos seus bens do que na palavra do Senhor. Preferiu a segurança do seu status à aventura do seguimento de Jesus. Um mau exemplo.  
Pedro e seus companheiros representam um bom exemplo de seguidores de Jesus. Eles deixaram tudo. Eles colocaram o Reino de Deus em primeiro lugar. Deixaram sua organização de pesca, seus barcos, sua profissão, suas famílias, a segurança de suas casas e puseram-se a caminho com Jesus. Colocaram sua confiança em Deus e aceitaram o desafio do seguimento. Um bom exemplo.
É, o amor exige renúncia. E pelo tamanho da renúncia se diz o quanto se ama. A jovem esposa acompanha o marido que foi transferido para um estado muito distante. Fica longe de tudo o que ela conhece e ama, seus pais, seus lugares preferidos, sua terra. Renuncia muito, porque ama muito. O pai, por causa dos filhos, de bom grado não frequenta mais as rodas de amigos no bar da esquina. Renuncia a boa conversa, regada a uma boa cerveja, para estar com os filhos, para brincar com eles, para sair com eles. Renuncia muito, porque ama muito. Aquela senhora já não está podendo mais ir a uma festa, fazer as viagens que fazia. Fica tomando conta da mãezinha idosa. Renuncia muito, porque ama muito.
O jovem rico amava pouco. Não deixou nada. Não abriu mão do seu dinheiro. Foi-se embora, entristecido. Fracassou o aprendiz de seguidor de Jesus. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor. O jovem Francisco de Assis também era rico, de família importante, estudado, culto. Sentiu no coração um amor imenso por Jesus crucificado e pelos pobres que encarnavam o seu sofrimento. Renunciou seu prestígio, suas riquezas, seu título de nobreza. Fez-se um seguidor do Mestre pelos caminhos da pobreza e da oração. Pelo tamanho da renúncia se sabe o tamanho do amor.
Pedro e seus companheiros que deixaram tudo fizeram uma pergunta a Jesus: “O que nós vamos ganhar com isso?” A resposta de Jesus foi maravilhosa:  ‘Nessa vida, cem vez mais do que deixaram. E na outra, a vida eterna’. Deus não se deixa vencer em generosidade. Você oferece 10, ele devolve 100. Eu mesmo deixei de constituir família, pensei que ia ficar sozinho. Nada, ele me tantas mães, tantos pais, tantos filhos, que já estou perdendo a conta.
E você, tem sido generoso/a com Deus? Tem confiado mais nele do que nos seus trocados? Tem renunciado alguma coisa para não faltar à missa, para fazer seu momento diário de oração, para observar os seus mandamentos? Pelo tamanho de sua renúncia se sabe o tamanho do seu amor por ele.
Vamos guardar a mensagem
Jesus chamou um jovem para segui-lo, deixando tudo. No apego aos seus bens e à segurança de suas posses, ele não foi capaz de renunciar tudo e seguir Jesus. Pedro e seus companheiros também receberam o mesmo convite. Deixaram tudo e seguiram Jesus. Vão ficar sem nada? Jesus garantiu: cem vezes mais aqui na terra, com perseguições e a vida eterna, no mundo futuro. Pelo tamanho da renúncia, se sabe o tamanho do nosso amor a Jesus.
Nós deixamos tudo e te seguimos (Mc 10, 28)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
Sempre nos vem à lembrança a pergunta que fizeste a Pedro: ‘Simão, tu me amas?’ Pedro, mesmo tendo fraquejado nos dias de tua paixão, te tinha um grande amor. E sofreu muito por não ter sido fiel cem por cento, como deveria. Certamente, isso lhe deu mais condições de compreender os seus irmãos e irmãs, em suas fragilidades e deslizes. E porque te amava tanto – deixou tudo para te seguir - , deste a ele a responsabilidade de cuidar do teu rebanho. Senhor, que o nosso amor por ti se comprove nas provações, nas dificuldades e nas horas em que seguir-te signifique renunciar alguma coisa ou muitas coisas. Seja o teu nome bendito, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Você conhece alguém que deixou muita coisa para seguir Jesus. Reze por ele ou por ela. Você conhece alguém que não conseguiu renunciar a muita coisa para seguir Jesus. Reze por ele ou ela também.

Pe. João Carlos Ribeiro – 29. 05. 2018

O CAMELO E A AGULHA


Como é difícil para os ricos entrar no reino de  Deus (Mc 10, 23)
28 de maio de 2018.
Há, no evangelho, um critério muito especial para o nosso seguimento de Jesus. Você, certamente, já se deu conta. Não é bastante você ser uma pessoa religiosa ou praticante dos mandamentos da lei de Deus. Ou mesmo, apenas ter um amor especial pelo Senhor Jesus. Tudo isso é importante e necessário e você nisso, mais ou menos, está em dia, não é verdade? Mas, há uma coisa que dá a tudo isso um tom especial. É o que eu estou lhe dizendo: um critério especial para o nosso seguimento de Jesus.
Estou indo com calma pra você não se assustar. Mas, vou dizer agora: o pobre. O amor aos pobres. O pobre é o critério que qualifica o nosso seguimento de Jesus. Todo o evangelho é um testemunho do amor preferencial de Jesus pelo pequeno, pelo pobre, pelo sofredor. Basta que eu lhe lembre a parábola do bom samaritano (o próximo é quem está caído, assaltado, semi-morto). E as bem-aventuranças (felizes os pobres, os aflitos, os famintos – o reino de Deus é deles). Mas, deixe-me acrescentar mais uma passagem: a cena do juízo final (eu estava com fome e me destes de comer; eu estava preso e me visitaste). Não tenha dúvida: a vida de Jesus está marcada pela atenção ao pobre, ao fraco, ao sofredor. O pobre está em primeiro lugar. E em Jesus, nem preciso lhe dizer isso, está a manifestação mais completa de Deus. Suas palavras, suas ações revelam o Pai. Então, o pobre está em primeiro lugar no coração do nosso Deus. E, claro, no coração dos seguidores de Jesus.
E eu estou lhe explicando tudo isso pra você entender melhor o evangelho de hoje: Marcos, capítulo 10. Chegou um jovem pra falar com Jesus. Ele queria uma orientação: o que  poderia fazer para ganhar a vida eterna? Resposta de Jesus: praticar os mandamentos. “Ah, já cumpro tudo direitinho desde pequeno”. Que coisa boa. Jesus ficou muito satisfeito. Estava diante um ardoroso jovem que se tornaria um discípulo exemplar: disposto, praticante, começando a vida, em condições de dar à sua vida a direção que Jesus deu à sua. Diante de um terreno tão fértil, Jesus lançou as redes. Fez-lhe uma proposta radical:  “Só está faltando agora você desfazer-se dos seus bens em favor dos pobres e vir me seguir”. Ih, foi uma ducha de água fria no ardor daquele jovem tão religioso. Pensou um pouco. Era demais. Não dava. Foi-se embora, no meio de uma grande tristeza.
A esse jovem, aparentemente tão generoso, Jesus fez uma proposta. Radicalizou, é verdade. Não é pra todo mundo esse convite para estar ao seu lado, do jeito dele: renunciando aos bens deste mundo e ocupando-se de bens ainda mais altos e nobres. Esse convite, Jesus tinha feito aos seus discípulos mais próximos. Estes renunciaram a tudo para caminhar ao seu lado, como ele que esvaziou-se de sua condição divina para assumir nossa vida humana. Na verdade, a proposta feita àquele jovem, fundamentalmente, estende-se a todos os seus seguidores.
Para todos nós, está posto o apelo de nos conduzirmos, em nossa vida, com o critério do pobre. Se esquecermos dos pobres, perderemos nossa identidade de cristãos, de seguidores de Jesus. Quando o Papa Francisco foi eleito, o seu amigo cardeal Claudio Hummes o abraçou e lhe disse: “não se esqueça dos pobres”. Nunca podemos nos esquecer dos pobres. Nós nos lembramos deles, tendo um coração solidário, partilhando com os mais necessitados algo do que temos: roupa, comida, conhecimento, entre outros. E não só no natal solidário. Solidariedade como atitude permanente. Iluminamos nossa vida com o critério do amor ao pobre, quando exercemos uma profissão como verdadeiro serviço à população, facilitando o acesso dos menos favorecidos aos nossos serviços. Lembramo-nos deles, mantendo um compromisso cidadão, preocupados com a inclusão dos que têm menos oportunidade, com a justiça social, com políticas públicas que garantam educação de qualidade para todos, bem como segurança, emprego, moradia. O critério do amor aos pobres dá o tom evangélico à nossa vida cristã.
Vamos guardar a mensagem
Jesus ficou triste porque o jovem rico não teve coragem de reorientar a sua vida pelo critério do pobre, do sofredor. Pela seriedade com que levava sua vida religiosa, poderia muito bem ter aceito aquele convite exigente que Jesus lhe fez. Seria um passo decisivo para sua realização, sua felicidade, sua salvação. O apego ao dinheiro, aos bens fechou-lhe  o coração. O critério do pobre continua válido para todo seguidor de Jesus. É um critério que orienta a nossa vida social, o exercício de nossa profissão, os nossos compromissos de cidadãos. O critério é o amor ao pobre. Pobre como sujeito, como protagonista, como irmão.
Como é difícil para os ricos entrar no reino de  Deus (Mc 10, 23)
Vamos rezar a palavra
Senhor Jesus,
A palavra de hoje ilumina esse momento que estamos vivendo no Brasil. A paralização dos caminhoneiros, que é não só dos caminhoneiros, é um grito desesperado no meio de uma situação de injustiça em que todos temos sido penalizados,  especialmente os mais pobres e menos favorecidos. Dá-nos, Senhor, ter o teu mesmo coração e realizarmos, sem medo, nossa missão de fermentar a sociedade brasileira com o evangelho da justiça, da fraternidade e do amor aos pequenos. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Vamos viver a palavra
Talvez você, hoje, possa se informar melhor sobre as manifestações que estão ocorrendo em todo o país. Procurar entender e formar sua consciência cidadã é um sinal de amor aos pobres.

Pe. João Carlos Ribeiro – 28.05.2018

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